A Linguagem Da Fotografia

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  • 8/19/2019 A Linguagem Da Fotografia

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     A LINGUAGEM DA FOTOGRAFIA 

     A linguagem da fotografia é a linguagem do ver. Do visto. O que, afinal, umfotógrafo expressa é o seu modo de ver o mundo. E podemos ver com mais oumenos inteligência, com mais ou menos sensibilidade, com mais ou menosoriginalidade, mais ou menos espontaneidade.

    A linguagem da fotografia é a linguagem do ver. Do visto. O que, afinal, umfotógrafo expressa é o seu modo de ver o mundo. E podemos ver com mais oumenos inteligência, com mais ou menos sensibilidade, com mais ou menosoriginalidade, mais ou menos espontaneidade.

    Ver é um ato intencional e criativo, exige vontade e motiva!o interior. "eralmenteos fotógrafos s!o pessoas que se deleitam com o ver. Ver com profundidadesignifica compreender.

    Alguém camin#a por uma ampla calada a beira mar, numa tarde serena. Derepente, vê $ sua frente um banco va%io, umas pedras emergindo da &gua e umapequena &rvore seca que, desde o ponto de vista em que se encontra, est!o#armoniosamente dispostas no espao. 'fotografia acima( Ele compreende queaquela imagem é ele mesmo naquele momento, é aquela tarde, é aquelaexperiência. )sto é a fotografia. A experiência pode adquirir graus cada ve% maioresde complexidade, ou pode ser simples como um sorriso. E desta maneira variam asfotografias.

    Ent!o tudo o que temos a fa%er é, basicamente, desenvolver a nossa observa!o,afirmar a nossa aten!o. * graas a curiosidade, $ observa!o minuciosa e umacerta engen#osidade no ol#ar que se c#ega $ percep!o de imagens significativas.Estar alerta é importante. Estar presente. +e estamos perdidos em pensamentos, arealidade 'pelo menos a visvel( se nos escapa dos ol#os. E da c-mera. A fotografiaé enfim a testemun#a da qualidade do nosso ver.

    !o vemos, porém, apenas com os nossos ol#os. /odemos fa%ê0lo com a totalidadedo nosso ser. Ver é sempre din-mico. 1econ#ece e descobre ob2etos. 3ria rela4es

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    e atribui significados. /ro2eta nossas fantasias, evoca nossos sentimentos e provocarea4es. 1eagimos5 fotografamos.

    A cada maneira de ver corresponde uma linguagem fotogr&fica, e a parte $limita!o da necessidade do mundo se manifestar a nossa frente, suficientementeiluminado, para que o fotografemos, n!o #& limites para a linguagem fotogr&fica.

    +empre inventamos novas maneiras de ver.A fotografia nasce da capacidade de maravil#armo0nos, de encontrar sentido, dedeixarmo0nos tocar por aquilo que vemos. 3omo 2& afirmaram muitos fotógrafosn!o #& nada a fa%er, a n!o ser estar presente, estar aberto ao mundo sentir0seimplicado com aquilo que se vê.

    6otografia é imagem. 7as n!o apenas. Ela é o tempo detido, é a memória. * aevidência da lu% que incidiu sobre um ob2eto especfico, num lugar especfico, nummomento especfico. +e por um lado isto soa como uma limita!o, por outro é opróprio mistério da fotografia. Aquilo que vemos numa foto aconteceu. 8s ve%es deuma maneira que n!o sabemos como ou porque a fotografia n!o explica. 7asaqueles ob2etos e pessoas que se gravaram sobre o filme e #o2e s!o imagens,ontem existiram. * isso que estimula nossa imagina!o.

    6otografia é a linguagem do inesperado, boas fotografias n!o acontecem toda #ora.A fotografia é um encontro. Eis o seu sabor. 9m encontro entre o fotógrafo e omomento. 9ma cena e o seu recon#ecimento. A fotografia trabal#a com o acaso ese vale da intui!o. Assim se reali%a o encontro.

    :udo o que queremos ao tirar fotografias é compartil#ar nossa vis!o do mundo enossa sensibilidade $ vida como os outros. * como di%er5 ol#a só aquilo; E a est&todo o significado. !o #& mais nada a explicar. ada a acrescentar. O resto é porconta de quem observa a fotografia.

    um mundo t!o inflacionado de imagens, a maioria delas arrogantes e fetic#istas,quando n!o simplesmente sensacionalistas, por que n!o nos abrirmos $quelasfotografias sensveis e reveladoras, c#eias da autenticidade de quem se sentecomprometido com a vida<

    3lovis =oureiro