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A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA POR MEIO DAS TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS Debora Tiemi 1 - 1172409 Priscila Guerrero 2 - 0965341 Tamires Marques 2 - 0961949 RESUMO As tecnologias têm contribuído para a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência na sociedade. Por isso, torna-se necessário ter conhecimento e saber como utilizar essas novas tecnologias. Tendo em vista que nem todos têm conhecimento dessas ferramentas, foi proposto um estudo que mostrasse como a tecnologia pode ajudar na inclusão dessas pessoas, expondo a relação entre as novas tecnologias computacionais e seu uso. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico das áreas de Tecnologia Assistiva, Tecnologia Digital de Informação e Comunicação, além de um estudo sobre a situação e a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Como resultado foi apresentado diversos recursos que estão envolvidos com informática ou dispositivo computacional. Foi possível observar que essas tecnologias são úteis e até mesmo essências para garantir aos deficientes seu espaço na sociedade e minimizar as barreiras encontradas no acesso a informação e conhecimento. Palavras-chave: Acessibilidade. Educação. Tecnologias digitais de informação e comunicação. Tecnologias Assistivas. 1 Aluna do 2º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP) 2 Alunas do 6º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP)

A Inclusão das Pessoas com Deficiência por meio das ... · Informação e Comunicação, além de um estudo sobre a situação e a inclusão de ... essências para garantir aos

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A INCLUSÃO DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA POR MEIO DAS TECNOLOGIAS COMPUTACIONAIS

Debora Tiemi1 - 1172409 Priscila Guerrero2 - 0965341 Tamires Marques2 - 0961949

RESUMO

As tecnologias têm contribuído para a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência na sociedade. Por isso, torna-se necessário ter conhecimento e saber como utilizar essas novas tecnologias. Tendo em vista que nem todos têm conhecimento dessas ferramentas, foi proposto um estudo que mostrasse como a tecnologia pode ajudar na inclusão dessas pessoas, expondo a relação entre as novas tecnologias computacionais e seu uso. Para tanto foi realizado um levantamento bibliográfico das áreas de Tecnologia Assistiva, Tecnologia Digital de Informação e Comunicação, além de um estudo sobre a situação e a inclusão de pessoas com algum tipo de deficiência no Brasil. Como resultado foi apresentado diversos recursos que estão envolvidos com informática ou dispositivo computacional. Foi possível observar que essas tecnologias são úteis e até mesmo essências para garantir aos deficientes seu espaço na sociedade e minimizar as barreiras encontradas no acesso a informação e conhecimento. Palavras-chave: Acessibilidade. Educação. Tecnologias digitais de informação e comunicação. Tecnologias Assistivas.

1 Aluna do 2º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

(IFSP) 2 Alunas do 6º semestre do curso de ADS no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo

(IFSP)

2

1. INTRODUÇÃO

A Constituição Federal de 1988 garante em seu artigo 5º a igualdade de todos

perante a lei e ainda assegura a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à

igualdade, à segurança e à propriedade.

Com relação ao direito à igualdade, cabe nos remeter a um pensamento do

filósofo grego Aristóteles que dizia “Tratar os iguais igualmente e os desiguais,

desigualmente, na medida de sua desigualdade”. Quando analisamos o

pensamento de Aristóteles fica claro que só conseguimos atingir a igualdade para

todos quando cada um é tratado na medida de sua necessidade e desigualdade e

não quando todos são postos no mesmo patamar e é dado o mesmo tipo de

tratamento.

Nesse sentido de igualdade, deve ser pensado especialmente nos direitos

daquelas pessoas que possuem algum tipo de necessidade especial permitindo à

mesma a sua inclusão na sociedade de forma que se sinta igual perante os demais

mesmo com a sua deficiência.

Sendo assim, é proposta a apresentação de recursos que estão envolvidos

com a informática ou com qualquer dispositivo computacional a fim de que

estudantes, profissionais ou interessados nessa área possam conhecer possíveis

soluções para atender ao mercado de um público específico, mas cada vez mais

consciente e exigente quanto aos seus direitos.

A tecnologia exerce um grande papel na tarefa de auxiliar a inclusão de

portadoras de deficiência, em particular as Tecnologias Digitais de Informação e

Comunicação, conhecidas como TDIC e as Tecnologias Computacionais Assistivas

uma vez que estas tecnologias conseguem gerar uma mudança no ambiente que

pode garantir o acesso da pessoa especial.

Apesar de existir diversas tecnologias voltadas para atender à essas

necessidades, nem todas são tão conhecidas como deveriam. Por isso a

importância de se fazer uma reflexão e um estudo que tenha como objetivo a

conscientização e a exposição dessas tecnologias que garantem a inclusão e a

acessibilidade das pessoas com algum tipo de deficiência.

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A realização desse estudo foi feita através de estudo bibliográfico sobre a

deficiência no Brasil, a inclusão desse grupo, as Tecnologias Assistivas e as

Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação.

Essas novas tecnologias estão aparecendo hoje em dia como um importante

horizonte de novas possibilidades para autonomia e inclusão social da pessoa com

deficiência.

2. DADOS DO BRASIL

Segundo resultados do Censo 2000 realizado pelo Instituto Brasileiro de

Geografia e Estatística (IBGE), no Brasil, 14,5% da população são pessoas com

deficiência, ou seja, aproximadamente, 24,6 milhões de pessoas apresentaram

algum tipo de incapacidade ou deficiência. Nesse censo foram consideradas

pessoas com ao menos alguma dificuldade de enxergar, ouvir, locomover-se ou

alguma deficiência física ou mental. Destas pessoas com deficiência,

aproximadamente apenas 9 milhões estão trabalhando.

Ainda segundo o IBGE, entre as 16,6 milhões de pessoas com algum grau de

deficiência visual, quase 150 mil se declararam cegos e entre os 5,7 milhões de

brasileiros com algum grau de deficiência auditiva, um pouco menos de 170 mil se

declararam surdos.

À medida que a idade aumenta, maior é a possibilidade de a pessoa possuir

algum tipo de deficiência. Assim, é possível concluir que quando um país possui

uma população com maior faixa etária, maior será a taxa daquelas portadoras de

deficiência e maior será a necessidade de atender estes casos.

Ainda sobre os dados brasileiros, os homens predominam os casos de

deficiência mental, física e auditiva; já as mulheres encontram-se mais os casos de

dificuldades motoras ou visuais.

2.1 Dados do Brasil na educação e mercado de trabalho

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Na análise dos índices relacionados à educação e mercado de trabalho, é

possível perceber a falta de inclusão da criança, adolescente e adulto com

deficiência na educação e no mercado de trabalho.

Com relação à educação, a taxa de escolarização das crianças de 7 a 14

anos de idade portadoras de deficiência é de 88,6% (seis pontos percentuais abaixo

da taxa de escolarização do total de crianças nesta faixa etária que é de 94,5%).

Em relação ao grau de instrução, as diferenças são acentuadas: 32,9% da

população não é instruída ou possui pelo menos de três anos de estudo é portadora

de deficiência.

3. DEFICIÊNCIA

A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que existam, no mundo

inteiro, mais de um bilhão de pessoas com deficiência, isto equivale a 15% da

população global.

A OMS (2011) também define deficiência como “[...] um termo genérico que

cobre as limitações de atividade e restrição de participação”.

O termo também é definido na lei, mais precisamente no artigo 3º, inciso I, do

Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999 (ANEXO 1). Neste, o termo

deficiência é definido como “sendo toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou

função psicológica, fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o

desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser

humano”. Esse decreto mencionado faz a regulamentação da Lei no 7.853, de 24 de

outubro de 1989 que, por sua vez, dispõe sobre a Política Nacional para a

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, consolida as normas de proteção, e

dá outras providências.

3.1. Os quatro modelos

Quando o assunto de deficiência é discutido no âmbito global, as atitudes,

suposições e percepções a respeito dele são, segundo a Classificação Internacional

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de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (ICF), geralmente agrupadas em quatro

modelos:

Modelo caritativo: vê as pessoas com deficiência como vítimas da sua incapacidade e essas pessoas com deficiência não são capazes de se ajudar e de levar uma vida independente; Modelo médico: vê as pessoas com deficiência como pessoas que têm problemas físicos que precisam ser curados sendo assim, é a pessoa com deficiência que precisa ser mudada, não a sociedade ou o ambiente à sua volta; Modelo social: vê a deficiência como um resultado do modo como a sociedade está organizada e, como a sociedade não está bem organizada, as pessoas com deficiência enfrentam discriminação e barreiras à participação; Modelo baseado em direitos: é semelhante ao do modelo social mas possui o foco no cumprimento dos direitos humanos. Aqui, a sociedade precisa mudar para garantir que todos tenham oportunidades iguais para participar dela. A assistência não é uma questão de humanidade ou caridade, mas sim um direito humano básico que todos podem reivindicar.

Hoje em muitos países as políticas públicas para pessoas com deficiência

superaram a visão do modelo médico e adotaram o modelo baseado em direitos.

4. INCLUSÃO

Conforme o Ministério da Saúde:

Incluir quer dizer fazer parte, inserir, introduzir. E inclusão é o ato ou efeito de incluir. Assim, a inclusão social das pessoas com deficiências significa torná-las participantes da vida social, econômica e política, assegurando o respeito aos seus direitos no âmbito da Sociedade, do Estado e do Poder Público.

A inclusão é um processo amplo e gradativo que envolve uma mudança na

sociedade e em cada ser que a compõem de modo que ela consiga receber e

abrigar todo o tipo de diversidade e, neste processo, há uma modificação em

diversos setores como o da saúde, cultura, educação, trabalho e lazer.

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4.1. Deficiência e Inclusão

Antigamente, o problema de inclusão era visto como responsabilidade única e

exclusiva da pessoa com deficiência, ou seja, a pessoa era obrigada a se adaptar à

sociedade. Foi a partir da época de 60 que a situação das pessoas com deficiência

começou a mudar e a responsabilidade da inclusão foi transferida para a sociedade.

A grande dificuldade enfrentada hoje pelas portadoras de deficiência é o fato

de não conseguirem ser inseridas na sociedade porque, por mais que existam leis

que façam a proteção dos direitos dessas pessoas especiais e que tenha mudado a

forma de serem tratadas e vistas, há ainda uma grande barreira enfrentada por elas

para fazerem parte do meio onde vivem. Essas lacunas existentes na inclusão da

pessoa especial partem tanto da família da mesma, onde muitas vezes não possui

condições financeiras, culturais e psicológicas para ajudar, quanto da sociedade

como um todo e poderes públicos que não possuem um plano de inclusão eficiente.

Conforme Prado (2006, p. 11) relata:

[...] o impedimento não está na pessoa, mas sim na relação da mesma com o ambiente. Portanto, é o meio ambiente que é deficiente, não possibilitando acesso a todas as pessoas, não lhes proporcionando a equiparação de oportunidades.

Assim, é responsabilidade da sociedade se adequar para poder acolher as

diferenças e promover condições de acesso para todos os cidadãos, seja ele

possuidor de deficiência ou não. Esse acesso inclui os serviços coletivos de saúde,

educação, trabalho, locomoção, segurança entre outros.

5. TECNOLOGIAS ASSISTIVAS

A Tecnologia Assistiva ou TA é um termo utilizado para identificar todo o

conjunto de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar

habilidades funcionais de pessoas com deficiência. Essa tecnologia tem como

objetivo gerar vida independente e inclusão das pessoas com deficiência.

Conforme Cook e Hussey (1995) a Tecnologia Assistiva inclui:

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[...] uma ampla gama de equipamentos, serviços, estratégias e práticas concebidas e aplicadas para minorar os problemas funcionais encontrados pelos indivíduos com deficiências.

A tecnologia assistiva junto com as tecnologias digitais de informação e

comunicação são hoje um meio para que pessoas com necessidades especiais

consigam realizar atividades e tarefas que, até algum tempo atrás, eram vistas como

impossíveis de serem praticadas por pessoas com deficiência.

5.1. Pesquisas

Ainda são poucas as pesquisas que são realizadas nesta área de TA, mas a

cada dia são feitos novos dispositivos, novos programas de software e novas

descobertas que acabam ampliando a possibilidade de inclusão das pessoas com

deficiência.

O Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil) realizou a Pesquisa Nacional de

Tecnologia Assistiva, em parceria com a Secretaria de Ciência e Tecnologia para a

Inclusão Social (Secis), do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT). Neste estudo

realizado, foram identificadas as instituições brasileiras que se dedicam à pesquisa e

ao desenvolvimento tecnológico no campo da acessibilidade e autonomia das

pessoas com deficiência. Também foi a partir desta pesquisa que o Portal Nacional

de Tecnologia Assistiva foi criado. Esse portal abriu uma nova etapa de pesquisas

com o objetivo de futuramente construir um catálogo on-line de ajudas técnicas e

criar um centro tecnológico na área da Tecnologia Assistiva.

5.2. Recursos da Tecnologia Assistiva

A organização e a classificação dos recursos de tecnologia assistiva são

realizadas de acordo com objetivos funcionais a que os recursos se destinam.

Abordaremos a seguir recursos que estão envolvidos com a informática ou

com qualquer dispositivo computacional.

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5.2.1. Comunicação Aumentativa e Alternativa (CAA)

É a área onde as ajudas técnicas à comunicação são inseridas, ela é

considerada como uma área que se propõe a compensar temporária ou

permanentemente a dificuldade do indivíduo em se comunicar.

A CAA é destinada a atender pessoas incapazes de fornecer às suas próprias

necessidades diárias de comunicação através de meios naturais como a fala, o

gesto ou a escrita.

Algumas pessoas possuem dificuldade para utilizar a fala e até a escrita como

forma de comunicação. Para estes casos, a comunicação através de gestos

manuais, expressões faciais e corporais, símbolos gráficos, fotografias, gravuras,

desenhos, linguagem alfabética e ainda objetos reais, miniaturas, voz digitalizada,

dentre outros é uma alternativa adequada para se utilizar como meio de efetuar a

comunicação face a face de indivíduos incapazes de usar a linguagem oral.

Há softwares especiais que conseguem fazer a conversão de texto em

símbolos e em voz ou realizar o contrário, converter símbolos em texto e em voz.

São recursos da CAA que envolvem alta tecnologia:

Vocalizadores

Os vocalizadores são recursos eletrônicos de gravação/reprodução que

ajudam a comunicação das pessoas em seu dia-a-dia. Esses equipamentos são

compostos por sistemas de comunicação sofisticados que utilizam como base vozes

gravadas ou sintetizadas.

A maioria dos vocalizadores grava as mensagens digitalmente e essas

mensagens são acessadas por teclas sobre as quais são colocadas imagens ou

palavras, que correspondem ao conteúdo sonoro gravado. Quando a tecla de cada

figura ou texto é pressionada, sua mensagem pré-gravada é imediatamente

reproduzida e com volume ajustável.

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Figura 1 - Exemplo de Vocalizador. Fonte: http://www.clik.com.br/gtp.jpg

Computador com softwares específicos

Esses computadores garantem grande eficiência à função comunicativa.

Temos alguns exemplos de softwares específicos que auxiliam a

comunicação das pessoas com deficiência:

InterComm: programa de correio eletrônico indicado para pessoas com

dificuldades de acessibilidade, dificuldades motoras ou na utilização da

escrita.

Escrita Com Símbolos: é um software que incorpora diversas ferramentas que

têm como finalidade facilitar a aprendizagem de pessoas com dificuldades de

comunicação e o trabalho do educador na organização das atividades.

O software associa uma imagem ou símbolo a palavras que sejam escritas

pelo usuário. Também é fornecida a funcionalidade do usuário ouvir tudo o

que escreveu.

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5.2.2. Recursos de acessibilidade ao computador

É o conjunto de hardware e software desenvolvidos para fazer com que o

computador fique mais acessível, podendo ser utilizado por pessoas com privações

sensoriais e motoras.

São exemplos desses equipamentos:

Teclados modificados, Teclado de Conceitos ou IntelliKeys

Os teclados modificados, de conceitos ou IntelliKeys constituem uma

alternativa à forma convencional de inserir informação no computador, substituindo o

teclado e/ou o mouse.

Esse tipo de teclado permite o acesso de qualquer pessoa com deficiência

física, visual ou cognitiva que tem dificuldade em usar um teclado padrão.

O teclado possui lâminas, que podem ser trocadas podendo se adaptar à

deficiência da pessoa, possuindo uma superfície sensível ao toque. Sua

versatilidade na troca das lâminas, simulando os vários tipos de teclados, desde os

mais comuns até teclados que substituem um mouse chega até a facilitar o acesso à

internet.

Figura 2 - Exemplo de Teclado IntelliKeys. Fonte: http://www.clik.com.br/intelli_kusb.jpg

Acionadores: comutadores ou switches

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São acionadores especiais. Os comutadores ou switches são uma alternativa

para as pessoas com dificuldades motoras acessarem o mouse e o teclado.

Através do uso de switches ou comutadores, a pessoa pode escolher as

opções desejadas ou habilitar o programa desejado. Quando esses acionadores são

usados, um quadro é apresentado para o usuário e este é varrido de forma

sequencial por um cursor acompanhado de luz e/ou som, que percorre todas as

opções existentes até chegar à opção que o usuário deseja.

De acordo com Cook e Hussey (1995), os switches ou comutadores podem

ser de diferentes tipos, embora os mais usados sejam os de pressão. Qualquer um

destes switches pode dar acesso a programas de computador ou a emuladores de

teclado.

Figura 3 - Exemplo de Acionadores. Fonte: http://www.clik.com.br/clik_acion1.gif

Softwares de reconhecimento de voz

Esse software é designado para as pessoas que possuem dificuldade para

usar um mouse ou teclado.

O software de reconhecimento de voz possui a capacidade de identificar a

pessoa falando. Este tipo de software aceita comandos de voz no computador ou

ditados na forma gramatical de texto.

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Ponteiras de cabeça

O apontador de cabeça é um aparelho que torna possível o acesso ao

computador por meio de um pequeno transmissor que se coloca na cabeça.

Essa ponteira faz com que simples movimentos de cabeça simulem

movimentos que seriam realizados no computador.

Figura 4 - Exemplo de Ponteira de Cabeça. Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-

JsvoXGLb2vQ/TbFyXrNGdpI/AAAAAAAABlA/PKc0T0Mx_zQ/s1600/foto15.jpg

Síntese de voz

O processo de síntese de voz (processo de produção artificial

de voz humana) auxilia na acessibilidade das pessoas deficientes visuais.

Há o sistema texto-voz que faz a conversão do texto em linguagem normal

para voz e outros sistemas que fazem a interpretação de representações linguísticas

e símbolos em voz.

Monitores especiais: com tela de toque.

São monitores que permitem a interação direta através de toque na tela

permitindo que a pessoa com necessidades especiais possa ter uma interação

natural podem realizar atividades como mover objetos, abrir menus e desenhar ou

pintar diretamente com o dedo ou ponteira emborrachada.

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Figura 5 - Exemplo de monitor sensível ao toque. Fonte: http://www.apaedepenapolis.com.br/site/fotos/monitor(1).jpg

5.2.3. Sistemas de controle de ambiente

O sistema de controle de ambiente utiliza um controle remoto para a pessoa

com limitações motoras poder executar diversas atividades na residência. São

atividades comuns como o ligar, desligar e ajustar aparelhos eletro-eletrônicos, abrir

e fechar portas e janelas, receber e fazer chamadas telefônicas e até acionar

sistemas de segurança. Esse controle remoto pode ser acionado de forma direta ou

indireta.

5.2.4. Auxílios para cegos ou para pessoas com visão subnormal

São aqueles equipamentos que permitem a independência das pessoas com

deficiência visual na realização de tarefas cotidianas e simples (cozinhar, uso de

calculadora, consulta ao relógio, uso de termômetro e aferição de pressão arterial,

identificação do estado das luzes - acesas ou apagadas, identificação de cores e

peças do vestuário, identificação de chamadas telefônicas, escrever etc.) e que para

elas apresentam empecilhos devido a sua deficiência.

São exemplos de equipamentos:

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Impressoras Braille

O Braille é um formato de escrita e leitura tátil utilizado por cegos e surdo-

cegos.

A impressora Braille faz a conversão de texto eletrônico para o Braille.

Figura 6 - Impressora Braille Fonte: Lerparaver - Impressoras Braille

Linha Braille ou Display Braille

Assim como a impressora Braille, a linha Braille é destinada para pessoas por

cegas e para surdo-cegos.

Consiste num hardware que exibe de modo dinâmico em Braille a informação

da tela que está ligada a uma porta de saída do computador. É um dispositivo de

saída tátil para visualização das letras no sistema Braille.

É por intermédio de um sistema eletromecânico que conjuntos de pontos são

levantados e abaixados conseguindo uma linha de texto em Braille.

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Figura 7 - Linha Braille. Fonte: Lerparaver - Linhas Braille

Agendas eletrônicas.

Agenda em formato eletrônico desenvolvida de forma especial com o layout

desenvolvido para ter o uso facilitado por pessoas deficientes visuais.

5.2.5. Auxílios para pessoas com surdez ou com déficit auditivo

Equipamentos que auxiliam as pessoas com deficiência auditiva.

São exemplos de equipamentos:

Equipamentos infravermelhos

Aparelhos para surdez

Telefones com teclado-teletipo (TTY)

Sistemas com alerta táctil-visual

6. TECNOLOGIAS DIGITAIS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO - TDIC

De acordo com Valente (2005) as TDICs compreendem “a junção de

diferentes mídias”, diferenciando-se das Tecnologias de Informação e Comunicação

(TIC) pela presença das tecnologias digitais. Nesse contexto, temos que na TDIC o

computador serve como instrumento principal e a Internet como mídia.

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Com essas tecnologias, é possível encontrar maneiras mais dinâmicas,

criativas e democráticas de interação, porém, todas essas novas formas de

interação trazem também uma diferença entre os usuários que fazem uso da mesma

uma vez eles possuem conhecimentos e experiências diferentes com relação à

tecnologia fazendo, portanto, diferentes formas de uso.

Neste artigo vamos focar em um grupo específico da TDICs: o de softwares

especiais de acessibilidade: programas especiais de computador que possibilitam ou

facilitam a interação da pessoa com deficiência com a máquina.

6.1. Educação especial

Os educadores, durante muito tempo, lutaram para que crianças e jovens com

necessidades especiais tivessem acesso à educação podendo fazer parte de

escolas e de salas de aula regulares.

A Educação Especial é um ramo da educação que atua com a contínua

elaboração de métodos especiais que auxiliam o desenvolvimento de alunos com

variados tipos de necessidades especiais. Segundo Glat (2007), pode-se ver esta

modalidade de ensino tradicionalmente como um sistema paralelo que atende o

aluno com graves dificuldades de aprendizado.

A tecnologia também é empregada na educação especial. Segundo Galvão

Filho e Damasceno (2006), dentre os grupos de tecnologias utilizadas na educação

especial, está a criação de softwares, que é a alta tecnologia voltada à

acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Possíveis, devido ao

avanço tecnológico da informação e comunicação, tais recursos integram o aluno ao

sistema de computadores, e cada vez mais ganham espaço na sociedade.

6.2. TDIC e Educação

Realizando uma pequena introdução histórica, foi na década de 1950 que

ocorreram as primeiras experiências com a informática no contexto educacional em

outros países. No Brasil, essas experiências só se iniciaram vinte anos depois, na

década de 1970.

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As novas TDICs trouxeram mudanças socioculturais, tanto nos processos de

comunicação em geral como nos processos de produção, organização do trabalho e

na formação das pessoas, aqui, principalmente na educação.

Silva (2009, p.12) salienta que essa educação se desenvolve na cibercultura

constituída como “conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de

atitudes, de modos de pensamento e de valores”.

Quando o meio utiliza a TDIC para o fim especifico de conhecimento e troca

de informações, todos os seus elementos visuais e recursos hipermidiáticos

(ferramentas que combinam recursos áudios-visuais e interativos) precisam fornecer

aos usuários um ambiente expressivo. Este ambiente expressivo deve ser legível e

com boa navegabilidade interativa e participativa para conseguir estimular e reforçar

a aquisição das competências e habilidades específicas, de acordo com os objetivos

pedagógicos que foram estabelecidos.

As tecnologias computacionais exercem um grande papel na educação. Tajra

(2008) faz uma pequena análise e apresenta pontos que justificam a importância da

atuação da informática na educação como, por exemplo, os programadores de

soluções que levam ao aluno a atividade lógica e matemática, os editores de textos

que podem ser utilizados como caminho para abordagem das habilidades

linguísticas, os softwares para a criação de gráficos e imagens implicando nas

habilidades criativas e a utilização da internet como meio de pesquisa e

comunicação fomentando o exercício do conhecimento.

Capovilla (1997) relatou em sua pesquisa das TDICs na área de diagnóstico,

tratamento e reabilitação de pessoas com distúrbios de comunicação e linguagem:

Já temos no Brasil um acervo considerável, e em acelerado crescimento, de recursos tecnológicos que permitem aperfeiçoar a qualidade das interações entre pesquisadores, clínicos, professores, alunos e pais na área da Educação Especial, bem como de aumentar o rendimento do trabalho de cada um deles.

6.3. Recursos das TDICs

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6.3.1. Simuladores

Nos simuladores, todas as opções de comando e movimento do teclado e do

mouse podem ser exibidas na tela e selecionadas, de forma direta ou por varredura.

Esses simuladores também podem ser acionados por ruídos pequenos ou

movimentos voluntários feitos por diversas partes do corpo ou com o uso de outros

acionadores.

6.3.1.1. Simuladores de Teclado

Os simuladores de teclado foram criados para as pessoas que possuem

comprometimento motor de nível moderado a severo. Esses simuladores quando

executados consistem em exibir na tela do computador, a imagem de um teclado

fazendo com este assuma o papel do teclado físico.

Esse teclado virtual pode ser utilizado de duas maneiras: por acionamento

direto (com cliques do mouse sobre suas teclas) ou por mecanismos automáticos de

varredura (controlada por diferentes acionadores).

Podemos citar alguns exemplos de teclados virtuais como: teclado virtual do

sistema operacional Windows, o software Teclado Mágico (software espanhol de

Jordi Lagares) e o software Teclado Amigo.

Figura 8 - Teclado Virtual da versão Windows XP Fonte: http://4.bp.blogspot.com/-

Lr_BZ99_CkM/TgmRQTQLsmI/AAAAAAAJM/_2ABykgfPsc/s1600/teclado_virtual_Windwos_XP.JPG

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Figura 9 - Software Teclado mágico. Fonte www.xtec.cat/~jlagares/f2kesp.htm

Figura 10 – Software Teclado Amigo. Fonte: www. s a c i . o r g . b r / ? m o d u l o = a k e m i &

parametro=3847 (kitsaci2)

6.3.1.2. Simulador de Mouse

Nos simuladores de mouse, podemos encontrar dois tipos. O primeiro tipo de

simulador é direcionado para pessoas com comprometimento motor severo e em

seu funcionamento, o simulador exibe uma imagem de uma barra com botões que

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representam todas as funções possíveis de um mouse. Assim como no simulador de

teclado que citamos acima, esse simulador de mouse pode ser acionado por

mecanismo de varredura automática controlada por diferentes acionadores. Um

exemplo desse primeiro tipo de simulador é o software Rata Plaphoons (software

espanhol).

Figura 11 - Software Rata Plaphoons. Fonte: http://internetacessivel.files.wordpress.com/2010/10/rata_ecra.jpg

Já o segundo tipo de simulador de mouse também se dirige para pessoas

com comprometimento motor severo, porém que possuem o controle da cabeça

preservado. Neste tipo de simulador, há um controle da seta do mouse por meio de

movimentos da cabeça ou ate mesmo do nariz que são captados por uma webcam

É por meio desses movimentos que é possível realizar todas as tarefas ou

comandos realizados com o mouse físico. São exemplos desse tipo de simulador os

softwares HeadDev, HeadMouse e o CameraMouse.

Figura 12 - Software HeadDev Fonte: http://www.gatodegrandesbotas.com/wp-content/uploads/2007/05/control-mouse.jpg

21

Figura 13 - Software HeadMouse Fonte: http://nipg.inf.elte.hu/headmouse/screenshot.jpg

Figura 14 - Software Camera Mouse Fonte: http://images.br.sftcdn.net/br/scrn/303000/303382/cameramouse-24.png

6.3.1.3. Leitores de Tela

Desenvolvidos principalmente para as pessoas que são deficientes visuais, os

softwares leitores de tela fornecem informações por síntese de voz sobre todos os

elementos que são exibidos na tela do computador, fazendo principalmente a leitura

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dos elementos textuais e cujos comandos são executados exclusivamente no

teclado comum.

São exemplos de softwares leitores de tela: jaws, dosvox, windows bridge e

virtual vision.

Figura 15 - Software Jaws Fonte:

http://1.bp.blogspot.com/_LW4DFEV9skI/TIj9bR1ZYmI/AAAABQ/RGRPDPiliyE/s1600/jaws+1.jpg

Figura 16 - Software DosVox Fonte: http://www.sti.uff.br/sites/default/files/dosvox.gif

6.3.1.4. Ampliadores de Tela e Lupa Virtual

Os ampliadores de tela são softwares que fazem a ampliação de toda a tela,

de determinadas áreas da tela ou da região onde se encontra a seta do mouse. A

lupa virtual tem o mesmo objetivo. Esses tipos de softwares foram desenvolvidos

para as pessoas com baixa visão. São exemplos de softwares: a lente de aumento

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do sistema operacional Windows, Amplificador Magnifier do sistema operacional

Linux e a Lupa virtual.

Figura 17 - Lente de aumento do Sistema Operacional Windows Fonte: http://marlonpalmas.files.wordpress.com/2008/10/lente-de-aumento.png

Figura 18 - Lente de aumento Magnifier do Linux Fonte: http://3.bp.blogspot.com/-

kxppRzOc5b4/T5_zqJ2FyAI/AAAAAAAABYk/cJ5an514xHQ/s1600/Captura%2Bde%2Btela%2Bde%2B2012-05-01%2B11%253A27%253A32.png

24

Figura 19 - Lupa Virtual Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-

pHNnEaf1amM/TnDvCmxNZgI/AAAAAAAADH0/Zq419anJ6dw/s1600/lupa-virtual.jpg

6.3.1.5. Opções de Acessibilidade – Sistema Operacional Window

As opções de acessibilidade do sistema operacional Windows podem ser

acessadas pelo painel de controle. Essas opções fornecem recursos que podem

realizar modificações nas configurações do computador para que o mesmo possa

ser adaptado de acordo com a necessidade do usuário (teclado virtual, mouse,

teclas de aderência, alto contraste na tela etc).

6.3.1.6. Softwares para comunicação alternativa

Permitem a comunicação por meio de símbolos, imagens, textos ou síntese

de voz, no computador.

Nestes softwares, a utilização de símbolos de diferentes métodos de

comunicação alternativa ou símbolos personalizados que são capturados de

diferentes fontes (além de textos e sons) são comumente utilizados.

O publico direcionado para este tipo de software trata-se de pessoas com

comprometimento motor de nível moderado a severo, com incapacidade de

comunicação oral.

Alguns softwares desse gênero são: Plaphoons (software espanhol) e

Comunique.

25

Figura 20 - Software Plaphoons Fonte: http://imagenes.es.sftcdn.net/es/scrn/62000/62311/plaphoons-2.jpg

Figura 21 - Software Comunique – Tela de Escrita Fonte: http://bp3.blogger.com/_CxPaSt92Gjc/RulM4d0_2CI/AAAAAAAAABM/OaCoN-

lUpC4/s320/Comunique+-+tela+para+escrita.JPG

6.3.1.7. Preditores de texto

Os preditores de texto são voltados para aquelas pessoas que possuem um

comprometimento motor de nível moderado a severo que faz com que a digitação de

textos seja mais lenta ou com erros frequentes.

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Esses softwares fornecem após as primeiras letras serem digitadas pelo

usuário, uma lista de sugestões de palavras mais prováveis e possibilitam que o

usuário escolha a palavra desejada por meio de teclas de atalho. Há alguns desses

softwares que chegam até guardar as palavras que mais frequentemente são

utilizadas pelo seu usuário e fazem a inclusão dessas palavras em listas.

Um exemplo deste tipo de software é o software brasileiro Eugênio.

Figura 22 - Software Eugênio Fonte: http://www.l2f.inesc-id.pt/~lco/eugenio/fig3.jpg

6.3.1.8. MicroFenix

É um software desenvolvido para pessoas com deficiência física cuja lesão

impossibilita ou dificulta a capacidade de comunicação verbal e/ou a coordenação

motora necessária para o uso do computador.

Este software combina a edição de mensagens pré-estabelecidas, com

síntese de voz para comunicação alternativa, e que possui também teclado virtual,

simulador de mouse e outras funcionalidades.

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Figura 23 - Software microFênix Fonte: http://intervox.nce.ufrj.br/~beatriz/microfenix/fenix3.jpg

6.3.1.9. Holos – Sistema educacional

O Holos é um sistema que foi desenvolvido pela Associação dos Pais e

Amigos dos Excepcionais (APAE) de Bauru (SP).

Este software é flexível, pois possibilita ao educador definir parâmetros em

cada atividade, individualizando a experiência de ensino e aprendizagem.

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Conforme exposto até o momento, é de suma importância a existência de

Tecnologias Assistivas e Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação para a

inserção de pessoas com deficiência na sociedade e no acesso à informação e ao

conhecimento.

Quando há a inclusão das pessoas com deficiência, elas passam a ter as

mesmas oportunidades que os demais e, com isso há uma diminuição nos espaços

encontrados hoje em diversos setores e atividades como, por exemplo, educação,

trabalho, lazer e cultura. Essa inclusão faz com que estas pessoas sejam

apresentadas à vida em sociedade.

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O objetivo central das Tecnologias Assistivas e das Tecnologias Digitais de

Informação e comunicação é proporcionar à pessoa com deficiência maior

independência, qualidade de vida e inclusão social, através da ampliação de sua

comunicação, mobilidade, controle de seu ambiente, habilidades de seu aprendizado

e trabalho.

Essas novas tecnologias ampliam as possibilidades de uma vida com mais

independência, autonomia e inclusão tanto social como também digital aos cidadãos

com algum tipo de deficiência.

O papel dos desenvolvedores de sistemas torna-se fundamental para criar

facilidades para os portadores de deficiências. A criação de programas e sistemas

voltados a este público pode trazer à máxima de Aristóteles, citada no início deste

artigo para o nosso cotidiano, identificando cada necessidade e se moldando à ela,

criando-se a verdadeira inclusão e não apenas àquela teórica, existente muitas

vezes apenas em documentos, porém pouco praticada.

29

REFERÊNCIAS

BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm>. Acesso em: 05 jun. 2012. BRASIL. Decreto n. 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Lex: coletânea de legislação federal. Disponível em: < http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/d3298.htm>. Acesso em: 13 jun. 2012. BRASIL. Ministério Público da Saúde. A inclusão social das pessoas com deficiência. Disponível em: <http://portal.saude.gov.br/portal/arquivos/pdf/a%20inclusao%20social%20das%20pessoas%20com%20deficiencias.pdf>. Acesso em: 05 jun. 2012. CAPOVILLA, Fernando C. Pesquisa e desenvolvimento de novos recursos tecnológicos para educação especial: boas novas para pesquisadores, clínicos, professores, pais e alunos. Boletim Educação/ UNESP, n. 1, 1997. COOK, A. M.; HUSSEY, S. M. Assistive Technologies: Principles and Practice. St. Louis, Missouri: Mosby, 1995. GALVÃO FILHO, T. A. e DAMASCENO, L. L. Tecnologia Assistiva para autonomia do aluno com necessidades educacionais especiais. Revista Inclusão. Brasília: Secretaria de Educação Especial do Ministério da Educação (SEESP/MEC), ano 2, n. 02, p. 25-32, 2006. GLAT, R.; FONTES, R. S.; PLETSCH, M. D. Uma breve reflexão sobre o papel da Educação Especial frente ao processo de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em rede regular de ensino. Cadernos de Educação. Duque de Caxias/RJ, v.6, p. 13-30, 2006. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. IBGE e CORDE abrem encontro internacional de estatísticas sobre pessoas com deficiência. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/presidencia/noticias/noticia_visualiza.php?id_noticia=438&id_pagina=1>. Acesso em: 07 jun. 2012. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. Discapacidad y salud. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs352/es/ > Acesso em: 14 jun.2012. PRADO, A. R. de A. Acessibilidade na gestão da cidade. In: ARAÚJO, Luiz Alberto David (Coord.). Defesa dos direitos das pessoas portadoras de deficiência. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2006. SATORETTO, M. L. ; BERSCH, R. Assistiva: tecnologia e educação. Disponível em < http://www.assistiva.com.br/tassistiva.html>. Acesso em: 15 jun. 2012.

30

SILVA, M. Docência presencial e online: sugestões de interatividade na cibercultura. In: DIAS et al. (Orgs.). O digital e o currículo. Braga, Portugal: Universidade do Minho, p. 11-30, 2009. TAJRA, S. F. Informática na Educação: novas ferramentas pedagógicas para o professor na atualidade. 8. ed. São Paulo : Erica, 2008. VALENTE, J. A. Pesquisa, comunicação e aprendizagem com o computador. In: ALMEIDA, M. E. B.; MORAN, J. M. (Orgs.). Integração das tecnologias na educação. Brasília: SEED, 2005.

.

31

ANEXO

DECRETO N.º 3.298, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1999.

Regulamenta a Lei n.º 7.853, de 24 de outubro de

1989, dispõe sobre a Política Nacional para a

Integração da Pessoa Portadora de Deficiência,

consolida as normas de proteção, e dá outras

providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA , no uso das atribuições que lhe confere o art. 84,

incisos IV e VI, da Constituição, e tendo em vista o disposto na Lei n.º 7.853, de 24 de

outubro de 1989,

DECRETA:

CAPÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1º A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência

compreende o conjunto de orientações normativas que objetivam assegurar o pleno

exercício dos direitos individuais e sociais das pessoas portadoras de deficiência.

Art. 2º Cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público assegurar à pessoa portadora

de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à

educação, à saúde, ao trabalho, ao desporto, ao turismo, ao lazer, à previdência social, à

assistência social, ao transporte, à edificação pública, à habitação, à cultura, ao amparo

à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis,

propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico.

Art. 3º Para os efeitos deste Decreto, considera-se:

I - deficiência - toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica,

fisiológica ou anatômica que gere incapacidade para o desempenho de atividade, dentro

do padrão considerado normal para o ser humano;

II - deficiência permanente - aquela que ocorreu ou se estabilizou durante um período de

tempo suficiente para não permitir recuperação ou ter probabilidade de que se altere,

apesar de novos tratamentos; e

III - incapacidade - uma redução efetiva e acentuada da capacidade de integração social,

com necessidade de equipamentos, adaptações, meios ou recursos especiais para que a

pessoa portadora de deficiência possa receber ou transmitir informações necessárias ao

seu bem-estar pessoal e ao desempenho de função ou atividade a ser exercida.

Art. 4º É considerada pessoa portadora de deficiência a que se enquadra nas seguintes

categorias:

I - deficiência física - alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo

humano, acarretando o comprometimento da função física, apresentando-se sob a forma

de paraplegia, paraparesia, monoplegia, monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia,

triparesia, hemiplegia, hemiparesia, amputação ou ausência de membro, paralisia

cerebral, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as deformidades

estéticas e as que não produzam dificuldades para o desempenho de funções;

II - deficiência auditiva - perda parcial ou total das possibilidades auditivas sonoras,

variando de graus e níveis na forma seguinte:

a) de 25 a 40 decibéis (db) - surdez leve;

b) de 41 a 55 db - surdem moderada;

c) de 56 a 70 db - surdez acentuada;

d) de 71 a 90 db - surdez severa;

e) acima de 91 db - surdez profunda; e

f) anacusia;

III - deficiência visual - acuidade visual igual ou menor que 20/200 no melhor olho, após

a melhor correção, ou campo visual inferior a 20º (tabela de Snellen), ou ocorrência

simultânea de ambas as situações;

IV - deficiência mental - funcionamento intelectual significativamente inferior à média,

com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a duas ou mais áreas

de habilidades adaptativas, tais como:

a) comunicação;

b) cuidado pessoal;

c) habilidades sociais;

d) utilização da comunidade;

e) saúde e segurança;

f) habilidades acadêmicas;

g) lazer; e

h) trabalho;

V - deficiência múltipla - associação de duas ou mais deficiências.