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A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

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Page 1: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A História da Língua Portuguesa

Dos romanos a Camões

Page 2: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Universidade Estadual do Maranhão

UEMA• Benedito Salazar Sousa

• Licenciado em Letras pela UEMA-Cesi

• Especialista em Ensino de Língua e Literatura pelo Unasp - SP

Page 3: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Organograma da Língua

Indo - europeu

Grupo Itálico

Latim

Latim Arcaico

Latim Vulgar

Romance

Romance Ocidental

Português

Português Brasileiro

Page 4: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

2000 a.CO surgimento do Latim Arcaico ( séc. VII

a.C. até o fim do séc. II a.C.)

• Deslocamento dos povos

indo – europeus para a

região do Lácio;

• LÁCIO: (do Latim

Latium), onde se

encontrava o povo

romano.

Page 5: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

2000 a.CO surgimento do Latim Arcaico ( séc. VII

a.C. até o fim do séc. II a.C.)

• Agricultores e criadores

de animais;

• Habitavam região

vizinha ao norte dos

etruscos e ao sul dos

gregos;

ROMANOS:

Page 6: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

2000 a.CO surgimento do Latim Arcaico ( séc. VII

a.C. até o fim do séc. II a.C.)

•Entre 700 a.C e 500 a.C.:

construção da cidade Roma;

•Os latinos falavam latim arcaico;

•Formaram um dos mais

formidáveis impérios do mundo.

ROMANOS:

Page 7: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

500 a.CO Latim domina a Península Itálica

•Período da criação da escrita

padronizada;

• 500 a.C.: início da expansão latina;

• 270 a.C.: domínio cultural e

lingüístico da Península

Itálica;

Page 8: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

500 a.CO Latim domina a Península Itálica

•Registros de documentos;

•Textos literários, como os

de Cícero que se tornaram

imortais;

Page 9: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

400 a.CA língua da expansão – o latim vulgar

Em Roma, falava – se:

• O latim culto: utilizado na política, nos documentos do

império, no texto de ciências e artes;

• E o latim vulgar, falado nas ruas pela maior parte da

população, em geral analfabeta.

Page 10: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O latim vulgar

• É um termo empregado para designar os dialetos

vernáculos do latim falado principalmente nas províncias

ocidentais do Império Romano.

• Considera-se que tenha perdurado até o século IX

aproximadamente, ou seja, até a diferenciação das

línguas românicas.

Latim vulgar (em latim, sermo vulgaris);

Page 11: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O LATIM VULGAR

curiosidades

Page 12: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Comparação

Anfiteato em Pompéia Arena em Cartago 300 a.C

Page 13: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Latim Vulgar - A Importância dos Grafitos de Pompéia

• Comunicação pictográfica formal : sistema primitivo de escrita em

que se exprimiam as idéias por meio de cenas figuradas ou

simbólicas;

• Comunicação para o público: escrita em qualquer suporte (muro,

pedra, madeira, etc.);

• Os grafitos de Pompéia não são as primeiras manifestações de

escrita alternativa.

Page 14: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Os graffiti (grafitos em

italiano) têm grande

importância para a história

da sociedade romana do

século I, mas para a

Filologia estas inscrições

foram importantes porque

contribuíram para o

conhecimento do latim

vulgar.

Latim Vulgar - A Importância dos Grafitos de Pompéia

Page 15: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Latim Vulgar - A Importância dos Grafitos de Pompéia

As paredes da parte nobre da cidade (Fórum) funcionavam

como jornais murais para informar a comunidade. Estavam

cobertas de grafitos com temas diversos.

Page 16: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Foram encontrados cerca de 10.000 dessas

manifestações populares. Algumas de caráter

pornográfico, outras de provocação a desafetos, muitas

como propaganda política e tantas e tantas declarações

de amor.

Latim Vulgar - A Importância dos Grafitos de Pompéia

Page 17: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Vejamos alguns grafitos:

Propaganda Política

 

•“Peço seu voto para eleger Gaius Julius Polybius duúnviro

vereador. Ele tem bom pão”.

•“Os ladrõezinhos apóiam Vatia para vereador”.

•“ Os adoradores de Ísis unanimemente querem a eleição de

Guacus Helvius Sabinus vereador.”

Page 18: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Esportes

 

“Vinte pares de gladiadores de Decimus Lucretius Satrius

Valens, sacerdote vitalício de Nero filho de César Augusto,

e dez pares de gladiadores de Decimus Lucretius Valens,

seu filho lutarão em Pompéia nos dias 8,9,10,11 e 12 de

abril. Haverá um programa completo de lutas com feras e

toldos (para os espectadores) Aemilius Celer (pintou)

sozinho ao luar”.

 

Page 19: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões
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Declarações de Amor

 

“Marcus ama Spendusa”.

Marcus ama Spendusa.

 

“Cornelia Hele amatur ab Rufus”.

Cornelia Hele é amada por Rufus.

 

“Quisquis amat valeat”.

Boa sorte a quem quer que ame!

 

Page 23: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Outros “Lucrum gaudium”.O lucro é felicidade. “Pituita me tenet”.Peguei um resfriado. “Virgula Tertio suo: indecen es”.Virgula ao seu Tertius: Você é um inconveniente. “Suspirum puellarum Cedalus thraex”.Cedalus, o trácio, faz as garotas suspirar. “Oppi, emboliari, fur, furuncule”.Oppius, palhaço, ladrão, ladrãozinho.

Page 24: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

200 a.CLatim, língua 0ficial do Império Romano

• Domínio das regiões em volta do Mar Mediterrâneo.

• O latim difundiu a escrita entre os povos que não a

conheciam e, por séculos, lhe impuseram o domínio.

• Em seguida, quase toda a Europa.

Page 25: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

200 a.CLatim, língua 0ficial do Império Romano

Page 26: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Celtas ao Norte;

400 a.C – A Península Ibérica

A Ibéria era habitada por povos:

Page 27: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

400 a.C – A Península Ibérica

• Celtíberos na região central;

A Ibéria era habitada por povos:

Page 28: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

400 a.C – A Península Ibérica

• Íberos no sul;

A Ibéria era habitada por povos:

Page 29: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

400 a.C – A Península Ibérica

• Na costa mediterrânea os Gregos e os Fenícios.

A Ibéria era habitada por povos:

Page 30: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras Púnicas

• Na primeira guerra: Roma toma a Sicília;

Page 31: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

•Obtém a hegemonia no mediterrâneo central;

Guerras Púnicas

Page 32: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

•Os cartagineses passam a olhar a Península Ibérica;

• Buscam minerais e soldados;

Guerras Púnicas

Page 33: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Fundam Cartago Nova;

Guerras Púnicas

Page 34: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Invasão da Península Ibérica

• PERÍODO: século III a.C

• MOTIVO: a Hispania era

uma região abundante em

riquezas minerais.

• Os romanos passaram a se

interessar pela região.

• A invasão romana da

Península Ibérica iniciou-se

no contexto da Segunda

Guerra Púnica (218-201

a.C.). Cartago X Roma.Mapa da Localização de Cartago

Page 35: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Segunda Guerra Púnica

• Início: 218 a.C: os romanos e os cartagineses travam

duras batalhas para dominar o comércio da região da

Península Ibérica;

• Sobre os cartagineses:mais experiência naval; Cartago

já havia dominado as regiões que hoje são a Espanha e

Portugal;• Sobre os romanos: melhores tropas de infantaria.

Page 36: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Segunda Guerra Púnica

• Guerra: cartagineses invadem Sagunto;

• Os romanos tomam isso como desculpa para atacar;

• Tropas cartaginesas: General Aníbal; 50 mil soldados;

37 elefantes.

• Parte da tropa não resistiu, mas Aníbal entrou na

Península Itálica em 217 a.C.

• Percurso: caminharam 190 quilômetros cruzando os

Alpes no inverno.

Page 37: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Segunda Guerra Púnica

• Roma: atraca sessenta e nova embarcações no porto

de Ampúrias, atual Tarragona e estabelecem seu centro

de operações. O s habitantes da Península dividem-se

entre Cartago e Roma;

• Roma não esperava por esse ataque;

• Os romanos perderam a batalha;

• Aníbal não conseguiu invadir Roma;

• A cidade teve condições de se reerguer e contra-atacar.

Page 38: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Mapa da 2 Guerra Púinica

Page 39: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Segunda Guerra Púnica

• Em 212 a.C, o cônsul Marcelo toma Siracusa e expulsa

os cartagineses das terras de Cápua e Campânia;

• O General Públio Cipião, o Africano, passa a comandar

novas legiões em nova incursão;

• Em menos de dez anos derrota completamente os

cartagineses;

• Uma coisa era vencer a Cartago e outra bem distinta era

conquistar a Península, o que somente ocorreu após

quase dois séculos.

Page 40: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Segunda Guerra Púnica

• Cartago não estava completamente exterminada e

recuperava-se aos poucos;

• Tornava-se novamente um incômodo para Roma.

Page 41: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A terceira Guerra Púnica

•Ano de 149 a.C inicia-se a III Guerra Púnica;

•Em cerca de três anos, os habitantes do norte - africano

foram massacrados pelas legiões comandadas por Cipião

Emiliano, filho adotivo do lendário Cipião, o Africano;

•Com essa derrota Cartago passa a ser apenas mais

uma província da Península Ibérica;

•Os romanos provam que não admitem derrota e são

implacáveis contra seus inimigos.

Page 42: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

•Houve outras guerras internas, por exemplo, a resistência

Lusitânia (atuais Espanha e Portugal);

• Roma inicia uma guerra sangrenta para expandir seus

domínios na Península Ibérica;

• Queria consolidar seus territórios;

• A Lusitânia parecia ser um local estratégico para evitar

Invasões africanas à Europa;

• Os lusitanos contavam com o General Viriato,

homem decidido a barrar as legiões romanas;

Page 43: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

• Viriato liderou os exércitos locais no período entre 147 a

139 a.C;

• Venceu muitas batalhas sobre Roma;

• Os nativos tinham um modo próprio de lutar;

• Preferia as guerrilhas e emboscadas às batalhas em

campo;

Page 44: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

• Era um grande obstáculo para os generais romanos;

• Tornou-se uma lenda para seu povo;

• Os romanos derrotaram a Viriato, contratando um

assassino e traidor lusitano.

Page 45: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

• Em 58 a.C a tentativa de ocupação do território de Gália

(atual França);

• Os hélvicos comandados por Vercingetórix principal (líder

das tribos celtas), e os romanos por o general Júlio César

(100 a.C a 44 a.C).

• Uma das mais sangrentas guerras;

• Derrotas célticas;

• Os romanos cercam e invadem a cidade de Avericum;

Page 46: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

• Morreram mulheres, crianças e idosos;

• De um povo de 40.000,00 restaram apenas 800.

• O General Vercingetórix, agrupou inúmeros rebeldes

celtas e fez para si um exército que tinha por objetivo

destruir Roma.

• Grandes combates seqüenciaram-se;

• O alimento da esquadra de Vercingentórix acabara;

• Ele entregara as armas e se rendera;

Page 47: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Guerras internas na Península

•Ele foi levado para Roma como troféu de guerra. Isso

ocorreu no período de 58 à 51 a.C.

• No ano de 56 a.C, as províncias estavam divididas

administrativamente assim:

HISPÂNIA CITERIOR E HISPANIA ULTERIOR

OBSERVAÇÃO: AINDA ERA ÉPOCA DA REPÚBLICA

ROMANA

Page 48: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Hispania

• Hispania: nome dado

pelos antigos romanos a

toda a Península Ibérica

e às duas provícias criadas

posteriormente durante a

República Romana:

Hispânia Citerior;e

Hispânia Ulterior.

Hispania – Primeira divisão provincial

Page 49: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

HISPANIA

ULTERIOR:

compreendia a

atual Andaluzia,

Portugal, a

Extremadura, a

província de Leão,

grande parte da

antiga Castilla la

Vieja, a Galiza,

Astúrias, Catábria

e o País Basco.

Page 50: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• HISPANIA

CITERIOR:

compreendia a

parte oriental da

antiga Castilla la

Vieja e as atuais

Aragão, Valência,

Catalunha e a

maior parte da

antiga Castilla la

Nueva.

Page 51: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Ano de 27 a.C:

• General Marcus Vipsanius:

reorganizou a Península em

três partes:

• Hispania Citerior

• Hispania Ulterior

• Tarraconense

• Essa reorganização foi

consagrada pelo Imperador

Cesar Augusto.

Page 52: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Hispania Ulterior

• Hispania Ulterior Baetica;

capital : Córdoba.

O rio Anas, ou Annas (atual Guadiana, de Wadi-Anas)

separavam a Hispânia Bética da Lusitânia;

• Hispania Ulterior Lusitania:

Capital:Emerita Augusta (atual Mérida);

Excluídas a Galécia e as Astúrias;

Page 53: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Hispania Citerior

•Hispania Citerior:

Capital: Tarraco (atual Tarragona).

Com o tempo, a província ganharia importância e

seria conhecida apenas porTarraconensis

(Tarraconense);

Compreendia a Galécia (atual Galisa);

Compreendia norte de Portugal e Astúrias.

Page 54: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Províncias imperiais: governador

nomeado pelo Imperador;

Províncias Tarraconense

e Lusitânia;

• Província senatorial: governador

nomeado pelo Senado;

Bética: região menos conflituosa.

Segunda Divisão - Divisão provincial de Augusto

Page 55: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• A parte ocidental

da Tarraconense foi

desanexada:

Primeiro como

Hispânia Nova;

Terceira divisão - Divisão provincial de Diocleciano

Depois recebeu o nome de Gallaecia (ou

Galécia, hoje Galiza),durante a tetrarquia.

Page 56: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O processo de romanização

• Na península Ibérica, a Romanização iniciou-se no

século III a.C. e ocorreu concomitantemente com a

conquista.

• Essa romanização dá-se mais fortemente em locais acerca de

Tarragonia do que no norte da Península.

• Não se deu de igual forma em todas as regiões.

• Para esse processo de aculturação foram determinantes

a fundação de inúmeras cidades e a expansão do latim.

Page 57: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Romanização - língua

PROCESSOS:

•O povo conquistado é obrigado a aceitar a língua de seus

conquistadores como oficial;

• Assim, o Latim expandiu junto com as conquistas das

legiões romanas;

• Mistura da língua local com o Latim;

• Após certo tempo o Latim do Lácio já não era igual ao do

Sul da Península Ibérica.

Page 58: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Fatores de diferenciação

Verificações de alguns fatores:

1. a cronologia da romanização: início no século III a.C;

2. o tipo de romanizador: soldados, mercadores,

empregados do Estado como membros e escravos

capturados em guerras;

• Essas classes eram menos instruídas e por essa

razão foi o latim vulgar e não o literário a ser

expandido.

Page 59: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Verificações de alguns fatores:

3. As línguas pré-românicas: em cada região conquistada

havia uma língua anterior:

•Celtas: falavam-se o idioma céltico;

o povo celta deixou uma grande contribuição

vocabular;

ainda hoje usamos palavras de substrato céltico

como: “cabana (cappana ), cerveja (cervisia), etc.

Fatores de diferenciação

Page 60: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Comentários: Francisco da Silveira Bueno, A

Formação Histórica da Língua Portuguesa, diz que:

“Em documentos antiqüíssimos encontra Leite de

Vasconcelos os antroponômios Cominius, Gallus,

Lobesa, (...)Lovesa, Cantius, Tonquios, Reburrus,

Adminius, Viriatus, Medamus, Rectygenus, embora

pareçam latinos pela terminação, encerram todos em

elementos celtas de formação.”(p.5)

Fatores de diferenciação

Page 61: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Fenícios e cartagineses: quase há

contribuições fenícias ou cartaginesas, já que

ambas centravam-se na região da costa do

Atlântico de Espanha e não certamente não

mantinham comércio com Algarves. Poucas,

pois, são as palavras dessas origens que

contribuem para a comunicação cotidiana dos

falantes de português.

Fatores de diferenciação

Page 62: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Gregos: o latim incorporou inúmeras palavras recebidas

da Magna Grécia.

Esses empréstimos ocorreram em três fases:

Primeira: os latinos transcreviam algumas

consoantes gregas aspiradas como surdas simples;

Segunda: o latim adequou às aspiradas gregas

segundo a roupagem da Grécia;

Terceira: o triunfo do cristianismo; o grego atinge as

línguas românicas por meio do latim. Caracteriza-se: o

valor do i atribuído ai ditongo ei, oi às vogais ê, y.

Fatores de diferenciação

Page 63: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A HISTÓRIA DE PORTUGAL

Page 64: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Formação de Portugal

• Portugal está situado na faixa ocidental da Península

Ibérica;

• Formação:

conseqüência da Reconquista (processo de retomada

pelos cristãos das terras que foram conquistadas pelos

mouros na Península Ibérica no século VIII);

Mouros: nome genérico dado aos povos: sírios,

árabes, mouros (da Mauritânia) e turcos; todos

convertidos à Fé Islâmica;

Page 65: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Os povos que antes habitaram a Península Ibérica

deixaram suas marcas:

Na cultura;

No idioma;

Na religião.

Por exemplo os romanos, como o idioma latino.

Latim como base do galaico-português,

falado nas regiões ao norte e ao sul do Rio

Minho.

Formação de Portugal

Page 66: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Inicia-se um período de inúmeras batalhas da

guerra de reconquista e assim inúmeros reinos

foram-se:

• Reinos:

Leão;

Castela;

Navarra;

Aragão.

Formação de Portugal

Page 67: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

•Reino de Leão: pertencia o Condado

Portucalense, território que se estendia do Rio

Lima, ao norte, até a região de Coimbra, ao

sul, tendo ao centro as terras banhadas pelo

Rio Douro.

Formação de Portugal

Page 68: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

• A origem de Portugal está ligada à história de dois

casamentos e ao condado Portucalense.

• Final do século XI: o norte da Península era

governado pelo rei Afonso VI;

Page 69: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

• As ações do Rei:

Luta pela expulsão dos muçulmanos;

Cavaleiros para lutar contra os mouros:

Dois nobres do ducado de Borgonha:

Raimundo e seu primo Henrique.

D. Afonso VI tinha duas filhas: Urraca, filha legítima

e única herdeira, e Teresa, filha bastarda.

Page 70: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Mapa da formação de Portugal

Page 71: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

Casamentos:

Raimundo com Urraca: dote o governo da

Galiza (que incluía o Condado Portucalense)

Teresa com Henrique: dote o governo do

Condado Portucalense. (após muitos fracassos

militares de D. Raimundo contra os mouros,

Afonso VI decidiu dar em 1096 ao primo deste, o

Conde D. Henrique, o governo das terras mais a

sul do Condado da Galiza, fundando assim o

Condado Portucalense).

Page 72: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

•D. Henrique de Borgonha:

Lutou contra os mouros;

E anexou novos territórios a

seu condado.

Morreu em 1112;

A regência passa para D.

Teresa, durante a menor idade de

seu filho D. Afonso Henriques.

Page 73: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

•Independência do Condado Portucalense: em

1128, Afonso Henriques;

•Início de um longo período de lutas com as forças do

reino de Leão;

•Em 1143, pelo convênio de Zamora, Afonso VII, filho

de D. Raimundo e Urraca, rei da Espanha, concedeu a

Afonso Henriques o título de rei de Portugal.

Page 74: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O primeiro rei de Portugal

• D. Afonso Henriques VII ( 1109- 1185):

• Filiação: D. Teresa e Conde D. Henrique;

• Nasceu em 1109;

• 1132 e 1135: invasão da terra galega;

• Mandou na Galiza to castelo de Celmes,

• Afonso Henriques: defendeu o sul da

Leiria, cercada pelos Mouro.

Page 75: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O primeiro rei de Portugal

• Acordos de paz sob pesadas condições, pactuada com o

rei de Castela;

• Foi aclamado imperador em Leão.

• Morreu em 1185, aos 75 anos e foi sepultado em Santa

Cruz de Coimbra;

• No século XII, os muçulmanos dominavam somente o sul

de Portugal;

• Assume o trono, D. Sancho I, o seu segundo filho.

Page 76: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Sancho I

• D. Sancho I

Page 77: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

• Mapa das consquistas de Afonso Henriques e

sucessores:

Page 78: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

• O Reino de Portugal estabelece-se ao sul;

•1255: instalação do centro cultural em Lisboa e

Coimbra;

• 1290: Fundação da Universidade de Lisboa;

•1308: Transferência da Universidade para Coimbra.

Page 79: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

História de Portugal

• D. Afonso VI e seus cinco sucessores

anexaram terras que juntas perfazem cerca

de 3 vezes o território inicial.

• Em 1249-1250, o domínio de Algarve;

• Conquista da área costeira que se estende

até o rio Minho:

obtenção das terras de Ribacoa e dos

castelos da margem esquerda da

Guadiana;

D.Dinis alcançou esse território em 12

de setembro de 1297 com a assinatura

do Tratado de Alcanices.

Page 80: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O SURGIMENTO E ETAPAS DA LÍNGUA PORTUGUESA

Conforme a formação e contexto histórico de Portugal.

Page 81: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O ROMANÇO

Page 82: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O período do Romance (600 – 1000)

• O romance loqui, expressão utilizada pelos romanos para

designar o latim vulgar;

• Romance: língua intermediária entre o Latim Vulgar e as

futuras línguas românicas;

• Não há conhecimentos detalhados sobre esse período, sabe-

se apenas que:

Variava conforme a região;

Não podia ser considerado Latim, já que era diferente

daquela língua falada em Roma;

Page 83: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Variava quanto ao tempo:

Na França ficou até cerca de 800, data do surgimento

do primeiro documento francês;

Na Ibéria, permaneceu até 1100, por razão não sabida;

Romance da Alta Idade Média: divide-se em dois grupos:

România Oriental;

România Ocidental;

O período do Romance (600 – 1000)

Page 84: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Romance Oriental: desenvolvido na região da Itália,

Romeno e Sardo;

• Romance Ocidental: falado na região da França, (...) e

Portugal;

• Este está subdivido em:

Galo-România: de onde provêm, por exemplo, o

Francês;

Íbero-România: a que deu origem ao Português;

Castelhano e Galego;

O período do Romance (600 – 1000)

Page 85: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Segundo Ataliba Teixeira de Castilho (lingüísta e professor da Universidade de São Paulo:

O período do Romance (600 – 1000)

Page 86: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O PERÍODO DO ROMANCE (600 – 1000)

“O século V marca o início do Romanço- período que

se estende até o começo do século IX, em que ocorre a

grande diferenciação do latim em uma

multidisciplinaridade de falares. Trata-se de uma fase

de transição, que resulta no aparecimento de textos

escritos nas diversas línguas românicas. Dentre esses

falares intermediários, é o romanço Lusitânico, bastante

inovador, o que nos interessa principalmente”.

(Mattoso Câmara)

Page 87: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Final do Romance: movimento da Reconquista.

Objetivo: expulsão dos mouros, o que só ocorreu no

século XV.

O período do Romance (600 – 1000)

Page 88: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O GALEGO-PORTUGUÊS

Page 89: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1000 d.C - O surgimento do galego - português

• Segundo a autora Mattos e Silva o Português Arcaico

passa por duas fases:

Primeira fase: o Galego Português – 1110 a

1350;

Segunda fase: Português Arcaico – 1350 a 1540.

Page 90: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1000 d.C - O surgimento do galego - português

• No Reino Portucalense falava – se o galego –

português, que deu origem à língua portuguesa.

• O galego-português apareceu durante o século XII e

XV;

• Em documentos oficiais da região de Galiza como em

obras poéticas;

• Os primeiros documentos em galego datam do século

VIII, o testamento de Afonso II, em cerca de 1214.

Page 91: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Documentos do galego - português

• As primeiras obras literárias também datam do início

do século VIII, são cantigas e estão dividias em quatro

partes:

Cantigas de amor: eu-lírico masculino;

Cantiga de amigo: eu-lírico femino;

Cantiga de escárnio: sátirica e grosseira;

Cantiga de mal dizer: maledicente e grosseira.

Page 92: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Dinis

•Foi o sexto rei de Portugal;

•Filiação: D. Afonso III e da infanta

Beatriz de Castela;

•Em 1279: aclamação em Lisboa;

•Foi chamado:

O Lavrador ou O Rei-Agricultor;

O Rei-Poeta ou O Rei-Trovador;

Compôs Cantigas de Amigo e

de Amor ;

Desenvolveu a poesia

trovadoresca.

Page 93: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Dinis

• Distribuição de suas cantigas em:

• 73 cantigas de amor;

• 51 cantigas de Amigo;

•10 cantigas de escárnio e maldizer;

•Músicas.

Page 94: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Cantiga de amigo – D. Dinis

Se sabedes novas do meu amigo,

aquele que mentiu do que pôs comigo,

ai deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amado,

aquele que mentiu do que me há juradoai deus,

e u é?

(...)

Ai flores, ai flores do verde pinhose sabedes novas do meu amigo,ai deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,se sabedes novas do meu amado,ai deus, e u é?

Page 95: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Música de D. Dinis

Praz-m' a mi, senhor, de moirere praz-m' ende por vosso mal,ca sei que sentiredes qualmíngua vos pois hei-de fazer;ca nom perde pouco senhorquando perde tal servidorqual perdedes em me perder.

E com mia mort' hei eu prazerporque sei que vos farei talmíngua qual fez homem lealo mais que podia seera quem ama, pois morto for;e fostes vós mui sabedord'eu por vós a tal mort'haver.

E, pero que hei-de sofrera morte mui descomunal,com mia mort'oimais nom m'em cha,por quanto vos quero dizer:ca meu serviç'e meu amorserá-vos d'escusar peiorque a mim d'escusar viver.

E certo podedes saberque, pero s‘ o meu tempo sal per morte, nom há já i alque me nom quer end'eu doerporque a vós farei maiormíngua que fez Nostro Senhorde vassal'a senhor prender

.

Page 96: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Afonso Sanches

•  Trovador do final do século XIII e início do século XIV;

•Filho bastardo do rei D. Dinis com sua amante favorita, D.

Aldonça Rodrigues da Telha;

• Como trovador, deixou-nos 15 cantigas, em galego-

português;

• No século XV, dará origem a duas línguas distintas: o

galego e o português.

Page 97: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1214 Junho 27

Testamento de D. Afonso II.

Linha 1

En'o nome de Deus. Eu rei don Afonso pela gracia de Deus

rei de Portugal, seendo sano e saluo, temëte o dia de mia

morte, a saude de mia alma e a proe de mia molier raina

dona Orraca e de me(us) filios e de me(us) uassalos e de

todo meu reino fiz mia mãda p(er) q(ue) de

Documentos do galego - português

Page 98: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Linha 2

pos mia morte mia molier e me(us) filios e meu reino e

me(us) uassalos e todas aq(ue)las cousas q(ue) De(us) mi

deu en poder sten en paz e en folgãcia. P(ri)meiram(en)te

mãdo q(ue) meu filio infante don Sancho q(ue) ei da raina

dona Orraca agia meu reino enteg(ra)m(en)te e en paz.

E ssi este for

Documentos do galego - português

Page 99: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Linha 3

morto sen semmel, o maior filio q(ue) ouuer da raina dona

Orraca agia o reino entegram(en)te e en paz. E ssi filio

barõ nõ ouuermos, a maior filia q(ue) ouuuermos agia'o ...

Documentos do galego - português

Page 100: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Documentos do galego - português

Page 101: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Documentos do galego - português

Page 102: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Cantiga de Amor em galego

A dona que eu am’ e tenho por senhor

amostrade-mh-a, Deus, se vos em prazer for,

se non dade-mh-a morte.

A que tenh’ eu por lume d’ estes olhos meus

e por que choran sempr’ , amostrade-mh-a, Deus,

se non dade-mh-a morte.

Essa que vós fezestes melhor parecer

de quantas sey, ay Deus!, fazede-mh-a veer,

se non dade-mh-a morte.

Ai, Deus! qui mh-a fezestes mays ca mim amar,

mostrade-mh-a u possa com ela falar,

se nom dade-mi-a morte.

Page 103: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O cancioneiro da Ajuda

Foto tirada no museu da Língua Portuguesa Tradução

Page 104: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O declínio do galego-português

•A partir do século VXI, com o domínio de Castela,

introduz-se o castelhano como língua oficial;

•O galego tem sua importância relegada ao plano

secundário.

Page 105: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

PORTUGUÊS MEDIEVAL

Page 106: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Origem da Língua Portuguesa - o Português arcaico

• O português nasceu no noroeste da Península Ibérica;

• No século VIX separa-se do galego;

• Inicia-se com a independência de Portugal (1185) e

consolidar-se-á com a expulsão dos mouros em 1249 e

com a derrota em 1385 dos castelhanos que tentaram

anexar o país.

Page 107: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Origem da Língua Portuguesa - o Português arcaico

Page 108: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

A Demanda do Santo Graal

•Um dos textos mais

antigos conhecidos

do português

medieval ou arcaico.

Page 109: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Duarte de Portugal

• Filiação: João I de Portugal e Filipa de Lencastre.;

•Sucedeu a seu pai em 1433;

•Foi chamado O Eloquente ou O Rei-Filósofo;

•Interessava-se por cultura e conhecimento;

•Escreveu vários livros de poemas e sobre caça e

também o tratado político O Leal Conselheiro.;

•Seu reinado durou apenas 5 anos;

• Convidou Fernão Lopes para se guarda mor da

Torre do Tombo.

Page 110: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

D. Duarte de Portugal

• Fez dele cronista maior do Reino;

•Estava preparando uma revisão do código civil

português quando a doença o vitimou.

Page 111: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

As crônicas de Fernão Lopes

• Em 1418, Fernão Lopes foi designado pelo Rei D.

Duarte para o cargo de guarda-mor da Torre do Tombo;

• Escreveria crônicas sobre os reis a primeira dinastia;

• Executou esse trabalho com afinco:

Interrogou testemunhas;

Levantou documentos, etc.

Page 112: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

As crônicas de Fernão Lopes

• Tinha estilo espontâneo, quase coloquial;

• Apresenta-se como um historiador seguro;

• Da vasta obra que redigiu, restaram apenas três:

Crônica d’El Rei D. Pedro;

Crônica d’El Rei D. Fernando;

Crônica d’El Rei D. João I.

Page 113: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

As crônicas de Fernão Lopes

• Abaixo trecho da Crônica de D. João I;

“Em outro dia pela manhã partiu o mestre daquela aldeia u dormira, e começou de andar seu caminho, sem trigança alguma desacostumada; e no caminho dizem que descobriu o Mestre esta cousa a alguns seus, convém a saber: o Comendador de Jerumenha, e a Fernando Álvares (...)” p.49 PINHEIRO, Everaldo José de Campos – Literatura Portuguesa, das origens ao Arcadismo.

Page 114: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Gil Vicente

• Nesse período surgem autores como Gil Vicente;

• Nasceu entre os anos de 1470 e 1475, em local

desconehcido;

•Trabalhou na Casa da Moeda, como mestre de

balança;

Page 115: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Gil Vicente

• No ano de 1503, nasce o D. João III:

Monólogo do Vaqueiro ou Auto da Visitação;

visitação: idéia Teocentrica (a visita de Deus na

Terra trazendo o Rei);

Primeira vez que o Teatro sai da Igreja;

Auto Pastoril Castelhano:

Apresentação em castelhano em homenagem a

Rainha;

Os reis passaram a ser seus mecenas;

Page 116: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Gil Vicente

• Faz o balanço de duas épocas:

Sociedade regida por normas inflexíveis;

Sociedade subversora da antiga norma;

Faz críticas sociais por meio de sua obra.

Page 117: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

• Sua obra divide-se em três fases:

A primeira, 1502 a 1509: predominantemente religiosa e

com tendência para o lirísmo;

A segunda: apresenta o teatro, crítica social, mas ainda

um pouco ligado à religiosidade;

A terceira: maturidade e grandes definições de

qualidades artísticas do poeta, sendo que suas obras

mais representativas são:

Gil Vicente

Page 118: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Trecho da Farsa de Inês Pereira

Page 119: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Trecho do Auto da Barca do Inferno

Page 120: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Gil Vicente

Principal autor anterior a

Camões;

Incorpora em sua escrita

elementos populares;

•Tinha prestígio na corte, que

manteve o teatro vicentino

durante 34 anos.

Gil Vicente como normalmente é representado

Page 121: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Gil Vicente

• Deve-se levar em consideração que nessa época:

A poesia torna-se popular graças à imporensa;

A poesia perde a música, mas não a musicalidade;

Acaba-se o distanciamento: NÃO se escreve mais

para a nobreza;

O sentimento não tem seletividade social, ou seja, as

classes não interferem;

A primeira vez que o Teatro sai da Igreja.

Page 122: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Fim do português arcaico

• No século XIV surge a prosa literária em português, com

a Crónica Geral de Espanha (1344) e o Livro de

Linhagens, de dom Pedro, conde de Barcelos.

Page 123: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Crónica Geral de Espanha (1344)

Page 124: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

As grandes navegações

PORTUGUÊS MODERNO

Page 125: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1400 – As grandes Navegações

Page 126: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1400 – As grandes Navegações

• Portugal ascende com as grandes navegações;• Expande a Língua Portuguesa.

Page 127: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1400 – As grandes Navegações

• Portugal investe nas

navegações;

• O mar já não o separa de

canto algum.

Page 128: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1400 – As grandes Navegações

• Carta de poder concedida

a Cabral como capitão-

mor da armada de 1500.

Page 129: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

1400 – As grandes Navegações

• Descobrindo novas terras, palavras foram incorporadas ao léxico;

Page 130: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O Português Moderno

• Século XVI: aparecimento das primeiras

gramáticas:

Definem a morfologia e a sintaxe;

•A língua entra na sua fase moderna:

•Os Lusíadas, de Luis de Camões (1572):

O português já é muito próximo do atual;

Após isso, as mudanças serão menores.

Page 131: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O Português Moderno

•1580-1640: Portugal foi governado pelo trono

espanhol;

•O português incorpora palavras castelhanas, como

bobo e granizo;

Sobre essa passagem do português arcaico para o

português moderno, assim escreve Clarinda de Azevedo

Maia:

Page 132: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O Português Moderno

• "... é costume tomar alguns acontecimentos de caráter extralingüístico para assinalar o fim do período arcaico da língua portuguesa: o aparecimento do livro impresso, em finais do século XV, que teve profundas conseqüências culturais e lingüísticas, ainda não suficientemente avaliadas; a expansão ultramarina, que converte o português em língua de outros territórios, depois de superadas as situações de conflitos de línguas que se criaram paralelamente a situações de conflitos culturais; o início da reflexão lingüística sobre o português, empreendida por gramáticos, a partir de Fernão de Oliveira que, em 1536, publica a Grammatica da lingoagem portuguesa".

Page 133: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Primeiras Gramáticas – Fernão de Oliveira

•Por ordem cronológica, foi Fernão de Oliveira, o

primeiro a publicar, em 1536, a Grammática da

língoagem portugueza;

•Forrava-se com citações de Varrão, Cícero,

Quintiliano;

•Observador da pronúncia, notando já várias

diferenças dentro do país.

Page 134: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Primeiras Gramáticas

•Foi publicada em 1536 por Fernão de Oliveira;

• A obra apresentava 50 capítulos:

A história da linguagem;

Noções de sintaxe;

Destaque para os aspectos sonoros.

O seu conceito de gramática era clássico: "a arte

de falar e escrever corretamente".

Page 135: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Primeiras Gramáticas – Fernão de Oliveira

Page 136: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Primeiras Gramáticas

•Há plágio;

•Fernão de Oliveira cita o próprio João de Barros em

sua gramática: “vem o fidalgo, reproduz a doutrina do

antecessor ampliando-a, certamente, mas nem sequer faz

alusão ao trabalho dele. Ao contrário, diz que é o primeiro

a publicar uma gramática. Assim farão depois os que se

forem servindo do trabalho de seus antecessores, mas

calando-lhes os nomes.”

Page 137: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Primeiras Gramáticas – João de Barros

•João de Barros publica a sua Grammatica da língua

Portugueza em 1540;

•Trata da ortografia;

• Capítulo especial dedicado à “declinação dos nomes”,

como em latim;

•Está ligado ao passado.

Page 138: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de Camões

•Nasceu entre 1524 e 1525 (não se sabe ao certo) ,

na cidade de Lisboa (outros afirmam que pode ter

nascido em Alenquer, Coimbra ou Santarém);

•Filho de um nobre decaído;

•Hipoteticamente, um nobre;

•Freqüentador da corte de D. João III;

•Isso contribuiu para sua formação intelectual;

•Leu Petrarca;

•Aprendeu a fazer um tipo de composição poética

com Ariolso;

Page 139: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de Camões

• Engajou-se no exército por nutrir um amor proibido

pela princesa D. Caterina;

•Em 1547 partiu como soldado raso para Ceuta;

• Alguns dizem que ele perdeu um olho:

Em combate;

Em duelo defendendo a honra de uma dama;

Olhando uma dama pelo buraco da fechadura

e ela percebendo cutucou o olho dele com um

palito de cabelo.

Page 140: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de Camões

• Fez o percurso de Vasco da Gama, chegando a

Macau (China);

• Conheceu Dinamene e por ela se apaixonou;

• Foi enviado para a Índia (Dinamene foi junto);

Em Goah, cuidava dos atestados de óbito;

Começou a escrever os Lusíadas;

Não queria voltar para Portugal;

Page 141: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de CamõesO retorno para Portugal

• O navio naufragou;

• Morre Dinamene, sobre esse caso existem algumas

versões:

Primeira (mais conhecida): Camões preferira salvar

Os Lusíadas a Dinamene;

Segunda: Camões colocara a obra dentro de uma

bolsa de couro impermeável, pois a maresia poderia

estragar o livro. O navio naufragou e a bolsa com a

obra boiou. O autor agarrara-se á bolsa e assim

pudera se salvar.

Page 142: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de Camões

• Ele escrevera um soneto para a amada: Alma minha

gentil que te partiste;

• Desertou à Marinha;

• Completou Os Lusíadas em Portugal;

• Dedicou a obra ao Rei D. Sebastião;

• Recebe mesada do Rei, a qual mal lhe sustentava.

• Foi o primeiro sonetista;

• Maior poeta épico da Língua Portuguesa;

Page 143: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de CamõesA língua sob modificações

• Na época em que Os Lusíadas foi escrito a língua

portuguesa passava por grandes modificações.

•Tentava-se aproximar o português do latim literário;

• Mexeu-se me todos os vocábulos latinos que se

pode, “dando assim ao português literário um cunho

inteiramente artificial e desusado, ao ponto de não

se mais reconhecido como língua materna pelo povo

que o não compreendia.” (Francisco da Silveira

Bueno).

Page 144: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de CamõesA língua sob modificações

• “Nem era só vocabulário, mas toda a sintaxe, o estilo

com figuras, com seus recursos muito bem regulados

pelos tratados de retórica já então conhecidíssimos, tudo

fazia do português literário de quinhentos, uma língua

muito diversa daquela, por exemplo, em que Gil Vicente

havia composto todo seu teatro popular.” (Francisco da

Silveira Bueno).

• (...) lingoa, na qual quando imagina,

com pouca corrupção crê que he a Latina.

(Lus. I – 33)

Page 145: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Luís Vaz de CamõesA língua sob modificações

•Obediência ao princípio latino da luta contra a rusticidade do

povo;

• Aparecimento de dois tipos de português: o popular e o

literário.

Page 146: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O português antes e depois de Luís de Camões

•O estudo camoniano é de suma

importância para a compreensão da língua

portuguesa;

•Camões: um dos primeiros a escrever no

que é classificado como “português

moderno”;Ele é o divisor entre a época

arcaica e moderna;

•Em Os Lusíadas, estrofe 33 do Canto I,

destaca-se a íntima relação entre o português

que se estruturava e o latim;

•Comparação à Cantiga da Ribeirinha, de

Paio Soares de Taveirós.

Page 147: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O português antes e depois de Luís de Camões

Os Lusíadas

• Escrito em 1572;

• Português moderno;

• Vocabulário muito

parecido com o

contemporâneo;

Cantiga da Ribeirinha

• Escrito em 1189 - 1198

• Galego-português;

• Léxico completamente

diferente;

Page 148: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

O português antes e depois de Luís de Camões

Os Lusíadas, estrofe 33 do Canto ICantiga da Ribeirinha, de Paio

Soares de Taveirós

"No mundo nom me sei parelha,

 mentre me for' como me vai, ca ja moiro por vos - e ai mia senhor branca e vermelha,

queredes que vos retraia quando vos eu vi em saia! Mao dia que me levantei, que vos enton nom vi fea! "

"E, mia senhor, des aquel di' , ai!  me foi a mim muin mal, e vós, filha de don Paai Moniz, e ben vos semelha d'aver eu por vós guarvaia, pois eu, mia senhor, d'alfaia nunca de vós ouve nem ei valia d'ua correa".

Vênus bela,

Afeiçoada à gente Lusitana,

Por quantas qualidades via nela

Da antiga tão amada sua

Romana,

(...)

E na língua, na qual quando

imagina,

Com pouca corrupção crê que é

latina.

Page 149: A História da Língua Portuguesa Dos romanos a Camões

Nomes

• Berenice Medeiros;

• Carolina Dzimidas Alvarenga;

• Ilana Neves Gonçalves;

• Janierk;

• Priscila Piccirillo Leite;

• Vanessa Lucatto da Silva;

• Viviane Baroni Luttke.