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SUMA TEOLÓGICA, I-II (Os atos humanos, sua natureza, estrutura e dinamismo). Identifique e sintetize as soluções apresentadas por Tomás de Aquino ao problema: A eleição é ato da vontade ou da razão? São Tomás de Aquino considera a eleição um ato da vontade e não da razão. Para defender seu ponto de vista, ele argumenta que nos atos da alma, o ato que é essencialmente de uma potência ou hábito recebe a forma e a especificação de potência ou de hábito superior por ordenar o ato inferior. Ele exemplifica que se algum ato da Fortaleza é realizado pelo amor de Deus, ele é materialmente da Fortaleza, mas formalmente, da caridade. Defende que a razão precede de alguma forma a vontade e ordena o ato desta, uma vez que a vontade tende para seu objeto seguindo a ordem da razão. Desta forma, o ato pelo qual a vontade tende para o que lhe é proposto como bem, materialmente é da vontade, formalmente, da razão, visto que é ordenado para o fim pela razão. Em tal caso, a substância do ato refere-se materialmente à ordem que lhe é imposta pela potência superior. A eleição é substancialmente ato da vontade, não da razão, pois a eleição termina no movimento da alma para o bem que escolheu. Resumindo, a razão recebe a especificação de potência superior por ordenar o ato inferior, a vontade. A substância do ato refere-se materialmente à vontade e a eleição é ato desta por se encerrar no momento da escolha. Tomás de Aquino, retifica ainda, o pensamento dos estudiosos que não compartilham o seu ponto de vista, dizendo

A eleição

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A eleição

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Page 1: A eleição

SUMA TEOLÓGICA, I-II (Os atos humanos, sua natureza, estrutura e dinamismo).

Identifique e sintetize as soluções apresentadas por Tomás de Aquino ao problema: A

eleição é ato da vontade ou da razão?

São Tomás de Aquino considera a eleição um ato da vontade e não da razão. Para

defender seu ponto de vista, ele argumenta que nos atos da alma, o ato que é

essencialmente de uma potência ou hábito recebe a forma e a especificação de potência ou

de hábito superior por ordenar o ato inferior. Ele exemplifica que se algum ato da Fortaleza

é realizado pelo amor de Deus, ele é materialmente da Fortaleza, mas formalmente, da

caridade. Defende que a razão precede de alguma forma a vontade e ordena o ato desta,

uma vez que a vontade tende para seu objeto seguindo a ordem da razão. Desta forma, o

ato pelo qual a vontade tende para o que lhe é proposto como bem, materialmente é da

vontade, formalmente, da razão, visto que é ordenado para o fim pela razão. Em tal caso, a

substância do ato refere-se materialmente à ordem que lhe é imposta pela potência

superior. A eleição é substancialmente ato da vontade, não da razão, pois a eleição termina

no movimento da alma para o bem que escolheu.

Resumindo, a razão recebe a especificação de potência superior por ordenar o ato

inferior, a vontade. A substância do ato refere-se materialmente à vontade e a eleição é ato

desta por se encerrar no momento da escolha.

Tomás de Aquino, retifica ainda, o pensamento dos estudiosos que não

compartilham o seu ponto de vista, dizendo que a eleição implica comparação precedente,

mas que não se constitui nessa comparação. Que a conclusão do silogismo, a qual se chega

nas coisas práticas, é resultado da eleição e que a ignorância é também dita da eleição,

porque se ignora o que se deve escolher.

Um bom exemplo seria, as eleições municipais, onde os munícipes escolhem seus

representates, muitas vezes não por capacidade representativa, e sim por troca de favores

pessoais, e acabam por sofrer as consequências de uma escolha inpensada.