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A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA POR MEIO DAS TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS
Debora Tiemi1 - 1172409 Priscila Guerrero2 - 0965341 Tamires Marques2 - 0961949
RESUMO
As tecnologias têm contribuído para a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência na sociedade. Por isso, torna-se necessário ter conhecimento e saber como utilizar essas novas tecnologias. Tendo em vista que nem todos têm conhecimento dessas ferramentas, foi proposto um estudo que mostrasse como a tecnologia pode ajudar na inclusão dessas pessoas, expondo a relação entre as novas tecnologias computacionais e seu uso. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico das áreas de Tecnologia Assistiva, Tecnologia Digital de Informação e Comunicação, além de um estudo sobre a situação e a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Como resultado foi apresentado diversos recursos que estão envolvidos com informática ou dispositivo computacional. Foi possível observar que essas tecnologias são úteis e até mesmo essências para garantir aos deficientes seu espaço na sociedade e minimizar as barreiras encontradas no acesso a informação e conhecimento. Palavras-chave: Acessibilidade. Educação. Tecnologias digitais de informação e comunicação. Tecnologias Assistivas.
1 Aluna do 2º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
(IFSP) 2 Alunas do 6º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo
(IFSP)
2
1. INTRODUÇÃO
A Constituição Federal de 1988 garante em seu artigo 5º a igualdade de todos
perante a lei e ainda assegura a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade.
Com relação ao direito à igualdade, cabe nos remeter a um pensamento do
filósofo grego Aristóteles que dizia “Tratar os iguais igualmente e os desiguais,
desigualmente, na medida de sua desigualdade”. Quando analisamos o
pensamento de Aristóteles fica claro que só conseguimos atingir a igualdade para
todos quando cada um é tratado na medida de sua necessidade e desigualdade e
não quando todos são postos no mesmo patamar e é dado o mesmo tipo de
tratamento.
Nesse sentido de igualdade, deve ser pensado especialmente nos direitos
daquelas pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial permitindo à
mesma a sua inclusão na sociedade de forma que se sinta igual perante os demais
mesmo com a sua deficiência.
Sendo assim, é proposta a apresentação de recursos que estão envolvidos
com a informática ou com qualquer dispositivo computacional a fim de que
estudantes, profissionais ou interessados nessa área possam conhecer possíveis
soluções para atender ao mercado de um público específico, mas cada vez mais
consciente e exigente quanto aos seus direitos.
A tecnologia exerce um grande papel na tarefa de auxiliar a inclusão de
portadoras de deficiência, em particular as Tecnologias Digitais de Informação e
Comunicação, conhecidas como TDIC e as Tecnologias Computacionais Assistivas
uma vez que estas tecnologias conseguem gerar uma mudança no ambiente que
pode garantir o acesso da pessoa especial.
Apesar de existir diversas tecnologias voltadas para atender à essas
necessidades, nem todas são tão conhecidas como deveriam. Por isso a
importância de se fazer uma reflexão e um estudo que tenha como objetivo a
conscientização e a exposição dessas tecnologias que garantem a inclusão e a
acessibilidade das pessoas com algum tipo de deficiência.
3
A realização desse estudo foi feita através de estudo bibliográfico sobre a
deficiência no Brasil, a inclusão desse grupo, as Tecnologias Assistivas e as
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.
Essas novas tecnologias estão aparecendo hoje em dia como um importante
horizonte de novas possibilidades para autonomia e inclusão social da pessoa com
deficiência.
2. DADOS DO BRASIL
Segundo resultados do Censo 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 14,5% da população são pessoas com
deficiência, ou seja, aproximadamente, 24,6 milhões de pessoas apresentaram
algum tipo de incapacidade ou deficiência. Nesse censo foram consideradas
pessoas com ao menos alguma dificuldade de enxergar, ouvir, locomover-se ou
alguma deficiência física ou mental. Destas pessoas com deficiência,
aproximadamente apenas 9 milhões estão trabalhando.
Ainda segundo o IBGE, entre as 16,6 milhões de pessoas com algum grau de
deficiência visual, quase 150 mil se declararam cegos e entre os 5,7 milhões de
brasileiros com algum grau de deficiência auditiva, um pouco menos de 170 mil se
declararam surdos.
À medida que a idade aumenta, maior é a possibilidade de a pessoa possuir
algum tipo de deficiência. Assim, é possível concluir que quando um país possui
uma população com maior faixa etária, maior será a taxa daquelas portadoras de
deficiência e maior será a necessidade de atender estes casos.
Ainda sobre os dados brasileiros, os homens predominam os casos de
deficiência mental, física e auditiva; já as mulheres encontram-se mais os casos de
dificuldades motoras ou visuais.
2.1 Dados do Brasil na educação e mercado de trabalho
4
Na análise dos índices relacionados à educação e mercado de trabalho, é
possível perceber a falta de inclusão da criança, adolescente e adulto com
deficiência na educação e no mercado de trabalho.
Com relação à educação, a taxa de escolarização das crianças de 7 a 14
anos de idade portadoras de deficiência é de 88,6% (seis pontos percentuais abaixo
da taxa de escolarização do total de crianças nesta faixa etária que é de 94,5%).
Em relação ao grau de instrução, as diferenças são acentuadas: 32,9% da
população não é instruída ou possui pelo menos de três anos de estudo é portadora
de deficiência.
3. DEFICIÊNCIA
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam, no mundo
inteiro, mais de um bilhão de pessoas com deficiência, isto equivale a 15% da
população global.
A OMS (2011) também define deficiência como “[...] um termo genérico que
cobre as limitações de atividade e restrição de participação”.
O termo também é definido na lei, mais precisamente no artigo 3º, inciso I, do
Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999 (ANEXO 1). Neste, o termo
deficiência é definido como “sendo toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou
função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o
desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser
humano”. Esse decreto mencionado faz a regulamentação da Lei no 7.853, de 24 de
outubro de 1989 que, por sua vez, dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e
dá outras providências.
3.1. Os quatro modelos
Quando o assunto de deficiência é discutido no âmbito global, as atitudes,
suposições e percepções a respeito dele são, segundo a Classificação Internacional
5
de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF), geralmente agrupadas em quatro
modelos:
Modelo caritativo: vê as pessoas com deficiência como vítimas da sua incapacidade e essas pessoas com deficiência não são capazes de se ajudar e de levar uma vida independente; Modelo médico: vê as pessoas com deficiência como pessoas que têm problemas físicos que precisam ser curados sendo assim, é a pessoa com deficiência que precisa ser mudada, não a sociedade ou o ambiente à sua volta; Modelo social: vê a deficiência como um resultado do modo como a sociedade está organizada e, como a sociedade não está bem organizada, as pessoas com deficiência enfrentam discriminação e barreiras à participação; Modelo baseado em direitos: é semelhante ao do modelo social mas possui o foco no cumprimento dos direitos humanos. Aqui, a sociedade precisa mudar para garantir que todos tenham oportunidades iguais para participar dela. A assistência não é uma questão de humanidade ou caridade, mas sim um direito humano básico que todos podem reivindicar.
Hoje em muitos países as políticas públicas para pessoas com deficiência
superaram a visão do modelo médico e adotaram o modelo baseado em direitos.
4. INCLUSÃO
Conforme o Ministério da Saúde:
Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de incluir. Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público.
A inclusão é um processo amplo e gradativo que envolve uma mudança na
sociedade e em cada ser que a compõem de modo que ela consiga receber e
abrigar todo o tipo de diversidade e, neste processo, há uma modificação em
diversos setores como o da saúde, cultura, educação, trabalho e lazer.
6
4.1. Deficiência e Inclusão
Antigamente, o problema de inclusão era visto como responsabilidade única e
exclusiva da pessoa com deficiência, ou seja, a pessoa era obrigada a se adaptar à
sociedade. Foi a partir da época de 60 que a situação das pessoas com deficiência
começou a mudar e a responsabilidade da inclusão foi transferida para a sociedade.
A grande dificuldade enfrentada hoje pelas portadoras de deficiência é o fato
de não conseguirem ser inseridas na sociedade porque, por mais que existam leis
que façam a proteção dos direitos dessas pessoas especiais e que tenha mudado a
forma de serem tratadas e vistas, há ainda uma grande barreira enfrentada por elas
para fazerem parte do meio onde vivem. Essas lacunas existentes na inclusão da
pessoa especial partem tanto da família da mesma, onde muitas vezes não possui
condições financeiras, culturais e psicológicas para ajudar, quanto da sociedade
como um todo e poderes públicos que não possuem um plano de inclusão eficiente.
Conforme Prado (2006, p. 11) relata:
[...] o impedimento não está na pessoa, mas sim na relação da mesma com o ambiente. Portanto, é o meio ambiente que é deficiente, não possibilitando acesso a todas as pessoas, não lhes proporcionando a equiparação de oportunidades.
Assim, é responsabilidade da sociedade se adequar para poder acolher as
diferenças e promover condições de acesso para todos os cidadãos, seja ele
possuidor de deficiência ou não. Esse acesso inclui os serviços coletivos de saúde,
educação, trabalho, locomoção, segurança entre outros.
5. TECNOLOGIAS ASSISTIVAS
A Tecnologia Assistiva ou TA é um termo utilizado para identificar todo o
conjunto de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar
habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Essa tecnologia tem como
objetivo gerar vida independente e inclusão das pessoas com deficiência.
Conforme Cook e Hussey (1995) a Tecnologia Assistiva inclui:
7
[...] uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências.
A tecnologia assistiva junto com as tecnologias digitais de informação e
comunicação são hoje um meio para que pessoas com necessidades especiais
consigam realizar atividades e tarefas que, até algum tempo atrás, eram vistas como
impossíveis de serem praticadas por pessoas com deficiência.
5.1. Pesquisas
Ainda são poucas as pesquisas que são realizadas nesta área de TA, mas a
cada dia são feitos novos dispositivos, novos programas de software e novas
descobertas que acabam ampliando a possibilidade de inclusão das pessoas com
deficiência.
O Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) realizou a Pesquisa Nacional de
Tecnologia Assistiva, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para a
Inclusão Social (Secis), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Neste estudo
realizado, foram identificadas as instituições brasileiras que se dedicam à pesquisa e
ao desenvolvimento tecnológico no campo da acessibilidade e autonomia das
pessoas com deficiência. Também foi a partir desta pesquisa que o Portal Nacional
de Tecnologia Assistiva foi criado. Esse portal abriu uma nova etapa de pesquisas
com o objetivo de futuramente construir um catálogo on-line de ajudas técnicas e
criar um centro tecnológico na área da Tecnologia Assistiva.
5.2. Recursos da Tecnologia Assistiva
A organização e a classificação dos recursos de tecnologia assistiva são
realizadas de acordo com objetivos funcionais a que os recursos se destinam.
Abordaremos a seguir recursos que estão envolvidos com a informática ou
com qualquer dispositivo computacional.
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5.2.1. Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)
É a área onde as ajudas técnicas à comunicação são inseridas, ela é
considerada como uma área que se propõe a compensar temporária ou
permanentemente a dificuldade do indivíduo em se comunicar.
A CAA é destinada a atender pessoas incapazes de fornecer às suas próprias
necessidades diárias de comunicação através de meios naturais como a fala, o
gesto ou a escrita.
Algumas pessoas possuem dificuldade para utilizar a fala e até a escrita como
forma de comunicação. Para estes casos, a comunicação através de gestos
manuais, expressões faciais e corporais, símbolos gráficos, fotografias, gravuras,
desenhos, linguagem alfabética e ainda objetos reais, miniaturas, voz digitalizada,
dentre outros é uma alternativa adequada para se utilizar como meio de efetuar a
comunicação face a face de indivíduos incapazes de usar a linguagem oral.
Há softwares especiais que conseguem fazer a conversão de texto em
símbolos e em voz ou realizar o contrário, converter símbolos em texto e em voz.
São recursos da CAA que envolvem alta tecnologia:
Vocalizadores
Os vocalizadores são recursos eletrônicos de gravação/reprodução que
ajudam a comunicação das pessoas em seu dia-a-dia. Esses equipamentos são
compostos por sistemas de comunicação sofisticados que utilizam como base vozes
gravadas ou sintetizadas.
A maioria dos vocalizadores grava as mensagens digitalmente e essas
mensagens são acessadas por teclas sobre as quais são colocadas imagens ou
palavras, que correspondem ao conteúdo sonoro gravado. Quando a tecla de cada
figura ou texto é pressionada, sua mensagem pré-gravada é imediatamente
reproduzida e com volume ajustável.
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Figura 1 - Exemplo de Vocalizador. Fonte: http://www.clik.com.br/gtp.jpg
Computador com softwares específicos
Esses computadores garantem grande eficiência à função comunicativa.
Temos alguns exemplos de softwares específicos que auxiliam a
comunicação das pessoas com deficiência:
InterComm: programa de correio eletrônico indicado para pessoas com
dificuldades de acessibilidade, dificuldades motoras ou na utilização da
escrita.
Escrita Com Símbolos: é um software que incorpora diversas ferramentas que
têm como finalidade facilitar a aprendizagem de pessoas com dificuldades de
comunicação e o trabalho do educador na organização das atividades.
O software associa uma imagem ou símbolo a palavras que sejam escritas
pelo usuário. Também é fornecida a funcionalidade do usuário ouvir tudo o
que escreveu.
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5.2.2. Recursos de acessibilidade ao computador
É o conjunto de hardware e software desenvolvidos para fazer com que o
computador fique mais acessível, podendo ser utilizado por pessoas com privações
sensoriais e motoras.
São exemplos desses equipamentos:
Teclados modificados, Teclado de Conceitos ou IntelliKeys
Os teclados modificados, de conceitos ou IntelliKeys constituem uma
alternativa à forma convencional de inserir informação no computador, substituindo o
teclado e/ou o mouse.
Esse tipo de teclado permite o acesso de qualquer pessoa com deficiência
física, visual ou cognitiva que tem dificuldade em usar um teclado padrão.
O teclado possui lâminas, que podem ser trocadas podendo se adaptar à
deficiência da pessoa, possuindo uma superfície sensível ao toque. Sua
versatilidade na troca das lâminas, simulando os vários tipos de teclados, desde os
mais comuns até teclados que substituem um mouse chega até a facilitar o acesso à
internet.
Figura 2 - Exemplo de Teclado IntelliKeys. Fonte: http://www.clik.com.br/intelli_kusb.jpg
Acionadores: comutadores ou switches
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São acionadores especiais. Os comutadores ou switches são uma alternativa
para as pessoas com dificuldades motoras acessarem o mouse e o teclado.
Através do uso de switches ou comutadores, a pessoa pode escolher as
opções desejadas ou habilitar o programa desejado. Quando esses acionadores são
usados, um quadro é apresentado para o usuário e este é varrido de forma
sequencial por um cursor acompanhado de luz e/ou som, que percorre todas as
opções existentes até chegar à opção que o usuário deseja.
De acordo com Cook e Hussey (1995), os switches ou comutadores podem
ser de diferentes tipos, embora os mais usados sejam os de pressão. Qualquer um
destes switches pode dar acesso a programas de computador ou a emuladores de
teclado.
Figura 3 - Exemplo de Acionadores. Fonte: http://www.clik.com.br/clik_acion1.gif
Softwares de reconhecimento de voz
Esse software é designado para as pessoas que possuem dificuldade para
usar um mouse ou teclado.
O software de reconhecimento de voz possui a capacidade de identificar a
pessoa falando. Este tipo de software aceita comandos de voz no computador ou
ditados na forma gramatical de texto.
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Ponteiras de cabeça
O apontador de cabeça é um aparelho que torna possível o acesso ao
computador por meio de um pequeno transmissor que se coloca na cabeça.
Essa ponteira faz com que simples movimentos de cabeça simulem
movimentos que seriam realizados no computador.
Figura 4 - Exemplo de Ponteira de Cabeça. Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-
JsvoXGLb2vQ/TbFyXrNGdpI/AAAAAAAABlA/PKc0T0Mx_zQ/s1600/foto15.jpg
Síntese de voz
O processo de síntese de voz (processo de produção artificial
de voz humana) auxilia na acessibilidade das pessoas deficientes visuais.
Há o sistema texto-voz que faz a conversão do texto em linguagem normal
para voz e outros sistemas que fazem a interpretação de representações linguísticas
e símbolos em voz.
Monitores especiais: com tela de toque.
São monitores que permitem a interação direta através de toque na tela
permitindo que a pessoa com necessidades especiais possa ter uma interação
natural podem realizar atividades como mover objetos, abrir menus e desenhar ou
pintar diretamente com o dedo ou ponteira emborrachada.
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Figura 5 - Exemplo de monitor sensível ao toque. Fonte: http://www.apaedepenapolis.com.br/site/fotos/monitor(1).jpg
5.2.3. Sistemas de controle de ambiente
O sistema de controle de ambiente utiliza um controle remoto para a pessoa
com limitações motoras poder executar diversas atividades na residência. São
atividades comuns como o ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos, abrir
e fechar portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas e até acionar
sistemas de segurança. Esse controle remoto pode ser acionado de forma direta ou
indireta.
5.2.4. Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal
São aqueles equipamentos que permitem a independência das pessoas com
deficiência visual na realização de tarefas cotidianas e simples (cozinhar, uso de
calculadora, consulta ao relógio, uso de termômetro e aferição de pressão arterial,
identificação do estado das luzes - acesas ou apagadas, identificação de cores e
peças do vestuário, identificação de chamadas telefônicas, escrever etc.) e que para
elas apresentam empecilhos devido a sua deficiência.
São exemplos de equipamentos:
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Impressoras Braille
O Braille é um formato de escrita e leitura tátil utilizado por cegos e surdo-
cegos.
A impressora Braille faz a conversão de texto eletrônico para o Braille.
Figura 6 - Impressora Braille Fonte: Lerparaver - Impressoras Braille
Linha Braille ou Display Braille
Assim como a impressora Braille, a linha Braille é destinada para pessoas por
cegas e para surdo-cegos.
Consiste num hardware que exibe de modo dinâmico em Braille a informação
da tela que está ligada a uma porta de saída do computador. É um dispositivo de
saída tátil para visualização das letras no sistema Braille.
É por intermédio de um sistema eletromecânico que conjuntos de pontos são
levantados e abaixados conseguindo uma linha de texto em Braille.
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Figura 7 - Linha Braille. Fonte: Lerparaver - Linhas Braille
Agendas eletrônicas.
Agenda em formato eletrônico desenvolvida de forma especial com o layout
desenvolvido para ter o uso facilitado por pessoas deficientes visuais.
5.2.5. Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo
Equipamentos que auxiliam as pessoas com deficiência auditiva.
São exemplos de equipamentos:
Equipamentos infravermelhos
Aparelhos para surdez
Telefones com teclado-teletipo (TTY)
Sistemas com alerta táctil-visual
6. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TDIC
De acordo com Valente (2005) as TDICs compreendem “a junção de
diferentes mídias”, diferenciando-se das Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) pela presença das tecnologias digitais. Nesse contexto, temos que na TDIC o
computador serve como instrumento principal e a Internet como mídia.
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Com essas tecnologias, é possível encontrar maneiras mais dinâmicas,
criativas e democráticas de interação, porém, todas essas novas formas de
interação trazem também uma diferença entre os usuários que fazem uso da mesma
uma vez eles possuem conhecimentos e experiências diferentes com relação à
tecnologia fazendo, portanto, diferentes formas de uso.
Neste artigo vamos focar em um grupo específico da TDICs: o de softwares
especiais de acessibilidade: programas especiais de computador que possibilitam ou
facilitam a interação da pessoa com deficiência com a máquina.
6.1. Educação especial
Os educadores, durante muito tempo, lutaram para que crianças e jovens com
necessidades especiais tivessem acesso à educação podendo fazer parte de
escolas e de salas de aula regulares.
A Educação Especial é um ramo da educação que atua com a contínua
elaboração de métodos especiais que auxiliam o desenvolvimento de alunos com
variados tipos de necessidades especiais. Segundo Glat (2007), pode-se ver esta
modalidade de ensino tradicionalmente como um sistema paralelo que atende o
aluno com graves dificuldades de aprendizado.
A tecnologia também é empregada na educação especial. Segundo Galvão
Filho e Damasceno (2006), dentre os grupos de tecnologias utilizadas na educação
especial, está a criação de softwares, que é a alta tecnologia voltada à
acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Possíveis, devido ao
avanço tecnológico da informação e comunicação, tais recursos integram o aluno ao
sistema de computadores, e cada vez mais ganham espaço na sociedade.
6.2. TDIC e Educação
Realizando uma pequena introdução histórica, foi na década de 1950 que
ocorreram as primeiras experiências com a informática no contexto educacional em
outros países. No Brasil, essas experiências só se iniciaram vinte anos depois, na
década de 1970.
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As novas TDICs trouxeram mudanças socioculturais, tanto nos processos de
comunicação em geral como nos processos de produção, organização do trabalho e
na formação das pessoas, aqui, principalmente na educação.
Silva (2009, p.12) salienta que essa educação se desenvolve na cibercultura
constituída como “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de
atitudes, de modos de pensamento e de valores”.
Quando o meio utiliza a TDIC para o fim especifico de conhecimento e troca
de informações, todos os seus elementos visuais e recursos hipermidiáticos
(ferramentas que combinam recursos áudios-visuais e interativos) precisam fornecer
aos usuários um ambiente expressivo. Este ambiente expressivo deve ser legível e
com boa navegabilidade interativa e participativa para conseguir estimular e reforçar
a aquisição das competências e habilidades específicas, de acordo com os objetivos
pedagógicos que foram estabelecidos.
As tecnologias computacionais exercem um grande papel na educação. Tajra
(2008) faz uma pequena análise e apresenta pontos que justificam a importância da
atuação da informática na educação como, por exemplo, os programadores de
soluções que levam ao aluno a atividade lógica e matemática, os editores de textos
que podem ser utilizados como caminho para abordagem das habilidades
linguísticas, os softwares para a criação de gráficos e imagens implicando nas
habilidades criativas e a utilização da internet como meio de pesquisa e
comunicação fomentando o exercício do conhecimento.
Capovilla (1997) relatou em sua pesquisa das TDICs na área de diagnóstico,
tratamento e reabilitação de pessoas com distúrbios de comunicação e linguagem:
Já temos no Brasil um acervo considerável, e em acelerado crescimento, de recursos tecnológicos que permitem aperfeiçoar a qualidade das interações entre pesquisadores, clínicos, professores, alunos e pais na área da Educação Especial, bem como de aumentar o rendimento do trabalho de cada um deles.
6.3. Recursos das TDICs
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6.3.1. Simuladores
Nos simuladores, todas as opções de comando e movimento do teclado e do
mouse podem ser exibidas na tela e selecionadas, de forma direta ou por varredura.
Esses simuladores também podem ser acionados por ruídos pequenos ou
movimentos voluntários feitos por diversas partes do corpo ou com o uso de outros
acionadores.
6.3.1.1. Simuladores de Teclado
Os simuladores de teclado foram criados para as pessoas que possuem
comprometimento motor de nível moderado a severo. Esses simuladores quando
executados consistem em exibir na tela do computador, a imagem de um teclado
fazendo com este assuma o papel do teclado físico.
Esse teclado virtual pode ser utilizado de duas maneiras: por acionamento
direto (com cliques do mouse sobre suas teclas) ou por mecanismos automáticos de
varredura (controlada por diferentes acionadores).
Podemos citar alguns exemplos de teclados virtuais como: teclado virtual do
sistema operacional Windows, o software Teclado Mágico (software espanhol de
Jordi Lagares) e o software Teclado Amigo.
Figura 8 - Teclado Virtual da versão Windows XP Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-
Lr_BZ99_CkM/TgmRQTQLsmI/AAAAAAAJM/_2ABykgfPsc/s1600/teclado_virtual_Windwos_XP.JPG
19
Figura 9 - Software Teclado mágico. Fonte www.xtec.cat/~jlagares/f2kesp.htm
Figura 10 – Software Teclado Amigo. Fonte: www. s a c i . o r g . b r / ? m o d u l o = a k e m i &
parametro=3847 (kitsaci2)
6.3.1.2. Simulador de Mouse
Nos simuladores de mouse, podemos encontrar dois tipos. O primeiro tipo de
simulador é direcionado para pessoas com comprometimento motor severo e em
seu funcionamento, o simulador exibe uma imagem de uma barra com botões que
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representam todas as funções possíveis de um mouse. Assim como no simulador de
teclado que citamos acima, esse simulador de mouse pode ser acionado por
mecanismo de varredura automática controlada por diferentes acionadores. Um
exemplo desse primeiro tipo de simulador é o software Rata Plaphoons (software
espanhol).
Figura 11 - Software Rata Plaphoons. Fonte: http://internetacessivel.files.wordpress.com/2010/10/rata_ecra.jpg
Já o segundo tipo de simulador de mouse também se dirige para pessoas
com comprometimento motor severo, porém que possuem o controle da cabeça
preservado. Neste tipo de simulador, há um controle da seta do mouse por meio de
movimentos da cabeça ou ate mesmo do nariz que são captados por uma webcam
É por meio desses movimentos que é possível realizar todas as tarefas ou
comandos realizados com o mouse físico. São exemplos desse tipo de simulador os
softwares HeadDev, HeadMouse e o CameraMouse.
Figura 12 - Software HeadDev Fonte: http://www.gatodegrandesbotas.com/wp-content/uploads/2007/05/control-mouse.jpg
21
Figura 13 - Software HeadMouse Fonte: http://nipg.inf.elte.hu/headmouse/screenshot.jpg
Figura 14 - Software Camera Mouse Fonte: http://images.br.sftcdn.net/br/scrn/303000/303382/cameramouse-24.png
6.3.1.3. Leitores de Tela
Desenvolvidos principalmente para as pessoas que são deficientes visuais, os
softwares leitores de tela fornecem informações por síntese de voz sobre todos os
elementos que são exibidos na tela do computador, fazendo principalmente a leitura
22
dos elementos textuais e cujos comandos são executados exclusivamente no
teclado comum.
São exemplos de softwares leitores de tela: jaws, dosvox, windows bridge e
virtual vision.
Figura 15 - Software Jaws Fonte:
http://1.bp.blogspot.com/_LW4DFEV9skI/TIj9bR1ZYmI/AAAABQ/RGRPDPiliyE/s1600/jaws+1.jpg
Figura 16 - Software DosVox Fonte: http://www.sti.uff.br/sites/default/files/dosvox.gif
6.3.1.4. Ampliadores de Tela e Lupa Virtual
Os ampliadores de tela são softwares que fazem a ampliação de toda a tela,
de determinadas áreas da tela ou da região onde se encontra a seta do mouse. A
lupa virtual tem o mesmo objetivo. Esses tipos de softwares foram desenvolvidos
para as pessoas com baixa visão. São exemplos de softwares: a lente de aumento
23
do sistema operacional Windows, Amplificador Magnifier do sistema operacional
Linux e a Lupa virtual.
Figura 17 - Lente de aumento do Sistema Operacional Windows Fonte: http://marlonpalmas.files.wordpress.com/2008/10/lente-de-aumento.png
Figura 18 - Lente de aumento Magnifier do Linux Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-
kxppRzOc5b4/T5_zqJ2FyAI/AAAAAAAABYk/cJ5an514xHQ/s1600/Captura%2Bde%2Btela%2Bde%2B2012-05-01%2B11%253A27%253A32.png
24
Figura 19 - Lupa Virtual Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-
pHNnEaf1amM/TnDvCmxNZgI/AAAAAAAADH0/Zq419anJ6dw/s1600/lupa-virtual.jpg
6.3.1.5. Opções de Acessibilidade – Sistema Operacional Window
As opções de acessibilidade do sistema operacional Windows podem ser
acessadas pelo painel de controle. Essas opções fornecem recursos que podem
realizar modificações nas configurações do computador para que o mesmo possa
ser adaptado de acordo com a necessidade do usuário (teclado virtual, mouse,
teclas de aderência, alto contraste na tela etc).
6.3.1.6. Softwares para comunicação alternativa
Permitem a comunicação por meio de símbolos, imagens, textos ou síntese
de voz, no computador.
Nestes softwares, a utilização de símbolos de diferentes métodos de
comunicação alternativa ou símbolos personalizados que são capturados de
diferentes fontes (além de textos e sons) são comumente utilizados.
O publico direcionado para este tipo de software trata-se de pessoas com
comprometimento motor de nível moderado a severo, com incapacidade de
comunicação oral.
Alguns softwares desse gênero são: Plaphoons (software espanhol) e
Comunique.
25
Figura 20 - Software Plaphoons Fonte: http://imagenes.es.sftcdn.net/es/scrn/62000/62311/plaphoons-2.jpg
Figura 21 - Software Comunique – Tela de Escrita Fonte: http://bp3.blogger.com/_CxPaSt92Gjc/RulM4d0_2CI/AAAAAAAAABM/OaCoN-
lUpC4/s320/Comunique+-+tela+para+escrita.JPG
6.3.1.7. Preditores de texto
Os preditores de texto são voltados para aquelas pessoas que possuem um
comprometimento motor de nível moderado a severo que faz com que a digitação de
textos seja mais lenta ou com erros frequentes.
26
Esses softwares fornecem após as primeiras letras serem digitadas pelo
usuário, uma lista de sugestões de palavras mais prováveis e possibilitam que o
usuário escolha a palavra desejada por meio de teclas de atalho. Há alguns desses
softwares que chegam até guardar as palavras que mais frequentemente são
utilizadas pelo seu usuário e fazem a inclusão dessas palavras em listas.
Um exemplo deste tipo de software é o software brasileiro Eugênio.
Figura 22 - Software Eugênio Fonte: http://www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/fig3.jpg
6.3.1.8. MicroFenix
É um software desenvolvido para pessoas com deficiência física cuja lesão
impossibilita ou dificulta a capacidade de comunicação verbal e/ou a coordenação
motora necessária para o uso do computador.
Este software combina a edição de mensagens pré-estabelecidas, com
síntese de voz para comunicação alternativa, e que possui também teclado virtual,
simulador de mouse e outras funcionalidades.
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Figura 23 - Software microFênix Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/fenix3.jpg
6.3.1.9. Holos – Sistema educacional
O Holos é um sistema que foi desenvolvido pela Associação dos Pais e
Amigos dos Excepcionais (APAE) de Bauru (SP).
Este software é flexível, pois possibilita ao educador definir parâmetros em
cada atividade, individualizando a experiência de ensino e aprendizagem.
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme exposto até o momento, é de suma importância a existência de
Tecnologias Assistivas e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação para a
inserção de pessoas com deficiência na sociedade e no acesso à informação e ao
conhecimento.
Quando há a inclusão das pessoas com deficiência, elas passam a ter as
mesmas oportunidades que os demais e, com isso há uma diminuição nos espaços
encontrados hoje em diversos setores e atividades como, por exemplo, educação,
trabalho, lazer e cultura. Essa inclusão faz com que estas pessoas sejam
apresentadas à vida em sociedade.
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O objetivo central das Tecnologias Assistivas e das Tecnologias Digitais de
Informação e comunicação é proporcionar à pessoa com deficiência maior
independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua
comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado
e trabalho.
Essas novas tecnologias ampliam as possibilidades de uma vida com mais
independência, autonomia e inclusão tanto social como também digital aos cidadãos
com algum tipo de deficiência.
O papel dos desenvolvedores de sistemas torna-se fundamental para criar
facilidades para os portadores de deficiências. A criação de programas e sistemas
voltados a este público pode trazer à máxima de Aristóteles, citada no início deste
artigo para o nosso cotidiano, identificando cada necessidade e se moldando à ela,
criando-se a verdadeira inclusão e não apenas àquela teórica, existente muitas
vezes apenas em documentos, porém pouco praticada.
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REFERÊNCIAS
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30
SILVA, M. Docência presencial e online: sugestões de interatividade na cibercultura. In: DIAS et al. (Orgs.). O digital e o currículo. Braga, Portugal: Universidade do Minho, p. 11-30, 2009. TAJRA, S. F. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 8. ed. São Paulo : Erica, 2008. VALENTE, J. A. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador. In: ALMEIDA, M. E. B.; MORAN, J. M. (Orgs.). Integração das tecnologias na educação. Brasília: SEED, 2005.
.
DECRETO N.º 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999.
Regulamenta a Lei n.º 7.853, de 24 de outubro de
1989, dispõe sobre a Política Nacional para a
Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,
consolida as normas de proteção, e dá outras
providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,
incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n.º 7.853, de 24 de
outubro de 1989,
DECRETA:
CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência
compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno
exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência.
Art. 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora
de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à
educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à
assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo
à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis,
propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.
Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:
I - deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,
fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro
do padrão considerado normal para o ser humano;
II - deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de
tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere,
apesar de novos tratamentos; e
III - incapacidade - uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social,
com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a
pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao
seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.
Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes
categorias:
I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo
humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma
de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,
triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia
cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades
estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;
II - deficiência auditiva - perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras,
variando de graus e níveis na forma seguinte:
a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve;
b) de 41 a 55 db - surdem moderada;
c) de 56 a 70 db - surdez acentuada;
d) de 71 a 90 db - surdez severa;
e) acima de 91 db - surdez profunda; e
f) anacusia;
III - deficiência visual - acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após
a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência
simultânea de ambas as situações;
IV - deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior à média,
com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas
de habilidades adaptativas, tais como: