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A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL COMO FATOR DETERMINANTE PARA UM BOM TRABALHO DE LIDERANÇA Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional Telka Baiocchi [email protected] Resumo: Esta pesquisa é um estudo qualitativo que tem como objetivo responder a pergunta: A inteligência espiritual influencia um bom trabalho de liderança? Foram entrevistados 16 líderes e aplicado o PSI - PsychoMatrix Spirituality Inventory de Wolman (2002), questionário com o intuito de medir o grau de inteligência espiritual de cada participante. Desta maneira, ao procurar respostas para esta questão, foi criado um ambiente de reflexão que despertou a liderança analisada para um novo tipo de inteligência: a espiritual. A compreensão do resultado do questionário e entrevista aplicados, permitiu um maior entendimento do conceito da espiritualidade e de como pode influenciar no dia a dia de trabalho de cada gestor participante. No referencial teórico destacou-se a análise dos diferentes tipos de inteligência e seus desdobramentos, assim como sua relação com a liderança. Os resultados da aplicação dos seus sete fatores revelaram o grau de inteligência espiritual dos participantes, sendo por eles analisado e debatido num bate papo com cada gestor. A entrevista buscou analisar a partir das percepções dos participantes, propósitos e objetivos de vida que favoreçam uma auto reflexão para a tomada de decisão. Os resultados e análises revelaram que a presença da espiritualidade é efetiva na vida dos participantes, causando por vezes até surpresa, pois não imaginavam que este tema pudesse fazer parte de forma tão intensa na vida de trabalho em equipe e liderança. Sentir-se ligado a um ser superior, preocupar-se com o bem-estar físico, buscar aprofundar seus conhecimentos no sagrado e espiritualidade, estar sensível a percepções fora do convencional, participar de atividades em benefício dos outros, aprender com os momentos difíceis e de dor e ainda como uma prática religiosa na infância pode ajudar na vida adulta, são os enfoques dos sete fatores do PSI. Esta análise promoveu uma ampliação para a análise dos propósitos, sentido, significado e objetivos de vida de cada participante. Desta forma, este estudo visa contribuir com uma maior análise qualitativa e dados estatísticos, visto ser o tema inteligência espiritual subjetivo e de difícil mensuração Palavras-chaves: Inteligência espiritual. Liderança . Gestão de Pessoas ISSN 1984-9354

A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL COMO FATOR … · espiritual, como percebem o ... além das sete inteligências definidas por Gardner na teoria das inteligências múltiplas podem existir

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A INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL COMO FATOR

DETERMINANTE PARA UM BOM TRABALHO DE LIDERANÇA

Área temática: Gestão Estratégica e Organizacional

Telka Baiocchi

[email protected]

Resumo: Esta pesquisa é um estudo qualitativo que tem como objetivo responder a pergunta: A inteligência espiritual

influencia um bom trabalho de liderança? Foram entrevistados 16 líderes e aplicado o PSI - PsychoMatrix Spirituality

Inventory de Wolman (2002), questionário com o intuito de medir o grau de inteligência espiritual de cada participante.

Desta maneira, ao procurar respostas para esta questão, foi criado um ambiente de reflexão que despertou a liderança

analisada para um novo tipo de inteligência: a espiritual. A compreensão do resultado do questionário e entrevista

aplicados, permitiu um maior entendimento do conceito da espiritualidade e de como pode influenciar no dia a dia de

trabalho de cada gestor participante. No referencial teórico destacou-se a análise dos diferentes tipos de inteligência e

seus desdobramentos, assim como sua relação com a liderança. Os resultados da aplicação dos seus sete fatores

revelaram o grau de inteligência espiritual dos participantes, sendo por eles analisado e debatido num bate papo com

cada gestor. A entrevista buscou analisar a partir das percepções dos participantes, propósitos e objetivos de vida que

favoreçam uma auto reflexão para a tomada de decisão. Os resultados e análises revelaram que a presença da

espiritualidade é efetiva na vida dos participantes, causando por vezes até surpresa, pois não imaginavam que este tema

pudesse fazer parte de forma tão intensa na vida de trabalho em equipe e liderança. Sentir-se ligado a um ser superior,

preocupar-se com o bem-estar físico, buscar aprofundar seus conhecimentos no sagrado e espiritualidade, estar sensível

a percepções fora do convencional, participar de atividades em benefício dos outros, aprender com os momentos

difíceis e de dor e ainda como uma prática religiosa na infância pode ajudar na vida adulta, são os enfoques dos sete

fatores do PSI. Esta análise promoveu uma ampliação para a análise dos propósitos, sentido, significado e objetivos de

vida de cada participante. Desta forma, este estudo visa contribuir com uma maior análise qualitativa e dados

estatísticos, visto ser o tema inteligência espiritual subjetivo e de difícil mensuração

Palavras-chaves: Inteligência espiritual. Liderança . Gestão de Pessoas

ISSN 1984-9354

XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015

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1. INTRODUÇÃO

A SITUAÇÃO PROBLEMA

Vive-se hoje a supervalorização do materialismo, onde o ter se sobrepõe ao ser. Os avanços

tecnológicos, globalização, velocidade das informações acompanhadas do aumento da necessidade de

consumo, foca-se no exterior e pouco no interior, ou seja, aquilo que representa um significado e

sentido pessoal. Tudo isso, nos afasta do silêncio, tranquilidade e autoconhecimento que nos conecta

com a nossa realidade interior, verdadeira essência. A busca pelo verdadeiro sentido da vida é algo que

sempre acompanha o ser humano e ao colocar os objetivos de vida em conquistas materiais se vê num

imenso vazio. Apesar de todo avanço tecnológicos e avanços materiais o ser humano ainda encontra

dificuldade de encontrar significado e sentido para sua existência. Desta forma, tendo em vista que o

trabalho de liderança é gerir pessoas, motivações e expectativas para se obter um resultado, percebe-se

a grande necessidade de pontuar nesta pesquisa a relevância da dimensão espiritual para o trabalho de

liderança.

2. OBJETIVOS DA PESQUISA

2.1. OBJETIVO GERAL

Faz-se necessário investigar sobre a importância da inteligência espiritual para o trabalho de liderança

e incentivar a auto-reflexão dos entrevistados para os resultados compreendendo seu estilo espiritual e

limitações para a aplicação na vida prática. Tendo como base a linha de pensamento holístico, que

acredita que o ser humano está integrado de forma harmônica e equilibrada por dimensões física,

racional, emocional e espiritual, compondo um todo maior, a dimensão espiritual dentro da realidade

materialista e individualista atualmente apresentada, está sendo cada vez mais relegada pela sociedade.

A ausência desta dimensão que chamamos de inteligência espiritual apresenta consequências danosas

para o ser humano e sistema organizacional. Desta forma, o objetivo desta pesquisa é mostrar a

importância desta inteligência para o trabalho de liderança.

2.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS

O passo inicial para investigar a importância da inteligência espiritual para a liderança foi levantar

dados e informações junto a uma amostra de gestores que descrevessem seu olhar perante a dimensão

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espiritual, como percebem o assunto na sua vida pessoal e prática profissional de liderança, visando

contribuir para um processo de auto análise, compreensão das limitações e estilo espiritual.

3. MÉTODO

Foi realizado um levantamento bibliográfico, e para isso foram utilizados livros específicos sobre o

assunto e também em artigos de órgãos de credibilidade, que abordam o tema com publicações que

enfatizassem o assunto. Foi também realizada uma pesquisa qualitativa através da aplicação do

inventário PSI em 16 líderes.

O Levantamento bibliográfico teve início no semestre 2 do ano 2014. A pesquisa qualitativa teve início

no semestre 1 do ano de 2015, em que foi utilizado o inventário PSI (Psicomatrix spirituality

inventory) de Wolman com as orientações para o seu preenchimento através do link online:

http://kwiksurveys.com/s.asp?sid=mpi1tsl3xq01kmb478095 onde foi exposto de forma detalhada a

pesquisa a ser desenvolvida. O inventário possui 49 perguntas e foi direcionada a 16 líderes com o

intuito de responder o questionamento problema: A inteligência espiritual é importante para um bom

trabalho de liderança? Os questionários foram respondidos e com este resultado, cada gestor participou

de uma entrevista para análise e perguntas baseadas em seu resultado. Foi exposto a cada gestor a

explicação da história de como o criador do questionário Richard Wolman (2002) trabalhou na sua

construção. Este levantamento foi realizado entre 20 de janeiro a 8 de fevereiro de 2015. Foi

apresentado a correlação da inteligência espiritual com a liderança e o aprofundamento do tema através

de uma pesquisa qualitativa em que 16 líderes participaram respondendo o inventário de inteligência

espiritual (PSI) e foram entrevistados a partir de seus resultados, assim como o devido esclarecimento

sobre a forma de elaboração deste instrumento de mensuração (PSI) da inteligência espiritual e sua

análise de resultado.

Os resultados alcançados representam o ponto de vista dos líderes que responderam o

questionário e a entrevista. Como ocorre em toda pesquisa qualitativa, as opiniões se divergem de

acordo com a subjetividade de cada participante, porém não compromete a importância da pesquisa,

visto que cada profissional posicionou sua opinião abrindo espaço para debates e reflexões. A

conclusão da autora acerca do estudo elaborado a levou a sugerir propostas de novas investigações

sobre o assunto.

4. A CONSTRUÇÃO DA INTELIGÊNCIA AO LONGO DO TEMPO

Para Zohar e Marshall (2000) numa análise mais moderna, a inteligência humana tem influência da

genética, experiências diárias, saúde física e mental, alimentação, quantidade de exercícios que

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praticamos, tipos de relacionamentos que construímos e vários outros fatores. Afirmam ainda, que

além das sete inteligências definidas por Gardner na teoria das inteligências múltiplas podem existir

outras infinitas, porém estão ligadas e são variações de três sistemas neurais do cérebro: O quociente

Intelectual (QI), emocional (QE) e espiritual(QS). Sobre o funcionamento das três inteligências Zohar

e Marshall concluem:

Em condições ideais, as três inteligências básicas funcionam juntas e se apoiam mutualmente. O modo

como funciona nosso cérebro permite que elas tenham condições de fazer isso, mas todas, o QI, QE e

QS, apresentam uma área própria em que são mais fortes e podem também funcionar separadamente.

Isto é, não somos necessariamente poderosos ou fracos em todas as três ao mesmo tempo. Não

precisamos ter um poderoso QI ou QS para termos um QE alto podemos ser fortes em QI e fracos e

QE e QS, assim por diante.

Segundo Torralba (2013,p.36), a inteligência espiritual veio corroborar cientificamente o que já era

uma convicção plenamente presente em toda tradição filosófica do ocidente, a saber que o ser humano

não pode se definir, unicamente, como um ser pensante, mas como um ser que sente, que é dotado de

coração.

A inteligência emocional pode se confundir com a terceira inteligência comentada a seguir

(inteligência espiritual) pelo alto grau que o QE fornece de consciência social e empatia cognitiva

dando habilidade de perceber o que o outro sente sem o uso das palavras. Porém no livro “O cérebro e

a inteligência emocional” de Daniel Goleman com novas perspectivas da dinâmica da inteligência

emocional, se aborda o tema do lado obscuro da inteligência emocional em que afirma que um

psicopata mapeia muitos aspectos da inteligência emocional, pois pode ser muito bom na empatia

cognitiva que é perceber as emoções, mas carecem de empatia emocional que é a capacidade de sentir

o que o outro sente e por definição, um psicopata não se importa com as consequências humanas de

suas mentiras, manipulações e crueldade. A Inteligência espiritual analisada a seguir não só supre esta

carência como outras necessidades que tanto aflige a sociedade moderna como a busca do sentido e

resiliência (capacidade de superação).

4.1. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL, RELIGIOSIDADE, ESPIRITUALIDADE E SAÚDE MENTAL

Segundo Oliveira, Pascoalicchio, e Primi (2012), na última década a relação entre a espiritualidade,

religiosidade e saúde mental tem sido muito investigada na comunidade científica.

Sobre a saúde mental, Zohar e Marshall (2000) afirmam que psicopatologia Freudiana explica como a

psique pode sair do estado de equilíbrio ou ser prejudicada por emoções hostis como: raiva, medo,

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obsessão, repressão e compulsão, o que poderia ser definido também como doença espiritual. A

doença espiritual seria um problema de relacionamento com o centro profundo do eu. Afirmam ainda

que na patologia espiritual, temos de lidar com as mesmas doenças de que tratam a psicologia e a

psicologia ocidental tradicional.

Oliveira, Pascoalicchio, e Primi (2012) afirmam ainda que estudos internacionais revelam que as

pessoas que recorrem à fé ou à espiritualidade para lidar de forma mais efetiva com quadros

emocionais negativos conseguem obter resultados mais eficazes no enfrentamento de algum problema

e que a questão da crença religiosa ou espiritual poderia ser um fator que promoveria uma mudança

comportamental de tal modo que as pessoas ficariam impelidas a acreditar na certeza da melhora.

Cabe porém, diferenciar a religiosidade da espiritualidade. Para Zohar e Marshall (2000), a

religiosidade é um conjunto de regras e crenças impostas de fora por sacerdotes, profetas ou livros

sagrados. Já a espiritualidade é uma capacidade interna, inata do cérebro e da psiquê humana que

aplica sentindo na solução de problemas e nos torna seres verdadeiramente íntegros. Logo, é anterior a

qualquer cultura específica ou expressão religiosa. Esclarecem ainda as consequências de um bom grau

de quociente espiritual (QS).

Somos consumidos demais pelo desejo de poder, confiamos demais nas convenções, ficamos

obsecados com detalhes, inclinados demais para rebelião, ou o que seja. Quando é alto nosso QS e

estamos em contato com nossa totalidade, nossa personalidade expressa um pouco de líder, um pouco

de artista, um pouco de intelectual (…).

Seguindo esta visão, o desenvolvimento da inteligência espiritual se mostra um grande

diferencial para o trabalho de liderança conforme aprofundado no capitulo seguinte.

4.2. INTELIGÊNCIA ESPIRITUAL E LIDERANÇA

Segundo Gustavo e Magdela (2002) atualmente discutem-se processos sociocráticos de

decisão como espiritualidade nos negócios, responsabilidade pelo todo, ética nos negócios, entre

outros conceitos que impulsionou a busca de um novo conceito de liderança voltado para um processo

de maestria pessoal que seria um mergulho em si mesmo, um processo de autoconhecimento, profunda

reflexão, meditação e prática de um comportamento inspirador, ou seja, o novo líder busca o

autoconhecimento se opondo ao velho chefe que descarrega seus problemas inconscientes em seus

subordinados. Diz ainda que um dos requisitos centrais da boa liderança é a capacidade de inspirar as

pessoas, movê-las, encorajá-las e puxá-las para uma atividade, ajuda-las a manter-se centradas e

focadas operando na capacidade máxima. Como a inteligência espiritual pode ser importante neste

contexto?

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No livro Insights on leadership de Ken Blanchard citado por Gustavo e Magdela (2002),

abordam o conceito de liderança servidora em que o líder trabalha para seus subordinados atingirem

suas metas. Blanchard cita Jesus como um grande exemplo de inteligência espiritual para um bom

trabalho de liderança usando o conceito de liderança servidora:

Todos os reis da História mandaram seus povos morrer por eles. Só há um rei que decidiu morrer por

seu povo (...). Ele de fato construiu uma equipe de gestão, os doze apóstolos e foi à luta recrutando

pessoas inexperientes (poderia ter procurado bons pregadores). Nenhum dos doze tinha tinha

experiência anterior na atividade para a qual foi selecionado, mas todos passaram no teste maior, que é

fazer as coisas acontecerem quando o chefe não está mais junto. (...) Qualquer um que deseje ser o

primeiro deve ser o último e o servidor de todos. Era importante que as respostas de Jesus fossem

claras para seus discípulos tanto em palavras como em atos. Qual dos leitores foi convidado a ir à casa

de seu chefe recentemente e ao chegar lá a primeira coisa que o chefe fez foi tirar-lhe os sapatos e

lavar-lhes os pés? Quando Jesus lavava os pés de seus discípulos estava mostrando simbolicamente

uma liderança servidora.

Por fim, Gustavo e Magdela (2002) afirmam a importância de a liderança incentivar o sentido de

equipe que apenas se dá com uma gestão “integral” que se baseia no maior conhecimento, domínio do

corpo, da alma e do espírito - com maior autoconsciência, a fim de que, naturalmente, com base na

solidariedade verdadeira, que é servidora, se formem equipes eficientes. Este conceito se aproxima ao

pensamento de Wolman (2002) criador do inventário PSI o qual mede o grau de inteligência espiritual

e foi aplicado nesta pesquisa. Wolman (2002) diz que cada um de nós possui uma inteligência

espiritual e que temos capacidade de pensar com a alma, apesar dos conceitos inteligência e

espiritualidade se oporem devido a objetividade que o conceito de inteligência exige. Porém segundo

ele, a subjetividade e objetividade convivem dentro de cada um de nós e compreender nosso eu

espiritual e as maneiras inteligentes de lidar com a espiritualidade se faz extremamente necessário na

atualidade.

4.3. RESULTADOS DE UMA PESQUISA SOBRE INTELIGENCIA ESPIRITUAL COM A

LIDERANÇA

4.3.1 A AMOSTRA

Aos 16 gestores participantes foi enviado o convite com link para participação na pesquisa com

o inventário PSI e explicação sucinta da pesquisa a ser desenvolvida. As empresas a que pertencem os

líderes da presente amostra foram. 4 diferentes áreas: de petróleo e Gás, Militar, Arquitetura e

publicitária. Ao responder o questionário o percentual de resposta foi automaticamente contabilizado

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no site para os sete fatores analisados: Divindade, Diligência, Percepção extra-sensorial,

intelectualidade, Comunidade, Trauma e espiritualidade na infância.

4.3.2 O PROBLEMA

Conforme apresentado no capítulo 1, foi destacado a supervalorização de valores na sociedade atual

como: materialismo, velocidade das informações e consumismo exagerado que acaba por afastar o ser

humano do silêncio, tranquilidade e autoconhecimento que nos conecta com a nossa realidade interior

e verdadeiro sentido da vida. Este afastamento pode gerar sérios problemas para um trabalho de

liderança que exige tomada de decisões rápidas que influenciam na vida de outras pessoas. Desta

forma, para destacar a relevância da dimensão espiritual para o trabalho de liderança, além da pesquisa

bibliográfica fez-se necessário um estudo de caso para investigar diante de uma amostra de líderes suas

percepções sobre o assunto e até mesmo abrir espaço para reflexões e um despertar para um lado

muitas vezes adormecido diante da correria e pressões exigidos pela vida moderna.

4.3.3 ENTENDENDO O INVENTÁRIO PSI (PSYCHOMATRIX SPIRITUALITY INVENTUARY)

DE WOLMAN E SUA CONSTRUÇÃO.

Hohgraefe (2006) em sua tese de mestrado descreve toda a construção do Inventário PSI de Wolman

(2002). Wolman, psicoterapeuta norte americano desenvolveu uma pesquisa que construiu declarações

de familiares, amigos, membros do clero, psicólogos, estudiosos, escritores, músicos que descrevesse a

experiência e comportamento espiritual através de uma análise com psicólogos de sua formação,

analisando relatos de pacientes e de religiosos afim de entender se a psicopatologia poderia ser

separada da espiritualidade e se seria possível expor as características desta dimensão espiritual num

inventário de uma forma que pudesse ser medida sem se prender a uma crença específica. O teste

piloto do PSI foi com 714 indivíduos que participaram de congressos orientados e concentrados em

consciência mente/corpo, cura, práticas espirituais e consciência/auto-concessão de poder. Este

inventário foi validado para a realidade brasileira ao ser utilizado em pesquisa de mestrado por

Shaeffer (2003) e portal el al (2004/2005) PUCRS.

A amostra de pesquisa era de diferentes níveis sociais, econômicos e de escolaridade, sendo

mais da metade com nível superior e com idade oscilando entre dezoito a oitenta anos. Com este rico e

vasto material foi feito uma análise de fatores estatístico em que foi feito agrupamento de respostas

com consistências estatísticas emergindo em sete fatores com pontos em comum de respostas num

grupo de respostas sobre espiritualidade. Dois indicativos importantes foram analisados. Um deles é

que o grau de espiritualidade aumenta de acordo com o aumento da idade o que se pode atribuir ao fato

de que a medida que as pessoas envelhecem acumulam mais experiência de vida e perda de pessoas

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queridas tornando-as mais sensíveis ao lado espiritual. O outro é o resultado ser mais alto para as

mulheres e isso pode ser explicado não pelo fato de terem maior espiritualidade que os homens, mas

por se sentirem mais a vontade de falar sobre o assunto.

O Resultado deste estudo foi publicado no New age Journal em 1997 incluindo um convite para

os leitores participarem e milhares de pessoas participaram ampliando com dados novos sua pesquisa e

confirmando com dados estatísticos os resultados anteriores. A natureza representativa da amostra se

expandiu com a participação de pessoas não interessadas em espiritualidade, pacientes submetidos a

quimioterapia, grupo de presidiários tornando a amostra mais representativa da população em geral.

Wolman (2002) percebeu que as noções sobre a espiritualidade são vagas e mal definidas e que a

maioria das pessoas que falam sobre espiritualidade possuem relatos que constitui um campo de

conhecimento subjetivo que merece atenção e uma pesquisa significativa de análise para que esta

inteligência possa ser melhor desenvolvida e explorada no ser humano.

Tendo em vista a contextualização histórica do PSI e seu reconhecimento pelo conselho federal de

psicologia segundo OLIVEIRA, PASCALICCHIO, LEDIER e PRIMI (2012), pode-se compreender a

importante contribuição deste instrumento para a investigação do mundo espiritual. O inventário com

as 49 questões enfoca sete fatores: Divindade, Diligência, Percepção Extra-Sensorial, intelectualidade,

Comunidade, Trauma e espiritualidade na infância. Com o retorno do inventário respondido foi

realizado a apuração dos escores através da tabela de apuração de resultados. De acordo com a tabela

de Wolman pode haver os seguintes resultados: baixo, moderado e alto que são diferentes para homens

e mulheres.

Com os resultados apurados através de um referencial descritivo dos sete fatores, foi marcado

um encontro individual onde o resultado do participante pôde ser analisado por ele. Este referencial

continha a descrição do significado de todos os resultados nas diferentes alternativas (alto, moderado e

baixo) com o resultado do participante assinalado em cada fator.

Da compreensão e interpretação dos resultados individual de cada participante foi realizada uma

entrevista individual semi-estruturada , com o intuito de investigar e estimular reflexão a partir das

seguintes perguntas:

Qual era tua expectativa sobre esta pesquisa antes de responder o questionário?

Como se percebeu ao responder o questionário?

Que compreensões (sentimentos) emergiram ao analisar o resultado do inventário em seus diferentes

fatores que descrevem tua experiência espiritual.

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Tendo em vista os propósitos e objetivos que um trabalho de liderança exige, o que com esta

experiência considera importante para o seu trabalho de tomada de decisão?

3.4 ANÁLISE GERAL DOS DADOS DA PESQUISA

Conforme apresentado abaixo na Figura 1 de análise percentual das respostas pode-se observar

que dos 16 gestores 3 fatores se mostraram baixo em que a maioria das respostas (mais de 60%) foram

nunca e raramente, foram os fatores: comunidade, percepção extra-sensorial e trauma. O fator

comunidade representa participação em atividades sociais como associações de pais e mestres ou

atividades voluntárias e beneficentes como trabalhar com pessoas menos afortunadas ou em

desvantagem social.

O Fator percepção extra-sensorial compreende os itens que pertencem ao “sexto sentido” ou a

eventos psíquicos paranormais que vão desde receber telefonemas ao pensar em alguém a experiências

fora do corpo ou quase morte. O fator trauma é o estímulo à espiritualidade em função de uma crise,

experiência de doença, física ou emocional em si mesmo ou de uma pessoa querida. No caso extremo,

perda real de uma pessoa querida.

Dois fatores (Divindade e intelectualidade) se mostraram com alto índice de respostas frequentemente

e quase sempre. O fator divindade está associado ao conhecimento intuitivo de uma fonte de energia

divina, ser superior ou sentimento de assombro na presença de fenômenos naturais. O fator

intelectualidade representa o compromisso na leitura, estudo ou discussão de textos sagrados ou

espirituais e questionamento ativo dos ensinamentos tradicionais da religião. Já os fatores

espiritualidade na infância e diligência se mostraram divididos entre as respostas Nunca/Raramente e

frequentemente/quase sempre. O fator espiritualidade na infância se refere a experiências espirituais na

infância e o fator diligência está ligado aos processos de equilíbrio corporal, como técnicas de

relaxamento e alimentação consciente. Cabe ressaltar o índice baixo para a pergunta de uso de técnicas

de relaxamento para reduzir o estresse, 81,3% das respostas foram nunca e raramente. Já 80% das

respostas foram frequentemente e quase sempre para a questão do fator de diligência: “Eu reservo um

tempo para contemplação e auto reflexão” e também para a questão do fator de espiritualidade na

infância: “Frequentei cerimônias religiosas quando criança”.

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LEDENDA BAIXOGRAUDEINTELIGENCIAESPIRITUALALTOGRAUDEINTELIGENCIAESPIRITUAL

FATOR Nº QUESTAO Nunca Raramente Freqüentemente Quase(maisde50%)Sempre

COMUNIDADE 3

Eumeconsultocommembrosdocleroouterapeutas

espirituais.56.3% 6.3% 25.0% 12.5%

COMUNIDADE 14

Participodeatividadescomunitárias,comoassociaçãode

paiseMestres,atividadescivicasouorganizaçõespolíticas.

56.3% 18.8% 12.5% 12.5%

COMUNIDADE 21 Façotrabalhovoluntáriocomnecessitados,sem-teto,etc. 40.0% 26.7% 26.7% 6.7%

COMUNIDADE 33

Freqüentoaulasouoficinasdetrabalhosobre

espiritualidade.60.0% 13.3% 6.7% 20.0%

COMUNIDADE 37 Dedicotempoaumacomunidadeespiritual. 50.0% 25.0% 0.0% 25.0%

COMUNIDADE 43 Freqüentocerimôniasreligiosas. 12.5% 50.0% 12.5% 25.0%

COMUNIDADE 45 Minhafamíliaencorajavaoserviçocomunitário. 37.5% 43.8% 12.5% 6.3%

DILIGENCIA 1 Eureservoumtempoparacontemplaçãoeauto-reflexão.6.3% 18.8% 62.5% 12.5%

DILIGENCIA 10 Prestoumaatençãoespecialnosalimentosquecomo. 0.0% 50.0% 25.0% 25.0%

DILIGENCIA 17 Pensoemminhaalmavivendoalémdomeucorpo. 25.0% 25.0% 18.8% 31.3%

DILIGENCIA 22 Usotécnicasderelaxamentoparareduziroestresse. 25.0% 56.3% 12.5% 6.3%

DILIGENCIA 29 Sinto-meconectadoaomeucorpo. 0.0% 0.0% 50.0% 50.0%

DILIGENCIA 40 Ameditaçãoéumapartesignificativadaminhavida. 25.0% 43.8% 12.5% 18.8%

DILIGENCIA 46Usoterapiasalternativascomoacupuntura,aromaterapiaoumassagens.

53.3% 33.3% 6.7% 6.7%

DIVINDADE 2 Asbênçãosmeconfortam. 18.8% 12,5 25.0% 50.0%

DIVINDADE 7

Quandovejoumdeslumbrantepôr-do-soloualvorecer,

vivoumbelodiaouobservoaestruturadeumaflorou

umcéuestrelado,perceboumapresença.

12.5% 31.3% 12.5% 43.8%

DIVINDADE 11

Lembroamimmesmoqueossereshumanosestãoaqui

porumpropósito.12.5% 12.5% 43.8% 31.3%

DIVINDADE 19 SintoqueaminhavidaédirigidaporDeus. 6.3% 18.8% 18.8% 56.3%

DIVINDADE 24Entendooseventosdavidacomopartedeumplanodivino.

12.5% 12.5% 31.3% 43.8%

DIVINDADE 30 Sinto-mepróximodeDeus 6.3% 18.8% 37.5% 37.5%

DIVINDADE 34 Sintoapresençadeumaforçamaiordoqueeumesmo. 25.0% 6.3% 12.5% 56.3%

EXTRA-SENSORIAL 13Pressintoquealgumacoisavaiacontecerantesqueaconteça.

12.5% 50.0% 18.8% 18.8%

EXTRA-SENSORIAL 16

Praticoyoga,meditação,taichiououtrastécnicasde

relaxamento.71.4% 14.3% 14.3% 0.0%

EXTRA-SENSORIAL 32Usoguiasespirituaisparameajudaremaatravessarcrises.

56.3% 6.3% 18.8% 18.8%

EXTRA-SENSORIAL 36Sintoapresençadepessoasqueridasquejánãoestãovivas.

81.3% 18.8% 0.0% 0.0%

EXTRA-SENSORIAL 39

Recorroaomeuanjodaguardaquandoprecisode

orientação.50.0% 25.0% 6.3% 18.8%

EXTRA-SENSORIAL 42

Recebotelefonemasdepessoasexatamentequando

estavapensandonelasoulogodepois.12.5% 43.8% 25.0% 18.8%

EXTRA-SENSORIAL 47 Conversocompessoasquejámorreram. 93.8% 6.3% 0.0% 0.0%

INFÂNCIA 4Meuspaisesperamqueeufreqüentecerimôniasreligiosas.

18.8% 12.5% 43.8% 25.0%

INFÂNCIA 8 Eurezavaànoite,antesdedormir,quandoeracriança. 6.3% 12.5% 18.8% 62.5%

INFÂNCIA 18

MeuspaisliamaBíbliaoulivrosdeoutrasreligiõespara

mimquandoeueracriança.31.3% 37.5% 18.8% 12.5%

INFÂNCIA 26 Praticoatualmenteminhareligiãodenascença. 43.8% 31.3% 6.3% 18.8%

INFÂNCIA 27 MeuspaisfalavamcomigosobreDeus. 12.5% 37.5% 31.3% 18.8%

INFÂNCIA 28 Freqüenteicerimôniasreligiosasquandocriança. 6.3% 12.5% 37.5% 43.8%

INFÂNCIA 48 Minhafamíliapraticavarituaisespirituaisespecíficos. 87.5% 12.5% 0.0% 0.0%

INTECTUALIDADE 6

Eudiscutoespiritualidadeabertamentecomminha

famíliaeamigos.6.3% 31.3% 25.0% 37.5%

INTECTUALIDADE 15 DiscutoaexistênciadeumSerSuperior. 12.5% 25.0% 25.0% 37.5%

INTECTUALIDADE 20

GostodelerlivroscomoaBíblia,oCorão,osUpanishads,

oLivroTibetanodosMortos,etc.37.5% 31.3% 0.0% 31.3%

INTECTUALIDADE 23 Leiosobrequestõesespirituais. 31.3% 12.5% 25.0% 31.3%

INTECTUALIDADE 35

Explicaçõescientíficasmedãopazdeespíritoem

situaçõesconfusasdavida.25.0% 43.8% 18.8% 12.5%

INTECTUALIDADE 38 Pensonavida,namorteenavidaapósamorte. 25.0% 12.5% 31.3% 31.3%

INTECTUALIDADE 41 Questionomuitosdosensinamentosdareligião. 12.5% 25.0% 50.0% 12.5%

TRAUMA 5 Eupensonosgravesdanosfísicosquemeocorreram. 37.5% 56.3% 6.3% 0.0%

TRAUMA 9Testemunheidoençasgravesempessoaspróximasamim.

0.0% 56.3% 31.3% 12.5%

TRAUMA 12 Cuideideparentesouamigosfisicamentedoentes. 6.3% 56.3% 25.0% 12.5%

TRAUMA 25 Pensonaexperiênciadevidaspassadas. 56.3% 31.3% 6.3% 6.3%

TRAUMA 31 Presencieitraumaemocionaloupsíquicoempessoas 25.0% 43.8% 12.5% 18.8%

TRAUMA 49 Tenholembrançasdeexperiênciasdequase-morte. 87.5% 12.5% 0.0% 0.0

TRAUMA 44 Experimenteitraumafísicoeemocional 31.3% 37.5% 31.3% 0.0%

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Figura 1: Análise percentual do inventário PSI

3.5. ANÁLISE INDIVIDUAL DOS DADOS DA PESQUISA

Entrevistado 1 – Arquiteto

As respostas deste entrevistado apontaram a predominância do resultado baixo nos 7 fatores.

Expressou na entrevista que o resultado ressaltou seu lado pragmático e que tem orgulho de ser como é

mesmo sem espiritualidade desenvolvida e profundidade nas reflexões da vida. Se acha feliz, com paz

interior e se relaciona de forma sadia com seus semelhantes. No primeiro momento, achou que a

espiritualidade estava ligada apenas a crença em algo superior que rege sua vida mas que ao refletir na

questão de consciência corporal, identificou ser algo que deve ser mais trabalhado para poder ter o

máximo de clareza nas tomadas de decisões.

Entrevistado 2 – Técnica de operação e manutenção

As respostas apontaram predominância do resultado alto, moderado apenas para a intelectualidade e

trauma e baixo para diligência. Na entrevista revelou que a expectativa na pesquisa era diferente, pois

as perguntas eram bem específicas para a espiritualidade comparando com o profissional e achou que

seria o contrário. Ao responder as perguntas despertou uma reflexão a respeito de sua personalidade

contemplativa e que isso pode tirar o foco no profissional, pois acreditar que as coisas venham muito

de Deus pode atrapalhar correr atrás das coisas. Sente falta em seu trabalho mais objetividade e

praticidade e que excesso de espiritualidade pode atrapalhar, porém acredita que para tomada de

decisão ajuda mais que atrapalha devido a maior sensibilidade e percepção com o outro e consigo

mesmo.

Entrevistado 3 – Gerente de operação e manutenção

As respostas deste entrevistado prevaleceu o resultado alto para 4 fatores, moderado para trauma e

baixo para percepção extra-sensorial e comunidade. Na entrevista revelou ter ficado curioso com o

tema, pois já tinha familiaridade com o tema inteligência emocional mas não conhecia esta nova

inteligência que acredita ser complementar e importante para o ser humano. Revelou ser bastante

pragmático e racional e justamente por isso acredita ser impossível tudo ser explicado pelo que a vista

pode alcançar. Identifica que o controle do estresse é algo que precisa ser mais desenvolvido para

trabalhar internamente, e criar um mecanismo mais elaborado de controle para conseguir em

determinadas situações não se abalar negativamente com suas emoções. Já na tomada de decisão

acredita que precisam serem tomadas racionalmente mas sempre se colocando no lugar do outro.

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Acredita que nenhuma empresa sobrevive trabalhando com apenas um tipo de Inteligência seja

intelectual, emocional ou espiritual.

Entrevistado 4 – Coordenador de acompanhamento e controle

As respostas para este entrevistado foi alto para divindade e espiritualidade na infância, moderado para

percepção extra-sensorial, comunidade e trauma. Baixo para intelectualidade e diligência. Revela ter

ficado curioso para saber seu resultado e reconhece que por mais que acredite em determinadas coisas

não se dedica pela falta de tempo e que deveria desenvolver mais certos pontos como a diligência. Para

tomada de decisão acha extremamente necessário o equilíbrio em todos os tipos de inteligência, logo

reconhece a importância da inteligência espiritual. Acha que um líder pode até negar acreditar em

Deus devido a função exigir muito o racional, mas esta exigência da racionalidade pode confundir com

a descrença em Deus. Acha que todo mundo tem um lado espiritual, pois uma hora na vida isso se

manifesta.

Entrevistado 5 – Supervisor técnico

As respostas apontaram a predominância do resultado baixo em 5 dos 7 fatores, sendo alto para

espiritualidade na infância e moderado no trauma. A entrevista revelou que achou o tema interessante e

lembrou de quando era criança e fez pensar sobre Deus. Não achou que o resultado gerou alguma

necessidade de mudança em seu comportamento, mas acha que estar bem consigo mesmo ajuda na

tomada de decisão e se colocar no lugar dos outros e que a espiritualidade ajuda neste processo. O

entrevistado sente falta de técnicas de relaxamento como atividades de caminhada, exercício ou tocar

violão.

Entrevistado 6 – Ex-oficial da Marinha

O Entrevistado apresentou predominância do resultado alto nos 6 dos 7 fatores e moderado no fator

diligência. Na entrevista revelou que sua expectativa era que o questionário fosse menos subjetivo,

pois a espiritualidade tem vários entendimentos e não é toda pessoa que entende que precisa estar

relaxado para atingir um alto grau de espiritualidade, então achou o questionário parcial, porém dentro

dos fatores apresentados percebeu que poderia melhorar em alguns aspectos como no que diz a

contemplação, pois surgiu a reflexão de que quando estava em maior comunhão com Deus seguindo

sua palavra acertava mais em suas decisões. O despertar para este assunto é válido porque a tomada de

decisão afeta não só a instituição, mas principalmente as pessoas que tem a sua parte espiritual e que

com este cuidado e compreensão as respostas são mais apropriadas para um determinado problema.

Nossa direção espiritual com certeza não é separada da direção profissional e se seguimos o caminho

do amor e de Deus acertamos mais diante das dúvidas.

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Entrevistado 7 – Supervisor técnico

O entrevistado apresentou resultado baixo em todos os fatores exceto espiritualidade na infância.

Revelou que ficou surpreso com algumas perguntas, porém o resultado bateu exatamente com sua

personalidade e se quiser mudar em algo tem o caminho porém está satisfeito com o resultado de seu

trabalho de liderança. Revela ser bastante racional e não acha que a espiritualidade possa ajudar no seu

trabalho. Acredita em Deus, mas é bem prático, acha que tem coisas que não se explica, mas prefere

não se envolver com coisas espirituais pois sua dinâmica funciona de maneira prática e racional.

Entrevistado 8 – Ex-supervisor técnico

O entrevistado apresentou resultado alto para os fatores divindade, trauma e espiritualidade na

infância. Moderado para diligência, percepção extra sensorial e intelectualidade e baixo para

comunidade. Na entrevista revelou ter concordado com o resultado a respeito da sua personalidade e

considera que a função de liderança requer um grande autoconhecimento, pois a tomada de decisão

interfere na vida de outras pessoas e quando você se conhece melhor pode liderar, controlar sua

emoções tendo uma maior empatia com os liderados. O resultado de baixa comunidade o fez pensar se

pode ser algo que precise melhorar, mas o alto grau de espiritualidade sem dúvida é importante para o

trabalho de liderança pois o líder tende a ser engolido por valores do lucro, produção que desumaniza

seu papel de líder e pode ficar fixado em índices e não no bem estar das pessoas e sendo

espiritualmente inteligente você tem este olhar para a dificuldade do ser humano e não só nos

processos e resultados que a empresa quer.

Entrevistado 9 – Supervisor técnico

As respostas deste entrevistado apontaram a predominância do resultado alto em seis dos sete fatores,

apresentado moderado apenas para diligência. Na entrevista expressou interesse em saber seu nível de

espiritualidade e percebeu o quanto estava afastado e distante do lado espiritual e tudo que foi

aprendido na infância. Ficou surpreso em perceber que a questão da fé é algo que não sai da gente e

que num dado momento da nossa vida isto aflora e direciona a gente. Teve uma auto-reflexão de

lembranças da vida ao responder o questionário, traumas e o quanto isto o influencia se perceber.

Reviveu certas sensações do passado achou gratificante esta experiência nostálgica, pois quando

começou a responder a pesquisa pensou ser algo superficial, mas o assunto foi o envolvendo e

contagiando com as lembranças.

Sentiu falta de viver na prática a vida espiritual, pois acaba por priorizar outras coisas na correria do

dia a dia. Devido ao trabalho sob pressão e estresse se sente muitas vezes só, e sente precisar liberar

este estresse através da auto-reflexão, oração, relaxamento, trabalho em grupo numa instituição

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religiosa e o resultado despertou a consciência para esta grande necessidade. Acha que a inteligência

espiritual é fundamental para a tomada de decisão, pois acha que as decisões mais acertadas são

aquelas que são feitas de uma maneira mais humana, sem frieza e falta de empatia, não simplesmente

cobrar resultado sem dar o respaldo psicológico e orientação necessária para obter o melhor do

liderado.

Entrevistado 10 – Consultor técnico

As respostas deste entrevistado apontaram a predominância do resultado Moderado em 4 dos sete

fatores e 3 altos para divindade, comunidade e intelectualidade. Na Entrevista revelou que o tema

despertou sua curiosidade para saber como que o tema pode ser aplicado na psicologia, pois nunca

tinha ouvido falar desta correlação. Achou que o resultado correspondeu exatamente a sua

personalidade e não sentiu necessidade de mudança. Relata estudar bastante sua linha religiosa e usa

isto para toda sua vida, visto que os escritos da igreja do primeiro século são escritos presando por

sabedoria e consegue aplicar isto com pessoas e em tomadas de decisões no trabalho. Relata que

quando se depara com uma decisão que não se tem amplitude de certeza para a atitude correta, segue

como a bíblia orienta de buscar a multidão de conselheiros na sabedoria, logo, busca pessoas para

conversar para chegar a esta certeza, pois acredita que se os subordinados confiam em você e te acham

sábio, irão cooperar mais fácil.

Entrevistado 11 – Supervisor técnico

As respostas deste entrevistado apontaram um resultado alto para os fatores espiritualidade na infância

e percepção extra-sensorial. Moderado para diligência e baixo para divindade, comunidade,

intelectualidade e trauma. Na entrevista relatou ter interesse com o questionário saber através de uma

visão externa sobre sua liderança e esperava se deparar com questões técnicas e não espirituais.

Identificou-se com o resultado do questionário e o aplicou como mais uma forma de se conhecer do

que como algo que tenha que ser melhorado. Acredita que a espiritualidade seja importante na tomada

de decisão para conseguir tomar uma decisão mais acertada através da reflexão, pois sua forma de

trabalho é pautado no racional e sua fé é limitada aos objetivos e resultados.

Entrevistado 12 – Oficial da Marinha

As respostas deste entrevistado apontaram a predominância do resultado alto em 6 dos sete fatores e 1

moderado para espiritualidade na infância. Na entrevista relatou que esperava que o questionário fosse

para medir algo que ele percebeu no trabalho que na hora do almoço algumas pessoas tiravam um

tempo para buscar sua religião e notou que aquelas pessoas voltavam diferente e transferia isto para o

trabalho na melhora do relacionamento com as pessoas, apesar de perceber também o choque entre as

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religiões causando a separação em grupos. Surgiu a surpresa com o tema de que a espiritualidade

pudesse influenciar no trabalho, pois trabalha com pessoas altamente técnicas que tomam decisões

baseando-se no racional e conhecimento técnico, mas em contrapartida percebe em seu trabalho que as

pessoas tem maior credibilidade e confiança em suas decisões por saberem de sua dedicação a religião.

Todas suas decisões são baseadas em reflexões, consultas e orações, e percebe que quando suas

decisões não foram certas teve uma falha nesta reflexão. Acha, porém, que o elevado grau de

espiritualidade pode atrapalhar às vezes no trabalho, pois a grande intimidade com Deus pode não ter

efeito prático e objetivo para o trabalho, mas sim apenas na dimensão espiritual, ainda assim acha que

existe mais benefício que malefício do alto grau de espiritualidade para tomada de decisão.

Entrevistado 13 – Analista de contratos e suprimentos com função de liderança

As respostas deste entrevistado apontaram a predominância do resultado alto em 6 dos sete fatores e 1

baixo para espiritualidade na infância. A expectativa do entrevistado com a pesquisa era aprender com

o resultado para aplicar em seu trabalho. Na entrevista relatou ter refletido e feito uma autoanálise com

o resultado de suas respostas entendendo cada fator. Percebeu uma necessidade de ser mais altruísta e

descentralizador em sua liderança. Dentro do conceito da misericórdia, tolerância, paciência que sua

religião ensina acha que sua liderança precisa ser mais trabalhada neste sentido. Nisso entra a questão

do autoconhecimento, para se analisar e ver que tem que melhorar nisso. A oração atua para melhorar

esta autoanálise e a tomada de decisão nunca é feita de forma imediata, a alta espiritualidade ajuda

neste sentido, para ponderar e pensar na melhor decisão relata ainda que seu direcionamento está nos

ensinamentos bíblicos que atua como um manual.

Entrevistado 14 – supervisor técnico

As respostas deste entrevistado apontaram um resultado Alto para os fatores Divindade, trauma e

espiritualidade na infância. Moderado para Percepção extra-sensorial e comunidade e baixo para

intelectualidade e diligência. Na entrevista relatou ficar curioso com o tema por ter um perfil

extremamente racional. Conseguiu fazer uma reflexão com a leitura do resultado no sentido de

considerar importante para a tomada de decisão uma auto reflexão, pois tem decisões que precisam ser

feitas imediatamente sem tempo de refletir, de forma racional, outras tem tempo para maior reflexão

para tomar decisões acertadas e que o resultado mostrou ser um fator de espiritualidade que pode ser

melhor desenvolvido e ajudar na tomada de decisão.

Entrevistado 15 – Consultor de negócios

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As respostas deste entrevistado apontaram o resultado Alto para os fatores divindade, percepção extra-

sensorial e espiritualidade na infância. Moderado para diligência, intelectualidade e trauma e baixo

para comunidade e trauma. Na entrevista relatou que ao responder fez uma análise crítica de cada

pergunta e o que queria medir, concordou com o resultado do seu perfil, porém não gerou nenhum tipo

de reflexão. No entanto, acredita que a espiritualidade seja importante na tomada de decisão no que diz

a respeito de valores éticos, pois quanto maior a espiritualidade, maior será seus princípios éticos e

valores, logo serão cumpridos mesmo que a cultura da empresa em certos momentos de indique o

contrário.

Entrevistado 16 – Coordenador de operação e manutenção

As respostas deste entrevistado apontaram o resultado Alto para os fatores divindade, comunidade e

espiritualidade na infância. Moderado para percepção extra-sensorial, intelectualidade e trauma e baixo

para diligência. Na entrevista relatou desconhecer a correlação entre liderança e espiritualidade e

entende que não é possível dissociar os dois aspectos, ou seja, a liderança exercida profissionalmente

está necessariamente interligada aos princípios de formação (inclusive religiosa) de cada pessoa. Ou

seja, inicialmente pareceu meio estranho, depois, ao longo do questionário, pareceu mais natural

inclusive refletindo poder melhorar no fator diligência. Acredita que a postura de uma pessoa é

influenciada, em todos os momentos, por sua visão de espiritualidade, por tal razão vemos que fatores

não tradicionais, diferentes da razão pura, são usados para tomadas de decisão, como é o caso do uso

de intuição

3.5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Foi possível analisar através dos resultados do PSI que desenvolvemos um modo pessoal de

usar e expressar a inteligência espiritual. Percebe-se que mesmo com a maioria da amostra dos

entrevistados exercerem funções técnicas que tendem para um pensamento mais racional e objetivo, o

resultado do fator de divindade que demonstra uma conexão com um ser superior e força da natureza

apareceu alto. Além disso, a análise dos resultados gerou em cada gestor um momento de reflexão que

para muitos serviu para reavaliar comportamentos em seu trabalho como líder e linguagem para

abordar pessoas, conhecer seus pensamentos, sentimentos, práticas e experiências espirituais. A

maioria percebe a importância da inteligência espiritual para um bom trabalho de liderança e tomada

de decisões.

O inventário PSI se mostrou um instrumento de base para se detectar a área em que se pode

concentrar o esforço para o desenvolvimento evolutivo. Wolman (2002) afirma que mesmo aqueles

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que são resistentes a qualquer assunto “espiritual” podem com um pouco de estímulo começar a

perceber sua própria espiritualidade, o que foi comprovado e afirmado na presente pesquisa.

4. CONCLUSÃO E RECOMENDAÇÕES FUTURAS

Pôde-se concluir com esta pesquisa que a Inteligência emocional apresentada por Goleman

(1996) despertou para uma nova percepção além do racional e lógico, que percebe nossos sentimentos

os sentimentos dos outros, bem como o elo entre uma e outra emoção e sensações corporais, emoções

e meio-ambiente. Mas precisamos ir além, compreender quem somos, o que as coisas significam para

nós e como elas dão sentido às nossas vidas.

Desta forma, ficou claro através da pesquisa bibliográfica e qualitativa que estes questionamentos

existenciais, as razões que o homem procura para viver, não se encontram no racional e tampouco são

puramente emocionais, pois vem de maneira particular como cada um encara o mundo, se relaciona e

acredita, sendo de extrema importância uma inteligência que dê voz a alma. Para a liderança analisada,

esta voz, que se encontra no âmbito espiritual pôde ser percebida de várias maneiras através dos sete

fatores.

A Inteligência Espiritual se mostra bem diferente da religiosidade apesar da segunda ser de

extrema importância para o desenvolvimento desta inteligência, mas o QS aparece como

complementar para uma compreensão mais ampla do crescimento e transformação do potencial

humano através de práticas que favoreçam o equilíbrio como o autoconhecimento, fé, relaxamento

entre outras que estimulem a interiorização e reflexão. A maioria dos participantes analisados relatou

sentir falta de um tempo para si, como reflexão e atividades de relaxamento onde possam buscar o

equilíbrio e organizarem suas ideias. Uma interessante análise observada foi que os líderes

entrevistados assumidamente religiosos relataram receber por parte de seus subordinados um alto grau

de credibilidade e confiança por buscar sempre tomar decisões baseando-se em consultas, sejam

divinas ou entre sua equipe. Os líderes entrevistados com inteligência espiritual alta e que se

perceberam num momento afastados de Deus mostraram certo incômodo com esta conclusão e se

mostraram dispostos a mudar neste sentido. Já aqueles com menor grau de inteligência espiritual se

mostraram extremamente satisfeitos com seu modo de liderança e não se sentiram movidos a uma

mudança de comportamento para melhorar seu grau de inteligência espiritual. Neste contexto, se abre

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espaço para necessidade de desenvolvimento desta inteligência num novo conceito de liderança

voltado para o sentido de trabalho, equipe, interiorização e autoconhecimento.

A presente pesquisa contribui para que o participante perceba através do seu perfil de

espiritualidade do momento vivido uma ampliação de seu auto conhecimento permitindo compreender

seu estilo espiritual e ver com mais clareza o que pode melhorar e até mesmo perceber sua resistência

com o assunto, seus propósitos e objetivos no trabalho de liderança.

Afinal, como a inteligência espiritual pode ajudar para um bom trabalho de liderança? Foi

observado nesta que o futuro líder precisará ouvir mais e inspirar confiança a gritar ordens e buscará o

autoconhecimento e desenvolvimento que gera o profundo compromisso com o sonho e paixão de

servir versus a perseguição do status do poder. O QS está associado com o lado intuitivo nas decisões e

esta intuição só pode ser adquirida com a capacidade de reflexão, atividades de relaxamento onde se

possa buscar o equilíbrio e organização das ideias e conhecimento.

Este tipo de sabedoria é o que Zohar e Marshall definem como inteligência espiritual que só é

possível ser desenvolvida quando vai além do ego e mente consciente e com isto possibilita uma

aproximação da própria interioridade dando um maior equilíbrio pessoal, bom senso e tranquilidade

sabendo que somos seres complexos, que a vida é complexa e que precisamos aprender a viver com

esta complexidade.

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5. REFERÊNCIAS

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GOLEMAN, Daniel, Ph.D. O cérebro e a inteligência emocional: novas perspectivas; tradução Carlos

Leite da Silva. Rio de Janeiro, Objetiva, 2012.

Gustavo e Magdela, Boog (coord). Manual de gestão de pessoas e equipes. Volume 2, São Paulo:

editora gente 2002.

HAWKISNS, K. Espiritualidade no trabalho e nos negócios: como seguir o caminho espiritual das 8 às

18. São Paulo, Madras,1999.

JUNG, Carl Gustav. Tipos Psicológicos. Petrópolis: Vozes, 1991.

OLIVEIRA, Katya Luciane de; PASCALICCHIO, Marina Ledier e PRIMI, Ricardo. A inteligência

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Paula, Roberta Manfron de, Costa, Daiane Leal. A ESPIRITUALIDADE COMO DIFERENCIAL

COMPETITIVO PARA AS ORGANIZAÇÕES. II Encontro Latino Americano de Iniciação Científica

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Silva, Leonice M. Kaminski da. Existe uma inteligência existencial/espiritual? O debate entre H.

Gardner e R. A . Emmons. Revista de Estudos da Religião No 3 / 2001 / pp. 47-64 ISSN 1677-1222,

PUC-SP

TORRALBA,R, Francesc. Tradução de João Batista Kreuch. 2 ed.Inteligência Espiritual. Petrópolis,

RJ: Vozes, 2013

WOLMAN, Richard N. Inteligência espiritual. Rio de Janeiro: Ediouro, 2002.

ZOHAR, D.& MARSCHALL, I. (2000). QS: Inteligência espiritual – tradução de Ruy Jungmann –

Rio de janeiro, viva livros, 2012