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A Interpretação das Escrituras - O ESTANDARTE DE CRISTOoestandartedecristo.com/data/AInterpretaC_CeodasEscrituraseCap.7eA... · apresenta em palavras simples. ... não poucas coisas

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A Interpretação

das Escrituras

A. W. Pink

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Traduzido do original em Inglês

Interpretation of the Scriptures

By A. W. Pink

Este e-book consiste apenas no Cap. 7 da obra supracitada.

Via: PBMinistries.org

(Providence Baptist Ministries)

Tradução por Camila Rebeca Almeida

Revisão por William Teixeira

Capa por William Teixeira

1ª Edição: Fevereiro de 2017

Salvo indicação em contrário, as citações bíblicas usadas nesta tradução são da versão Almeida

Corrigida Fiel | ACF • Copyright © 1994, 1995, 2007, 2011 Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil.

Traduzido e publicado em Português pelo website oEstandarteDeCristo.com, com a devida

permissão do ministério Providence Baptist Ministries, sob a licença Creative Commons Attribution-

NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International Public License.

Você está autorizado e incentivado a reproduzir e/ou distribuir este material em qualquer formato,

desde que informe o autor, as fontes originais e o tradutor, e que também não altere o seu conteúdo

nem o utilize para quaisquer fins comerciais.

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A Interpretação das Escrituras

Por A. W. Pink

Capítulo 7

________________________________________

Contra as nossas concepções equivocadas de qualquer parte da Sua Verdade, Deus,

em Sua graça e sabedoria, plenamente nos supriu ao nos conceder uma grande variedade

de termos sinônimos e diferentes modos de expressão. Assim como os nossos variados

sentidos, embora não sejam perfeitos, são eficazes para transmitir à nossa mente uma

impressão real do mundo exterior por meio de sua operação conjunta, desse modo as

comunicações diferentes e complementares de Deus através dos muitos escritores das

Escrituras nos permitem rever as nossas primeiras impressões e ampliar nossa visão sobre

as coisas divinas, ampliando o horizonte da verdade e nos permitindo obter uma concepção

mais adequada da mesma. O que um escritor expressa em linguagem figurativa, outro

apresenta em palavras simples. Enquanto um profeta evidencia a bondade e misericórdia

de Deus, outro enfatiza a Sua severidade e justiça. Se um evangelista apresenta as

perfeições da humanidade de Cristo, outro torna proeminente a Sua Divindade; se um O

retrata como o Servo humilde, outro revela-O como o Rei majestoso. Um apóstolo insiste

sobre a eficácia da fé, em seguida, outro mostra o valor do amor, enquanto um terceiro

lembra-nos que a fé e o amor são apenas palavras vazias, a menos que eles produzem

frutos espirituais. Assim, a Escritura exige ser estudada como um todo, e suas partes devem

ser comparadas com as outras, se quisermos obter uma compreensão adequada da

revelação divina. Muito no Novo Testamento é ininteligível quando separado do Antigo e

não poucas coisas nas Epístolas exige os Evangelhos e os Atos para sua elucidação.

Mais especificamente, a importância de comparar Escritura com Escritura aparece na

confirmação que é oferecida. Não que elas exijam qualquer tipo de autenticação, pois são

a Palavra dAquele que não pode mentir, e devem ser recebidas como tal, por um

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consentimento sem reservas à sua autoridade divina. Não, antes, a nossa fé nelas devem

ser o mais firme e totalmente estabelecida. Como o sistema de dupla entrada na contabili-

dade fornece uma verificação segura para o auditor, assim, pelas bocas de duas ou três

testemunhas a Verdade é estabelecida. Assim, encontramos nosso Senhor empregando

esse método em João 5, tornando manifesto a inescusável incredulidade dos judeus em

Sua divindade, apelando para as diferentes testemunhas que atestaram o mesmo (vv. 32-

39). Assim, Seu apóstolo na sinagoga de Antioquia, ao estabelecer o fato de Sua

ressurreição, não se contentou em apenas citar o Salmo 2:7 como prova, mas apelou

também ao Salmo 16:10 (Atos 13:33-36). Assim também em suas Epístolas: um exemplo

notável disso é encontrado em Romanos 15, onde, depois de afirmar que “Jesus Cristo foi

ministro da circuncisão para a verdade de Deus, para confirmar as promessas feitas aos

pais”, acrescentou, “e para que os gentios glorifiquem a Deus pela sua misericórdia”,

citando o Salmo 18:49, como prova; porém, uma vez que esse era um ponto controvertido

entre os judeus, acrescentou mais uma prova, observe o seu “E mais uma vez” no início de

versos 10, 11 e 12. Assim também “por duas coisas imutáveis [a promessa e o juramento

de Deus]... tenhamos a firme consolação” (Hebreus 6:18).

As Escrituras necessitam ser comparadas com Escrituras para fins de elucidação. “Se

o teu inimigo tiver fome, dá-lhe pão para comer; e se tiver sede, dá-lhe água para beber;

porque assim lhe amontoarás brasas sobre a cabeça; e o Senhor to retribuirá” (Provérbios

25:21-22). Os comentaristas são quase igualmente divididos entre duas visões completa-

mente diferentes sobre o que é representado pela expressão figurativa “brasas” sendo

amontoadas sobre a cabeça de um inimigo, quando o tratamos o gentilmente; uma parte

argumenta que isso significa o agravamento de sua culpa, outros insistem que isso significa

a destruição de um espírito de inimizade nele e a conquista de sua boa vontade. Ao

comparar cuidadosamente o contexto em que essa passagem é citada em Romanos 12:20,

a controvérsia é terminada, pois deixa claro que a última é a verdadeira interpretação, pois

o espírito do Evangelho não ordena qualquer ação que garanta a desgraça de um

adversário. Ainda assim, um apelo ao Novo Testamento não deve ser necessário a fim de

expor o erro da outra explicação, pois tanto a Lei como o Evangelho ordena o amor ao

próximo e a bondade para com um inimigo. Como João nos diz em sua primeira epístola,

quando buscar nos inculcar a lei do amor, que ele não estava dando um “novo

mandamento”, mas um mandamento que eles haviam recebido desde o início; mas que

agora era aplicado por meio de um novo exemplo e motivo (2:7-8).

“E não podia fazer ali nenhuma obra maravilhosa; somente curou alguns poucos

enfermos, impondo-lhes as mãos” (Marcos 6:5). Alguns Arminianos são tão determinados

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em negar a onipotência de Deus e a invencibilidade de Sua vontade que eles têm apelado

para essa passagem como prova de que o poder do Seu Filho encarnado era limitado, e

que havia ocasiões em que os Seus desígnios misericordiosos eram frustrados pelo

homem. Mas uma comparação da passagem paralela em Mateus 13:54-58, ao mesmo

tempo evidencia a mentira da afirmação de uma tal blasfêmia, pois ali somos informados

que “e não fez ali muitas maravilhas, por causa da incredulidade deles”. Assim, não foi

qualquer limitação em Si mesmo, mas algo neles que O deteve. Em outras palavras, Ele

agiu por um senso de adequação à circunstância. A ênfase tanto em Marcos 6:5 quanto em

Mateus 13:58 está na palavra “ali”, pois, como mostra o contexto, isso ocorreu em Nazaré,

onde Ele foi desprezado. Realizar obras maravilhosas diante daqueles que O viam com

desprezo seria, a princípio, lançar pérolas aos porcos; assim como seria inadequado

realizar milagres para satisfazer a curiosidade de Herodes (Lucas 23:8); em outros lugares

Ele fez muitas obras sobrenaturais. Em Gênesis 19:22, o Senhor não pôde destruir Sodoma

até que Ló fugisse dali, enquanto em Jeremias 44:22, Ele “não podia mais suportar” as

maldades de Israel; isso foi adequação moral, não incapacidade física.

A comparação é útil também para a finalidade de amplificação. Uma Escritura não

somente apoia e ilumina a outra, mas, muitas vezes, uma passagem suplementa e amplia

a outra. Um exemplo simples, embora impressionante, é visto no que é conhecido como a

Parábola do Semeador, mas que talvez possa ser mais apropriadamente designada de: A

Parábola do Grão e dos Solos. A importância profunda desta parábola é intimada a nós

pelo Espírito Santo por Ele ter movido Mateus, Marcos e Lucas a registrarem a mesma. Os

três relatos contêm algumas variações marcantes, e eles precisam ser cuidadosamente

comparados a fim de obtermos o retrato completo estabelecido neles. O seu âmbito é

revelado em Lucas 8:18: “Vede, pois, como ouvis”. Não fala do ponto de vista da realização

dos conselhos divinos, mas de pôr em prática a responsabilidade humana. Isto é feito

inequivocamente claro a partir do que é dito sobre o que foi semeado em boa terra: o

frutífero ouvinte da Palavra. Cristo não o descreve como alguém “em quem uma obra da

graça divina é operada”, ou “cujo coração havia se tornado receptivo através de operações

sobrenaturais do Espírito”, mas sim como aquele que recebeu a Palavra em “um honesto e

bom coração”. Verdade, de fato, é que a obra vivificante do Espírito deve ser previamente

realizada em qualquer um assim receba a Palavra, de modo a tornar-se frutífero (Atos

16:14), mas esse não é o aspecto particular da verdade que nosso Senhor estava aqui

apresentando; em vez disso, Ele estava mostrando que o próprio ouvinte deve buscar a

graça de frutificar, se ele deseja dar fruto para a glória de Deus.

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O próprio semeador é quase perdido de vista(!). Quase todos os detalhes da parábola

tratam dos vários tipos de solo no qual a semente caiu, considerando-os ou improdutivos

ou produtivos apenas de alguma frutificação. Nisso, Cristo apresentou a recepção que é

dada à pregação da Palavra. Ele comparou o mundo a um campo, que é dividido em quatro

partes, de acordo com os seus diferentes tipos de solo. Em Sua interpretação, Ele definiu

os diversos solos como representando diferentes tipos de pessoas que ouvem a pregação

da Palavra, e solenemente cabe a cada um de nós diligentemente examinarmos a nós

mesmos, para que possamos determinar com certeza a que tipo nós pertencemos. Esses

quatro tipos — a partir das descrições dadas sobre os solos e das explicações que Cristo

forneceu sobre eles — podem ser respectivamente chamados de: o coração duro, o

coração raso, o coração dividido e o coração íntegro. No primeiro, a semente não obtém

sustentação; no segundo, ela não desenvolve nenhuma raiz; no terceiro, não havia nenhum

espaço; no quarto, foi encontrado tudo o que de bom faltou nos ouros três, e, portanto,

houve crescimento. Estes mesmos quatro tipos foram encontrados em todas as gerações,

entre os que se sentaram sob a pregação da Palavra de Deus, e eles provavelmente

existem em cada igreja e assembleia hoje na Terra; não é difícil distingui-los, se medirmos

os Cristãos professos por aquilo que o Senhor afirma sobre cada um.

O primeiro solo é o ouvinte “junto ao caminho”, cujo coração é totalmente receptivo,

como a estrada é batida e endurecida pelo tráfego do mundo. A semente não penetra em

tal solo, e “as aves do céu” a arrebatam. Cristo explicou isso como sendo um retrato de

alguém que “não compreende a palavra” (ainda que seja seu dever cuidar de fazê-lo – 1

Coríntios 8:2), e o maligno tira a palavra do seu interior; Lucas 8 acrescenta: “para que não

se salvem, crendo”. O segundo é o ouvinte “solo rochoso”, ou seja, aquele solo que possui

uma base de rochas, mas uma fina camada de terra por cima. Uma vez que não haverá

terra profunda a semente não poderá desenvolver suas raízes, e o sol escaldante a fará

definhar. Esta é uma representação do ouvinte superficial, cujas emoções são despertadas,

mas que carece de qualquer exame de consciência e convicções profundas. Ele recebe a

Palavra com uma “alegria” natural, mas (no relato de Mateus) “chegada a angústia e a

perseguição, por causa da palavra, logo se ofende”. Estes são os que não têm raiz em si

mesmos, e consequentemente (como o relato de Lucas nos informa) “apenas creem por

algum tempo, e no tempo da tentação se desviam”. Eles nada têm além de uma fé

temporária e evanescente; muito tememos ser esse o caso da grande maioria dos

“convertidos” em missões especiais e nas “campanhas evangelísticas”.

O terceiro, ou “solo o espinhoso”, é o ouvinte mais difícil de identificar, mas o Senhor

graciosamente forneceu uma ajuda completa quanto a isso, aprofundando os detalhes de

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Suas explicações sobre o que os “espinhos” significam. Os três relatos dizem-nos que eles

simples e naturalmente “cresceram”, o que implica que nenhum esforço foi feito para tratar

de removê-los; e todas as três narrativas mostram que eles “sufocaram” a semente ou a

Palavra. O registro de Mateus define os espinhos como “os cuidados deste mundo e a

sedução das riquezas”. Marcos acrescenta: “as ambições de outras coisas, entrando”.

Enquanto Lucas menciona também “os deleitas da vida”. Assim, somos ensinados que há

toda uma variedade de coisas que impedem qualquer fruto que está sendo levado à

perfeição; contra cada uma destas coisas nós precisamos estar muito atentos e em oração.

O ouvinte “solo bom” é aquele que “entende” a Palavra (Mateus 13:23), pois a menos que

o seu sentido seja compreendido, ela de nada nos aproveita; provavelmente uma

familiaridade experiencial também está incluída. Marcos 4 menciona “recebe-a” (cf. Tiago

1:21), enquanto Lucas 8 descreve esse ouvinte como recebendo a Palavra “em um coração

honesto e bom”, que é aquele que se opõe a toda a presunção carnal e ama a verdade pelo

que ela é, aplicando a Palavra ao seu próprio caso e julgando-se por ela; “a guarda”, preza

e medita sobre ela, atende e obedece-a; e “produz fruto com perseverança”.

Em um capítulo anterior chamamos a atenção para Mateus 7:24-27, como um

exemplo da importância de determinar o alcance de uma passagem. Vamos agora apontar

para a necessidade de compará-la com a passagem paralela em Lucas 6:47-49. Nela os

ouvintes da Palavra são comparados aos construtores sábios e aos tolos. Os primeiros

constroem a sua casa sobre o fundamento da Palavra de Deus. O edifício é construído, e

a esperança é cultivada. A tempestade que veio sobre a casa é a tribulação ou prova a que

é submetida. Apenas Lucas começa seu relato dizendo que o homem sábio veio a Cristo,

para aprender dEle. Sua sabedoria apareceu no problema que ele teve e as dores que

sofreu a fim de encontrar uma base segura sobre a rocha. O relato de Lucas acrescenta

que ele “cavou profundo”, o que se refere à sua seriedade e cuidado, e significa que ele

buscou espiritualmente aproximar-se das Escrituras e de forma diligente examinou seu

coração e profissão; esse cavar fundo está em proposital contraste com “porque não tinha

terra profunda” (Marcos 4:5) do ouvinte “solo rochoso”. Apenas Lucas usa a expressão “com

ímpeto” para descrever a violência da tempestade pela qual a casa foi provada: a sua

profissão sobreviveu aos ataques do mundo, da carne e do Diabo, e ao escrutínio de Deus

no momento da morte; o que prova que ele era um cumpridor da Palavra e não apenas um

ouvinte (Tiago 1:22). Inútil é a confissão dos lábios a menos que seja confirmada pela vida.

A comparação de Escritura com Escritura é valiosa para fins de harmonização ou para

a preservação do equilíbrio da Verdade, evitando assim que nos tornemos desequilibrados.

Uma ilustração disso é encontrada em conexão com o que é chamado de “a grande

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comissão”, um registro tríplice desta, com variações notáveis, é dado no último capítulo de

cada um dos Evangelhos Sinópticos. A fim de revelar um conhecimento correto ou total da

completude da ordem que Cristo deu aos Seus servos, em vez de limitar a nossa atenção

para apenas um ou dois destes relatos — como é agora tão frequentemente o caso — os

três relatos precisam ser reunidos. Lucas 24:47, mostra que o dever do ministro é tanto

“que o arrependimento e a remissão dos pecados sejam pregados em seu nome”, quanto

a ordem que os pecadores “creiam nEle”; e Mateus 28:19-20, deixa claro que é dever do

ministro tanto batizar aqueles que creem quanto depois ensiná-los a guardar todas as

coisas que Ele ordenou, como também “pregar o evangelho a toda criatura”. A qualidade é

ainda mais importante do que a quantidade! Uma das principais razões por que tão poucas

das igrejas Cristãs em terras pagãs são autossuficientes é que os missionários deixaram

muitas vezes de doutrinar e edificar seus convertidos exaustivamente, deixando-os em um

estado infantil, enquanto partem para outros lugares buscando outras pessoas para

evangelizarem.

O não cumprimento desse importante princípio está na base de grande parte da

evangelização defeituosa de nossos dias, em que os perdidos são informados de que a

única coisa necessária para a sua salvação é “crer no Senhor Jesus Cristo”. Outras

passagens mostram que o arrependimento é igualmente essencial: “Arrependei-vos, e

crede no evangelho” (Marcos 1:15), “a conversão a Deus, e a fé em nosso Senhor Jesus

Cristo” (Atos 20:21). É importante notar que, sempre que os dois são mencionados, o

arrependimento sempre vem em primeiro lugar, pois em relação à própria natureza do caso,

é impossível que um coração impenitente creia salvificamente (Mateus 21:32). O

arrependimento é uma compreensão de minha culpabilidade por ser um rebelde contra

Deus, e me desviar dEle e condenar-me. O arrependimento se expressa na tristeza amarga

pelo e ódio ao pecado. Isso resulta em um reconhecimento de minhas ofensas e no

abandono de coração dos meus ídolos (Provérbios 28:13), em um abaixar as armas da

minha guerra e em um abandono sincero de meus maus caminhos (Isaías 55:7). Em

algumas passagens, como Lucas 13:3 e Atos 2:38; 3:19, somente o arrependimento é

mencionado. Em João 3:15 e Romanos 1:16; 10:4, apenas o “crer” é especificado. Por que

é assim? Porque as Escrituras não são escritas como documentos de legisladores, em que

os termos são exaustivamente repetidos e multiplicados. Cada verso deve ser interpretado

à luz das Escrituras como um todo; assim onde somente o “arrependimento” é mencionado,

o “crer” está implícito; e onde somente o “crer” é encontrado, o “arrependimento” é

pressuposto.

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7. Declarações breves devem ser interpretadas por outras mais completas. É uma

regra invariável da exegese que, quando algo está mais clara ou completamente definido

por um escritor do que por outro, o último sempre deve ser entendido à luz do primeiro, e o

mesmo se aplica a duas declarações do mesmo pregador ou escritor. Particularmente esse

é o caso com os três primeiros Evangelhos; as passagens paralelas devem ser consultadas,

e a mais curta deve ser interpretada à luz da mais completa. Assim, quando Pedro

perguntou a Cristo: “Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe

perdoarei? Até sete?”, isto não deve ser considerado como significando que um Cristão

deve tolerar erros e exercer graça à custa da justiça; pois Ele antes havia acabado de dizer:

“Ora, se teu irmão pecar contra ti, vai, e repreende-o entre ti e ele só; se te ouvir, ganhaste

a teu irmão” [v. 15]. Não, antes a linguagem de Cristo em Mateus 18:22 deve ser explicada

por Sua declaração mais completa em Lucas 17:3-4: “Olhai por vós mesmos. E, se teu

irmão pecar contra ti, repreende-o e, se ele se arrepender, perdoa-lhe. E, se pecar contra

ti sete vezes no dia, e sete vezes no dia vier ter contigo, dizendo: Arrependo-me; perdoa-

lhe”. O próprio Deus não nos perdoa antes que nos arrependamos (Atos 2:38, 3:19)! Se um

irmão não se arrepende, nenhuma malícia deve ser nutrida contra ele; no entanto, ele não

deve ser tratado como se nenhuma ofensa houvesse sido cometida.

Muito dano já foi feito por alguns que, sem qualificação, interpretaram as palavras de

nosso Senhor em Marcos 10:11: “Qualquer que repudiar sua mulher e casar com outra,

comete adultério contra ela”, sujeitando assim a parte inocente à mesma penalidade da

parte culpada. Mas essa afirmação deve ser interpretada à luz de uma mais completa em

Mateus 5:32: “Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por

causa de fornicação, faz que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada

comete adultério”, repetido por Cristo em Mateus 19:9. Nessas palavras, o único Legislador

de Seu povo propôs uma regra geral: “Todo aquele que repudia sua mulher faz com que

ela cometa adultério”, e então ele colocou uma exceção, ou seja, que onde o adultério

aconteceu ele pode repudiar, e ele pode se casar novamente. Como Cristo ensina a

legalidade do divórcio em razão de infidelidade conjugal, assim Ele ensina que é lícito o

inocente se casar novamente depois de um tal divórcio, sem contrair culpa. A violação dos

votos de casamento rompe o vínculo do casamento, e aquele que manteve os votos

fielmente é, após o divórcio ser obtido, livre para se casar novamente.

Soli Deo Gloria!

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10 Sermões — R. M. M’Cheyne

Adoração — A. W. Pink

Agonia de Cristo — J. Edwards

Batismo, O — John Gill

Batismo de Crentes por Imersão, Um Distintivo

Neotestamentário e Batista — William R. Downing

Bênçãos do Pacto — C. H. Spurgeon

Biografia de A. W. Pink, Uma — Erroll Hulse

Carta de George Whitefield a John Wesley Sobre a

Doutrina da Eleição

Cessacionismo, Provando que os Dons Carismáticos

Cessaram — Peter Masters

Como Saber se Sou um Eleito? ou A Percepção da

Eleição — A. W. Pink

Como Ser uma Mulher de Deus? — Paul Washer

Como Toda a Doutrina da Predestinação é corrompida

pelos Arminianos — J. Owen

Confissão de Fé Batista de 1689

Conversão — John Gill

Cristo É Tudo Em Todos — Jeremiah Burroughs

Cristo, Totalmente Desejável — John Flavel

Defesa do Calvinismo, Uma — C. H. Spurgeon

Deus Salva Quem Ele Quer! — J. Edwards

Discipulado no T empo dos Puritanos, O — W. Bevins

Doutrina da Eleição, A — A. W. Pink

Eleição & Vocação — R. M. M’Cheyne

Eleição Particular — C. H. Spurgeon

Especial Origem da Instituição da Igreja Evangélica, A —

J. Owen

Evangelismo Moderno — A. W. Pink

Excelência de Cristo, A — J. Edwards

Gloriosa Predestinação, A — C. H. Spurgeon

Guia Para a Oração Fervorosa, Um — A. W. Pink

Igrejas do Novo Testamento — A. W. Pink

In Memoriam, a Canção dos Suspiros — Susannah

Spurgeon

Incomparável Excelência e Santidade de Deus, A —

Jeremiah Burroughs

Infinita Sabedoria de Deus Demonstrada na Salvação

dos Pecadores, A — A. W. Pink

Jesus! – C. H. Spurgeon

Justificação, Propiciação e Declaração — C. H. Spurgeon

Livre Graça, A — C. H. Spurgeon

Marcas de Uma Verdadeira Conversão — G. Whitefield

Mito do Livre-Arbítrio, O — Walter J. Chantry

Natureza da Igreja Evangélica, A — John Gill

OUTRAS LEITURAS QUE RECOMENDAMOS Baixe estes e outros e-books gratuitamente no site oEstandarteDeCristo.com.

— Sola Scriptura • Sola Fide • Sola Gratia • Solus Christus • Soli Deo Gloria —

Natureza e a Necessidade da Nova Criatura, Sobre a —

John Flavel

Necessário Vos é Nascer de Novo — Thomas Boston

Necessidade de Decidir-se Pela Verdade, A — C. H.

Spurgeon

Objeções à Soberania de Deus Respondidas — A. W.

Pink

Oração — Thomas Watson

Pacto da Graça, O — Mike Renihan

Paixão de Cristo, A — Thomas Adams

Pecadores nas Mãos de Um Deus Irado — J. Edwards

Pecaminosidade do Homem em Seu Estado Natural —

Thomas Boston

Plenitude do Mediador, A — John Gill

Porção do Ímpios, A — J. Edwards

Pregação Chocante — Paul Washer

Prerrogativa Real, A — C. H. Spurgeon

Queda, a Depravação Total do Homem em seu Estado

Natural..., A, Edição Comemorativa de Nº 200

Quem Deve Ser Batizado? — C. H. Spurgeon

Quem São Os Eleitos? — C. H. Spurgeon

Reformação Pessoal & na Oração Secreta — R. M.

M'Cheyne

Regeneração ou Decisionismo? — Paul Washer

Salvação Pertence Ao Senhor, A — C. H. Spurgeon

Sangue, O — C. H. Spurgeon

Semper Idem — Thomas Adams

Sermões de Páscoa — Adams, Pink, Spurgeon, Gill,

Owen e Charnock

Sermões Graciosos (15 Sermões sobre a Graça de

Deus) — C. H. Spurgeon

Soberania da Deus na Salvação dos Homens, A — J.

Edwards

Sobre a Nossa Conversão a Deus e Como Essa Doutrina

é Totalmente Corrompida Pelos Arminianos — J. Owen

Somente as Igrejas Congregacionais se Adequam aos

Propósitos de Cristo na Instituição de Sua Igreja — J.

Owen

Supremacia e o Poder de Deus, A — A. W. Pink

Teologia Pactual e Dispensacionalismo — William R.

Downing

Tratado Sobre a Oração, Um — John Bunyan

Tratado Sobre o Amor de Deus, Um — Bernardo de

Claraval

Um Cordão de Pérolas Soltas, Uma Jornada Teológica

no Batismo de Crentes — Fred Malone

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2 Coríntios 4

1 Por isso, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos;

2 Antes, rejeitamos as coisas que por vergonha se ocultam, não andando com astúcia nem

falsificando a palavra de Deus; e assim nos recomendamos à consciência de todo o homem,

na presença de Deus, pela manifestação da verdade. 3 Mas, se ainda o nosso evangelho está

encoberto, para os que se perdem está encoberto. 4 Nos quais o deus deste século cegou os

entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória

de Cristo, que é a imagem de Deus. 5 Porque não nos pregamos a nós mesmos, mas a Cristo

Jesus, o Senhor; e nós mesmos somos vossos servos por amor de Jesus. 6 Porque Deus,

que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu em nossos corações,

para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus Cristo. 7 Temos, porém,

este tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós. 8 Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados.

9 Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos;

10 Trazendo sempre

por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus

se manifeste também nos nossos corpos; 11

E assim nós, que vivemos, estamos sempre

entregues à morte por amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também na

nossa carne mortal. 12

De maneira que em nós opera a morte, mas em vós a vida. 13

E temos

portanto o mesmo espírito de fé, como está escrito: Cri, por isso falei; nós cremos também,

por isso também falamos. 14

Sabendo que o que ressuscitou o Senhor Jesus nos ressuscitará

também por Jesus, e nos apresentará convosco. 15

Porque tudo isto é por amor de vós, para

que a graça, multiplicada por meio de muitos, faça abundar a ação de graças para glória de

Deus. 16

Por isso não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o

interior, contudo, se renova de dia em dia. 17

Porque a nossa leve e momentânea tribulação

produz para nós um peso eterno de glória mui excelente; 18

Não atentando nós nas coisas

que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se

não veem são eternas.