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FA.RS - Fundação dos Administradores do Rio Grande do Sul TCC - Trabalho de Conclusão de Curso – MBA GPEN11 - Ago/2007 – Dez/2008 A ESCOLA DA VISÃO uma escola de investimento baseada na visão de futuro Aluno: Rogério Figurelli Gomes Orientador: Prof. Paulo Ricardo Silva Ferreira

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FA.RS - Fundação dos Administradores do Rio Grande do Sul

TCC - Trabalho de Conclusão de Curso – MBA

GPEN11 - Ago/2007 – Dez/2008

A ESCOLA DA VISÃO uma escola de investimento baseada na visão de futuro

Aluno:

Rogério Figurelli Gomes

Orientador:

Prof. Paulo Ricardo Silva Ferreira

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“A sorte favorece a mente bem preparada”

Louis Pasteur

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Sumário

Proposta de Trabalho .................................................................................................................... 4

Introdução ..................................................................................................................................... 6

O desconhecido ......................................................................................................................... 7

A descoberta ............................................................................................................................. 7

Metodologia .............................................................................................................................. 7

Escolas atuais .............................................................................................................................. 10

A Escola Fundamentalista ....................................................................................................... 10

A Escola Técnica ...................................................................................................................... 12

A Escola Híbrida ....................................................................................................................... 13

A Escola da Visão ......................................................................................................................... 14

Regras de ouro da Escola da Visão .......................................................................................... 14

A importância da descoberta .................................................................................................. 15

A importância da detecção dos sintomas ............................................................................... 15

Transformando a visão em ação de investimento .................................................................. 16

A construção dos cenários ...................................................................................................... 17

A construção da estratégia...................................................................................................... 18

Estratégias de curto, médio e longo prazo ............................................................................. 18

Trocando a simulação do passado pela simulação do presente ............................................. 19

Os ciclos do futuro................................................................................................................... 19

Exemplo Real ............................................................................................................................... 20

Etapa 1: A visão ....................................................................................................................... 20

Etapa 2: O cenário ................................................................................................................... 20

Etapa 3: A estratégia ............................................................................................................... 21

Etapa 4: Executando os trades ................................................................................................ 21

Análise dos resultados............................................................................................................. 24

Perpectivas futuras ................................................................................................................. 25

Conclusão .................................................................................................................................... 26

O investidor no comando ....................................................................................................... 26

Referências .................................................................................................................................. 27

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Proposta de Trabalho

Título: A Escola da Visão

a.Introdução

Diante dos novos cenários mundiais, e mais recentemente da grande crise

financeira moderna, a partir da bolha hipotecária americana, torna-se cada vez mais

necessário o estudo de novas escolas e novas estratégias de investimento que

preservem e maximizem o lucro das empresas e dos investidores no futuro.

b.Caracterização da empresa e seu ambiente

Serão descritos possíveis cenários das empresas no futuro , de acordo com os

estágios de evolução da tecnologia no futuro e influências nas estratégias

empresariais, e que impactam na necessidade de criação de novas escolas de

investimentos, que busquem maior segurança para os investidores e acionistas.

c.Situação problema

O trabalho procura responder uma pergunta chave, que representa uma

situação problema.

Segundo Nassim Taleb [1], enfrentamos constantemente a lógica do Cisne

Negro: como podemos saber o futuro, dado o conhecimento que temos do passado?

Ou, de maneira mais geral, como podemos descobrir propriedades do desconhecido

(infinito) baseado no conhecido (finito)?

A realidade é que as escolas atuais de investimento centram suas análises em

fatos do passado ou do presente, o que leva ao questionamento.

Não deveríamos concentrar, no mínimo, o mesmo esforço para analisar

cenários do futuro?

Essa é a motivação principal desse trabalho e o foco de estudo da Escola da

Visão que será apresentada.

d.Objetivos

As escolas de investimento atuais representam um grande avanço do homem

na busca de geração e maximização do lucro, porém uma série de críticas existem pelo

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fato de as escolas atuais serem baseadas muito mais em informações do passado e de

um mercado eficiente e cíclico.

O objetivo desse trabalhor é analisar as escolas atuais e propor uma nova

escola de investimento, organizando conceitos e técnicas similares existentes nas

áreas estratégicas, área de inteligência competitiva e sistemas de prospecção de

cenários das empresas.

e.Relevância do estudo

Investigar o tema é importante para preparar profissionais, gestores e

desenvolvedores para o desafio de analisar, entender e criar estratégias que permitam

prospectar o futuro com cada vez mais precisão, contribuindo para a construção de

ferramentas e evolução das empresas.

f.Revisão da literatura

Livros e artigos referentes ao estudo.

g.Metodologia

Para embasamento do estudo, será apresentado um case real de

adoção de estratégia utilizando a escola da visão Apresenta-se um exemplo real

de utilização da Escola da Visão, baseado no conceito de utilização de play

money.

A metodologia de investimento dos exemplo utiliza variáveis reais,

exceto o valor aplicado, que é fictício, ou seja, na prática não será realizado

prejuízo ou lucro, embora, caso tivesse sido investido dinheiro real, isso teria de

fato acontecido (play money).

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Introdução

Prever o futuro tem sido um desafio para a humanidade, pelos mais

diversos motivos: dinheiro, segurança, orgulho, lazer, etc.

A busca do lucro levou o homem a procurar formas de prever o futuro

das empresas e dos mercados.

Apesar de essa procura ser discutida por muitos teóricos e filósofos

como algo utópico, é inegável que, no mínimo, é preciso gerenciar o

desconhecido.

E o futuro talvez seja o maior de todos desconhecidos.

Não pode ser subestimado por mais previsível e evidente que seja

qualquer tendência.

Tendências essas que para alguns sequer existem, pois pelo seu ponto

de vista, o futuro segue um comportamento randômico (random walk).

Um contraste para quem considera que o futuro é cíclico e previsível.

As escolas existententes atualmente, fundamentalista e técnica, sob

nosso ponto de vista, pouco ajudam a gerenciar o desconhecido, pois o

desconhecido quase sempre é uma variável nova e independente do passado.

Propõe-se, através desse trabalho, buscar uma nova escola que seja

compatível com vários modelos de pensamentos relacionados à visão

estratégica e essencialmente com a visão de futuro.

Uma escola de investimento com foco em visão, ou seja, a Escola da

Visão.

Apesar de a Escola da Visão ser um contraponto à Escola

Fundamentalista e Técnica, muitos conhecimentos já adquiridos nos estudos

dessas escolas podem ser relevantes para a Escola da Visão, desde que não se

perca o foco de duas variáveis fundamentais: o desconhecido e a descoberta.

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O desconhecido

O desconhecido é tudo aquilo que a grande maioria dos

investidores não está conseguindo visualizar, porém é uma

verdade que se aproxima e em breve se tornará realidade.

A descoberta

A descoberta é conhecer o desconhecido.

Nesse novo paradigma, o passado serve apenas como aprendizado e

referência, mas o foco está na visão de futuro do investidor, que é o motor

propulsor da escola que será apresentada.

Acredita-se que esse caminho possa levar-nos a compreender porque

alguns investidores conseguem ter mais sucesso que outros, e de forma

repetiva, atuando como grandes oráculos do mercado, e talvez desvendar um

pouco dos seus segredos.

Metodologia

Para poder formalizar os conceitos da Escola da Visão, foi criado

um contexto de possibilidade de certeza sobre o futuro, obtida pelo

desdobramento da visão dos investidores dentro da possibilidade de

ocorrência de três possíveis cenários:

A. Cenário de Ordem: cenário ideal para você, onde o futuro

será como o cenário que sua visão conseguiu antecipar.

Pode-se afirmar que quanto mais isolado o investidor estiver

nesse cenário maior a qualidade de sua visão.

B. Cenário Caórdico: cenário inesperado por você, onde o

futuro será como o cenário que a visão de outro investidor

conseguiu antecipar. O termo caórdico [2] é aqui usado por

seguir a lógica de convivência entre o caos e a ordem visando

um resultado positivo. Na prática, para o investidor que teve

a visão do Cenário A, ocorrer o B ou o C representou o caos,

porém na prática, para quem teve a visão do cenário B, a

ordem ficou estabelecida.

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C. Cenário Caótico: cenário inesperado por todos, onde o

futuro será como nenhum investidor conseguiu antecipar. O

termo caótico é usado aqui por seguir a linha de definição da

Teoria do Caos [3], com resultados totalmente inesperados a

partir de pequenas variações das condições iniciais dos

cenários de investimento.

Figura 1 – Possíveis Cenários do Futuro para o Investidor

Certamente não se quer dizer que o futuro é certo e previsível,

mas que ele pode ter sua incerteza mapeada de forma diferente, sendo

que o mais incrédulo dos investidores poderá ainda afirmar que apenas

o cenário C irá sempre ocorrer, ou ainda, se os cenários A ou B

ocorrerem, terá sido por pura sorte dos investidores que os previram.

Note-se que, pela Figura 1, os cenários podem ocorrer em forma

concomitante, onde o Cenário Real poderá ser composto de

percentuais diferentes dos três cenários, como por exemplo:

Cenário Real

Cenário Percentual

A 2%

B 12%

C 86%

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Este cenário real pode ser o caso de uma crise financeira, onde o

Cenário C, mais caótico, predomina sobre todas previsões de cenários

dos investidores.

Para melhor entendimento da metodologia, pode-se analisar

outro exemplo, que é o da loteria.

Digamos que o investidor decida aplicar na loteria,

provavelmente por intuição ou outro fator ligado a fatores não

matemáticos.

Na prática, pode-se afirmar com absoluta certeza que existem

três cenários possíveis:

Cenário A – os números do investidor são os premiados (talvez

não seja o único ganhador, mas será um deles).

Cenário B – os números de outro(s) investidor(es) são os

premiados.

Cenário C – ninguém ganhou o concurso (ou porque foi

acumulado o prêmio por não existir nenhuma aposta vencedora, ou por

qualquer outro motivo de força maior).

Evidentemente, no caso de um sorteio, os Cenários A e B tendem

a ter suas chances de ocorrência bastante diminuídas.

Porém, no caso de investimentos em mercados, espera-se que os

Cenários A e B tenham maiores chances de serem visualizados pelos

investidores.

Reconhecer a possibilidade de visualização dos Cenários A e B,

por fatores que não dependam exclusivamente de sorte, é o grande

desafio da Escola da Visão.

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Escolas atuais

A análise de investimentos tem sido ao longo do tempo agrupada em

duas grandes escolas ou correntes de pensamento distintas, definidas como

Escola Fundamentalista e Escola Técnica.

Mais recentemente, uma terceira corrente foi criada, baseada na

utilização composta de fatores das duas escolas existentes, que podemos

definir como Escola Híbrida.

As escolas de investimento atuais representam um grande avanço do

homem na busca de geração e maximização do lucro, porém uma série de

críticas existem pelo fato de as escolas atuais serem baseadas muito mais em

informações do passado e de um mercado eficiente e cíclico.

A Escola Fundamentalista

A análise fundamentalista estuda as causas do movimento dos preços.

De acordo com Rodrigo Côrtes [4], a análise fundamentalista, no caso

das ações, foca na determinação do valor da ação de uma empresa, a partir de

dados financeiros da empresa, dados macro-econômicos, política monetária e

outras informações que irão se refletir nos preços das ações. Por outro lado, a

Análise Fundamentalista, quando utilizada para mercadorias, irá se concentrar

em três itens: produção, estoque e consumo.

A Escola Fundamentalista, para as ações, pressupõe que o mercado de

capitais não é eficiente em termos de informação ao admitir que os preços

correntes das ações não refletem instantaneamente todas as informações

relevantes sobre as empresas emissoras. Desta forma, a determinação do valor

da empresa, também designado de valor intrínseco da ação, funciona como

principal variável de decisão. O processo decisório comprar/vender dessa

escola de análise de investimento envolve a avaliação do valor teórico da firma,

o qual corresponde ao seu preço justo, dando origem ao preço corrente de

mercado de suas ações.

A Escola Fundamentalista analisa a empresa (geração de lucros e suas

taxas de crescimento, receitas, custo de capital, dividendos, investimentos

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futuros, capacidade gerencial) e, de forma macro, a economia do país bem

como os seus comportamentos setoriais.

Para Bastter [5], os principais índices utilizados na análise

fundamentalista são:

Índice Preço/Lucro

Esta relação decorre da divisão entre a cotação de um determinado

papel, em certo momento, pelo lucro líquido por ação (anual ou

anualizado por alguma técnica adequada) proporcionado pela

respectiva empresa.

Cash-Yield

Este instrumento decorre da verificação do dividendo pago em dinheiro,

por ação.

Cotação/Valor Patrimonial

Esta relação, como se verifica diretamente de seu nome, resulta do

quociente entre acotação de um determinado papel, em certo

momento, por seu valor patrimonial.

Faturamento líquido

É o saldo dos valores recebidos pela empresa, como remuneração por

uma atividade social, subtraídos os valores referentes a impostos

diretos, descontos concedidos, devoluções e eventuais parcelas

repassadas a terceiros, mas que tenham composto seu preço final; esta

informação, no Brasil, pode ser obtida em relação a vários períodos de

tempo: mensal, trimestral, semestral ou anual.

Margem Líquida

É a relação entre o lucro líquido (após o imposto de renda) e o

faturamento líquido,demonstra assim para os analistas quanto resta do

faturamento para as destinações decididas pelos acionistas (reservas

livres, dividendos, etc.).

Liquidez Corrente

Trata-se do quociente entre o ativo e o passivo circulantes; em

decorrência, reflete a capacidade de cada empresa de fazer face a seus

compromissos de curto prazo ( em geral até 30 dias); assim sendo,

valores de liquidez corrente inferiores à unidade são preocupantes para

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o investidor, significando que a empresa pode ter insuficiência de

recursos para obrigações quase imediatas.

Rentabilidade do Patrimônio

É o quociente entre o lucro líquido de uma companhia e seu patrimônio

líquido. Representa, em outras palavras, o percentual de retorno dos

recursos totais aplicados pelos acionistas nos negócios (e à disposição

dos administradores da empresa), permitindo preve ro tempo

necessário para a recuperação do capital próprio investido; este índice

obviamente permite comparações entre empresas dos mais diversos

setores.

Endividamento

É o resultado da divisão entre o passivo circulante mais o exigível de

longo prazo eo ativo total; apresentado geralmente em termos

percentuais, demonstra quanto cada empresa recorreu a capital de

terceiros para financiar suas operações; de maneira geral, exceção feita

aos bancos, esta relação não deve ser superior a 50%, pois valores

superioresa este costumam refletir fragilidade financeira da empresa.

A Escola Técnica

A Escola Técnica está focada nos efeitos dos movimentos de mercado,

utilizando-se do estado da arte de tecnologia para a medição precisa dos

efeitos do passado.

De acordo com Rodrigo Côrtes [4], a Escola Técnica é o estudo dos

movimentos passados dos preços e dos volumes de negociação de ativos

financeiros e commodities em bolsas, com o objetivo de fazer previsões sobre o

comportamento futuro dos preços.

Devido à intensa utilização de gráficos de preços e volumes, este

enfoque de análise também é conhecido como análise gráfica, mas devemos

lembrar que a análise técnica não se resume apenas na leitura de gráficos, já

que podemos elaborar uma planilha eletrônica (utilizando apenas números e

equações) para analisar ações, commodities e derivativos.

Os números de Fibonacci e de W. D. Gann, o cálculo da média móvel e o

IFR são exemplos de ferramentas que pertencem à análise técnica.

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Os preços dos ativos, segundo o enfoque da Escola Técnica, se ajustam

ao conteúdo das informações, porém não de forma imediata. O ajuste de

preços percorre uma série de etapas, dependendo da forma de

comportamento dos grupos dos bem informados (insiders) no processo de

difusão das informações relevantes.

As características da análise técnica são:

a) Analisa os dados gerados pelas transações: abertura, máximo,

mínimo, fechamento e volume e contratos em aberto, no caso dos

mercados futuros;

b) Analisa as tendências buscando descobrir o caminho futuro dos

preços e determinar objetivos para os preços destes ativos em sua

caminhada (projeções);

c) Identifica ação do ponto de vista emocional no mercado.

Enquanto a análise fundamentalista estuda as causas do movimento dos

preços, ou seja, o porquê do movimento, a análise técnica estuda o seu efeito.

O analista técnico acredita que o efeito é tudo que ele quer ou precisa

saber, pois as razões ou as causas do movimento dos preços são desnecessárias

em suas análises.

A Escola Híbrida

Ainda de acordo com Rodrigo Côrtes [4], apesar dos puristas de cada

escola estarem em oposição, criticando-se mutuamente, pode-se dizer que

existe uma superposição entre ambas.

Usualmente utiliza-se a abordagem fundamentalista para identificar

oportunidades de investimentos (o quê comprar/vender), e a abordagem

técnica para definir o momento de entrada e saída (timing) de uma operação

em bolsa.

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A Escola da Visão

A Escola da Visão, como o próprio nome diz, está focada no futuro, no

que conseguimos enxergar na nossa frente.

Porém, visão não é previsão do futuro.

Em outras palavras, o investidor que adote essa escola não tem a

obrigação de acertar ou ainda prever o futuro.

Regras de ouro da Escola da Visão

Como visão não é prever o futuro, mas a descoberta de um possível

futuro, a Escola da Visão possui as seguintes regras de ouro:

Regra 1 – Não realize nenhum investimento, ou execute um trade, se

não tiver uma visão antecipada e um mapeamento completo dela

(construção do cenário).

Regra 2 - Quanto mais raro ou imprevisível for o cenário previsto,

provavelmente maior será o seu lucro.

Regra 3 - Quanto mais o cenário previsto estiver próximo da realidade

futura, provavelmente maior será o seu lucro.

Regra 4 - Quanto mais rápido for descoberto o cenário previsto,

provavelmente maior será o seu lucro.

Regra 5 - Quanto mais rápido for detectado que o cenário previsto não

está convergindo para a realidade futura, provavelmente menor será o

seu prejuízo.

Dessa forma, o investidor dessa escola foca na busca de possíveis

cenários para o futuro, na relevância e probabilidade de sua ocorrência, e na

decisão se vale ou não investir em determinados cenários de acordo com suas

estratégias e valores atribuídos aos cenários.

Mas dentro desse foco, existe a constante monitoração dos atores que

fazem parte de sua visão, pois se ela estiver errada, é importante abandonar as

operações de mercado que tiveram origem desses atores que não estão se

confirmando.

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A importância da descoberta

O processo de descoberta é essencial na visão de futuro. Sem a

descoberta continuamos no paradigma atual e a quebra de paradigmas é a

essência das revoluções científicas [6].

As descobertas exigem a mudança dos modelos mentais, nos fazendo

encontrar uma maneira nova de enxergar [7].

E como administrar o risco de o mercado não se manter no paradigma

que todos estão visualizando?

Uma das formas mais utilizadas no processo de visão é a monitoração e

detecção dos sintomas.

No exemplo do Cisne Negro [1], quando o peru deixa de ser alimentado,

ele pode estar descobrindo algo novo. Na área de investimentos, a descoberta

é uma área sem limites, cabendo a cada investidor identificar essas

oportunidades, como por exemplo através das seguintes análises:

- a análise do passado, através da detecção da existência de um sintoma

em relação ao presente, ou seja, a Escola da Visão não obriga que a experiência

passada seja desprezada, mas que seja utilizada como meio de descoberta;

- a análise do ambiente de negócio externo das empresas e mercados;

- a análise de fatores culturais e relacionados ao comportamento

humano, como em momentos de empolgação ou depressão;

A importância da detecção dos sintomas

Os sintomas são como o cavalo de Tróia, um presente que se mostra

tentador por um lado, e de alto risco por outro, pois se não for percebido a

tempo poderá representar grandes perdas.

Os sintomas ajudam a conduzir na mudança de paradigmas e o processo

de descoberta.

Antes de um Tsunami causado por um ajuste da crosta em alto mar que

gere movimento de atração, o mar recua na praia. Para o observador que está

na praia, é um sintoma de que uma onda gigante poderá vir em seguida.

E os Tsunamis estão presentes a todo momento no mercado, mudando

os paradigmas e surpreendendo os investidores menos experientes e até

mesmo os mais experientes.

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Transformando a visão

Uma visão que não resulte em

perde seu sentido objetivo

Portanto foi criada uma metodologia para quantificar os cenários e

apoiar a decisão de ação de investimento, dividida em entrada e saída do

mercado, como mostra a Figura 2

Na metodologia proposta, utiliza

intermediário entre a visão e a estratégia

cenários para a Inteligência Competitiva nas empresas [7]

Essa metodologia não é a única possível na Escola da Visão, servindo

como apoio prático para a obtenção de uma ação, e pode ser ajustada ou

totalmente reformulada por cada investidor dessa escola.

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visão em ação de investimento

ma visão que não resulte em ação de investimento, ou um trade,

perde seu sentido objetivo.

Portanto foi criada uma metodologia para quantificar os cenários e

apoiar a decisão de ação de investimento, dividida em entrada e saída do

, como mostra a Figura 2.

Na metodologia proposta, utiliza-se a construção de cenários como

intermediário entre a visão e a estratégia, de forma similar à construção de

cenários para a Inteligência Competitiva nas empresas [7].

Figura 2 – Etapas entre a visão e a ação

Essa metodologia não é a única possível na Escola da Visão, servindo

como apoio prático para a obtenção de uma ação, e pode ser ajustada ou

totalmente reformulada por cada investidor dessa escola.

, ou um trade,

Portanto foi criada uma metodologia para quantificar os cenários e

apoiar a decisão de ação de investimento, dividida em entrada e saída do

se a construção de cenários como

, de forma similar à construção de

Essa metodologia não é a única possível na Escola da Visão, servindo

como apoio prático para a obtenção de uma ação, e pode ser ajustada ou

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A construção dos cenários

Um cenário é qualquer condição do mercado que possa impactar nos

investimentos a serem realizados, e é composto por atores, que vão desde

indicadores de mercado até complexas variáveis relacionadas ao ambiente

interno e externo das empresas.

Por exemplo, a volatilidade de mercado pode ser um dos atores que

pode ser mapeado através de um indicador.

A partir da definição dos atores, deve-se atribuir as seguintes

propriedades:

Estado (Alto, Baixo ou Estável) – qual o estado do ator que está sendo

visualizado para o futuro, dentro da escala de valor atribuida pelo investidor.

Relevância (1 a 99) – qual a importância do ator no cenário para o

investimento pretendido.

Probabilidade (1 a 99%) – qual a probabilidade de o ator ocorrer ou

influenciar no investimento pretendido.

Dessa forma, pode-se construir um cenário futuro, que impacta o

investimento no Ativo AAA na data DD/MM/AAAA para a estratégia E,

conforme exemplo a seguir:

Exemplo: Probabilidade do Cenário para o ativo AAA com a Estratégia

E na data DD/MM/AAAA

Ator Estado Relevância Probabilidade

Volatilidade Alto 37 78

Inflação Estável 82 67

Preço do Barril de Petróleo Baixo 26 45

Desemprego Alto 55 89

Nível de Consumo Estável 32 34

PIB Brasil Baixo 82 56

PIB China Baixo 46 78

PIB EUA Estável 18 88

Probabilidade do Cenário de acordo com a Estratégia E

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Note-se que uma vez construído o cenário, as propriedades podem ser

ajustadas com valores reais em tempo real, através do processo de

monitoração e detecção de sintomas.

A monitoração serve como indicador de entrada e saída do mercado, e

as propriedades do cenário servem para a construção das estratégias.

A construção da estratégia

A partir de possíveis cenários, é possível construir estratégias de

investimento.

Probabilidade do Cenário

Inicialmente deve ser definida a fórmula de probabilidade da estratégia,

que dependerá da relevância de cada ator e probabilidade de ocorrência.

Uma fórmula simples pode ser simplesmente a relevância ponderada e

a média das probabilidades.

Cabe ao investidor decidir qual a melhor fórmula para sua estratégia.

No exemplo, digamos que a probabilidade do cenário, para uma

determinada estratégia E, é de 67, isso indica que todo cenário deve ter uma

probabilidade final única, denominada de Probabilidade do Cenário.

Decisão de Entrada no Mercado: quando a Probabilidade do Cenário

atingir um valor maior ou igual a PE (Probabilidade de Entrada).

Decisão de Saída do Mercado: quando a Probabilidade do Cenário

atingir um valor menor ou igual a PS (Probabilidade de Saída).

Note-se que é importante que o valor de PE>PS, ou seja não sejam os

mesmos e sejam ajustados para uma histerese que evite a entrada e saída

constante, o que pode gerar perdas nas operações por taxas de corretagem.

Estratégias de curto, médio e longo prazo

É possível realizar operações de especulação em curto prazo com a

Escola da Visão? A resposta é sim, mas certamente o risco será bem maior e

será necessário utilizar tecnologias de monitoração mais rápidas.

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Por isso, a visão de médio e longo prazo parece a mais indicada para a

escola proposta, embora não deva ser criado nenhum paradigma nesse

sentido.

Trocando a simulação do passado pela simulação do presente

Na Escola Técnica, é comum a simulação de estratégias no passado,

embora na prática, com a realidade de possibilidades infinitas do futuro, as

simulações não sejam garantia de nenhum resultado.

Para a Escola da Visão, a simulação do presente, utilizando play money,

ou dinheiro de brinquedo, é a mais eficaz para o teste de estratégias, uma vez

que o passado irá ajudar muito pouco nessa escola.

Para isso, é necessário após a construção dos cenários e estratégias,

abrir contas de simulação real e monitoração real das variáveis e realizar

simulação do presente, até um ajuste mais confiável das estratégias de

visualização.

Os ciclos do futuro

Muitos investidores dedicam um grande tempo de suas análises

buscando ciclos no passado, que podem estar se repetindo no presente.

Para isso utilizam séries históricas dos sinais, em diversos padrões de

tempos, ou ainda, balanços históricos das empresas para os fundamentalistas.

Entretanto na Escola da Visão, é importante a busca de ciclos do futuro,

como por exemplo, imaginar o ciclo de vida de produtos das empresas

investidas, ciclo de vida das próprias pessoas que administram o negócio, ciclos

culturais, etc.

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Exemplo Real

Apresenta-se um exemplo real de utilização da Escola da Visão, baseado

no conceito de utilização de play money.

Todas as variáveis são reais, exceto o valor aplicado, que é fictício, ou

seja, na prática não será realizado prejuízo ou lucro, embora, caso tivesse sido

investido dinheiro real, isso teria de fato acontecido.

Foi feito um exemplo de curto prazo, para adequar-se ao tempo de

redação do trabalho, limitando-se ao mês de dezembro de 2008.

Etapa 1: A visão

Acredita-se que em dezembro de 2008, as pessoas ainda estão

fortemente impactadas pela crise financeira, mantendo-se alta a volatilidade

dos mercados, muitas vezes por pura desconfiança e incerteza do futuro.

É sem dúvida um período de alta turbulência, que talvez permaneça ao

longo de 2009.

Nessas condições, pode-se criar uma estratégia de investimento que

seja baseada na detecção de grandes tendências, filtrando pequenos

movimentos, resultantes da turbulência atual.

Etapa 2: O cenário

Serão utilizados quatro atores principais, , que serão monitorados,

indicando a volatilidade geral do mercado, de forma aproximada.

Ator

Volatilidade EUR/USD*

Nível de Desemprego Mundial

Preço do Barril de Petróleo

Preço do Ouro (*) EUR/USD indica a diferença de valor entre o Euro e o Dólar.

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Etapa 3: A estratégia

A estratégia que foi estabelecida é a de identificar tendências fortes,

portanto foi denominada de STRONGTREND (Strong Trend), que aconteçam

simultaneamente nos quatro atores principais.

Exemplo de Cenário para a Estratégia STRONGTREND:

Ator Estado Rele-vância

Proba-bilidade

Volatilidade EUR/USD* Alto 80 80

Nível de Desemprego Mundial Alto 45 70

Preço do Barril de Petróleo Baixo 65 70

Preço do Ouro Estável 30 60

Probabilidade do Cenário de acordo com a Estratégia STRONGTREND

39,75

(*) EUR/USD indica a diferença de valor entre o Euro e o Dólar.

Para definição de compra e venda, foram utilizados trades com a própria

moeda (no caso Dólar), que foram comprados ou vendidos conforme as

seguintes condições:

- Condições de Entrada/Saída: realiza trade sempre que a probabilidade

do cenário for maior ou igual a 50, e fecha todos trades caso a

probabilidade do cenário seja menor ou igual a 40.

- Condições de Compra/Venda: realiza a compra de Dólar sempre que o

valor de EUR/USD for menor que o do dia anterior, ou a venda do Dólar

sempre que o valor de EUR/USD for maior que o do dia anterior.

Etapa 4: Executando os trades

A seguir é mostrada a seqüencia de trades realizados (BUY/SELL), em

diversos dias do mês de dezembro, sendo que também é fornecido um gráfico

com o resultado final da carteira, partindo-se de uma quantia de play money de

US$ 10.000 (dez mil dólares).

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ODL Securities

Account: 1073409 Name: Rogerio Figurelli Currency: USD 2008 December 26, 21:14

Closed Transactions:

Ticket Open Time Type Size Item Price S / L T / P Close Time Price Commissio

n Taxe

s Swa

p Profit

1353681

2008.12.26 08:35

buy 0.1

0 eurus

d 1.407

2 1.187

2 0.000

0 2008.12.26

14:01 1.410

4 0.00 0.00 0.00 32.00

ST G1 V2

1353182

2008.12.26 07:15

buy 0.1

0 eurus

d 1.405

4 1.185

4 0.000

0 2008.12.26

14:01 1.410

3 0.00 0.00 0.00 49.00

ST G1 V2

1349448

2008.12.24 15:28

buy 0.1

0 eurus

d 1.399

6 1.179

6 0.000

0 2008.12.24

16:00 1.398

9 0.00 0.00 0.00 -7.00

ST G1 V2

1349236

2008.12.24 15:01

buy 0.1

0 eurus

d 1.399

7 1.179

7 0.000

0 2008.12.24

16:00 1.398

8 0.00 0.00 0.00 -9.00

ST G1 V2

1343729

2008.12.24 07:59

sell 0.1

0 eurus

d 1.396

2 1.616

5 0.000

0 2008.12.24

08:00 1.396

4 0.00 0.00 0.00 -2.00

ST G1 V2

1343423

2008.12.24 07:36

sell 0.1

0 eurus

d 1.395

6 1.615

6 0.000

0 2008.12.24

07:42 1.395

5 0.00 0.00 0.00 1.00

ST G1 V2

1343390

2008.12.24 07:35

sell 0.1

0 eurus

d 1.396

1 1.616

1 0.000

0 2008.12.24

07:35 1.396

8 0.00 0.00 0.00 -7.00

ST G1 V2

1333474

2008.12.23 15:00

buy 0.1

0 eurus

d 1.397

8 1.177

8 0.000

0 2008.12.23

15:34 1.397

4 0.00 0.00 0.00 -4.00

ST G1 V2

1328190

2008.12.23 09:00

sell 0.1

0 eurus

d 1.396

2 1.616

2 0.000

0 2008.12.23

10:00 1.396

0 0.00 0.00 0.00 2.00

ST G1 V2

1327738

2008.12.23 08:38

sell 0.1

0 eurus

d 1.398

8 1.618

8 0.000

0 2008.12.23

10:00 1.396

0 0.00 0.00 0.00 28.00

ST G1 V2

1326710

2008.12.23 07:14

sell 0.1

0 eurus

d 1.398

5 1.618

5 0.000

0 2008.12.23

10:00 1.396

0 0.00 0.00 0.00 25.00

ST G1 V2

1286868

2008.12.19 08:48

sell 0.1

0 eurus

d 1.416

1 1.636

1 0.000

0 2008.12.22

10:00 1.411

9 0.00 0.00 -0.85 42.00

ST G1 V2

1286888

2008.12.19 08:49

sell 0.1

0 eurus

d 1.415

1 1.635

1 0.000

0 2008.12.22

10:00 1.412

0 0.00 0.00 -0.85 31.00

ST G1 V2

1285745

2008.12.19 07:47

sell 0.1

0 eurus

d 1.424

9 1.644

9 0.000

0 2008.12.22

10:00 1.412

0 0.00 0.00 -0.85

129.00

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ST G1 V2

1284001

2008.12.19 05:44

sell 0.1

0 eurus

d 1.425

9 1.645

9 0.000

0 2008.12.19

07:05 1.428

2 0.00 0.00 0.00

-23.00

ST G1 V2

1276221

2008.12.18 19:12

sell 0.1

0 eurus

d 1.429

1 1.649

1 0.000

0 2008.12.18

19:36 1.430

5 0.00 0.00 0.00

-14.00

ST G1 V2

1245204

2008.12.17 15:10

buy 0.4

0 eurus

d 1.441

7 1.221

4 0.000

0 2008.12.18

15:00 1.440

9 0.00 0.00 9.60

-32.00

ST G1 V2

1247197

2008.12.17 16:00

buy 0.4

0 eurus

d 1.432

9 1.212

8 0.000

0 2008.12.18

15:00 1.440

1 0.00 0.00 9.60

288.00

ST G1 V2

1244416

2008.12.17 15:00

buy 0.4

0 eurus

d 1.430

3 1.210

3 0.000

0 2008.12.18

15:00 1.440

1 0.00 0.00 9.60

392.00

ST G1 V2

1226095

2008.12.16 21:34

balance

Deposit 10

000.00

0.00 0.00 26.2

5 921.0

0

Closed P/L: 947.25

Open Trades:

Ticket Open Time Type Size Item Price S / L T / P Price Commissio

n Taxe

s Swa

p Profit

No transactions

0.00 0.00 0.00 0.00

Floating P/L: 0.00

Working Orders:

Ticket Open Time Type Size Item Price S / L T / P Market Price

No transactions

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Análise dos resultados

Para maior realismo, todos trades foram realizados em uma corretora

verdadeira, utilizando o mercado de câmbio internacional de moedas Forex ou

Foreign Exchange [9] e a corretora ODL Securities [10].

Abaixo é fornecida uma tabela de análise dos trades executados, e de

P/L (Profit/Loss), para o resultado final atingido de US$ 10.947 e 9,47% de

lucro, entre 16/12/2008 e 26/12/2008.

Isso não significa que existe uma fórmula pronta para o futuro, mas que

na prática o cenário previsto acabou se confirmando na prática, mesmo sem ter

sido utilizada nenhuma informação do passado e a decisão dos trades ser

unicamente a partir da visão estabelecida.

Summary:

Deposit/Withdrawal: 10 000.00 Credit Facility: 0.00

Closed Trade P/L: 947.25 Floating P/L: 0.00 Margin: 0.00

Balance: 10 947.25 Equity: 10 947.25 Free Margin: 10 947.25

Details:

Gross Profit: 1 035.65 Gross Loss: 88.40 Total Net Profit: 947.25

Profit Factor: 11.72 Expected Payoff: 49.86

Absolute Drawdown: 0.00 Maximal Drawdown: 59.40 (0.56%) Relative

Drawdown: 0.56% (59.40)

Total Trades: 19 Short Positions (won

%): 11 (63.64%)

Long Positions (won %):

8 (50.00%)

Profit Trades (% of total): 11 (57.89%) Loss trades (% of

total): 8 (42.11%)

Largest profit trade: 401.60 loss trade: -23.00

Average profit trade: 94.15 loss trade: -11.05

Maximum consecutive wins ($): 6 (254.45) consecutive losses

($): 3 (-59.40)

Maximal consecutive profit (count): 699.20 (2) consecutive loss

(count): -59.40 (3)

Average consecutive wins: 3 consecutive losses: 3

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A partir de uma análise dos resultados, pode-se destacar alguns pontos

positivos e negativos da estratégia utilizada, para facilitar a aplicação prática

futura dos conhecimentos adquiridos.

Pontos Positivos da Estratégia

- A estratégia parece detectar muito rapidamente quando a abertura de

um trade não está relacionada a real volatilidade do mercado,

preferindo encerrar rapidamente o trade.

- A estratégia conseguiu ter trades positivos bem maiores que trades

negativos, resultando em lucro no final (profit).

Pontos Negativos da Estratégia

- Existe um risco de perdas consecutivas (consective loss), que para o

exemplo real foi de 3 perdas e US$ 59,00 de perda. Isso pode indicar

que a detecção da volatilidade utilizando apenas os quatro atores do

cenário pode ser arriscada em outras condições futuras.

Perpectivas futuras

O cenário utilizado parece se manter estável ainda no final do mês de

dezembro, sendo que a estratégia utilizada será ajustada para um possível

prolongamento da visão inicial, o que não pode ser adotado como um

paradigma, pois da mesma forma que o dólar teve alta valorização no segundo

semestre de 2008, as condições que o mantinham em desvalorização anterior,

como déficit alto da economia americana e instabilidade do país com

desemprego e recessão ainda estão mantidas.

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Conclusão

A Escola da Visão é uma proposta de um novo paradigma de

investimentos, baseada no fato de que nosso conhecimento é finito e as

possibilidades futuras infinitas.

A construção de cenários, já em prática em muitas empresas, baseadas

nos conceitos de Forças de Porter e Inteligência Competitiva, pode ser uma das

metodologias para mapear a visão até a ação, como proposto nesse trabalho.

Entretanto, muitos outros conhecimentos já disponíveis dentro das

estratégias empresarias e visão de empresários podem ser utilizadas, em

contraponto à Escola Fundamentalista e Técnica.

Da mesma forma, a Escola da Visão está alinhada com várias estratégias

de investimento já existentes, como por exemplo gestão financeira, princípios

de cálculo de limites de trades (stop loss e take profit), etc.

O investidor no comando

Imagine-se no comando da empresa que você pretende investir. Mesmo

que sua intenção seja de um investimento de especulação em derivativos ou

daytrade.

Os investidores dessa empresa estão com as expectativas de que sua

visão de futuro seja correta, e que você tome as decisões que conduzam ao

lucro e rentabilidade dos investimentos realizados.

Ainda nessa posição de comando, procure ter uma visão de futuro para

o negócio dessa empresa, analisando oportunidades e ameaças.

Agora volte à situação real. No seu lugar existe outra pessoa no

comando.

Será que sua visão será a mesma com a mudança de comando?

Quem está no comando dos seus investimentos?

A conclusão final é que, mesmo que as pessoas que comandam as

empresas tomem decisões totalmente alheias à sua vontade, ou sequer

consultem seu ponto de vista, você está no comando, desde que tenha a visão

mais realista que os reais administradores da empresa investida.

E, talvez, sua visão seja a de que eles são atores que não saberão

enfrentar os desafios do mercado que estão inseridos.

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Referências

[1] TALEB, Nassim Nicholas. A lógica do Cisne Negro. São Paulo: Best Seller, 2007

[2] HOCK, Dee. Nascimento da era caórdica. São Paulo: Cultrix, 1999.

[3] ORMEROD, Paul; SCHANK, Roger C. O efeito borboleta. São Paulo: Campus, 2000.

[4] CÔRTES, Rodrigues. Análise Técnica x Análise Fundamentalista.

http://www.latec.uff.br/estinvest/artigos/at_x_af.htm

[5] BASTTER – Análise Fundamentalista.

http://www.bastter.com.br/BR/MERCADO/Aprendizado/AnaliseFundamentalista/Default.aspx

[6] KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. 7.ª ed. São Paulo: Perspectiva, 2003.

[7] WIND, Yoram; CROOK, Colin; GUNTHER, Robert. A Força dos Modelos Mentais. São Paulo:

Bookman, 2005.

[8] GOMES, Elisabeth. Gestão estratégica da informação e a Inteligência Competitiva. São

Paulo: Saraiva, 2005.

[9] WIKIPEDIA. Foreign exchange market.

http://en.wikipedia.org/wiki/Foreign_exchange_market

[10] ODL Securities. http://www.odlsecurities.com/