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12 a 15/09/06 Goiânia, GO Pesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e Desenvolvimento XXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO PESQUISA OPERACIONAL DE A IMPORTÂNCIA DA SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DE EXERCÍCIOS TÁTICOS NA AVALIAÇÃO OPERACIONAL CONTINUADA DOS MEIOS DA MARINHA DO BRASIL Helio Rodrigues Valim, MSc. Centro de Apoio a Sistemas Operativos – Marinha do Brasil Ilha de Mocanguê, s/n Centro – Niterói [email protected] Cleber Almeida de Oliveira, MSc. Centro de Apoio a Sistemas Operativos – Marinha do Brasil Ilha de Mocanguê, s/n Centro – Niterói [email protected] RESUMO Este trabalho visa a apresentar a metodologia empregada na reconstrução dos exercícios táticos da Esquadra da Marinha do Brasil enfatizando o emprego de ferramentas informatizadas como o Sistema de Análise dos Exercícios Táticos da Esquadra (SAETE) cuja finalidade é de possibilitar a reconstrução e análise das ações executadas pelos meios navais durante os principais exercícios da Esquadra. Com o SAETE é possível reconstruir o cenário tático com a cinemática dos meios navais e correlacionar os dados gravados com as ações das unidades participantes dos exercícios. PALAVRAS CHAVE. Avaliação. Operacional. Reconstrução ABSTRACT This work aims to present the methodology used in the reconstruction process of tactical exercises by the Brazilian Navy . It will be emphasized the use of software based tools as the Squadron Tactical Exercices Analysis System (Sistema de Análise dos Exercícios Táticos da Esquadra-SAETE) whose purpose is to make possible the reconstruction and analysis of the actions executed by the Navy during their main exercises. With SAETE it is possible to reconstruct the tactical scenario and correlate the recorded data with the actions made by the participants units of the exercise. KEYWORDS. Operational. Evaluation. Reconstruction XXXVIII SBPO [ 2001 ]

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12 a 15/09/06 Goiânia, GOPesquisa Operacional na Sociedade: Educação, Meio Ambiente e DesenvolvimentoXXXVIII SIMPÓSIO BRASILEIRO PESQUISA OPERACIONALDE

A IMPORTÂNCIA DA SISTEMÁTICA DE ANÁLISE DE EXERCÍCIOS TÁTICOS NA AVALIAÇÃO OPERACIONAL CONTINUADA DOS

MEIOS DA MARINHA DO BRASIL

Helio Rodrigues Valim, MSc. Centro de Apoio a Sistemas Operativos – Marinha do Brasil

Ilha de Mocanguê, s/n Centro – Niterói

[email protected]

Cleber Almeida de Oliveira, MSc. Centro de Apoio a Sistemas Operativos – Marinha do Brasil

Ilha de Mocanguê, s/n Centro – Niterói

[email protected]

RESUMO Este trabalho visa a apresentar a metodologia empregada na reconstrução dos exercícios

táticos da Esquadra da Marinha do Brasil enfatizando o emprego de ferramentas informatizadas como o Sistema de Análise dos Exercícios Táticos da Esquadra (SAETE) cuja finalidade é de possibilitar a reconstrução e análise das ações executadas pelos meios navais durante os principais exercícios da Esquadra. Com o SAETE é possível reconstruir o cenário tático com a cinemática dos meios navais e correlacionar os dados gravados com as ações das unidades participantes dos exercícios.

PALAVRAS CHAVE. Avaliação. Operacional. Reconstrução

ABSTRACT This work aims to present the methodology used in the reconstruction process of

tactical exercises by the Brazilian Navy . It will be emphasized the use of software based tools as the Squadron Tactical Exercices Analysis System (Sistema de Análise dos Exercícios Táticos da Esquadra-SAETE) whose purpose is to make possible the reconstruction and analysis of the actions executed by the Navy during their main exercises. With SAETE it is possible to reconstruct the tactical scenario and correlate the recorded data with the actions made by the participants units of the exercise.

KEYWORDS. Operational. Evaluation. Reconstruction

XXXVIII SBPO [ 2001 ]

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1. Introdução

A sistemática de análise de exercícios táticos, assim como de Exercícios Operativos (EXOP) compõem a Avaliação Operacional Continuada (AOC), que visa acompanhar e avaliar continuamente os meios (navios, submarinos, aeronaves) da Esquadra da Marinha do Brasil verificando a necessidade de alinhamento, manutenção ou, até, substituição de equipamentos ou sistemas.

A utilização da etapa de reconstrução numa sistemática de análise de exercícios capaz de extrair conhecimentos e ensinamentos, mensurar o esforço efetuado na fase de planejamento do exercício, avaliar as Medidas de Eficácia Operacional (MEO) e observar e aprimorar as táticas utilizadas nas ações de guerra é restrita a poucas Marinhas no mundo, dentre elas a Marinha do Brasil (MB).

Desde o ano de 2003, com o desenvolvimento pelo Centro de Apoio à Sistemas Operativos (CASOP) do Sistema de Análise de Exercícios Táticos da Esquadra (SAETE), sistema aplicado a reconstrução de exercícios, vem sendo observado um salto de qualidade na análise quantitativa e da avaliação qualitativa de exercícios táticos realizados pela Esquadra. Este aprimoramento é fruto da utilização de uma metodologia de análise que estabelece os processos sistemáticos da reconstrução e, principalmente, da acentuada mudança comportamental e cultural que predispõe os Comandos para a análise constante das ações e atividades realizadas e a busca permanente do ótimo.

Este trabalho visa a apresentar a modelagem da sistemática de análise de exercícios utilizada pelos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e mostrar, de maneira clara, as possibilidades da ferramenta do SAETE e a mudança de paradigma que esta metodologia representa para a Marinha do Brasil. 2. A Avaliação Operacional

O uso de métodos científicos para melhorar a efetividade e o sucesso das operações militares não é algo novo. Estes métodos têm sido usados para desenvolver novos sistemas de armas e para melhorar a efetividade do seu emprego em combate há alguns séculos. Mas a transformação em ciência ocorreu na Segunda Guerra Mundial. Durante este conflito, fruto dos métodos científicos que eram aplicados para melhorar as operações militares, nasceu a Pesquisa Operacional. Esta designação é utilizada até hoje em algumas forças armadas. O termo Avaliação Operacional (AO) é adotado pela Marinha do Brasil.

Esta nova disciplina se originou no Reino Unido a partir da formação de equipes de pesquisa para desenvolver técnicas efetivas a serem usadas nos mais recentes radares construídos para localização de aviões inimigos. Este trabalho teve um importante papel no desenvolvimento de táticas de interceptação para os caças britânicos, táticas essas que foram decisivas na Batalha da Inglaterra. Por volta de 1941, grupos de Pesquisa Operacional estiveram presentes em todas as três forças armadas britânicas.

Como no Reino Unido, a introdução do RADAR foi responsável por estimular o desenvolvimento científico do Exército Americano e de seu Corpo Aéreo. Em outubro de 1942, todos os comandos receberam ordens para estabelecer grupos de Pesquisa Operacional e, no final da guerra, já havia 26 desses grupos.

Depois da Segunda Guerra Mundial, a Pesquisa Operacional em aplicações militares e industriais começou a crescer rapidamente. Nos EUA, a Operations Research Society of America foi fundada em 1952, seguida pela Military Operational Research Society (MORS), em 1966. Da mesma forma, numerosas organizações privadas e governamentais voltadas à pesquisa se estabeleceram, tais como o Institute of Defense Analyses em Washington, D.C. e a Studies Analyses and Gaming Agency, dentro do Departamento de Defesa. Na Alemanha, a Industrieanlagen-Betriebesgesellschaft se estabeleceu como a principal instituição em pesquisa de defesa para as forças armadas alemãs. No Reino Unido, o Defense Operational Analysis Establishment foi criado para assessorar o Ministro da Defesa britânico. Hoje, alguns dos outros

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proeminentes centros de pesquisa operacional militar na europa são o Supreme Headquarters Allied Powers, Europe (SHAPE) Technical Center", em Hague, o Norwegian Defense Research Establishment e o Centre Interarmees de Recherches Operationelles na França.

No Brasil, a Pesquisa Operacional chegou às Universidades no final dos anos 60. O primeiro simpósio da categoria, foi realizado no ITA, curiosamente uma instituição militar. Posteriormente foi fundada a Sociedade Brasileira de Pesquisa Operacional (SOBRAPO).

Portanto, pode-se dizer que a AO, como aplicação militar da Pesquisa Operacional, fornece bases metodológicas a uma Força Armada, capacitando-a a identificar grupos de variáveis que afetam os problemas inerentes aos teatros de guerra, de forma a modelá-los estatística e matematicamente, dimensioná-los e caracterizá-los, com vistas à melhor compreensão, gerência e exploração dos fenômenos envolvidos. Dessas bases metodológicas decorrem três produtos: AO, acompanhamento do desempenho operacional, desenvolvimento de táticas.

2.1. Avaliação Operacional

Um sistema é projetado e desenvolvido para atender a uma determinada especificação. A especificação define limites, de preferência em termos quantitativos, para uma longa gama de parâmetros, tais como tamanho, peso, tensão de alimentação, alcance, brilho, relação sinal/ruído, sensibilidade de recepção e potência de transmissão. É esperado que, se todos os requisitos detalhados sejam satisfeitos, o sistema será capaz de cumprir sua missão ou alcançar seus objetivos especificados. Para que isto seja assegurado, as especificações são geralmente desenvolvidas com base na missão operacional da época em que o sistema foi concebido. Inicialmente, os limites de precisão e dimensão que o sistema deve satisfazer são verificados, de modo a estar apto a ter o seu desempenho explorado. A contribuição relativa de cada detalhe do sistema a estes limites é, então, estimada e considerada no prognóstico da dificuldade em alcançar a sua eficácia desejada.

A AO é conduzida para estimar a eficácia operacional, a adeqüabilidade operacional e a necessidade de quaisquer modificações nos sistemas. Ademais, fornece informações sobre a organização, requisitos de pessoal, doutrina e táticas. Pode, também, fornecer dados sobre material de apoio ou verificação de instruções, publicações e manuais de operação. Avaliar operacionalmente um equipamento significa medir o seu desempenho, quando inserido em um ambiente que simule as condições reais de operação. É um processo dinâmico, que envolve desde a montagem dos cenários, passando pelo planejamento e execução de diversos tipos de missões, até a confecção dos relatórios que atestem as medidas de desempenho para cada uma das situações.

A partir dos relatórios pode-se comparar a performance do sistema adquirido com o Requisito Operacional que o especificou, garantindo que o produto atende às necessidades que geraram a sua compra.

Com o passar do tempo, as condições do equipamento testado podem deteriorar e/ou os cenários requerer atualizações. Com isso novas avaliações podem ser programadas para atualizar os dados. Portanto, a Avaliação Operacional (AO) é um processo que pode e deve acompanhar todo o ciclo de vida de um equipamento, para que se tenha certeza de sua eficiência para o sistema durante toda sua vida útil.

A AO tem quatro objetivos principais:

1. Determinar se um sistema, em combinação com seus operadores, mantenedores e equipamentos de apoio, pode cumprir suas missões principais.Como as missões são transitórias, as atuais podem ser bastante diferentes daquelas originalmente projetadas;

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2. Desenvolver métodos e procedimentos para emprego ótimo de novos sistemas ou para novos usos de sistemas antigos, visando a satisfazer novas missões ou interagir adequadamente com novos sistemas;

3. Estabelecer limitações, características e aptidões de um sistema novo, visando a determinar, ao mesmo tempo, como melhor integrá-lo a uma estrutura complexa de gerenciamento, bem como auxiliar no estabelecimento dos requisitos logísticos e de pessoal para o correto apoio do sistema; e

4. Produzir informações que auxiliarão na busca e desenvolvimento de novos sistemas, documentando as necessidades e determinando as deficiências do sistema sob avaliação.

A AO inicia com a definição dos procedimentos e estabelecimento das capacidades e

Medidas de Eficácia Operacional (MEO), que permitem quantificar o grau com que dado sistema atinge sua finalidade. Estabelecidas as MEO, elabora-se os testes de verificação e exploração. A execução dos testes fornece uma grande massa de dados que com o tratamento estatístico adequado possibilita o levantamento de padrões e tolerâncias para cada MEO. Se as MEO forem adequadas, o Relatório de AO passa a ser confeccionado e os testes da AO realizados com sucesso são adaptados em projetos de EXOP contendo procedimentos, Plano de Análise associado com programa de análise e padrões para as MEO. 2.2. Acompanhamento do Desempenho Operacional

A partir das medidas de eficácia do sistema quando novo e da projeção dos níveis máximos de degradação que o equipamento pode atingir, sem comprometer a execução das missões, pode-se estabelecer um programa de acompanhamento do desempenho operacional. A análise das MEO e a criação de um banco de dados contendo as diversas medidas de desempenho de um determinado meio naval ou aeronaval permitirá, por exemplo, que os respectivos Comandos façam uma análise temporal da eficácia dos meios subordinados, e que se possa realizar uma comparação de desempenho entre as diversas classes de seus navios.

A degradação de um sistema seria visualizada periodicamente, comparando os dados

medidos na primeira avaliação com os vigentes à época das avaliações subsequentes, permitindo o planejamento de vida útil e das modernizações necessárias. Essa é uma ferramenta extremamente útil para o acompanhamento do ciclo de vida dos materiais aeronáuticos. 2.3. Desenvolvimento de Táticas

O primeiro passo para o desenvolvimento de táticas é a formulação de uma concepção de emprego. Esta é, quase sempre, dependente de uma concepção estratégica que, indiretamente, também será avaliada.

Logo após, é necessário obter dados sobre os sistemas inimigos para a modelagem dos cenário de testes. A regra geral para a modelagem de táticas é o uso de modelos matemáticos, pois podem ser transferidos rapidamente de uma circunstância para outra, provendo várias opções para a composição dos testes.

Não vamos estender mais as explicações sobre o desenvolvimento de táticas a partir de modelagens matemáticas, em função da complexidade do assunto. Entretanto, vale dizer que a mesma metodologia utilizada na realização das avaliações operacionais aplica-se ao desenvolvimento de táticas.

Intuitivamente, pode-se cometer o equívoco de imaginar que esta atividade pode ser feito apenas utilizando-se da experiência operacional dos operadores. Toda a análise operacional é feita de acordo com uma metodologia científica própria baseada em modelagens matemáticas, que fornece resultados estatísticos. A cada ponto crítico estabelecido pela programação são feitos testes de campo que comprovam ou redirecionam a análise.

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3. A Experiência Internacional: Sistemática da OTAN

A sistemática de análise de exercícios táticos dos países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) é regida pelo Maritime Analysis Handbook (MAH) cujo objetivo é servir como guia para o planejamento e condução da análise pós-exercícios. Embora tenha sido escrito baseado em experiências da equipe de análise marítima permanente da OTAN, os princípios contidos podem ser aplicados para o ambiente aéreo, terrestre ou combinado.

Existe uma distinção clara entre exercício e os objetivos da análise. Os exercícios devem ser definidos pelo Comando para que sejam alcançados objetivos operacionais relacionados com a missão. Os objetivos da análise são determinados a partir da escolha das Medidas de Eficácia Operacional (MEO), depois que os objetivos dos exercícios já tiverem sido definidos, de forma a se obter o máximo de retorno do exercício. A análise deve ser planejada de modo a não interferir no alcance dos objetivos do exercício.

A análise pode ser realizada desde uma primeira impressão formada imediatamente após o término de um exercício até uma detalhada reconstrução e análise conduzida por equipe qualificada que resultará na produção de um relatório de análise do exercício.

O Maritime Analysis Handbook (MAH) prevê os seguintes tipos de análise: Tipo A – rápida investigação pretentida para um posterior debriefing; Tipo B – investigação utilizando a capacitação técnica da equipe de analistas; e Tipo C – estudo especial detalhado visando a análise de um teste exploratório ou de verificação. Neste caso os procedimentos a serem cumpridos estarão definidos em documentos gerados pelo responsável do teste.

A decisão quanto o nível de análise pretendida deve ser atribuição do Comandante do

Grupamento Tático que impactará diretamente na coleta de dados, inclusive na taxa de dados e acurácia requerida na reconstrução.

Os seguintes níveis de análise estão previstos: Nível 1 – exame qualitativo que requer limitada obtenção de dados numéricos. Neste caso a reconstrução não é realizada; Nível 2 – nível intermediário de investigação que requer uma certa demanda de dados numéricos gravados. A realização da reconstrução passa a ser necessária de modo a verificar os objetivos da análise. Os fatos devem ser seletivos e a reconstrução limitada por áreas específicas e períodos para a verificação das Medidas de Eficácia Operacional (MEO); e Nível 3 – investigação mais profunda que requer uma demanda extensa de dados gravados. Neste caso os objetivos a serem analisados requerem a reconstrução de todos os fatos e a identificação de oportunidades perdidas. Detalhes do movimento das unidades, armas, desempenho dos sensores e condições ambientais serão necessários.

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4. Experiência Brasileira em Avaliação Operacional

A Marinha do Brasil (MB) iniciou suas atividades de Avaliação Operacional (AO) quando adquiriu as Fragatas de Classe Niterói. Naquela época, início dos anos 70, esses novos navios representavam o que havia de mais moderno para o emprego em uma marinha de guerra. A disparidade tecnológica existente entre os navios que a Marinha do Brasil (MB) possuía e as novas fragatas era muito grande. Somente um estudo aprofundado dos novos sistemas, aliado à montagem de cenários que os confrontassem com as concepções de emprego existentes para a Força Naval, poderia determinar toda a amplitude do emprego operacional.

Naquele contexto, a Marinha Brasileira (MB) enviou oficiais para a Escola de Pós-graduação da Marinha dos EUA - Naval Postgraduate School (NPS), onde realizaram o curso de mestrado em Pesquisa Operacional com a finalidade de dominar a metodologia científica necessária para gerenciar uma AO. No retorno, contribuíram para a fundação do CASNAV - Centro de Análises de Sistemas Navais, organização que programa e realiza as AO no âmbito da Marinha do Brasil.

Este Centro desde a sua fundação realizou a AO em diversos meios tais como as Fragatas, Corvetas, Navio-tanque, submarinos e aeronaves. As Avaliações Operacionais executadas pelo CASNAV geraram relatórios que continham os dados de desempenho dos equipamentos nos seus primeiros anos de operação. Estes dados passaram a ser utilizados como padrão de confrontação durante toda a vida operativa dos sistemas e servem de base para medir, periodicamente, suas eficácias, de acordo com as concepções de emprego da Força Naval.

O conhecimento desses valores permitirá saber se o referido equipamento ou sistema está sofrendo alguma degradação, após contínua utilização, ou se está sendo empregado aquém de suas possibilidades EMA(2002).

4.1. Exercícios Operativos (EXOP)

O órgão da Esquadra responsável por avaliar quantitativamente, a eficácia dos sistemas é o Centro de Apoio à Sistemas Operativos (CASOP), através de Exercícios Operativos – EXOP e de Exercícios Táticos. Conceitualmente, o navio que não atingir os mínimos operacionais requeridos nos EXOP e Exercícios Táticos deve realizar manutenção do sistema visando a obtenção das marcas requeridas. Esta sistemática de EXOP permite que as modernizações dos equipamentos ocorram no tempo certo, pois a área operacional tem a noção exata da degradação técnica que está ocorrendo nos equipamentos e quais serão as suas implicações operacionais.

A sistemática de EXOP compreende todo o processo de formulação e validação bem como a análise propriamente dita. A realização destes exercícios e suas respectivas análises possibilitam a verificação do alinhamento dos diversos sistemas.

A avaliação do EXOP é a combinação dos conceitos de DESEMPENHO, que corresponde à contribuição do material para o atendimento da finalidade do sistema; de APRESTAMENTO, que descreve a capacidade do sistema estar pronto quando solicitado e permanecer pronto enquanto necessário; e de EMPREGO, que constitui a parcela da contribuição humana na consecução da finalidade do sistema.

A sistemática de EXOP é composta dos EXOP de Verificação, que possibilitam a verificação do desempenho dos sistemas e equipamentos; dos EXOP de Emprego Simulado, que contribuem para o adestramento das tripulações dos meios operativos e para a verificação do desempenho dos sistemas e equipamentos; dos EXOP de Emprego Real, que têm a finalidade de aferir o desempenho do armamento, contribuir para o adestramento das tripulações dos meios operativos e verificar o desempenho e aprestamento dos sistemas e equipamentos; e dos EXOP de Emprego Tático, que contribuem para disseminar e avaliar o emprego tático dos meios.

A modernização das Fragatas de Classe “Niterói” determinou a necessidade de uma nova Avaliação Operacional (AO) o que acarretou na elaboração dos Testes de Verificação das Fragatas (TVF), desenvolvidos e analisados pelo CASOP e dos Testes Exploratórios das Fragatas

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(TEF) elaborados pelo CASNAV que visam a obtenção dos novos padrões de confrontação dos novos equipamentos e a análise do comportamento dos sistemas de forma integrada, respectivamente. Dentro do conceito de Avaliação Operacional continuada (AOC) os teste (TVF e TEF) serão posteriormente, convertidos em EXOP.

Atualmente, a análise de Exercícios Operativos (EXOP) e de Exercícios Táticos fazem parte da Avaliação Operacional Continuada (AOC) constituindo um poderoso instrumento técnico a serviço da Esquadra para a verificação do grau de aprestamento e de preservação do desempenho de sensores e armas dos seus meios subordinados. Constitui-se, assim, em elemento de assessoria técnica direta aos Comandos de Força, na escolha e no planejamento do emprego tático de meios operativos, de forma segura e proporcional, para o cumprimento das diferentes tarefas do Poder Naval. 5. Sistemática de Análise de Exercícios Táticos

Na maioria das situações é praticamente impossível determinar, até mesmo após a ação tomada, se a solução ou decisão encontrada foi otimizada, ou se uma solução melhor poderia ter sido empregada. Nestas ocasiões, a pequena experiência obtida deve ser analisada e discutida de modo a criar lições apreendidas que possam facilitar decisões futuras quando ocorrerem situações similares. A figura 1 apresenta as etapas previstas na sistemática do processo reconstrução de exercícios táticos da OTAN-NATO, adotada pela Esquadra da Marinha do Brasil – ComemCh , que visa a reprodução do cenário do evento analisado através da compilação e correlação dos dados submetidos pelos meios participantes. 5.1. Planejamento da Análise

Considerada uma tarefa especializada na qual os analistas são solicitados para auxiliar no planejamento da análise dos exercícios. Nesta etapa são estabelecidos os objetivos de análise e realizada a verificação da adequabilidade e exequibilidade da análise.

Os seguintes fatores são levados em consideração neste planejamento:

a) Carga de trabalho da equipe de analistas; b) Disponibilidade de numerário para financiar o deslocamento dos analistas; c) Capacidade de alcançar os objetivos de análise considerando o cenário do exercício e

os objetivos do exercício; d) Disponibilidade e possibilidade de incremento de equipes envolvidas na observação e

análise do processo;

PLANEJAMENTO DA ANÁLISE

OBSERVAÇÃO GRAVAÇÃO

RECONSTRUÇÃO

ANÁLISE

RELATÓRIO

ETAPAS

Figura 1 - Etapas da sistemática de análise de exercícios previstas na OTAN.

XXXVIII SBPO [ 2007 ]

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e) Viabilidade de obtenção dos dados para o nível de reconstrução requerida no tempo disponibilizado de modo que se possa produzir o relatório de análise;

f) Prioridade das análises dos exercícios ; e g) Lições aprendidas de análises anteriores que possam apontar situações ou áreas que

dificultariam a análise.

O plano de análise para um determinado exercício é o documento referência que balizará todas as ações a serem tomdas pela equipe. Um plano de análise deve conter as seguintes informações:

a) Uma breve descrição do exercício incluindo tempo alocado para o exercício; b) Os objetivos de análise acordados no planejamento do exercício; c) Descrição do período de tempo alocado para análise; d) Uma tabela com questões a serem respondidas para cada objetivo de análise e os

procedimentos para a coleta de dados necessária; e) Definição da forma de recuperação dos dados das unidades participantes; f) Publicações requeridas para apoiar a análise; e g) Lista de pessoas requeridas para incrementar as fases de observação, reconstrução e

análise do exercício. 5.2. Acompanhamento e Gravação do Exercício

A função de um observador ou historiador é o de reportar as atividades significantes de um exercício que não sejam totalmente cobertos pelas gravações produzidas pelos meios participantes do exercício. O observador deve comparecer a todos os briefings a bordo e manter um registro cronológico dos eventos. É essencial que o observador esteja presente no espaço operacional apropriado quando as atividades relacionadas aos objetivos de análise estiverem sendo conduzidas para anotar as decisões do comando e as suas motivações.

Uma das maneiras mais eficientes para obtenção de dados necessários para a reconstrução de eventos de um exercício ou operação é a observação direta por membros da equipe de análise, além dos dados coletados pelos meios participantes. é. Os seguintes aspectos devem ser verificados para a indicação de historiadores dos meios participantes :

a) Ter conhecimento necessário para observar as atividades relacionadas ao exercício; b) Estar ciente dos objetivos da análise e do conceito da operação do exercício; c) Ter recebido orientações no briefing dos aspectos do exercício que devem ser

observados; d) Ter obtido permissão pelo meio participante para acessar espaços operacionais

relevantes; e e) Ter obtido permissão, quando apropriado, para voar durante os exercícios da missão.

5.3. Reconstrução do Exercício

A reconstrução de exercício visa a reprodução do cenário do evento a ser analisado através da compilação e da correlação dos dados submetidos pelos meios participantes. Destes dados, dois aspectos concorrentes são considerados:

1. Aspecto da Narrativa: a montagem da narrativa a partir de todos as fontes de dados disponíveis; e

2. Aspecto Geográfico: a reconstrução geográfica obtida com uso de software e hardware que possibilitem a gravação automática dos dados de posição dos meios.

XXXVIII SBPO [ 2008 ]

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As MEO e os Modelos de Coleta de Dados (MCD) são instrumentos essenciais para implementação do Sistema de Análise dos Exercícios Táticos da Esquadra (SAETE) como programa de apoio à análise quantitativa de primeiro nível do CASOP.

Atualmente o SAETE é empregado como ferramenta de apoio à análise qualitativa, possibilitado a RECONSTRUÇÃO dos eventos das comissões. Futuramente, o SAETE poderá ser adotado como ferramenta de análise de exercícios de confronto de forças do tipo “FREEPLAY” para uso em tempo real pelos Comandos de Força que estejam atuando como árbitros de partidos oponentes, ou mesmo como apoio ao debriefing de exercícios táticos, por parte das unidades participantes de comissões operativas.

Portanto, a eficiência da reconstrução e a subseqüente análise dependem fundamentalmente do manejo e preenchimento cuidadoso dos Modelos de Coleta de Dados (MCD) pelos meios participantes. 5.3.1. Sistema de Análise de Exercícios Táticos da Esquadra - SAETE

O SAETE foi desenvolvido pelo CASOP com o objetivo de auxiliar na análise e reconstrução dos exercícios táticos realizados pela Esquadra. Vem sendo empregado para a reconstrução das Comissões da Esquadra desde 2003.

O sistema permite o acompanhamento e a plotagem gráfica dos elementos acompanhados e dos elementos fixos. Possui uma versão de coleta de dados (SAETE-PCD) que possibilita a gravação de dados de Global Positioning System - GPS de navios, submarinos e aeronaves (data/hora, latitude, longitude, rumo, velocidade e altitude).

Em 2004, durante a Comissão ESQUADREX-II/04, o SAETE foi empregado no Navio Capitanea, como ferramenta para a compilação do quadro tático de emprego de meios navais e de fuzileiros navais.

Durante a Comissão ADEREX-I/05 também foi utilizado, também, como ferramenta de Apoio à Decisão.

A figura 3 apresenta um resumo das principais características do SAETE.

Figura 2 – Gravação de Dados

XXXVIII SBPO [ 2009 ]

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Características SAETE

Global Positioning System - GPS Compatível com protocolo NMEA 0183 Requisitos de Software Sistema Operacional Windows 98, 2000, XP ou NT

Requisitos de Hardware Processador 400MHZ, 64Mb RAM, 5MB de espaço inicial em HD

Banco de dados empregado Firebird 1.5 Software de desenvolvimento Delphi 6.0

Figura 3 – Características do SAETE.

Em 2006 a Esquadra realizou com o apoio do CASOP, a reconstrução de exercícios táticos da Comissão ADEREX-I/06.

Na reconstrução dos eventos da Comissão ADEREX-I/06, foi utilizado o SAETE, que permitiu reconstruir a postura tática agressiva do Submarino Tupi (S-30) no cumprimento, com sucesso, da tarefa de atacar a unidade de maior valor, representada pelo Navio-Tanque Marajó (G-27), conforme ilustrado pela foto de periscópio do S-30, no momento do ataque apresentado na tela do SAETE (figura 4).

Figura 4 – Tela do SAETE e foto de periscópio no momento so ataque do S-30. 5.4. Análise do Exercício

Esta etapa é iniciada logo após a montagem da narrativa e, quando necessária, da reconstrução geográfica.

Os principais aspectos da análise são:

1. Estabelecer, pela reconstrução do evento, o que realmente aconteceu durante um

exercício ou operação; 2. Usando a reconstrução, compilar os resultados obtidos por incidente e por objeto; 3. Examinar no nível apropriado os eventos pertinentes a um específico objetivo de

análise; 4. Discutir os resultados e as razões pelas quais alguns eventos ocorreram visando a

revelar falhas ou produzir lições aprendidas; 5. Destas discussões, desenhar conclusões quando apropriado e justificável, de modo que

possam balizar recomendações para mudanças e aperfeiçoamentos futuros.

XXXVIII SBPO [ 2010 ]

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5.5. Geração do Relatório de Análise

Etapa final do processo de análise. O relatório de análise deve conter as conclusões desenhadas e as recomendações para ação da equipe de análise, derivados dos dados obtidos dos exercícios com as gravações da operação e das observações diretas,. Este relatório é submetido à autoridade que ordenou a análise, podendo ser enviada cópias para os meios participantes e demais organizações interessadas. O relatório não é um documento de ação. Contudo, a autoridade pertinente deve validar as recomendações e, quando apropriado, submete-las à ação em futuras ações. 6. Conclusão

A Avaliação Operacional Continuada (AOC) constituída pelos Exercícios Operativos (EXOP) e pela RECONSTRUÇÃO dos Exercícios Táticos é um poderoso instrumento que, utilizando modernos métodos científicos, permite à Marinha do Brasil (MB) saber como empregar seus meios de maneira eficaz.

Através da AOC pode-se conhecer as limitações e possibilidades dos modernos e sofisticados equipamentos e sistemas que são empregados na Marinha do Brasil (MB). Após a determinação dos parâmetros de eficiência de um equipamento ou sistema, os resultados obtidos passam a ser utilizados para verificar o funcionamento deste no decorrer de sua vida útil. O conhecimento desses valores permite saber se o referido equipamento ou sistema está sofrendo alguma degradação, após sua contínua utilização, ou se está sendo empregado aquém de suas possibilidades, possibilitando o correto emprego dos meios nas operações navais.

Os EXOP, por sua vez, constituem-se importantes recursos de monitoração da prontidão operativa dos meios operativos, sendo geradores de subsídios para otimização do emprego dos sistemas envolvidos, contribuindo desta maneira para o desenvolvimento de tática.

As Fragatas Classe "Niterói" chegaram aos dias atuais em condições de operação, devido à AO e, posteriormente, à Sistemática EXOP, cujo emprego tem permitido a verificação das condições de alinhamento e a correção de falhas constatadas.

A importância dos EXOP é demonstrada pelo enquadramento da Sistemática EXOP na função logística Manutenção, dentro do conceito de Manutenção Planejada Preditiva, apresentado como sendo: "O conjunto de atividades que visa caracterizar, acompanhar, diagnosticar e analisar a evolução do estado de equipamentos e sistemas subsidiando o planejamento e a execução de ações de manutenção para quando forem efetivamente necessárias. Visa prevenir a ocorrência de falhas e avarias, otimizando o desempenho e a operação" EMA (1998).

A importância da Avaliação Operacional e da Sistemática de EXOP no emprego dos meios nas Operações Navais pode ser sintetizada através daquela que talvez seja a mais famosa citação de Sun Tzu: "Se conhecemos o inimigo e a nós mesmos, não precisamos temer o resultado de uma centenas de combates. Se nos conhecemos, mas não ao inimigo, para cada vitória sofreremos uma derrota. Se não nos conhecemos nem ao inimigo, sucumbiremos em todas as batalhas" TZU (2001).

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Referrências ComemCh. Comando-em-Chefe da Esquadra, NORMESQ 30-36B – Exercícios da Esquadra. Rio de Janeiro, 2002. EMA. Estado-Maior da Armada, Pesquisa Naval, Suplemento Especial da Revista Marítima Brasileira, no15, setembro, SDM. Serviço de Documentação da Marinha, 2002. EMA. Estado-Maior da Armada, EMA-400, Manual de Logística da Marinha, Brasília, 1998. NATO. Permanent Maritime Analysis Team (PAT), Maritime Analysis Handbook, UK, 2000. TZU, Sun, A Arte da Guerra, 24 ed. Rio de Janeiro, Record, 2001.

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