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A EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA E O PAPEL DA DIDÁTICA
unidade
A educação se confronta com a apaixonante tarefa de formar seres humanos para os quais a criatividade, a ternura e a solidariedade sejam, ao mesmo tempo, desejo e necessidade.
HUGO ASSMANN
UNIDADE 1A EDUCAÇÃO NO CONTEXTO DA SOCIEDADE
CONTEMPORÂNEA E O PAPEL DA DIDÁTICA
1 INTRODUÇÃO
Prezados alunos, vamos refletir juntos sobre os conteúdos que
compõem esta disciplina: a Educação, a Pedagogia e a Didática. A
educação é um fenômeno social e universal, sendo uma atividade
humana necessária à existência e funcionamento de todas as
sociedades. Cada sociedade precisa cuidar da formação de seus
cidadãos, auxiliar no desenvolvimento de suas capacidades físicas,
emocionais e espirituais, prepará-las para a participação ativa e
transformadora nas várias instâncias da vida social.
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2 O HOMEM, A EDUCAÇÃO E A ESCOLA
A educação corresponde a toda modalidade de influências
e inter-relações que convergem para a formação de traços de
personalidade social e de caráter, implicando uma concepção de
mundo, ideais, valores, modos de agir, que se traduzem em convicções
ideológicas, morais, políticas, religiosas, princípios de ação frente a
situações reais e desafios da vida prática. Implica, portanto, “uma
busca realizada por um sujeito que é o homem” (FREIRE, 1988,
p.70). Assim, a educação em cada sociedade assume um conjunto de
características peculiares, os seres humanos se educam para que suas
vidas tenham significados e sentidos próprios. Vejamos nós, homens
e mulheres ocidentais, da América Latina, brasileiros, baianos do sul
ou do norte do Estado, temos modos de vida diferentes do cidadão do
sertão da Bahia, dos indígenas, dos quilombolas, de outras regiões
do país, dos orientais e de tantas outras sociedades e outros seres
humanos, isto porque a intencionalidade de educar é especifica de
cada grupo social.
Durante séculos, a ação intencional de educar da humanidade
vem sendo modificada, adaptando o ser humano a novas realidades.
Ficamos de 6 a 8 mil anos plantando com a intenção de colher. Nesse
período, a prática educativa consistia na aquisição de instrumentos
para o plantio e para a colheita. Na Idade Média, a ação intencional
de educar da humanidade esteve envolvida com a formação do ser
humano apoiada pela fé, toda produção era para enriquecimento da
Igreja e dos grandes feudos (GRISPUN, 2000).
Na Idade Moderna, início do século XIX, o advento da
Revolução Industrial ocasionou a mudança da ação intencional da
humanidade com uma recodificação da realidade, empurrando o
ser humano para a modernização, consubstanciando a transição da
sociedade feudal para a sociedade capitalista burguesa. Nasceu uma
nova classe social, a burguesia, e uma nova sociedade, a capitalista.
Essa nova organização econômica e social influenciou diretamente na
organização social de hoje: pertencemos a uma sociedade ocidental,
capitalista, dividida socialmente em classes sociais: a burguesia e o
trabalhador.
No início da Idade Moderna, “a burguesia que se instalava
no poder necessitava instrumentalizar-se culturalmente, formar
seus quadros, formar o cidadão, preparar as elites para o avanço
tecnológico, forjar escalões e difundir sua visão de mundo às camadas
populares” (GHIRALDELLI JR, 1991, p.23). Era preciso para tal, uma
instituição oficial e eficiente – a Escola, e uma pedagogia eficaz – a
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
18 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
Pedagogia Tradicional. Assim, cria-se a Escola, instituição moderna,
organizadora de grandes redes de ensino que crescem em consonância
com a disseminação da Pedagogia Tradicional, cuja intencionalidade
educativa vai ser explicada no item 1.3 desta unidade. As grandes
redes de ensino organizam e estruturam a escola para o trabalho. “Era
uma pedagogia elitista, mas, uma vez, aplicada a amplas massas,
contraditoriamente dava resultados positivos” (GHIRALDELLI JR,
1991, p.15). E, de fato, a extensão da escola pública, nos países
de capitalismo avançado, praticamente extinguiu o analfabetismo,
elevando o nível cultural das camadas populares, fenômeno que não
ocorre no Brasil.
A teoria crítica na educação, que você vai estudar nesta
disciplina e ao longo do curso, desvela que esse modelo de educação
para o trabalho alienou o cidadão e não o preparou para o exercício
crítico da sua cidadania, e que, no Brasil, a escola com sua pedagogia
europeia criou o fracasso escolar que se reflete, até os dias atuais, nos
alarmantes índices de analfabetismo. Para a educação contemporânea
crítica, a escola se consolida como a instituição capaz de criar
condições que garantam o aprendizado de conteúdos necessários
para a vida em sociedade, oferecendo instrumentos de compreensão
da realidade, bem como favorecendo a participação dos educandos
em relações sociais diversificadas. O trabalho específico da escola é
proporcionar um conjunto de práticas planejadas com o propósito
de contribuir para que os alunos assimilem determinados elementos
culturais, considerados essenciais para o desenvolvimento do grupo e
do indivíduo.
A educação escolar é o instrumento que deve garantir a
sociedade democrática, ocidental, moderna, sustentada pelas
relações de produção capitalista; e, também, a socialização
dos conhecimentos científicos e tecnológicos, acumulados pela
humanidade. A apropriação dos saberes organizados pelas diversas
ciências constitui o indispensável para a formação e para o exercício
da cidadania.
À educação cabe fornecer, de algum modo, os mapas de um
mundo complexo e constantemente agitado e, ao mesmo tempo, a
bússola que permita navegar através dele. Segundo Morin (1999),
a educação deve organizar-se em torno de quatro aprendizagens
fundamentais que, ao longo de toda vida, serão, de algum modo,
para cada indivíduo, os pilares do conhecimento:
• aprender a conhecer - adquirir os instrumentos da
compreensão;
• aprender a fazer - para poder agir sobre o meio envolvente;
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• aprender a viver juntos - a fim de participar e cooperar com
os outros em todas as atividades humanas;
• aprender a ser - via essencial que integra as três precedentes.
Uma nova concepção ampliada de educação deve fazer com que
todos possam descobrir, reanimar e fortalecer o seu potencial criativo
- revelar o tesouro escondido em cada um de nós. Isto supõe que se
ultrapasse a visão puramente instrumental da educação, considerada
como a via obrigatória para obter certos resultados (saber fazer,
aquisição de capacidades diversas, fins de ordens econômicas), e se
passe a considerá-la em toda sua plenitude: realização da pessoa
que, na sua totalidade, aprende a ser (DELORS, 1996).
Enfim, a escola, na sociedade contemporânea, deve considerar que:
• as novas tecnologias mudam o conceito de tempo, espaço
e ensino;
• cabe à educação o desenvolvimento integral da pessoa
humana;
• o homem deve estar apto a viver em uma sociedade
tecnológica e globalizada;
• não muda apenas o modo de aprender na escola, mas aquilo
que se necessita saber;
• muda o eixo dos conteúdos para as competências e
habilidades.
À escola cabe criar condições que garantam o aprendizado
de conteúdos necessários para a vida em sociedade, oferecendo
instrumentos de compreensão da realidade, bem como favorecendo a
participação dos educandos nas instâncias sociais de sua comunidade.
O trabalho específico da escola é proporcionar um conjunto de
práticas planejadas com o propósito de contribuir para que os alunos
assimilem determinados elementos culturais, considerados essenciais
para seu desenvolvimento e para a sociedade, que, dificilmente
seriam adquiridos sem uma orientação especifica.
Para Libâneo (1991, p.35), “A escolarização básica constitui
instrumento indispensável à construção da sociedade democrática,
por que tem como função a socialização daquela parcela do saber
sistematizado que constitui o indispensável à formação e ao exercício
da cidadania”. As escolas brasileiras podem e devem fortalecer-se
como agências privilegiadas de formação para a cidadania.
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
20 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
3 A PEDAGOGIA E A DIDÁTICA COMO CAMPOS DE
CONHECIMENTO CIENTÍFICO E PEDAGÓGICO
A Pedagogia, entendida como um campo de conhecimento, que
constitui o que chamamos de saberes da área da educação, abriga
as aprendizagens ligadas ao ensinar e ao aprender sistematizados
e potencializados em ato educativo. A Pedagogia é um campo de
conhecimento que investiga a natureza das finalidades da educação
numa determinada sociedade, bem como os meios para a formação
de seus indivíduos, tendo em vista prepará-los para a tarefa da vida
social.
Abordar o campo da Pedagogia é tarefa complexa, uma vez que
diferentes significados lhe são atribuídos. A nomenclatura Pedagogia
é utilizada por professores, alunos e pela literatura quando se referem
à ciência, ao curso, à técnica e a diversas formas de ensinar. Distinguir
esses diversos significados é importante para compreendermos o
campo da Pedagogia, seus fundamentos, sua especificidade, sua
função social e acadêmica.
A Pedagogia utiliza subsídios de outras ciências como a
Psicologia, Psicanálise, Sociologia, Antropologia, Filosofia, Economia
etc. para tratar dos processos de ensinar e aprender em espaços
formais e não formais. Constitui-se em uma ciência por construir
e elaborar conhecimentos relacionados à educação intencional,
sistematizada, institucional, envolvendo o educador e o educando em
relações de aprendizagem.
Muitos modelos de ensino que propagam a ideia de uma
SAIB
A M
AIS
Veja o que diz o professor Antônio Nóvoa (na unidade 1, p. 6-7, da disciplina Educação a Distância, as autoras já trazem para discussão os desafios da escola no mundo contemporâneo):
São muitos os desafios da Escola no mundo contemporâneo. Assinalo apenas dois [...] Em primeiro lugar, a necessidade de construir outro ‘modelo de Escola’. Continuamos fechados num modelo de Escola inventado no final do século XIX e que já não serve para enfrentar os desafios do mundo contemporâneo: escolas voltadas para dentro dos quatro muros, currículos rígidos, professores fechados no interior das salas de aula, horários escolares desajustados, organização tradicional das turmas e dos ciclos de ensino etc. Defendo, por isso, que é necessário repensar os modos de organização do trabalho escolar, desde a estrutura física das escolas até a lógica curricular das disciplinas e dos programas, desde as formas de agrupamento e de acompanhamento dos alunos até as modalidades de recrutamento e de contratação dos professores. Temos de reinventar a Escola se quisermos que ela cumpra um papel relevante nas sociedades do século XXI. Em segundo lugar, a importância de nunca renunciar ao conhecimento e à cultura. Quando se fala de ‘educação permanente’ (e, pior ainda, de ‘educação e formação ao longo da vida’), há, por vezes, uma tendência para valorizar certas competências técnicas ou instrumentais em detrimento do conhecimento, da ciência e da cultura. Fala-se do ‘aprender a aprender’, das capacidades de atualização e de procura autônoma do saber, das competências informáticas e outras. Tudo isto é verdade e deve ser tido em conta. Mas estas aprendizagens não se fazem no ‘vazio’. Por isso, não nos devemos vergar às modas instrumentais e temos de manter uma grande atenção aos conhecimentos e às disciplinas que formam os nossos alunos.
Fonte: (http://www.esepf.pt/SeE/SeE11/entrevista-pelaeducacao.pdf)
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Pedagogia inovadora estão referindo-se a um
método ou técnica de ensino. Nesta linha de
pensamento, Libâneo afirma que, acima de
qualquer discussão, a Pedagogia é um campo
científico, “um campo de conhecimento sobre
a problemática educativa na sua totalidade e
historicidade e ao mesmo tempo uma diretriz
orientadora da ação educativa” (2002, p.30).
Segundo as Diretrizes Curriculares
Nacionais para o curso de Pedagogia (2006),
em seu Artigo 2º, a graduação em Pedagogia
é um curso de formação inicial para o exercício
da docência na Educação Infantil e nos anos
iniciais do Ensino Fundamental, nos cursos de
Ensino Médio, na modalidade Normal, e em
cursos de Educação Profissional, na área de
serviços e apoio escolar, bem como em outras
áreas nas quais sejam previstos conhecimentos
pedagógicos.
Podemos afirmar que a Pedagogia é uma
reflexão teórica sobre práticas educativas que
aborda o fenômeno educativo como integrante
da realidade social, tendo por objetos de
estudo o ensinar e o aprender. Esses processos
educativos compreendem o ensinar e o aprender
situados dentro de processo histórico, cultural,
econômico e social.
A Didática é a principal área de estudo
da Pedagogia. Ela investiga os fundamentos,
condições e modos de instrução e de ensino,
sendo a responsável em converter objetivos
sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de
ensino (LIBÂNEO, 1991), e selecionar conteúdos
e métodos em função desses objetivos, tendo
em vista as capacidades cognitivas, emocionais
e sociais dos alunos. A Didática está diretamente
ligada à teoria da Organização Escolar e, de
modo muito especial, vincula-se à Teoria do
Conhecimento e às Teorias da Aprendizagem.
Estes vínculos existem porque cabe
a Didática o estudo sobre a teoria geral do
ensino, com base em seus vínculos com a
UM CONSELHO
Estude mais sobre o Conhecimento na Disciplina Teoria do Conhecimento e suas relações com a apren-dizagem e a formação de professores na socie-dade tecnológica.
LEITURA RECOMENDADA
O estudante, que ora inicia seus estudos acadê-micos para sua formação como professor(a) ou que já possua uma licenciatura, deve obrigatoria-mente conhecer a legislação específica da área.
Diretrizes para a formação do professor no site: http://portal.mec.gov.br/cne/arquivos.
Resolução CNE\CP 01\2202 – Diretrizes Curricu-lares Nacionais para a formação de professores da Educação Básica, em nível superior, curso de licenciatura, graduação de plena.
Resolução CNE\CP 01\2006 - Diretrizes Curricula-res Nacionais para o curso de graduação em Pe-
dagogia, licenciatura.
PARA CONHECER
Para refletirmos sobre a Pedagogia, faz-se neces-sário sabermos o que é o conhecimento, você já se perguntou o que é conhecimento?
Conhecimento é o Conjunto de infor-mações, conceitos e ideias que explicam uma dada realidade. Quando queremos conhecer algo como, por exemplo, o sistema solar, ad-quirimos em primeiro lugar as informações nos livros, nas aulas, na televisão, nos filmes e nas conversas; esses dados, característi-cas, impressões e opiniões são informações, não são ainda conhecimento. Após aprofun-darmos as leituras, as investigações, os es-tudos, o nosso pensamento vai associar as informações adquiridas e elucidar determina-dos conceitos, que possibilitarão a compre-ensão e explicação de uma realidade; nesta etapa de pensamento o conhecimento é pro-duzido. Isto significa que o conhecimento é o entendimento de uma realidade e permite a explicação verdadeira sobre ela; assim, o co-nhecimento auxiliará o homem a agir e trans-formar uma dada realidade. O conhecimento é produzido no ato de conhecer e o ato de conhecer é entendi-do como a relação que se estabelece entre o sujeito que conhece, ser cognoscente (o ho-mem é o animal por excelência que conhece) e o objeto que vai ser conhecido (este objeto pode ser uma ideia, uma realidade, uma dis-ciplina, um tema, um problema).
Fonte: COUTO; LARCHERT. In: Módulo EAD Biolo-gia, 2006, p. 71.
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
22 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
Pedagogia, que é a ciência da e para a educação. Ela generaliza os
processos e procedimentos obtidos na investigação das disciplinas
específicas (Matemática, Geografia, Ciências, Língua Portuguesa
etc.), das ciências que dão embasamento ao ensino e à aprendizagem
(Sociologia, Psicologia, Filosofia, Antropologia etc.) e das situações
concretas da prática docente. Assim, o campo da Didática abrange:
• o conteúdo que enfatiza a forma de se organizar o ensino;
• os cursos de formação de professor;
• a disciplina que trata dos meios, do processo e das técnicas
de ensino.
O objeto de estudo da Didática são os processos de ensino
e de aprendizagem. Centrada em uma intenção de ensinar, envolve
múltiplos aspectos: Homem; Conhecimento; Escola; Método de
Ensino; Professor; Aluno; Ensino; Aprendizagem; Avaliação da
Aprendizagem.
A seguir estudaremos as várias intenções de ensinar da
Didática e suas dimensões pedagógicas.
4 CONTEXTUALIZAÇÃO HISTÓRICA DA DIDÁTICA NO
BRASIL
O sentido etimológico da palavra Didática deriva da expressão
grega techné didaktiké, que se traduz por arte ou técnica de ensinar.
Com base neste significado, João Amós Comenius (1592-1670),
escreveu a primeira obra clássica sobre Didática, a Didáctica Magna,
no século XVII. Nesta obra, Comenius sistematiza pela primeira vez
os conteúdos da Didática, elabora uma proposta de reforma da escola
e do ensino e lança as bases para uma Pedagogia que prioriza a “arte
de ensinar”.
A proa e a popa da nossa Didática será investigar e descobrir o método segundo o qual os professores ensinem menos e os estudantes aprendam mais, nas escolas haja menos barulho, menos enfado, menos trabalho inútil, e, ao contrário, haja mais reconhecimento, mais atrativo e mais sólido progresso (COMENIUS, 1976, p.44).
A partir de Comenius, a Didática se confirma como um
conteúdo que enfatiza a forma de se organizar o ensino. Constitui –
se, nos cursos de formação de professor, como a disciplina que trata
dos meios, dos processos e das técnicas de ensino.
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4.1 Pedagogia tradicional
Do século XVII até o final do século XIX, a Didática ficou
conhecida como a Didática Tradicional. Além de Comenius, seus
maiores representantes são: Jean Jacques Rousseau (1712-1778),
Henrique Pestalozzi (1746-1827) e Johan Friedrich Herbart (1766-
1841). As ideias desses pedagogos constituem as bases do pensamento
pedagógico de toda Europa e influenciaram os outros continentes.
Suas teorias da educação originaram a Pedagogia Tradicional.
O primado da Pedagogia tradicional é a transmissão do saber.
Acredita-se que o saber acumulado pela humanidade deve ser
rigorosamente adquirido para o desenvolvimento intelectual e moral
das pessoas.
4.1.1 Elementos que compõem a didática na pedagogia
tradicional
FIGURA 1 - Pedagogia Tradicional Fonte: UAB/UESC
Vejamos como a Pedagogia Tradicional se estruturou a partir
dos elementos da didática:
• Homem – compreendido a partir dos ideais de igualdade e
liberdade pautados na política liberal.
• Conhecimento – a ciência é a única fonte de conhecimento
verdadeiro. O conhecimento enciclopédico é transmitido de
uma geração para outra.
• Escola – a instituição responsável em preparar os indivíduos
para o desempenho dos papéis sociais. Deverá educar para as
normas vigentes da sociedade através do desenvolvimento
das aptidões individuais, garantindo o preparo intelectual e
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
24 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
moral dos alunos.
• Método de ensino – instrução organizada na exposição verbal
do professor, provocando o acúmulo de conteúdos:
- 1º) apresentação da matéria nova de forma clara e
completa;
- 2º) associação entre os conteúdos antigos e os novos;
- 3º) sistematização e generalização dos conteúdos;
- 4º) aplicação de exercícios e testes.
• Professor – é o arquiteto da mente, o dono do saber,
a autoridade maior responsável pelo ensino, centro do
processo educativo.
• Aluno – receptor dos conteúdos transmitidos e do método
aplicado.
• Ensino – propedêutico, sustentado nas cátedras, organizado
basicamente pela oratória do professor e pela aula expositiva,
entendido como a “arte de ensinar” e toda ênfase está na
teoria.
• Aprendizagem – memorização de conteúdos, acúmulo de
saberes transmitidos pelo professor e repetidos nos livros.
• Avaliação da aprendizagem – individual, oral ou escrita.
Para esta educação só é possível aprender mediante uma
rigorosa disciplina. Podemos afirmar que a Pedagogia Tradicional
dominou a educação brasileira até 1930, entretanto, ao discutirmos o
ensino nas escolas brasileiras, identificamos que essa tendência ainda
persiste em algumas escolas da educação básica e nas universidades;
principalmente, no que se refere aos conteúdos isolados da realidade
social: ao ensino sem participação e reflexão crítica dos alunos e às
relações de poder hierarquizadas no interior da escola e das salas de
aula.
PARA REFLETIR
Vamos refletir um pou-co sobre a didática as-sistindo ao filme Socie-dade dos Poetas Mortos. Em seguida responda a
seguinte atividade. Atividade: Descreva as características dos el-ementos da Didática que aparecem no filme. Como são ministradas as aulas? Qual a organiza-ção espacial das salas de aulas? Como se compor-tam os professores? E os alunos? Qual o método de ensino? Qual a relação
com a família?
PARA REFLETIR
Eu nasci lá para os lados do rio passava os dias a jogar à bola mas eu não era excepção e antes que desse por issojá estava na escola O programa era elementar entre o Euclides e o Arqui-medes mas sempre que a infor-
mação dá uma volta no espaço eu quero sintonizar A escola ainda não acabou há sempre tanta matéria a estudar que eu chego mesmo a ter medo de em qualquer momento já não ter lugar para mais conhecimento
Já consigo filosofar sei uma ou duas palavras em grego enquanto o tempo deixar e a escola não se afundar vou alterando o meu ego Vou deixando as moscas pairar vou vendo se Godot já chegou e quando me dá na tola
dou um chuto na bola só para me aliviar A escola ainda não acabou há sempre tanta matéria a estudar que eu chego mesmo a ter medo de em qualquer momento já não ter lugar para mais conhecimento
MÚSICA: A Escola Composição: Jorge Palma
Agora que você fez a leitura da letra da música, destaque das estrofes os elementos que indiquem as caracterís-ticas da Escola descrita pelo compositor.
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4.2 Pedagogia Renovada
A partir da segunda metade do século XX, a Didática
entendida como experimental questiona os meios e as técnicas
que se aplicam ao ensino, e passa a se preocupar com a seguinte
questão: que método é mais adequado para a aprendizagem de um
conteúdo específico ou de determinada habilidade? Essa pergunta é
respondida pelos teóricos considerando duas teorias da Psicologia: a
Psicologia Humanista, representada por Carl Rogers, e a Psicologia
Comportamental, representada por Burrhus Frederic Skinner.
A Pedagogia, organizada a partir da Psicologia Humanista,
é conhecida, no Brasil, como A Pedagogia Renovada ou Movimento
dos Pioneiros da Escola Nova (1932), cujo principal representante
é John Dewey (1859–1952) nos Estados Unidos, que irá influenciar
significativamente as ideias de Anísio Teixeira (1900 - 1971) e de
Lauro de Oliveira Lima (1921-...), entre outros educadores no Brasil.
A Didática, sustentada na teoria rogeriana, defende a ideia
de que a aprendizagem verdadeira é aquela que nasce dos aspectos
sociais, emocionais e cognitivos do aluno. A proposta defendida pela
Psicologia Humanista de Carl Rogers (1902 - 1987), não considera
o ensino um processo de transmissão, pelo professor aos alunos,
de conteúdos prontos, nem mesmo um processo de direção da
aprendizagem. Quase sempre essa proposta prefere não falar em
ensino, mas em facilitação da aprendizagem, centra o professor na
função de estimular o aprendiz a aprender. A escola deve ajustar o
cidadão ao seu meio social, aproximando-se da vida dos alunos.
4.2.1 Elementos que compõem a didática na pedagogia
renovada
A Pedagogia Renovada ou Progressivista contrapõe a Pedagogia
Tradicional, verifique nos elementos da Didática essa contraposição:
• Homem – compreendido a partir da sua existência, individuo
único no mundo, vive e interage em um mundo dinâmico.
• Conhecimento – produto da existência e da experiência que
deverá ser compreendido e socializado.
• Escola – instituição organizadora e articuladora entre as
estruturas cognitivas do indivíduo e as estruturas do meio
ambiente.
• Método de ensino – aprender experimentando, aprender a
aprender.
• Professor – facilitador da aprendizagem e do desenvolvimento
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
26 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
humano.
• Aluno – o aprendiz é o centro do processo educativo.
• Ensino - orientação individual para o aprender fazendo,
através de experimentação, pesquisas, dinâmicas de grupo
e oficinas.
• Aprendizagem – atividade de descoberta, autoaprendizagem.
• Avaliação da aprendizagem – autoavaliação.
O ideário escolanovista pretendeu a superação da escola
tradicional e propôs mudanças no desenvolvimento integral do aluno,
sustentado pelas ideias de solidariedade e dignidade humana. O
processo da educação escolar é responsável pelo desenvolvimento
integral do indivíduo: seus conteúdos de ensino devem ser vinculados
às experiências cotidianas da criança, e o método de ensino deve ser
fundamentalmente ativo, provocando desafios cognitivos, situações
problemas e estímulos à reflexão. A relação entre professor e aluno
fundamenta–se na confiança e na disciplina interna do aluno. Esta
tendência teve grande repercussão no Brasil, principalmente na
Educação infantil, da década de trinta até nossos dias.
Vamos refletir sobre as sábias palavras do professor SAVIANI:
[...] o professor agiria como estimulador da aprendizagem cuja iniciativa principal caberia aos próprios alunos. Tal aprendizagem seria decorrência espontânea do ambiente estimulante e da relação viva que se estabeleceria entre os alunos e entre estes e o professor, para tanto, cada professor teria que trabalhar com pequenos grupos de alunos, sem o que a relação interpessoal, essência da atividade educativa, ficaria dificultada; e num ambiente estimulante, portanto, dotado de materiais didáticos ricos, biblioteca de classe, etc. (SAVIANI, 1995, p.20).
Quais as primeiras reflexões que você elabora sobre a Tendência Renovada no Brasil? Considerando
essas reflexões e o seu conhecimento sobre a realidade da educação brasileira, por que essa tendência
é pouco conhecida?
ATIVIDADE
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4.3 Pedagogia tecnicista
No Brasil, entre 1950 e 1970, ocorre o desenvolvimento
industrial e tecnológico da economia. Em 1964, sofremos o golpe
militar e passamos vinte anos sob a égide da ditadura militar, cenário
propício para o desenvolvimento do tecnicismo educacional, inspirado
nas teorias behavioristas. O behaviorismo é o conjunto de teorias
psicológicas que centra seus estudos no comportamento, cujas
unidades de análises são respostas e estímulos. O indivíduo, motivado
por estímulos planejados com rigor, responderá satisfatoriamente
aos comandos propostos. Esta abordagem atende às exigências
da sociedade capitalista, industrial e tecnológica, pois, para a sua
sobrevivência, a massa de trabalhadores precisa de objetivos
rigorosamente planejados, executados e controlados.
O behaviorismo, representado por Burrhus Frederic Skinner
(1904-1990), propõe a Tecnologia do Ensino como área da educação
que representa a ciência do aprender e a arte de ensinar. O
conhecimento organizado na Didática, a partir da teoria Skinneriana,
cria a Didática Tecnicista, cuja preocupação maior é a aplicação de
técnicas eficazes no ensino. Acredita essa abordagem que o resultado
satisfatório do ensino, a aprendizagem dos conteúdos somente
ocorrem quando a técnica de ensino for bem aplicada.
4.3.1 Elementos que compõem a didática na pedagogia
tecnicista
Para a Pedagogia Tecnicista o ensino é organizado
pelos procedimentos e técnicas necessários ao arranjo
e controle do ambiente da aprendizagem a fim de
que seja assegurada a transmissão e a recepção das
informações. Conheça os significados que são dados
aos elementos da Didática na Pedagogia Tecnicista:
• Homem - produto do meio social.
• Conhecimento - resultado da experiência
planejada, baseada nos princípios científicos.
• Escola – responsável por qualificar mão de obra
para o mercado de trabalho.
• A Escola brasileira passa por grandes mudanças
curriculares é implementada a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional - 5692/71 que
introduz os cursos técnicos e as disciplinas
técnicas no ensino.
FIGURA 2 - Pedagogia Tecnicista. Fonte: UAB/UESC
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
28 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
• Método de ensino – processo de condicionamento através do
estímulo – resposta.
• Professor – especialista de uma determinada área é um
técnico capacitado para reproduzir com os alunos as
dinâmicas aprendidas.
• Aluno – tem o papel de receber, fixar e repetir as técnicas e
seus conteúdos.
• Ensino – diretivo e instrução programada.
• Aprendizagem – fixação do programa aplicado, dos conteúdos
decorados e da repetição da técnica.
• Avaliação da aprendizagem - verificação dos resultados dos
objetivos propostos.
Essa abordagem encontra-se concretizada em uma série
de práticas pedagógicas, que vão dos audiovisuais, máquinas
de ensinar, computadores no ensino, técnicas de formulações de
objetivos e de planejamentos, validação de instrumentos de medidas
de aprendizagens de alunos, até o ensino programado e os módulos
de ensino. Os conteúdos de ensino são organizados dentro de
uma sequência lógica e são baseados em informações e princípios
científicos, apresentados pelos manuais e módulos de autoinstrução.
O centro desta tendência não é o professor nem o aluno, é a técnica
de ensino. É com essa abordagem que o ensino crítico e reflexivo é
relegado na educação brasileira.
Essa tendência define fortemente a educação brasileira a
partir da década de 30, e vai se consolidar em 70 com a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional – 5692/71. Com a LDB, toda
escola brasileira, particular e pública, organiza seu currículo para
preparar indivíduos competentes para o mercado de trabalho. Vamos
relembrar no percurso da nossa escolaridade aprendizagens pautadas
na abordagem tecnicista:
• Quem já não decorou um questionário (pergunta-resposta)
de mais ou menos 20 questões para a prova, cujas perguntas
eram do tipo: Dê o conceito, Cite, Enumere, Caracterize,
Relacione, V ou F, Marque com X, etc.?
• A escola ensinou tanto através da fixação e da repetição
que ainda hoje uma das perguntas frequentes dos alunos é:
Professor(a) o(a) senhor(a) vai passar o questionário para
a prova? Ou ainda: Professor(a) essa atividade é pra nota?
• Você sabia que muitos programas de computadores são
produzidos com base na instrução do programa behaviorista?
Os comandos são organizados para que haja a repetição da
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sequência e não ocorram erros, mas, caso aconteça o erro, é
preciso voltar para os comandos iniciais e começar de novo.
Organize uma discussão sobre a Pedagogia Tecnicista com seus colegas de Polo, e descreva
um episódio que aconteceu com você que retrata sua experiência de aprendizagem na
abordagem técnica. Afinal a escola brasileira é sustentada no modelo tecnicista!
ATIVIDADE
4.4 Pedagogia Crítica
A partir da segunda metade da década de 70, acentua-se
uma visão crítica da Didática em relação à Didática instrumental
tradicional e tecnicista. A preocupação da Didática na formação do
professor estava marcada por uma visão centrada nos métodos de
ensino, aplicação de técnicas, na organização das tarefas a serem
aplicadas etc.
Tal como outras áreas do conhecimento, a Didática também
reflete o contexto brasileiro em que ela é produzida. Depois de
1980, começam as críticas e protestos civis ao regime de dominação
autocrática sob o controle burocrático militar instalado no Brasil em
1964. É, nesse contexto, que a Didática denuncia que seus objetivos
e conteúdos dissimulam e reforçam esse contexto social e político
de ditadura através da abordagem tecnicista de educação que ela
representa.
A Didática que surge dessa discussão traz como princípio
norteador a abordagem crítica na educação; expressa conteúdos que
se articulam com a prática social dos alunos e professores, enquanto
pressupostos e finalidades da educação; propõe o tratamento não
dicotomizado entre a teoria e a prática; articula a didática teórica
com a didática da prática; e considera o ensino nas suas múltiplas
dimensões: social, afetivo, cognitivo, motor, político etc. (MARTINS,
1997).
A nova didática traz quatro núcleos básicos de discussão para
a formação do professor nos cursos de licenciatura (CANDAU, 1995),
a saber:
1. a dimensão histórica, estudo da Didática, sua natureza,
objeto e conteúdos entendidos no processo de construção
histórica;
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30 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
2. a dimensão antropológica, estudo do trabalho docente e sua
organização na sociedade;
3. a dimensão ideológica, estudo do ensino tendo em vista as
relações entre fins pedagógicos e fins sociais;
4. a dimensão epistemológica, estudo do conteúdo e da forma,
através das relações entre método de ensino, método de
aprender e método da organização da matéria.
Cada um desses núcleos de discussão é abordado considerando
os elementos que compõem o ensino: objetivo, conteúdo,
planejamento, relação professor e aluno, material escolar, avaliação
da aprendizagem.
Essa Didática crítica, contextualizada e socialmente
comprometida com a formação do professor têm seus representantes
no Brasil em Paulo Freire (1921-1997) com a Pedagogia Libertadora,
e Dermeval Saviani e com a Pedagogia Crítico - social dos conteúdos,
sustentada teoricamente pelo materialismo histórico.
4.4.1 A Didática na Pedagogia Crítica
A Pedagogia Crítica se baseia no ensino dialógico. Para Freire (2001),
é através do diálogo que se dá a verdadeira comunicação, onde os
interlocutores são ativos e iguais. A comunicação é uma relação social
igualitária, dialogal, que produz conhecimento. Verifique a partir dos
elementos da didática como acontece o ensino para esta tendência:
• Homem – cidadão e agente de transformação social.
• Conhecimento – socialmente referenciado, reflexivo e crítico.
• Escola - construtora de conhecimento crítico que busca a
transformação social.
• Método de ensino – dialético, parte da experiência do aluno
e do professor, confrontando-a com o saber sistematizado,
pautado na dialogicidade, o diálogo como produtor de
conhecimento e de emancipação do cidadão.
• Professor – mediador, orientador e agente de mudança
social.
• Aluno - aprendiz participativo e crítico.
• Ensino – organização de experiências destacando os
conhecimentos da ciência para explicá-las criticamente.
• Aprendizagem – desenvolvimento de estruturas cognitivas e
sociais para a emancipação do aluno e do professor.
• Avaliação da aprendizagem - avaliar para mudar;
autoavaliação.
ATENÇÃO
Prezado aluno, reco-mendo que investigue mais sobre essas di-mensões, discuta com seus colegas e solicite aos tutores mais es-clarecimentos, pois esse conhecimento é de fun-damental importância para a sua formação de pedagogo(a) e rep-resenta as discussões do momento atual da Didática.
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nida
de
Reflitam que, na formação do professor, a Didática não está
sozinha, pois, mesmo com esse rico debate no campo da Didática
sobre o método mais eficaz para o ensino, a ocorrência continuada de
problemas e fracassos escolares não solucionados satisfatoriamente
é permanente. Cabe à Didática, juntamente com as Políticas Públicas
para a Educação, o Currículo, a Formação do Professor, o Financiamento
da Educação etc., tornarem efetivo o processo educativo, dando ao
ensino as finalidades e meios da sua realização, conforme opções que
se façam quanto ao tipo de cidadão que se quer formar, e ao tipo de
sociedade a que se aspira.
PARA REFLETIR
Visite o site: http://www.aol.com.br/profes-sor/ e reflitam sobre a frase: “O ser humano deve ser o sujeito de sua própria educação e não objeto dela”.
ATIVIDADE
1. Durante seus estudos, construa um paralelo entre diretrizes curriculares para o curso
de Pedagogia e os objetivos da didática.
2. Leia novamente o subtítulo 3, e verifique que o enunciado trata da Pedagogia e da
Didática como conhecimento científico e pedagógico. Vamos discutir e refletir sobre
essa questão: por que a Pedagogia e a Didática são apresentadas como conhecimento
científico e pedagógico?
3. Pesquise qual a diferença entre informação e conhecimento, organize um grupo de
discussão entre os colegas do seu Polo e estabeleça o debate: qual tem sido a prática
escolar em relação ao conhecimento? A escola tem se organizado para efetivar o
processo e a produção do conhecimento ou tem possibilitado somente a aquisição de
informações? Argumente a sua resposta.
4. Pesquise sobre a vida e as obras dos teóricos que influenciaram a educação brasileira.
Dê destaque para Comenius, Carl Rogers , Skinner e Paulo Freire.
5. De quem é essa frase: O ser humano deve ser o sujeito de sua própria educação e não
objeto dela.
LEITURA RECOMENDADA
Além das leituras das referências bibliográficas:História da Didática - www.crmariocovas.sp.gov.br/amb_a.php?+020
MIZUKAMI, Maria da Graça N. Ensino: abordagens do processo. São Paulo: E. P. U., 1986.HARPER, B., CECCON, C, OLIVEIRA, M. D. e Oliveira R. D. Cuidado escola! Desigualdades,
domesticação e algumas saídas. São Paulo: Editora Brasiliense, 1980.
DIDÁTICA E TECNOLOGIA I
32 Módulo 2 I Volume 5 EAD
A educação no contexto da sociedade contemporânea e o papel da Didática
RESUMINDO
Nesta unidade os conceitos centrais que devem ser compreendidos para se
entender os próximos conteúdos da disciplina Didática são:
Educação - processo dinâmico que tem como princípio orientar e nutrir o ser
humano, promovendo o desenvolvimento de potencialidades, que possibilitem
a descoberta, a criatividade, habilidades e competência para conhecer, fazer,
estar com e ser.
Pedagogia - campo de conhecimento que investiga a natureza da educação em
uma determinada sociedade, e considera os diferentes processos educativos
que são oriundos de diferentes grupos sociais, étnico-raciais, culturais etc.
Escola – instituição responsável pelo sistema de instrução e ensino de uma dada
realidade. Responsável por organizar o conhecimento popular e o científico,
transformando-os em conhecimento escolares em vista da sua democratização.
Didática – estuda os fundamentos do ensino considerando as condições concretas
dos meios e multimeios necessários aos processos de ensino e aprendizagem,
que movam o tripé saber, ser e fazer na formação do professor.
RE
FE
RÊ
NC
IAS
CANDAU, Vera M. A Didática em questão. Petrópolis: Vozes, 1995.
COUTO, Maria Elizabete Souza; LARCHERT, Jeanes Martins. In: Módulo EAD Biologia, Editora Universidade de Brasília, 2007, p. 71.
DELORS, Jacques (Org.). Educação a descobrir. Relatório para a UNESCO da Comissão Internacional sobre a Educação para o século XXI. Tradução de José Carlos Eufrázio. São Paulo: Cortez, 1996.
FREIRE, P. Educação e Mudança. 24. ed. Rio de Janeiro: Editora Paz e Terra, 2001. GRINSPUN, Mírian; ZIPPIN, P. S. (Org.). Educação Tecnológica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 2001.
GHIRALDELLI Jr, Paulo. O que é Pedagogia. São Paulo: Brasiliense, 1991.
MARTINS, Pura L. O. Didática Teórica e Didática prática. Para além do confronto. São Paulo: Edições Loyola, 1997.
MORIN, Edgar. Os setes saberes necessários à educação do futuro. Tradução de Catarina Eleonora F.; Jeanne Sawaya. São Paulo: Cortez; Brasília-DF: UNESCO, 1999.
LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1991.
SAVIANI, Demerval. Pedagogia histórico-crítica. Primeiras aproximações. Campinas: Autores Associados, 2000.
SAVIANI, Demerval. Escola e Democracia. Campinas: Autores Associados, 1995.
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nida
de
Suas anotações
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