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Ana Lúcia Caminha Fernandes Leandro Ferreira da Silva Mirian de Oliveira Azevedo 2012

A FORMIGUINHA AZUL

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lIVRO DE LITERATURA INFANTIL

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Ana Lúcia Caminha FernandesLeandro Ferreira da Silva

Mirian de Oliveira Azevedo

2012

Silvana Rodrigues Montemor Mollo

Certo dia, no vale encantado onde muitas borboletas e uma joaninha voavam pra lá, pra cá, de um lado para outro, num bailado encantador, surgiu uma pequenina formiguinha que estava machucada e triste.

Tinha uma cor diferente. Era azul! E ninguém sabia por quê.

A joaninha, toda meiga, foi chegando perto, mais perto e perguntou:

- Olá, formiguinha Azul! O que aconteceu com você, não sabe que é perigoso andar por aí? Ah, você foi atacada... foi? Ou está perdida, você não faz parte das formigas encantadas, faz...?

Pois você parece muito diferente...

- Acertou, mas chega de perguntas, não percebe como estou magoada! Bem que gostaria de ser uma das formigas encantadas!

- Então, conte para nós o que aconteceu, assim poderemos ajudá-la.

- Fui abandonada pelas formigas do meu formigueiro. Enquanto elas estavam sempre trabalhando, eu ... só arrumava confusão e mais confusão... não queria nem saber de nada, não respeitava ninguém, só queria ficar de pernas para o ar, igual à minha amiga centopéia. Deram-me um basta quando falei que precisava de um porco de atenção e liberdade. Ninguém quis me ouvir. Acharam que sou diferente de todas elas. Fui dizer o que eu pensava, olha só no que deu, quase me esmagaram. Lá ninguém tem tempo para nada. A palavra de ordem é trabalhe...

- Calma aí, Formiguinha! Você não sabe como é a vida das formigas, todas têm obrigações – nesse instante, a joaninha viu uma outra formiguinha aproximando-se. – Está vendo esta formiguinha que vem chegando? Ela está procurando comida, e assim que encontrar, será encarregada de avisar as demais para que todas juntas possam ajudá-la, todas sabem a importância da cooperação. Ah! Tive uma ideia. Vamos chamá-la até aqui e contar-lhe a sua história, assim quem sabe no formigueiro encantado em que ela vive você terá abrigo e será acolhida...

A formiguinha ouviu a história e compreendeu a situação da Formiguinha Azul. Achou importante levá-la para conhecer a formiga Sabidu, para que ela entendesse a dificuldade de ser diferente em um grupo, e também aprendesse a importância dos valores e dos ensinamentos. No formigueiro encantado, a formiga Sabidu é aquela que sabe tudo da vida e tem um coração muito bondoso; adquiriu muita experiência para poder ensinar a todos. Porém, a Formiguinha Azul teve que prometer ouvi-la e respeitar os ensinamentos.Assim elas partiram ao encontro da sábia formiga.

- Olá, rainha das formigas!- Bom dia! Formiguinha Azul, não sou uma rainha, e sim uma simples formiga mais velha e pronta para ajudá-la. Soube da violência que sofreu. Viver não é fácil e é preciso muita paciência para o aprendizado. Você ainda tem muito o que aprender.- Sabidu, eu quero aprender a ser especial como todas aqui, sei que sou diferente, e não quero mais viver em confusão. Só você poderá me ensinar a ser forte para ajudar as outras formigas.

- Minha querida amiga, você já é uma formiguinha especial, percebeu que mais importante do que errar é saber que sempre haverá outra chance para acertar, e não pensou só em você, mas nas outras, soube ser humilde e a humildade é uma linda qualidade. Preste atenção, vida em grupo não é fácil, todas nós temos que colaborar para que quando chegar a época do inverno haja comida e tempo para conversas e muitas brincadeiras.- Tempo para brincadeiras, oba!!! Como é bom saber que tem alguém como você, que pode nos orientar.

- É, mas tenha muito cuidado, pois todos os dias acontecem coisas que nos ameaçam, você sabe que há muitos desafios pela frente e terá que escolher o melhor caminho... Agora, ao trabalho!!!Somos formigas, formigas amigasSomos amigas, amigas formigasTrabalhar é nossa obrigaçãoe sabemos o quanto é bom, é bom, é bom!

De repente, entre as folhas apareceu um enorme verme, a Formiguinha Azul nunca tinha visto um inseto tão horroroso...Quando não conhecemos os insetos o melhor é ficar longe, pois no vale existem insetos bons e maus e o verme é do mal!Mas a Formiguinha Azul, destemida e inocente, foi ao encontro do verme, que, rapidamente, interrogou-a: - Olá, você é nova por aqui? Você não tem medo de mim?- Ah, não, por que deveria? - Acho que todos têm, por que será?- indagou o inseto.

A Formiguinha Azul olhou pra lá, olhou pra cá e por fim para o verme... de repente, sentiu muito medo e pôs-se a correr... correr... até se perder pelo vale. Ao cair de tão cansada, eis que surge uma outra linda joaninha, cheia de encanto... - Acorde, Formiguinha, acorde, não deixe esta chance escapar, vamos... acorde...A Formiguinha acordou e, admirada com tanta ternura, percebeu que o perigo já havia passado e que não estava sozinha.

- Formiguinha, preste atenção no que vou dizer sobre o formigueiro encantado. - Sim, aquele da Sabidu? Ah! Onde está minha amiguinha?- É aquele mesmo, ele é um formigueiro especial, onde se respeitam os direitos de todos os insetos.- Até mesmo do verme, da minhoca?- É isso mesmo, no formigueiro encantado todos os insetos, independentemente da sua espécie, são respeitados, pois cada um tem algo de bom e todos foram criados pelo mesmo Criador.

- É, joaninha, no meu formigueiro é muito diferente, nós que somos pequenas somos maltratadas, e até mesmo esmagadas pelas mais fortes; eu sou diferente de todas, sabe por quê? Gostaria que o meu formigueiro fosse igual ao do vale encantado, pois nele há liberdade e respeito. - Liberdade! Mas para isso precisamos de normas e um bom líder, que conquiste e queira bem a todas...- Como assim... normas... líder?Eu posso ser uma? - Líder! Que bom, Formiguinha, acho que você é muito esperta e aprendeu muito mais rápido do que eu imaginava.

- Você me ajuda, joaninha, para que eu me transforme em uma grande líder?- Sim, mas antes é preciso prepararmos algumas normas.- Olhe quem está de volta, a formiguinha e suas companheiras, vamos chamá-las, assim elas poderão nos ajudar!!!Juntas se tornaram fortes para ajudarem na nova conquista da Formiguinha Azul.- Concentração, vamos lá! Direito à vida de formiga – disse a joaninha.

- Não, não! – diz a borboleta. – Se é direito à vida não importa a espécie.- Respeitar cada espécie é respeitar a liberdade – disse a formiguinha. - Respeitar a opinião e a comunicação entre todas, não importa o formigueiro, todas são iguais – disse a joaninha.- Liberdade de sair de um formigueiro para outro, assim unidas ajudarem umas as outras, a mais forte ajudar a mais fraca ou menor. Assim, todas terão comida, ninguém irá morrer de fome – disse a formiguinha.

- Não se pode maltratar as formigas e nem castigá-las de maneira cruel e humilhante – disse a borboleta.Mas a joaninha afirmou:- É preciso punir sim, quando erram!- Mas não como fizeram comigo, expulsando-me só porque falo o que penso – argumentou a Formiguinha Azul.- Vamos lá! Ainda não terminamos - disse a borboleta.

E juntas com todo o entusiasmo:- As normas devem ser iguais para todas, não se pode prender as formiguinhas ou expulsá-las sem dar outra chance...- Gostou, Formiguinha Azul? Esta foi pra você! Assim ninguém poderá proibi-la de pensar, circular ou falar o que quiser – disse a borboleta.

- Todas as formigas terão direito a ter um formigueiro e alguém para cuidar e ensinar – disse a Formiguinha Azul.

- As formigas terão direito ao voto, e todas no formigueiro deverão trabalhar, receber alimentos e viver com dignidade. A formiga Sabidu deverá ser eleita por todas – concluiu a borboleta.E o diálogo continuou animado...Formiguinha Azul:- Dignidade! Que palavra difícil? Joaninha:- Acham que está bom? O que vocês acham?Formiguinha Azul:- Ahhhh! E o descanso, e a hora de brincar? Não acham importantes?!

Borboleta:- É mesmo, somente no inverno, principalmente as formigas menores.Joaninha:- Terminamos!!! Formiguinha Azul: - Ufa! Que tarefa difícil!Joaninha:- Já desistiu? Tem que tentar, pois tudo na vida é difícil.

Borboleta:

- Ah! Vai demorar anos, ah! se vai! Mas valerá a pena, pois assim outras formigas irão crescer em formigueiros, livres!

A Formiguinha Azul despediu-se daquelas amiguinhas que tanto ajudaram e ensinaram, e soube que a partir daquele momento sua vida havia mudado, pois agora tinha uma grande missão.

Que lição de vida a Formiguinha teve durante aqueles dias, e ao encontrar sua amiga centopéia, toda exuberante com suas cem perninhas, sempre risonha e de bem com a vida, foi logo contando sua linda história e também o seu grande sonho. O sonho de transformar o seu formigueiro em um lugar onde todos respeitassem os direitos e deveres, onde todos fossem livres e felizes.

A Formiguinha perguntou:

- Centopéia, você com tantas pernas é livre para escolher seus caminhos?

- Sim, respondeu a centopéia. Eu tenho várias pernas, mas não sigo vários caminhos, e mais, liberdade é uma conquista que todos devem ter, e o respeito à vida é fundamental para a preservação do planeta...

CLASSIFICAÇÃO DOS PERSONAGENS

DEMOSTRATIVO DE CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO AO NÚMERO DE SÍLABAS

CLASSIFICAÇÃO DAS PALAVRAS QUANTO ACENTUAÇÃO

REFERÊNCIA

MOLLO, Silvana Rodrigues Montemor. Formiguinha azul: uma emocionante história de cidadania. – São Paulo : Ícone, 2002. – ( Coleção bem-te-vi bem-te-li).