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UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium
Curso de Educação Física
Renan Yamamoto Caselle
Rivaldo da Silva Costa
A IMPORTÂNCIA DO LAZER NO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ESCOLA DA
FAMÍLIA
LINS - SP 2007
RENAN YAMAMOTO CASELLE
RIVALDO DA SILVA COSTA
A IMPORTÂNCIA DO LAZER NO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como exigência para obtenção de certificado no Curso de Educação Física do Centro Universitário Católico Auxilium de Lins sob a orientação da profª Esp. Karina da Silva e Profª Esp. Jovira Maria Sarraceni
LINS - SP 2007
2
RENAN YAMAMOTO CASELLE
RIVALDO DA SILVA COSTA
Caselle, Renan Yamamoto; Costa, Rivaldo da Silva.
A importância do lazer no desenvolvimento do programa escola da família. Renan Yamamoto Caselle; Rivaldo da Silva Costa, Lins- 2007.
66p. il. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Educação Física, 2007
Orientadora: Karina da Silva; Jovira Maria Sarraceni
1. Lazer. 2. Educação. 3. Programa Escola da Família. 4. Educação Física. I Título.
CDU 796.4
3
RENAN YAMAMOTO CASELLE RIVALDO DA SILVA COSTA
A IMPORTÂNCIA DO LAZER NO DESENVOLVIMENTO DO PROGRAMA ESCOLA DA FAMÍLIA
Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium, para obtenção do titulo de Bacharel em Educação Física.
Aprovada em: ___/___/____ Banca examinadora: Profª Orientadora: Karina da Silva Titulação: Profª Especialista em Avaliação e Prescrição de Exercícios Físicos.
Assinatura: ____________________________ 1º Profº:_________________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________ 2º Profº:_________________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________
Assinatura: ____________________________
4
DEDICATÓRIA
À minha mãe e meu pai
Vocês são muito importantes e especiais para mim, torna-se difícil expressar o
que sinto.
O que posso dizer é que meu amor por vocês é tão grande, que nada poderá
destruir.
Ainda que alguém desse toda sua fortuna por esse amor, certamente eu a
desprezaria.
Hoje, cheguei a mais uma etapa da minha vida, graças a vocês, que sempre
me apoiaram, me incentivaram, dando forças, conselhos e coragem para
vencer todos os obstáculos.
Tudo o que sou hoje, devo a vocês. Obrigado!
Amo muito vocês!!
Aos meus irmãos Thiago e Michelle
Dedico pela união entre nós, pela grande amizade verdadeira e pelo grande
carinho que temos um pelo outro. Agradeço a Deus por vocês fazerem parte
da minha vida.
Amo muito vocês!!
À minha namorada Gislana
Pelos momentos felizes que passamos juntos, e pela paciência, amor e
amizade que demonstra por mim.
Agradeço-lhe pela grande ajuda e incentivo que me deu para alcançar este
objetivo
Te amo muito!!
5
À Regina, minha grande amiga
As pessoas entram na nossa vida, e não é por acaso, Deus te colocou na
minha com o propósito de me fazer um ser melhor, sou muito grato por tudo
que fez e faz por mim.
Valeu!!!
Du, um grande amigo
Valeu por sua amizade e paciência. Seremos amigos enquanto Deus permitir.
Você é dez!
Renan
Dedico este trabalho à minha mãe, meu pai e minhas irmãs
Que me incentivaram e me ajudaram para que esse momento se tornasse
possível. Se não fosse minha família me apoiando sempre, com certeza não
teria conseguido.
Rivaldo
6
AGRADECIMENTOS
A DEUS
“Mesmo que eu ande pelo vale da sombra e da morte não temerei mal algum,
porque Tu estás comigo”.
Não há vitória sem lutas. Sempre nestas lutas da vida, Deus esteve conosco,
nos dando força para alcançar nossos objetivos. Com fé em Deus, vencemos.
Obrigado Senhor, nossa eterna gratidão.
Renan e Rivaldo
AOS PROFESSORES E FUNCIONÁRIOS
Ninguém é tão forte que nunca tenha chorado
Ninguém é tão fraco que nunca tenha vencido
Ninguém é tão sábio que nunca tenha errado
Ninguém é tão errado que nunca tenha acertado
Ninguém é tão corajoso que nunca tenha tido medo
Ninguém é tão medroso que nunca tenha tido coragem
Ninguém é tão alguém que nunca precisou de alguém...
Renan e Rivaldo
A NOSSA ORIENTADORA KARINA
Foi difícil esta batalha, como foi!
Mas nós somos fortes, capazes e conseguimos vencer, mesmo encontrando as
muralhas.
Valeu por tudo!
Obrigado!!
Renan e Rivaldo
7
À MINHA AMIGA NANCI
Só você tem noção do quanto é importante para mim.
Deus coloca as pessoas certas nas horas em que mais precisamos, por isso
peço a Ele que te abençoe e te guarde, pois já é uma iluminada e usada por
Ele.
Obrigada pela atenção, determinação, compreensão, carinho e principalmente
pela amizade.
Obrigada por tudo!
Renan
AOS NOSSOS COLEGAS DE CURSO
Tudo que fazemos hoje
Deixamos de recordação para aqueles que
Um dia sonham
Em ser como nós.
Talvez loucos, porém felizes.
Renan e Rivaldo
LOURENÇO LUIZ LUNDSTEDT
Gostaria que você soubesse da importância que têm na minha vida.
Agradeço-lhe, imensamente, pela compreensão, incentivo, amizade e carinho
pela minha pessoa.
Você faz parte dessa conquista!!
Valeu!!!
Renan
8
RESUMO
O presente estudo visa refletir sobre o Programa Escola da Família e sua relação com o lazer. O principal objetivo desse trabalho consiste em demonstrar que o desenvolvimento de novas atividades de lazer contribui para a integração da escola, família e sociedade. Além de propor formas diversificadas de lazer visando à cooperação, auxílio mútuo, interação, socialização e respeito. Um projeto de lazer na comunidade, tanto escolar como em geral, visa proporcionar aos indivíduos, benefícios de ordem pessoal, melhorando as suas relações sociais tendo em vista a sociabilização e integração entre os participantes, fazendo com que surjam manifestações de amizade, companheirismo e confraternização. Com o intuito de demonstrar a eficácia do programa, apresenta um projeto, intitulado “Um dia de lazer dentro do Programa Escola da Família”, desenvolvido numa escola do município de Penápolis. Através desse projeto, comprova-se a importância das atividades de lazer no contexto da educação, considerando sua contribuição para o desenvolvimento bio-psico-social do ser humano. Foi elaborado questionário e distribuído aos participantes, educadores e coordenadora do Programa Escola da Família a fim de verificar o resultado, nesse pequeno núcleo, do referido programa. Apresenta como proposta de intervenção ações mais efetivas com relação à divulgação e incentivo à participação de todos, tanto dos profissionais de educação física, como de alunos, pais e da sociedade em geral. Concluindo que é na educação pelo lazer que se encontra um veículo privilegiado de educação, que pode proporcionar enriquecimento pessoal e social, já que qualquer atividade pode ser educativa, pois não depende do que se faz e, sim, de como se faz; e que o professor de Educação Física exerce um papel muito importante nessa área, por ser um profissional habilitado para desenvolver tais projetos.
Palavras-chave: Lazer. Educação. Programa Escola da Família. Educação Física
9
ABSTRACT
This study aims to reflect on the School Program of the Family and their relationship with leisure. The main objective of this work is to demonstrate that the development of new leisure activities contribute to the integration of the school, family and society. Besides proposing different forms of entertainment aimed at cooperation, mutual support, interaction, socialization and respect. A project of leisure in the community, both at school and in general, aims to provide individuals, benefits of a personal order, improving their social relations with a view to the socialization and integration among the participants, so that arise expressions of friendship, companionship and con fraternization. In order to demonstrate the effectiveness of the program, presented a project entitled "A day of leisure in the School Program of the Family," developed in a school in the municipality of Penápolis. Through this project, attests to the importance of leisure activities in the context of education, considering their contribution to the development bio-psycho-social human beings. Questionnaire was developed and distributed to participants, educators and coordinator of the Family School Program to verify the result, in that small nucleus of that program. Displays as proposed intervention more effective actions with respect to the disclosure and encouraging the participation of everyone, both the professionals in physical education, as students, parents and society in general. In conclusion it is in education at leisure which is a vehicle of privileged education, which can provide personal enrichment and social, as any activity can be educational, because it depends on what it does and, yes, as it is; And that the professor of Physical Education has a very important role in this area, as a qualified professional to develop such projects. Keywords: Entertainment. Education. School Program of the Family. Physical Education
10
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Participantes .............................................................................. 40
Figura 2: Idade dos participantes ............................................................... 40
Figura 3: Grau de satisfação ...................................................................... 41
Figura 4: Freqüência de participação .........................................................41
Figura 5: PEF atividades educativas e socialização .................................. 42
11
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO .............................................................................................. 13
CAPÍTULO I – O CONCEITO DE LAZER E SUAS RELAÇÕES COM O
DESENVOLVIMENTO HUMANO ................................................................
16
1 INTRODUÇÃO .................................................................................. 16
1.1 Conhecer e entender o lazer ............................................................. 16
1.2 Lazer e sociedade ............................................................................. 19
1.3 Desenvolvimento humano e lazer ..................................................... 21
CAPÍTULO II – RELACIONANDO EDUCAÇÃO E LAZER.......................... 23
2 INTRODUÇÃO .................................................................................. 23
2.1 Educação ........................................................................................... 23
2.2 O lazer como prática educativa ........................................................ 25
2.2.1 O papel do professor de Educação Física na prática educativa pelo
lazer ...................................................................................................
26
2.3 Programa Escola da Família ............................................................. 27
2.3.1 Programa Escola da Família e as atividades de lazer ....................... 30
CAPÍTULO III – CARACTERÍSTICAS DO MUNICÍPIO DE PENÁPOLIS.... 33
3 ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL (FORMAL/INFORMAL) ..... 33
3.1 Aspectos sociais ................................................................................ 34
3.1.1 Educação ........................................................................................... 34
3.1.2 Cultura ............................................................................................... 35
3.1.3 Lazer e recreação em Penápolis ....................................................... 36
CAPÍTULO IV – APRESENTAÇÃO DO PROJETO .................................... 38
4 INTRODUÇÃO ................................................................................. 38
4.1 Descrição do projeto e das atividades realizadas ............................. 39
4.2 Relatório da pesquisa ........................................................................ 39
4.2.1 Entrevista com a Coordenadora Regional do Programa Escola da
Família .............................................................................................
42
4.2.2 Entrevista com educadores .............................................................. 43
12
4.3 Discussão .......................................................................................... 45
4.3 Conclusão da pesquisa ..................................................................... 46
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ................................................................. 47
CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 48
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................ 50
APÊNDICES ................................................................................................. 55
ANEXOS ....................................................................................................... 59
INTRODUÇÃO
13
O Programa Escola da Família é um projeto do governo do estado de
São Paulo que abre para a comunidade, aos finais de semana, cerca de 6 mil
escolas da rede estadual, transformando-as em centros de convivência que
oferecem atividades monitoradas nas áreas de cultura, esporte, saúde e
qualificação para o trabalho. (SÃO PAULO, 2007)
As atividades são abertas a qualquer pessoa interessada em participar
(alunos da escola ou não, de qualquer idade), e coordenadas por universitários
que recebem bolsas de estudos para fazer parte do programa, além de
voluntários que compartilham suas habilidades e ajudam a despertar
potencialidades nos freqüentadores do Programa Escola da Família.
Este programa tem o esporte como um dos eixos mais importantes, com
muitas atividades, grande aceitação e procura pelos participantes. Sabe-se
também que em várias localidades, a falta de materiais esportivos específicos
inibe o desenvolvimento e gera substituição das atividades pelas modalidades
mais tradicionais (futebol, futsal e voleibol).
O objetivo desse estudo é demonstrar que o desenvolvimento de novas
atividades de lazer contribui para a integração da escola, família e sociedade
dentro do Programa Escola da Família.
Dentro desse contexto o estudo visa pesquisar o lazer como forma de
desenvolvimento educativo, verificando que Parker (1978) em A Sociologia do
Lazer, mostra que conforme a educação que as pessoas recebam maior o seu
interesse e a sua participação em atividades de lazer, especificamente as
atividades culturais, sendo assim, a educação sustentada em seu primeiro
objetivo, deve preocupar-se com a vida recreativa do educando, preparando-o
para vivenciar seu tempo livre de maneira sensata e construtiva, para isso a
escola deve preocupar-se de forma direta em explorar o papel do lazer na vida
dos educandos através de experiências que conduzam a um “aprendizado em
uma ampla variedade de habilidades e interesses úteis para o enriquecimento
de ocupações recreativas duradouras” (p. 17). Devem os educandos aprender
a vivenciar as atividades de lazer de forma sadia, enriquecedora, honesta e
criativa, assim suas vidas serão de fato vidas.
14
A educação pelo lazer dar-se-ia numa perspectiva de “educação permanente”, que buscaria o desenvolvimento cultural, através da animação sócio-cultural [...]. Suas funções podem compreender a adaptação e a integração social destinadas a superar os desequilíbrios e conflitos, provocados pelas transformações sociais, culturais e tecnológicas. (MARCELLINO, 2004, p. 64)
Acredita-se, também, que o lazer contribui para o exercício pleno da
cidadania, através da participação ativa que buscando gerar novas
possibilidades de ação, atua como um instrumento de educação, mobilização,
organização, transformação e inclusão social, operacionalizando o alcance
multidimensional, por suas relações com o mundo do trabalho, da educação e
da cultura.
Entretanto, o acesso e usufruto do lazer por parte dos que se encontram
nos níveis inferiores da pirâmide social se coloca como uma das problemáticas
fundamentais fruto da sociedade moderna, por isso ao desenvolver o projeto
“Um dia de lazer na rua dentro do Programa Escola da Família”, espera-se
contribuir, como primeiro passo, para a redescoberta do prazer e dos
benefícios do lazer, especialmente por parte da família.
Aceitar a idéia de que o lazer se apresenta como necessidade básica do
ser humano é condição fundamental para o estudo e a intervenção desta
temática em qualquer que seja o espaço/tempo e sua destinação. É evidente
além de comprovado pelas investigações científicas, que para a consolidação
da existência humana faz-se indispensável a dimensão lúdica que é marca
característica do lazer.
Por ser o lazer uma das melhores atividades de integração e
sociabilização, tema pertinente à área de Educação Física, é que foi escolhido
para o presente trabalho, enfocando o Programa Escola da Família permitindo
assim o envolvimento da família, escola, alunos e sociedade em geral, pois
todos podem participar e descobrir os benefícios das atividades de lazer.
Diante disso questiona-se: quais os benefícios que as atividades de
lazer proporcionam ao Programa Escola da Família?
Pressupõe-se que o lazer relacionado com a prática de atividades
físicas, que por si só traz inúmeros benefícios, quando associada ao lazer e
recreação pode proporcionar benefícios ainda maiores, visto que permite
desenvolver as atividades de maneira mais prazerosa e proporciona aos seus
15
participantes a chance de melhorar as relações sociais e de amizade entre os
participantes.
Para demonstrar os benefícios do lazer no Programa Escola da Família
desenvolveu-se um projeto denominado “Um dia de lazer na rua dentro do
Programa Escola da Família”, na cidade de Penápolis, cuja programação foi
composta de diversas brincadeiras a todos os participantes, tais como: jogos
de quadra, jogos de mesa, pintura, modelagem com argila, dentre outros.
Sendo que seu registro foi feito através de fotos, apresenta no anexo deste
trabalho.
No primeiro capítulo apresenta-se a conceituação e interpretações de
lazer, segundo alguns autores, bem como, aborda-se também o
desenvolvimento humano, tanto individual quanto social como uma das funções
do lazer, ao lado do descanso e do divertimento, e suas possibilidades de
contribuição para a formação de um homem integral.
O segundo capítulo relaciona educação e lazer, abordando o lazer como
prática educativa e o papel do professor de Educação Física na prática
educativa pelo lazer, e também, descreve sobre o Programa Escola da Família
e as atividades de lazer.
No capítulo três, descreve-se as características mais significativas para
o projeto “Um dia de lazer na Escola da Família”, do município de Penápolis,
cidade em que este foi desenvolvido.
O capítulo quatro, apresenta o projeto e o resultado da pesquisa feita
com participantes, professores e coordenadora regional do Programa Escola
da Família. Finalizando com uma proposta de intervenção.
16
CAPITULO I
O CONCEITO DE LAZER E SUAS RELAÇÕES COM O
DESENVOLVIMENTO HUMANO
1 INTRODUÇÃO
O lazer é tão fundamental quanto o transporte, a educação, a moradia, a
saúde, o saneamento básico e a alimentação são para a vida de todo e
qualquer ser humano. Historicamente adquirido, é um dos direitos sociais
assegurados pela Constituição da República Federativa do Brasil, no seu art.
6º, capítulo II – Dos Direitos Sociais (BRASIL, 1988).
Como se apresenta hoje, o lazer é fruto da sociedade urbana e é
entendido como a cultura vivenciada no tempo disponível das obrigações
humanas, combinando os aspectos tempo e atitude, e desenvolvido como uma
das áreas de manifestação humana em estreita relação com outras esferas de
atuação, como o trabalho, a educação, etc., o que pode exercer valores
questionadores na sociedade, assim como, sofrer influências da estrutura
social vigente. Pode ser, portanto, um tempo privilegiado para a vivência de
valores que contribuem para mudanças de ordem moral e cultural
(MARCELLINO, 2000).
1.1 Conhecer e entender o lazer
O autor que mais influenciou a concepção brasileira de lazer foi o
sociólogo francês Dumazedier (2000). Este autor escreveu que
Há pensadores que clamam contra o perigo de se esquecer esta necessidade do homem, a necessidade de pensar no após-trabalho [...] é preciso desenvolver uma verdadeira consciência social sobre este problema. (DUMAZEDIER, 2000, p.72)
Para Dumazedier (2000), o lazer é um fenômeno que exerce
conseqüências sobre o trabalho, a família e a cultura, assim:
17
O lazer é um conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, seja para repousar, seja para divertir-se, recrear-se e entreter-se ou, ainda para desenvolver sua informação ou formação desinteressada, sua participação social voluntária ou sua livre capacidade criadora após livrar-se ou desembaraçar-se das obrigações profissionais, familiares e sociais. (DUMAZEDIER, 2000, p. 34).
No entender desse autor, a necessidade do lazer é ainda desconhecida
para a maioria das pessoas e, por isso mesmo, não é satisfeita de maneira
adequada
De acordo com Marcellino (2000b), não há consenso a respeito do que
seja lazer entre os teóricos e os técnicos da área ou mesmo no senso comum.
Na maioria das vezes, o lazer é associado simplesmente a atividades
recreativas ou a eventos de massa. A associação do lazer a outras atividades e
a outros termos como, por exemplo, recreação e entretenimento, pode ser
explicada pela importância que o lazer vem ganhando nas últimas décadas.
Essa tendência é ainda reforçada pelos meios de comunicação.
O lazer é o estado de espírito em que o ser humano se coloca, instintivamente (não deliberadamente), dentro do seu tempo livre, em busca do lúdico, diversão, alegria, entretenimento. (CAVALLARI; ZACHARIAS, 1994, p.15)
Entre os principais autores da teoria do lazer no Brasil, principalmente
em termos de pioneirismo, destaca-se Requixa (1980), que define lazer como
uma [...] ocupação não obrigatória, de livre escolha do indivíduo que a vive, e cujos valores propiciam condições de recuperação psicossomática e de desenvolvimento pessoal e social. REQUIXA, 1980, p. 35)
E também Medeiros (1980, p. 3), para quem o lazer é “[...] o espaço de
tempo não comprometido, do qual podemos dispor livremente, porque já
cumprimos nossas obrigações de trabalho e de vida”.
Nos conceitos de Requixa e Medeiros, observa-se a preocupação de
ambos os autores com as funções do lazer para o homem contemporâneo, o
repouso, a diversão e o desenvolvimento pessoal.
18
O lazer se traduz por uma dimensão privilegiada da expressão humana dentro de um tempo conquistado, materializada através de uma experiência pessoal criativa, de prazer e que não se repete no tempo/espaço, cujo eixo principal é a ludicidade. Ela é enriquecida pelo seu potencial socializador e determinada, predominantemente, por uma grande motivação intrínseca e realizada dentro de um contexto marcado pela percepção de liberdade. É feita por amor, pode transcender a existência e, muitas vezes, chega a aproximar-se de um ato de fé. Sua vivência está relacionada diretamente às oportunidades de acesso aos bens culturais, os quais são determinados, via de regra, por fatores sócio-político-econômico e influenciados por fatores ambientais (BRAMANTE, 1998, p.09).
Para este autor, o lazer caracteriza-se como uma experiência única e
momentânea, na qual estão presentes a criatividade, o prazer e a liberdade.
Considerado possuidor de um duplo aspecto educativo – a educação
pelo e para o lazer, em sua relação com a Educação, deve-se entender o lazer
como forma de desenvolver ações nas áreas que busquem considerar não
apenas suas possibilidades de descanso e divertimento, mas também de
desenvolvimento pessoal e social, não de uma perspectiva funcionalista, mas
como possibilidade de reivindicação social, ou resgate da cidadania, tudo por
meio da participação cultural.
De acordo com Marcellino (2000), as abordagens funcionalistas do lazer
visam a manutenção de determinada ordem social estabelecida e são
classificadas em abordagem compensatória, romântica, moralista e utilitarista.
Nesse sentido, o lazer é considerado como um tempo privilegiado para a
vivência de valores que contribuem para mudanças de ordem moral e cultural,
possibilitando, como reivindicação social, o resgate da cidadania por meio da
participação cultural, que é, para Marcellino, “a atividade crítica e criativa de
sujeitos historicamente situados” (1999, p. 45), e entendida como uma das
bases para a mudança da sociedade, mudança em busca da instauração de
uma nova ordem social e cultural.
Com base nessas perspectivas, devem ser observados alguns pontos
importantes da conceituação de lazer aqui adotadas.
A cultura vivenciada no “tempo disponível” deve ser considerada em
estreita relação com o trabalho e com outras esferas da vida social, como
saúde, educação, habitação, segurança, entre outros. A cultura também não
deve ser reduzida a um único conteúdo, a uma visão parcial, sendo restringida
apenas aos “conteúdos artísticos”, mas abordar os diversos conteúdos
19
culturais.
O tempo de lazer encontra-se em relação direta com o tempo das
obrigações, principalmente com as obrigações profissionais (o trabalho) e não
em oposição a elas. Ao se considerar a esfera das atividades profissionais –
principalmente a do trabalho, o tempo de lazer situa-se no “tempo liberado”
deste, supondo, portanto, a sua existência.
Já o aspecto atitude refere-se à vivência do lazer de forma
desinteressada, como uma opção individual – de livre escolha, em que se
busca como “recompensa” a satisfação e o prazer. E o lazer só terá significado
se existir o envolvimento da pessoa com a experiência vivida.
O conceito de lazer aqui adotado pode abranger uma série de
atividades que segundo Dumazedier (1980a), se distingue de acordo com cinco
áreas de interesse: (1) manuais – marcada pela capacidade de manipulação,
seja para transformar objetos ou materiais, seja para lidar com a natureza; (2)
intelectuais – a busca de novas informações reais, objetivas e racionais; (3)
sociais – buscam-se relacionamentos e contato com outras pessoas; (4) físico-
esportivos – ocorre prevalência de movimento ou exercício físico e (5) artísticos
– marcados pelas diferentes manifestações artísticas, baseadas no imaginário,
nas emoções e nos sentimentos.
Camargo (1986) acrescenta a esses cinco conteúdos mais um: o
turístico, caracterizado pela quebra da rotina, pela busca de novas paisagens e
de novos conhecimentos.
Sintetizando o exposto, acredita-se que, conhecendo as diversas
concepções do lazer, segundo variados autores, os conteúdos culturais do
lazer e sua possibilidade como prática educativa são importantes justamente
por permitir aos indivíduos que o vivenciam a superação da fase conformista
para as fases crítica e criativa, independentemente do tipo de atividade pela
qual fizeram opção, tornando-os capazes de questionar os valores da ordem
vigente e transformar a realidade na qual estão inseridos.
Essa não é a única visão possível sobre esse tema. No próximo tópico,
expõe-se algumas possibilidades de abordagens do lazer na sua relação com a
sociedade.
1.1 Lazer e sociedade
20
Propõe-se avançar o estudo no sentido de um entendimento mais amplo
sobre o lazer que considere suas relações com o mundo do trabalho e da
cultura e, principalmente, suas possibilidades de transformar qualitativamente a
sociedade humana a partir da perspectiva da inclusão sócio-cultural também
dos grupos marginalizados. Em acordo com Bramante (1992), o significado do
lazer deve ser debatido tanto no âmbito do senso comum como no da própria
universidade para que todos possam compreender sua importância na vida do
indivíduo e da coletividade na sociedade contemporânea, notadamente, nos
países do terceiro mundo onde o lazer torna-se muito mais uma aspiração do
que uma realidade.
Considerando a própria dialética da questão, compreende-se que na sua
especificidade concreta, o lazer é componente da cultura historicamente
construída, na qual a participação cultural e o exercício da cidadania são a
base para a renovação da sociedade.
Carmo (2000) situa o lazer numa perspectiva cultural, dizendo que o
lazer é uma criação da sociedade, fruto da soma de comportamentos
apreendidos e compartilhados, sob diversas condições geográficas e sociais.
De acordo com este autor, o lazer foi determinado pela cultura e é decorrente
das conquistas sociais, principalmente da conquista de tempo livre, que, por
sua vez, permite a efetivação do lazer.
E todos têm direito ao lazer.
Na atualidade, o lazer representa uma válvula de escape, um meio para encontrar a liberdade e a criatividade, uma fórmula para fomentar o desenvolvimento social e cultural, um recurso para a formação pessoal e um direito de todo cidadão. (CARMO, 2000, p.30)
Numa visão crítica e criativa, acredita-se na possibilidade de mudanças
por meio de iniciativas no plano cultural, preparando para transformações na
infra-estrutura e, assim, em toda a sociedade.
Observa-se que trabalhar o lazer como prática educativa é romper com a
visão funcionalista e conservadora das atuais interpretações do lazer. É difundir
a idéia de que mudanças são possíveis e necessárias, e que o lazer pode ser
um canal possível para essas transformações.
21
1.3 Desenvolvimento humano e lazer
O desenvolvimento humano pode ser considerado tanto objeto do lazer
como da educação. É importante lembrar que lazer não é apenas divertimento
ou descanso. Nele pode ser encontrada uma grande possibilidade de
desenvolvimento, tanto dos aspectos biológicos e psicológicos das pessoas,
bem como da relação do indivíduo com a sociedade. Observa-se neste trecho
escrito por Marcellino (2002), o desenvolvimento que a sua vivência pode
proporcionar:
[...] Tanto cumprindo objetivos consumatórios, como o relaxamento e o prazer propiciados pela prática ou pela contemplação, quanto objetivos instrumentais, no sentido de contribuir para a compreensão da realidade, as atividades de lazer favorecem, a par do desenvolvimento pessoal, também o desenvolvimento social, pelo reconhecimento das responsabilidades sociais a partir do aguçamento da sensibilidade em nível pessoal, pelo incentivo ao auto-aperfeiçoamento, pelas oportunidades de contatos primários e de desenvolvimento de sentimentos de solidariedade. E isso não é apenas, indicador, mas também fator de desenvolvimento em sentido amplo (MARCELLINO, 2002, p. 46).
O desenvolvimento de todo e qualquer indivíduo é um processo
contínuo, que se inicia desde a concepção e se estende por toda a vida. O
mesmo ocorre com o desenvolvimento da personalidade.
Normalmente, o desenvolvimento humano está associado ao
desenvolvimento da personalidade ou então ao desenvolvimento das
capacidades físicas, biológicas e psicológicas. É importante lembrar que ele
também deve estar associado ao desenvolvimento da sociabilidade, da
individualidade e da liberdade de expressão, ao exercício da cidadania e à
capacidade dos indivíduos de contestar a realidade. Acredita-se que essas
realizações podem ser proporcionadas pela vivência e pela experiência do
lazer.
Assim, é na vivência do lazer que o indivíduo pode desenvolver-se
socialmente, seja por meio do exercício do trabalho em grupo, seja pela
tomada de consciência de suas responsabilidades, tanto para com o meio,
como para com as pessoas.
De acordo com Marcellino (2001), o lazer pode oferecer oportunidades
privilegiadas e espontâneas, tanto de tomada de contato, quanto de percepção
22
e reflexão sobre as pessoas e as realidades nas quais estão inseridas,
ocorrendo ao mesmo tempo desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos e
não somente desenvolvimento da personalidade. Portanto, pensar o lazer sob
a ótica do desenvolvimento humano é extrapolar os limites dados por
interpretações psicologizantes que o entendem apenas como desenvolvimento
das capacidades físicas e psicológicas; é pensá-lo como um importante “canal
de informação” que pode contribuir para o exercício da cidadania. É quando os
cidadãos podem praticar sua liberdade e sua individualidade. É onde e quando
podem dialogar com o mundo, contestar a realidade e buscar transformá-la. É
uma experiência na qual o indivíduo pode realizar-se como ser humano e como
cidadão.
Dessa forma, observa-se que, além do desenvolvimento da
personalidade, o lazer também proporciona desenvolvimento social e pessoal,
seja por meio do contato face a face, do trabalho grupal, ou seja, por meio da
percepção da realidade, da busca de informações, etc. Assim, julgamos ser
extremamente difícil separar e analisar como dois campos distintos o
desenvolvimento pessoal e o desenvolvimento social, já que ambos caminham
juntos e se complementam.
23
CAPITULO II
RELACIONANDO EDUCAÇAO E LAZER
2 INTRODUÇÃO
É tarefa da escola proporcionar aos alunos conhecimentos e
oportunidades para que eles possam viver, conviver e trabalhar, dando sentido
às suas vidas. E hoje em dia, é importante associar essas diretrizes a uma
educação para o lazer.
Requixa (1980) defende que nada seria mais adequado que considerar a
importância do aproveitamento das ocupações de lazer como instrumentos
auxiliares da educação. Argumenta que o indivíduo, ao participar em atividades
de lazer, desenvolve-se quer individualmente, quer socialmente, condições
estas indispensáveis para garantir o seu bem-estar e participação mais ativa no
atendimento de necessidades e aspirações de ordem individual, familiar,
cultural e comunitária.
Acredita-se que as atividades de lazer no contexto escolar facultam,
entre outros aspectos, o bem-estar psicológico e o desenvolvimento pessoal
dos indivíduos que nelas participam.
2.1 A educação
Falar de educação é tratar de um processo que acontece no decorrer do
desenvolvimento humano, desde o ato de fecundação até a morte, mediatizado
pela ação e a interação do indivíduo, do ser, com o meio, em busca de novas
elaborações, novas aprendizagens, conhecimentos.
A possibilidade de refletir é única e exclusiva do ser humano e todo o
sistema orgânico organiza-se para que, durante o tempo de vida, a pessoa
possa aprender, desenvolver-se e evoluir. Há uma preparação integral para
receber novas informações que levam a novas categorias de conhecimento.
Esses transformam, pois cada um muda seus comportamentos, sempre a um
nível reflexivo, que justifica pensamentos e ações.
24
A educação pode ocorrer e ocorre, em espaços diversos, a partir da
inter-relação, da vivência grupal, da partilha de experiências. Não é apenas na
escola e nos espaços formais que se pode aprender, aprende-se também na
família, com amigos e outros. Acreditar que se aprende em diversos espaços é
sim refletir sobre espaços de aprendizagem de forma mais ampla, não
necessariamente ligada às escolas.
Como formas de educação pode-se citar, educação formal, não-formal e
informal. Essas modalidades de educação correspondem aos seguintes
conceitos: a educação formal está comumente associada ao poder público e
implica freqüência obrigatória, expedição de diploma, entre outros
regulamentos; a educação não-formal se refere às atividades pedagógicas
estruturadas e desenvolvidas nos meios não-escolares, de maneira a favorecer
a participação na coletividade, a formação se dá na ação e na perspectiva
comunitária. Já a educação informal designa as atividades realizadas sob
diferentes contextos (trabalho, casa, rua etc.) sem que a primeira finalidade
seja a aprendizagem (AFONSO apud ABIB, 2007).
Educação não-formal é aquela que se pode definir educativamente em projetos de outras áreas. (...) Em confronto com a educação formal ela possui uma elasticidade muito grande, dado seu distanciamento em relação às regras burocráticas da sociedade política. Nessa distinção, a educação não-formal inclui, sem dúvida, os meios de comunicação de massa, os projetos de saúde e higiene públicas, a publicidade oficial ou não, os grupos da sociedade civil que se reúnem com finalidades comuns e específicas. (CURY, 1995, p. 105)
Tanto a educação não-formal como a informal, ocorrem em diversos
locais determinados ou não, inclusive no espaço escolar, por exemplo, em
situações de escolas abertas aos finais de semanas, o recreio escolar, enfim, o
espaço físico escolar sendo aproveitado para as demais formas de
aprendizagens, conforme as características citadas.
Dentro desse contexto, percebe-se a que a educação não-formal se
insere numa proposta pedagógica que aproxima educação e lazer. Para tanto a
escola precisa acolher e compreender lazer como veículo e como objeto da
educação e ver o lazer com lentes críticas e lúdicas.
A finalidade de educar pelo lazer é ajudar estudantes em seus diversos
25
níveis a alcançarem uma qualidade de vida desejável através do lazer. Isto
pode ser obtido pelo desenvolvimento e promoção de valores, atitudes,
conhecimento e aptidões de lazer através do desenvolvimento pessoal, social,
físico, emocional e intelectual. Isto, por sua vez, terá um impacto na família, na
comunidade e na sociedade como um todo.
2.2 O lazer como prática educativa
O lazer como prática educativa tem como uma de suas prioridades
proporcionar o desenvolvimento humano integral.
Considerando o aspecto educativo do lazer, sua vivência e experiência
com qualidade poderão contribuir para a compreensão do novo mundo social e
a intervenção nele. Na relação entre educação e lazer, a produção de
conhecimentos deve permitir ao ser humano novos horizontes, possibilitando a
melhoria na qualidade de vida, com condições objetivas e progressistas, à
medida que se propõe forjar cidadãos prático-reflexivos (FRANÇA, 1999).
A educação pelo lazer é de extrema importância quando se busca o
enriquecimento pessoal e social do indivíduo que proporcione um maior e
melhor desenvolvimento humano.
Tratando-se do lazer como veículo de educação, é necessário considerar suas potencialidades para o desenvolvimento pessoal e social dos indivíduos. Tanto cumprindo objetivos consumatórios, como o relaxamento e o prazer propiciados pela prática ou pela contemplação, quanto objetivos instrumentais, no sentido de contribuir para a compreensão da realidade, as atividades de lazer favorecem, a par do desenvolvimento pessoal, também o desenvolvimento social, pelo reconhecimento das responsabilidades sociais, a partir do aguçamento da sensibilidade ao nível pessoal, pelo incentivo ao auto-aperfeiçoamento, pelas oportunidades de contatos primários e de desenvolvimento de sentimentos de solidariedade (MARCELLINO, 2003, p. 60).
Os conteúdos do lazer dentro de um processo educativo podem ser
passíveis de constantes recriações, de modo que, a forma de participação deve
ser adquirida por meio da aprendizagem e, posteriormente, reconhecida por
todos.
Acredita-se que as possibilidades que o lazer oferece para o
26
desenvolvimento pessoal e social estão nas oportunidades do contato face a
face, no estímulo da sensibilidade e nas variadas opções de informações que a
sua vivência proporciona. E tudo com prazer e satisfação, de modo alegre,
descompromissado e de livre adesão.
Segundo Requixa (1980), a educação para o lazer é um importante
instrumento para preparar o ser humano para uma vida em que haja um
equilíbrio entre o trabalho e o lazer e, se possível, antecipar o lazer. Esse tipo
de prática educativa, além de favorecer o aprendizado para o uso do “tempo
livre”, também estimula a diversificação das atividades.
Vale destacar que a educação para e pelo lazer ganha em potencial
pedagógico, ao se considerar que o lazer não é somente descanso e
divertimento, mas também desenvolvimento pessoal e social, e que, portanto,
auxilia o indivíduo a pensar e entender a sua própria realidade e a que o cerca.
A educação para e pelo lazer deve ser um processo contínuo de
aprendizado, desenvolvido ao longo da vida das pessoas, num processo de
educação permanente.
Para Requixa (1980), a educação permanente deve proporcionar o
desenvolvimento cultural dos indivíduos no seu tempo livre. Uma de suas
funções seria levar as pessoas à adaptação e à integração social, que foram
rompidas pelas transformações sociais, culturais e tecnológicas geradas pelo
modo de produção capitalista.
2.2.1 O papel do professor de Educação Física na prática educativa pelo lazer
Para Betti; Zuliani (2002), a Educação Física enquanto componente
curricular da Educação Básica deve assumir a tarefa de introduzir e integrar o
aluno na cultura corporal de movimento, formando o cidadão que vai produzi-la,
reproduzi-la e transformá-la, instrumentalizando-o para usufruir do jogo, do
esporte, das atividades rítmicas e dança, do lazer e das ginásticas e práticas
de aptidão física, em benefício da qualidade da vida.
O educador físico deve conhecer, dominar e produzir diferentes técnicas
e instrumentos para atuar nos campos da prevenção e promoção da saúde. O
lazer também faz parte de sua área de atuação no que diz respeito à formação
cultural e à educação motora.
27
As relações entre a educação física/esporte e o lazer não são de fato
recentes. Embora as atividades de lazer não se limitem a atividades
físicas/esportivas, tais atividades ocupam papel de destaque entre o lazer da
população nos dias de hoje, seja enquanto espetáculo a ser consumido, seja
como prática usual.
Assim, o educador físico pode, em nossas aulas, privilegiar os
momentos para estimular os alunos a utilizarem a prática de atividades
esportivas/físicas como alternativas viáveis em seus momentos de lazer.
Acredita-se que ao demonstrar novas possibilidades de ocupação de
seu tempo disponível, promove-se uma ação cultural, educando os alunos para
melhor proveito do seu tempo de lazer e acreditando que tais momentos não
têm somente uma ação compensatória, utilitarista, moralista ou romântica, mas
que têm ligação direta com a formação de seres mais críticos e questionadores
da estrutura social (MARCELLINO, 2001).
O professor de Educação física deve aproveitar suas aulas para
estimular os alunos a utilizarem o esporte/atividades físicas em seus momentos
de lazer, compreendendo a importância, desses momentos para sua vida; dar
condições para que eles possam criticamente vivenciar (praticando ou
desfrutando) atividades físicas/esportivas em seus momentos de lazer, além de
incorporar elementos educativos do lazer, trabalhando na perspectiva da
"pedagogia da animação".
Para determinar qual a função do Professor de Educação Física há a
necessidade de uma definição quanto ao que realmente ele é: educador,
técnico, instrutor, psicomotricista, professor de física. Porém, independente de
sua classificação, este deve ser uma pessoa altamente sociável, possuir
elevado senso de humor, muita vivacidade e conhecer bem as atividades que
vai dirigir.
2.3 Programa Escola da Família
O Programa Escola da Família é um projeto do governo do estado de
São Paulo que abre para a comunidade, aos finais de semana, cerca de 6 mil
escolas da rede estadual, transformando-as em centros de convivência que
oferecem atividades monitoradas nas áreas de cultura, esporte, saúde e
28
qualificação para o trabalho.
As atividades são abertas a qualquer pessoa interessada em participar
(alunos da escola ou não, de qualquer idade), e coordenadas por universitários
que recebem bolsas de estudos para fazer parte do programa, além de
voluntários que compartilham suas habilidades e ajudam a despertar
potencialidades nos freqüentadores do Programa.
Dentre os princípios do Programa, salientam-se:
- inclusão, no sentido do respeito às diferenças, da valorização da convivência pacífica e democrática e do acolhimento das diferentes situações sociais;
- participação, no sentido de vitalizar a interação entre alunos e educadores e definir um papel ativo para a comunidade no espaço escolar;
- autonomia, no sentido de alunos, educadores e pais participarem do projeto pedagógico, tendo como parâmetro a função social da educação escolar e levando em conta a realidade e as necessidades locais. (COSTA, 2004, p. 19)
O objetivo do programa é manter as escolas abertas nos finais de
semana, atraindo a população vizinha para uma série de atividades educativas
e recreativas no intuito de servir como uma opção de lazer às famílias dessas
comunidades. Apontando para uma comunidade que educa e para a escola
como espaço de acolhimento, onde se constroem parcerias e se fomenta o
diálogo com a diversidade, promovendo a inclusão. (COSTA, 2004).
As atividades do Programa Escola da Família nos finais de semana são
coordenadas por uma equipe constituída pelo Educador Profissional (que
acompanha o desenvolvimento das atividades, fomentando sua integração com
as demais atividades implementadas no cotidiano escolar), pelo Educador
Universitário (que desenvolve ações que constam do seu projeto de trabalho,
sendo acompanhado e avaliado pelo educador-profissional) e o Educador
Voluntário (membros das comunidades com disponibilidade para desenvolver
ações voltadas às expectativas da própria comunidade).
Uma das preocupações o programa é o desenvolvimento das
competências e habilidades para o mundo do trabalho. Assim, em algumas
escolas, este oferece cursos de informática, marcenaria, culinária, entre outros,
que ampliam o universo de conhecimento dos jovens. A idéia é prepará-los
para o mercado de trabalho, além de proporcionar o aprimoramento dos
29
profissionais.
Embora tenha um programa a ser considerado, o Escola da Família
oferece liberdade de participação nas ações as serem desenvolvidas, os
cursos e atividades são definidos em cada unidade escolar junto com seus
freqüentadores. Sendo essa uma forma de trazer a realidade da comunidade
para dentro da escola e estabelecer uma Cultura de Paz, deixando a
comunidade livre para agir e interagir. (COSTA, 2004)
Num sentido amplo do termo, a educação é o componente crucial da
cultura de paz – uma educação que torne cada cidadão sensível ao outro e que
imponha um senso de responsabilidade com respeito aos direitos e liberdades.
Falar em cultura de paz é falar dos valores essenciais à vida
democrática: participação, igualdade, justiça, liberdade, tolerância, diálogo,
reconciliação, solidariedade, desenvolvimento, jus tiça social, respeito aos
Direitos Humanos e à diversidade cultural.
Na base de todos esses valores está a educação que, no sentido mais
amplo do termo, é o componente crucial da cultura de paz; uma educação que
precisa ser considerada como prioritária, e não apenas importante; uma
educação que torne cada cidadão sensível ao outro e que imponha um senso
de responsabilidade com respeito aos direitos e liberdades.
Segundo Delors (1998) a educação deve ser organizada baseada em
quatro pilares, que são: aprender a conhecer; aprender a viver juntos; aprender
a fazer e aprender a ser. Baseada nesses pilares, pode-se pensar numa
educação que efetivamente contribua para uma cultura de paz.
Uma educação que seja capaz de romper com o perverso ciclo da
violência, que é, ao mesmo tempo, causa e conseqüência da pobreza e que
compromete o mundo de possibilidades que, em geral, é aberto à juventude.
Uma das premissas do programa Escola da Família é agregar ações
contra a exclusão social e a violência. A Secretaria da Educação desenvolve
outras ações na mesma direção, a exemplo do programa Comunidade
Presente, realizado desde 1998 pela Diretoria de Projetos Especiais da
Fundação para o Desenvolvimento da Educação (FDE). O objetivo específico
do trabalho é sensibilizar e instrumentalizar assistentes técnico-pedagógicos,
diretores, professores, funcionários, pais e alunos para que a escola se
constitua num pólo irradiador de ações pela não-violência. A diferença é que,
30
enquanto as atividades do Escola da Família são realizadas aos sábados e
domingos, o Comunidade Presente atua durante a semana.
Pesquisas da Secretaria da Educação do estado de São Paulo indicam
que houve uma significativa redução da violência escolar a partir da
implantação do Escola da Família. A comparação entre dados de setembro de
2002 e março de 2003 - antes do início do programa - com os respectivos
meses de 2004 e 2005 permite verificar uma queda de 81,3% nas ocorrências
que envolvem porte de drogas, 46,5% nos casos de agressões físicas e 34,6%
nas depredações. Para além dos muros escolares, uma análise complementar
indica ainda diminuição de 36% nas ocorrências policiais registradas nas
imediações das escolas.
A possibilidade de maior acompanhamento da vida acadêmica dos
filhos, por meio de novos espaços de contato entre pais e membros da escola,
é um dos benefícios da abertura dos estabelecimentos que educadores dizem
estar associados a essa melhoria nos índices de violência.
Além disso, a abertura das escolas também traz benefícios às atividades
pedagógicas, ao permitir uma maior aproximação entre professores e
estudantes, numa situação bem mais descontraída que a habitual.
Ainda há, no entanto, diversas escolas em que esse objetivo permanece
distante, devido à falta de envolvimento com o programa entre os profissionais
que atuam no cotidiano do estabelecimento. Isso se associa, em grande
medida, a problemas estruturais do sistema público de ensino, como os baixos
salários, que, não raro, obrigam os professores a ter jornada dupla ou tripla de
trabalho
Apesar de alguns problemas enfrentados, acredita-se que, com o
Programa Escola da Família, a escola vem se transformando em um local mais
participativo e democrático, minimizando a vulnerabilidade do jovem,
possibilitando a sua formação plena de cidadão e contribuindo, ao mesmo
tempo, para mudar a relação escola-comunidade.
2.3.1 Programa Escola da Família e as atividades de lazer
Diante da crise das relações humanas e dos conflitos sociais, um dos
principais papéis da educação é priorizar a compreensão entre as pessoas, a
31
respeito da diversidade, a cooperação e a solidariedade como valores
integradores da dignidade humana e, nessa direção, promover o
desenvolvimento de uma cultura de paz. Crianças e jovens precisam aprender
de modo responsável como construir o próprio desenvolvimento e o progresso
da sociedade em que vivem.
Há muito tempo alguns pesquisadores têm discutido e reafirmado que o
espaço escolar tem sido tratado por muitos de seus agentes, como um espaço
público cuja utilização, quase sempre, se encontra privatizado, pois o acesso
da comunidade via de regra, se restringe à educação das crianças ou, quando
alguns diretores “concedem”, a comunidade em seu entorno utiliza os espaços
destinados a esportes.
A população que reside nas proximidades de algum estabelecimento de
ensino raramente tem alguma possibilidade de acesso a seus acervos ou bens,
tais como livros ou equipamentos de informática e isso tem provocado, na
maioria dos casos, um afastamento da comunidade em relação à escola e,
conseqüentemente, diminuído a importância de uma relação que poderia trazer
muitos benefícios, tanto para a escola, quanto para as pessoas que vivem no
seu entorno deixando de cumprir uma função que lhe fora destinada pela
própria secretaria da educação, ao instituir o programa escola da família.
As autoridades ligadas ao governo do estado têm ressaltado que o
Programa Escola da Família foi criado a partir da idéia de renovar a relação
entre a unidade escolar e a sociedade em geral, com o objetivo de promover a
interação contínua entre todos os setores ligados ao ambiente de aprendizado:
alunos, pais, educadores, universitários, voluntários e comunidade (Manual de
Regulamento do Programa Escola da Família - MRPEF, p. 7).
A discussão que se faz é de que a escola não deve ser concebida
apenas como lugar exclusivo da educação formal, da freqüência obrigatória, da
hora marcada. Para que cumpra o seu papel social, é necessário também que
ela promova o desenvolvimento de talentos e aptidões, que atuem integradas à
família e à comunidade, valorizando as manifestações culturais locais, criando
espaços de convívio amigável e pacífico, uma vez que, oferece espaços
adequados para a realização dessas atividades. Nessa perspectiva, como diz
Bastos:
32
A democratização da gestão, até bem pouco tempo, sinônimo de processo de escolha dos que vão dirigir, faz parte de nossas preocupações mais recentes, indicando a necessidade de um olhar crítico para as nossas práticas cotidianas na esperança de que elas possam funcionar com as linhas de uma escola comprometida com os interesses dos filhos da classe trabalhadora (BASTOS, 2001, p. 125).
Baseado nos estudos de levantamento bibliográfico até aqui descritos,
pretende-se nos próximos capítulos descrever as características do município
de Penápolis, cidade em que se desenvolveu um projeto denominado “Um dia
de lazer na rua dentro do Programa Escola da Família”, bem como fazer o
registro desse projeto, relacionando seus resultados com o referencial teórico.
33
CAPÍTULO III
CARACTERÍSTICA DO MUNICÍPIO DE PENÁPOLIS
3 ORGANIZAÇÃO POLÍTICA E SOCIAL (FORMAL / INFORMAL)
Segundo dados obtidos na Prefeitura Municipal de Penápolis, deparou-
se com estas informações: Penápolis é sede de uma Comarca com 7
municípios – Alto Alegre, Avanhandava, Barbosa, Braúna, Glicério e Luiziânia –
e exerce influência sobre esse universo de quase 100 mil habitantes.
A sociedade civil está organizada em diversas associações e
sindicatos, destacando-se:
a) Associação Comercial e Industrial da Região de Penápolis – ACIRP
b) Sindicato do Comércio Varejista de Penápolis – SINCOMÉRCIO
c) Sindicato Rural
d) Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares
e) OAB
f) CREA
g) Associação Renascer da 3ª Idade
h) Associação dos Aposentados e Pensionistas de Penápolis
i) Associação dos Empresários de Penápolis
j) Asssociação dos Engenheiros e Arquitetos de Penápolis
k) APEOESP
l) Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Penápolis
m) Sindicato dos Servidores Públicos Municipais
n) Sindicato dos Papeleiros
o) Sindicato dos Bancários
p) Sindicato dos Trabalhadores na Indústria de Alimentação
O Município conta ainda com 3 clubes de serviço (2 Rotarys e 1 Lions),
uma Loja Maçônica e diversas associações de bairro. A população também
está representada em diversos conselhos municipais definindo e fiscalizando
as prioridades para cada área da administração pública:
a) Conselho da Cidade
b) Conselho Municipal de Saúde (CMS)
34
c) Conselho Municipal de Assistência Social (CMAS)
d) Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente
(Comdica)
e) Conselho Municipal de Educação
f) Conselho Municipal de Cultura
g) Conselho Municipal de Esporte
h) Conselho Municipal de Segurança (Conseg)
i) Conselho do Desenvolvimento Industrial (CDI)
j) Conselho Municipal de Política Urbana
k) Conselho Municipal Anti-drogas (Comad )
3.1 Aspectos sociais
3.1.1 Educação
O município atua na educação infantil e nas séries iniciais do Ensino
Fundamental, além da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Na educação infantil são atendidas mais de 2 mil crianças na faixa etária
de 4 meses a 3 anos e 11 meses, nos CEIMs – Centros de Educação Infantil
Municipal e outros 1500 alunos, entre 4 e 6 anos, distribuídos em 19 Emeis
(Escolas Municipais de Educação Infantil).
A cidade é pioneira na implantação da Escola Infantil de período integral,
a EMEI Francisco Conte, localizada na Vila São Joaquim.
No Ensino Fundamental, de 1ª a 4ª série, as dez Emefs (Escolas
Municipais de Ensino Fundamental) atendem cerca de 2600 alunos. Duas
Emefs atendem em período integral: os CEUs (Centros Educacionais
Unificados) – “Darcy Ap. Buranello Marin” e “Montaha Gibara Ayub”.
Os CMEIS – Centros Municipais de Educação Integrada atendem a 540
crianças e adolescentes, em período oposto a escola regular, tendo como
princípio fundamental a complementariedade de propósito e ações entre
família, escola e diversas políticas públicas. Os CMEIs oferecem atividades
artísticas, orientação de estudos, atividades esportivas, atividades lúdicas e
trabalho integrado com as famílias das crianças atendidas.
35
O projeto EJA – Educação de Jovens e Adultos atende
aproximadamente 100 alunos a partir de 14 anos, distribuídos no termo I de 1ª
e 2ª séries e no termo II de 3ª e 4ª série.
A Secretaria Municipal de Educação presta serviços as crianças de 4
meses a 10 anos, totalizando 6.000 crianças, sendo 2.200 atendidas em
período integral.
Quanto ao ensino médio, além das escolas estaduais, há escolas
particulares que oferecem ensino regular e técnico. Há também o Colégio
Técnico Agrícola, vinculado à Fundação Paula Souza.
Com relação ao ensino superior os cursos disponíveis pela Fundação
Educacional de Penápolis são: Administração, Biologia, Ciências Contábeis,
Gestão do Agronegócio, Letras, Matemática, Normal Superior, Pedagogia,
Psicologia e Sistemas de Informação. A Funep oferece ainda cursos
técnicos em Comunicação, Informática e Enfermagem.
Dentre as escolas de Penápolis, cinco (5) participam do Programa
Escola da Família, são elas: EE “Adelino Peters”, EE “Dr. Carlos Sampaio
Filho”; EE. “Profª Luiza Maria Bernardes Nory”, EE Profª “Yone Dias de Aguiar”
e EE. Profª Joana Helena de Castilho Marques”.
3.1.2 Cultura
Penápolis, hoje reconhecida como pólo cultural da região, é sempre
muito sensível a qualquer iniciativa dessa natureza. Seus movimentos atraem
sempre pessoas das mais variadas regiões. A principal referência da cidade
está no cultural.
O teatro, presente na história da cidade desde a década de 1920 com a
Sociedade Espanhola, revelou-se de grande valor. O TAE (Teatro Amador
Estudantil) obteve vários prêmios, tanto a nível regional (Paulo Pontes) como a
nível estadual (Governador do Estado).
Nas áreas das artes plásticas, Penápolis vive uma dupla realidade: de
um lado já realizou cinco salões com a participação de artistas de diversos
países. De outro, abriga artistas premiados e detentores do reconhecimento até
a nível internacional.
Na música, Penápolis é atuante desde os primórdios. Em todos os
36
tempos a cidade pôde contar com profissionais de extrema capacidade, que
circulam nos meios internacionais. Através de convênios, a cidade já sediou
encontros de corais e o Festival Nacional de Piano. Hoje conta com
aproximadamente 4 escolas de música.
Uma cidade com pouco mais de 50 mil habitantes, conta com três
museus atuantes, dinâmicos e ricos em acervos: O Museu do Sol, fundado em
1972, único na América Latina em arte primitiva e ingênua; O Museu Municipal
de Folclore, fundado em 1991, começou como um Centro de Folclore criado
pela FUNEPE (Fundação Educacional de Penápolis) em1974, o único em
folclore num raio de 150 km. E, finalmente, o Museu Histórico, criado em 1958,
específico na história social, política e cultural do município.
Uma das quatro cidades brasileiras que possui uma Galeria Itaú.
Instalada há 15 anos, mensalmente apresenta uma Mostra de Artes Visuais,
mantém parcerias com as demais unidades da área em projetos culturais
destinados à comunidade penapolense, além dos ciclos de vídeo sobre a
cultura brasileira, projetos musicais e eventuais oficinas.
Duas escolas de ballet: uma de caráter particular atende alunos na faixa
de 3 a 18 anos e outra, mantida pela Prefeitura, que trabalha o clássico e a
dança contemporânea.
A Biblioteca Municipal é constituída de 21.700 volumes, uma videoteca
com 261 fitas e uma fonoteca 304 CDs. A FUNEPE mantém uma biblioteca
com 13.036 livros distribuídos nas religião, ciências sociais, ciências aplicadas,
literatura, artes, história, geografia e ciências puras. Tudo num espaço
condizente com a preservação do acervo e atendimento ao público.
3.1.3 Lazer e recreação em Penápolis
A cidade dispõe de ótimas praças esportivas como:
a) Ginásios Poliesportivos
b) 1 Estádio Municipal
c) 1 Centro de Lazer (c/ quadra coberta)
d) 1 Parque Aquático
O Parque Municipal Maria Chica é um espaço bastante utilizado para
37
caminhadas por pessoas de diversas faixas etárias.
Os clubes particulares são outra opção para a prática de atividades
esportivas, de lazer e recreação. São eles:
a) Clube Penapolense
b) Clube de Campo Lago Azul
c) Clube de Pesca Salto do Avanhandava
d) Boite Milenium
Há também 2 pesque-pague próximos à zona urbana. A pesca é uma
atividade muito apreciada pela população, que a pratica em diversos lugares,
tanto no clube de campo Lago Azul, como sobre as pontes dos rios Bonito,
Lajeado e Tietê
No capítulo seguinte será descrito o Projeto realizado na escola EE
Luiza Maria Bernardes Nory, que ocupou as dependências da escola e a rua
em frente a mesma.
38
CAPÍTULO IV
APRESENTAÇÃO DO PROJETO DESENVOLVIDO NA E.E. “PROFª LUIZA
MARIA BERNARDES NORY” - PENÁPOLIS
4 INTRODUÇÃO
Para demonstrar os benefícios do lazer no Programa Escola da Família
desenvolveu-se um projeto denominado “Um dia de lazer dentro do Programa
Escola da Família”, nas dependências da E.E. “Profª Luiza Maria Bernardes
Nory” em Penápolis, cuja programação foi composta de diversas brincadeiras a
todos os participantes, tais como: jogos de quadra, jogos de mesa, pintura,
modelagem com argila, dentre outros.
Lançou-se mão de estudo de caso na referida escola, cujo prédio é
distribuído em uma área aproximada de 6000m², onde são desenvolvidas
atividades como: capoeira, hip hop, dança, futebol de salão, voleibol,
basquetebol, handebol, pintura, dama, xadrez, jogos lúdicos, recreação, bétia,
tênis de mesa, cinema, artesanato, além várias outras atividades
complementares, considerando os benefícios proporcionados pelo lazer no
programa escola da família.
Foram observados os procedimentos aplicados ao projeto, como suporte
para o desenvolvimento do estudo de caso.
Técnicas
Roteiro de estudo de caso (APÊNDICE A)
Roteiro de entrevista para o Educador Físico (APÊNDICE B)
Roteiro de entrevista para os participantes (APÊNDICE C)
Roteiro de entrevista para Coordenadora Regional do Programa Escola
da Família (APÊNDICE D)
Outros registros: serão utilizados materiais ilustrativos (APÊNDICE F)
39
4.1 Descrição do projeto e das atividades realizadas
Inicialmente, foi pedido uma reunião com a diretoria da escola a fim de
expor as idéias para realização do projeto. Estando todos de acordo partiu-se
para a organização das questões burocráticas: divulgação na mídia;
elaboração de questionário a ser distribuído aos participantes no dia do evento;
expedição de ofício às autoridades de segurança, tais como: polícia militar e
corpo de bombeiros (em anexo), e pedido de brindes para ser sorteado entre
os participantes.
O evento aconteceu no dia no dia 29 de Julho de 2007 das 09h30 às
16h00, nas dependências da E.E. “Profª Luiza Maria Bernardes Nory”, como
mencionado anteriormente.
Dentre as atividades realizadas, destacam-se: jogos de quadra (vôlei e
futsal, basquete); jogos de mesa (dominó, dama, baralho, ping-pong, xadrez,
palito); pinturas (com tinta a dedo e com giz de cera); confecções de pipas;
dança, capoeira; brincadeiras. Foram montados brinquedos, como: cama
elástica e barca e distribuído pipoca, algodão doce, sorvete, cachorro quente e
refrigerante.
Houve participação significativa de alunos da escola, pais e moradores
do bairro, dentre estes, crianças, adolescentes e adultos. Observou-se que
todos participaram com alegria e entusiasmo.
4.2 Relatório da pesquisa
Inicialmente, esperava-se participação maciça da comunidade do bairro
local. Entretanto, acredita-se que devido ao mau tempo, a quantidade de
pessoas variou no decorrer do dia.
O instrumento utilizado para a coleta de dados foi o questionário com
perguntas abertas para os participantes e também para alguns profissionais,
como Educador Físico e Coordenadora Regional do Programa Escola da
Família. O questionário foi distribuído aos participantes, sendo que ao final o
dia constatou-se que 27 pessoas responderam ao mesmo. Desse universo de
participantes, 15 do sexo feminino e 12 do sexo masculino.
40
Participantes
44%
56%
masculino
feminino
Fonte: elaborado pelos autores
Figura 1: Participantes
Como pode ser observado houve uma discreta diferença de
participação, maior, de pessoas do sexo feminino.
Com relação às idades, variavam de 5 a 23 anos.
Idade dos participantes
4% 7%4%
7%
11%
7%4%4%18%
7%
4%
7% 4% 4% 4% 4%
5 anos7 anos 8 anos 9 anos 10 anos11 anos13 anos 14 anos 15 anos 16 anos17 anos18 anos 19 anos 20 anos 21 anos23 anos
Fonte: elaborado pelos autores
Figura 2: Idade dos participantes
Houve uma participação maior de adolescentes com faixa etária de 15
anos, seguido pelas crianças de 11 anos.
Na seqüência, observa-se os resultado das perguntas específicas,
sendo um total de cinco (5) questões, são elas:
41
1. O que você acha do Programa escola da Família?
Grau de satisfação
37%
63%
bom
ótimo
Fonte: elaborado pelos autores
Gráfico 3: Grau de satisfação
Nota-se que a grande maioria dos participantes consideram ótimo o
Programa Escola da Família.
2. Participa com freqüência desse programa?
Freqüência de participação
78%
22%
sim
não
Fonte: elaborado pelos autores
Gráfico 4: Freqüência de participação
Dos 78% que responderam que participam do programa, 67% disseram
que a média é de duas (2) vezes por semana.
3. Para você o programa auxilia no processo educativo?
Nessa questão não há necessidade de gráfico, pois todos os
42
participantes (100%), responderam “sim”, o Programa Escola da Família
auxilia no processo educativo.
4. O Programa Escola da Família visa às atividades cooperativas e a
socialização, na sua opinião esta afirmativa é verdadeira?
PEF atividades educativas e socialização
96%
4%
sim
não
Fonte: elaborado pelos autores
Figura 5: PEF visa atividades cooperativas e socialização
Observa-se que somente 4% dos participantes não acredita que o
objetivo do programa são as atividades cooperativas e a socialização.
5. Tem alguma sugestão para a melhoria deste projeto?
Nessa questão, encontram-se respostas como: oficinas para mães,
maior número de atividades, aulas de pintura, natação, mais treino de futebol,
handebol, basquete, aulas de dança e hip-hop. No entanto, a maioria disse que
está bom assim e não tem nenhuma sugestão.
4.2.1 Entrevista com a Coordenadora Regional do Programa Escola da
Família
A coordenadora é uma professora de 52 anos, residente em Birigui/SP.
A ela foram feitas três perguntas.
1. Como você vê a integração entre municípios e as atividades
desenvolvidas no Programa Escola da Família?
43
Cada município possui suas particularidades culturais que são
percebidas pelos tipos de atividades que a própria comunidade
procura nos espaços escolares do PEF e a integração entre
municípios traça novos paradigmas na relação entre escola –
comunidade – educação.
2. Na sua opinião, qual é a importância da Escola da Família no lazer
comunitário?
O Programa Escola da Família tem a finalidade de abrir os espaços
escolares para oferecer de forma organizada, atividades positivas
com valores morais e éticos que valorizem a vida e a convivência
familiar, através de atividades de lazer que é um dos canais de auto-
expressão e satisfação de cada participante.
3. Qual a importância do professor de Educação Física nestas
atividades?
Primordial, pois ele é o profissional com habilidade e conhecimentos
específicos para atuar com projetos educacionais voltados para o
esporte.
4.2.2 Entrevista com Educadores
Distribui-se um questionário com 3 (três) perguntas abertas para alguns
educadores. Destes, 5 (responderam) responderam, duas professora de
Ensino Fundamental e três professoras de Educação Física. Todas participam
do Programa Escola da Família desenvolvendo projetos e fazendo parte da
equipe de apoio.
1. A utilização da escola no seu bairro é um fator importante na
interação social?
Sim. Com esse apoio poderemos destacar atletas que tomem gosto
pelo esporte, pratique o mesmo e desperte o interesse em praticá-lo.
(Educadora A)
Sim, pois a escola é uma referencia, onde acontece esporte,
recreação, atividade de artesanato, jogos lúdicos, etc., onde a
comunidade freqüenta como se fosse um espaço de lazer e
44
conhecimento. É uma maneira das crianças saírem das ruas.
(Educadora B)
Sim, pois as crianças que não tem condições de ir a clubes,
participam das atividades na escola. (Educadora C)
Sim, pois não só interage com os alunos e jovens como com a
comunidade. Trabalhamos com a auto-estima das famílias.
(Educadora D)
Sim, não só na social, mas na cultural também. (Educadora E)
2. Qual a importância do professor de Educação Física nestas
atividades?
Social: para que haja mais apoio no esporte porque é muito
importante para o jovem a prática do esporte.
Cultural: para um maior entrosamento e desenvolvimento do esporte e
jovens mais conhecedores do mesmo. (Educadora A)
Social: integração, passar a didática correta, inclusão.
Cultural: datas comemorativas, passar conceitos, origem, a sua
importância, justificar o porquê, resgatando a cultura regional,
estadual, etc. (Educadora B)
Social: Integração de jovens, formação de opiniões
Cultural: Acesso a atividades diferentes do cotidiano. (Educadora C)
Social: Fundamental, pois interage com os participantes em disputas,
viagens e disciplina.
Cultural: Os participantes passam a ter conhecimentos de regras e a
importância das atividades desenvolvidas perante a sua vida pessoal.
(Educadora D)
Social: integração, sociabilização, formação de caráter.
Cultural: As atividades levam à cooperação. (Educadora E)
3. Como você vê a integração entre a comunidade e as atividades
desenvolvidas no Programa Escola da Família?
45
De suma importância, pois com a integração poderemos desenvolver
as atividades em que a comunidade se dispõe a valorizar o seu
crescimento no dia a dia. (Educadora A)
Importante e saudável. A comunidade passa a pertencer realmente na
prática pedagógica dos educadores, melhorando a qualidade de vida.
(Educadora B)
Ótima e de muita eficácia, pois a comunidade passa a ver a escola e
o programa como uma opção de lazer, esporte e cultura e de posse
deles, pois todos podem participar. (Educadora C)
Maravilhosa, pois só assim conseguimos conciliar a parceria familiar
através de oficinas realizadas e atividades físicas no espaço escolar.
(Educadora D)
Ótima. A escola (Programa Escola da Família), atrai muito a
comunidade através das oficinas e atividades esportivas. (Educadora
E)
4.3 Discussão
Este estudo teve como objetivo demonstrar os benefícios do lazer no
Programa Escola da Família, para isso desenvolveu um projeto com duração
de um dia nas dependências da E.E. “profª Luiza Maria Bernardes Nory” em
Penápolis.
A preocupação do estudo foi apurar como é importante vincular o lazer
com atividades educativas, mostrando que isso proporciona muito mais prazer
na aprendizagem.
Através do projeto realizado na Escola acima citada, observou-se que a
participação das crianças e adolescentes foi mais significativa e que a maioria
das famílias, pelo menos nesse dia e nessa escola, dão pouca importância
para o programa.
De acordo com os assuntos abordados na literatura, tais como
Marcellino (2000b, 2001, 2003, 2004), Dumazedier (1980a e 2000), Bramante
(1992) e Betti; Zuliani (2002), foi possível perceber a importância do professor
46
de Educação Física nesse contexto, haja vista que este é o profissional
qualificado para realizar as atividades ali propostas.
Pode-se afirmar que este é um programa que tem tudo para dar certo,
porém precisa ser melhor divulgado e mais incentivado pela mídia e pelas
próprias escolas participantes.
4.4 Conclusão sobre a pesquisa
Observou-se com o desenvolvimento desse projeto a importância do
lazer no Programa Escola da Família, haja vista que este proporciona ao
indivíduo adquirir novos conhecimentos e desenvolvimento humano, bem como
a conquista de novos vínculos de amizade.
A opinião dos entrevistados é unânime no que diz respeito aos
benefícios que o lazer proporciona, mais especificamente no item que se refere
ao Programa Escola da Família e em como este auxilia no processo educativo
através das atividades de lazer.
Dentro desse contexto acredita-se que o Programa Escola da Família
deve continuar oferecendo, além das atividades sócio-educativas, atividades de
lazer direcionadas ao desenvolvimento do conhecimento e do prazer de
aprender, tanto para as crianças/alunos, como para a sociedade em geral que
participa desses programas.
47
PROPOSTA DE INTERVENÇÃO
Considera-se que a escola aberta nos finais de semana propicia uma
relação mais estreita com a cultura, lazer e cidadania entre os participantes,
alunos e sociedade em geral, além de possibilitar a concretização da educação
significativa e ampliar a relevância do papel dessa enquanto centro de
aprendizagem e desenvolvimento humano.
Na cidade de Penápolis, constata -se que a participação, dos alunos,
pais e sociedade em geral, no Programa Escola da Família, ainda é muito
tímida.
Portanto, dentro desse contexto, e ao que foi constatado teoricamente e
através da prática, propõe-se ações mais efetivas com relação à divulgação e
incentivo à participação de todos, tanto dos profissionais da educação física,
pois acredita-se que sua atuação pode ser um canal possível de utilização do
lazer como espaço para o desenvolvimento dos seres humanos, como da
sociedade em geral, já que muitos nem sabem o que o Programa Escola da
Família pode oferecer em termos de integração, conquista de novos amigos,
ciência do funcionamento da escola, confraternização, práticas de lazer para
todas as idades e informação capaz de gerar atitudes críticas e criativas que
podem influenciar outros campos da ação humana, além de minimizar as
barreiras existentes para a prática do lazer.
Acredita-se que isso é possível, através de um planejamento das
escolas participantes e divulgação de todas as formas viáveis insistentemente,
visto que muitos se esquecem que a escola abre nos finais de semana e
oferece uma diversidade de atividades de lazer e cultura.
48
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação para o lazer em seu sentido amplo, que ocorre na família,
na rua, na igreja, no sindicato, nos clubes, parques, praças entre outros
espaços, e em seu sentido restrito, na escola é importante referência quando
pensamos na construção e consolidação de consciências críticas, criativas e
questionadoras.
Acredita-se que o lazer pode ser um campo propício para a denúncia da
realidade e para a realização de mudanças, de afirmação dos indivíduos, de
tomada de consciência crítica perante a sociedade, tornando as pessoas
autônomas, críticas e criativas. Sua vivência também pode privilegiar o
aumento do grau de informação a partir do seu duplo aspecto educativo – a
educação para e pelo lazer – já que esses objetivos são comuns à animação
cultural e à educação.
Assim, acredita-se que lazer não é apenas divertimento ou descanso.
Nele pode-se encontrar também uma grande possibilidade de desenvolvimento
tanto dos aspectos biológicos e psicológicos das pessoas, bem como da
relação do indivíduo com a sociedade.
Da mesma maneira, o lazer pode ser considerado também como um
importante “canal de informação” que pode contribuir para o exercício da
cidadania. É um tempo e um espaço nos quais os indivíduos podem praticar
sua liberdade e sua individualidade. É onde e quando podem dialogar com o
mundo, contestar a realidade e buscar transformá-la. É uma experiência na
qual o indivíduo pode realizar-se, como ser humano e como cidadão. Pode ser
um momento e um lugar no qual o ser humano se sente “livre”. É quando existe
a possibilidade de melhorar o corpo e o movimento, a mente e o raciocínio,
aprimorar seu senso crítico, conhecer pessoas e lugares.
E é na educação pelo lazer que se encontra um veículo privilegiado de
educação, que pode proporcionar enriquecimento pessoal e social, já que
qualquer atividade pode ser educativa, pois não depende do que se faz e, sim,
de como se faz. O desenvolvimento do projeto “Um dia de lazer no Programa
Escola da Família”, serviu para reforçar essa idéia.
Assim, destaca-se que uma das formas de conseguir unificar educação
49
e lazer é através do Programa Escola da Família, tema desse trabalho, pois é
nos finais de semana que as famílias e sociedade de modo geral, conseguem
um tempo extra para se dedicar ao lazer.
Para professor de Educação Física é importante não só desenvolver e
participar de projetos nos finais de semana, mas também, na sua vivência
diária como profissional, visto que trabalhando o lazer nas aulas de educação
física, este pode preparar os alunos para compreenderem e desfrutarem do
mesmo, vivenciando o lúdico, tão presente no lazer e tão essencial ao homem:
fazer os alunos descobrirem no lazer a sua humanidade porque são eles
próprios que executam suas atividades, e o fazem por conta própria, criando
uma relação com o mundo.
Este é um campo fértil para o estudo e a intervenção profissional do
professor de educação física, visto que faz parte dos objetivos da educação
física o desenvolvimento bio-psico-social do ser humano.
Longe de esgotar o assunto, espera-se que este trabalho tenha, de
alguma forma, contribuído para a compreensão mais aprofundada dos
objetivos do Programa Escola da Família e da importância do lazer que, como
prática educativa, possa possibilitar o desenvolvimento humano e a
conseqüente liberdade de expressão do homem na sociedade.
50
REFERÊNCIAS
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DUMAZEDIER, J. Valores e conteúdos culturais do lazer. São Paulo: SESC, 1980a.
51
________. Lazer e Cultura Popular. 3. ed. São Paulo: Perspectiva, 2000.
FRANÇA, T. L. Educação para e pelo lazer. In: MARCELLINO, N. C. (org.). Lúdico, educação e educação física. Ijuí: Ed. UNIJUí, 1999.
MARCELLINO, N. C. Lazer e humanização. 4. ed. Campinas: Papirus, 2000b.
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________. Lazer como fator e indicador de desenvolvimento regional. In: MÜLLER, A. e COSTA, L. P. Lazer e desenvolvimento regional. Santa Cruz do Sul, 2002.
________. Lazer e educação. 10. ed. Campinas: Papirus, 2003.
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REQUIXA, R. Sugestões de diretrizes para uma política nacional de lazer. São Paulo: SESC, 1980.
SÃO PAULO. Programa Escola da Família . 2000. Disponível em: www.escoladafamilia.sp.gov.br. Acesso em: 20 ago. 2007.
52
APÊNDICES
53
APÊNDICE A
Roteiro de estudo de caso
1 – Introdução:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
2 – Relato:
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
3 - Discussão
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
4 – Parecer final
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
54
APÊNDICE B
Roteiro de entrevista para o Educador Físico (Apêndice B)
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: ___________________________________ Idade: _____________
Endereço: cidade: ________________________________ Estado: ______
Profissão: _______________________________Função: ______________
Escolaridade: _________________________________________________
Experiência profissional: ________________________________________
Outras experiências: ___________________________________________
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS:
1. A utilização da escola no seu bairro é um fator importante na interação
social?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
2. Qual a importância do professor de Educação Física nestas atividades?
Social:_______________________________________________________
Cultural: _____________________________________________________
3. Como você vê a integração entre a comunidade e as atividades
desenvolvidas no Programa Escola da Família?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
55
APÊNDICE C
Roteiro de entrevista para alguns participantes
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: __________________________________ Idade: _______________
Endereço: cidade: _______________________________ Estado: _______
Profissão: ______________________________Função: _______________
Escolaridade: _________________________________________________
Experiência profissional: ________________________________________
Outras experiências: ___________________________________________
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. O que você acha do Programa Escola da Família? ( ) bom ( ) ótimo ( ) ruim
2. Participa com freqüência desse programa? ( ) não ( ) sim quantas vezes? _______
3. Para você o PEF auxilia no processo educativo?
( ) sim ( ) não
4. O Programa Escola da Família visa as atividades cooperativas e a socialização, na sua opinião esta afirmativa é verdadeira? ( ) sim ( ) não
5. Tem alguma sugestão para a melhoria deste projeto? _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
56
APÊNDICE D
Roteiro de entrevista para a Coordenadora Regional do Programa Escola da
Família
I – DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Sexo: ___________________________________ Idade: ______________
Endereço: cidade: ________________________________ Estado: ______
Profissão: _______________________________Função: ______________
Escolaridade: _________________________________________________
Experiência profissional: ________________________________________
Outras experiências: ___________________________________________
II – PERGUNTAS ESPECÍFICAS
1. Como você vê a integração entre municípios e as atividades desenvolvidas no Programa Escola da Família?
_____________________________________________________________
_____________________________________________________________
2. Na sua opinião, qual é a importância da Escola da Família no lazer
comunitário? _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
3. Qual a importância do professor de Educação Física nestas atividades? _____________________________________________________________
_____________________________________________________________
57
APÊNDICE E
OFICIO ÀS AUTORIDADES PARA DESENVOLVIMENTO DO PROJETO
Penápolis, 24 de Julho de 2007 Cmt. 1º Pel PM de Penápolis Cmt. Corpo de Bombeiros de Penápolis
Penápolis – SP
Tendo em vista a realização do projeto, de cunho social e
integrativo, “A Importância do Lazer no Desenvolvimento do Programa Escola da Família”, promovido pelo aluno do Curso de Educação Física do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, Renan Yamamoto Caselle, residente na Av. Antonio Define, 1628, Fone 3652.3524, e Rivaldo da Silva Costa, residente na Rua Martins Francisco, 218 – V. Independência, fone 3653.4605, no dia 29 de Julho de 2007 das 09h30 às 16h00 na EE Luiza Maria Bernardes Nory ____________________________________________ _____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Grato pela atenção, Subscrevo-me.
____________________________________
Renan Yamamoto Caselle Idealizador e Coordenador do Projeto
58
APENDICE F
TABELAS
Tabela 1: Número de participantes
Sexo Nº participantes
Masculino 12
Feminino 15
Tabela 2: Idade dos participantes
Faixa etária Quantidade
5 a 10 anos 9
11 a 18 anos 14
19 a 23 anos 4
Tabela 3: Grau de satisfação
Bom 10
Ótimo 17
Tabela 4: Freqüência de participação
Sim 26
Não 1
59
ANEXOS
Outros registros: Materiais Ilustrativos
60
ANEXO A
E.E. “PROFª LUIZA MARIA BERNARDES NORY”
Figura 1: Lateral da escola
Figura 2:Confecção de pipas
61
ANEXO B
Figura 3: Pintura no rosto
Figura 4: Handebol
62
ANEXO C
ANEXO C
Figura 5: Brincando de perna de pau
Figura 6: Jogos ludicos
63
ANEXO D
Figura 7: Bambolê
Figura 8: Ping-pong
64
ANEXO E
Figura 10: Xadrez
Figura 9: Cabo-de-guerra
65
ANEXO F
Figura 11: Futebol de salão
Figura 12: Basquete
66
ANEXO G
Figura 13: Atividade recreativa
Figura 14: Capoeira
67
ANEXO H
Figura 15: Desenho e outras atividades
Figura 16: Vôlei
68
ANEXO I
Figura 17: Hora do lanche - refrigerante
Figura 18: hora do lanche - pipoca
69
ANEXO J
Figura 20: Ganhadora da bicicleta
Figura 19: Sorteio da bicicleta