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Apresentação do artigo científico "A grande ilusão: o jogo do poder em análise do filme original All the King´s man", produzido em novembro de 2010 e publicado em anais do Seminário Internacional de Ciências Políticas - Buscando o Sul, em outubro de 2011. Apresentação: Aline Sant Ana.
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Ilusão
¹ Profª Me. da Universidade Federal do Pampa; atua no curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo.
E-mail: [email protected]
²Graduanda da Universidade Federal do Pampa, no curso de Comunicação Social com Habilitação em Jornalismo.
E-mail: [email protected]
A grande ilusão: o jogo do poder em análise
do filme original All the King´s man
Aline Sant Ana¹ Mara R. R. Ribeiro²
Apresentação
O filme A grande Ilusão (All the King's Men, 2006), que abriu a programação do projeto de extensão Sessão
Pipoquinha em 2008, permite pensar o mundo da política e a dicotomia público e privado. Dirigido por Robert
Rossen, tem origem no livro homônimo de Robert Penn Warren, ganhador do Prêmio Pulitzer de ficção em 1947.
Essa é a segunda versão da obra de Warren que transita pelo mundo do cinema. Na primeira, em 1949, resultou o
Oscar de melhor ator a Broderick Crawford, que viveu o papel de Wilie Stark. No presente artigo pretende-se
discutir o espaço da política e ação do ser político na ascensão ao poder.
Objetivo
A partir da metodologia analítica-descritiva do filme, buscou-se entender o poder da visibilidade midiática
quando posto a serviço dos interesses privados ou corporativos na cena pública.
Fundamentação teórica
Dentro da perspectiva de análise buscou-se fundamentar na concepção maquiaveliana
(MAQUIAVEL) os critérios relacionados à virtude do ser político, em associação às proposições de WEBER para
a Vocação Política. Estas características possibilitam a percepção da ação dos indivíduos quando colocadas num jogo de poder.
O que condicionará a acepção da visibilidade (THOMPSON), como espaço da política é o lugar onde
se manifesta a capacidade racional do indivíduo. Neste intuito, pode-se pensar numa conclusão para o
que, de fato, venha ser o poder da visibilidade.
O filme é baseado na história do político Huey Long, que foi governador do
Estado da Louisiana (EUA) na década de 1930. Long, cujo governo foi marcado
pelo escândalo de corrupção da máquina pública , justificava suas ações políticas como meio de levar conforto e
bem-estar aos pobres.
Direção: Steven Zaillian Duração: 122 mim
Elenco: Sean Penn, Jude Law Kate Winslet, Anthony Hopkins, Mark
Ruffalo, James Gandolfini, Patrícia Clarkson
o filme
O que se ressalta do filme é a visibilidade que se dá ao jogo
do poder, em que se envolvem os interesses privados ou
corporativos na cena pública. Na perspectiva de análise
deste trabalho entende-se que o espaço da política é o lugar
onde se manifesta a capacidade racional do
indivíduo.
virtù em Maquiavel (1513)
é a qualidade primeira do príncipe no comando:
concentrar as decisões com seus objetivos traçados.
Weber e Maquiavel : As ações políticas como jogo de poder.
Weber (1946) o papel da
liderança é a razão encontrada por
ele, para justificar a existência de um
Estado.
A esfera política é pública por excelência.
(Thompson 2000)
Poder político nas esferas públicas
Comunicação e política no séc. XX modificam a natureza da visibilidade na sociedade em função do tipo de
mediação que se estabelece com o público .
Escândalo político: Poder simbólico (Bordieu, 2004)
Vida pública e privada
Esfera pública
Visibilidade
O escândalo político
O escândalo político surge no ponto onde a lógica do processo devido se sobrepõe a lógica do poder.
(THOMPSON, 2002, p.124) .
Que lógica é essa?
Escândalos midiáticos, usados apenas como estratégias do jogo
político, são colocadas na condição de
facilitadoras do poder.
Interesses públicos e privados no jornalismo
Escândalos midiáticos, usados apenas como estratégias do jogo
político, são colocadas na condição de
facilitadoras do poder.
Jack Burden – o jornalista Willie Stark – o político da classe popular Judge Irwin e MacMurphy- aristocracia
WEBER
“Nem tudo que provém do bem, é necessariamente bom, ou pode ser justificado por isso (...)
e quem deixar de perceber isso é, na realidade, um ingênuo em política” (WEBER, 1946, p.85).
[01:24:32 – 01:26:33] [01:55:40 - 01:57:00]
Conduta das finalidades -> conduta das responsabilidades
Cena do médico
ações do político
ações do jornalista
Análises finais
Como o filme termina em aberto, já que o jornalista neste caso se coloca como intermediário da situação, dá-se a condição para
que o espectador tome sua própria interpretação.
Na história real, porém, o caso foi “abafado” tempos depois pela não comprovação das fraudes.
É inegável que a MÍDIA tomou (toma) um posicionamento de acordo com o jogo político.
Então, qual é a grande ilusão?
A mídia deve ser imparcial. Não existe mídia imparcial.
A visibilidade midiática detém o poder político.
A visibilidade NÃO é o poder. (é a condição para)
O poder está na força das relações que se estabelecem a partir do que é midiatizado.
Referências Bibliográficas BOBBIO, Norberto et all. - Dicionário de Política. Brasília: UNB, 2004. BOURDIEU, Pierre. O Poder Simbólico. 7.ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2004. CHAPARRO, Manuel Carlos. Pragmática do jornalismo: buscas práticas para uma teoria da ação jornalística. 3. Ed. São Paulo: Summus, 2000 __________. Fronteiras perigosas entre jornalismo e política. Disponível em <http://www.sinprorp.org.br/clipping/2005/198.htm>. Acesso em: 15/09/2008.
MAQUIAVEL, Nicolau. O príncipe. São Paulo: Martins Fontes, 2009. RUBIM, Antonio Albino Canelas – Comunicação e Política. São Paulo: Hackers, 2000. THOMPSON, John B. Ideologia e cultura moderna: teoria social crítica na era dos meios de comunicação de massa. Petrópolis: Vozes, 2000. _________. O escândalo político: poder e visibilidade na era da mídia. Petrópolis: Vozes, 2002. VOGEL, Luis Henrique. Mídia e democracia: o pluralismo regulado como arranjo institucional. Disponível em: <http://www.cpdoc.fgv.br/revista/arq/343.pdf>. Acesso em: 20/04/2004. WEBER, Max. A política como vocação. In. Ensaios de Socilogia. Rio de Janeiro: Zahar, 1946.