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8/19/2019 A história da Comunidade Potes em Picos-PI
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INSTITUTO DE EDUCAÇÃO SUPERIOR R. SÁ
CURSO: SERVIÇO SOCIAL
DISCIPLINA: FORMAÇÃO SOCIAL E POLITICA DO BRASIL
PROFESSOR: PAULO MAFRA
RELATÓRIO DAS AULAS PASSEIO
REALIZADAS NAS CIDADES DESÃO JOAO DA VARJOTA E OEIRAS-PI
PICOS, PI – 06/2009
8/19/2019 A história da Comunidade Potes em Picos-PI
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RELATÓRIO DAS AULAS PASSEIO
REALIZADAS NAS CIDADES DE
SÃO JOÃO DA VARJOTA E OEIRAS
CLÁUDIA BARROSO
LUCIANA SÁ
RENATO FERREIRA
VALÉRIA VALE
PICOS, PI – 06/2009
8/19/2019 A história da Comunidade Potes em Picos-PI
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INDICE
01- APRESENTAÇÃO................................................................................................ 04
02- UMA VIAGEM DO VELHO AO NOVO MUNDO ............................................ 05
03- CONCLUSÃO ...................................................................................................... 08
04- BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 09
05- ANEXO DE FOTOS ............................................................................................. 10
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APRESENTAÇÃO
No dia 11 de junho do corrente ano a turma de Serviço Social III período,
noturno, realizou uma aula passeio às cidades de São João da Varjota e Oeiras.
A aula foi realizada com os professores Paulo Mafra, ministrante da disciplina
Formação Social e Política do Brasil e Viviany Pessoa, ministrante da disciplina
Psicologia Social.
A aula passeio visa contextualizar os assuntos abordados na sala de aula com a
realidade local. Tornando-as mais palpáveis aos discentes.
A metodologia utilizada para o recolhimento dos dados foi a observação e a
entrevista. (De Ketele e Roegiers, 1999). A maior parte dos dados acerca da
historicidade dos locais visitados foi conseguida pelo método de entrevistas.
Destacando as observações feitas pelos professores que monitoraram a aula passeio.
De acordo com autores acima referidos, a observação e a entrevista são dois métodos
de recolha de dados que diferem no “objeto de diligência”, a observação tem por
objeto o estudo de comportamentos observáveis enquanto a entrevista abarca odiscurso do sujeito em estudo. A conjugação dos dois métodos permitiu uma
compreensão mais ampla do assunto durante a aula acerca da historicidade, baseada
nas obras de Gilberto Freire (Casa grande e senzala), Sérgio Buarque de Holanda
(Raízes do Brasil), Caio Prado Júnior (Brasil Contemporâneo) e Siqueira (Cidades e
Vilas)
Os diferentes métodos utilizados para recolha dos dados objetivam contrastar as
informações obtidas. Visando estabelecer um contraste entre a opinião do pesquisador
social e com a realidade local, a exemplo: Seu Deolino.
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UMA VIAGEM DO VELHO AO NOVO MUNDO
A comunidade dos potes na cidade de São João da Varjota é remanescente de povosQuilombolas da cidade de Itainópolis, e, como tais cultivam valores e costumes
principalmente dos cultos afro-brasileiros. As populações em geral sofrem um processo de
deculturação impostos desde os europeus no processo de colonização até hoje pelos meios de
comunicação em massa isso resultou naquela comunidade uma população de cultura arcaica
(fig.1), mas muito integrada pelo saber operativo do trabalho que se transmite de país para
filhos, onde todos seguem um calendário civil religioso regido pela igreja, dentro dos padrões
morais (Ribeiro, 2000). Vivem na comunidade há 80 anos e atualmente 47(quarenta e sete)famílias residem no local. A principal renda é tirada do artesanato (fig.2), arte essa passada de
geração em geração, na produção de potes, jarrões, luminárias, dentre outros, com incentivos
oriundos do governo estadual. Todos trabalham juntos (fig.3) tanto homens quanto mulheres,
numa total interação social em caráter comunitário, bem como, as decisões são tomadas em
grupo de forma que todos sejam beneficiados.
O grupo possui características próprias: são coesos, produtivos, otimistas e
organizados;
A líder representante da comunidade é a Sra. Irene, mas não deixam de ter um
convívio de liberdade e democracia, onde todos trabalham e possuem direitos iguais.
A comunidade dos potes é m caso excepcional (fig. 4) no que diz respeito ao processo
de libertação dos escravos no Brasil [...], haja vista que a grande maioria dos descendentes,
por falta de estrutura sociopolítica na época para comportar grande número de libertos
acabaram marginalizados. (HOLANDA, 1902); formando as atuais grandes favelas brasileiras.
“... uma maioria de brancos e brancarões dominando patriarcais, polígamos, do alto
das casas-grandes de pedra e cal, [...] os agregados, moradores de casas de taipa e palhas”.
(prefácio a 1° Ed. de Casa Grande Senzala)
“Os velhos proprietários rurais tornados impotentes pelo golpe fatal da abolição e por
outros fatores” (Sérgio B. Holanda, 1902)
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As citações acima se referem à segunda atividade realizada na aula prática, que foi
feita a visita a fazenda (fig. 5) do Sr. Deolino Nunes Ferraz.
A fazenda é um dos últimos remanescentes do período escravocrata. Observam-sena arquitetura os elementos constituintes de uma casa grande do referido período (fig. 6).
Segundo o proprietário, nos períodos de maior produtividade da fazenda havia mais de
100(cem) funcionários ao seu comando, que realizavam as mais diversas tarefas. Porém
trabalhavam principalmente nas lavouras de cana-de-açúcar, mandioca, feijão e arroz, a
propriedade abastecia toda a região adjacente.
“Pudemos perceber que em relação aos senhores rurais,
orgulhosos de suas posses, do seu isolamento e convictos de
sua superioridade social”. (RIBEIRO, 2000)
Pelo êxodo rural e outros fatores decorrentes de uma evolução própria das sociedades
agrárias a fazenda foi sendo desocupada ao longo dos anos. Hoje resta apenas um rapaz
(fig.7) que fica na fazenda apenas durante o dia.
Atualmente grande parte do terreno encontra-se ocioso (fig.8). Ainda, segundo o relato
do Sr. Deolino, esta ociosidade causou um recente conflito entre um dos moradores da
redondeza com a igreja da cidade de Oeiras-Pi, pela posse de parte das terras do mesmo.
Nesse sentido o Sr. Deolino concluiu: “- Ninguém mais quer viver de roça, ninguém
quer mais servir a ninguém. O nordestino não quer mais pegar na enxada hoje, todos têm mais
condições.”
Conforme os preceitos e padrões da época, como também na sua vida conjugal(fig.9),
seguem o padrão brasileiro das casas grandes, casou-se três vezes e teve treze filhos, sete com
as respectivas esposas e seis em relações extraconjugais, o que foge totalmente da moral e do
bom costume que a família cristã brasileira prega.
Como ultima atividade da aula prática visitamos os pontos históricos (fig. 10) da
cidade de Oeiras-PI.
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Oeiras representa, no terceiro século de colonização, uma cidade da crescente vertente
da urbanização (fig.11) do interior brasileiro. (RIBEIRO, 2000)
Suas principais edificações eram as igrejas. Por ocasião das festas religiosas, a populaçãointeriorana deixa suas fazendas para um breve convívio urbano.
É sabido que na colonização brasileira, a igreja católica tem papel fundamental
(fig.12), e na cidade de Oeiras-PI, ela deixou diversas marcas que se fazem presentes até os
dias de hoje, tanto nos marcos físicos, quanto na fé do povo oeirense.
As igrejas de Oeiras são os remanescentes mais conhecidos do período.
A igreja Matriz (fig.13) apresenta características da arquitetura européia. Diversosaltares se espalham pelo ambiente. Ela é localizada na parte central de um conjunto de prédios
históricos, indicando figurativamente a posição que a igreja ocupa na escala social local.
A outra igreja localizada no Bairro Rosário, construído pelos negros. Apresenta traços
claros da divisão (fig.14) da antiga sociedade colonial.
Ao adentrarmos a igreja, logo notamos uma fila de bancos separados do restante, o que indica
que possivelmente eram usados por pessoas pertencentes às classes altas.
O cemitério (fig.15), que data de 1869, tem influências da arquitetura maçônica e
cristã.
Oeiras conserva em suas ruas, e prédios históricos, resquícios de uma sociedade
coronelista marcada pela divisão de classes.
Assim as cidades são construídas a partir do momento histórico (fig.16) dentro da
perspectiva urbana surgindo de acordo com as demandas econômicas.
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CONCLUSÃO
Concluímos que a aula prática contextualizou todo o conteúdo visto ao longo do
período com a realidade. O que permitiu uma compreensão aprofundada da Formação Social
e Política do Brasil em comparativo às principais obras em estudo: Casa Grande e Senzala, de
Gilberto Freyre; Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda e Formação do Brasil
Contemporâneo: Colônia, de Caio Prado Júnior.
Vimos que permanece vivo o processo de colonização social em Oeiras, logo, a
família colonial conseguiu reunir a base econômica da riqueza agrícola a tendo como base o
trabalho escravo; refletindo-se visivelmente em toda arquitetura remanescente do período,
como descreve cidades e vilas. Bem como, os hábitos do senhor, o patriarca, revelado na
figura do Sr. Deolino, aparecendo fortemente a visão do mundo patriarcal do qual fez parte,
como bem descreve Freyre, em Casa Grande e Senzala.
A comunidade dos Potes é formada por descendentes de escravos, e ao contrário da
realidade descrita por Ribeiro, na qual os negros libertos instalaram-se no meio das
populações faveladas e marginais.
Na comunidade, pudemos perceber que nem todos os descendentes de escravos
sofreram processos históricos semelhantes aos descritos por Ribeiro e Holanda.
Pois a comunidade mostra-se organizada e consciente do seu dever de conservar sua
herança cultural.
Em nossos dias, o principal problema brasileiro das cidades é atender a imensa massa
urbana; o que nos falta hoje é maior indignação de tanto desemprego, tanta fome e tantaviolência desnecessárias. Falta usar o poder na realização de nossas potencialidades. Portanto,
a tarefa das novas gerações de brasileiros (bem como o povo oeirense) é tomar este país em
nossas mãos para fazer dele, uma nação mais progressista, justos e prósperos na terra.
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BIBLIOGRAFIA
DE KETELE, J. e ROEGIERS, X. (1999 ). Metodologia da Recolha de Dados,
Fundamentos dos Métodos de Observações, de Questionários, de Entrevistas e de
Estudo de Documentos. Instituto Piaget, Colecção Epistemologia e Sociedade, Lisboa, 1999.
FREYRE, Gilberto. Casa Grande e Senzala. 49ª Ed. São Paulo: Editora Global, 2004.
HOLANDA, Sergio Buarque. Raízes do Brasil. São Paulo: CIA das Letras, 1995.
PRADO JÚNIOR, Caio. Formação do Brasil Contemporâneo: Colônia. São Paulo:
Braziliense, 2004.
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RELATÓRIO DAS AULAS PASSEIO
REALIZADAS NAS CIDADES DE
SÃO JOÃO DA VARJOTA E OEIRAS
ANEXO I – FOTOS
PICOS, PI – 06/2009
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Figura 01. Erros ortográficos visíveis.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 02. A loja de artesanato na BR 316, onde são vendidas as peças produzidas pela comunidade.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 03. A comunidade se apresenta socialmente organizada.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 04. A comunidade visa valorizar e preservar a própria cultura.
Fonte: arquivo pessoal.
“Achei muito interessante eles objetivarem a preservação da cultura de maneira bem coesa, alias uma característica do grupo.”
Comentário do aluno Renato Ferreira
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Figura 05. Fazenda do Sr. Deolino.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 06. Telhado da casa grande data 1830.
Fonte: arquivo pessoal
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Figura 07. Decadência - único funcionário da fazenda.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 08. Atividade agropecuária desativada.
Fonte: arquivo pessoal
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Figura 09. Sr. Deolino e sua 3° esposa Ana.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 10. Hotel do período colonial. O quadro representando a igreja como ponto centraldentro da sociedade.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 11. Processo histórico de urbanização.
“Nessa rua do período colonial, não há planejamento, se desenvolve de acordo com o processo histórico desenvolvido pelos portugueses no Brasil, conforme Ribeiro em Cidades eVilas”.
Comentário da aluna Cláudia Barroso
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 12. Interior da igreja durante a missa.
Fonte: arquivo pessoal.
“Nesse momento adentramos a Igreja. Percebi que atualmente os participantes ativos sãosenhoras mais idosas e que têm lugar marcado nos bancos da frente”.
Comentário da aluna Cláudia Barroso
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Figura 13. Igreja Matriz da cidade.
Fonte: arquivo pessoal.
Figura 14. Interior da igreja do Rosário, mostrando a divisão de classes.
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 15. Arquitetura Maçônica (sem o símbolo cristão, a cruz).
“No cemitério percebi que existiam túmulos diferenciados na sua arquitetura, o quecaracteriza influência da cultura maçônica e cristã no período colonial”.
Comentário da aluna Valéria Vale
Fonte: arquivo pessoal.
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Figura 16. Oeiras nova.
Fonte: arquivo pessoal.
“ No momento em que observamos a cidade cima notei que, o bairro Oeiras Nova reflete umnovo processo arquitetônico , que difere do português por apresentar características como
planejamento; nota-se ruas retilíneas.”
Comentário da aluna Luciana Sá