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A fonte Q Histórico da pesquisa Onde, Quando e Quem? Conteúdo Projeto evangelizador de Q

A fonte Q

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  • A fonte QHistrico da pesquisaOnde, Quando e Quem?ContedoProjeto evangelizador de Q

  • Estudo da Fonte Q

    Grupos de trabalho:

    1- Histrico do territrio da Galilia (I e II partes)

    2- Hipteses sobre a fonte Q, Onde e Contedo (III VI partes)

    3- Histrico do estudo sobre a fonte Q (VII parte)

    4- Teorias sobre o estudo da fonte Q (VIII parte)

    5- O projeto evangelizado da Fonte Q (IX parte)

  • A antiga Galilia

    Desde a conquista de Israel pela Assria (722-721 aC.), a Galilia se desenvolveu em meio a vrias culturas. Era multicultural, diferentes grupos sociais. A Judia chamava-a: Galilia das naes (Is 8,23).

    Com Alexandre Magno (sc. IV aC.) surgem cidades gregas na Decpole (Hipos e Gdara) e a Galilia ficou exposta cultura helenstica.

    No tempo dos romanos, as aldeias da Galilia estabeleciam uma rede econmica com os centros urbanos, povoados por gentios e romanos.

    Depois da revolta dos macabeus, surgiu o reino dos hasmoneus, centralizado em Jerusalm, esforou-se por criar um estado judeu, considerado pelos galileus como imposio vinda de fora.

    Isso gerou uma resistncia. Os camponeses galileus davam mais importncia a seu prprio povoado (Nazar/ Cafarnaum) que ao templo de Jerusalm.

  • A Galilia depois da destruio do Templo

    S depois da rebelio de Simeo Ben Koseba (132-135 dC.) e a consequente expulso dos judeus de Jerusalm, a Galilia chegou a ser o lugar significativo para a definio e a identidade judaica.

    Em Sforis e depois em Tiberades seria codificada a Mishn e, mais tarde, o Talmud Palestinense.

    No temos muitos dados sobre a vida dos primeiros cristos galileus.

    Embora os evangelhos sinticos narrem bastante sobre a vida de Jesus e de seus seguidores na Galilia, pouco se sabe sobre a comunidade que a vivia.

    At o sculo XIX a discusso de Q centrou-se no debate se realmente havia ou no existido uma tal fonte. Afirmar a existncia de Q no levava a nenhuma descrio mais precisa do contedo do documento.

  • Incio de conversa

    Sculo XIX: Primeiros debates: Existiu ou No existiu essa fonte? Sculo XX: Surgem Hipteses: - 1907: Adolf von Harnack: Os ditos e discursos de Jesus Objetivo: resgatar elementos religiosos e ticos - 1972: Siegfried Schulz: Q a fonte de ditos dos evangelistas

  • Pesquisas mais atuais

    Reconstruo do documento Q original.

    A fonte Q sempre foi um texto grego, diferente do LXX Mateus e Lucas compartilham:

    . Idias bsicas. Mesmas palavras. Mesma sequncia de ditos

  • Onde, Quando e Quem?

    Surge na Galilia, ao redor do Lago de Genesar, em vilarejos insignificantes: Cafarnaum, Betsaida, Corozaim.

    o escrito mais antigo do Cristianismo Primitivo.

    Composio: dcada de 40 d.C.

    Autores: escribas e notveis das aldeias e vilas

  • Contedo

    Coleo dos ditos de Jesus. No h referncia paixo-morte e ressurreio. No faz referncia aos milagres. No h muitas parbolas. Um horizonte apocalptico atravessa o documento Discursos voltados para o Reino de Deus e FH. Muitos ditos ticos voltados para o cotidiano. Fonte Q muito parecida com Ev. De Tom.

  • Filho do Homem no privilgio. Refere-se aos cumpridores do ensinamento de Jesus.

    O que vem (3x): horizonte de juzo e julgamento.

    Reino de Deus no orientado para o futuro.

    Opo alternativa para o presente.

    Dirige-se aos pobres e necessitados materiais.Contedo evangelizador de Q

    No h referncia ao Templo de Jerusalm.

    No tem discusso da Tor e sua interpretao.

    No h muitos ttulos cristolgicos.

  • Ncleo da pregao

    Estilo sapiencial e proftico-apocalptico

    Ncleo mais antigo: - O Reino de Deus presente a partir da pregao de Jesus.

    - Julgamento apocalptico

    - Ttulo de Jesus: Filho do Homem (Lc 6,22)

    Elaborao posterior: vinda de Jesus no futuro.

  • Os seguidores de Jesus

    So missionrios enviados como ovelhas entre lobos (Lc 10,3-6.9-11).

    Viajando de aldeia em aldeia, os missionrios dependem da boa vontade dos outros.

    A nova prtica: amor aos inimigos. a tica da resistncia

  • Deve ser pedido na orao (Lc 11,2).

    poder de Deus que expulsa o demnio (Lc11,20).

    A boa notcia para os pobres (Lc 6,20).

    As comunidde so chamadas a viver a fraternidade familiar, na igualdade e na ajuda mtua. Todos so irmos e irms (Lc 11,27-28; 14,7-10; Mt 23,8-13).O Reino de Deus

    como uma semente de mostarda/ fermento (Lc 13,18-21).

    O Reino j est presente (Lc 10,9).

  • Projeto evangelizador de Q

    A fonte foi a expresso de um movimento popular na Galilia. Procurava a libertao de Israel. Opunha-se s instituies de dominao. A cristologia:

    - Jesus-Profeta - Sabedoria-Sofia - Filho do Homem

    Ele procurava a libertao de Israel, na Galilia e criticava profeticamente as autoridades de Jerusalm.

  • Memria dos missionrios

    Fonte Q a memria dos missionrios (Lc 10,3.16). Eles so conscientes do que Jesus fez e falam com a sua autoridade. Suas palavras so sustento no conflito e na perseguio

  • Histrico do Estudo sobre Q

    1964: James Robinson: Ditos dos sbios

    Ponto de partida: livro dos Provrbios.

    Paralelo Q com Evangelho de Tom.

    Base: sapiensial. Tom opta por desenvolvimento gnstico.

    Q opta por desenvolvimento apocalptico (Filho do Homem em Q e ausente em Tom

  • Histrico do Estudo sobre Q

    1969: Dieter Lhrmann: A redao da fonte dos ditosChave da redao: polmica contra esta geraoPerspectiva deuteronomista: a ira que vem de Deus.

    1978: Arland Jacobson (tese de doutorado)Trs nveis distintos na histria da composio.Q deve ser dividido em quatro sees, de acordo com as etapas de sua redao.

    1984: Migaku Sato: Q pura profecia

  • Histrico do Estudo sobre Q

    1987: John S. Kloppemborg escreve sobre a formao de QTrs etapas, cada uma com gnero lit. prprio:1 Coleo Sapiencial dos ditosGnero literrio: instruo2 Gomologion: vrios pronunciamentosDiscurso proftico, polmico, desafiador3 Trs tentaesDireciona para memria e biografiaPano de Fundo: Unidade literria e Diversidade Teolgica

  • Histrico do Estudo sobre Q

    Gerd Theissen: Radicalismo itinerante.

    Focaliza os aspecto literrio-sociolgico de Q.

    Primeiros seguidores: radicais itinerantes, comparado ao estilo dos filsofos cnicos:

    - Ficar livre da famlia

    - Viver sem teto

    - Abster-se das normas comuns de limpeza

    - Roupa simples

    - Mendicncia

    = Viver contra a corrente

  • Histrico do Estudo sobre Q

    R.A.Horsley: faz crtica a Theissen,

    Descrio conflitiva da realidade Palestina

    Promoo do Reino de Deus.

    Seguidores: projeto renovador comunitrio:

    - Generosidade - Anulao das dvidas - Amor aos inimigos - Perdo - Acordo sobre as disputas

  • A subdiviso da Fonte Q

    Bloco Q 1: Estrato SapiencialSemelhante s mximas de sabedoriaBloco mais antigo. Seria o original.

    Bloco Q2: Estrato ProfticoDitos profticos e apocalpticosUso de imagens e smbolos para superar as crisesAnncio do Julgamento: J.Batista, esta geraoReino de Deus; Filho do homem.

    Bloco Q3: Tentao de JesusEstilo narrativo e mtico

  • Conversa em pequenos grupos

    1- Qual a importncia do estudo desta fonte dos Evangelhos?

    2- O que mais chamou sua ateno em relao aos dados apresentados sobre a Fonte Q?

    3- Dvidas? Esclarecimentos?

  • Bibliografia

    VAAGE, Leif E. (trad. PIXLEY, Jorge), O cristianismo Galileu e o evangelho radical. In: Cristianismos originrios (30-70 dC). Revista de Interpretao Bblica Latino-Americana. no. 22.Petrpolis/ So Leopoldo, Vozes/ Sinodal 1995, pp.84-88.

    RODRIGUES, Elisa, A Fonte Q e o Jesus histrico. Duas hipteses em discusso a mais de 200 anos. Apostila elaborada e apresentada em sala de aula, na UMESP 2005.

    Anderson, Ana Flora e Gorgulho, Gilberto. O povo de Deus em marcha - As comunidades primitivas. 1997, p. 17-34.