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A Europa e os migrantes no século
XXI
Liliana Silva
Coimbra, 2012
FACULDADE DE ECONOMIA – UNIVERSIDADE DE COIMBRA
A Europa e os Migrantes no Século
XXI
Trabalho realizado na unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica
Docente: Paulo Peixoto
Ano letivo: 2012-2013
Liliana Silva
Coimbra, 2012
ÍNDICE
1. Introdução ....................................................................................................................... 1
2. Estado das Artes ............................................................................................................. 2
2.1. O que é a Emigração ......................................................................................... 2
2.2. O que é a Imigração .......................................................................................... 2
3. Causas da Imigração ....................................................................................................... 3
4. A Europa e os Migrantes ................................................................................................ 4
5. Portugal: um país recetor ................................................................................................ 6
5.1. Contexto da Imigração e Evolução das principais comunidades ...................... 7
6. Associações e Organizações de Apoio ao Imigrante ...................................................... 8
7. Descrição detalhada da pesquisa ……………………………………………………… 10
8. Ficha de Leitura ………………………………………………………………………. 12
9. Avaliação da página da Internet ………………………………………………………. 16
10. Conclusão ……………………………………………………………………………. 18
11. Referências Bibliográficas …………………………………………………………... 19
Anexo I
Página da Internet avaliada
Anexo II
Texto de suporte da ficha de leitura
Machado, F. L., & Roldão, C. (2010). Imigrantes Idosos: Uma nova face da Imigração em
Portugal. Lisboa: Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI,
I.P.).
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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1. Introdução
No âmbito da cadeira de Fontes de Informação Sociológica foi-nos proposto a
realização de um trabalho, no âmbito de avaliação contínua, para deste modo aplicarmos
os conhecimentos adquiridos nas aulas. São três os temas fornecidos pelo professor
Paulo Peixoto para a elaboração deste trabalho: Os desafios da sociedade de
informação, A Europa e os migrantes no século XXI e por fim o Envelhecimento e
dinâmicas sociais. Eu optei pelo tema “A Europa e os migrantes no século XXI”, pois
foi o tema que mais me despertou interesse.
Estamos num país em que atualmente existem poucas oportunidades de
emprego e como consequência o baixo nível de qualidade de vida por isso muitas
pessoas optam por imigrar. É um problema que me desperta interesse em abordar por
isso mesmo foi o tema que escolhi.
Dentro deste tema vou começar por fazer uma breve introdução sobre o que é a
imigração e a emigração. Depois vou referir as principais causas da imigração em
Portugal passando a abordar também a história da migração na Europa. Passo de
seguida a falar de Portugal enquanto país recetor. Para concluir falarei das associações e
organizações de apoio aos imigrantes.
Liliana Silva
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2. Estado das Artes
2.1 O que é a Emigração?
Definição:
A emigração é o movimento de saída voluntária de uma região ou país onde
residem para outro, no território nacional, e, neste caso, realiza-se sobretudo num
movimento campo-cidade e vice-versa. Ou então no estrangeiro que envolve a
deslocação para se estabelecerem num país diferente (Domingos, Lemos, & Canavilhas,
2009).
2.2 O que é a Imigração?
Definição:
A imigração consiste no movimento de entrada de pessoas num país ou região,
diferente do local onde habitam para outro com o intuito de permanecer definitiva ou
temporariamente. As razões são diversas mas principalmente deve-se à procura de
trabalho e de um melhor nível de vida.
Segundo a Recomendação da União Europeia relativamente às estatísticas
comunitárias sobre migração e proteção internacional define Imigração como:
“ A acção pela qual um indivíduo que residia habitualmente num
Estado-Membro ou num país terceiro estabelece a sua residência
habitual no território de outro Estado-Membro por um período cuja
duração real ou prevista é, no mínimo, de doze meses” (Faustino,
Peixoto, & Baptista, 2009).
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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3. Causas da Imigração
São diversas as causas que levam as pessoas a imigrar. Abordo aqui aquelas que
achei mais relevantes e que levem a uma melhor compreensão deste fenómeno. O
desemprego e os baixos salários são uma das causas que levam os imigrantes a deixar o
seu país, procurando novas oportunidades de emprego que seja melhor remunerado.
Assim com a crescente prosperidade económica de certos países, com grande
necessidade de mão-de-obra e, por isso mesmo, a necessitar de trabalhadores, existe um
grande recurso a imigrantes. Esta causa é característica dos chamados imigrantes
laborais, uma vez que imigram com a finalidade de arranjarem um emprego melhor
remunerado do que aquele que tinham no país de origem.
Outra das razões é o facto de existirem guerras e determinados regimes
autoritários, que levam as pessoas a saírem do seu país para outro, cujas condições de
segurança oferecidas são maiores.
Achei, também, relevante mencionar a descriminação e perseguições que certas
pessoas e populações sofrem, sendo um problema existente desde o início dos tempos,
quer seja relativamente à cor, sexo ou por motivos religiosos ou políticos. É também um
dos motivos que levam os imigrantes a tomar a decisão de sair do seu país de origem.
As catástrofes naturais e ambientais, como por exemplo, erupções vulcânicas,
sismos violentos e secas também podem ser consideradas uma das principais causas das
migrações (Domingos, Lemos, & Canavilhas, 2009).
Em pleno século XXI, os acessos tanto aos países como às redes de
comunicação e transportes, estão bastante mais desenvolvidos e por isso é, hoje em dia,
mais rápido e fácil viajar, assim como ter acesso à informação disponível que irá
facilitar a estadia num novo país.
Uma das causas comuns a todos aqueles que imigram é o objectivo de
melhorarem as suas condições de vida. É essa a principal causa das migrações quer seja
por motivos religiosos, políticos, económicos ou factores naturais.
Liliana Silva
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4. A Europa e os Migrantes
As migrações proporcionam vantagens importantes em qualquer País ou
Continente, uma vez que contribuem significativamente, quer para a Economia, como
para a cultura e ainda em muitos outros setores. Em suma, os imigrantes promovem o
investimento.
A Europa era principalmente um país de emigrantes, transformando-se, mais
tarde, num país de Imigrantes. Segundo Joana Figueiredo (2005) “os migrantes de hoje
na UE, oriundos de países terceiros, apresentam características próprias: são
heterogéneos, oriundos de diferentes origens, com modos distintos de integração no
mercado de trabalho”.
Relativamente ao aumento da imigração, esta é explicada através da formação
em 2007 da Europa dos 27: “De acordo com informações de especialistas em estatística
da UE na Eurostat, os 27 países-membros receberam 32 milhões de cidadãos
estrangeiros em 2009, ou 6,4% da população total da UE, dos quais cerca de um terço
são oriundos de outros países do bloco” (Wharton School, 2010). Através da mesma
fonte é possível dizer que a Alemanha foi o país que recebeu o maior número de
estrangeiros, seguido da Espanha e do Reino Unido.
Os Imigrantes existentes na Europa encontram certos obstáculos como, por
exemplo, o domínio da língua, o mercado de trabalho, as condições de saúde, a
descriminação e a Xenofobia.
A xenofobia é o ato de descriminar os estrangeiros quer seja pela sua cultura, crenças
políticas ou religiosas. Por isso, nem sempre é fácil a integração dos imigrantes com
uma nova realidade.
Embora, “Os estados-membros reconhecem que a imigração continuará a ser
uma característica permanente e em constante evolução do futuro da Europa e que a
integração dos imigrantes é uma questão que requer a intervenção das autoridades
públicas” (Papademetriou, 2008).
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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Em suma, é importante salientar os benefícios que as Migrações proporcionam à
Europa, quer no mercado de trabalho, como no aumento da população ativa, refletindo
num crescente desenvolvimento económico de todos os Países-Membros. Sendo,
também, importante a integração dos Migrantes na Sociedade (Figueiredo, 2005).
Liliana Silva
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5. Portugal: Um país Recetor
Portugal é considerado, tradicionalmente, como um país de emigrantes, embora
nos últimos anos se tenha assistido a um aumento significativo do fluxo de imigrantes.
Os residentes estrangeiros em Portugal são maioritariamente vindos da União Europeia,
PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), Imigrantes Brasileiros e por
fim oriundos dos países da Europa de Leste.
Os imigrantes da União Europeia caracterizam-se principalmente por
profissionais bem qualificados com bons recursos socioeconómicos. Este tipo de
imigrantes está associado, sobretudo, ao desenvolvimento de investimentos
estrangeiros. Grande número dos imigrantes, provenientes da União Europeia, são
reformados.
Os Imigrantes dos PALOP (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa) são
principalmente imigrantes laborais que não alteram a sua atividade profissional, vindo
para Portugal trabalhar na mesma área na qual trabalhavam no seu país de origem, como
a construção civil e obras públicas. Tem como vantagem a língua que lhes permite uma
melhor adaptação, sendo que as condições que o nosso país oferece são bastante
melhores do que aquelas que possuíam no seu país, tanto a nível económico como em
questões de segurança e estabilidade.
Depois existem os imigrantes Brasileiros que vêm para Portugal instalar-se,
nomeadamente, em sectores como a Restauração, a construção civil e comércio. Vêm
para Portugal à procura de mais segurança e por motivos económicos e climáticos.
Por fim, os imigrantes de Europa de Leste, são imigrantes instruídos, onde o
salário no país de origem é bastante inferior ao de Portugal o que permitia um melhor
nível de vida (Morgado, 2007).
Um facto que não posso deixar de mencionar é a existência de um grande
número de Imigrantes Idosos em Portugal “já existem hoje alguns milhares de
Imigrantes que envelhecem em Portugal, tendo terminado a sua vida profissional ou
estando ainda no activo” (Machado & Roldão, 2010).
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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Os conceitos de Imigrantes, Idosos e Pobreza estão interligados, esta realidade
face à pobreza afeta um grande número de Imigrantes idosos no nosso país.
5.1 Contexto da Imigração e Evolução das principais
comunidades
Segundo os censos de 2011:
“A maior comunidade estrangeira residente em Portugal é a
brasileira, com 109 787 cidadãos, (cerca de 28%), seguindo-se a cabo-
verdiana, com 38 895 (aproximadamente 10%). A comunidade
ucraniana é a terceira mais representada em Portugal, com 9% e a
comunidade angolana surge em 4º lugar, com cerca de 7%, quando em
2001 ocupava o 1º lugar com 16%. Destaque ainda para o aumento da
população chinesa verificado na última década, que passou de 2 176
em 2001 para 11 458 em 2011” (Instituto Nacional de Estatística,
2012).
Outra das conclusões obtidas com os censos é que relativamente à população
estrangeira, esta existe em maior número entre os 15-64 anos, correspondendo a 82% da
polução estrangeira residente em Portugal.
Liliana Silva
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6. Associações e Organizações de Apoio ao Imigrante
Existem várias Associações e Organizações de Apoio ao Imigrante, cujo
objectivo comum é integração do indivíduo que decide sair do seu país de origem a
possuir a informação e ajuda necessária no país recetor. Vou abordar algumas das
organizações, embora sejam muitas mais, ficam mencionadas aquelas que achei mais
relevantes.
- Conselho Português para os Refugiados (CPR)
O conselho português para os Refugiados, abreviadamente chamado por CPR, é
uma Organização não-governamental. O objectivo desta organização é promover uma
política de asilo humana e liberal a nível nacional e internacional. Em 2000 recebeu o
“Prémio dos Direitos Humanos” da Assembleia da República. As suas áreas de
intervenção são principalmente o atendimento jurídico, o serviço de emprego e
Formação profissional, assim como o Alojamento e Apoio Social, entre outras, para que
os refugiados se possam integrar da melhor maneira.
- Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME)
A missão do ACIME é principalmente a melhoria das políticas existentes para
uma melhor integração dos imigrantes e, assim, promover as diferentes culturas, etnias e
religiões. O Alto comissariado para a Imigração e Minorias étnicas é um instituto
público do Estado.
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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- Organização Internacional para as Migrações (OIM)
A organização Internacional para as Migrações age de forma a colaborar com
organizações e associações de Solidariedade de modo a assegurar no Mundo inteiro a
migração.
- Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF)
O serviço de Estrangeiros e fronteiras tem como principal função o controlo de
entradas e saídas de estrangeiros no território nacional, assim como a permanência e
atividades de estrangeiros em território nacional. É um serviço de segurança pertencente
ao Ministério da Administração interna.
- Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI)
O Centro Nacional de Apoio ao Imigrante está inserido no Alto Comissariado
para a Imigração e Minorias Étnicas (ACIME), com a finalidade de dar resposta aos
cidadãos imigrantes que se encontram em Portugal.
Liliana Silva
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7. Descrição detalhada da Pesquisa
Com o tema que escolhi “A Europa e os Migrantes no Século XXI”, comecei a
minha pesquisa através da Internet para fazer um enquadramento daquilo que era
abordado relativamente ao meu tema. Comecei a minha pesquisa, utilizando os
operadores booleanos (+; “”; - ;) para, deste modo, facilitar a mesma. Sendo assim,
comecei por pesquisar “A Imigração na Europa”; “Imigrantes Portugueses +século
XXI”; “Fluxos migratórios +Portugal”; “Imigração em Portugal –Emigração”. Após
esta pesquisa inicial, verifiquei que era principalmente abordado a história da Imigração
na Europa, as causas que levavam os migrantes a migrarem, a situação do seu país e os
principais fluxos migratórios existentes.
Depois modifiquei a minha pesquisa e baseei-me na Imigração em Portugal, onde
referia a história da Imigração no nosso país como país recetor. Embora com a situação
atual de crise em Portugal, a tendência seja os portugueses partirem para países onde
tenham mais oportunidades, principalmente no emprego.
Uma vez feita a pesquisa na Internet fui até à biblioteca da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra pesquisar livros que envolvesse Imigração e
relacionado com a Europa e Portugal. Assim fui pesquisar na biblioteca da faculdade,
através da Internet, colocando como assunto “Imigração na Europa” e encontrei um
livro chamado “A Europa e os seus Imigrantes no século XXI”. Este livro é bastante
interessante para o tema dos Imigração na Europa e baseei-me nele para abordar este
tema. De seguida, queria falar de Portugal como país recetor, sendo que através da
pesquisa que fiz, Portugal é considerado tradicionalmente como um país de Imigrantes,
e por essa mesma razão procurei no site da biblioteca da Faculdade de Economia por
“Imigrantes em Portugal” e encontrei um livro que me ajudou bastante neste tema, o
livro é “As Características da Imigração em Portugal e os seus efeitos no Comércio
Bilateral” do Alto comisariado para a Imigração e Diálogo intercultural.
Na pesquisa que realizei na Internet acerca de Imigração em Portugal deparei-me
com um assunto bastante estudado relativamente a este tema, que é os Imigrantes
Idosos. Por isso, e uma vez que a minha ficha de leitura centrava-se neste tema, eu
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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decidi procurar novamente pelo livro que realizei a mesma e fazer uma abordagem
sobre a situação dos imigrantes idosos em Portugal. O livro tem por nome “Imigrantes
Idosos: Uma nova face da Imigração em Portugal”.
Na minha pesquisa não me limitei a verificar na Internet ou na Biblioteca, fui até
ao site do professor Paulo Peixoto, relativamente à cadeira de Fontes de Informação
Sociológica e fui até à bibliografia acerca do meu tema “ A Europa e os Migrantes do
Século XXI” mas a informação dos livros não ia ao encontro daquilo que eu queria
abordar.
Depois, achei interessante falar das principais Associações e Organizações
existentes para ajudar os Imigrantes a integrarem-se no país que escolheram para viver.
A pesquisa foi realizada na Internet.
Para concluir, fui também pesquisar trabalhos realizados pelos alunos de anos
anteriores, acerca da Imigração, para ver aquilo que eles pesquisaram e abordaram.
Encontrei um trabalho que continha informação relevante e que contribuiu na realização
do meu trabalho, sendo que consta nas Referências Bibliográficas.
Liliana Silva
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8. Ficha de Leitura
Título da publicação: Imigrantes idosos: uma nova face da imigração em Portugal;
Autores: Fernando Luís Machado e Cristina Roldão;
Dados sobre os autores: Fernando Luís Machado e Cristina Roldão são os
autores do livro: Imigrantes Idosos: Uma nova face da imigração em Portugal, que aqui
abordo em apenas dois capítulos. Fernando Machado é doutorado pelo Instituto
Universitário de Lisboa em Sociologia e Cristina Roldão é licenciada pelo mesmo
Instituto, também em Sociologia. Ambos são investigadores no Centro de Investigação
e Estudos de Sociologia deste mesmo Instituto.
Local onde se encontra: Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de
Coimbra;
Data da publicação: Janeiro de 2010;
Editora: Alto Comissariado para a Imigração e Portugal;
Local: Lisboa;
Capítulos: capítulo número 1 e capítulo número 2;
Número de páginas: 17-65;
Assunto: A Europa e os migrantes no século XXI;
Palavras-Chave: Imigração; Idosos; Ciclo Migratório; Envelhecimento;
Data de Leitura: Outubro de 2012;
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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Resumo
Nesta ficha de leitura vão ser abordados 2 dos 4 capítulos do livro. Numa
primeira análise, que corresponde ao 1º capítulo, este começa com uma frase bastante
singular que serve de ponto de partida para o tema aqui abordado “As migrações e os
imigrantes também envelhecem”.
Este é um facto concreto resultante do ciclo migratório que se inicia com a chegada ao
país de destino, onde depois se inserem no mundo do trabalho, formando assim, uma
geração de descendentes. A parte final deste ciclo culmina na velhice. Nem as
migrações representam sempre um potencial de rejuvenescimento demográfico das
sociedades de acolhimento, nem os imigrantes são sempre jovens adultos. No 2º
capítulo é feita a caracterização estatística dos imigrantes em geral em Portugal.
Estrutura
Uma das ideias iniciais presentes no capítulo 1 é referente à Estrutura Etária
Envelhecida que se caracteriza por apresentar um grande número de idosos e uma
diminuição da população nas classes jovens. Esta situação deve-se á diminuição
acentuada da taxa da natalidade assim como a diminuição da taxa de mortalidade e ao
aumento da esperança média de vida. Se por um lado, o aumento da esperança média de
vida deve-se à melhoria de condições de vida por outro lado, este facto explica o
número crescente de idosos em Portugal e na Europa, e como consequência um
decréscimo bastante acentuado da população jovem. Posso com clareza afirmar que
Portugal é, portanto, um país envelhecido, e este problema tende a agravar-se. Coloco
aqui uma questão: O que é um idoso? Os autores respondem da seguinte maneira: “Ser
idoso pode significar desigualdade social, no sentido de menos oportunidades, menos
participação, menos estatuto”.
Os idosos pobres constituem uma categoria social antiga e numerosa em
Portugal, sendo que mais de metade dos idosos portugueses vive em situação de
pobreza.
Liliana Silva
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Actualmente, a idade da reforma deixa de ser equivalente à perda de autonomia
devido principalmente à esperança média de vida sendo que, cada vez mais, os idosos
vivem com melhor qualidade e por mais anos. Levando muitas vezes a situação de
isolamento e solidão uma vez de deixam de ter um papel activo na sociedade. É certo,
que nem todos os idosos têm o mesmo nível de vida. Em primeiro lugar, existem os
chamados Imigrantes reformados, são aqueles que imigram jovens à procura de
condições que o país de origem não oferece.
Em segundo lugar, existem os chamados Imigrantes reformados que se
caracterizam por idosos à procura de custos de vida mais baixos. Vêm sobretudo de
países mais ricos onde as suas reformas rendem mais. Se, por um lado, existem
parâmetros comuns de envelhecimento existem também diferenças nomeadamente no
meio social, familiar e nas condições socioeconómicas. Portanto, existem diferentes
quadros sociais de envelhecimento. Resumindo, é certo que nem todos os idosos
possuem as mesmas condições de vida ou até o mesmo estatuto socioeconómico,
principalmente entre estes dois tipos de imigrantes. Isto deve-se ao trabalho que
exerceram em plena carreira profissional, os estudos que possuem e os rendimentos que
têm. Estes dois tipos de imigrantes depois de se encontrarem reformados questionam-se
sobre qual o país onde permanecer e viver a velhice. Têm tantas razões para ficar como
razões para regressar ao seu país de origem. Depois de passar grande parte da sua vida
no país de destino, aquele que escolheram para viver durante o período profissional,
cria-se um sentimento de distância em relação ao país de origem, pois os filhos e
amigos encontram-se agora no país recetor. Mas, em contrapartida, têm também
familiares e amigos à sua espera com quem mantiveram uma relação ao longo dos anos
no país de origem, país onde nasceram e criaram raízes. Ou até investimentos que
realizaram ao longo dos anos e onde a reforma lhes permitiria viver uma vida
desafogada. Também existe uma 3ª opção, que consiste em transitar entre os dois países
mantendo relações, tanto no país de origem, como no país de destino. São chamados
“estilos de vida transaccionais” (Machado, F. L., e Roldão, C. apud Warnes e Williams, 2010).
Passo agora a abordar a análise estatística apresentada no 2º capítulo. Sendo
assim, neste 2º capítulo a análise estatística permitiu estimar que embora os imigrantes
idosos em Portugal sejam apenas de trinta e cinco mil, este número tem tendência para
crescer substancialmente chegando mesmo no prazo máximo de trinta anos para o dobro
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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do número. Será assim se, como é de esperar, os milhares de africanos chegados jovens
nos anos oitenta e noventas se fixarem definitivamente no nosso país. Uma das
conclusões do capítulo 2 é a existência de vários tipos de imigrantes idosos em Portugal.
Existem dois grupos maioritários são eles os imigrantes da União Europeia, que se
caracterizam especialmente por reformados, idosos que imigram na velhice. O segundo
tipo são os Imigrantes dos PALOP, trata-se de imigrantes laborais que não alteraram
significativamente a sua condição social e por isso chegam à velhice numa situação
desfavorável e vulnerável à pobreza. Embora exista um pequeno número de idosos luso-
africanos, de condição social média, que vieram para Portugal por outras razões. Para
além destes dois tipos de imigrantes existem também os imigrantes idosos brasileiros e
indianos, embora em menos número, são importantes no contexto da história das
migrações em Portugal.
Para concluir, e para terminar esta ficha de leitura, existem dois grandes tipos de
imigrantes que já referi e abordei anteriormente sendo os Imigrantes Laborais e
Imigrantes Reformados. Estes dois tipos possuem condições sociais diferentes devido a
vários factores como por exemplo o factor socioeconómico. Outra das conclusões é a
decisão entre ficar no país receptor ou voltar para o país de origem existindo ainda uma
3ª opção. A pobreza é também um problema bem presente na vida dos Imigrantes
Portugueses. No 2º capítulo, está presente a caracterização geral dos Imigrantes Idosos
em Portugal, tendo em conta diversos factores incluindo uma comparação entre os
Idosos em geral. Sendo as principais conclusões deste capítulo a existência de quatro
tipos sociais de idosos que estão em cima referidos. Em suma, independentemente de
ser hoje reduzido o número de migrantes idosos no universo dos imigrantes presentes
em Portugal, o facto é que, à semelhança do conjunto da sociedade portuguesa, há uma
tendência crescente de envelhecimento. Portugal é assim um país envelhecido.
Liliana Silva
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9. Avaliação da página da Internet
O site que escolhi para fazer a Avaliação da página web foi o Alto Comissariado
para a Imigração e Diálogo Intercultural, I.P. também conhecido por ACIDI, I.P. Esta
página encontra-se disponível em : http://www.acidi.gov.pt/ .
Escolhi esta página da Internet porque está realacionada com o tema do meu
trabalho, e penso que é um site bastante simples, claro e fiável, no sentido em que presta
auxílio aos Imigrantes.
No cabeçalho da página está presente o logotipo da ACIDI, assim como a
informçao sobre este instituto público, basta carregar na seta onde diz “Sobre o ACIDI”.
Uma vez aberta esta seta, fica também disponível aceder a informações como as
Missões, competências, o plano de Integração de Imigrantes, os documentos da ACIDI,
o Conselho Consultivo para os Assuntos da Imigração, o quadro de Avaliação e
Responsabilização, assim como a Comissão de igualdade e Contra a Descriminação
Racial, entre outras. Ainda no cabeçalho podemos aceder aos contactos. Nesta página
existe a opção “English” que direciona para um livro online sobre a Informação
prestada e divulgada pela ACIDI, tanto em Português como em Inglês.
É possível ver uma frase, no cabeçalho, que se resume ao trabalho desta
insituição “Mais Diversidade, Melhor Humanidade”. Penso que é, basicamente, o
objectivo do ACIDI, a existência de mais entreajuda e humanidade para com os
Imigrantes e os descriminados. Para quem quiser pesquisar algo dentro da página Web é
só colocar a informação que pretende obter onde diz “Pesquise aqui”.
Na Avaliação que fiz ao site, constatei que a informação que lá consta é clara e
sintetizada e bastante acessível a todo o tipo de pessoas, embora seja destinada,
principalmente, aos Imigrantes. Quanto à questão gráfica, acho que a página é atrativa,
sendo que as cores ulizadas, azul e branco,entre outras, são chamativas.
Para além disto, quando utilizei o operador boleano link:
http://www.acidi.gov.pt/, foi possível verificar que esta página tem reconhecimento
público e interactividade com outros sites, uma vez que ao utilizar o motor de busca
Google apareceram cerca de 306 000 000 resultados.
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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Também consta na página Web que avaliei, a linha de SOS Imigrante, assim
como a agenda de eventos e notícias que permitem aos visitantes da página estarem
sempre informados.
É importante salientar que na página do ACIDI onde diz “És Imigrante?”
direcioana para toda a informação relevante para a integração do Imigrante num novo
país e para os Centros de Apoio aos Imigrantes.
Uma das vantagens da página Web, é o facto de não existir publicidade nem
qualquer custo em aceder à mesma. Tem, sim, a opção de subscrição. Sendo esta
opcional, uma vez que a informação está disponibilizada e acessível sem qualquer
impedimento.
Na página em que realizei a minha avaliação, tem para além de toda a
informação que já mencionei, o Banco de Informação, assim como o ACIDI TV, o
ACIDI Rrádio, B-i, e a sala de imprensa.
Para concluir na página Web consta a informação sobre a Descriminação Racial
e as comunidades ciganas. Nas comunidades ciganas direciona para o Gabinete de
Apoio às Comunidades Ciganas ( GACI). Quanto à Descriminação Racial direciona
para o site http://www.cicdr.pt/ onde tem a informação toda acerca deste tema.
Em suma o ACIDI, Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural,
I.P., possui informação importante e fundamental para ajudar os Imigrantes, e outras
comunidades. Este é um site interactivo, na medida em que trabalha com outros sites,
cuja informação disponiblizada é relevante. O Site tem um caracter único e singular
devido à informação bastante sintetizada, simples e clara sendo acessível a todo o tipo
de pessoas e idades. Disponibiliza contactos e números de apoio, que penso serem
bastante úteis para ajudar quem precisa. Quanto ao alcance do site, é mais direcionado
aos Imigrantes e a comunidades, como por exemplo, a cigana, embora qualquer pessoa
possa e deva aceder ao mesmo.
A avaliação que realizei permite-me concluir que o site do ACIDI, I.P. é
bastante completo e organizado, com a finalidade de permitir uma melhor integração
dos Imigrantes e das minorias étnicas.
Liliana Silva
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10. Conclusão
Com a realização deste trabalho fiquei com um conhecimento da Imigração e
Emigração na Europa e em Portugal muito mais aprofundado. Assim como utilizar os
operadores booleanos para realizar uma melhor pesquisa, quanto a isto penso que foi de
grande ajuda.
Quanto ao tema do meu trabalho “A Europa e os Migrantes do Século XXI”
penso que desde sempre existiu este fenómeno, uma vez que as condiçoes de vida do
país de origem nem sempre proporcionam qualidade de vida que permita estabilidade
fnanceira e familiar. Ou mesmo as perseguições, guerras e regimes autoritários que
aterrrorizam a vida de muitos indivíduos. As razões que levam as pessoas a sair do país
em que nasceram são diversas, por aquilo que pude constatar, mas as principais são
aquelas que mencionei em cima.
Relativamente à situação de Imigração do nosso país, se noutros tempos muitas
famílias e indivíduos vinham para o nosso país à procura de melhores condiçoes, hoje
em dia, são os portugueses a sair e a partir para outros países com melhores condições
laborais. A crise em que se vive em Portugal veio acentuar a saída dos portugueses para
outros países, principalmente da Europa.
A crescente Imigração da Europa aconteceu sobretudo, segundo a minha
pesquisa, com a formação da Europa dos 27. É importante salientar a importância que a
Imigração tem na Europa, assim como nos outros países, quer a nível económico quer
para o desenvolvimento de qualquer país.
Para concluir, as Associações e Organizações de apoio ao Imigrante são
fundamentais para ajudar na integração das pessoas num novo país, onde por vezes se
encontra bastantes obstáculos como a língua, a cultuta e o clima. Em suma, nem
sempre é fácil ser Imigrante, uma vez que o são por necessidade onde os países de
origem não dão resposta às suas preces.
A Europa e os Migrantes no Século XXI
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11. Referências Bibliográficas
Domingos, C., Lemos, J., e Canavilhas, T. (2009). Um Mundo Fragmentado. In C. Domingos, J.
Lemos, & T. Canavilhas, Geografia C-12.º Ano (pp. 8-63). Lisboa: Plátano Editora.
Faustino, H., Peixoto, J., e Baptista, P. (2009). As Características da Imigração em Portugal e os
seus efeitos no Comércio Bilateral . Lisboa: Alto - comissariado para a Imigração e
Diálogo Intercultural (ACIDI, I.P.).
Instituto Nacional de Estatística. (2012, dezembro, 19). Censos 2011 Resultados Definitivos -
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Pensilvenia.
Anexo
1