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A FAMÍLIA
A ESCOLA
A RELIGIÃO
Para a Sociologia a família é uma instituição social,
portanto não é natural, é construída socialmente.
Como qualquer outra instituição social, pode sofrer
variações, no tempo e no espaço.
Determina status e papeis sociais, através do
sistema de parentesco.
As informações sobre essa instituição são
transmitidas culturalmente, através do processo de
introjeção social, internalizadas pelos indivíduos e
reproduzidas cotidianamente.
Família: Grupo de pessoas cujos membros possuem entre si laços de parentesco. Podem, ou não, habitar a mesma residência.
Família conjugal ou nuclear: família composta por pai, mãe e filhos.
Família consanguínea ou extensa: reúne além do casal e seus filhos, outros parentes, como avós, netos, genros, noras, primos e sobrinhos.
Família monoparental: apenas um dos cônjuges vive na casa com seus filhos, acompanhado ou não de outros parentes.
Família anaparental: irmãos e ou parentes vivendo juntos, sem a presença do pai e da mãe.
Família unipessoal: pessoas morando só, sem filhos ou com filho (s) morando com outro cônjuge.
Sexual e reprodutiva: garante a satisfação dos
impulsos sexuais dos cônjuges e perpetua a
espécie humana.
Econômica: assegura os meios de subsistência e
bem-estar dos seus membros.
Educacional: transmissão à criança dos valores e
dos padrões culturais da sociedade, através da socialização.
Endogamia: casamentos permitidos
apenas dentro do mesmo grupo, da
mesma tribo ou do mesmo sistema de
parentesco.
Exogamia: casamentos permitidos com
membros de fora do grupo social, da tribo ou do sistema de parentesco.
Monogâmicos (monogamia): aquela em que cada homem ou mulher pode ter apenas um cônjuge, tanto quando é uma aliança indissolúvel ou quando é permitido o divórcio.
Poligâmicos (poliginia): aquela que cada esposo pode ter dois ou mais cônjuges (proibido no mundo ocidental moderno, mas permitido culturalmente em algumas sociedades).
Poliândricos (poliandria): aquela que cada esposa pode ter dois ou mais cônjuges (presente em algumas tribos do Tibete e esquimós).
ANARQUISMO: Os adeptos do pensamento anárquico colocam-se contra qualquer tipo de poder autoritário que tenha objetivo de regular e controlar a vida do indivíduo. São favoráveis a extinção do Estado, do governo, do credo religioso, do exército, das prisões, das escolas e também da família (tal como se encontram organizadas socialmente e legalmente).
Família anárquica: homens e mulheres teriam os mesmos direitos e deveres. A vida conjugal e familiar jamais poderia ser embasada na autoridade de um dos cônjuges. Segundo Errico Malatesta “(...) homens e mulheres na condição de seres humanos igualmente livres poderão, no futuro, celebrar uniões amorosas livremente, sem qualquer ingerência legal ou clerical, e o casamento consumado com base exclusivamente no amor recíproco deverá durar tanto tempo quanto dure o amor”.
Para Emile Durkheim (1858-1917), a família
é fundamental para a sociedade. É uma
construção da “Consciência Coletiva”, ou
seja, é uma instituição social. Fundamental
para a preparação dos indivíduos para a vida
em sociedade. Exerce função social
importantíssima e fundamental para a
sociedade.
Para Karl Marx (1818-1883), “a família moderna
contém em seu germe, não apenas a escravidão
como também a servidão, pois, desde o começo,
está relacionada com os serviços da agricultura.
Encerra em miniatura todos os antagonismos que
se desenvolvem, mais adiante, na sociedade e em
seu Estado”. “Abolição da família!”
(burguesa)
Sociologicamente, a “Escola” é
entendida como uma instituição
social, ou seja, uma construção
humana e coletiva, instituída, via
cultura e ideologia aos membros da
sociedade.
A escola, como conhecemos hoje, nem
sempre existiu, pois em sociedades
tribais a socialização e a manutenção do
grupo, ou seja, a herança cultural e os
saberes necessários eram (e ainda são
em alguns casos) transmitidos pela
educação informal, de geração para
geração.
POVOS TUPINAMBÁS
Conhecimento acessível a todos os membros da sociedade.
Transmissão cultural cotidiana (sem recursos e ou técnicas pedagógicas).
Em casos de sociedades iletradas, a transmissão se dá oralmente. Nesse caso a palavra oral possui prestígio.
A educação não é um privilégio, os membros da comunidade ocupam os papéis de aprendizes e de mestres.
A escola, como conhecemos atualmente, intitulada como “Escola Moderna”, pelos historiadores da educação, começou a se configurar nos fins do século XVI e ao longo do século XVII.
Antes disso, em sociedades antigas e ou medievais, o ensino era transmitido individualmente, por mestres, ou em pequenos grupos independentes de idade ou seriação.
Registro das aulas
Controle da freqüência
Livros didáticos (textos
simplificados)
Rigor disciplinar (normas e
regimentos de conduta)
TRANSMITIR
ORGANIZAR
DISCIPLINAR
CONTROLAR
(o processo do conhecimento)
TEORIA FUNCIONALISTA
O pensamento de Émile Durkheim faz a
defesa da ordem social dominante
(“status quo”)
A Escola tem a função de transmitir aos
indivíduos o conhecimento, os valores, as
crenças e os princípios da sociedade. O
objetivo é a proteção e a perpetuação da
sociedade.
Para essa corrente teórica, a Escola é uma
instituição que contribui, através de suas
práticas, conhecimentos e valores
veiculados, para a reprodução das
desigualdades da sociedade de classes.
Pierre Bourdieu (1930-2002) e Jean-Claude
Passeron (1930), sociólogos franceses são
representantes dessa teoria.
Essa abordagem entende que a instituição escola ignora as diferenças sócio-culturais, selecionando e privilegiando as manifestações e os valores das classes dominantes em detrimento dos saberes e práticas das classes subalternas.
Dessa forma favorece aos jovens e crianças que já dominam, pois a escola é uma extensão da família e do “mundo” do qual provêm.
Para as crianças e os jovens das classes subalternas, a escola é uma ruptura, seus saberes e práticas são ignorados e desprezados e têm que “desaprender” uma cultura e aprender outra.
Bourdieu denomina esse processo de “violência simbólica”
Filósofo francês, analisou a escola, entre outras
instituições, como; prisões, hospitais, conventos e
quartéis, buscando desvelar suas semelhanças,
nos seus aspectos de controle e organização.
Para Foucault, os “pequenos” poderes são mais
importantes de serem analisados do que o poder
centralizador e visível, pois abarcam todo o espaço
social, são dispersos e não conseguimos escapar.
É o espaço físico, o mobiliário, as regras, os
olhares vigilantes, as ameaças e as
punições.
Os objetivos dessas instituições, para
Foucault, (a escola também), são de controle
dos corpos e da consciência individual,
treinados para a obediência, sendo “úteis” e
“dóceis”.
VIGIAR E PUNIR (1975)
Paulo Freire (1921/1997), representante da filosofia
ou da pedagogia da libertação, defendia que a
educação tem a ver com a conscientização. A
educação conscientizadora tem a tarefa de
conscientizar criticamente o educando de sua
posição social e mobilizá-lo internamente para a
luta pela transformação da sociedade. A escola
tem o objetivo central de construir indivíduos
autônomos, críticos, em condições de lutar pela
superação das desigualdades e pela transformação da realidade.
A religião, ao olhar sociológico, é
uma obra humana, é uma construção
social, através da qual é construído
um cosmo sagrado, que opera um
encantamento e dá sentido ao
mundo e a vida.
“Religar”
A religião, como instituição social, exige:
CRENÇAS
FÉ
DOGMAS
RITUAIS
ESPAÇO PRÓPRIO (TEMPLOS)
SÍMBOLOS SAGRADOS
A religião e suas construções, determinam status e papeis sociais específicos, orientam crenças, valores e nem sempre são tolerantes com outras religiosidades.
Seitas: quando surgem rompimentos com a religiosidade hegemônica, que geram outros “ramos” dessa mesma religiosidade; são considerados seitas. Pode ser considerada uma visão negativa ou intolerante dos seguidores da religião dominante.
DEÍSMO – admite a existência de um Deus criador,
mas questiona a revelação divina. A razão seria
suficiente para essa crença e dispensa a prática
religiosa.
ATEÍSMO – ausência de crenças em divindades.
TEÍSMO – crença na existência de deuses.
AGNOSTICISMO – a existência ou não de um ser
superior nunca será resolvida.
O processo histórico ocidental da modernização e da industrialização que
acarretou a perda do poder político, social, cultural e econômico da religião
(como instituição social), para o pensamento racional e suas descobertas
científicas, é denominado de:
SECULARIZAÇÃO
Extremo Oriente: Taoísmo, Xintoísmo,
Budismo, Confucionismo, Hinduísmo
Origem Africana: Candomblé e Umbanda.
Oriente Médio: Judaísmo (Torá), Cristianismo
(Bíblia) e Islamismo (Alcorão).
Auguste Comte (1798/1857), pensador francês e
positivista, teorizou a religião como uma forma não
evoluída de explicação da realidade.
Em sua teoria; a “Lei dos Três Estados”, a religião
(como fetiche) estava no Estado Teológico, ou seja, no
mais simples e primitivo estágio evolutivo de uma
sociedade, onde objetos concretos eram utilizados
pelos seres humanos para explicar a realidade natural e
social.
Estado Metafísico: o uso da abstração, como
instrumento explicador da realidade.
Estado Positivo: Conhecimento científico
Emile Durkheim (1858/1917), pensador francês, positivista
e funcionalista, escreveu a obra: “As formas elementares
da vida religiosa” (1915), onde teorizou sobre o tema.
A essência da religião, para Durkheim, está na separação
da realidade em duas esferas diferentes: a esfera sagrada
e a esfera profana.
A esfera sagrada é composta pelas crenças e pelos ritos
que formam uma unidade; a religião. A esfera profana é o
cotidiano mundano da sociedade.
A religião envolve os aspectos cognitivos ou culturais
(crenças), quanto o real, material, institucional (ritos) do
sagrado.
Para Durkheim, o fenômeno da religião tem uma
origem social, pois essa força difusa, anônima,
impessoal e superior, que os indivíduos sentem que
age sobre eles e à qual devem obediência, não
passa de uma percepção não elaborada da força da
sociedade sobre o indivíduo, “de modo geral, não há
dúvida de que a sociedade tem tudo o que é preciso
para despertar nos espíritos a sensação do divino,
pela ação que exerce sobre o indivíduo, ela é, para
seus membros, o que é uma divindade para os fiéis”,
nas palavras do autor.
Para Karl Marx (1818-1883), a origem da
religião de uma sociedade se dá na
infraestrutura (material) que determina a
superestrutura (abstrata) de uma sociedade.
A religião é uma abstração (superestrutura)
determinada pelas camadas sociais que
dominam as relações materiais de existência
de uma sociedade (infraestrutura).
A crítica de Marx, á religião, se dá pela forma
que essa instituição social é utilizada pelas
camadas dominantes para modelar e
controlar o pensamento social.
A religião passa atuar como resignação e
aceitação das condições de vida, como um
destino que não pode ser modificado,
impedindo a transformação social.
Para Weber existem dois tipos ideais de
religiões:
Teocêntricas: (imagem de Deus
supramundano e pessoal, fora e acima do
mundo)
Cosmocêntricas: (imagem de Deus
impessoal e não criado, Deus e mundo são a
mesma realidade, Deus intramundano)
Para Weber, o capitalismo desenvolveu-se
no ocidente pelo fato das religiões ocidentais
pregarem uma atitude de engajamento
(atitude ativa) diante do mundo. A ética
religiosa influenciando a ética racional, no
capitalismo.
Já o caráter das religiões orientais leva o
crente a uma atitude contemplativa (atitude
passiva) diante do mundo.