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Rio de Janeiro, 2014 Napoleon Hill Deão do Departamento de Filosofia Industrial da Universidade Internacional do Pacífico, Los Angeles, Califórnia A Lei do Triunfo Curso prático em 16 lições Ensinando, pela primeira vez na história do mundo, a verdadeira filosofia sobre a qual repousa todo o triunfo pessoal Tradução Fernando Tude de Souza 36 a edição

A LEI DO TRIUNFO

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  • 3A Lei do Triunfo

    Rio de Janeiro, 2014

    Napoleon HillDeo do Departamento de Filosofia Industrial da Universidade

    Internacional do Pacfico, Los Angeles, Califrnia

    A Lei do TriunfoCurso prtico em 16 lies

    Ensinando, pela primeira vez na histria do mundo, a verdadeira filosofia sobre a qual repousa todo o triunfo pessoal

    TraduoFernando Tude de Souza

    36a edio

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    Sumrio

    Como foi elaborado o curso prtico da Lei do Triunfo 13Julgamento de grandes personalidades americanas sobre a Lei do

    Triunfo 15Prefcio da terceira edio (pelos editores americanos) 17Introduo geral ao curso da Lei do Triunfo (Declarao pessoal do

    autor) 19Testemunho de gratido do autor pelo auxlio que lhe foi prestado na

    realizao desta obra 23Resumo da lio introdutria 25

    A Lei do Triunfo

    Primeira lioO MASTER MIND 29Molculas, tomos e eltrons 37O fluido que faz vibrar a matria 40 Ar e ter 41Cada crebro , ao mesmo tempo, uma estao transmissora e

    receptora 45O Master Mind 48A qumica mental 48Qumica mental e poder econmico 55A psicologia das reunies de reavivamento 67O significado da palavra educao 72Os que podem lucrar mais com o curso sobre a filosofia da Lei do

    Triunfo 78Seus seis inimigos mais perigosos 88

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    Segunda lio UM OBJETIVO PRINCIPAL DEFINIDO 95Um objetivo principal definido 112Instrues para a aplicao dos princpios da segunda lio 127

    Terceira lio CONFIANA EM SI MESMO 133Os seis medos bsicos da humanidade 134Hereditariedade fsica e social 135O medo da pobreza 137O medo da velhice 138O medo da crtica 139O medo de perder o amor de algum 141O medo da doena 141O medo da morte 142Frmula da confiana em si mesmo 156A fora do hbito 158Descontentamento 170Os milagres modernos 173A f, o maior de todos os milagres 174

    Quarta lio O HBITO DA ECONOMIA 179As barreiras de limitao construdas pelo hbito 180A escravido das dvidas 182Como dominar o medo da pobreza 185O meio mais fcil de o seu dinheiro aumentar 188Quanto uma pessoa pode economizar 193Ganhei 1 milho de dlares e hoje no possuo 1 centavo 198Oportunidades que surgem para os que economizam dinheiro 210

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    Quinta lio INICIATIVA E LIDERANA 215Iniciativa e liderana 220Os percalos da liderana 225Intolerncia 249A necessidade de uma nova espcie de liderana 253As 20 qualidades essenciais para os lderes 253

    Sexta lio IMAGINAO 257

    Stima lio O ENTUSIASMO 301De que maneira o entusiasmo nos afeta 301De que maneira o nosso entusiasmo afeta as outras pessoas 304A psicologia do vesturio 328Os Sete Cavaleiros fatais 335

    Oitava lio AUTOCONTROLE 341Como me convenci de que a pobreza a mais til experincia que um

    rapaz pode ter 366A evoluo dos transportes 376

    Nona lio O HBITO DE FAZER MAIS DO QUE A OBRIGAO 383A Lei do Aumento de Lucros 396O Master Mind 415

    Dcima lioUMA PERSONALIDADE ATRAENTE 423Plano nmero um 431Plano nmero dois 433Plano nmero trs 435

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    Dcima primeira lioPENSAR COM EXATIDO 455Resumo dos princpios relacionados com a questo de pensar com

    exatido 480A importncia de adotar um objetivo principal 481Desejo 482Sugesto e autossugesto 482O valor da autossugesto para a realizao do objetivo principal

    definido 483O fracasso 494

    Dcima segunda lioCONCENTRAO 501Persuaso versus fora 524A sugesto mental no revivalismo 530

    Dcima terceira lioCOOPERAO 543Como desenvolver o poder por meio da cooperao 547Um exrcito a postos 573Tudo possvel ao homem que tem um propsito bem-definido 575

    Dcima quarta lioFRACASSO 579O primeiro ponto decisivo 580O segundo ponto decisivo 581O terceiro ponto decisivo 582O quarto ponto decisivo 583O quinto ponto decisivo 586O sexto ponto decisivo 588 O stimo ponto decisivo 590Uma visita ao editor 591

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    Dcima quinta lioTOLERNCIA 611Como abolir a guerra 615O plano 620A civilizao no pode esquecer isso! 626Tolerncia 631

    Dcima sexta lioA REGRA DE OURO 633O poder da prece 636Meu cdigo de moral 648Indeciso 667

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    O tempo um grande mestre que cura as feridas das derrotas temporrias, corrige as desigualdades e os erros do mundo. Com o tempo nada impossvel.

    Primeira Lio

    O Master MindQuerer poder!

    Este um curso sobre os fundamentos do triunfo.O triunfo , em grande parte, uma questo de ajustamento do indivduo

    ao ambiente da vida, sempre variado e em contnua transformao, num esprito de harmonia e equilbrio. A harmonia baseada na compreenso das foras que constituem o ambiente de cada um; assim, este curso , na realidade, um projeto, uma planta que pode conduzir diretamente ao triun-fo, porque ajuda a pessoa que o segue a interpretar, compreender e tirar o mximo dessas foras que a rodeiam.

    Antes de iniciar o curso da Lei do Triunfo o leitor precisa saber alguma coisa sobre a histria deste curso. Precisa saber exatamente o que ele promete aos que o seguem at a assimilao completa das leis e dos princpios sobre os quais baseado. Precisa conhecer tanto as suas limitaes como as suas pos-sibilidades, como auxlio na rdua luta por um lugar no mundo.

    Do ponto de vista de diverso, o curso da Lei do Triunfo no poder, decerto, competir com algumas das publicaes do gnero Snappy Story,* que esto venda nas bancas de jornais.

    O curso foi criado e organizado para a pessoa de esprito srio, que dedica pelo menos parte do seu tempo a essa questo de vencer na vida. O autor no teve a inteno de competir com aqueles que escrevem apenas visando distrair o pblico.

    O seu objetivo, ao organizar este curso, foi duplo: primeiro, ajudar o leitor a descobrir qual a sua fraqueza; em seguida, auxili-lo na criao de um plano definitivo para suplantar essa fraqueza.

    *Revista muito popular nos Estados Unidos, publicada entre 1912 e 1933. (N. da E.)

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    Os homens e as mulheres que alcanaram mais sucessos na vida tiveram que corrigir certos pontos fracos na sua personalidade antes de trilhar a estrada do triunfo. As mais destacadas dentre as fraquezas que se interpem entre as pessoas e o triunfo so: a cupidez, a violncia, a inveja, a desconfiana, o esprito de vingana, o egosmo, a tendncia para colher onde no se semeou e o hbito de gastar mais do que se ganha.

    Todos esses inimigos comuns da humanidade, e muitos outros que no foram aqui mencionados, so tratados no curso da Lei do Triunfo de ma-neira que qualquer pessoa de inteligncia mediana pode domin-los sem grande dificuldade.

    preciso saber logo de incio que o curso da Lei do Triunfo j passou h muito pela fase experimental, tem j a seu crdito um grande nmero de realizaes dignas de anlise e de estudo acurado. preciso saber, tambm, que o curso foi examinado e aprovado por alguns dos espritos mais prti-cos da atual gerao.

    O curso da Lei do Triunfo foi primeiramente difundido na forma de con-ferncias pronunciadas pelo autor praticamente em todas as cidades e em mui-tas das menores localidades dos Estados Unidos, durante mais de sete anos.

    Enquanto realizava essas conferncias, o autor tinha auxiliares que ob-servavam os auditrios, com o propsito de interpretar a reao produzida e descobrir exatamente o efeito que as suas palavras tinham sobre o povo. Tal anlise resultou em muitas transformaes.

    A primeira grande vitria da filosofia da Lei do Triunfo foi alcanada quando o seu autor a empregou como base para um curso de treinamento de um grupo de 3 mil vendedores, de ambos os sexos. Assim, to grande grupo conseguiu ganhar mais de 1 milho de dlares pelos servios presta-dos num perodo de seis meses, aproximadamente.

    Os vendedores quer particularmente, quer em grupo que con-seguiram xito com o auxlio deste curso so muito numerosos para que se possa mencion-los nesta introduo, mas os benefcios alcanados por eles foram definitivos.

    A filosofia da Lei do Triunfo atraiu a ateno do falecido Don R. Mellett, antigo editor do Daily News, de Canton (Ohio), que se associou ao autor do curso e se preparava para deixar o seu posto no jornal quando foi assas-sinado, a 16 de julho de 1926.

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    O sr. Mellett entrara em entendimento com o juiz Elbert H. Gary, que era ento presidente do Conselho da United States Steel Corporation, para oferecer o curso da Lei do Triunfo a todos os empregados da corporao, o que custaria um total de 150 mil dlares. O plano no foi realizado, devido morte do juiz Gary, mas esse fato suficiente para provar que o autor da Lei do Triunfo produziu um slido plano de educao. O juiz Gary era um magistrado eminentemente preparado para julgar o valor de tal curso, e o fato de haver ele analisado a filosofia da Lei do Triunfo e de estar disposto a investir nessa empresa 150 mil dlares prova da veracidade de tudo o que foi dito em favor do curso.

    O leitor observar, nesta introduo geral, alguns termos tcnicos que no lhe so de todo familiares. No consinta, porm, que isso o perturbe. No tente entend-los logo primeira lio. A introduo destina-se ape-nas a servir de base para as outras 15 lies do curso, e deve ser lida como tal. Nesta introduo no se far um exame do leitor, mas ele precisa l-la vrias vezes, pois obter, a cada leitura, um pensamento ou uma ideia que passara despercebida na leitura anterior.

    Encontra-se a a descrio de uma lei de psicologia recentemente desco-berta, e que o alicerce de todas as realizaes pessoais. A essa lei o autor deu o nome de Master Mind, o que significa um esprito que se desenvolve por meio da cooperao harmoniosa entre duas ou mais pessoas que se aliam com o objetivo de realizar uma determinada misso.

    Se voc um vendedor, poder experimentar com proveito a Lei do Master Mind no trabalho de todos os dias. Verificou-se que um grupo de seis vendedores, usando a lei, com toda a sua eficincia, conseguiu lu-cros fabulosos.

    Julga-se em geral que a aplice de seguro de vida uma das coisas mais difceis de vender. Entretanto, no deveria ser, pois se trata de uma neces-sidade indispensvel, mas assim . Apesar desse fato, alguns vendedores da Prudential Life Insurance Company, cujas vendas eram poucas, formaram

    Nenhum homem ter chance para desfrutar um triunfo permanente se no comear por olhar-se num espelho para descobrir a causa real de todos os seus erros. Napoleon Hill

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    um pequeno grupo com o propsito de fazer uma experincia com a Lei do Triunfo. O resultado foi que cada vendedor conseguiu mais seguros du-rante os primeiros trs meses da experincia do que durante todo o ano anterior.

    O que pode conseguir, com o auxlio desse princpio, qualquer grupo de vendedores inteligentes de aplices de seguro de vida que tenham apren-dido a aplicar a Lei do Master Mind, causar assombro at mesmo pessoa mais otimista e imaginosa.

    O mesmo pode ser dito sobre pessoas que se dedicam venda de mer-cadorias mais concretas do que aplices de seguro de vida.

    Tendo-se isso bem em mente, no ser desarrazoado esperar que so-mente esta introduo poder dar ao leitor uma compreenso suficiente da lei para transformar o curso inteiro de sua vida.

    a personalidade dos empregados que determina o grau de sucesso que o negcio ir alcanar. Modifiquemos essa personalidade, tornando-a mais agradvel, e os negcios florescero.

    Em qualquer das grandes cidades dos Estados Unidos possvel com-prar artigos do mesmo gnero, pelos mesmos preos, em dezenas de es-tabelecimentos; entretanto, sempre se encontrar uma loja que faz mais negcios do que as outras. A razo disso que frente desse estabelecimen-to h um homem ou homens que cuidam seriamente da personalidade dos seus empregados que vo entrar em contato com o pblico. O pblico tanto compra personalidades como mercadorias, e pode-se at mesmo perguntar se o povo no se deixa impressionar mais pela personalidade do vendedor do que pelos artigos que compra.

    O negcio de seguros de vida foi reduzido a bases to cientficas que o custo de um seguro no varia muito de uma companhia para outra; en-tretanto, entre centenas de companhias de seguro, menos de 12 realizam o grosso dos negcios nos Estados Unidos.

    Por qu? simplesmente uma questo de personalidade! Noventa por cento das pessoas que compram aplices nada conhecem sobre o sistema de seguros e, o que mais extraordinrio, parece que no se importam com isso. O que compram, realmente, a personalidade agradvel de al-gum agente, homem ou mulher, que saiba o quanto vale cultivar tal per-sonalidade.

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    O objetivo principal de cada um, na vida, sucesso. O triunfo, tal como estudado no curso da Lei do Triunfo, consiste na realizao de um obje-tivo principal definido, sem violao dos direitos alheios. Seja qual for o nosso objetivo na vida, ns o conseguiremos com muito menos dificuldade depois que tivermos aprendido a desenvolver uma personalidade agradvel e tambm a delicada arte de aliar-se com os outros para um determinado empreendimento, sem os atritos e a inveja que levam milhes de pessoas misria, necessidade e ao fracasso, todos os anos.

    Com essa declarao de propsito do curso, o leitor poder iniciar as lies com a impresso de que a sua personalidade est em vias de passar por uma transformao.

    Sem poder no se pode alcanar grandes triunfos na vida, e ningum gozar de poder sem personalidade suficiente para influenciar pessoas cooperao, num esprito de harmonia.

    Lio por lio, o resumo que vamos apresentar agora encerra o que se pode esperar obter com as 15 Leis do Triunfo:

    1. Um objetivo principal definido: ensinar a maneira de economizar os es-foros desperdiados pela maioria das pessoas que vivem eternamente procurando encontrar a sua verdadeira ocupao na vida. Essa lio mostrar como se pode abandonar para sempre as coisas vagas e fixar-se em qualquer objetivo definido e justo.

    2. A confiana em si mesmo: ajudar a dominar os seis temores bsicos que constituem um tormento para a vida de todas as pessoas: o medo da po-breza, o medo da doena, o medo da velhice, o medo da crtica, o medo de perder o amor de algum e o medo da morte. Ensinar a diferena entre o egosmo e a verdadeira confiana em si, pois esta baseada num conhecimento definitivo e til.

    3. O hbito de economizar: ensinar a maneira de distribuir sistematica-mente os rendimentos, a fim de que seja possvel acumular uma percen-tagem, formando-se assim uma das maiores fontes de poder individual que se conhece. Sem economizar, no possvel vencer na vida. No h exceo a essa regra, e ningum poder escapar a ela.

    4. Iniciativa e liderana: mostraro de que maneira possvel tornar-se um lder, em vez de um adepto, em qualquer campo de atividade. Desenvolvero no

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  • 34 35Napoleon Hill

    indivduo o instinto da liderana, que o levar pouco a pouco a gravitar no alto de todos os empreendimentos de que participar.

    5. A imaginao: estimular o crebro de tal forma que ele conceber novas ideias para a realizao do objetivo principal. Essa lio ensinar como erguer casas novas com pedras velhas, por assim dizer. Mostrar de que modo criar novas ideias com antigos e bem conhecidos conceitos, e como empregar de uma nova maneira ideias antigas. Essa lio, por si s, equivale a um curso prtico sobre vendas e certo que ser uma verdadeira mina de ouro para os que necessitam de conhecimentos.

    6. O entusiasmo: tornar possvel infundir em todos aqueles com quem entramos em contato grande interesse por ns e por nossas ideias. O entusiasmo a base de uma personalidade agradvel e precisamos ter tal personalidade para influenciar os outros a cooperar conosco.

    7. Autocontrole: a balana com a qual controlamos o nosso entusiasmo, dirigindo-o para onde desejarmos. Essa lio nos ensinar, de maneira muito prtica, a nos tornarmos senhores do nosso destino e coman-dantes da nossa alma.

    8. O hbito de produzir mais trabalho do que o que pago: uma das mais importantes lies do curso da Lei do Triunfo. Ensinar como tirar van-tagens da Lei do Aumento de Lucro, que nos assegurar um rendimento em dinheiro muito maior do que o trabalho feito. Ningum se torna um verdadeiro lder, em qualquer setor da vida, sem adquirir o hbito de produzir mais e melhor trabalho do que aquele que lhe pago.

    9. Uma personalidade agradvel: a base sobre a qual devemos apoiar nos-sos esforos, e, feito isso, de maneira inteligente, encontrar-se- facili-dade para remover montanhas. Essa lio, por si s, tem feito dezenas de chefes de vendas. Tem desenvolvido lderes da noite para o dia. Ela nos ensinar a transformar nossa personalidade de modo que poderemos nos adaptar a qualquer ambiente, ou a outra qualquer personalidade, de maneira tal que poderemos facilmente dominar.

    10. Pensar com segurana: uma das pedras fundamentais de todo triun-fo duradouro. Essa lio nos ensinar a distinguir os fatos da mera informao. Mostrar a maneira de organizar os fatos conhecidos em duas classes: os importantes e os sem importncia. Ensinar como

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    determinar um fato importante e, ainda, a construir planos definitivos e exequveis para a conquista de qualquer objetivo, por meio dos fatos.

    11. A concentrao: ensinar como focalizar a nossa ateno sobre um dado assunto at que tenhamos traado planos prticos para dominar a questo. Ensinar a maneira de nos aliarmos aos outros, de modo a podermos fazer uso dos seus conhecimentos como um apoio para a execuo dos nossos planos e objetivos. Adquiriremos, tambm, um conhecimento prtico das foras que nos cercam e aprenderemos a empregar tais foras em favor dos nossos interesses.

    12. A cooperao: mostrar o valor do trabalho em conjunto, em tudo o que fizermos. Essa lio ensina a maneira de aplicar a Lei do Master Mind descrita na introduo e na segunda lio do curso. Mostrar, tambm, o meio de coordenar os nossos prprios esforos com os dos outros, de tal maneira que os atritos, o cime, a discrdia e a cupidez sero eliminados. Aprenderemos a fazer uso de tudo o que as outras pessoas aprenderam sobre o trabalho em que nos empenhamos.

    13. Tirar proveito dos fracassos: ensinar como fazer degraus decisivos dos erros e fracassos, passados e futuros. Mostrar a diferena entre fra-casso e derrota temporria, diferena essa que imensa e de grande importncia. Ensinar de que maneira tirar proveito dos prprios fra-cassos e dos fracassos dos outros.

    14. A tolerncia: ensinar como evitar os desastrosos efeitos dos preconcei-tos religiosos e raciais que significam derrota para milhes de pessoas que se deixam prender nas malhas de argumentos absurdos sobre tais assuntos, que envenenam seus espritos e fecham a porta razo e investigao. Essa lio irm gmea da lio sobre Pensar com segu-rana, pois ningum pode pensar com acerto sem praticar a tolerncia. A intolerncia fecha o livro do conhecimento e escreve na capa: Finis! Aprendi tudo. A intolerncia torna inimigos aqueles que deveriam ser amigos. Destri a oportunidade, e enche o esprito de dvidas, descon-fianas e preconceitos.

    15. Praticando a regra de ouro: ensinar a fazer uso dessa grande lei universal de conduta humana, de tal maneira que se poder, facilmente, conseguir a cooperao de qualquer pessoa ou grupo de pessoas.

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    A falta de compreenso da lei sobre a qual repousa a filosofia da regra de ouro uma das principais causas do fracasso de milhes de pessoas que permanecem na misria, ou na pobreza, durante toda a vida. Essa lio, entretanto, nada tem a ver com religio, sob qualquer forma, ou com sectarismo, como, alis, qualquer outra das lies do curso sobre a Lei do Triunfo.

    Depois que o leitor tiver dominado as 15 leis, o que pode ser conseguido num perodo de 15 a 30 semanas, estar apto a desenvolver poder pessoal suficiente para assegurar a obteno do seu objetivo principal definitivo.

    O propsito dessas 15 leis desenvolver ou ajudar a organizar todo o conhecimento que o leitor possui e tudo o que adquirir para o futuro, de modo a permitir que tudo isso se transforme em fora, em poder.

    Aquele que seguir as lies do curso da Lei do Triunfo deve ter sem-pre ao lado um caderno de notas, pois observar que durante a leitura comearo a surgir as ideias, bem como os meios de empregar essas leis em benefcio dos seus interesses.

    O leitor deve, tambm, comear a transmitir as lies queles por quem mais se interessa, pois fato bem conhecido que ensinando que mais se aprende qualquer assunto. Aqueles que tiverem filhos e filhas ainda jovens podero fixar to indelevelmente as 15 Leis do Triunfo nos seus espritos a ponto de transformar inteiramente o curso da sua vida. Os chefes de fam-lia encontrariam vantagem em seguir este curso com as esposas, e isso por motivos que se tornaro claros antes de terminada a leitura da introduo.

    O poder um dos trs objetivos bsicos do esforo humano.H duas classes de poder: a que desenvolvida atravs da coordenao

    de leis fsicas naturais e a que nasce da organizao e classificao do conhecimento.

    O poder que se origina do conhecimento organizado o mais impor-tante, porque d ao homem um instrumento que ele pode transformar, oferecendo-lhe nova direo, e por meio dele dominar, at certo ponto, a outra forma de poder.

    Se tiver que caluniar algum, no fale, escreva. Escreva na areia, bem perto das ondas. Napoleon Hill

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    O objetivo deste curso indicar o caminho que se pode trilhar com segurana, para colher os fatos necessrios aquisio do conhecimento.

    H dois mtodos principais de adquirir conhecimento, a saber: estudar, classificar e assimilar fatos que j tenham sido organizados por outras pes-soas; colher, organizar e classificar, por mtodo prprio, os fatos geralmente chamados de experincia pessoal.

    Essa lio trata, principalmente, dos modos de estudar os fatos e dados reunidos e classificados por outras pessoas.

    O grau de progresso conhecido por civilizao apenas a medida do conhecimento que a raa humana acumulou. H duas espcies de conheci-mento: mental e fsico.

    Entre os conhecimentos teis que organizou, o homem catalogou os 92 elementos qumicos mpares que constituem todas as formas materiais no universo.

    Por meio de estudo, anlise e medidas cuidadosas, o homem descobriu a grandeza do lado material do universo, representada pelos planetas, sis e estrelas, alguns dos quais, segundo se sabe, so 10 milhes de vezes maiores que a pequenina Terra em que vivemos.

    Por outro lado, o homem descobriu a pequenez das formas fsicas que constituem o universo, reduzindo os mesmos 92 elementos qumicos a molculas, tomos e, finalmente, partcula mnima: o eltron. Um eltron no pode ser visto; apenas um centro de foras, consistindo num positivo ou num negativo. O eltron o comeo de tudo o que tenha natureza fsica.

    Molculas, tomos e eltronsPara compreender tanto o detalhe como a perspectiva do processo por

    meio do qual o nosso conhecimento reunido, organizado e classifica-do, parece essencial, para o leitor, comear pelas menores e mais simples partculas da matria fsica, pois estas so o -b-c com que a natureza formou toda a estrutura da parte fsica do universo.

    A molcula consiste em tomos, que so pequenas partculas invisveis de matria, movendo-se continuamente com uma velocidade do relmpa-go exatamente de acordo com o mesmo princpio segundo o qual a Terra gira em torno do Sol.

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    Essas pequenas partculas da matria, conhecidas como tomos, que vivem nesse giro contnuo, so formadas de eltrons, que so as partcu-las mnimas da matria fsica. Conforme j foi dito, o eltron nada mais do que uma fora de duas espcies. O eltron uniforme, e apenas de uma classe, tamanho e natureza; assim, num gro de areia ou numa gota de gua, duplica-se todo o princpio sobre o qual opera o universo.

    Que maravilha! Que coisa estupenda! O leitor poder ter uma pequena ideia da magnitude de tudo isso na prxima refeio que fizer, lembrando-se de que cada espcie de alimento que ingere, o prato que contm a comi-da, a toalha da mesa, a prpria mesa, em ltima anlise, nada mais so do que uma coleo de eltrons.

    No mundo da matria fsica, quer contemplemos a maior estrela que cin-tila nos cus, quer o menor gro de areia encontrado na Terra, o objeto que observamos nada mais que uma coleo organizada de molculas, tomos e eltrons, girando um em torno do outro, numa velocidade inconcebvel.

    Cada partcula da matria se acha num contnuo estado de movimento altamente agitado. Quase toda matria, entretanto, aparentemente, no tem movimento. No h matria slida. A mais rija pea de ao nada mais do que uma massa organizada de molculas, tomos e eltrons em movi-mento. Mais ainda, os eltrons numa pea de ao so da mesma natureza, animados da mesma mdia de velocidade que os eltrons do ouro, da prata, do bronze ou do estanho.

    As 92 formas fsicas de matria parecem ser diferentes umas das outras, e so diferentes, porque so feitas de diferentes combinaes de tomos, conquanto os eltrons, nesses tomos, sejam sempre os mesmos; apenas al-guns so positivos e outros so negativos, o que significa que alguns contm uma carga positiva e outros uma carga negativa de eletrificao.

    Por meio da qumica, a matria pode ser partida em tomos, que so, em si mesmos, imutveis. Os 92 elementos so criados mediante as com-binaes e transformaes das posies dos tomos. Para ilustrar o modus operandi da qumica, em virtude da qual se processa essa transformao da posio atmica, falemos em termos da cincia moderna:

    Acrescentando-se quatro eltrons (dois positivos e dois negativos) ao to-mo de hidrognio, ter-se- o elemento ltio; retirando-se do tomo do ltio

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    (composto de trs eltrons positivos e trs negativos) um eltron positivo e outro negativo, ter-se- um tomo de hlio (composto de dois eltrons positivos e dois negativos).

    Assim, pode-se ver que os 92 elementos qumicos do universo diferem uns dos outros apenas quanto ao nmero de eltrons que compem os seus tomos e quanto ao nmero e combinao desses tomos nas molculas de cada elemento.

    Por exemplo: um tomo de mercrio contm 80 cargas positivas nos seus ncleos e 80 negativas. Se o qumico pudesse tirar dois dos seus el-trons positivos, teria conseguido instantaneamente o metal conhecido como platina. Se fosse um pouco alm e tirasse da um eltron negativo, o tomo de mercrio perderia ento dois eltrons positivos e um negativo, isto , uma carga positiva ao todo; consequentemente, conservaria 79 car-gas positivas no ncleo e 79 negativas, transformando-se assim em ouro!

    A frmula por meio da qual essa transformao pode ser produzida tem sido objeto de pesquisas diligentes da parte dos alquimistas de todas as eras e dos qumicos de hoje.

    fato bem conhecido de todo qumico que, literalmente, dezenas de milhes de substncias sintticas podem ser compostas de quatro espcies de tomos: hidrognio, oxignio, nitrognio e carbono.

    As diferenas no nmero de eltrons nos tomos conferem-lhes diferen-as qualitativas (qumicas), embora todos os tomos de qualquer elemento sejam quimicamente idnticos. As diferenas no nmero e na combinao desses tomos no espao (em grupos de molculas) constituem tanto as diferenas fsicas como as qumicas das substncias, isto , nos compostos. Substncias inteiramente diversas so produzidas precisamente pelas com-binaes das mesmas espcies de tomos, mas em diferentes propores.

    Tomemos de uma molcula de certas substncias, um simples tomo, e elas se transformaro, de um composto necessrio vida e ao crescimento, num veneno mortal. O fsforo um elemento e, assim, contm apenas uma espcie de tomo; mas o fsforo , s vezes, amarelo, outras vezes, vermelho, variando conforme a distribuio espacial dos tomos nas molculas que o compem.

    Nada tema, se encontrar alguma oposio. Lembre-se de que o papagaio do xito ergue-se geralmente contra o vento da adversidade, e no com ele!

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    Pode-se afirmar que o tomo a partcula universal com que a natureza constri todas as formas da matria, desde o gro de areia at a maior das estrelas que cintilam no espao. O tomo o material de construo da na-tureza, com o qual ela faz erguer um carvalho ou um pinheiro, uma rocha de pedra e areia ou de granito, um rato ou um elefante.

    Alguns dos maiores pensadores tm julgado que o mundo em que vi-vemos e toda partcula material que nele existe tiveram incio quando dois tomos se ligaram um ao outro e durante centenas de milhes de anos de voo, atravs do espao, conservaram-se em contato, acumulando outros tomos, at que, passo a passo, a Terra se formou. Isso, acentuam eles, ex-plicaria as diferentes camadas da substncia terrestre, tais como as minas de carvo, os depsitos de ferro, de ouro, de prata, de cobre etc.

    Achavam eles que a Terra girava no espao e entrava em contato com vrias espcies de nebulosas, ou tomos, dos quais logo se apropriava, por meio da Lei da Atrao Magntica. Na composio da superfcie da Terra, v-se muita coisa que vem em apoio a essa teoria, embora no exista uma evidncia positiva da sua veracidade.

    Essa breve referncia aos fatos relacionados com as menores partculas da matria ser o ponto de partida para o nosso empreendimento, isto , encontrar a maneira de desenvolver e aplicar a Lei do Poder.

    J dissemos que toda matria est em constante estado de vibrao ou mobilidade, que a molcula formada de partes mveis chamadas tomos, os quais, por sua vez, so formados de partculas que se movem com grande velocidade e que se chamam eltrons.

    O fluido que faz vibrar a matriaEm cada partcula da matria h um fluido invisvel ou fora que obriga

    os tomos a girar um em torno do outro, num ritmo inconcebvel de velo-cidade.

    Esse fluido uma forma de energia que nunca foi analisada. Assim, tem deixado perplexo o mundo cientfico. Para muitos cientistas o fluido a mesma energia que chamamos eletricidade. Outros preferem cham-lo de vibrao. Alguns pesquisadores acreditam que a velocidade com que essa fora como quer que a chamemos se movimenta determina, em grande parte, a natureza do aspecto dos objetos fsicos do universo.

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    Uma quantidade de vibrao dessa energia-fluido a causa do que conhecemos com o nome de som. O ouvido humano pode captar apenas o som que produzido mediante cerca de 32 mil a 38 mil vibraes por segundo. Quando a mdia de vibraes vai alm do que chamamos som, essas vibraes comeam a se manifestar na forma de calor. O calor comea com cerca de 1.500.000 de vibraes por segundo.

    Quando se eleva ainda mais, a escala de vibraes comea a registrar-se sob a forma de luz. Trs milhes de vibraes por segundo criam uma luz violeta. Acima desse nmero, as vibraes produzem os raios ultravioleta (que so invisveis a olho nu) e outras radiaes invisveis.

    E ainda mais alto na escala num grau que no se conhece ainda, se-gundo parece , as vibraes criam a fora que produz o pensamento hu-mano.

    Acreditamos que a poro de fluido de cada vibrao, da qual nascem todas as formas conhecidas de energia, de natureza universal: que a por-o de fluido do som igual poro de fluido da luz, sendo a diferena entre o som e a luz apenas uma diferena de quantidade de vibrao, e, ainda, que a poro de fluido do pensamento seja exatamente a mesma que a do som, do calor e da luz, diferindo apenas no nmero de vibraes por segundo.

    Da mesma maneira que s h uma forma de matria que compe a Terra e todos os outros planetas, sis e estrelas o eltron , h apenas uma forma de energia-fluido, que leva toda a matria a permanecer num estado constante e rpido de movimento.

    Ar e terO grande espao entre o Sol, a Lua, as estrelas e outros planetas con-

    tm uma forma de energia que se chama ter. Acreditamos que a ener-gia-fluido que mantm em movimento todas as partculas da matria seja o mesmo fluido universal conhecido por ter e que preenche todo o espao. A uma certa distncia da superfcie da Terra, calculada por alguns em cerca de 8 quilmetros, existe o que se chama ar, substncia gasosa composta de oxignio e nitrognio. O ar o condutor das vibra-es do som, mas no conduz a luz ou as vibraes mais altas, que so

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    conduzidas pelo ter. Esse o condutor de todas as vibraes, desde o som at o pensamento.

    O ar uma substncia localizada, cuja funo principal alimentar a vida de todos os animais e plantas com o oxignio e o nitrognio, sem o que nenhum ser vivo existiria. Perto do cimo das montanhas muito altas o ar se torna muito rarefeito, porque contm muito pouco nitrognio, razo pela qual a vida vegetal no pode existir ali. Por outro lado, a leveza do ar, constatada nas grandes altitudes, consiste, sobretudo, em oxignio, e por essa razo que as pessoas atacadas de tuberculose so enviadas para as montanhas.

    Mesmo o nosso resumo sobre molculas, tomos, eltrons, ar, ter etc. pode parecer leitura um tanto pesada, mas era indispensvel, pois esta in-troduo desempenha papel essencial como base para a lio.

    Que o leitor no desanime se a descrio que acabamos de fazer no lhe tiver produzido os efeitos emocionantes de um conto. Mas preciso empenhar-se seriamente em encontrar as suas possibilidades e a maneira de organiz-las e aplic-las. Para completar com xito essa descoberta preciso combinar a determinao com a persistncia, e um desejo bem definido de reunir e organizar conhecimentos.

    Em apoio s nossas teorias concernentes vibrao transcrevemos as palavras do falecido dr. Alexander Graham Bell, inventor do telefone e uma das mais reputadas autoridades sobre o assunto:

    Suponhamos que algum tenha o poder de fazer uma barra de ferro vi-brar com uma frequncia determinada num quarto escuro. A princpio, quando a vibrao for ainda vagarosa, seus movimentos sero indicados apenas por um dos cinco sentidos: o tato. Logo que as vibraes aumen-tarem, emitiro um som baixo e, ento, j apelam para dois dos sentidos: o tato e audio.

    Com cerca de 32 mil vibraes por segundo, o som tornar-se- bem alto e agudo, mas com 40 mil vibraes ser quase imperceptvel, e os movimen-tos da barra de ferro no sero mais percebidos pelo tato. Deixam de ser percebidos pelos sentidos humanos.

    Aquele que produz um trabalho superior ao salrio em breve estar ganhando um salrio maior do que o servio prestado. A Lei do Aumento dos Lucros cuidar disso.

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    Deste ponto, a aproximadamente 1.500.000 vibraes por segundo, no temos nenhum sentido capaz de apreciar qualquer efeito das mesmas. De-pois de alcanada essa fase, o movimento indicado, primeiro, pela sen-sao da temperatura e, ento, quando a barra de ferro se torna rubra, im-pressiona a viso. Acima, teremos os raios ultravioleta e outras radiaes invisveis, algumas das quais podem ser percebidas por meio de aparelhos, e empregadas por ns.

    Ocorreu-me que deve haver muito a aprender sobre o efeito dessas vibraes, no grande abismo onde os sentidos humanos no so capazes de ouvir, ver ou sentir movimentos. O poder de enviar mensagens pelo telgrafo sem fio, por meio das vibraes do ter, pe uma ponte sobre o abismo, mas esse to grande que h muita coisa por fazer. preciso fabricar mquinas que forneam praticamente novos sentidos, como fazem os instrumentos da telegrafia sem fio.

    Poder-se- afirmar, ao se refletir sobre esse grande abismo, que no existem muitas formas de vibrao que podem dar resultados to mara-vilhosos, ou at mesmo mais do que as ondas do rdio! Parece-me que nesse abismo jazem as vibraes que julgamos abandonadas pelos nossos crebros e clulas nervosas quando pensamos. Mas, ento, novamente, elas poderiam elevar-se na escala alm das vibraes que produzem os raios ultravioleta*.

    Precisamos de um fio para transmitir essas vibraes? No passaro elas atravs do ter, sem qualquer fio, exatamente como fazem as ondas hertzianas? Como sero elas percebidas pelo receptor? Ouvir ele uma srie de sinais ou sentir que os pensamentos de outros homens penetraram no seu crebro?

    Podemos condescender com algumas especulaes baseadas no que conhecemos sobre as ondas do telgrafo sem fio, que so, como j tivemos ocasio de dizer, tudo o que podemos reconhecer de uma vasta srie de vibraes que, teoricamente, devem existir. Se as ondas do pensamento so iguais s ondas do rdio, elas devem passar do crebro e fluir infinitamente, em torno do mundo e do universo. O corpo, o crnio e outros obstculos slidos no constituiriam embaraos sua passagem, pois elas passam atravs do ter que rodeia as molculas de todas as substncias, por slidas ou densas que sejam.

    Pode-se perguntar se no haveria constante interferncia e confuso se os pensamentos dos outros flussem atravs do nosso crebro e estabelecessem nele pensamentos que no se originaram em ns?

    Como que podemos saber se no interferem nesse mesmo instante com os nossos? Tenho notado muitos fenmenos de perturbaes de esprito que nunca me foram possveis explicar. Por exemplo, ser a inspirao

    *A ltima sentena sugere a teoria sustentada pelo autor. (N. do A.)

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    ou o desnimo que um orador sente ao dirigir-se ao pblico? Tenho experimentado isso vrias vezes e nunca pude definir exatamente as causas fsicas desse fato.

    Muitas descobertas cientficas recentes, na minha opinio, anunciam o dia no distante, talvez, em que os homens lero os pensamentos uns dos outros, em que os pensamentos sero enviados diretamente de crebro a crebro, sem interveno da palavra, da escrita ou de qualquer dos atuais meios de comunicao.

    No ser desarrazoado antever uma poca em que veremos sem olhos, ouviremos sem ouvidos e falaremos sem lngua.

    Em suma, a hiptese de que um esprito pode comunicar-se diretamente com outro se apoia na teoria segundo a qual o pensamento, ou fora vital, uma forma de perturbao eltrica, que pode ser captada por induo e transmitida a distncia, atravs de um fio ou, simplesmente, atravs do ter, como no caso das ondas do telgrafo sem fio.

    Muitas analogias sugerem que o pensamento tem a mesma natureza de um distrbio eltrico. Um nervo, que da mesma substncia do crebro, excelente condutor da corrente eltrica. A primeira vez que passamos uma corrente eltrica pelos nervos de um morto ficamos estarrecidos ao v-lo levantar-se e mover-se. Os nervos eletrificados produziam a contrao dos msculos, como acontece em vida.

    Parecem agir sobre os msculos como a corrente eltrica age sobre um eletromagneto. A corrente magnetiza uma barra de ferro colocada em ngulo reto com a mesma, e os nervos produzem, atravs da corrente in-tangvel da fora vital que os percorre, a contrao das fibras musculares que so dispostas em ngulo reto com eles.

    Seria possvel citar muitas razes mostrando como o pensamento e a fora vital podem ser considerados como sendo da mesma natureza que a eletricidade. Sustenta-se que a corrente eltrica uma onda do ter em movimento, uma onda do ter, essa substncia hipottica que enche todos os espaos e cerca todas as substncias. Acreditamos que deve haver ter, pois sem ele a corrente eltrica no poderia passar pelo vcuo, ou a luz do Sol atravs do espao. razovel acreditar que apenas uma onda se-melhante em movimento possa produzir os fenmenos do pensamento e da fora vital. Podemos afirmar que as clulas do crebro agem como uma bateria e que a corrente produzida corre atravs dos nervos.

    Mas isso terminar a? No passar alm do corpo, em ondas que fluem em torno do mundo, imperceptveis aos nossos sentidos, do mesmo modo que as ondas do telgrafo sem fio passaram despercebidas, antes que Hertz e outros descobrissem sua existncia?

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    Cada crebro , ao mesmo tempo, uma estao transmissora e receptora

    Temos provado inmeras vezes, para nossa prpria satisfao pelo me-nos, que todo crebro humano , ao mesmo tempo, uma estao transmis-sora e receptora para as vibraes da frequncia do pensamento.

    Se essa teoria se tornar uma realidade e se for possvel estabelecer m-todos adequados de controle, imagine-se a importncia que isso ter para o trabalho de reunir, classificar e organizar conhecimentos. A simples ideia de tal possibilidade faz vacilar o nosso esprito.

    Thomas Paine foi um dos maiores espritos do perodo revolucionrio americano. A ele, talvez mais que a qualquer outro, devemos o incio e o re-sultado feliz da Revoluo, pois foi o seu esprito elevado que ajudou tanto a redigir a Declarao da Independncia como a convencer os signatrios do documento a traduzi-lo em termos de realidade.

    Falando sobre a origem desse grande depsito de conhecimento, Paine assim o descreveu:

    Quem quer que tenha feito observaes sobre o estado do progresso do esprito humano, estudando o seu prprio esprito, no pode deixar de ter notado que existem duas classes distintas de pensamentos: os que produzi-mos em ns mesmos, por meio da reflexo e do ato de pensar, e os que se esgueiram no nosso crebro, por conta prpria. Adotei sempre a regra de tratar com civilidade esses visitantes voluntrios, tendo o cuidado de examin-los, tanto quanto possvel, para ver se mereciam ser cultivados: e com esses pensamentos que tenho adquirido quase todo o conhecimento que possuo. Quanto instruo adquirida por todos os que frequentam escolas, serve apenas como um pequeno capital, para colocar o indivduo em condies de aprender por si mesmo da em diante. Afinal de contas, toda pessoa que tem instruo sempre o seu prprio professor, isso pela simples razo de que os princpios no podem ser aprendidos de cor; o seu lugar de residncia, no esprito, a compreenso, e eles nunca so to dura-douros como quando comeam por concepo.

    Nas palavras de Paine, que acabamos de transcrever, o grande patriota e filsofo americano referiu-se a uma experincia que, num momento ou noutro, a experincia de todos ns. Existir algum to infeliz a ponto de

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    no ter tido evidncias positivas de que os pensamentos, at mesmo ideias completas, surgem no crebro vindos de fontes externas?

    Que meio de conduo existiria para tais visitantes a no ser o ter, que preenche o espao sem limites do universo? ele o meio de conduo para todas as formas de vibrao que conhecemos, tais como o som, a luz e o calor. Por que motivo no seria tambm o meio de transmitir a vibrao do pensamento?

    Cada esprito, ou crebro, est diretamente ligado a outros espritos por meio do ter. Cada pensamento emitido por um crebro imediatamente apanhado e interpretado por todos os outros que esto em contato com o crebro transmissor. Temos tanta certeza disso como estamos certos de que a frmula qumica H2O produz a gua.

    A possibilidade de que o ter se torne o condutor dos pensamentos, de crebro a crebro, no ainda a mais assombrosa das suas realizaes. Acreditamos que toda vibrao de pensamento emitida por qualquer crebro, e apanhada pelo ter, mantida em movimento, em ondas cuja extenso corresponde extenso da energia empregada na sua transmisso; que essas vibraes permanecem em movimento contnuo, que so uma das fontes das quais os pensamentos podem despontar no crebro de que emanam, caso o outro crebro esteja em contato constante e direto, atravs do ter, com o crebro que transmitiu a vibrao do pensamento.

    Desse modo, veremos, se essa teoria for um fato, que espao sem limites do universo e continuar a ser uma biblioteca mental, na qual podem ser encontrados todos os pensamentos transmitidos pela humanidade.

    Lanamos aqui os alicerces para uma das mais importantes hipteses enumeradas na lio sobre a Confiana em si mesmo, fato que o estudante deve ter em mente quando se aproximar dessa lio.

    uma lio sobre o conhecimento organizado. A maioria do conheci-mento til de que a raa humana se tornou herdeira foi cuidadosamente preservada e sinceramente anotada na bblia da natureza. Voltando as

    Cada fracasso uma bno disfarada, pois nos d sempre uma lio que de outra maneira talvez nunca aprendssemos. Quase todos os fracassos so apenas derrotas temporrias.

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    pginas dessa bblia inaltervel, o homem l a histria da terrvel luta que permitiu o crescimento da civilizao da nossa poca. As pginas dessa bblia so formadas de elementos fsicos que constituem a Terra e os outros planetas, e do ter, que preenche todos os espaos.

    Voltando s pinturas rupestres ocultas na superfcie da Terra, o homem encontrou ossos, esqueletos, pegadas e outros sinais indiscutveis da histria da vida animal, que a natureza ali semeou, para esclarec-lo e gui-lo em perodos de tempo de incrvel durao. As grandes pginas de pedra da bblia da natureza, encontradas na terra, e as pginas sem-fim da bblia constituda pelo ter, que registrou todo o pensamento humano no pas-sado, constituem uma fonte autntica de comunicao entre o Criador e o homem. Essa bblia foi iniciada antes de o homem atingir a fase do pensa-mento, ou mesmo antes de ter ele alcanado o grau de desenvolvimento da ameba (animal unicelular).

    No h poder humano capaz de alterar essa bblia. Alm disso, ela conta sua histria no em lnguas antigas e mortas, ou em hierglifos de raas semisselvagens, mas numa linguagem universal, que pode ser lida por to-dos. A bblia da natureza, de onde tiramos todos os conhecimentos que vale a pena possuir, no pode ser alterada por nenhum homem.

    A descoberta mais extraordinria feita pelo homem foi a do princpio do rdio, que opera com o auxlio do ter, essa parte importante da bblia da natureza. Imaginemos o ter recolhendo a vibrao ordinria do som, e transformando-a de audiofrequncia em radiofrequncia e conduzindo-a para uma estao receptora sintonizada, e fazendo-a voltar sua primeira forma de audiofrequncia, tudo isso em um segundo apenas. No de sur-preender que tal fora possa colher a vibrao do pensamento, e conservar essa vibrao em movimento contnuo.

    O fato j estabelecido e muito conhecido da transmisso instantnea do som, atravs do ter, por meio dos modernos aparelhos de rdio, faz passar, do possvel para o provvel, a teoria da transmisso do pensamento de um crebro para outro.

    Crer em herosmo fazer heris.Disraeli

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