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A ERA DOS EXTREMOS O Breve século XX 1914-1991

A Era Dos Extremos

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SOCIEDADE CONTEMPORANEDADR

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A ERA DOS EXTREMOSO Breve século XX

1914-1991

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O BREVE SÉCULO XX?

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A definição de breve século xx citada no livro pelo autor é devido ao fato de que o período histórico de grande importância desse século aconteceu entre 1914 a 1991.

O breve século XX é o período da luta entre o capitalismo e o seu maior “inimigo”: o comunismo

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INICIO: 1914

Colapso do capitalismo liberal

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FINAL: 1991

Fim do mundo soviético

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A ERA DA GUERRA TOTAL

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A Primeira Guerra Mundial envolveu todas as grandes potências, e na verdade todos os Estados europeus, com exceção da Espanha, os Países Baixos, os três países da Escandinávia e a Suíça.

Ela começou como uma guerra essencialmente europeia, entre a tríplice aliança de França, Grã-Bretanha e Rússia, de um lado, e as chamadas Potências Centrais, Alemanha e Áustria-Hungria, do outro, com a Sérvia e a Bélgica sendo imediatamente arrastadas para um dos lados devido ao ataque austríaco.

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Por que, então, a Primeira Guerra Mundial foi travada pelas principais potências dos dois lados como um tudo ou nada, ou seja, como uma guerra que só podia ser vencida por inteiro ou perdida por inteiro?

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O motivo era que essa guerra, ao contrário das anteriores, tipicamente travadas em torno de objetivos específicos e limitados, travava-se por metas ilimitadas. Na Era dos Impérios a política e a economia se haviam fundido. A rivalidade política internacional se modelava no crescimento e competição econômicos, mas o traço característico disso era precisamente não ter limites.

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O acordo de paz imposto pelas grandes potências vitoriosas sobreviventes (EUA, Grã-Bretanha, França, Itália) e em geral, embora imprecisamente, conhecido como Tratado de Versalhes, era dominado por algumas considerações.

A mais imediata era o colapso de tantos regimes na Europa e o surgimento na Rússia de um regime bolchevique revolucionário alternativo, dedicado à subversão universal, um ímã para forças revolucionárias de todas as partes. Segundo, havia a necessidade de controlar a Alemanha, que afinal quase tinha derrotado sozinha toda a coalizão aliada. Por motivos óbvios, esse era, e continuou sendo desde então, o maior interesse da França.

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MAS O QUÊ OU QUEM CAUSOU A 2º GUERRA MUNDIAL?

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ADOLF HITLER

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Hitler, sem dúvida desejava a guerra ativamente, nenhum dos agressores queria a guerra que tiveram, quando a tiveram, e contra pelo menos alguns dos inimigos com os quais se viram lutando.

Muito mais significativo foi o fato de que o triunfo de Hitler na Europa deixou um vácuo imperial parcial no Sudeste Asiático, no qual o Japão então entrou, afirmando um protetorado sobre as desamparadas relíquias dos franceses na Indochina.

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A Segunda Guerra Mundial na verdade trouxe soluções, pelo menos por décadas. Os impressionantes problemas sociais e econômicos do capitalismo na Era da Catástrofe aparentemente sumiram. A economia do mundo ocidental entrou em sua Era de Ouro; a democracia política ocidental, apoiada por uma extraordinária melhora na vida material, ficou estável; baniu-se a guerra para o Terceiro Mundo. Ao contrário da Grande Guerra, os ex-inimigos Alemanha e Japão se reintegraram na economia mundial (ocidental), e os novos inimigos os EUA e a URSS jamais foram realmente às vias de fato.

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A REVOLUÇÃO MUNDIAL

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A Revolução Russa, ou mais precisamente a Revolução Bolchevique de outubro de 1917, tornou-se tão fundamental para a história deste século quanto a Revolução Francesa de 1789 para o século XIX.

Ela produziu de longe o mais formidável movimento revolucionário organizado na história moderna.

A Revolução de Outubro foi feita não para proporcionar liberdade e socialismo à Rússia, mas para trazer a revolução do proletariado mundial

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A reivindicação básica dos pobres da cidade era pão, e a dos operários entre eles, melhores salários e menos horas de trabalho.

A reivindicação básica dos 80% de russos que viviam da agricultura era, como sempre, terra. Todos concordavam que queriam o fim da guerra.

O slogan "Pão, Paz, Terra" conquistou logo crescente apoio para os que o propagavam, em especial os bolcheviques de Lenin

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Quando homens de negócios e administradores tentaram restabelecer a disciplina de trabalho, não fizeram mais que radicalizar os trabalhadores.

Quando o Governo Provisório insistiu em lançar o exército na ofensiva militar em junho de 1917, o exército estava farto, e os soldados camponeses voltaram para suas aldeias a fim de tomar parte na divisão de terra com os parentes.

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Quando os bolcheviques até então um partido de operários se viram em maioria nas principais cidades russas, depressa ganharam terreno no exército, a existência do Governo Provisório tornou-se cada vez irreal.

O Governo Provisório, sem mais ninguém para defendê-lo, simplesmente se esfumou.

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Em fins de 1920, os bolcheviques haviam vencido. A Revolução sobreviveu. E o fez por três grandes razões:

primeiro, possuía um instrumento de poder único, praticamente construtor de Estado, no centralizado e disciplinado Partido Comunista de 600 mil membros.

Segundo, era, de forma evidente, o único governo capaz de manter a Rússia integral como Estado e a opção em 1917-18 não era entre uma Rússia liberal-democrática ou não liberal, mas entre a Rússia e a desintegração, que havia sido o destino de outros impérios arcaicos e derrotados

A terceira razão era que a Revolução permitira ao campesinato tomar a terra.

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ÍCONES DA REVOLUÇÃO

Marx Lenin

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A Revolução de Outubro foi universalmente reconhecida como um acontecimento que abalou o mundo

Lenin e os bolcheviques queriam um corpo de ativistas absolutamente comprometidos e disciplinados, uma espécie de força de ataque global para a conquista revolucionária

Os partidos não dispostos a adotar a estrutura leninista eram barrados ou expulsos da nova Internacional

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Em suma, a história do Breve Século 20 não pode ser entendida sem a Revolução Russa e seus efeitos diretos e indiretos. Não menos porque se revelou a salvadora do capitalismo liberal, tanto possibilitando ao Ocidente ganhar a Segunda Guerra Mundial contra a Alemanha de Hitler quanto fornecendo o incentivo para o capitalismo se reformar, e também - paradoxalmente - graças a aparente imunidade da União Soviética à Grande Depressão, o incentivo a abandonar a crença na ortodoxia do livre mercado. Como veremos no próximo capítulo.

 

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A QUEDA DO LIBERALISMO

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De todos os fatos da Era da Catástrofe, os sobreviventes do século 19 ficaram talvez mais chocados com o colapso dos valores e instituições da civilização liberal cujo progresso seu século tivera como certo, pelo menos nas partes "avançadas" e "em avanço" do mundo.

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AS ARTES 1914-45

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Na verdade, as únicas inovações formais depois de 1914 no mundo da vanguarda "estabelecida" parecem ter sido duas: o dadaísmo, que se transformou ou antecipou o surrealismo na metade ocidental da Europa, e o construtivismo soviético na oriental.

Três coisas se podem observar sobre essa revolução na era dos cataclismos: a vanguarda se tornou, por assim dizer, parte da cultura estabelecida; foi pelo menos em parte absorvida pela vida cotidiana; e — talvez acima de tudo — tornou-se dramaticamente politizada, talvez mais que as grandes artes em qualquer período desde a Era das Revoluções.

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O impacto da vanguarda no cinema comercial já sugere que o "modernismo" começava a deixar sua marca na vida diária.

Como a influência de Lenin trouxe o marxismo de volta ao mundo ocidental, também assegurou a conversão das vanguardas ao que os nacional-socialistas, não incorretamente, chamavam de "bolchevismo cultural" (Kulturboischewismus). O dadaísmo era a favor da revolução. Seu sucessor, o surrealismo, só tinha problemas para decidir que tipo de revolução, a maioria da seita preferindo Trotski a Stalin.

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As forças que dominaram as artes populares foram assim basicamente tecnológicas e industriais: imprensa, câmera, cinema, disco e rádio. Contudo, desde o fim do século XIX uma verdadeira fonte de inovação criativa autônoma vinha se acumulando nos setores populares e de diversão de algumas grandes cidades.

 

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O FIM DOS IMPÉRIOS

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Durante o século XIX, alguns países — sobretudo aqueles às margens do Atlântico Norte — conquistaram o resto do globo não europeu com ridícula facilidade. Onde não se deram ao trabalho de ocupar e dominar, os países do Ocidente estabeleceram uma superioridade ainda mais incontestável com seu sistema econômico e social, sua organização e tecnologia.

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O capitalismo e a sociedade burguesa transformaram e dominaram o mundo, e ofereceram o modelo para os que não queriam ser devorados ou deixados para trás pela máquina mortífera da história.

Depois de 1917, o comunismo soviético ofereceu um modelo alternativo, mas essencialmente do mesmo tipo, exceto por dispensar a empresa privada e as instituições liberais.

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A história do século XX do mundo não ocidental, ou mais exatamente não norte-ocidental, é portanto determinada por suas relações com os países que se estabeleceram no século XIX como os senhores da espécie humana.

A Primeira Guerra Mundial foi o primeiro conjunto de acontecimentos que abalou seriamente a estrutura do colonialismo mundial, além de destruir dois impérios (o alemão e o otomano, cujas antigas possessões foram divididas entre os britânicos e os franceses), e derrubar temporariamente um terceiro, a Rússia (que recuperou suas dependências asiáticas dentro de poucos anos).

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O impacto da Revolução de Outubro e o colapso geral de velhos regimes, seguidos pela independência irlandesa de facto para os 26 condados do Sul (1921), fizeram pela primeira vez os impérios parecerem mortais.

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GUERRA FRIAINÍCIO: 12 DE MARÇOS DE 1947

 

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A guerra fria foi um conflito ideológico entre o socialismo e o capitalismo, o Bloco Socialista era liderado pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas, enquanto o Bloco Capitalista era liderado pelos Estados Unidos da América.

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MACARTHISMO

Foi uma ofensiva anticomunismo dentro do território Norte Americano, foi uma violenta perseguição contra as pessoas suspeitas de serem comunistas, esta campanha foi criada no fim da década de 40 e durou até meados do fim da década de 50, ela foi criada pelo Senador ultra conservador Joseph McrCarthy.

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PLANO MARSHALL

O Plano Marshall foi uma ajuda financeira aos países da Europa Ocidental que saíram da Segunda Guerra Mundial com suas economias totalmente destruídas, porém em troca o país que recebesse esta ajuda, deveria tomar medidas para conter movimentos de esquerda em seu território, este plano foi elaborado pelo Coronal Keller Marshall em julho de 1947

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ALIANÇAS MILITARES

O momento mais tenso da guerra fria foi a formação de alianças militares, a primeira delas surgiu em 1949, em consequência a Doutrina de Truman os Países da Europa Ocidental, Canadá e Estados Unidos, formaram a Organização do Atlântico Norte, conhecida como OTAN, o objetivo era de segurar a defesa militar contra a ameaça da União Soviética, porém em 1955, em resposta a criação da OTAN, a União Soviética e os Países da Europa Oriental fizeram também uma aliança, o Pacto de Varsóvia, também conhecida como Cortina de Ferro.

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O MURO DE BERLIM

Após a Segunda Guerra Mundial, a Alemanha e sua capital, a cidade de Berlim, foram divididas em zona de ocupação, Norte Americana, Britânica, Francesa e Soviética, porém quatro anos depois os países ocupantes, dividiram o território alemão em 2 países, na parte Ocidental formou-se a República Federal da Alemanha, no lado soviético formou-se a República Democrática Alemã, e com a intensa migração de alemães Ocidentais para o lado vizinho, forçou o governo da República democrática Alemã a construir o famoso Muro de Berlim em 1961, este muro dividiu a cidade de Berlim em duas partes, a Berlim Ocidental controlada pela República Federal da Alemanha, e a Berlim Oriental controlada pela República Democrática Alemã.

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FIM DA GUERRA FRIA

1989 com a queda do muro, mas oficializada em 1991 com a renúncia de Gorbachev

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OS ANOS DOURADOS

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OS ANOS DOURADOS

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OS ANOS DOURADOS

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Durante os anos 50 passou a se viver os "Anos Dourados" especialmete se suas lembranças alcançavam os anos anteriores á Segunda Guerra Mundial.

Nós primeiro anos aós guerra a prioridade de países europeu e o Japão era se recuperar da guerra devastadora. Nos Estados não comunistas a recuperaçaõ também significava deixar o medor de revoluçao social e avança comunista herança de guerra e da resistência.

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E evidente que a Era de Ouro pertenceu essencialmente entre aos países capitalista represntando cerca de três quarto da produção do mundo e mas de 80% de sua exportação manufaturadas.

A Era de Ouro foi um fenômeno mundial embora a riqueza geral jamais chegaram á vista de países cuja a pobreza e atrasos os especialistas da ONU tentava encontra eufemismo diplomaticos. As décadas de 70 e 80 mais uma vez se familiarizaram com a fome à medida que a população se multiplicava a expectativa de vida aumentaram de sete anos até dezessete anos, se comparam ao fim da década de 30.

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A Era de Ouro acabou como os boons anteriores num colapso de imoveis e bancos, centro das cidades, grande e pequenas foram posta abaixo e incorparada por todo mundo e incidentalmente destruindo catedrais medievais em cidades com Worcester na Grã-Bretanha ou capitais coloniais espanhola como Lima no Peru.

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A REVOLUÇÃO SOCIAL1945-90

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O mundo, ou seus aspectos relevantes, tornou-se pós-industrial, pós-imperial, pós-moderno, pós-estruturalista, pós-marxista, pós-Gutenberg, qualquer coisa. Como os funerais, esses prefixos tomaram conhecimento oficial da morte sem implicar qualquer con senso, ou na verdade certeza, sobre a natureza da vida após a morte. Assim a transformação mais sensacional, rápida e universal na história humana entrou na consciência das mentes pensadoras que a viveram.

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A mudança social mais impressionante e de mais longo alcance da segun da metade deste século, e que nos isola para sempre do mundo passado, é a morte do campesinato. Pois desde a era neolítica a maioria dos seres huma nos vivia da terra e seu gado ou recorria ao mar para a pesca.

Só três regiões do globo permaneceram essencialmente dominadas por aldeias e campos: a África subsaariana, o sul e o sudeste da Ásia continental e a China.

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Ao contrário das populações do campo e universitárias, as classes operá rias industriais não sofreram terremotos demográficos até que, na década de 1980, começaram a declinar muito visivelmente. Isso é surpreendente, consi derando-se o quanto se falava, mesmo da década de 1950 em diante, numa "sociedade pós-industrial"; considerando-se como foram revolucionárias, de fato, as transformações técnicas da produção, a maioria das quais economizou, afastou ou eliminou a mão-de-obra humana; e considerando-se como os parti dos e movimentos baseados na classe operária entraram obviamente em crise após 1970 ou por volta dessa data

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Claro, as classes operárias acabaram — e de maneira muito clara após a década de 1990 — tornando-se vítimas das novas tecnologias; sobretudo os homens e mulheres não qualificados das linhas de produção em massa, que po diam ser mais facilmente substituídos por maquinário automatizado. As crises econômicas do início da década de 1980 recriaram o desemprego em massa pela primeira vez em quarenta anos, pelo menos na Europa.

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Uma grande mudança que afetou a classe operária, e também a maioria de outros setores das sociedades desenvolvidas, foi o papel impressionante mente maior nela desempenhado pelas mulheres; e sobretudo — fenômeno novo e revolucionário — as mulheres casadas. A mudança foi de fato sensa cional. Em 1940, as mulheres casadas que viviam com os maridos e trabalha vam por salário somavam menos de 14% do total da população feminina dos EUA. Em 1980, eram mais da metade: a porcentagem quase duplicou entre 1950 e 1970.

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REVOLUÇÃO CULTURAL

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A melhor abordagem dessa revolução cultural é portanto através da famí lia e da casa, isto é, através da estrutura de relações entre os sexos e gerações.

A crise da família estava relacionada com mudanças bastante dramáticas nos padrões públicos que governam a conduta sexual, a parceria e a procria ção. Eram tanto oficiais quanto não oficiais, e a grande mudança em ambas está datada, coincidindo com as décadas de 1960 e 1970.

O meio burguês esperava que seus rapazes — diferentemente das moças — passassem por um período de turbu lência e "cabeçadas", antes de "assentar-se". A novidade da nova cultura juve nil era tripla.

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Primeiro, a "juventude" era vista não como um estágio preparatório para a vida adulta, mas, em certo sentido, como o estágio final do pleno desenvolvi mento humano.

A segunda novidade da cultura juvenil provém da primeira: ela era ou tornou-se dominante nas “economias de mercado desenvolvidas”, em parte porque representava agora uma massa concentrada de poder de compra, em parte porque cada nova geração de adultos fora socializada como integrante de uma cultura juvenil autoconsciente, e trazia marcas dessa experiência, e não menos porque a espantosa rapidez da mudança tecnológica na verdade dava à juventude uma vantagem mensurável sobre grupos etários mais conservadores, ou pelo menos inadaptáveis.

A terceira peculiaridade da cultura jovem nas sociedades urbanas foi seu espantoso internacionalismo. O blue jeans e o rock se tornaram marcas da juventude “moderna”, das minorias destinadas a tornar-se maiorias.

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A cultura jovem tornou-se a matriz da revolução cultural no sentido mais amplo de uma revolução nos modos e costumes, nos meios de gozar o lazer e nas artes comerciais, que formavam cada vez mais a atmosfera respirada por homens e mulheres urbanos.

A revolução cultural de fins do século XX pode assim ser mais bem enten dida como o triunfo do indivíduo sobre a sociedade, ou melhor, o rompimento dos fios que antes ligavam os seres humanos em texturas sociais. Pois essas texturas consistiam não apenas nas relações de fato entre seres humanos e suas formas de organização, mas também nos modelos gerais dessas relações e os padrões esperados de comportamento das pessoas umas com as outras; seus papéis eram prescritos, embora nem sempre escritos.

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AS DÉCADAS DE CRISE 

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A história dos vinte anos após 1973 é a de um mundo que perdeu suas referências e resvalou para a instabilidade e a crise. A natureza global da crise não foi reconhecida e muito menos admitida nas regiões não comunistas desenvolvidas. Só no início da década de 1990 encontramos o reconhecimento — como, por exemplo, na Finlândia — de que os problemas econômicos do presente eram de fato piores que os da década de 1930.

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Os problemas que tinham dominado a crítica ao capitalismo antes da guerra, e que a Era de Ouro em grande parte eliminara durante uma geração — "pobreza, desemprego em massa, miséria, instabilidade" —, reapareceram depois de 1973.

As Décadas de Crise foram a era em que os Estados nacionais perderam seus poderes econômicos.

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O que tornava os problemas econômicos das Décadas de Crise extraordinariamente perturbadores, e socialmente subversivos, era que as flutuações conjecturais coincidiam com convulsões estruturais

A melhor maneira de ilustrar tais consequências é através do trabalho e do desemprego. A tendência geral da industrialização foi substituir a capacidade humana pela capacidade das máquinas o trabalho humano por forças mecânicas, jogando com isso pessoas para fora dos empregos.

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Sobre a vasta área do Terceiro Mundo dificilmente será possível fazer generalizações. As Décadas de Crise,afetaram as regiões de maneiras bastante diferentes. Só uma generalização era bastante segura: desde 1970, quase todos os países dessa região haviam mergulhado profundamente em dívida. Em 1990, iam dos três gigantes da dívida internacional (60 bilhões a 110 bilhões de dólares) — Brasil, México e Argentina —, passando pelos outros 28 que deviam mais de 10 bilhões cada, até as arraias-miúdas que deviam 1 ou 2 bilhões.

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FIM DO SOCIALISMO

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MORRE A VANGUARDAAS ARTES APÓS 1950

  

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A revolução tecnológica, principalmente no que diz respeito ao radio e a televisão fez com que as artes se tornassem mais presente. Com a disseminação dos computadores domésticos mudou-se também a forma como as eram percebidas.

Destaca-se a arquitetura com grande contribuição de nomes como: Le Corbusier (1887-1965) construiu toda uma capital na Índia (Chandigarh); Oscar Niemeyer (1907-), grande parte de outra no Brasil (Brasília);

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A china comunista foi dominada pela repressão, o regime de Mao Tsé-tung atingiu seu climax em campanha contra a cultura, a educação, e a inteligencia sem paralelos na historia do seculo XX.

Em termos gerais, o fato decisivo da cultura do século XX, foi o surgimento de uma revolucionária indústria de diversão popular voltada para o mercado de massa, reduzindo as formas tradicionais de grande arte a guetos de elite. O declinio dos generos classicos se deu devido a atratividade das novas formas de se expressar.

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RUMO AO MILÉNIO

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