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1 JORNALISMO ESPORTIVO E AUDIÊNCIA: A LINGUAGEM DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE Leonor Werneck dos Santos 1 Lucas Torres de Oliveira Affonso 2 Resumo A parr da análise da linguagem verbal e de estratégias não verbais, pretendemos mostrar, neste argo, os principais recursos ulizados pela TV Globo na cobertura das transmissões esporvas. Nossa base teórica fundamenta-se em duas linhas: pesquisadores de Comunicação Social, especialmente da linguagem jornalísca, como Lage (1999, 2001), Barbeiro e Rangel (2006), Hernandes (2006), Bezerra (2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), dentre outros; e pesquisadores de Letras, principalmente de Linguísca de Texto e Análise do Discurso, como Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001), Morais (2012), Van Dijk (2008), dentre outros. Nosso objevo principal é discur as formas de relato e descrição do jornalismo esporvo, enfazando uma análise do programa Globo Esporte, versões de 1981 e 2011. Observamos, principalmente, as mudanças no grau de formalidade e o nível de linguagem ulizado; analisaremos, também, os critérios que definem o que é ou não nocia. Como conclusões prévias dessa breve análise, observamos que houve mudanças significavas na organização textual do programa, visando a conquistar cada vez mais telespectadores antenados com as novidades virtuais. 1 Doutora em Língua Portuguesa, Professora da Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/ UFRJ. Estágio de Pós-Doutorado (2013) com Bolsa PDSenior/CNPq. Integrante do GT Linguísca de Texto e Análise da Conversação da ANPOLL. Este argo é fruto de uma pesquisa elaborada sob minha orientação, durante a disciplina Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com 2 Estudante de Graduação (5º semestre) do curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/ UFRJ. Email: lucastorresoa@outlook.com PERIODISMO DEPORTIVO Y AUDIENCIA: EL LENGUAJE DEL PROGRAMA GLOBO ESPORTE* Leonor Werneck dos Santos 1 Lucas Torres de Oliveira Affonso 2 Resumen A parr del análisis del lenguaje verbal y de estrategias no verbales, pretendemos mostrar, en este arculo, los principales recursos ulizados por TV Globo en la cobertura de las transmisiones deporvas. Nuestras bases teóricas se fundamentan en dos líneas: invesgadores de Comunicación Social, especialmente del lenguaje periodísco, como Lage (1999, 2001), Barbeiro y Rangel (2006), Hernandes (2006), Bezerra (2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), entre otros; e invesgadores de Filología, principalmente de Lingüísca del Texto y Análisis del Discurso, como Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001), Morais (2012), Van Dijk (2008), entre otros. Nuestro objevo principal es discur las formas de relato y descripción del periodismo deporvo, con énfasis en un análisis del programa Globo Esporte, versiones de 1981 y 2011. Observamos, principalmente, los cambios en el grado de formalidad y el nivel de lenguaje ulizado; vamos a analizar, también, los criterios que definen lo que es o no nocia. Como conclusiones previas de ese breve análisis, observamos que hubo cambios significavos en la organización textual del programa, con la finalidad de conquistar cada vez más televidentes en sintonía con las novedades virtuales. * Versión española: Amanda Mesquita (UERJ), Isabella Lages do Amaral (UERJ) y Anna Carolina Castelo Branco (UERJ), bajo supervisión de Dayala P. de Medeiros Vargens (UFF). 1 Doctora en Lengua Portuguesa, Profesora de la Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/ UFRJ. pasana de postdoctorado (2013) con beca PDSenior/CNPq. Integrante del GT Linguísca de Texto y Análise da Conversação da ANPOLL. Este arculo resulta de invesgación elaborada sob mi tutoria, durante la asignatura Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com 2 Estudiante (5º semestre) del curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/UFRJ. Email: lucastorresoa@outlook.com

a linguagem do programa Globo Esporte

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Page 1: a linguagem do programa Globo Esporte

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JORNALISMO ESPORTIVO E AUDIÊNCIA:A LINGUAGEM DO PROGRAMA GLOBO ESPORTE

Leonor Werneck dos Santos 1

Lucas Torres de Oliveira Affonso 2

Resumo

A partir da análise da linguagem verbal e de estratégias não verbais, pretendemos

mostrar, neste artigo, os principais recursos utilizados pela TV Globo na cobertura

das transmissões esportivas. Nossa base teórica fundamenta-se em duas linhas:

pesquisadores de Comunicação Social, especialmente da linguagem jornalística,

como Lage (1999, 2001), Barbeiro e Rangel (2006), Hernandes (2006), Bezerra

(2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), dentre outros; e pesquisadores

de Letras, principalmente de Linguística de Texto e Análise do Discurso, como

Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001), Morais (2012), Van

Dijk (2008), dentre outros. Nosso objetivo principal é discutir as formas de relato

e descrição do jornalismo esportivo, enfatizando uma análise do programa Globo

Esporte, versões de 1981 e 2011. Observamos, principalmente, as mudanças no

grau de formalidade e o nível de linguagem utilizado; analisaremos, também, os

critérios que definem o que é ou não notícia. Como conclusões prévias dessa breve

análise, observamos que houve mudanças significativas na organização textual

do programa, visando a conquistar cada vez mais telespectadores antenados

com as novidades virtuais.

1 Doutora em Língua Portuguesa, Professora da Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/UFRJ. Estágio de Pós-Doutorado (2013) com Bolsa PDSenior/CNPq. Integrante do GT Linguística de Texto e Análise da Conversação da ANPOLL. Este artigo é fruto de uma pesquisa elaborada sob minha orientação, durante a disciplina Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com

2 Estudante de Graduação (5º semestre) do curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/UFRJ. Email: [email protected]

PERIODISMO DEPORTIVO Y AUDIENCIA: EL LENGUAJE DEL PROGRAMA GLOBO ESPORTE*

Leonor Werneck dos Santos 1

Lucas Torres de Oliveira Affonso 2

Resumen

A partir del análisis del lenguaje verbal y de estrategias no verbales, pretendemos

mostrar, en este artículo, los principales recursos utilizados por TV Globo en la

cobertura de las transmisiones deportivas. Nuestras bases teóricas se fundamentan

en dos líneas: investigadores de Comunicación Social, especialmente del lenguaje

periodístico, como Lage (1999, 2001), Barbeiro y Rangel (2006), Hernandes

(2006), Bezerra (2008, 2009), Moraes (2008), Nascimento (2009), entre otros;

e investigadores de Filología, principalmente de Lingüística del Texto y Análisis

del Discurso, como Charaudeau (2006), Fiorin (2000), Marcuschi (1986, 2001),

Morais (2012), Van Dijk (2008), entre otros. Nuestro objetivo principal es discutir

las formas de relato y descripción del periodismo deportivo, con énfasis en un

análisis del programa Globo Esporte, versiones de 1981 y 2011. Observamos,

principalmente, los cambios en el grado de formalidad y el nivel de lenguaje

utilizado; vamos a analizar, también, los criterios que definen lo que es o no

noticia. Como conclusiones previas de ese breve análisis, observamos que hubo

cambios significativos en la organización textual del programa, con la finalidad

de conquistar cada vez más televidentes en sintonía con las novedades virtuales.

* Versión española: Amanda Mesquita (UERJ), Isabella Lages do Amaral (UERJ) y Anna Carolina Castelo Branco (UERJ), bajo supervisión de Dayala P. de Medeiros Vargens (UFF).

1 Doctora en Lengua Portuguesa, Profesora de la Faculdade de Letras e da Escola de Comunicação/UFRJ. pasantía de postdoctorado (2013) con beca PDSenior/CNPq. Integrante del GT Linguística de Texto y Análise da Conversação da ANPOLL. Este artículo resulta de investigación elaborada sob mi tutoria, durante la asignatura Língua Portuguesa II (2012/1). Homepage: www.leonorwerneck.com

2 Estudiante (5º semestre) del curso de Comunicação Social da Escola de Comunicação/UFRJ. Email: [email protected]

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Palavras-chave

Linguagem jornalística; Jornalismo esportivo; Níveis de linguagem; Linguagem da mídia.

1. Introdução

Neste artigo, pretendemos propor uma breve análise do jornalismo esportivo,

mostrando as modificações ao longo de três décadas (1981-2011) do programa

Globo Esporte (doravante, GE). Nosso objetivo é analisar esse programa esportivo,

observando as mudanças no nível linguagem jornalística e nos recursos utilizados

para narrar e editar as matérias.

Enfatizaremos notícias vinculadas ao futebol, esporte mais popular do país,

em destaque em matérias do GE, um dos ícones da televisão brasileira, que

estreou na grade da Rede Globo em 1978. Analisaremos como a linguagem

jornalística mudou nesse programa, observando aspectos relacionados aos

graus de formalidade, à mistura entre relato e descrição e à dramaticidade

presente nos programas mais atuais.

Tomamos como ponto de partida (e de chegada) a necessidade de manutenção

da audiência por parte da emissora, considerando marcas linguísticas e

discursivas como determinantes na estratégia comunicativa, conforme defendem

Pauliukonis, Gavazzi e Santos (1996, p. 89):

O texto - não importa em que modalidade discursiva se insira - é

resultado de uma complexa rede de processos. Em sua construção,

os Sujeitos comunicante e interpretante [emissora e público]

recorrem a sistemas e estratégias sociocognitivas, instaurando

a coerência interacional. A marca primordial dessas estratégias

recai no conhecimento de mundo partilhado. [grifos das autoras]

2. Futebol: um espetáculo planejado pela televisão

Fiori Gigliotti, radialista e locutor esportivo, iniciava as transmissões das partidas de

futebol com uma frase que se tornou um bordão: “Abrem-se as cortinas e começa o

Palabras clave

Lenguaje periodístico; Periodismo deportivo; Niveles del lenguaje; Lenguaje de los medios.

1. Introducción

En este artículo, proponemos breve análisis del periodismo deportivo, señalando

los cambios a lo largo de tres décadas (1981-2011) del programa Globo Esporte (de ahora en adelante, GE). Nuestro objetivo es analizar ese programa deportivo,

observando los cambios en el nivel lenguaje periodístico y en los recursos que

se utilizan para narrar y editar notas periodísticas.

Vamos a dar énfasis a noticias vinculadas al fútbol, deporte más popular

del país, con destaque a reportajes del GE, uno de los iconos de la televisión

brasileña, que estrenó en la rejilla de programación de Rede Globo en 1978.

Vamos a analizar como el lenguaje periodístico ha cambiado en ese programa,

observando aspectos relacionados con los grados de formalidad, la mezcla entre

relato y descripción y la dramaticidad presente en los programas más actuales.

Tomamos como punto de partida (y de llegada) la necesidad de mantenimiento

de la audiencia por parte de la emisora, se consideran marcas lingüísticas y

discursivas como determinantes en la estrategia comunicativa, conforme defenden

Pauliukonis, Gavazzi y Santos (1996, p. 89):

El texto - no importa en que modalidad discursiva se inserte -

resulta de una compleja red de procesos. En su construcción, los

Sujetos comunicante e interpretante [emisora y público] recurren

a sistemas y estrategias sociocognitivas, instaurando la coherencia

interaccional. La marca primordial de esas estrategias recae en el

conocimiento de mundo compartido. [letras cursivas de las autoras]

2. Fútbol: un espectáculo planificado por la televisión

Fiori Gigliotti, radialista y locutor deportivo, iniciaba las transmisiones de los partidos

de fútbol con una frase que se ha vuelto una muletilla: “Se abre el telón y empieza

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espetáculo”. Assim, primeiramente, precisamos entender como o futebol se tornou o

foco principal do GE (e de outros programas esportivos), sendo tratado como espetáculo.

Em maior escala, sabemos que o futebol é criador de identidades e que há entre

cada torcida a ideia de constituição de uma nação - conceito que, para Anderson

(1989), refere-se a uma comunidade imaginada, limitada e soberana, o que, de

fato, parece aplicar-se às torcidas de futebol. Assim, segundo Bezerra (2008, p. 70),

O torcedor tem a sensação de que não está só, de que tem algo em

comum com os outros espectadores que tomam partido, a favor do

mesmo esportista ou da mesma equipe que ele, e, nestas condições, não

se envergonha de manifestar em voz alta seus sentimentos e opiniões.

Além disso, o futebol é um produto de uma indústria que, segundo Moraes

(2008, p. 118), movimenta em todo o mundo US$ 250 bilhões por ano.

Segundo Melo (2003, apud MORAIS, 2012, p. 58), há três funções do esporte

na comunicação de massa - informar, instruir e persuadir:

Na sua função informativa, o esporte é visto como notícia e

ocupa um grande espaço nos meios de comunicação como

rádio, jornais, Internet, sendo um ramo importante dentro do

jornalismo, fomentando cada vez mais a criação de jornais e revistas

especializados no assunto e até programas específicos em canais

de TV e Internet. Como forma de persuasão, o esporte pode ser

utilizado como propaganda, com mensagens publicitárias dos eventos

esportivos ou de marcas e produtos associados às práticas dos mais

diversos esportes, esse papel é importante, pois gera recursos

para a manutenção e expansão dos esportes e de seus agentes.

Já na função instrutiva, o esporte incentiva a prática de exercícios

físicos e hábitos saudáveis para diferentes faixas populacionais.

Por fim, como atividade de lazer, o mundo dos esportes hoje pode

proporcionar diversão tanto a quem comparece aos estádios e

demais locais onde ocorrem eventos esportivos, quanto para

aqueles que preferem acompanhar de dentro de suas casas em

el espectáculo”. Así, primeramente, se debe entender como el fútbol se hizo foco

principal del GE (y de otros programas deportivos), tratándose como espectáculo.

Sabemos que el fútbol es un creador de identidades y que hay entre cada

hinchada la idea de constitución de una nación - concepto que, para Anderson

(1989), se refiere a una comunidad imaginada, limitada y soberana, lo que, de

hecho, parece aplicarse a las hinchadas de fútbol. Así, según Bezerra (2008, p. 70),

El hincha tiene la sensación de que no está solo, de que tiene algo en

común con los otros espectadores que toman partido, en favor del

mismo deportista o del mismo equipo que él, y, en estas condiciones, no

tiene verguenza de manifestar en voz alta sus sentimientos y opiniones.

Además, el fútbol es un producto de una industria que, según Moraes (2008,

p. 118), movimienta en todo el mundo US$ 250.000 millones por año. Según

Melo (2003, apud MORAIS, 2012, p. 58), hay tres funciones del deporte en la

comunicación masiva- informar, instruir y persuadir:

En su función informativa, se ve el deporte como noticia y ocupa un

gran espacio en los medios de comunicación como radio, periódicos,

Internet, siendo una rama importante dentro del periodismo,

fomentando cada vez más la creación de periódicos y revistas

especializados en el asunto e incluso programas específicos en

canales de televisión e internet. Como forma de persuasión, se puede

utilizar el deporte como propaganda, con mensajes publicitarios

de los eventos deportivos o de marcas y productos asociados a las

prácticas de los más diversos deportes, esa función es importante,

pues genera recursos para el mantenimiento y expansión de los

deportes y de sus agentes. Ya en la función instructiva, el deporte

incentiva la práctica de ejercicios físicos y hábitos saludables para

distintas franjas de población. Por fin, como atividad de ocio, el

mundo de los deportes hoy puede proporcionar diversión tanto a

quien comparece a los estadios y demás locales donde ocurren los

eventos deportivos, como para aquellos que prefieren acompañar

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programas de TV, o que também traz lucros a essas empresas de

comunicação e seus patrocinadores, incentivando ainda mais esse

segmento jornalístico e o próprio esporte.

Visando a conquistar e fidelizar um público cada vez maior, as emissoras de

rádio e TV apelam para a emoção e a espetacularização, e são vários os recursos

usados para alcançar credibilidade e cativar o espectador - o que percebemos

mesmo em transmissões antigas dos jogos. Como destaca Bezerra (2008, p.85),

“Para ilustrar o imaginário do torcedor e conquistar a sua audiência, narradores

utilizam formas criativas, inventam bordões e buscam no próprio povo, expressões

que podem facilitar a identificação com o que estão falando”.

No caso da transmissão televisiva, nada é feito por acaso: tudo é estrategicamente

planejado e organizado até chegar ao espectador.

Nas transmissões esportivas, vemos placas, faixas e painéis,

estrategicamente colocados no ângulo de visão da TV. As camisetas

dos atletas esportivos também têm espaços reservados para

o nome dos patrocinadores. Tudo é pensado como forma de

espetáculo e faz parte da indústria que o esporte movimenta.

(BEZERRA, 2008, p.78)

Charaudeau (2006, p. 86) afirma que a informação midiática visa a gozar da

maior credibilidade possível com o maior número de receptores. Para o autor,

a credibilidade estaria ligada a uma racionalidade afastada do espetáculo na

transmissão da informação, algo que se conquista ao longo do tempo pela

capacidade de ser crível, dependendo, portanto, de um reconhecimento do

público. Porém, pelo fato de o jornalismo esportivo lidar com a produção de

emoções – o que se pode perceber como tendência predominante no GE –,

Charaudeau (2006, p. 92) expõe uma contradição do processo.

Assim, o contrato de informação midiática é, em seu fundamento,

marcado pela contradição: finalidade de fazer saber, que deve buscar

de dentro de sus casas en programas de televisión, lo que también

trae lucros a esas empresas de comunicación y sus patrocinadores,

incentivando aún más ese segmento periodístico y el propio deporte.

Con el objetivo de conquistar y fidelizar un público cada vez más grande, las emisoras

de radio y televisión apelan para la emoción y la espectacularización, y son varios

los recursos que se usan para alcanzar credibilidad y cautivar el espectador - lo que

percibimos incluso en transmisiones antiguas de los partidos. Como pone de relieve

Bezerra (2008, p.85), “Para ilustrar el imaginario del hincha y conquistar su audiencia,

narradores utilizan formas creativas, inventan muletillas y buscan en el propio pueblo

expresiones que pueden facilitar la identificación con lo que están hablando”.

En el caso de la transmisión televisiva, no se hace nada al azar: todo es

estrategicamente planeado y organizado hasta llegar al espectador.

En las transmisiones deportivas, vemos placas, fajas y paneles,

estrategicamente ubicados en el no ángulo de visión de la televisión. Las

camisetas de los atletas deportivos también tienen espacios reservados

para el nombre de los patrocinadores. Se piensa todo como forma

de espectáculo y forma parte de la industria que el deporte mueve.

(BEZERRA, 2008, p.78)

Charaudeau (2006, p. 86) afirma que la información de los medios pretende gozar

de la mayor credibilidad posible con el mayor número de receptores. Para el autor,

la credibilidad estaría relacionada con una racionalidad alejada del espectáculo en

la transmisión de la información, algo que se conquista a lo largo del tiempo por

la capacidad de ser creíble, dependiendo, por lo tanto, de un reconocimiento del

público. Pero, por el hecho de el periodismo deportivo lidiar con la producción

de emociones – lo que se puede percibir como tendencia predominante en GE –,

Charaudeau (2006, p. 92) expone una contradicción del proceso.

Así, el contrato de información de los medios es, en su fundamento,

marcado por la contradicción: finalidad de hacer saber, que debe

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um grau zero de espetacularização da informação, para satisfazer

o princípio de seriedade ao produzir efeitos de credibilidade;

finalidade de fazer sentir, que deve fazer escolhas estratégicas

apropriadas à encenação da informação para satisfazer o princípio

de emoção ao produzir efeitos de dramatização.

Desta forma, as aparições de locutores e repórteres não só nas transmissões,

mas também nos programas esportivos, relatando o que de mais relevante

aconteceu, tornaram-se indispensáveis ao telespectador, como observa Bezerra

(2008, p. 85): “A imagem já não basta, é preciso ser acompanhada de um contador

da história, relatando o fato que está ocorrendo naquele momento: o jogo”.

Sobre isso, Lage (1999, p. 45) afirma que o público deixou de interpretar por si

próprio os acontecimentos do jogo, justamente pela figura dos repórteres e locutores:

Já no esporte, agressividade e impulso de posse (a competição)

estão regulamentados. O público a que se destinam noticiário e

reportagem esportiva sofre processo de disfunção narcotizante, isto é, dispensa-se interpretar cada lance à espera da palavra do

narrador ou comentarista. E, ao mesmo tempo, assume atitude ativa, isto é, projeta-se no atleta ou na equipe e se identifica com

seus favoritos como se estivesse diretamente envolvido na disputa.

Devido a essa influência do esporte na mídia, emissoras como a Rede Globo

investem altas somas de dinheiro, comprando direitos de transmissão, com o

intuito de cativar os telespectadores. Tudo é detalhadamente pensado, pois,

como lembram Pauliukonis, Gavazzi e Santos (1996, p. 96):

A manutenção da audiência configura o objetivo primeiro de qualquer

emissora. Na realidade, o público-alvo possui uma expectativa

que deve ser preenchida de forma adequada, para que haja uma

cumplicidade entre o Sujeito comunicante (emissora) e o Sujeito interpretante (telespectador). [grifos das autoras]

buscar un grado cero de espectacularización de la información para

satisfacer el principio de seriedad al producir efectos de credibilidad;

finalidad de hacer sentir, que debe hacer elecciones estratégicas

apropiadas a la escenificación de la información para satisfacer el

principio de emoción al producir efectos de dramatización.

De esa forma, las apariciones de locutores y reporteros no sólo en las transmisiones,

pero también en los programas deportivos, relatando lo que de más relevante

ocurrió, se tornaron indispensables al televidente, como observa Bezerra (2008, p.

85): “La imagen ya no basta, necesita acompañarse de un contador de la historia,

relatando el hecho que está ocurriendo en aquel momento: el partido”.

Acerca de eso, Lage (1999, p. 45) afirma que el público dejó de interpretar por si

mismo los sucesos del partido, precisamente por la figura de los reporteros y locutores:

Ya en el deporte, agresividad e impulso de posesión (la competición)

están reglamentados. El público a que se destinan noticiario y

reportaje deportiva sufre proceso de disfunción narcotizante, o sea,

se dispensa interpretar cada lance a la espera de las palabras del

narrador o comentarista. Y, al mismo tiempo, asume actitud activa,

o sea, se proyecta en el atleta o en el equipo y se identifica con sus

favoritos como si estuviera directamente involucrado en la disputa.

Debido a esa influencia del deporte en los medios, emisoras como Rede Globo

invierten considerables sumas de dinero, comprando derechos de transmisión,

con el objetivo de cautivar a los televidentes. Se piensa todo en detalles, pues,

como reacuerdan Pauliukonis, Gavazzi y Santos (1996, p. 96):

El mantenimiento de la audiencia representa el primer objetivo

de cualquier emisora. En realidad, el público meta tiene una

expectativa que se debe satisfacer de forma adecuada, para que

haya una cumplicidad entre el Sujeto comunicante (emisora) y el

Sujeto interpretante (televidente). [letras cursivas de las autoras]

Page 6: a linguagem do programa Globo Esporte

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3. A notícia produzida de acordo com o inusitado

Nos últimos anos, a definição do que é ou não notícia passou a depender

não do dever de informar o que é relevante, mas do que é interessante ao

público, que atinge o maior número de pessoas, gerando lucro pela audiência

e pela demanda social. No caso específico de notícias esportivas, segundo

Morais (2012, p. 57), “os assuntos esportivos foram gradativamente ocupando

espaço nos grandes jornais até ganharem publicações especializadas, como

Lance, Marca, Vencer, Olé, entre outros”. Para Sousa (2005, p. 2),

Como em qualquer produto jornalístico, a seleção da notícia esportiva

é um processo norteado pelos critérios de noticiabilidade universais

à atividade de produção e transformação de acontecimentos em

fatos noticiáveis. Também no noticiário esportivo tem mais chances

de se tornar notícia o que é factual, que desperta o interesse do

público, que atinge o maior número de pessoas, que seja inusitado

ou curioso, que seja novidade e que apresente bons personagens.

Assim, torna-se notícia não o que prioritariamente é utilidade pública, mas o

que pode gerar maior repercussão e audiência de acordo com uma abordagem que

tenda ao espetáculo e à produção de emoções em quem assiste. No caso do esporte,

que, como apontam Morais (2012) e Barbeiro e Rangel (2006, p. 13), é confundido

com entretenimento, já existe uma predisposição para a espetacularização: a

manipulação de uma “paixão nacional”, em que já há emoções envolvidas.

Quanto à tipologia textual predominante, segundo Nascimento (2009), a

estrutura da notícia tende a ser prioritariamente narrativa, forma redacional

que predomina na linguagem jornalística, com características de objetividade

e tentativa de imparcialidade (cf. JUNKES, 2001). Já para Dolz e Schneuwly

(2004), o que caracteriza o mundo do narrar é a existência da intriga, enquanto

o mundo do relatar estaria mais relacionado à representação de memória e

documentação. Para os autores, relatar é descrever, por meio do discurso,

ações e experiências vividas situadas no tempo.

3. La noticia que se produce de acuerdo con lo inusitado

En los últimos años, la definición de qué es o no noticia pasó a depender no

del deber de informar lo que es relevante, pero de qué es interesante al público,

qué alcanza el mayor número de personas, generando lucro por la audiencia y

por la demanda social. En el caso específico de noticias deportivas, según Morais

(2012, p. 57), “los asuntos deportivos fueron, de manera gradual, ocupando

espacio en los grandes periódicos hasta ganaren publicaciones especializadas,

como Lance, Marca, Vencer, Olé, entre otros”. Para Sousa (2005, p. 2),

Como en cualquier producto periodístico, la selección de la noticia

deportiva es un proceso orientado por los criterios de noticiabilidad

universales a la actividad de producción y transformación de sucesos

en hechos noticiables. También en el noticiario deportivo tiene más

posibilidades de volver noticia lo que es factual, que despierta el interés

del público, que alcanza el mayor número de personas, que sea inusitado

o curioso, que sea novedad y que presente buenos personajes.

Así, se vuelve noticia no lo que prioritariamente es utilidad pública, pero lo que

puede generar mayor repercusión y audiencia de acuerdo con un abordaje que se

vuelva al espectáculo y a la producción de emociones en quien lo asiste. En el caso

del deporte, que, como apuntan Morais (2012) y Barbeiro y Rangel (2006, p. 13), se

confunde con entretenimiento, ya existe una predisposición para la espectacularización:

la manipulación de una “pasión nacional”, en la cual ya hay emociones involucradas.

Cuanto a la tipología textual predominante, según Nascimento (2009), la

estructura de la noticia tiende a ser prioritariamente narrativa, forma redaccional

que predomina en el lenguaje periodístico, con características de objetividad e

intento de imparcialidad (cf. JUNKES, 2001). Ya para Dolz y Schneuwly (2004),

lo que caracteriza el mundo del narrar es la existencia de la intriga, mientras el

mundo del relatar estaría más relacionado a la representación de memoria y

documentación. Para los autores, relatar es describir, por medio del discurso,

acciones y experiencias vividas situadas en el tiempo.

Page 7: a linguagem do programa Globo Esporte

7

Porém, embora o relato jornalístico pretenda a ser objetivo e imparcial

- o que por si só já é difícil, pois não existe linguagem imparcial -, notamos

atualmente o predomínio do relato baseado em elementos ficcionais da

narrativa, como personagens bem definidos e criação de clímax, constituindo

um terreno propício à dramatização da notícia. Para Nascimento (Id., p. 54.),

Ainda que o relato jornalístico procure se calcar em bases ‘científicas’

e objetivas na busca pela informação, há que se considerar que a

estruturação narrativa também lhe é inerente, o que equivale a

dizer que seu potencial ficcional também o é.

Nesse sentido, percebemos que o GE atualmente também parece ter adotado

essa dramatização como recurso principal nas reportagens exibidas. Somente ater-

se aos fatos tornou-se difícil, pois não atrai o público. Assim, as matérias centrais

do programa sempre procuram algo inusitado, em um universo fértil em detalhes,

como é o dos esportes: alguém nas arquibancadas com uma história curiosa

sobre a qual alguma relação possa ser construída com os jogos de futebol; lances

“espetaculares” ou “inacreditáveis”; um jogador que tenha se destacado por ter

protagonizado algum lance incomum; penteados, uniformes inesperados, e até

mesmo histórias de funcionários de clubes que possam render um bom drama.

A edição carioca do GE do dia 30/04/2012, por exemplo, cujo acontecimento

central foi a conquista da Taça Rio pelo Botafogo, teve a gandula Fernanda

Maia como convidada. A funcionária do Botafogo foi o destaque do programa

por ter feito seu trabalho de maneira correta – repor a bola em campo

com maior agilidade possível. Porém, como a reposição da gandula acabou

originando o primeiro gol do time na partida final, o que constituiu um lance

inesperado, Fernanda Maia esteve no estúdio ao lado do apresentador Alex

Escobar e ainda foi tema de algumas reportagens da emissora3.

Nesse caso, percebemos a criação de uma narrativa semelhante a um roteiro

3 Vídeo disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/fernanda-maia-gandula-destaque-na-final-da-taca-rio-participa-do-globo-esporte/1925983/>. Acesso em: 8 de maio de 2012.

Pero, aunque el relato periodístico pretenda ser objetivo e imparcial - lo que

por sí solo es difícil, pues no existe lenguaje imparcial -, percibimos actualmente el

predominio del relato que se basa en elementos ficcionales de la narrativa, como

personajes bien definidos y creación de clímax, de manera que se construye un

terreno propicio a la dramatización de la noticia. Para Nascimento (Id., p. 54.),

Aunque el relato periodístico procure fundamentares en bases

‘científicas’ y objetivas en la búsqueda por la información, hay que

considerarse que la estructuración narrativa también es inherente

a él, lo que equivale a decir que su potencial ficcional también lo es.

En ese sentido, percibimos que el GE actualmente también parece haber

adoptado esa dramatización como recurso principal en los reportajes exhibidos.

Solamente atenerse a los hechos se volvió difícil, pues no atrae al público. Así, las

notas centrales del programa siempre buscan algo inusitado, en un universo fértil

en detalles, como es el de los deportes: alguién en las graderías con una historia

curiosa acerca de la cual se pueda construir una relación con os partidos de fútbol;

lances “espectaculares” o “increíbles”; un jugador que se haya destacado por

haber protagonizado algún lance raro; peinados, uniformes inesperados, e incluso

historias de empleados de clubes que puedan rendir un buen drama.

La edición carioca del GE del día 30/04/2012, por ejemplo, cuyo acontecimiento

central fue la conquista de la Taça Rio por Botafogo, tuvo la recogepelotas

Fernanda Maia como invitada. La empleada de Botafogo fue el destaque del

programa por haber hecho su trabajo de manera correcta – reponer la pelota

en campo con la mayor agilidad posible. Sin embargo, como la reposición de la

recogepelotas acabó originando el primer gol del equipo en el partido final, lo que

constituyó un lance inesperado, Fernanda Maia estuvo en el estudio al lado del

presentador Alex Escobar y aún fue tema de algunos reportajes de la emisora3.

En ese caso, percibimos la creación de una narrativa semejante a un guión

3 Video disponible en: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte/v/fernanda-maia-gandula-destaque-na-final-da-taca-rio-participa-do-globo-esporte/1925983/>. Acceso en: 8 de mayo de 2012.

Page 8: a linguagem do programa Globo Esporte

8

de novela, pois passa a ser notícia o cotidiano de uma funcionária de um clube

de futebol. Isso mostra a aproximação da notícia com um gênero de ficção,

garantindo um apelo mais leve e descontraído às reportagens, que, em vez de

exibirem fatos objetivos, têm foco dirigido a uma situação peculiar que se torna

relevante por gerar interesse no maior número de pessoas.

Além disso, os relatos nem sempre acontece de forma linear e cronológica

nas reportagens do GE. Muitas vezes, as matérias começam por fatos que

aconteceram no fim do jogo e que, por terem um caráter curioso que possa

ser utilizado para humor ou dramaticidade, servem de ponto de partida para o

relato. A edição das reportagens também apresenta outros recursos típicos de

obras ficcionais, como músicas de fundo e uso de câmera lenta, o que garante

proximidade a um trabalho cinematográfico, dependendo da emoção e o sentido

que o editor deseja garantir à matéria.

Segundo Tiago Leifert, há um trabalho minucioso de pesquisa em redes

sociais por trás da escolha de uma simples música de fundo para as matérias.

Por exemplo, músicas de séries e filmes que fazem sucesso entre o público

adolescente feminino são escolhidas a fim de conquistá-lo. Em nome da audiência,

o mesmo acontece com as imagens usadas: para agradar ao público feminino

em geral, Leifert afirma que optar por imagens de jogadores sem camisa e citar

roupas de técnicos de futebol nas matérias são estratégias que dão certo e não

diminuem o teor informativo da cobertura das partidas. “A gente faz o Globo

Esporte pra quem não gosta de esporte”4, segundo Leifert.

Desta forma, ao assistirmos às reportagens de destaque do programa, temos a

sensação de estar assistindo a um videoclipe, já que há manipulação de músicas em

harmonia com as imagens. Assim, se a música escolhida para um trecho da reportagem

tiver batidas rápidas, denotando algo eletrizante, as imagens também terão cortes

bruscos para que o telespectador seja contextualizado, de uma maneira conveniente

ao que o repórter deseja transmitir sobre a situação. Segundo Lage (2001, p. 28),

4 Vídeo disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=gr0MBXwKtlc>. Acesso em 24 de julho de 2012.

de telenovelas, pues pasa a ser noticia el cotidiano de una empleada de un club

de fútbol. Eso muestra el acercamiento de la noticia a un género de ficción,

garantizando una invocación más leve y relajada a los reportajes, que, en el lugar

de exhibir hechos objetivos, tienen foco dirigido a una situación peculiar que

se vuelve relevante por generar interés en número más grande de personas.

Además, los relatos no ocurren siempre de forma linear y cronológica en los

reportajes del GE. Muchas veces, las notas empiezan por sucesos que ocurrieron

al final del partido y que, por presentaren elemento curioso que pueda utilizarse

para humor o dramaticidad, sirven de punto de partida para el relato. La edición

de los reportajes también presenta otros recursos típicos de obras ficcionales,

como canciones de fondo y uso de cámara lenta, lo que garantiza proximidad

a un trabajo cinematográfico, dependiendo de la emoción y el sentido que el

editor desea garantizar a la nota.

Según Tiago Leifert, hay um trabajo minucioso de investigación en redes

sociales por detrás de la elección de una simple canción de fondo para programas.

Por ejemplo, se elijen canciones de series y películas que tienen éxito entre el

público adolescente femenino a fin de conquistarlo. En nombre de la audiencia,

lo mismo ocurre con las imágenes que se usan: para agradar al público femenino

en general, Leifert afirma que optar por imágenes de jugadores sin camisa y

citar ropas de técnicos de fútbol en los programas son estrategias exitosas y

no disminuyen el tenor informativo de la cobertura de los partidos. “Nosotros

hacemos el Globo Esporte a quienes no les gusta el deporte”4, segundo Leifert.

De esta forma, cuando asistimos los reportajes de destaque del programa, tenemos

la sensación de asistir un video clip, ya que hay manipulación de las canciones en

armonía con las imágenes. Así, si la canción que se elige para un trecho del reportaje

tiene latidos rápidos, denotando algo electrizante, las imágenes también van a tener

cortes bruscos para que se contextualice el televidente, de una manera conveniente

a que el reportero desea transmitir sobre la situación. Según Lage (2001, p. 28),

4 Video disponible en: < http://www.youtube.com/watch?v=gr0MBXwKtlc>. Acceso en 24 de julio de 2012.

Page 9: a linguagem do programa Globo Esporte

9

O repórter é, portanto, mais do que um agente inteligente, tal como

descreve a atual teoria da inteligência artificial. Além de processar

dados com autonomia, habilidade e recreatividade, modela para

si mesmo a realidade, com base no que constrói sua matéria.

Analisando a reportagem sobre o jogo Fluminense x Botafogo5, exibida no dia 07/05/2012, é nítido esse trabalho de edição. O comentário sobre o jogo já começa com imagens, em preto e branco, de idosos no estádio, com uma música instrumental ao fundo, fazendo uma relação entre os torcedores e o jogo em questão, apelidado de “clássico vovô”. Para garantir um tom eletrizante à partida, os editores utilizam trechos de rock e música eletrônica enquanto as imagens são cortadas e montadas. Os acontecimentos do jogo são relatados ou descritos pelo repórter, ao mesmo tempo. Nos momentos de gol, é acrescentada a narração do locutor esportivo Luis Roberto (ocorrida na transmissão da partida) no momento em que a jogada aconteceu, somada a uma versão do hino do clube executada como música de fundo das imagens, para transmitir a carga emocional do lance aos torcedores que assistem ao programa.

A contextualização da situação em que o jogo se passa, a descrição dos torcedores, dos uniformes, penteados, dentre outros aspectos subjetivos se assemelha à técnica do nariz de cera, abolido dos jornais escritos em substituição pelo lead e pelo princípio da pirâmide invertida. Em uma analogia, pode-se dizer que a modernização do jornal escrito levou à implantação da objetividade no texto por meio do lead, enquanto no GE, ao contrário, a modernização direcionou a uma subjetividade que lembra a do nariz de cera.

Na televisão, apesar de haver mais liberdade de estilo do que no

jornal, observamos que existe um esquema básico de ordenação

dos dados, composto pelo resumo, contextualização, apresentação

do fato principal, detalhamento, avaliação e informações adicionais.

Esse formato assemelha-se ao chamado nariz de cera, modalidade

em desuso no jornalismo impresso diário. (CAVALCANTI, 1999, p.320)

5 Vídeo disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/de-virada-fluminense-goleia-botafogo-por-4-a-1-no-primeiro-jogo-da-final-do-carioca-2012/1936311/>. Acesso em: 8 de maio de 2012.

El reportrero es, por lo tanto, más que un agente inteligente, tal

como describe la actual teoría de la inteligencia artificial. Además

de procesar datos con autonomía, habilidad y recreatividad, modela

para sí mismo la realidad, con base en que construye su materia.

Analizando el reportaje sobre el partido Fluminense x Botafogo5, exhibido el 07/05/2012, es nítido ese trabajo de edición. El comentario sobre el partido empieza con imágenes, en blanco y negro, de mayores en el estadio, con una canción instrumental al fondo, haciendo una relación entre los hinchas y el partido, con el apodo de “clásico abuelo”. Para garantizar un tono electrizante al partido, los editores utilizam trechos de rock y canciones electrónicas mientras se cortan y montan las imágenes. Los sucesos del partido son relatados o descritos por el reportero al mismo tiempo. En los momentos de gol, se añade la narración del locutor deportivo Luis Roberto (realizada en la transmisión del partido) en el momento en que la jugada ocurrió, sumada a una versión del himno del clube ejecutada como canción de fondo de las imágenes, para transmitir la carga emocional del lance a los hinchas que asistem al programa.

La contextualización de la situación en que el partido se pasa, la descripción de los hinchas, los uniformes, peinados, entre otros aspectos subjetivos se assemeja a la técnica del “nariz de cera”6, abolido de los periódicos escritos en sustitución por el lead y por el principio da pirámide invertida. En una analogía, se puede decir que la modernización del periódico escrito llevó a la implantación de la objetividad en el texto por medio del lead, mientras en GE, al contrario, la modernización condujo a

una subjetividad que se parece a la del “nariz de cera”.

En la televisión, pese a que haya más libertad de estilo que en el periódico,

observamos que existe un esquema básico de ordenación de los datos,

compuesto por el resumen, contextualización, presentación del hecho

principal, detallamiento, evaluación e informaciones adicionales. Ese

formato se asemeja al llamado “nariz de cera”, modalidad en desuso

en el periodismo impreso diario. (CAVALCANTI, 1999, p.320)

5 Video disponible en: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/de-virada-fluminense-goleia-botafogo-por-4-a-1-no-primeiro-jogo-da-final-do-carioca-2012/1936311/>. Acceso en: 8 de mayo de 2012.

6 Improviso de la prensa tradicional que consistía en usar recursos retóricos antes de presentar la noticia al lector.

Page 10: a linguagem do programa Globo Esporte

10

4. Globo Esporte: reformulação e entretenimento em nome da audiência

Desde a sua estreia em 1978, o GE sempre foi apresentado em um estúdio

simples, com apenas o apresentador, enquadrado na câmera, à frente de um fundo

com o nome do programa. Léo Batista era o apresentador titular do programa

e, até 2007, o GE continuava em um estúdio simples, em que o apresentador

ficava de pé em frente a uma parede na qual eram exibidos aos telespectadores

escudos dos times, fotos de jogadores, dentre outras imagens, além da montagem

de um estúdio virtual por meio de Chroma key. O teleprompter apresentava o

texto que seria falado, e os apresentadores se movimentavam pouco.

Renata Cuppen, atual editora de texto do GE/SP, em entrevista contida em

Bezerra (2009, p.4), afirma que a linguagem utilizada era muito dura e que o

uso de apenas uma troca de câmera deixava o apresentador muito estático. É

o que se pode conferir na edição carioca de 21 de março de 20076, em que a

apresentadora Mylena Ciribelli parece seguir o texto planejado integralmente,

com entonação bem marcada e sem nenhum improviso.

Em 2008, houve uma reformulação no GE, que passou a ser gerado do Rio

de Janeiro para todo o Brasil, com notícias de clubes de todas as regiões, em um

estúdio com telões, bancada e outros recursos que garantiam maior dinamicidade

à apresentação de Tino Marcos e Glenda Kozlowski. Entretanto, o modelo parecia

não dar certo: segundo Bezerra (2009, p.4), o GE passou, então, por uma queda na

audiência. Em 2009, houve mais uma reformulação, que trouxe de volta as edições

regionais do programa. O estúdio, mais uma vez, foi modificado: um espaço amplo, sem

bancada e com algumas telas espalhadas, que permitiam grande deslocamento dos

apresentadores, deixando a apresentação menos formal. Entretanto, a transformação

mais radical ocorreu no GE/SP, por meio do apresentador e também editor Tiago

Leifert, que aboliu o uso do teleprompter e adotou uma linguagem marcada por

informalidade, planejada no momento de sua execução.

6 Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=z4bCQEsT90A>. Acesso em 9 de maio de 2012

4. Globo Esporte: reformulación y entretenimiento em nombre de la audiencia

Desde su estrena en 1978, GE siempre se realizó en un estudio sencillo, con

solamente el presentador, encuadrado en la cámera, enfrente de un fondo con

el nombre del programa. Léo Batista era el presentador titular del programa y,

hasta 2007, GE seguía en un estudio sencillo, en que el presentador quedaba

en pie frente una pared en la cual se exhibían a los televidentes escudos de los

equipos, fotos de jugadores, entre otras imágenes, además del montaje de un

estudio virtual por medio de Chroma key. El teleprompter presentaba el texto

que sería hablado, y los presentadores se movían poco.

Renata Cuppen, actual editora de texto del GE/SP, en entrevista que está en

Bezerra (2009, p.4), afirma que el lenguaje utilizado era muy duro y que el uso

de solamente un cambio de cámara dejaba el presentador muy estático. Es lo

que se puede conferir en la edición carioca de 21 de marzo de 20077, en que la

presentadora Mylena Ciribelli parece seguir el texto planteado integralmente, con

entonación bien marcada y sin ningún improviso.

En 2008, hubo una reformulación en el GE, que pasó a producirse en

Rio de Janeiro para todo Brasil, con noticias de clubes de todas las regiones,

en un estudio con telones, encimera y otros recursos que garantizaban mayor

dinamicidad a la presentación de Tino Marcos y Glenda Kozlowski. Sin embargo,

el modelo parecía no tener éxito: según Bezerra (2009, p.4), el GE pasó, entonces,

por una caída en la audiencia. En 2009, hubo más una reformulación, que ha

traído de vuelta las ediciones regionales del programa. El estudio, una vez

más, fue modificado: un espacio amplio, sin encimera y con algunas pantallas

esparcidas, que permitían gran desplazamiento de los presentadores, poniendo

la presentación menos formal. Sin embargo, la transformación más radical

ocurrió en el GE/SP, por medio del presentador y también editor Tiago Leifert,

que abolió el uso del teleprompter y adoptó un lenguaje caracterizado por la

informalidad, que se planeaba en el momento de ejecución.

7 Video disponible en: <http://www.youtube.com/watch?v=z4bCQEsT90A>. Acceso el 9 de mayo de 2012

Page 11: a linguagem do programa Globo Esporte

11

Em palestra disponível na internet7, Leifert defende que o programa precisava

aproximar-se da linguagem do torcedor. O jornalista conta que ensaio e combinação

prévios foram substituídos pela espontaneidade e pelo improviso, visando a

um programa mais leve e caracterizado pelo humor. Leifert inovou com uma

apresentação bem humorada, com brincadeiras entre os repórteres, jogadores e

inclusive matérias com propostas predominantemente voltadas ao entretenimento.

As mudanças, que foram levadas gradualmente a outras edições regionais,

resultaram em aumento da audiência, possivelmente explicada pela conquista

de um público mais jovem e que buscava entretenimento somado à informação.

Tiago Leifert, em entrevista contida em Bezerra (2009), destaca que, ao longo

dos anos, o entretenimento passou a ser, de fato, o principal objetivo do programa.

Na mesma entrevista, a editora de texto Renata Cuppen reafirma o compromisso

do programa em se tornar prioritariamente um “programa de televisão”:

O programa hoje tem jornalismo, mas a gente está tentando que

ele seja um programa de televisão em primeiro lugar. A gente não

quer que ele seja um programa só de jornalismo, a informação

tem que estar lá, mas ela pode chegar ao telespectador de uma

forma legal, não precisa ter aquela cara de jornalismo formal em

que o apresentador não expressa opinião. Ele pode ser divertido,

pode ser um programa de televisão, de entretenimento, por

que não? (BEZERRA, 2009, p. 9)

Nacionalmente, podemos dizer que o GE se transformou em um programa

de auditório virtual, visto que a interatividade, por meio de youtube, twitter e

outras redes sociais, faz do público produtor de conteúdos que podem ou não ser

selecionados para compor o programa (opiniões online, promoções, músicas para

jogadores ou clubes etc.), dependendo da aprovação dos responsáveis pelo GE.

No GE/RJ, por exemplo, há atualmente quadros planejados para a interação

entre o apresentador Alex Escobar e o público para, a partir disso, gerar conteúdo.

7 Vídeo disponível em: < http://www.youtube.com/watch?v=_sNEn_Fjwc0>. Acesso em 24 de julho de 2012

En charla disponible en internet8, Leifert defiende que el programa necesitaba

acercarse del lenguaje del hincha. El periodista cuenta que intento y combinación

previos fueron sustituidos por la espontaneidad y por el improviso, proponiendo

un programa más leve y caracterizado por el humor. Leifert innovó con una

presentación bien humorada, con bromas entre los reporteros, jugadores e inclusivo

materias con propuestas predominantemente direccionadas al entretenimiento.

Los cambios, que fueron llevados gradualmente a otras ediciones regionales,

resultaron en aumento de la audiencia, posiblemente explicada por la conquista

de un público más jóven y que buscaba entretenimiento añadido a la información.

Tiago Leifert, en entrevista que está en Bezerra (2009), señala que, a lo largo

de los años, el entretenimiento pasó a ser, de hecho, el principal objetivo del

programa. En la misma entrevista, la editora de texto Renata Cuppen reafirma el

compromiso del programa volverse prioritariamente un “programa de televisión”:

El programa hoy tiene periodismo, pero estamos intentando que

él sea un programa de televisión en primer lugar. Nosotros no

queremos que él sea um programa solamente de periodismo, la

información debe estar allá, pero ella puede llegar al televidente

de uma forma divertida, no necesita tener aquella apariencia de

periodismo formal en que el presentador no expresa opinión.

Él puede ser divertido, puede ser un programa de televisión, de

entretenimiento, ¿por qué no? (BEZERRA, 2009, p. 9)

Nacionalmente, podemos decir que el GE se transformó en un programa de

auditorio virtual, ya que la interactividad, por medio de youtube, twitter y otras

redes sociales, vuelve el público en productor de contenidos que pueden o no

seleccionarse para componer el programa (opiniones online, promociones, canciones

para jugadores o clubes, etc.), quedando al arbitrio de los responsables por el GE.

En el GE/RJ, por ejemplo, hay actualmente cuadros planeados para la interacción

entre el presentador Alex Escobar y el público para, a partir de eso, generar contenido.

8 Video disponible en: < http://www.youtube.com/watch?v=_sNEn_Fjwc0>. Acceso el 24 de julio de 2012

Page 12: a linguagem do programa Globo Esporte

12

É o caso do quadro “Cafezinho com Escobar”, em que o apresentador sai às ruas

com uma garrafa térmica que contém suco ou café, arma uma mesa em localidades

variadas, e discute sobre futebol com os transeuntes. Em uma conversa informal, o

torcedor acaba sendo o ponto principal da matéria. O objetivo de divertir, entreter,

enquanto apresenta notícias, é, portanto, marca registrada do novo modelo.

Como já ressaltamos, a emoção, que já é natural do esporte, é reforçada pelos

recursos de edição – em que são adicionados trechos das narrações dos locutores

esportivos, técnicas de corte e músicas, selecionadas de acordo com a carga emocional

que o editor deseje passar aos espectadores. Formado em Letras, Alex Escobar endossa

as transformações, destacando que a naturalidade é importante na televisão8.

Tratado como o “medalhão” da casa, Léo Batista continua apresentando

a edição carioca aos sábados – os apresentadores da semana dizem estender

“um tapete vermelho para a apresentação marcante de Léo Batista” –, porém o

apresentador não se adapta ao novo modelo regado de informalidade e piadas.

Apesar de mais informal, a apresentação atual de Batista ainda lembra a do antigo

padrão do GE, uma vez que a própria entonação do apresentador remonta à

época em que o programa era um telejornal. E, certamente, Léo Batista tem seu

público – motivo pelo qual sua presença é certa nas tardes de sábado.

5. Análise da linguagem e dos recursos do GE: edições de 1981 e 2011

Nossa breve análise comparará trechos de edições do Globo Esporte, de 1981

e 2011 para verificar, principalmente, as mudanças linguísticas que ocorreram

nesses 30 anos. Precisamos, entretanto, destacar dois aspectos referentes à

metodologia de análise adotada aqui em relação à transcrição dos exemplos e ao

continuum fala-escrita.. Primeiramente, os exemplos não seguiram regras clássicas

de transcrição de textos orais (cf. MARCUSCHI, 1986), pois nosso objetivo, neste

artigo, é apenas mostrar um rápido panorama das mudanças por que passou o

programa, e não analisar detalhadamente as marcas de oralidade. Além disso,

8 Entrevista disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=wJMmPsRgIvs>. Acesso em 3 de agosto de 2012.

Es el caso del cuadro “Cafezinho com Escobar” en que el presentador sale a la calle

con una botella térmica que contiene jugo o café, arma una mesa en localidades

variadas, y discute sobre fútbol con los transeúntes. En una charla informal, el hincha

acaba siendo el punto principal del programa. El objetivo de divertir, entretener,

mientras presenta noticias, es, por lo tanto, rasgo principal del nuevo modelo.

Como ya resaltamos, la emoción, que es natural del deporte, se refuerza por los recursos

de edición – en que se añaden trechos de las narraciones de los locutores deportivos,

técnicas de corte y canciones, seleccionadas de acuerdo con la carga emocional que el

editor desea pasar a los espectadores. Licenciado em Filología, Alex Escobar endosa las

transformaciones, destacando que la naturalidad es importante en la televisión9.

Tratado como “joya” de la casa, Léo Batista sigue presentando la edición

carioca los sábados – los presentadores de la semana dicen extender “la alfombra

roja para la presentación sobresaliente de Léo Batista” –, pero el presentador

no se adapta al nuevo modelo con mucha informalidad y chistes. Aunque más

informal, la presentación actual de Batista aún remite al antiguo modelo del GE,

una vez que la propia entonación del presentador remonta a la época en que el

programa era un telediario. Y, ciertamente, Léo Batista tiene su público – motivo

de su segura presencia los sábados por la tarde.

5. Análisis del lenguaje y de los recursos del GE: ediciones de 1981 y 2011

Nuestro breve análisis va a comparar fragmentos de ediciones del “Globo

Esporte”, 1981 y 2011 para comprobar, principalmente, los cambios lingüísticos que

ocurrieron en esos 30 años. Necesitamos, sin embargo, llamar la atención para dos

aspectos referentes a la metodología del análisis que adopta acá con relación a la

transcripción de los ejemplos y al continuum habla-escrita. Primeramente, los ejemplos

no siguieron reglas clásicas de transcripción de textos orales (cf. MARCUSCHI, 1986),

pues nuestro objetivo, en este artículo, es solo mostrar un rápido panorama de los

cambios por los cuales pasó el programa, y no analizar detalladamente las marcas de

9 Entrevista disponible en: <http://www.youtube.com/watch?v=wJMmPsRgIvs>. Acceso el 3 de agosto de 2012.

Page 13: a linguagem do programa Globo Esporte

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destacamos que as observações feitas a respeito das marcas de oralidade servem

somente para demonstrar os pontos cruciais das mudanças sofridas pelo GE.

Concordamos com Marcuschi (2001) em relação ao continuum fala-escrita, ou

seja, sabemos que não há oposições dicotômicas entre essas modalidades, uma

vez que ambas constituem, em maior ou menos grau, os textos que circulam em

nossa sociedade. Porém, é consensual que algumas marcas podem consideradas

predominantes em textos orais, como abreviações, repetições, elipses, anacolutos

etc. (cf. CASTILHO, 1998; MARCUSCHI, 2001).

Iniciando nossa análise de transcrições do GE, observemos o trecho abaixo,

da cabeça de uma matéria9, apresentada por Fernando Vanucci, que tratava do

jogo Cobreloa 0 x 2 Flamengo (23/11/1981), quando o Flamengo conquistou o

título da Copa Libertadores.

A conquista do Flamengo. A letra do hino do clube já antecipa: seria um desgosto profundo, se faltasse o Flamengo no mundo. E o Flamengo agora é campeão sul- americano. 2 a 0 no Cobreloa, do Chile, ontem à noite, em Montevidéu, na decisão da Taça Libertadores da América.

Quanto à linguagem, percebemos predomínio do nível semiformal – com quase

nenhuma gíria, abreviação ou marca de oralidade. O programa era apresentado

seguindo a norma culta da língua – com regência verbal e concordância verbal e

nominal próximas do padrão gramatical. É esse padrão linguístico que costuma

prevalecer em textos da mídia em geral, principalmente quando há planejamento

prévio dos textos (cf. LAGE, 1999; JUNKES, 1994). Como o teleprompter era utilizado

para a apresentação, o texto usado pelo apresentador já havia sido escrito justamente

para ser falado, era previamente planejado e revisado antes de ir ao ar e chegar ao

receptor. Por isso, apesar de ser um texto falado, não apresenta muitas marcas de

oralidade, como hesitações, truncamentos, correções, repetições etc. (cf. FIORIN,

2000). Essa fala com marcas da escrita já demonstra um cuidado com o texto das

9 Vídeo disponível em:<http://www.youtube.com/watch?feature=endscreen&NR=1&v=fT_Q7PkudK4>. Acesso em 8 de maio de 2012.

oralidad. Además, señalamos que las observaciones respecto a las marcas de oralidad

sirven solamente para demostrar los puntos cruciales de los cambios sufridos por el

GE. Concordamos con Marcuschi (2001) con relación al continuum habla-escrita, o

sea, sabemos que no hay oposiciones dicotómicas entre estas modalidades, ya que

ambas constituyen, en un grado más grande o más pequeño, los textos que circulan

en nuestra sociedad. Sin embargo, es un consenso que se pueden considerar marcas

predominantemente en textos orales, como abreviaciones, repeticiones, elipses,

anacolutos, etc. (cf. CASTILHO, 1998; MARCUSCHI, 2001).

Empezando nuestro análisis de transcripciones del GE, nos fijemos en el

fragmento abajo, de la cabeza de una noticia10, presentada por Fernando Vanucci,

que trataba del partido Cobreloa 0 x 2 Flamengo (21/11/1981), cuando Flamengo

ganó el título de la Copa Libertadores.

La conquista de Flamengo. La letra del himno del club ya anticipa: sería un incómodo profundo, si no existiera Flamengo en el mundo. Y Flamengo ahora es campeón sudamericano. 2 a 0 al Cobreloa, de Chile, ayer por la noche, en Montevideo, en la final de la Libertadores de América10.

Cuanto al lenguaje, percibimos el predominio del nivel semiformal – con casi

ninguna jerga, abreviación o marca de oralidad. Se presentaba el programa siguiendo

la lengua estándar – con regencia verbal y concordancia verbal y nominal próximas

de esa variante. Es ese patrón lingüístico que normalmente prevalece en textos

de los medios de comunicación, en general, cuando hay planificación previa de los

textos (cf. LAGE, 1999; JUNKES, 1994). Como se utilizaba el teleprompter para la

presentación, el texto usado por el presentador ya estaba escrito justamente para ser

hablado, era previamente planificado y revisado antes de ir al aire y llegar al receptor.

Por eso, a pesar de ser un texto hablado, no presenta muchas marcas de oralidad,

como hesitaciones, cortes, correcciones, repeticiones, etc. (cf. FIORIN, 2000). Este

10 A conquista do Flamengo. A letra do hino do clube já antecipa: seria um desgosto profundo, se faltasse o Flamengo no mundo. E o Flamengo agora é campeão sul- americano. 2 a 0 no Cobreloa, do Chile, ontem à noite, em Montevidéu, na decisão da Taça Libertadores da América.

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matérias, pois, como afirma Van Dijk (2008, p. 73), “O discurso escrito é, em sua maior

parte, programado ou planejado explicitamente e, portanto, mais bem controlado”.

A matéria que sucede a cabeça feita por Vanucci apresenta apenas trechos

originais da transmissão feita pelo locutor esportivo Luciano do Valle, referentes

aos gols marcados no jogo e do momento em que o time ergue a taça. Em seguida,

há entrevistas com alguns jogadores. Não há descrição ou relato de repórteres,

nem músicas na edição. Os cortes são bruscos e evidentes, na montagem da

edição, sem wipes e outros efeitos de edição largamente utilizados atualmente.

Se analisarmos mais uma edição do GE de 198110, confirmaremos essas

características linguísticas. Abaixo, temos a transcrição de uma matéria sobre o

título brasileiro do Grêmio, na qual Leo Batista começa a relatar a atuação da equipe

no campeonato ainda no estúdio, em um texto falado com pausas e entonação

bem marcadas. Sua voz fica em off, com o hino do Grêmio como música de fundo.

O futebol brasileiro tem um novo campeão: o Grêmio. Um campeão que superou as suas deficiências e a sua irregularidade – perdeu sete jogos – armando o time durante o campeonato. As mudanças deram resultado. Na defesa, os jovens Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro se juntaram aos experientes Leão e De León, e o time ganhou o que mais buscava, tranquilidade. Tranquilidade que aumentou com a chegada de Vilson Taddei. Foi Taddei, com sua incrível mobilidade, que armou de vez o meio-campo do Grêmio e deu ainda mais liberdade para Paulo Isidoro, grande nome do Grêmio campeão. Com Taddei, Isidoro pôde jogar como gosta - e sabe: marcando, armando e concluindo. Tanto que acabou como um dos goleadores do Grêmio e mostrou, mais uma vez, a importância de um artilheiro. E esse artilheiro foi Baltazar. Baltazar começou mal o campeonato, foi parar na reserva, mas voltou em grande estilo. Com esse time, o Grêmio entrou nas finais com muita aplicação e foi assim que virou o jogo com a Ponte Preta em Campinas, garantindo a vaga na finalíssima, mesmo perdendo para Ponte em Porto Alegre. Na finalíssima contra o São Paulo, essa aplicação foi ainda mais importante. Foi graças a ela que o Grêmio virou o primeiro jogo, em Porto Alegre, e segurou o São Paulo, em São Paulo, até decidir tudo. E aí o artilheiro Baltazar apareceu em grande estilo. Fez o gol do título, um golaço!

10 Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=zgiZr7FkbwQ>. Acesso em 3 de Agosto de 2012

habla con marcas de la escrita muestra un cuidado con el texto de los reportajes,

pues, como afirma Van Dijk (2008, p. 73), “El discurso escrito es, en su mayor parte,

programado o planeado explicitamente y, por lo tanto, más bien controlado”.

El contenido que viene después del encabezamiento hecho por Vanucci presenta

solamente fragmentos originales de la transmisión hecha por el locutor deportivo Luciano

do Valle, referentes a los goles hechos en el partido y del momento en que el equipo

levanta la taza. Luego, hay una entrevista con algunos jugadores. No hay descripción o

relato de reporteros ni canciones en la edición. Los cortes son repentinos y evidentes, en

el montaje de edición, sin wipes y otros efectos de edición muy utilizados actualmente. Si

analizamos más una edición del GE de 1981, vamos a confirmar esos rasgos lingüísticas.

A seguir, tenemos la transcripción de una noticia sobre el título brasileño de “Grêmio”,

en la cual Leo Batista empieza a relatar la actuación del equipo en el campeonato, aún

en el estudio, en un texto hablado con descansos y entonación bien marcados. Su voz

se queda en off , con el himno de “Grêmio” como canción de fondo.

El futbol brasileño tiene un nuevo campeón: el Gremio. Un campeón que superó sus deficiencias y su irregularidad – perdió siete partidos– armando el equipo durante el campeonato. Los cambios dieron resultado. En la defensa, los jóvenes Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro se unieron a los experimentados Leão e De León, el equipo ganó lo que más buscaba, tranquilidad. Tranquilidad que aumentó con la llegada de Vilson Taddei. Fue Taddei, con su increíble movilidad, que armó el medio campo del Grêmio y dió todavía más libertad para Paulo Isidoro, gran nombre del Grêmio campeón. Con Taddei, Isidoro pudo jugar como le gusta - y sabe: marcando, armando y goleando. Tanto que se convirtió en uno de los goleadores de Grêmio y mostró, una vez más, la importancia de un delantero. Y ese delantero fue Baltazar. Baltazar empezó mal el campeonato, fue suplente, pero volvió con su estilo. Con ese equipo, Grêmio entró en las finales con mucho esfuerzo y así que cambió el partido con Ponte Preta en Campinas, garantizando plaza en la final, aunque perdiera para Ponte en Porto Alegre. En la final contra São Paulo, esa dedicación fue todavía más importante. Debido a ella, Grêmio fue el primer partido, en Porto Alegre, y dejó São Paulo, en São Paulo, hasta decidir todo. Y entonces el delantero Baltazar surgió en gran estilo. Marcó un gol del título, un golazo!

Page 15: a linguagem do programa Globo Esporte

15

Analisando a transcrição, observamos um texto construído em nível de

linguagem semiformal e marcado por um afastamento do apresentador do

programa por meio da objetividade na observação dos fatos, seguindo o que

Nascimento (2009, p. 54) chamou de “base científica” importante ao relato

jornalístico. A finalidade do relato transcrito acima é fazer um retrospecto do

campeão Grêmio na competição, dirigindo-se a um público nacional. A referência a

jogadores é distanciada, sem uso de artigo definido. Em vez disso, o texto procura

atribuir qualidades aos atletas, completando informações, como em “o artilheiro

Baltazar”, “os jovens Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro” e “aos experientes

Leão e De León”. Percebemos o uso de adjetivos subjetivos, embora em pouca

quantidade, destacando o teor argumentativo do texto de Leo Batista em “Paulo

Isidoro, grande nome do Grêmio”, “Taddei, com sua incrível mobilidade”. Além

disso, em “E aí” e “golaço”, notamos as únicas marcas de oralidade que ajudam

a aproximar o texto do espectador.

Nesse contexto, a figura do repórter se concretiza como o responsável por

descrever os lances nas reportagens. Porém, ao contrário do que preconizam

manuais de redação jornalística (cf. JUNKES, 1994), não podemos nos esquecer

de que no jornalismo - inclusive no esportivo-, a própria seleção dos lances para

as matérias já envolve uma edição que segue um ponto de vista do editor sobre

o que importa ou não.

Como alerta Hernandes (2006, p. 174),

O esquema básico de uma reportagem de TV - cabeça de matéria - off

do apresentador (ou correspondente) - sonoras - boletim em stand up - revela que cada segmento é pensado para ter um potencial de

arrebatamento, sustentação e fidelização diferenciado e, ao mesmo

tempo, em grande relação. Grosso modo, pode-se dizer que cada

uma dessas partes citadas tem “recursos próprios” para prender

a atenção, mas estão estreitamente relacionados. [grifo do autor]

Analizando la transcripción, vemos un texto construido en nivel de lenguaje

semiformal y marcado por un alejamiento del presentador del programa por medio

de la objetividad en la observación de los hechos, siguiendo Nascimento (2009,

p. 54) llamó de “base científica” importante al relato periodístico. La finalidad

del relato que se transcribe arriba es hacer una retrospección del campeón

Grêmio en la competición, hablando para un público nacional. Se instituye una

distancia en la referencia a los jugadores, sin uso del artículo definido11. Al revés,

el texto busca atribuir calidades a los deportistas, completando informaciones,

como en “el delantero Baltazar”, los jóvenes Paulo Roberto, Nilmar e Casemiro”

y “ a los experimentados e De León”. Percibimos el uso de adjetivos subjetivos,

aunque en poca cantidad, destacando el contenido argumentativo del texto de

Leo Batista en “Paulo Isidoro, gran nombre del Grêmio”, “Taddei, con su increíble

movilidad”. Además de eso, en “Y entonces” y “golaço” percibimos las únicas

marcas de oralidad que ayudan a aproximar el texto del televidente.

En este contexto, la figura del reportero se concreta como responsable por

describir lances en los reportajes. Sin embargo, al contrario de lo que profesan

manuales de redacción periodística (cf. JUNKES, 1994), no podemos olvidarnos de

que en el periodismo – incluso en el deportivo -, la propia selección de los lances

para las noticias involucra una edición que sigue un punto de vista del editor sobre

lo que importa o no.

Como llama la atención Hernandes (2006, p. 174),

El esquema básico de un reportaje de TV – encabezamiento de materia

– off del presentador (o correspondiente) – sonoras – boletín en stand up – muestra que se piensa cada segmento a fin de tener un potencial

de arrebatamiento, sustentación y lealtad diferenciado y, al mismo

tiempo, en grande relación. A grandes rasgos, se puede decir que cada

una de esas partes tienen “recursos propios” para fijar la atención,

pero están estrechamente relacionados. [letra cursiva del autor]

11 En portugués, se suele usar el artículo en ese contexto.

Page 16: a linguagem do programa Globo Esporte

16

Já a edição carioca do GE de 09/06/201111 abordou o título da Copa do Brasil,

conquistado pelo Vasco. Na transcrição a seguir, o apresentador Alex Escobar

chama a matéria sobre a partida final da competição, Coritiba 3 x 2 Vasco, após

duas reportagens tratando da comemoração do título por torcedores.

E agora vamo ver o motivo dessa festa toda, né. O incrível jogo do Vasco contra o Coritiba, muita pressão, muito aperto, mas o Vasco foi campeão.

Na fala de Escobar, diferentemente do padrão do programa até 2007, existem

marcas que, segundo Marcuschi (2001, p.77), são tipicamente produzidas na fala

espontânea, tal como “né” e “vamo”. Além disso, a entonação do apresentador não

apresenta pausas bem marcadas, o que possivelmente é causado por um discurso

mais solto, predominando o nível informal. Destaca-se também a repetição enfática

de “muito/muita” e o uso do adjetivo “incrível”, marcadamente subjetivo.

A matéria que sucede essa cabeça começa com imagens disponíveis fora de ordem

cronológica. É exibido um trecho de um dos gols do Vasco, com música de fundo e

narração de Luis Roberto. Em seguida, com a mesma música de fundo, a imagem de

comemoração do título pelos jogadores precede um repórter entrevistando um jogador

vascaíno que comemorava com a torcida. Logo depois, Alex Escobar relata em off o

jogo, recorrendo a imagens e entrevistas de outros jogos, como se fizesse um flash-back, ao contar uma história. Assim, com imagens da torcida, do jogo, com trechos

da transmissão ao vivo, entrevistas, gritos de torcidas, e sob uma música que garante

uma dramaticidade ao relato (que é transferida ao jogo), a matéria se desenvolve até

chegar ao seu “final feliz” - o que demonstra a dramaticidade conferida à matéria.

Continuando a analisar edições contemporâneas do GE/RJ, vejamos os trechos

abaixo, transcrições do dia 08/09/201112. Primeiramente, a cabeça de matéria, feita

por Alex Escobar, após abrir o programa.

11 Vídeo disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=JhAisDl1hG4>. Acesso em 8 de maio de 2012.12 Disponível em: <http://globotv.globo.com/rede-globo/globo-esporte-rj/v/globo-esporte-rj-integra-

do-dia-08-de-setembro-de-2011/1623799/>. Acesso em 3 de agosto de 2012.

Ya la edición carioca del GE de 09/06/2011 trató el título de la Copa del Brasil,

conquistado por Vasco. En la transcripción a seguir, el presentador Alex Escobar

llama la noticia acerca de la partida final de la competición, Coritiba 3 x 2 Vasco,

después de dos reportajes tratando de la celebración del título por los partidarios.

Y ahora vamo a ver la razón de toda esa fiesta, ¿no? El increíble partido de Vasco versus Coritiba, mucha presión, muy apretado, pero Vasco fuel el campeón.

En el habla de Escobar, distintamente del estándar del programa hasta 200

marcas que, según Marcuschi (2001, p.77), son frecuentes en el habla espontáneo,

así como “no” y “vamo”. Además de eso, el tono del presentador no presenta

pausas bien marcadas, lo que posiblemente se causa por un discurso más flojo,

predominando el nivel informal. Llaman la atención también la repetición enfática

de “mucho/muy” y el uso del adjetivo “increíble” marcadamente subjetivo.

El contenido que sucede a ese encabezamiento empieza con imágenes

disponibles en orden no cronológico. Se muestra un fragmento de uno de los goles

de Vasco, con una canción de fondo y narración de Luís Roberto. Después, con la

misma canción de fondo, la imagen de la celebración del título por los jugadores

precede un reportero entrevistando un jugador del Vasco que celebraba con los

fans. Luego, Alex Escobar relata en off el partido, recurriendo a las imágenes y

entrevistas de otros partidos, como si fuera un flash back, al contar una historia.

Así, con imágenes de los fans, del partido, con de fragmentos de transmisión

en vivo, entrevistas, gritos de los hinchas y con una canción garantiza una

dramatización al relato (que se transfiere al partido), e reportaje se desarrolla

hasta llegar a su “final feliz” – lo que muestra el drama que en él se involucra.

Siguiendo el análisis de las ediciones contemporáneas de GE/RJ, veamos los

fragmentos que siguen, transcripciones del día 08/09/2011. Primeramente, el

encabezamiento del reportaje, hecha por Alex Escobar, tras iniciar el programa.

Page 17: a linguagem do programa Globo Esporte

17

“Olá! Muito boa tarde pra você! É pra se orgulhar mesmo, né, é pra tirar onda mesmo, todos os times cariocas brigando por título no Brasileirão. Botafogo ontem não só ganhou mais uma vez, mas ganhou com Engenhão lotado, com apoio da torcida e de goleada. Ma ente começa falando da vitória do Fluminense fora de casa, vitória expressiva sobre o Cruzeiro. Campeão brasileiro tá engrenando, tá chegando e já foi a terceira vitória seguida, hein!”

No trecho acima, percebemos a ênfase na informalidade, em um texto elaborado no

momento de sua execução, sem apoio total de teleprompter, com marcas de oralidade

como “né” e “hein”, além de “Ma ente” (em substituição à dicção mais cautelosa para

“Mas a gente”). Notam-se também expressões populares, como “tirar onda”.

Em seguida, a matéria começa com imagens de Fred e depois com lances

da partida, sob músicas de fundo e com narração em off de Escobar:

- Escobar: No fim do jogo, o Fred foi substituído, passou a braçadeira

de capitão pro Gum, apontou pra torcida e rolou aquela sensação de

dever cumprido, né. E o Fred se esforçou: orientou a turma, reclamou,

agradeceu, brigou. Com a bola no pé, ele chamou a responsa também.

- Narração de Luis Roberto do jogo, no lance em que o pênalti é marcado

pelo árbitro: Opa! O Fred foi seguro pelo peito.

- Escobar: Quem foi bater o pênalti? Cê sabe, né?

- Narração: Fred pra bola, bateu, goooool!

- Escobar: Depois o Ciro também foi derrubado na área

- Narração: Olha, o Ciro, ele e o Marquinhos Paraná... bom, a camisa

tá enroscada no mínimo ali.

- Escobar: Só que esse aí o juiz não deu. E de novo, bola no pé do Fred,

o segundo gol também ia ser dele.

- Narração: Rolou pro Fred, que bolãão! Fred... Fáábioo!

- Escobar: Mas foi do Marquinho, gol bonito hein! E nem tocou na

rede, repara aí ó.

“¡Hola! Muy buenas tardes. Es realmente para vanagloriarse, ¿verdad?, es para presumirse, todos los equipos cariocas luchando por título en el Brasileirão. Botafogo ayer no solo ganó una vez más, pero ganó con Engenhão abarrotado, con apoyo de la hinchada y de goleada. Ma ente empieza hablando de la victoria del Fluminense fuera de casa, victoria expresiva sobre el Cruzeiro. Campeón brasileño, tá caminando, tá llegando y ya fue la tercera victoria, ¡sí!”

En el fragmento anterior, percibimos el énfasis en la informalidad en un texto elaborado

en el momento de su ejecución, sin apoyo total de teleprompter, con marcas de oralidad

como “verdad” y “sí”, además de “Ma ente” (en sustitución a la dicción más cautelosa

para “Mas a gente”12). Se nota, también, expresiones populares, como “tirar onda”13.

Posteriormente, el programa empieza con imágenes de Fred seguidas de

momentos del partido con canciones de fondo y la narración en off de Escobar:

- Escobar: al término del partido, se sustituyó Fred, que pasó el brazalete

de capitán a Gum, señaló a la hinchada y se sucedió aquella sensación del

deber cumplido, ¿verdad? Y Fred se esforzó: orientó el grupo, se quejó,

agradeció, se peleó. Con la pelota en el pie, no abandonó la disputa.

- Narración de Luis Roberto del partido, en el lance en que el árbitro

marca el penalti: ¡Opa! Fred se resguardó con el pecho.

- Escobar: ¿ quién fue a cobrar el penalti?? ¿ Sabes, verdad?

- Narración: Fred a la pelota, golpeó, goooool!14

- Escobar: Después también derribaron Ciro en el área.

- Narración: Mira, Ciro, él y Marquinhos Paraná... bueno, la camisa

está enroscada mínimamente allí.

- Escobar: Pero ese ahí el árbitro no dio. Y nuevamente, pelota en el

pie de Fred, el segundo gol también iba a ser suyo.

12 “Pero nosotros”13 “burlarse de alguien.”14 Cê sabe, né?

Page 18: a linguagem do programa Globo Esporte

18

- Narração: Levantamento pro Marquiiiinho...na trave e entroou!

Goooool! (corte) O Fábio tenta evitar, mas não conseguee!

- Trecho de fala do técnico Abel Braga: “Fizemos 2 a 0, o jogo tava

absolutamente controlado, mas depois passamos sufoco numa jogada

que infelizmente erramos”.

- Escobar: É, o Fluminense errou na marcação, mas segurar o Montillo

é complicado mesmo.

- Narração: “Aí o Montillo, tem chance pro chute, clareou bonito

Montillo, joga muuitoo! Goooool!”

- Escobar: O argentino quase fez mais, hein.

- Narração: Digão ficou. Aí o Montillo, de esqueerda. E o Diego Cavalieri

pra fazer a defesa.

- Escobar: Não deu tempo pro segundo gol do Montillo, o jogo acabou

antes. Flu 2 a 1 no Cruzeiro, terceira vitória seguida, melhor sequência

no Brasileirão até agora. Fluminense tá vivo, hein! Já é o sexto colocado.

- Trecho de Abel Braga: Você começa a ter o respeito do campeão

brasileiro, e até dia 4, 3 de dezembro, o campeão brasileiro é o Fluminense.

Na transcrição acima, percebemos como o apresentador Alex Escobar

aproxima a matéria de um gênero narrativo fictício. Retomando Nascimento

(2009, p. 47), a narração apresenta um enredo que se divide em apresentação

dos agentes da narrativa, uma complicação, o clímax e o desfecho. Por ser um

texto destinado ao público do estado do Rio de Janeiro, a matéria se baseia em

um ponto de vista em conformidade com o dos torcedores do Fluminense, por

isso, o jogador Fred, do Fluminense, é descrito como protagonista da matéria,

e o cruzeirense Montillo se torna o antagonista.

Os personagens da partida desenvolvem suas ações ao longo do enredo,

- Narración: Fue para Fred, que pelota! Fred... Fáábioo!

- Escobar: pero fue de Marquinho, gol bonito he! Ni siquiera tocó la

portería. Míralo.

- Narración: Levantamiento paro Marquinho...en el arco y entróoooo!

Goooool! (corte) Fábio intenta evitar, pero no lo logra!

- Fragmento del habla del técnico Abel Braga: “Hicimos 2 a 0, el partido

estaba absolutamente controlado, pero después pasamos dificultades

en un lance que infelizmente nos equivocamos”.

- Escobar: sí, el Fluminense ese equivocó en marcar, pero detener Montillo es realmente difícil.

- Narración: “Entonces Montillo, tiene oportunidad para golear, bonito

Montillo, cómo juega! Goooool!”

- Escobar: El argentino casi hizo más, he.

- Narración: Digão se quedó. Entonces, Montillo, de izquierda. Y Diego

Cavalieri para hacer la defesa.

- Escobar: No hubo tiempo para el segundo gol do Montillo, el partido

acabó antes. Flu 2 a 1 no Cruzeiro, tercera victoria seguida, mejor secuencia

en Brasileirão hasta hoy. Fluminense tá vivo, he! Es el sexto colocado.

- Fragmento de Abel Braga: empiezas a respetar el campeón brasileño,

y hasta el 4, 3 de diciembre, el campeón brasileño es el Fluminense.

En la transcripción arriba, percibimos como el presentador Alex Escobar

acerca la materia de un género narrativo ficticio. Retomando Nascimento

(2009, p.47), la narración presenta un enredo que se divide en presentación de

los agentes de la narrativa, una complicación, clímax y desfecho. Por tratarse

de un texto destinado al público del estado de Río de Janeiro, la noticia toma

como base un punto de vista de conformidad con los hinchas de Fluminense,

por eso, se describe el el jugador Fred, de Fluminense, como protagonista y

Montillo, de Cruzeiro, se torna el antagonista.

Page 19: a linguagem do programa Globo Esporte

19

apresentado fora de ordem cronológica, com a criação de um conflito – o gol

de Montillo – e de um clímax – quando o Cruzeiro esboça uma reação no jogo.

A dramaticidade é garantida pelo fundo musical de trechos de rock e música

clássica, aliada a trechos da narração de Luis Roberto e de entrevista com Abel

Braga. Há a criação de expectativa em quem assiste à matéria, por meio da

valorização dramática do protagonista Fred na partida, como na fala “E de novo,

bola no pé do Fred, o segundo gol também ia ser dele.” e o posterior trecho da

narração exaltando a defesa do goleiro Fábio, destacando a dificuldade vivida

pelo time carioca em ampliar o marcador.

O texto de Escobar dialoga com os trechos, como quando o técnico do

tricolor carioca aponta para um erro de posicionamento da equipe e o jornalista

diz “É, o Fluminense errou na marcação, mas segurar o Montillo é complicado

mesmo.” – um comentário que conforma os torcedores pelo gol sofrido e exalta

o adversário. O desfecho da trama é marcado pelo comentário de alívio “Não

deu tempo pro segundo gol do Montillo, o jogo acabou antes.”, quando o apito

final sela a vitória do time carioca e um “final feliz” ao torcedor.

Observamos na transcrição da matéria um tratamento aproximado e informal

do jornalista com os jogadores. O emprego do artigo definido “o” para referência

a jogadores das duas equipes, como em “o Fred foi substituído”, “passou a

braçadeira de capitão pro Gum” e “o Ciro também foi derrubado”, garante

sensação de proximidade dos torcedores com os atletas, demonstra intimidade

(cf. CUNHA; CINTRA, 1985).

Notamos, portanto, o objetivo afirmado por Leifert de aproximar a linguagem

do programa à do torcedor, por meio da escolha de nível de linguagem informal e

expressões largamente utilizadas na fala informal (cf. “chamou a responsa”, “rolou

aquela sensação de dever cumprido”). Nesse sentido, é perceptível o esforço de

criação de uma interação com o telespectador no relato dos lances, expressa

pela pergunta “Quem foi bater o pênalti?” e a resposta imediata “Cê sabe, né?”.

Esse artifício dá um tom de conversa com o público durante o relato, o que

pode também ser notado por comentários como “Só que esse aí o juiz não deu”,

Los personajes del partido desarrollan sus acciones a lo largo del enredo,

presentado fuera del orden cronológico, con la creación de un conflicto – el

gol de Montillo – y de un clímax – cuando Cruzeiro demuestra una reacción en

el partido. El dramatismo es garantizado por el fondo musical de rock y música

clásica, agregada a fragementos de la narración de Luis Roberto y de la entrevista

con Abel Braga. Hay la creación de expectativa en quienes asisten al programa ,

por medio de la valoración dramática del protagonista Fred en el partido, como

en el habla: “Y una vez más, la pelota en los pies de Fred, el segundo gol también

sería suyo”. Y el posterior trozo de la narración exaltando la defensa del arquero

Fábio, destacando la dificultad vivida por el equipo carioca en ampliar el marcador.

El texto de Escobar dialoga con los fragmentos, como cuando el entrenador

del tricolor carioca señala un error de posicionamiento del equipo y el periodista

dice: “Sí, Fluminense se equivocó en la marcación, pero contener Montillo es

complicado” – un comentario que conforma los hinchas por el gol sufrido y exalta

el adversario. El desfecho de la trama es marcado por el comentario de alivio “No

hubo tiempo para el segundo gol de Montillo, el partido se encerró antes”, cuando

el pito final concretiza la vitoria del equipo carioca y un “final feliz” a los hinchas.

Observamos en la transcripción del reportaje un tratamiento cercano e informal del

periodista con los jugadores. El empleo del artículo definido “o” para referirse a los atletas

de los dos equipos, como en “O Fred foi substituído”, “passou a braçadeira de capitão

pro Gum” y “o Ciro também foi derrubado”, garantizan la sensación de proximidad de

los hinchas con los atletas, demuestra intimidad. (cf. CUNHA; CINTRA, 1985).

Notamos, por lo tanto, el objetivo afirmado por Leifert de acercar el leguaje

del programa a la del hincha, a través de elecciones de nivel de lenguaje informal y

expresiones largamente utilizadas en el habla informal (cf. “chamou a responsa”, “rolou

aquela sensação de dever cumprido”). En ese sentido, es perceptible el esfuerzo de la

creación de una interacción con el televidente en el relato de los lances, expresada por

la pregunta “¿Quién va a cobrar el penalti?” y la respuesta inmediata “Cê sabe, né?”.

Este artificio da un tono de charla con el público durante el relato, lo que

también se puede percibir en comentarios como “Só que esse aí o juiz não deu”,

Page 20: a linguagem do programa Globo Esporte

20

“E nem tocou na rede, repara aí ó”, “gol bonito hein!”, “o argentino quase fez

mais, hein.” e por “Fluminense tá vivo, hein!”. Dessa forma, constatamos o uso

exacerbado e proposital de marcas de oralidade como “né” e “hein” para essa

aproximação, mesmo em um texto previamente planejado antes de ir ao ar.

6. Considerações Finais

Podemos concluir, após essa breve análise do Globo Esporte, que o entretenimento

e a interatividade parecem ter mais peso que a informação, no novo formato do

programa. Predomina o tom humorístico, com uma linguagem mais simples e

informal, visando a conquistar mais audiência, principalmente do público jovem.

Entretanto, percebemos também a necessidade de dosar informação e diversão,

pois, como afirma Charaudeau (2006, p.92), o apelo emocional representa um risco

à credibilidade, conquistada durante mais de 30 anos de um programa tradicional,

apelidado de “velho companheiro da hora do almoço”.

Comparando as transcrições de matérias em 1981 e 2011, constatamos que

a estrutura do texto falado no GE nas apresentações mais antigas de Batista

e Vannucci parece ter compromisso com a documentação, com o relato

propriamente dito, e pode ser facilmente compreendida por leitores sem o

auxílio das imagens apresentadas no programa. Já o texto falado atualmente

por Escobar, ao contrário, aproxima-se de uma narrativa com existência de

intriga, expectativa e dramaticidade, pelo uso de mecanismos audiovisuais – a

manipulação de imagens e músicas de fundo –, que Escobar aproveita para

elaborar o relato e dos quais o telespectador necessita para compreender o que

é dito sobre a partida. Predomina, também, o tom de conversa e informalidade,

visando a aproximar-se do espectador.

Portanto, as modificações no padrão Globo de Jornalismo Esportivo fazem

parte de uma estratégia que visa à atração de um público maior, visando

à ampliação da audiência da empresa. A criação de uma identidade nova e

radicalmente modificada do GE é consequência dessa reformulação no jornalismo.

“E nem tocou na rede, repara aí ó”, “gol bonito hein!”, “o argentino quase fez

mais, hein.” y por “Fluminense tá vivo, hein!”. De esta manera, constatamos el uso

exacerbado y proposital de oralidades como “né” y “hein” para este acercamiento,

aunque sea en un texto previamente planificado antes de salir al aire.

6. Consideraciones Finales

Podemos concluir, tras ese breve análisis de Globo Esporte, que el entretenimiento

y la interactividad suelen tener más peso que la información en el nuevo formato

del programa. Predomina el tono humorístico, con un lenguaje más sencillo e

informal, visando conquistar más audiencia, principalmente del púbico joven.

Sin embargo, percibimos también la necesidad de dosificar la información y la

diversión, pues, conforme afirma Charaudeau (2006, p.92), el apelo emocional

representa un riesgo a la credibilidad, conquistada durante más de 30 años de

un programa tradicional, de apodo “viejo compañero de la hora del almuerzo15”.

Al comparar las transcripciones de los reportajes en 1981 y 2011, constatamos

que la estructura del texto hablado en GE en las presentaciones antiguas de Batista e

Vanucci aparenta tener compromiso con la documentación, con el relato propiamente

dicho, y puede ser fácilmente comprendida por los lectores sin auxilio de las imágenes

presentadas en el programa. Ya el texto hablado actualmente por Escobar, al revés,

se aproxima de una narrativa con existencia de intriga, expectativa y dramatismo, por

el uso de herramientas audiovisuales – la manipulación de imágenes y canciones de

fondo - , que Escobar utiliza para elaborar el relato y de las cuales el telespectador

necesita para comprender lo que es dicho acerca del partido. Predomina también

el tono de charla e informalidad, visando aproximarse del espectador.

Así que, las modificaciones en el padrón Globo de periodismo deportivo forman

parte de una estrategia que visa la atracción de un público mayor, visando la

ampliación de la audiencia de la empresa. La creación de una nueva y radicalmente

modificada identidad de GE es consecuencia de esa reformulación en el periodismo.

15 velho companheiro da hora do almoço

Page 21: a linguagem do programa Globo Esporte

21

Finalizando, destacamos que analisar criticamente os meios de comunicação é de

suma importância em uma realidade em que há profusão de conteúdos midiáticos

circulando pela sociedade. Por isso, o objetivo deste artigo foi propor uma análise das

modificações sofridas no jornalismo esportivo, mais especificamente no GE, visando

ao estabelecimento de um debate que está distante de seu término, justamente por

se concentrar em uma área – da comunicação – de mudanças constantes.

Finalizando, destacamos que analizar críticamente los medios de comunicación es

de suma importancia en una realidad donde hay la profusión de contenidos mediáticos

circulando por la sociedad. Por eso, el objetivo de este artículo fue proponer un análisis

de las modificaciones sufridas en el periodismo deportivo, específicamente en GE,

visando el establecimiento de un debate que está lejos de su término, justamente por

concentrarse en un área – de comunicación – de cambios constantes.

Referencias (Referências)

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BARBEIRO, H; RANGEL, P. Manual do Jornalismo Esportivo. São Paulo: Contexto, 2006.

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