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O livro infantil e a questão das imagens
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A IMAGEM NO LIVRO INFANTIL E JUVENIL
Vento – Elma (2008)
No Livro Infantil e Juvenil, a imagem ajuda ou atrapalha?
A leitura de uma imagem é mais fácil do que a de um texto verbal?
Hans Christian Andersen – O Patinho Feio (1915)
A Importância das Imagens
• As imagens caracterizam recursos relevantes à elaboração de qualquer publicação voltada ao pequeno leitor, já que o que não o diverte, o emociona ou o interessa não poderá transmitir-lhe nenhuma experiência fecunda ou duradoura (COELHO, 2000).
• Ao ler imagens, a criança nomeia objetos do cotidiano e vai consolidando a linguagem, já criando uma interpretação para as figuras representadas e estabelecendo relações entre elas.
• Neste processo, ela também aguça sua percepção, desenvolvendo a observação e formando uma proteção contra representações estereotipadas.
A Ilustração• Toda imagem que acompanha um texto; a representação gráfica e visual de uma ideia.
Pensamos que um mapa explica, melhor do que um texto, o percurso de um rio; pensamos que desenhos tornam um livro mais atraente, principalmente aos olhos infantis. Daí a ideia de que o papel da ilustração seja informar e enfeitar. (CAMARGO, 1995, p. 30)
• Ademais, a ilustração pode relacionar-se com o texto verbal sem precisar explicá-lo, permitindo às crianças interpretações que sejam exclusivamente delas. Além das funções de ornar ou elucidar o texto junto ao qual ela aparece, a ilustração pode ter várias outras funções.
Função Representativa, quando imita a aparência do ser ao qual se refere;
Função Descritiva, quando detalha essa aparência; Uma Amiguinha
É inteligente e graciosa;Mais limpa, que ela, não há:Focinhito cor‑de‑rosa,E chama‑se Resedá. Muito orgulhosa e faceira,Não quer saber da cozinha,E, à sesta, sob a roseira,Dorme um sono de rainha. Gosta do sol, ama as flores,Corre por todo o jardim,E tem, no dorso, em três cores,A maciez do cetim. [...]Zalina Rolim – Livro das Crianças (1897)
Função Narrativa, quando situa o ser representado em devir, através de transformações ou ações;O Mosquito Escreve
O mosquito pernilongotrança as pernas, faz um M,depois, treme, treme, treme,faz um O bastante oblongo,faz um S.
O mosquito sobe e desce.Com artes que ninguém vê,faz um Q,faz um U e faz um I.
Esse mosquitoesquisitocruza as patas, faz um T.E aí,se arredonda e faz outro O,mais bonito. [...]Cecília Meireles – Ou Isto Ou Aquilo (1964)
Função Simbólica, quando sugere significados sobrepostos ao seu referente, mesmo que arbitrariamente;
Ziraldo – O Menino Maluquinho (2005)
Função Expressiva, quando revela sentimentos e valores do produtor da imagem, bem como quando ressalta as emoções e sentimentos do ser representado;
O Cachorrinho Samba – Maria José Dupré (1994)
Função Estética, quando enfatiza a forma da mensagem visual, ou seja, sua configuração visual;
José Carlos Aragão – Trem Chegou, Trem Já Vai (2003)
Função Conativa, quando orientada para o destinatário, visando influenciar seu comportamento, através de procedimentos persuasivos ou normativos;
Amanda Castanheira – Manuela Banguela (2005)
Função de Pontuação, sinalizando o início, o fim ou as partes do texto junto ao qual está inserida, nele criando pausas ou destacando alguns de seus elementos.
Lygia Bojunga – A Bolsa Amarela (2005) O Menino Marrom
– Ziraldo (2010)
Lewis Carroll – Alice no Paísdas Maravilhas (2002)
Função Metalinguística, quando o referente da imagem é a linguagem visual ou a ela diretamente relacionado, como citação de imagens etc.;
Canini – Toninho no Caminho (1991)
Função Fática, quando a imagem enfatiza o papel de seu próprio suporte;
Ângela Lago – Cântico dos Cânticos (2012)
Função Lúdica, quando orientada para o jogo, incluindo-se o humor como uma de suas modalidades;
Isol – Ter Um Patinho é Útil (2014)
As Técnicas
Cora Rónai – Cabeça Feita Pé Quebrado (1985)
Apropriação
Geane Sagioratto e Ana Reiman - Sara e Pitoco (2008)
Aquarela
Fotografia
Marcelo Xavier – Tem de Tudo Nesta Rua (2005)
Olavo Bilac – Poesias Infantis (1904)
Litogravura
Ronize Aline - Anete Nariz de Chiclete (2013)
Colagem
Xilogravura
C. S. Lewis – O Leão, a Feiticeira e o Guarda-roupa (2008) Mary França – O Vento (2001)
Lápis de Cor
Gravura em Metal
Marina Colassanti - A Moça Tecelã (2004)
Bordado
Computação Gráfica
Ângela Lago – ABC Doido (2010)
Contos da Mamãe Gansa - Perrault (1695)
Ecoline
Regina Sormani - Uma História do Outro Mundo (2006)
Os PlanosPlano Geral - Abrange a pessoa ou objetos
“dentro do local de ação e apresenta uma parte do cenário ou paisagem”.
Mary França – O Vento (2001)
Plano Médio – Geralmente frontal, destaca pessoas de corpo inteiro, também aplicável a outros elementos da imagem.
André Neves - A Caligrafia de Dona Sofia (2005)
Plano Americano – Quando as pessoas são desenhadas a meio-corpo.
Fernanda L. de Almeida - Gato Que Pulava Em Sapato (2000)
Close – Destacando apenas uma parte pequena do assunto.
O Pequeno Planeta Perdido – Ziraldo (2001)
O Livro de Imagem
Juarez Machado – Ida e Volta (1976)
• Livro de Imagem Informativo (descritivo) – De caráter referencial, apresenta cenas e objetos do chamado “mundo real”.
Todo Dia - Eva Furnari (1980)
• Livro de Imagem Ilustrativo – Traz cenas de uma narrativa conhecida pelo leitor e não possui continuidade visual.
Chapeuzinho Vermelho e Outros Contos por Imagem - Rui de Oliveira (2002)
O Rouxinol e o Imperador - Taisa Borges (2005)
João e Maria - Taisa Borges (2005)
• Livro de Imagem Narrativo – Se utiliza da informação estética, ambígua e ficcional.
A imagem precisa concentrar elementos de hipersignificação:
1) Estáticos: Ligados à descrição, por meio de sugestões espaciais, como o ambiente em que se passa a ação, as personagens e suas características como a roupa que vestem, o lugar em que vivem, seus objetos pessoais, etc.
2) Dinâmicos: Ligados ao encadeamento da narrativa, como exprimir com clareza a ação, os gestos e as expressões motivadoras das personagens, além de marcar o ritmo da ação e a progressão da narrativa.
Classificação Quanto à composição: sucessão de quadros
e planos diversos organizados de forma concatenada, possuindo marcas de progressão mais ou menos precisas ou presentes no tempo e através do espaço (encadeamento contínuo);
Quanto às estratégias: existe certa continuidade a estabelecer relações de causalidade entre diferentes partes da sequencia imagética;
Quanto ao conteúdo: deve ocorrer uma ação transformadora sobre o modo de pensar, sentir e agir do personagem (Situação Inicial x Situação Final).
A Bruxinha Atrapalhada - Eva Furnari (1985)
O Gato Viriato - Roger Melo (1993)
História de Amor – Regina Coeli Rennó (1992)
A PerspectivaRepresentação gráfica dos corpos no espaço, com variação proporcional do seu aspecto conforme a posição que ocupam em relação ao observador e ao ângulo pelo qual são vistos. (Rabaça & Barbosa apud. Faria, 2004, p. 46)
Regina Coeli Rennó – Que Planeta é Esse (1984)
Roger Mello – A Flor do Lado de Lá (1990)
Caco Galhardo – Bilo (2008)
Avelino Guedes – Corre-corre (1990)
Assombramentos: Contos - Mirna Pinsky (1986)
Helena Alexandrino - O Caminho do Caracol (1998)
Ângela Lago – Outra Vez (1984)
Eva Furnari – Traquinagens e Atripulias (2004)
Renato Lima - Fera, Vendinha e Gato Rabudo (1998)
Referências Bibliográficas
CAMARGO, L. A relação entre imagem e texto na ilustração de poesia infantil. Palestra apresentada na Universidade de Karlstad, Suécia, em outubro de 1999. Disponível em: <http://www.unicamp.br/iel/memoria/Ensaios/poesiainfantilport.htm> Acesso em: 16 out. 2015.
_____________. Ilustração do livro infantil. Belo Horizonte, MG: Lê, 1995.
FARIA, M. A. Como usar a literatura infantil na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2004. (Coleção Como usar na sala de aula).
SAGAE, P. O. Como e por que (é difícil) ler livros de imagem. Palestra apresentada no I Encontro para Formação do Professor-Leitor, em Picada Café - RS, em 3 de abril de 2009. Disponível em: <http://pt.slideshare.net/dobrasdaleitura/como-e-porque-difcil-ler-livros-de-imagem-1601360> Acesso em: 16 out. 2015.