Upload
buidiep
View
213
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
Ana Lucia BrandimarteDborah Yara Alves Cursino dos Santos
A DiStriBuio AtuAL DA BiotA no pLAnetA4
Licenciatura em cincias USP/ Univesp His
tria
da
Vida
na
Terr
a e
Dist
ribui
o
Atua
l da
Vida
no
Plan
eta
4.1 Introduo4.2 Gradientes espaciais
4.2.1 Gradiente latitudinal4.2.1.1 O que define o gradiente latitudinal?4.2.1.2 Como o gradiente latitudinal da vegetao?
4.2.2 Gradiente altitudinal4.2.2.1 O que define o gradiente altitudinal? 4.2.2.2 Como o gradiente altitudinal da vegetao?
4.2.3 Gradiente temporal4.3 Zonao em ambientes aquticos
4.3.1 Lagos e oceanos4.3.1.1 O que define a zonao em lagos e oceanos?4.3.1.2 Como a zonao em lagos e oceanos?
4.3.2 Rios4.3.2.1 O que define a zonao em rios?4.3.2.2 Como a zonao em rios?
4.3.3 Costes rochosos e praias arenosas4.3.3.1 O que define a zonao em costes rochosos e praias arenosas?4.3.3.2 Como a zonao em costes rochosos e praias arenosas?
4.4 Fechando o assunto4.4.1 O que vir depois
Referncias
Hist
ria
da
Vida
na
Terr
a e
Dist
ribui
o
Atua
l da
Vida
no
Plan
eta4A DIsTRIbuIO ATuAL DA bIOTA nO PLAneTA
269Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.1 IntroduoA distribuio das espcies no homognea no planeta e esse fato resultado da
ao de diferentes fatores limitantes, cuja relevncia varia de local para local. O estudo da
disposio das populaes e comunidades em uma determinada regio geogrfica envolve
basicamente duas abordagens. A primeira delas considera a existncia de gradientes
ambientais, ou seja, alteraes graduais dos fatores abiticos no espao ou no tempo
que resultam na ocorrncia de comunidades distintas, compostas por espcies que vo se
sucedendo ao longo destes gradientes (Figura 4.1).
Os gradientes podem ser determinados por fatores como temperatura, precipitao, luz solar,
umidade do solo, pH, proximidade do oceano e nvel da gua, entre outros. Geralmente, as
abundncias das diferentes espcies mudam ao longo do gradiente de uma maneira previsvel, e tal
variao, logicamente, depende das alteraes nos fatores abiticos que a determinam, mas tambm
das interaes biticas que ocorrem no decorrer das mudanas. Os fatores abiticos podem interferir,
por exemplo, sobre a disponibilidade de presas, de modo que esta varia ao longo do gradiente.
Como resultado, ocorre um gradiente de disponibilidade de alimento para os predadores. Finalmente,
os limites entre uma comunidade e outra podem ser mais ou menos distintos, dependendo do tipo
de alterao dos fatores ambientais, se ocorrem mais ou menos abruptamente ao longo do gradiente.
Figura 4.1: Gradiente de vegetao no Parque Nacional Great Smoky Mountains, nos EUA.
270 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
A segunda abordagem leva em conta a existncia de uma zonao espacial das espcies, tambm
em resposta a fatores limitantes relevantes, na qual as comunidades apresentam limites mais definidos
quando comparados aos geralmente observados
nos gradientes ambientais. Formam-se, ento,
zonas ou estratos com aspectos bem distintos, que
podem estar arranjados vertical ou horizontalmente,
dependendo do tipo de ambiente considerado.
Observe o exemplo de um costo rochoso, no qual
as espcies se distribuem em faixas distintas em
funo da ocorrncia de formao de zonas como
resultado da influncia das mars (Figura 4.2).
4.2 Gradientes espaciaisNo ambiente terrestre, fcil perceber que a vegetao o componente que determina a
aparncia geral e a estrutura dos ecossistemas. Em uma floresta, por exemplo, as rvores mais
altas interferem de maneira relevante sobre a disponibilidade de luz para as plantas mais baixas.
Alm disso, a composio da fauna tambm determinada pela vegetao. Por isso, muitas
vezes, os estudos envolvendo a ocorrncia de gradientes so baseados na anlise da vegetao.
4.2.1 Gradiente latitudinal
Quando nos deslocamos do equador em direo aos polos, observamos que a vegetao natural se
altera gradualmente, constituindo um gradiente dependente da latitude ou um gradiente latitudinal.
Acompanhando a alterao gradual da vegetao, ocorre alterao dos demais grupos de organismos.
Figura 4.2: Distribuio da comunidade em costo rochoso.
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.1.
271Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.2.1.1 O que define o gradiente latitudinal?
A variao do clima nas diferentes regies do planeta a causa propulsora da heterogenei-
dade da distribuio da biota no nvel global. O clima inclui os padres gerais das condies
do tempo, as estaes e as condies extremas como tornados, secas e perodos de chuvas
excessivas. O clima de uma regio determinado por um conjunto de fatores como tempe-
ratura, velocidade e direo do vento, presso baromtrica, radiao solar, cobertura de nuvens
e precipitao. No entanto, temperatura e precipitao so os dois fatores mais utilizados para
caracterizar o clima das vrias regies do planeta, interferindo fortemente na distribuio da
vegetao e da biota a ela associada.
O eixo de inclinao do globo terrestre e sua rbita ao redor do Sol so responsveis
pela quantidade de energia solar que atinge a
superfcie da Terra. As diferenas de temperatura
nas diferentes latitudes esto relacionadas
primariamente variao anual da insolao, ou
seja, s diferenas do ngulo de incidncia dos
raios solares na superfcie terrestre. A radiao
mais intensa na regio equatorial, na faixa
de latitudes entre 23 N e 23 S, na qual os
raios atingem a superfcie em ngulo reto. Em
latitudes superiores o ngulo de incidncia
menor, de modo que a intensidade da radiao
solar menos intensa. Quanto mais prximo
dos polos, menor o ngulo de incidncia e
menor a intensidade da radiao. O sistema
climtico da Terra baseado na localizao
destas regies com massas de ar quentes e
frias, alm da circulao atmosfrica criada por
ventos alsios e contra-alsios (Figura 4.3).Figura 4.3: Correntes de ar e padres de precipitao. / Fonte: modificado de Raven, 2007.
272 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
O principal controlador da temperatura a variao da insolao, determinada pela latitude.
Secundariamente, a temperatura nas diferentes regies est relacionada maior ou menor
proximidade com o mar, visto que as massas de ar vindas do oceano interferem nas temperaturas
locais. Como resultados destes fatores, a temperatura mdia anual varia de regio para regio,
como pode ser observado na Figura 4.4.
Alm de influenciar a temperatura, as massas de ar e sua movimentao interferem sobre a pre-
cipitao e a evaporao. Assim como para a temperatura, ocorrem grandes diferenas nos padres
de precipitao nas diversas regies do planeta. Regies continentais mais internas recebem menos
chuva do que as regies mais costeiras, visto que a taxa de evaporao da gua elevada nos oceanos,
Os ventos alsios so movimentaes de ar em direo ao equador, originadas a 30 de latitude, caracterizados por brisas de ar quente que sopram quase que continuamente. Ao norte do equador vem do nordeste, enquanto ao sul vem do sudeste. Os alsios oriundos dos dois hemisfrios se encontram no equador, onde se aquecem. Esse aquecimento resulta na elevao do ar, que sofre expanso e resfriamento, podendo ocorrer formao de nuvens e chuvas. As faixas de tempo nublado e chuvoso prximas ao equador criam as condies tropicais. Os ventos contra-alsios, que tambm se originam a 30 de latitude, se movem em direo aos polos, deslocando-se na faixa de latitude compreendida entre 30 e 60. Ao norte do equador vem do noroeste, enquanto ao sul vem do sudoeste. Esses ventos originam tempestades de oeste para leste ao longo de latitudes mdias.
Figura 4.4: Padro global de temperatura mdia anual. / Fonte: modificado de World Climate Maps.
273Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
possibilitando maior formao de nuvens. Regies no globo entre as latitudes 15 e 30 em ambos os
hemisfrios so conhecidas como zonas de calmarias, nas quais so comuns poucas nuvens e, por isso,
pouca precipitao durante todo o ano. Em algumas regies tropicais, a alta incidncia de energia solar
provoca alta precipitao, acarretando em chuvas quase dirias. J em outras, o padro de precipitao
fortemente sazonal, com perodos alternados de seca e de chuva. Tais diferenas regionais resultam em
balanos hdricos (razo entre precipitao e evaporao) distintos (Figura 4.5).
Considerando-se a temperatura e a precipitao nas diferentes regies, chega-se ao padro
climtico global apresentado na Figura 4.6.
Figura 4.5: Balano hdrico anual global. / Fonte: modificado de CoRson, 1993.
Figura 4.6: Clima global. / Fonte: Modificado de Landsat Science.
274 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
4.2.1.2 Como o gradiente latitudinal da vegetao?
A precipitao e a temperatura mdias anuais, que variam com a latitude, condicionam
diferentes tipos de vegetao (Figura 4.7), que sero tratados detalhadamente no tema
Biomas e biodiversidade. Biomas brasileiros. Assim, em precipitaes e temperaturas
mais elevadas, correspondentes s latitudes mais baixas, encontram-se as florestas tropi-
cais midas. No extremo oposto, representado pelas baixas temperaturas e precipitaes,
caractersticas de latitudes mais altas, encontra-se a tundra. Entre esses dois extremos,
encontra-se uma variedade de tipos de comunidades vegetais que vo sendo gradualmente
substitudas conforme a mudana de latitude.
A classificao dos tipos principais de comunidades vegetais varia ligeiramente de autor
para autor, como se pode observar nas Figuras 4.7 e 4.8. No entanto, qualquer que seja a
classificao utilizada, a sobreposio de um mapa de distribuio global da vegetao (como
o da Figura 4.8) com o de padres do clima (Figura 4.6) refora o fato de que os diferentes
climas condicionam diferentes comunidades.
Figura 4.7: Distribuio das comunidades vegetais em funo da precipitao e da temperatura mdia anual. Atente para o fato de que os valores de temperatura no eixo das abscissas aparecem em ordem decrescente / Fonte: modificado de Landsat Science.
275Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.2.2 Gradiente altitudinal
Alteraes na topografia tambm tm grande influncia na distribuio da vegetao, de
forma que, ao se escalar uma montanha, um gradiente de vegetao pode ser observado desde o
sop at o cume. Esta alterao na vegetao consequncia da variao da altitude, tratando-se,
portanto, de um gradiente altitudinal.
4.2.2.1 O que define o gradiente altitudinal?
A presena de montanhas altera a incidncia de luz
solar e, consequentemente, a temperatura e a preci-
pitao. Por exemplo, ao encontrar uma montanha,
o ar quente e mido que se movimenta dos oceanos
para o continente sobe e vai se esfriando (Figura 4.9).
Como o ar com baixa temperatura no suporta grande
quantidade de gua, h grande precipitao na encosta
Figura 4.8: Distribuio global das diferentes categorias da vegetao natural / Fonte: modificado de Landsat Science.
Figura 4.9: Influncia das montanhas no padro de precipi-tao pluvial. / Fonte: modificado de Campbell et al., 2010.
276 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
da montanha voltada para o oceano. Assim, quanto maior a altitude, mais seco e frio ser o ar
no cume da montanha. O ar frio e seco que chegou maior altitude desce do outro lado da
montanha absorvendo a umidade.
4.2.2.2 Como o gradiente altitudinal da vegetao?
A precipitao nas encostas resulta em uma vege-
tao mais rica do que nas altitudes mais altas, nas
quais o ar mais seco e frio condiciona a ocorrncia
de uma vegetao com feio de campo. Assim, ao
se subir at os pontos mais altos de uma cadeia de
montanhas, dependo do local, pode-se caminhar de
uma mata exuberante no nvel do mar e se chegar a
um campo de altitude (Figura 4.10). Do outro lado
da montanha tambm haver um gradiente do cume para a base, mas como o ar menos
mido, a vegetao ser diferente.
Gradiente altitudinal tambm pode ocorrer em montanhas distantes do mar. A prpria
declividade do terreno induz alteraes da granulometria do solo e de sua capacidade de estocar
gua, o que resulta em um gradiente da vegetao desde uma mata no sop at um campo de
altitude no cume.
4.2.3 Gradiente temporal
Variaes graduais nas comunidades tambm podem ocorrer ao longo de um determi-
nado perodo de tempo, de modo a se estabelecer um gradiente temporal. As alteraes
da comunidade observadas durante um processo de sucesso ecolgica (se necessrio,
reveja o tema Populaes, comunidades e ecossistemas) representam um exemplo de
gradiente temporal.
Figura 4.10: Aspecto do gradiente altitudinal da vegetao na Serra dos rgos.
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.2.
277Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.3 Zonao em ambientes aquticosAmbientes aquticos, quer sejam continentais ou marinhos, apresentam zonas muito caractersticas,
motivo pelo qual sero aqui utilizados para exemplificar a ocorrncia de zonao.
4.3.1 Lagos e oceanos
4.3.1.1 O que define a zonao em lagos e oceanos?
Lagos e oceanos no so ambientes homogneos, ou seja, apresentam estratos (ou camadas)
distintos fsica e quimicamente, principalmente devido diferena na quantidade de luz que
atinge esses estratos. Ocorrem diferenas tanto no sentido vertical (superfcie-fundo) como no
sentido horizontal do ecossistema (margem-centro), o que condiciona a ocorrncia de diversas
zonas, algumas das quais so comuns aos dois tipos de ambiente, como se ver a seguir.
4.3.1.2 Como a zonao em lagos e oceanos?
Veja a ilustrao abaixo que mostra esquematicamente estes dois ambientes (Figura 4.11). Passando
o mouse em cima dos esquemas, voc poder ver a denominao dada a cada zona e sua caracterstica:
Figura 4.11: Zonao em lagos e oceanos / Fonte: modificado de Campbell et al., 2010. (clique no cone para visualizar a animao)
278 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
A Tabela 4.1 abaixo apresenta um resumo sobre as zonas observadas em lagos e/ou oceanos.
Tabela 4.1: Denominao e definio de zonas encontradas em lagos e/ou oceanos
Estrato Definio
Ecossistemas
iomas aquticos
Zona euftica regio com penetrao de luz suficiente para que haja fotossntese.
Zona aftica regio inferior com pouca penetrao de luz.
Zona pelgica formada pelas zonas euftica e aftica.
Zona bntica regio do substrato, encontrada no fundo de todos os ecossistemas aquticos.
Ecossistemas de
gua doce
Zona litornea regio mais prxima da margem em ecossistemas de gua doce, onde ainda existem plantas enraizadas.
Zona limntica regio mais afastada da margem em ecossistemas de gua doce, onde as guas so mais profundas e no h plantas enraizadas.
Ecossistemas
marinhos
Plataforma continental
parte da zona bntica em ambiente marinho que tem incio na costa e segue para dentro do oceano, com declive suave at atingir outra regio onde o declive bem acentuado.
Zona entremars (zona intertidal)
regio do substrato marinho que fica exposta ao ar quando a mar est baixa e submersa quando a mar est alta.
Zona abissal parte mais profunda da zona bntica nos oceanos, que ocorre entre 2.000 e 6.000 metros.
Zona nertica regio mais prxima da margem em ambientes marinhos, acima da plataforma continental.
Zona ocenica regio do ambiente marinho aps a plataforma continental.
4.3.2 Rios
4.3.2.1 O que define a zonao em rios?
Rios so ecossistemas que se diferenciam dos lagos por apresentarem um fluxo no sentido longitu-
dinal, ou seja, da nascente para a foz. A presena ou ausncia desta corrente diferencia os ecossistemas
lticos (do latim ltus = lavado), representados por rios e riachos, dos lnticos (do latim lentus = lento),
representados por lagos e lagoas. A corrente e os fatores por ela condicionados, como tipo de fundo,
concentrao de oxignio dissolvido na gua e de material que carreado em suspenso, entre outros,
sofre variaes ao longo do rio, de modo que se estabelecem zonas longitudinais distintas.
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.3.
279Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.3.2.2 Como a zonao em rios?
Em ecossistemas lticos podem ser
observadas trs zonas da nascente para a
foz (Figura 4.12). A gua que emana da
fonte d origem a um riacho, cuja primeira
zona muito pequena e corresponde rea
da fonte, sendo denominada crenal. Logo
em seguida ocorre uma zona em que a
velocidade da corrente alta, denominada
ritral e, posteriormente, a potamal, na qual
o fluxo mais lento e o canal adquire uma
forma mais sinuosa devido ocorrncia
de meandros. As alteraes na velocidade
da corrente e dos fatores a ela associados
levam ocorrncia de uma biota
caracterstica em cada uma dessas zonas.
Durante seu percurso, o riacho recebe o
aporte de outros riachos e tem seu volume
aumentado at se tornar um rio, o que
ocorre geralmente na zona ritral.
4.3.3 Costes rochosos e praias arenosas
4.3.3.1 O que define a zonao em costes rochosos e praias arenosas?
A zonao tambm pode ser observada em ambientes costeiros como os costes rochosos e
as praias arenosas. O principal fator limitante, nesse caso, a variao do nvel de gua devido
Figura 4.12: Zonao em ecossistemas lticos. / Fonte: modificado de Riparian: River Continuum Concept.
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.4.
280 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
ao regime das mars. Devido variao da exposio gua e ao ar, e consequente possibi-
lidade de dessecao, a biota tambm limitada pela variao da salinidade e da temperatura.
A variao do nvel de gua resulta, ainda, em diferenas na luz solar incidente ao longo do
costo, o que um fator limitante adicional para os organismos fotossintetizantes. Alm disso,
h que se lembrar que a ao das ondas sobre os costes pode ser limitante para aquelas espcies
que no desenvolveram um modo eficiente de fixao ao substrato.
4.3.3.2 Como a zonao em costes rochosos e praias arenosas?
Todos os dias esses ambientes apresentam uma variao do grau de exposio a que esto
submetidos, ocorrendo desde uma zona infralitoral, que est sempre submersa, at uma
zona supralitoral, que est sempre emersa e que atingida apenas por respingos da gua
do mar. Entre elas ocorre uma zona mesolitoral, na qual o nvel da gua varia durante o
dia, conforme a movimentao da mar. Assim, essa zona pode estar parcial ou totalmente
submersa na mar alta, ocorrendo o contrrio na mar baixa. Tomando um costo rochoso
como exemplo, observa-se uma biota caracterstica que se distribui em faixas nas diferentes
zonas (Figuras 4.2 e 4.13). A distribuio de acordo com as zonas citadas acima tambm
ocorre para a biota associada ao substrato das praias arenosas.
Se considerarmos a variao da exposio atmosfera dentro da zona mesolitoral de um costo
rochoso ou de uma praia arenosa, veremos que esta ocorre de forma gradual, de forma que se pode
considerar que a ocorre um gradiente de condies ambientais que afeta a distribuio da biota.
Na realidade, a deciso acerca das comunidades estarem distribudas em gradientes ou
zonas nem sempre fcil e, muitas vezes, esta distino apenas uma ferramenta para os
estudos ecolgicos. As comunidades do Parque Nacional Great Smoky Mountains (Figura 4.1)
foram apresentadas como um exemplo de gradiente no qual florestas dominadas por diferentes
espcies de rvores, que apresentam cores caractersticas, se sucedem gradualmente desde o
fundo do vale at o cume das montanhas, tratando-se, portanto, de um gradiente altitudinal.
Pesquisadores que aceitam tal ponto de vista utilizam mtodos apropriados para a anlise de
gradientes com a finalidade de estudar esta vegetao. Nada impede, no entanto, que outros
pesquisadores considerem cada uma das florestas como unidades discretas, compondo zonas
diferenciadas. Nesse caso, os mtodos de estudo a serem selecionados sero os apropriados para
a anlise de zonao.
281Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
Histria da Vida na Terra e Distribuio Atual da Vida no Planeta
4.4 Fechando o assuntoNesta aula foram apresentados padres gerais de distribuio da biota em gradientes e zonas,
relacionando-os com os fatores limitantes mais relevantes em cada caso. Tratou-se da distri-
buio de diferentes tipos de vegetao, segundo o gradiente latitudinal do clima e do efeito
da altitude sobre a vegetao. Alm disso, foram apresentados exemplos de zonao, tomando
como base ecossistemas aquticos continentais e marinhos.
4.4.1 O que vir depois
Na prxima aula, a distribuio e as caractersticas dos diferentes tipos de ambientes terres-
tres e aquticos sero tratados com maior detalhamento.
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.5
Figura 4.13: Zonao em costo rochoso / Fonte: Modificado de South China Normal University. (Clique no cone para visualizar a animao)
Agora a sua vezAcesse o ambiente virtual e faa a atividade 4.5.
282 Licenciatura em Cincias USP/Univesp Mdulo 3
4 A distribuio atual da biota no planeta
RefernciasBegon, M.; Townsend, C. R.; Harper, J. L. Ecologia: De indivduos a ecossistemas. 4. ed.
Porto Alegre: Artmed, 2007.
Campbell, N.A. et al. Biologia. 8. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Corson, W.H. (ed.) Manual global de ecologia: O que voc pode fazer a respeito da crise
do meio ambiente. So Paulo: Augustus, 1993.
HuddarT, D.; sToTT, T. Earth environments: Past, present and future. Chichester: Wiley-
Blackwell, 2010.
nasa. Landsat Science. Disponvel em: . Acesso em: Ago. 2013.
oxbow river. Riparian: River Continuum Concept. Disponvel em: .
Acesso em: Ago. 2013.
raven, P. H. Biologia vegetal. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2007.
SCNU. School of Life Science - Ecology. Disponvel em: . Acesso em: Ago. 2013.
world ClimaTe. World climate maps. Disponvel em: . Acesso em: Ago. 2013.
http://landsat.gsfc.nasa.gov/?page_id=11Sect3/Sect3_1.htmlhttp://landsat.gsfc.nasa.gov/?page_id=11Sect3/Sect3_1.htmlhttp://www.oxbowriver.com/Web_Pages/Stream_Ecology_Pages/Ecology_Riparian/Ecology_RCC.htmlhttp://www.oxbowriver.com/Web_Pages/Stream_Ecology_Pages/Ecology_Riparian/Ecology_RCC.htmlhttp://sky.scnu.edu.cn/life/class/ecology/image/3/3-17.jpghttp://sky.scnu.edu.cn/life/class/ecology/image/3/3-17.jpghttp://www.climate-charts.com/World-Climate-Maps.htmlhttp://www.climate-charts.com/World-Climate-Maps.html
4.1 Introduo4.2 Gradientes espaciais4.2.1 Gradiente latitudinal4.2.1.1 O que define o gradiente latitudinal?4.2.1.2 Como o gradiente latitudinal da vegetao?
4.2.2 Gradiente altitudinal4.2.2.1 O que define o gradiente altitudinal? 4.2.2.2 Como o gradiente altitudinal da vegetao?
4.2.3 Gradiente temporal
4.3 Zonao em ambientes aquticos4.3.1 Lagos e oceanos4.3.1.1 O que define a zonao em lagos e oceanos?4.3.1.2 Como a zonao em lagos e oceanos?
4.3.2 Rios4.3.2.1 O que define a zonao em rios?4.3.2.2 Como a zonao em rios?
4.3.3 Costes rochosos e praias arenosas4.3.3.1 O que define a zonao em costes rochosos e praias arenosas?4.3.3.2 Como a zonao em costes rochosos e praias arenosas?
4.4 Fechando o assunto4.4.1 O que vir depois
Referncias