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A DIVERSIDADE BIOLÓGICA SISTEMÁTICA, CLASSIFICAÇÃO E BIODIVERSIDADE

A DIVERSIDADE BIOLÓGICA

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Page 1: A DIVERSIDADE BIOLÓGICA

A DIVERSIDADE BIOLÓGICA

SISTEMÁTICA, CLASSIFICAÇÃO E BIODIVERSIDADE

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SISTEMÁTICA

Sistemática é o ramo de Biologia que estuda a diversidade biológica, ou

biodiversidade.

Objetivos:

Descrever a diversidade biológica;

Desenvolver critérios para organizar a diversidade, agrupando os seres

vivos de acordo com características importantes;

Compreender os processos responsáveis pela existência da diversidade

biológica.

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O sistema de classificação de Lineu

Entre os estudiosos da classificação natural destaca-se o sueco Karl

von Linnée (1707-1778). Suas idéias sobre classificação biológica

foram publicadas no livro Systema Naturae (Sistema Natural), de

1735.

Animais : foram agrupados de acordo com as semelhanças na

estrutura corporal;

Plantas: foram classificadas de acordo com a anatomia geral e

estrutura das flores e dos frutos.

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A nomenclatura binomialUm dos grandes méritos de Lineu foi associar à classificação dos

seres vivos um sistema bem planejado para lhes dar nomes, ou seja,

uma nomenclatura biológica.

Lineu sugeriu que o nome científico de todo ser vivo deve sempre ser

composto de duas palavras, a primeira referindo-se ao nome genérico

e a segunda, ao nome específico.Nomes científicos de alguns organismosNome popular Nome científico

Espécie humana Homo sapiensCachorro Canis familiaris

Girafa Giraffa camelopardalisGato Felis catusMilho Zea mays

Minhoca Pheretima hawaiianaBatata-inglesa Solanum tuberosum

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Categorias taxonômicas

Reino – classe – ordem – família – gênero – espécie.

De acordo com o Código Internacional de Nomenclatura Biológica,

algumas categorias taxonômicas devem apresentar, em seu nome, uma

terminação ou desinência que permite identificá-la.

Ex., a desinência recomendada para a categoria família, na

classificação dos animais, é idae (Felidae, Canidae).

A desinência recomendada para as plantas é ales para os nomes das

ordens e aceae para os nomes das famílias.

Graminales (ordem das gramíneas);

Rosaceae (família das rosáceas)

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O conceito de espécie biológica

Uma questão ainda polêmica na Biologia é o conceito de espécie biológica, a categoria

taxonômica mais básica da classificação.

Lineu – características estruturais típicas, que as distinguiriam de outras espécies.

Um passo importante para aprimorar o conceito de espécie foi a inclusão do critério de

isolamento reprodutivo em sua definição.

Os critérios acima só se aplica as espécies com reprodução sexuada. Bactérias, por

exemplo, que se reproduzem assexuadamente, não ter suas espécies definidas pelo critério

reprodutivo.

Espécie é um grupo de populações cujos indivíduos são capazes de se cruzar e produzir

descendentes férteis, em condições naturais, estando reprodutivamente isolados de

indivíduos de outras espécies.

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A sistemática moderna

Em meados do século XIX, uma novo teoria revolucionou a Biologia e teve

grande impacto no desenvolvimento da Sistemática: a teoria evolucionista de

Charles Darwin. Segundo essa teoria, a diversidade da vida seria resultado da

evolução biológica, que é a transformação dos seres vivos ao longo do tempo.

Lineu não acreditava na evolução dos seres vivos. Por isso, seu sistema de

classificação não procurava estabelecer relações de parentesco entre os

seres vivos.

A idéia de parentesco evolutivo entre as espécies foi uma concepção de

Darwin. Ele concluiu que as semelhanças e diferenças entre os seres vivos

resultam de sua história evolutiva.

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Árvores filogenéticas

As “genealogias de seres vivos” imaginadas por Darwin, atualmente

chamadas de árvores filogenéticas, ou filogenias, são diagramas que

representam as relações de parentesco evolutivo entre grupos de seres vivos.

Até pouco tempo, as classificações biológicas baseavam-se quase

exclusivamente na comparação de características morfológicas e anatômicas.

Nos últimos anos, porém, a taxonomia tem sido revolucionada pelo emprego

de técnicas avançadas de Biologia Molecular, que permitem comparar a

composição química dos mais diversos seres vivos, principalmente quanto às

proteínas e os ácidos nucléicos (DNA e RNA).

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Sistemas modernos de classificação biológica

A idéia de ancestralidade comum, implícita na teoria evolucionista de Darwin,

permitiu compreender a origem da diversidade e explicar a distribuição

hierárquica das categorias taxonômicas nas classificações.

Atualmente há duas correntes principais em Sistemática, que se distinguem

quanto ao método que utilizam e quanto ao significado que atribuem à

classificação biológica. Essas duas correntes são chamadas de Fenética e

Filogenética.

Segundo a Fenética, a classificação deve expressar a semelhança entre

categorias taxonômicas com base no maior número de características possível,

mesmo que não reflita a história evolutiva de um grupo.

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Para a Filogenética, a classificação biológica deve refletir o máximo

possível as relações de parentesco entre os grupos de seres vivos.

Um método cada vez mais aceito pelos filogeneticistas é a cladística,

que procura estabelecer relações de parentesco evolutivo pela

escolha criteriosa de características que indiquem realmente a

ancestralidade comum entre os grupos, tentando descartar as

características decorrentes de convergência evolutiva.

Cladograma (do grego clados, ramo, divisão), representações gráficas

em forma de árvore nas quais são mostradas as relações filogenéticas

entre os grupos de seres vivos considerados.

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Os reinos de seres vivos

“Quantos reinos de seres vivos devemos considerar: 3, 5 ou 8? Ou

mais?”

A polêmica é saudável e absolutamente necessária ao desenvolvimento

científico.

Técnicas só desenvolvidas recentemente permitem compreender melhor

a diversidade dos seres vivos, principalmente em seus aspectos

microscópicos, genéticos e bioquímicos.

Lineu só reconhecia a existência de 3 reinos: Vegetal, Animal e Mineral.

Anatomista alemão Karl Friedrich Burdach (1776-1847) – Termo Biologia.

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Reino dos animais: todos os organismos que se moviam, que se

alimentavam da matéria de outros seres vivos e que cresciam até atingir

determinado tamanho.

Reino das plantas: todos os seres vivos que não se moviam e que, em sua

maioria, produziam seu próprio alimento, podendo crescer indefinidamente.

De acordo com esses critérios, os organismos unicelulares que se movem

ativamente (os chamados protozoários) eram considerados animais,

enquanto as algas, os fungos e as bactérias eram considerados plantas.

O critério que utilizavam para incluir as bactérias e os fungos no reino das

plantas eram a presença de uma parede rígida envolvendo suas células.

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Em 1937, o biólogo francês Edouard Chatton (1883- 1947) chamou a

atenção para o fato das bactérias apresentarem células procaróticas,

propondo a criação de um reino exclusivo denominado Monera.

Na década de 1960, Herbert F. Copeland (1902-1968), um professor

de Biologia da Califórnia (EUA), sugeriu a divisão dos seres vivos em

quatro reinos: Animalia (animais) Plantae (plantas ou vegetais),

Protista (protozoários, algas microscópicas e fungos) e Monera

(bactérias).

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Em 1969, o biólogo norte-americano Robert H. Whittaker (1924-1980)

reconheceu e ampliou as propostas de Copeland, sugerindo, além dos

quatro reinos propostos por ele, a retirada dos fungos do reino Protista

e sua colocação em um reino próprio, Fungi.

Na década de 1980, as biólogas norte-americanas Lynn Margulis e

Karlene Schwartz reconheceram os cinco reinos propostos por

Whittaker e tentaram definir melhor os limites do reino Protista.

Segundo elas o reino se chamaria Protoctista e incluiria todas as

algas, independentemente de seu tamanho.

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Recentemente, outras classificações têm proposto a divisão dos seres vivos

em três grandes domínios ou super-reinos, um dos quais (Eucarya) é

subdividido em oito reinos.

Esses 3 domínios foram denominados Bactéria, Arquea e Eukarya.

O domínio Bactéria inclui as eubactérias, ou bactérias verdadeiras, atualmente

chamadas apenas bactérias, enquanto o domínio Arquea agrupa as

arqueobactérias, atualmente chamadas apenas arqueas.

O domínio Eukarya compreende todos os seres vivos eucarióticos, incluindo 8

reinos, nos quais se distribuem os protozoários, as algas, os fungos, as plantas

e os animais

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Reino Monera

O reino Monera reúne os seres procarióticos, cuja principal

característica é possuírem células sem separação física entre o

material nuclear e o citoplasma.

Há algumas décadas, no entanto, os biólogos descobriram que, entre

os organismos procarióticos até então denominados genericamente de

bactérias, havia dois grupos bem distintos e pouco relacionados

filogeneticamente. Eles foram denominados eubactérias e

arqueobactérias.

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As arqueobactérias receberam esse nome por terem sido

consideradas um grupo primitivo, provavelmente semelhante aos

primeiros seres que habitaram nosso planeta.

Recentemente descobriu-se que as arqueobactérias são mais

aparentadas com os organismos eucarióticos do que com as bactérias

verdadeira, e elas passaram a ser chamadas apenas de arqueas.

As eubactérias voltaram, então, a ser denominadas simplesmente

bactérias.

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Reino Protoctista

Inclui os protozoários, seres eucarióticos, unicelulares e heterotróficos,

e as algas, seres eucarióticos, unicelulares ou multicelulares, e

autotróficos fotossintetizantes.

Atualmente, os mixomicetos, anteriormente classificados como fungos,

são incluídos no reino Protoctista.

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Reino Plantae

Reúne as plantas, seres eucarióticos, multicelulares e autotróficos

fotossintetizantes.

Musgos, samambaias, pinheiros e plantas frutíferas são os principais

grupos que compõem o reino Plantae.

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Reino Animalia

Reúne os animais, seres eucarióticos, multicelulares e heterotróficos.

Reúne uma variedade muito grande de organismos, desde os muito

simples, como as esponjas, até animais complexos, como os

cordados.

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Vírus, um caso à parte

Os vírus não estão incluídos em nenhum dos cinco reinos, pois não

apresentam células (são acelulares), a unidade fundamental de todos

os outros seres vivos.

São constituídos por uma ou algumas moléculas de ácido nucléico,

que pode ser o DNA ou o RNA, envoltas por moléculas de proteínas.

São sempre parasitas intracelulares, pois somente conseguem se

reproduzir no interior de células de outros seres. Fora da célula

hospedeira, são completamente inertes e não se reproduzem.

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Sistemática dos Protistas e filogenia