Upload
rafaelmarques
View
13
Download
0
Embed Size (px)
DESCRIPTION
artigo sobre o processo de evolução da linguagem
Citation preview
PRÓ‐REITORIA DE PÓS‐GRADUAÇÃO E PESQUISA LATO SENSU EM LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS– LPT
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
A LINGUAGEM E SEU PROCESSO DE EVOLUÇÃO
Autor: Luciano Ribeiro Barbosa
Orientadora: Profª. Drª Andrea Márcia Mercadante
Brasília - DF 2011
LUCIANO RIBEIRO BARBOSA
A LINGUAGEM E SEU PROCESSO DE EVOLUÇÃO Trabalho apresentado ao Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Leitura e Produção de Textos da Universidade Católica de Brasília como requisito obrigatório para conclusão da disciplina Trabalho de Conclusão de Curso
Profª Drª Andrea Márcia Mercadante
Brasília 2011
Dedico este trabalho à minha amada esposa, que tanto tem me apoiado na realização desta pós-graduação e em todos os meus projetos acadêmicos, profissionais e pessoais.
AGRADECIMENTO
Agradeço a Deus pela oportunidade de realizar este curso e poder
conviver com colegas de formações diferentes, colaborativos e interessados na reflexão do processo de ensino-aprendizagem.
Também agradeço aos queridos professores da UCB que contribuíram com a minha formação e também colaboraram direta ou indiretamente com a realização deste trabalho.
RESUMO
A presente monografia é uma pesquisa bibliográfica que nos mostra aspectos da linguagem antiga e nos faz pensar sobre seu futuro, atentando para os estágios de evolução da oralidade e da escrita e do recém-batizado “internetês”, presente de maneira significativa nos hábitos familiares. A elaboração deste trabalho conta, essencialmente, com as concepções de Aristides Neto, que apresenta aspectos da comunicação antiga; David Crystal, que nos permite refletir sobre os aspectos da linguagem moderna e suas incursões tecnológicas; Ana Cristina Barbosa, que traz conceitos sobre a leitura e a escrita na web; Suzana Ferreira Paulino que nos mostra as principais características do livro eletrônico; Andrea Cecilia Ramal que analisa o ato de ler e escrever na cultura digital e ainda Jose Luiz Fiorin que fala sobre a firme permanência da língua portuguesa diante linguagem da internet, apesar da grande influência do inglês sobre nossa língua.
Palavras-chave: Reflexão; linguagem; evolução; transformação; comportamento.
ABSTRACT
This work is the result of a bibliographic research that show us the aspects of old language, helping us to think about future, calling reader’s attention through a deep reflection about the transformation of communication in oral and written kinds or in the just-called “internetês”, near families habits. The elaboration of this work count, essentially, with the conceptions of Aristides Neto, that showed us the main aspects of old communication ; David Crystal, that invited us to reflect about the aspects of modern language with his technological invasions; Ana Cristina Barbosa, that helps us to reflect how is the function of reading and writing in web; Suzana Ferreira Paulino, that show us the main characteristics of electronic book; Andrea Cecilia Ramal, that analyzes the act of reading and writing in digital culture and Jose Luiz Fiorin, that speaks about the keep of formal Portuguese beyond the using of internet, besides the great influence of English in our language. KEYWORDS: Reflection; language; evolution; transformation; behavior.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................... 8
2 REFERENCIAL TEÓRICO .............................................................................................. 10
3 A COMUNICAÇÃO PRIMITIVA ................................................................................... 11 3.1 A BÍBLIA SAGRADA E SEUS RELATOS SOBRE A COMUNICAÇÃO PRIMITIVa 11 3.2 AS HISTÓRICAS FORMAS DA COMUNICAÇÃO HUMANA .................................... 13
4 CARACTERÍSTICAS DA ORALIDADE E DA ESCRITA .......................................... 15 4.1 A ESCRITA NA ANTIGUIDADE .................................................................................... 16 4.2 A ESCRITA CONTEMPORÂNEA ................................................................................... 18
5 A UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA PELOS ESCRITORES ................................................ 19
6 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA ............................................................................. 20 6.1 EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS .................................................................................... 21
7 CARACTERÍSTICAS DA FALA, DA LEITURA E DA ESCRITA .............................. 23
8 LINGUAGEM, TECNOLOGIA E INTERNET .............................................................. 26
9 LEITURA E ESCRITA NA WEB: TRANSFORMAÇÕES PRÁTICAS E CONCEITUAIS ...................................................................................................................... 29 9.1 MSN .................................................................................................................................. 30 9.2 BLOGS ............................................................................................................................... 31 9.2.1 Um Pouco da História dos Blogs ..................................................................................... 31 9.2.2 A Crescente Popularidade dos Blogs .............................................................................. 31 9.3 EMAIL .............................................................................................................................. 33 9.3.1 E-mail: Surgimento e Propagação ................................................................................... 33 9.3.2 O E-mail e a Carta Manuscrita ........................................................................................ 34
10 SITES DE RELACIONAMENTO ................................................................................... 36 10.1 ORKUT ............................................................................................................................ 36 10.2 FACEBOOK .................................................................................................................... 37 10.3 TWITTER ........................................................................................................................ 37 10.4 MYSPACE ...................................................................................................................... 38
11 A PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA DIANTE DAS INFLUÊNCIAS 39
12 CONCLUSÃO .................................................................................................................... 40
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................ 41
14 REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS .................................................................................. 44
8
1 INTRODUÇÃO
Nossa sociedade vive em contínuo processo de transformação. As mudanças
são percebidas tanto nos valores morais, intelectuais e profissionais quanto na
transformação das formas de comunicação, que hoje são mais amplas, organizadas
e valorizadas. A presente monografia foi elaborada com o propósito de ajudar o leitor
a refletir sobre os aspectos da comunicação humana, atentando para os principais
fatores que contribuem com sua transformação.
Inicialmente, a proposta deste estudo é traçar um breve panorama histórico
sobre a comunicação antiga, para perceber suas construções, representações e
ainda observar quando e como ocorreu o primeiro evento de comunicação na
humanidade. Este trabalho, além de analisar o processo de evolução da linguagem,
considerando os fatores que contribuem com sua transformação, também tem o
objetivo de observar a constante necessidade humana de utilizar a comunicação oral
e escrita. E ainda, perceber como a linguagem moderna funciona, observando suas
mais diversas formas de comunicação e todo seu processo evolutivo. Além disso, é
preocupação deste trabalho identificar quais ferramentas são usadas para a prática
da comunicação contemporânea, para que haja plena consciência de como a
evolução da comunicação afeta os hábitos da sociedade. Também cabe observar quais especificidades predominam na escrita, para
que se possa refletir sobre a sua importância e, sobretudo, perceber o momento de
valorização e abrangência que a comunicação moderna vive hoje em dia. Esta pesquisa também foi desenvolvida com o propósito de explicitar a atual
democratização da linguagem e seu constante processo de evolução, especialmente
no tocante à escrita como a segunda forma de linguagem mais difundida por todas
as classes sociais e a primeira mais organizada nos dias atuais.
A escrita formal, que outrora era utilizada pelas classes dominantes é hoje
exemplo de democratização em muitos países, regida por um organizado sistema de
regras gramaticais. Já a oralidade, que exprime processo constante de evolução,
permite objetividade na comunicação, porém facilita a incidência de expressões
ambíguas dos falantes, o que não deixa de ser importante para apreciação das
especificidades da comunicação humana. Percebendo a evolução da comunicação
na sociedade moderna, em todas as suas formas, não se pode negar que a
tecnologia é a grande facilitadora do processo de mudança de hábitos das
9
sociedades mundiais. A internet é, sem dúvida, o meio de comunicação que chegou
às famílias para revolucionar conceitos pré-estabelecidos de comunicação, por isso
muitos estudiosos procuram respostas de como a ferramenta tem transformado
opiniões e criado um novo tipo de linguagem, o “internetês”. E ainda, como a internet
consegue atrair tanto a atenção de crianças pré-escolarizadas quanto de adultos
escolarizados ou não, com idade madura. Pela sua importância na linguagem
universal e seu impacto no dia a dia da sociedade, a linguagem praticada na internet
tem destaque especial neste trabalho. A chamada “nova” forma de comunicação
possibilita mudança de comportamento social, que permite utilizar diversos recursos
para facilitar suas tarefas diárias.
Desejo, por meio do estudo aqui proposto, que haja reflexão dos leitores
sobre que meios de comunicação a humanidade utilizava no passado, quais
recursos tecnológicos e linguísticos o ser humano utiliza para se comunicar hoje em
dia e ainda observar se a linguagem da internet exerce influências sobre a língua
formal padrão. A elaboração deste trabalho conta essencialmente com as concepções das
obras Além da Revisão – Critérios para a revisão textual, de Aristides Neto; A
Revolução da Linguagem, de David Crystal; Leitura e Escrita na Web, de Ana
Cristina Lima Santos Barbosa; Entre a Fala e a Escrita: algumas posições
intermediárias, Ler e Escrever na Cultura Digital, de Andrea Cecilia Ramal; Bilhete,
Carta, E-mail: os gêneros de comunicação pessoal na interação infantil, de Lucia
Helena Medeiros da Cunha Tavares; e Pensar a Comunicação, de Dominique
Wolton.
10
2 REFERENCIAL TEÓRICO
Comunicação humana desde a Antiguidade: Como entender sua prática no
passado e identificar os impactos de sua evolução?
O homem desde o início da civilização demonstrou ser comunicativo por
natureza. Wolton (1997) afirma que “a comunicação como aspiração remete para o
fundamento de toda a experiência humana”. No entanto, nosso entendimento será
mais expressivo se observarmos determinadas peculiaridades da sociedade
primitiva. Neto (2007) diz que a comunicação há milhões de anos a.C funcionava por
meio de sinais, gestos, marcas e desenhos e que naquela época, não era conhecida
a escrita alfabética que hoje faz parte de nosso dia a dia, ficando as representações
gráficas à margem da padronização formal. A escrita, segundo Neto (2007), era
usada somente como uma arte de comunicação, para diferenciar o meio de
divulgação das informações. Quem se utilizava desses mecanismos eram apenas as
autoridades e intelectuais.
Já Crystal (2005) faz considerações sobre a linguagem na modernidade,
explicitando seu processo revolucionário e inserindo, sobretudo, a internet como
parte importante desse processo. Barbosa (2004) também esclarece sobre os novos
rumos da comunicação diante dos microcomputadores, que atuam em rede de
maneira apropriada. Garante ainda que sua forma de interagir e compartilhar
informações mudou decisivamente a comunicação. Wolton (1997) nos convida a
pensar sobre o êxito das propriedades da comunicação moderna, percebendo que
as técnicas libertam o homem de sua limitação de tempo e espaço, permitindo-lhe
ver, falar e estabelecer um intercâmbio com todas as partes do planeta, todos os
dias, permanentemente. Tavares (2010) traz concepções importantes sobre o
gênero e-mail, enfatizando sua maleabilidade, velocidade da comunicação e
aceitação social. Paulino (2009) conceitua as propriedades do livro eletrônico,
fazendo referência às leituras convencionais. Já Fiorin (2007) enfatiza concepções
sobre o futuro da língua portuguesa, considerando que não há ameaças nocivas
para a língua padrão, porque a linguagem da internet não causa influência sobre a
gramática.
11
3 A COMUNICAÇÃO PRIMITIVA
A linguagem sempre representou um meio eficaz e indispensável de
comunicação que agrega experiência pessoal, pois nossos valores morais,
intelectuais e espirituais estão inseridos, sendo mais conveniente pensar de
determinadas maneiras e mais difícil pensar de outras. Castro nos dá explicações
sobre a indissolubilidade entre a linguagem e as relações interpessoais, afirmando
que “as relações sociais se dão através de diálogos” (2009, p.5). Castro diz ainda
que “a linguagem é um ato, ou seja, ação do ser, tendo natureza social e não
individual” (2009, p.5). Percebemos, assim, que a comunicação é fruto de
relacionamento e não simplesmente uma transferência unilateral de informação. O
homem em toda a sua existência precisou comunicar-se para viver em sociedade,
porque somente através da comunicação consegue conquistar lugar na sociedade
mediante troca de ideias e experiências. Tavares diz que o homem tem grande
necessidade de comunicar-se com o outro, interagindo e registrando o que
acontece. Também afirma que é através do uso da linguagem que os objetivos são
alcançados (2010, p.2). Portanto, percebemos que a comunicação possui propósitos
bem definidos, permitindo o alcance de grandes resultados. Todas as grandes
transformações ocorridas na história apoiaram-se na capacidade da comunicação.
3.1 A BÍBLIA SAGRADA E SEUS RELATOS SOBRE A COMUNICAÇÃO PRIMITIVA
A comunicação humana foi estabelecida nos mais primitivos estágios da
civilização. Notamos o fato quando recorremos à Bíblia Sagrada, que ratifica relatos
sobre a comunicação e demonstra a comunicação oral de Deus com os primeiros
habitantes da Terra. A Bíblia diz que quando Adão foi criado, Deus percebeu que
não era bom que ele vivesse sozinho, por isso deu vida à sua companheira Eva,
para que juntos vivessem, dessem frutos e fossem felizes no Jardim do Éden
(Gênesis 2.18). Em toda a narrativa de Gênesis, percebemos a comunicação
existente entre Deus e o casal, deixando clara sua intenção em estabelecer com
eles contínua comunicação verbal, como num convívio familiar. Portanto, a Bíblia é
uma reconhecida fonte de informação histórica e religiosa que relata o viver em
sociedade baseado na comunicação em todo o seu contexto.
12
Desde a Antiguidade, Ciência e Religião buscam caminhos diferentes para
obter respostas sobre a origem de todas as coisas. A Teoria da Evolução afirma que
o universo foi criado por meio de uma grande explosão e que homens e primatas
têm a mesma ascendência. Entretanto, o livro de gênesis registra fatos
dessemelhantes. Já no primeiro versículo do capítulo I, existe a afirmação de que
“no princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gênesis 1.1), contrastando a afirmação
científica de que o Universo foi criado por obra do acaso. Mais adiante, encontramos
no versículo 27 o seguinte registro: “E criou Deus o homem à sua imagem; à
imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou” (Gênesis 1.27). Considerar que a
raça humana é fruto da evolução dos primatas pode parecer que há crença de que
se tornarão homens capazes de pensar, criar e se desenvolver.
O livro de Gênesis ainda afirma no capítulo 11 versículo 1 que “ Era toda a
terra de uma mesma língua e de uma mesma fala”, apesar da população ter
crescido muito, vindo os descendentes de Adão e de Noé (Gênesis 11.1). A
multiplicidade das línguas, segundo a Bíblia, surgiu para confundir a população, para
que ninguém entendesse a língua do outro, como castigo de Deus por causa da
desobediência na edificação da Torre de Babel (Gênesis 11.4-9). Refletir sobre os
divergentes conceitos entre ciência e religião nos estimula a pensar sobre as
minúcias da vida, imaginando como todas as coisas foram criadas.
Quanto à origem da língua falada, Crystal afirma que seu surgimento se deu
“entre 30 e 100 mil anos atrás. Já a escrita, surgiu há cerca de dez mil anos em
algumas partes do mundo” (2005, p. 76) Entendemos que a história da língua tem
íntima relação com a história da raça humana, pois ambas podem ser
compreendidas como indissolúveis.
Estudiosos concordam que o uso indiscriminado da língua é um diferencial do
homem com relação às outras espécies. A língua falada é dinâmica e eficaz, porém
não deixa registros, apenas recordação nas mentes dos falantes, o que representa
maior esforço em todo o processo de recuperação da origem da língua e ainda há
muitos riscos em produzir falácias, devido à dinamicidade da comunicação.
Estudiosos também percebem que as populações mundiais modernas falam
línguas diferentes, mas de complexidade semelhantes, ou seja, todos os seres
humanos possuem habilidades linguísticas similares.
As palavras têm significados específicos, sendo representadas da maneira
com que as pessoas querem expressá-las. Sem essa prática linguística a
13
comunicação na sociedade não existiria da forma como conhecemos. A
comunicação dos homens permite troca de experiências e ideias e sua intensidade
varia na medida em que há poder de argumentação. Palavras elegidas e proferidas
no momento inadequado podem levar à vida ou à morte. Vemos isso nas relações
diplomáticas. Portanto, a comunicação é sempre o resultado do tipo de
relacionamento que se mantém.
3.2 AS HISTÓRICAS FORMAS DA COMUNICAÇÃO HUMANA
A humanidade se comunica por meio de diferentes formas de linguagem.
Segundo Neto “a mímica, a dança, a música, a pintura, o desenho e a escrita” são
expressões não verbais de linguagem, cuja presença faz parte do cotidiano humano
desde a Antiguidade (2007, p. 17). Investimos nossos esforços nessas formas de
comunicação, mas quase sempre não percebemos que elas se utilizam da
oralidade. A forma verbal é precursora, também sendo o mais elementar tipo de
comunicação, porque simplesmente todas as pessoas se utilizam da fala para se
comunicar durante todo o tempo. Wolton considera que o fato de “falar com alguém
e partilhar algo com os outros faz parte da definição do ser humano” (1997, p.29).
Neto é mais específico em suas conclusões, dizendo que
a linguagem oral geralmente é marcada pela imprecisão, que, além de outros fatores, varia de acordo com o nível cultural e o estado emocional do falante – da plateia também -, do grau de monitoração (ato de policiar a linguagem verbal do agente do discurso) (2007, p. 83).
A linguagem oral geralmente é usada de maneira “elástica” pelos seus
falantes, alterando sua utilização mediante a maleabilidade e o nível de cultura de
seus falantes. A imprecisão, o dinamismo, a maleabilidade e o estado de espírito do
falante alteram a forma do mesmo se expressar.
Ramal, ao referir-se ao início da prática da escrita, considera que a história da
humanidade passou a viver uma segunda etapa, pois o homem “pôde projetar sua
visão de mundo, sua cultura, seus sentimentos e vivências” por meio de palavras
escritas (2000, p. 1).
Neto afirma que “tanto a fala quanto a escrita podem variar entre a
formalidade e a informalidade; desde a fala mais descontraída e informal à fala
monitorada e escrita formal” (2007, p. 84). A linguagem escrita segue um curso
14
diferente da linguagem oral, seja formal ou informal, pois suas construções permitem
estilos peculiares. A imprecisão leva a dois caminhos; à ambigüidade ou às ideias
interessantes, podendo representar perigo ao escritor. Entretanto, quando remete os
leitores a um profundo processo de reflexão consegue romper fronteiras de território,
espaço e tempo.
Nas culturas passadas, o homem conhecia apenas a comunicação oral para
deixar registradas as histórias de seu povo. Ramal afirma que “a transmissão da
história se dava através das narrativas orais: o narrador relatava as experiências
passadas a ouvintes que participavam do mesmo contexto comunicacional” (2000,
p.1). A história da humanidade era contada de geração em geração segundo os
princípios tradicionais e doutrinários de cada família. Somente quando a história
passou a ser registrada por meio da escrita começou um bem-vindo processo de
organização mundial.
As Escrituras Sagradas apontam Moisés como autor dos dez mandamentos,
registrando-os na tábua da lei. A Bíblia diz que desde o início dos tempos, Deus já
previa a necessidade de se registrar as leis por meio da escrita, para que o povo
tivesse pleno conhecimento e as obedecesse. Assim os mandamentos estão
registrados:
Honra a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o SENHOR teu Deus te dá. Não matarás. Não adulterarás. Não furtarás. Não dirás falso testemunho contra o teu próximo. Não cobiçarás a casa do teu próximo, não cobiçarás a mulher do teu próximo, nem o seu servo, nem a sua serva, nem o seu boi, nem o seu jumento, nem coisa alguma do teu próximo. (Êxodo 20.12-17).
Mais adiante, encontramos no livro de Habacuque 2.2 a passagem em que
Deus fala ao coração do profeta Habacuque para escrever a sua visão. Essas foram
as palavras do profeta: “Então o SENHOR me respondeu, e disse: Escreve a visão e
torna bem legível sobre tábuas, para que a possa ler quem passa correndo”.
Podemos afirmar que a comunicação é um fenômeno social e histórico, pois
os fatos ocorridos na antiguidade sempre foram medidos pela estimativa, até mesmo
o tempo de existência do ser humano. No entanto, a Bíblia é reconhecidamente uma
das fontes fidedignas que ratifica o surgimento dos primeiros escritos, sem contar
com todos os fatos históricos que nela podemos encontrar.
15
4 CARACTERÍSTICAS DA ORALIDADE E DA ESCRITA A fala e a escrita são processos distintos de utilização da língua, que se
interligam por meio de um efetivo propósito de promover boa comunicação entre os
usuários. O eixo de comunicação entre essas duas vertentes se dá mediante
mecanismos estruturados de utilização seguindo características próprias, de acordo
com as especificidades de cada forma de comunicação. Wolton (1997, p.29) diz que
a comunicação é o caminho para contatar o outro, expressando o que cada um de
nós deseja e receia ao mesmo tempo, considerando a abordagem humana como
sendo sempre algo difícil de realizar. No entanto, a fala quando bem articulada
promove resultados rápidos e satisfatórios. Já Barros ao remeter-se à prática textual,
considera que “o texto escrito é planejado tanto do ponto de vista temático (escolha
dos assuntos a serem tratados) quanto linguístico - discursivo” (1998, p.60).
Considerando as questões da fala, Barros (1998, p.60) diz ser detentora de “certo
planejamento temático”, isto é, de escolha de tópico para que o diálogo se
desenvolva. Grande parte das escolhas temáticas e linguísticas se faz durante a
conversa.
Baseando-nos nessas percepções, observamos duas vertentes básicas entre
a oralidade e a escrita, notada especialmente durante o processo de utilização da
língua na sua estrutura formal. O texto escrito que, naturalmente, exige maior
esforço intelectual e cuidado, permite mudanças durante o processo de construção,
podendo ser mudado com certa tranquilidade, em busca de aperfeiçoamento na
apresentação de sua construção, eliminando as redundâncias, os excessos e
corrigindo falhas gramaticais, para que se estabeleça uma comunicação culta e
eficaz, salvo nos casos das matérias jornalísticas publicadas na internet onde a
disponibilização da informação escrita muda de maneira incrivelmente veloz. Já a
fala geralmente apresenta aspectos mais simplificados, salvo nos casos de
discursos políticos, palestras temáticas e congressos de especialistas. Nesses
casos, o risco na exposição de ideias do interlocutor é imediata e irremediavelmente
incapaz de apagar os erros do que foi dito.
16
4.1 A ESCRITA NA ANTIGUIDADE
Neto (2007, p. 17) diz que a escrita surgiu por volta de 4.000 a. C., na
Mesopotâmia, Egito, China, Palestina e Índia. Os povos que habitavam essas
regiões constituíram as primeiras civilizações do planeta e tinham em comum a
prática da agricultura, a criação de animais, a metalurgia, a escultura, sistemas
religiosos e políticos organizados e a escrita.
Barbosa destaca que “a escrita inaugurou uma segunda etapa na história
humana, modificando as relações entre o indivíduo e a memória social” (2004, p.3).
O que antes era dito, com a finalidade de manter viva a memória das famílias
vindouras, passa a ter registros em tábuas de madeira, folhas de palmeira e papiro,
para construir a história de seus povos. Paulino nos esclarece com informações
valiosas acerca dos antigos sistemas de escrita. Diz que
Os sumérios guardavam suas informações em tijolos de barro. Os romanos utilizavam tábuas de madeira cobertas com cera e os indianos produziam seuslivros em folhas de palmeiras, enquanto os maias e os astecas registravam seus manuscritos em um material macio entre a casca das árvores e a madeira. Os egípcios desenvolveram o papiro, cujas fibras unidas em tiras serviam de base para a escrita hieroglífica. (2009, p. 2).
Já Neto (2007, p. 17-19) diz que foram os seguintes os primeiros sistemas de
escrita: a escrita cuneiforme, a hieroglífica, a ideográfica (símbolos da escrita
japonesa e chinesa) e a pictográfica, dos maias. A cuneiforme1, segundo Neto (2007, p. 17), é composta de inscrições gráficas
(desenhos esquemáticos, estampas, pinturas rupestres). Estima-se que as mais
antigas inscrições datam de 30 mil anos. Tais inscrições não são localizadas
unicamente em cavernas, mas também em rochas, pedras e objetos.
A escrita hieroglífica2, advinda do grego (hieros: sagrado), cujo significado é
“gravura do sagrado” era considerada pelos egípcios como “palavras de Deus”
reveladas pelo deus-escriba Thot, segundo pesquisas de Neto (2007, p. 18). O autor
ressalta que as inscrições hieroglíficas egípcias são compostas de pictogramas e de
fonogramas e que muitas palavras são escritas graças à combinação de signos
fonéticos, pictográficos e ideográficos. Neto (2007, p. 19) destaca uma importante
1 A forma de escrita cuneiforme, do latim cuneum é a mais antiga que se conhece.
2 As inscrições hieroglíficas egípcias compõem-se de pictogramas e de fonogramas.
17
elucidação quanto à escrita hieroglífica no papiro, planta encontrada no Egito, na
Etiópia, no vale do Rio Jordão e na Sicília. Era utilizado como base para a escrita.
Seu caule, segundo o autor, era cortado em tiras, depois trançado, prensado e seco,
originando lâminas rústicas semelhantes ao papel de celulose utilizado pelas
sociedades contemporâneas. Depois de sua descoberta, as práticas escritas
começaram a ser mais difundidas, pois antes apenas escribas e sacerdotes
escreviam.
Quanto à escrita ideográfica3, existe uma particularidade. A China como única
remanescente desse sistema de escrita, preserva suas estruturas desde mais de
1000 anos. A escrita chinesa em uso registra cerca de cinco mil caracteres mais
utilizados, mas Neto (2007, p. 19) diz que existem dicionários chineses com mais de
40 mil palavras.
Neto (2007, p. 19) salienta que a escrita dos maias4 é tida como uma das
mais complexas idealizadas pelo homem. As primeiras referências a esse povo
estão no século III a.C. Acredita-se que os maias eram grandes conhecedores de
astronomia e matemática, vistos como os mais adiantados da época em toda a terra.
Neto afirma que os gregos “valeram-se do domínio dos fenícios sobre os
sinais gráficos para definir seu primeiro alfabeto” (2007, p. 20). Os fenícios detinham
apenas conhecimento de consoantes, o que terminava causando ambiguidade.
Segundo Neto (2007, p. 20), muitos alfabetos gregos foram criados, pois a
civilização se difundia pelo continente, pelas ilhas e cidades-estado. O autor destaca
que o alfabeto passou por muitas modificações e somente a partir do século IV a.C
adquiriu um formato bem próximo dos dias atuais. O autor também ressalta que
“todas as escritas alfabéticas” sofreram influência da escrita grega.
Neto (2007, p. 21) afirma que os copistas eram os monges católicos que
copiavam antigos manuscritos em pergaminhos, usando pena ou caniço para
exercer sua função. Os copistas tinham grande valor para a alta sociedade e por
isso a nobreza os disputava de maneira acirrada oferecendo-lhes altas posições na
corte.
3 A única remanescente está na China, praticamente sem mudanças estruturais desde mais
de 1.000 a.C.
4 As primeiras referências ao povo maia datam do século III a.C.
18
4.2 A ESCRITA CONTEMPORÂNEA
Tavares diz que a linguagem pode ser vista como algo “elástico”, “variável”,
“flexível” ou “adaptável”, porque se trata de uma das “faculdades cognitivas que mais
evolui e se molda às mudanças sociais” (2010, p.2). A escrita contemporânea
representa bem a função flexível e adaptável da linguagem, porque representa tanto
uma atividade intelectual repleta de desafios quanto um meio rápido e eficaz de
comunicação. O tempo da utilização da linguagem escrita limitada às autoridades e
escribas da Antiguidade foi extinta e hoje as ideias inovadoras são vistas como
possíveis ricas produções textuais se aplicadas todas as exigências gramaticais e
estilísticas que um texto bem trabalhado exige. Ideias desordenadas não garantem o
entendimento do que se quer informar e nem tampouco estabelece uma
comunicação escrita eficaz com o leitor, contudo, escrever bem é escrever de modo
claro, conciso e atraente. Preti diz que “o texto escrito é planejado tanto do ponto de
vista temático (escolha dos assuntos a serem tratados) quanto lingüístico-discursivo”
(2000, p.60). Se não planejarmos aquilo que escrevemos, poderemos deixar de
expressar nossa intencionalidade. Quando o escritor se conscientiza da necessidade
de se produzir uma boa redação, seja aquela que serve de comunicação nas
empresas, seja a elaborada no ambiente acadêmico garante comunicação
satisfatória.
É importante ressaltar que a produção escrita não é privilégio de quem
aprecia essa atividade, mas indispensável para todos os que precisam se
comunicar. Petri diz que “na escrita, o discurso produz o efeito de sentido de ser
realizado individualmente, pelo ator escritor que o dirige a um ou a vários leitores
não muito bem definidos ou determinados” (2000, p.68).
19
5 A UTILIZAÇÃO DA LÍNGUA PELOS ESCRITORES
O último século registrou obras valiosas para a cultura humana, produzidas
por célebres escritores. Já havia preocupação em fazer bom uso da linguagem oral
e escrita, embora os menos favorecidos continuassem sem acesso às mais belas
obras literárias.
Muitos escritores produziam suas poesias, contos, romances e demais
produções literárias de forma manuscrita, pois os recursos eram limitados. No
entanto, o que mais interessava para aqueles seletos grupos de eruditos era
registrar no papel a expressão de seus pensamentos e sentimentos. Escritores de
reconhecida habilidade ou aspirantes, cujas famílias pertenciam ao elevado nível
social da época, se utilizavam da fiel e companheira máquina de escrever para
registrar suas aspirações. Porém, a vida para os intelectuais daquela época não era
fácil, exercer o ofício da escrita exigia paciência e persistência, pois a cada erro ou
decisão de mudar o curso de sua obra literária, era preciso refazer todo o trabalho,
por meio de um novo processo datilográfico ou corrigir manualmente todas as
imperfeições. Com a chegada da era digital, o período duradouro das máquinas de
escrever ficou esquecido. Hoje, são encontrados nos museus os modelos mais
clássicos. Em determinadas empresas, os modelos elétricos e em casas de famílias
conservadoras, modelos diferenciados do século XX.
Os escritores contemporâneos são muito mais bem-sucedidos quanto ao
reaproveitamento de sua produção, pois sua obra pode ser tranquilamente reescrita,
bastando, para isso, utilizar a tecla delete disponível no teclado de um
microcomputador. Portanto, se o computador que hoje conhecemos existisse na
sociedade remota certamente resolveria boa parte dos problemas dos escritores ao
produzirem seus textos, evitando assim o desperdício de incontáveis folhas de papel
escritas nas máquinas de escrever.
Percebemos que a partir da década de 80, a propagação do microcomputador
foi revolucionando a maneira de escrever e “manipular textos”. Hoje em dia,
mediante sua praticidade, o computador representa o principal meio para a produção
escrita.
Como vimos, o ser humano passou a se expressar melhor, valorizando a
escrita e explorando os mais diversos recursos tecnológicos em prol da língua.
20
6 A SOCIEDADE CONTEMPORÂNEA
A comunicação atual caracteriza-se pela crescente expansão do apoio às
tecnologias eletrônicas. A comunicação deixa de ser meramente escrita e passa a
utilizar modernos instrumentos, como vídeos, sítios na internet, boletins eletrônicos e
multimídias.
Crystal diz que vivemos hoje o “novo mundo linguístico" (2005, p. 13),
apontando o ano 2000 como o ano marcante para o fim de uma década de
revolução lingüística. O autor ressalta que as mudanças linguísticas acontecem
vagarosa e sutilmente e a maioria das pessoas não estão habituadas a prestar
atenção nelas. Diante disso, constatamos que a sociedade mundial contemporânea
vive um capítulo especial na sua história, pois assina sua autoria no acelerado
processo de transformação linguística, sendo inegável a percepção de que a
linguagem humana está em pleno processo de evolução. Os atuais mecanismos de
comunicação facilitam nosso dia-a-dia, oferecendo recursos tecnológicos no tocante
às práticas da internet.
Essa tendenciosa realidade virtual que o mundo moderno vive tem sido
motivo de reflexão por apenas uma pequena parte da sociedade e vivida
intensamente pela maioria dos cidadãos, com pouco espaço para reflexão sobre
suas causas e consequências. Essa “nova” linguagem contemporânea, que
proporciona aos usuários encanto e intimidade por meio de sua praticidade e
interatividade é o chamado “internetês”, que difere da norma escrita padrão instituída
pelo público erudito e estabelecimentos de ensino e se aproxima da linguagem oral,
resultando numa espécie de “transcrição da oralidade”.
A maior incentivadora da revolução linguística da sociedade global atual é a
era digital, destacada pela célere prospecção da informação mediante recursos
midiáticos advindos, em grande parte, das ferramentas disponíveis na internet.
Pesquisadores têm procurado entender esse fenômeno evolutivo da
linguagem humana mediante estudos aprofundados do comportamento e das
tendências desse processo de evolução. O professor David Crystal, uma das mais
expressivas autoridades mundiais em linguagem, é um desses bons exemplos de
estudiosos que nos ajudam a entender a transformação linguística vivida por
adeptos e não adeptos dessa nova forma de comunicação. O fato é que vivemos
hoje um período de transformação linguística tão expressivo que nos conduz às
21
portas de uma nova era na evolução da linguagem humana e essa tendência pode
ser claramente observada a partir do momento em que enxergamos as inúmeras
facilidades que o mundo digital disponibiliza ao usuário contemporâneo.
Por outro lado, destacamos as concepções de Neto (2007, p. 17-19), que nos
faz viajar no tempo, esclarecendo fatos importantes sobre a sociedade primitiva. O
autor assegura que a comunicação funcionava por meio de sinais, gestos, marcas e
desenhos. A escrita que ora reconhecemos e respeitamos não era conhecida, por
isso as representações gráficas eram feitas sem qualquer padronização. Naquele
tempo, as pessoas comuns não tinham conhecimento e muito menos se davam
conta da importância da escrita, portanto apenas intelectuais e autoridades
utilizavam seus recursos como uma arte da comunicação. Os escribas, contrariando
a democratização da língua que hoje existe, monopolizavam a comunicação escrita,
impedindo sua expansão. A linguagem escrita dispõe de características próprias que
permitem registrar as ideias e remeter aos leitores as reflexões, rompendo fronteiras
de território, espaço e tempo.
Diante das facilidades perceptíveis na contemporaneidade, pode-se imaginar
o quão complexo foi o processo de estabelecimento da escrita. Isso porque os
mecanismos de comunicação atuais facilitam nosso trabalho por meio das
bibliografias existentes sobre assuntos correlatos aos nossos interesses, seja
mediante mídia impressa seja eletrônica, sem contar com a praticidade de se
realizar pesquisas rápidas e práticas pela internet.
6.1 EMPRÉSTIMOS LINGUÍSTICOS
Como traço da linguagem contemporânea, precisamos observar com cuidado
o empréstimo de palavras no uso das línguas. A comunicação na internet, unindo
nações de todo o mundo, influencia a produção oral e escrita da língua materna do
falante, não que ele desaprenda sua língua, mas importa palavras e expressões
estrangeiras. O uso indiscriminado de palavras de origem inglesa no português
brasileiro tem ultrapassado os limites naturais de utilização, havendo um
desenfreado exagero em nome de propósitos diversos.
O empréstimo linguístico ocorre no momento em que uma sociedade importa
traços lingüísticos de outra sociedade. Sua identificação é mais comumente
percebida entre sociedades com poucos privilégios sócio-culturais. Geralmente,
22
adotam em seu sistema o léxico e a gramática da língua da sociedade com maior
poder econômico, político, militar e cultural.
Grosjean (apud Duqueviz, 1982, p.308) define empréstimo lingüístico como
“uma palavra ou expressão curta que é adaptada fonológica e morfologicamente na
língua que está sendo falada” (2001, p. 97). Os substantivos têm marca de gênero
em muitas línguas, como no português do Brasil, por exemplo. As expressões
importadas tendem a se adequar a esse padrão, como “Shopping Center”.
Os empresários brasileiros não se restringem ao uso frequente de
empréstimos da língua inglesa. A forte atuação do capital estrangeiro no nosso
comércio tem criado um novo conceito estratégico no pensamento do próprio
empresariado brasileiro; o de batizar lojas ou produtos nacionais com palavras
inglesas para dar impressão de ser mais atraente, moderno, competitivo e eficiente,
a fim de atrair a massa consumidora.
Duqueviz contribui nessa questão defendendo que “a maioria dos anglicismos
são empréstimos lingüísticos desnecessários, ou seja, não preenchem lacunas
lexicais do português” (2001 p.97). Isso demonstra que esses empréstimos são
usados por uma questão de estilo linguístico, dando ideia de excelência irrestrita nos
produtos e serviços oferecidos.
Prever o crescimento desses empréstimos na tentativa de substituir total ou
parcialmente o léxico português pelo inglês ainda não é possível, apesar de essa
tendência estar bastante evidente. No entanto, cabe-nos valorizar nossa língua.
23
7 CARACTERÍSTICAS DA FALA, DA LEITURA E DA ESCRITA
A fala, a leitura e a escrita são práticas humanas de comunicação que se
complementam. A especificidade de cada habilidade não torna uma menos
importante que a outra, formando assim um eficaz sistema de comunicação. Não há
superioridade cognitiva da escrita, pois isso se deve a questões políticas e sociais
de prestígio. A fala e a escrita são sistemas de comunicação que se completam,pois
ajuda o homem a enxergar e compreender o mundo. A fala é notadamente o tipo de
linguagem mais praticado pela sociedade, pois antes de haver prática da leitura e da
escrita a fala ocorre antes de tudo. O alvo principal da fala não está nas regras e
conceitos gramaticais, mas na interação entre os sujeitos.
As práticas de leitura e escrita têm passado por transformações nos últimos
tempos. Os jornais e revistas, por exemplo, outrora comercializados unicamente por
meio impresso, dedicam-se hoje em dia de maneira intensa na construção de
páginas eletrônicas, procurando continuar publicando conteúdos de interesse
comum. Grande parte das informações é atualizada em tempo real.
A internet possibilita acesso rápido às fontes de informações, assim como
ajuda na formação de conhecimento, despertando o prazer pela leitura através de
diversas fontes bibliográficas. Além disso, contribui para a reflexão crítica e
potencializa o processo de leitura, transformando a simples informação em interesse
pelo conhecimento. A era digital trouxe ao leitor contemporâneo uma grande
quantidade de boas leituras, no entanto, é preciso ter cuidado na seleção de seu
conteúdo, pois existe muito lixo virtual que pode comprometer parte de nosso
aprendizado. Encarnação (2005, p.3) diz que “o processo de leitura é complexo e
bastante abrangente, pois exige muito das funções do nosso cérebro, da nossa
memória e das nossas emoções, além da experiência de vida dos leitores”. A
mesma autora diz ainda que “a leitura e a escrita tornam-se eficazes quando são
entendidas como indissolúveis”. A leitura é uma prática que nos ajuda a refletir sobre
conceitos pré-estabelecidos e nos encoraja a ir além do que nos é imposto.
Devemos ser leitores reflexivos e críticos, dispostos a aprender e questionar de
maneira contínua, mas para isso, a leitura precisa ser provocante, invocando nossos
pensamentos e elevando nossos conhecimentos de maneira a exercitar os alicerces
de nossa inteligência. A partir de então, começamos a raciocinar melhor, a falar com
desenvoltura e a escrever com mais segurança.
24
Entendemos que no processo de leitura o leitor deve construir sentidos. Não é
mais visto como um mero “consumidor” de informações, obrigado a armazenar
conceitos impostos pelos autores, mas plenamente habilitado a refletir sobre as
imposições e dar contribuições importantes. Essas concepções foram construídas
por meio das afirmações de Koch e Elias (2006, p.10). Ambas declaram que a leitura
de um texto exige muito mais que o simples conhecimento linguístico. Ao leitor,
segundo as autoras, cabe mobilizar uma série de estratégias para construir um
sentido compatível com a proposta do autor.
Freire (1994, p.13) diz que “o ato de ler se antecipa e se alonga na
inteligência do mundo”. Assim, percebemos que um leitor pode ter melhor resultado
que o outro na medida em que aprende mais durante a atividade de leitura. Ler é
captar o que está escrito, refletir sobre as considerações e se possível aplicá-las na
vida. A reflexão, curiosidade, ansiedade, apreensão e alívio são algumas sensações
provocadas pelo ato de ler. Ler é uma atividade que possibilita criação e
crescimento, produzindo novas ideias, preparando jovens para um mundo melhor e
renovando esperanças.
Já a escrita não é uma atividade desenvolvida apenas para aqueles que têm
o “dom” de escrever, mas indispensável para todos os que têm contato com a
língua, pois, hoje em dia o mercado de trabalho exige que qualquer profissional seja
habilitado a escrever bem. Castro diz que vê “a escrita como potencializadora da
aprendizagem, ou seja, possibilita uma compreensão ativa do sujeito” (2009 p.9). No
entanto, o ato de escrever, para muitos, representa uma atividade interessante e
prazerosa, mas, para outros, um grande fardo, pois exige esforço intelectual,
dedicação, disciplina e principalmente trabalho árduo. Para alguns profissionais,
uma obrigatoriedade de trabalho, contudo, independentemente da profissão, é
preciso reconhecer que o mercado de trabalho contemporâneo valoriza os que
conseguem se comunicar de forma clara e eficaz. Encarnação (2005, p.1) acredita
que a escrita é formada com ideias claras, coesas e coerentes e a leitura não é um
simples processo de decodificação, pois o que importa para a significação é o
universo do discurso.
Podemos entender leitura e escrita como processos indissolúveis da
comunicação humana responsáveis pela formação do homem. A escrita formal
geralmente estabelece disciplina e respeito às regras gramaticais. A escrita é
valorizada e muitas vezes considera como uma rica produção textual.
25
Andrade considera importantes as seguintes características da escrita: 1)
interação à distância (espaço-temporal), 2) planejamento anterior à execução, 3)
possibilidade de revisão para operar correções, 4) livre consulta a outros textos
(2009, p.3). Com base em suas concepções, entendemos que escrever bem é
escrever de modo claro, conciso e atraente. Quando o escritor se conscientiza da
necessidade de se produzir uma boa redação, especialmente as empresariais e
acadêmicas, garante comunicação rica e eficaz. O planejamento textual é o princípio
básico para desenvolver uma boa produção escrita. Depois de planejar, o escritor
deverá transmitir suas ideias de maneira clara, concisa e atraente, levando em conta
a possibilidade de lapidar sua produção textual para garantir aprimoramento. Castro
considera que
...a escrita é uma possibilidade de organização mental, porque ela reorganiza aquilo que estava ocultado por algum motivo, renova, reconscientiza. A escrita é um processo de exteriorização de idéias e é através da comunicação (a exteriorização, ou, em outras palavras, a expressão) que o sujeito consegue organizar sua atividade mental (2009, p.10).
Durante o processo de leitura e prática escrita, muitos teóricos contribuem
para o desenvolvimento de nossa capacidade de reflexão por meio de seus
importantes conceitos, colaborando com a construção de novos conhecimentos.
Porém, muitos autores ditam as regras, valendo-se exclusivamente dos resultados
de suas próprias pesquisas e pensamentos, focando a língua e não a interação
como elemento principal durante sua escrita. Ler e compreender resultados concisos
de uma pesquisa é positivo, pois enriquece nossos conhecimentos e nos encoraja a
sermos reflexivos e críticos sobre as ideias implícitas e explícitas de um texto.
A escrita como processo de exteriorização de ideias, destacada por Castro
(2009, p.10), é amplamente praticada pela sociedade moderna por meio das novas
tecnologias, que facilita nossa comunicação. A internet surgiu para revolucionar
nosso cotidiano criando outro tipo de linguagem.
26
8 LINGUAGEM, TECNOLOGIA E INTERNET
A internet é uma ferramenta que possibilita novas formas de comportamento
comunicativo. A linguagem praticada na internet difere da prática oral e escrita que
hoje conhecemos. Crystal (2005, p.75) diz que a internet possui uma “nova
variedade estilística de linguagem”, proporcionando aos seus usuários uma nova
modalidade de comunicação, com uma identidade social e tecnológica bem própria.
A revolucionária popularização da internet proporciona novos conceitos em
comunicação, consagrando novos códigos de escrita incentivados por dois grandes
motivos: a urgência em tudo, por causa da falta de tempo em executar tantas tarefas
diárias ao mesmo tempo e a necessidade de expressar-se para o leitor.
Ao usarmos a internet para comunicação informal, é comum recorrermos às
abreviaturas como “vc” (você) e “kd” (cadê) e ainda utilizarmos os emoticons ao
invés de despendermos muito tempo digitando frases completas, já que nossas
atividades laborais e acadêmicas costumam consumir grande parte do nosso tempo.
Barbosa diz que “os emoticons são elementos gráficos que expressam emoções, ou
seja, formas visuais de expressar seus sentimentos quando somente palavras não
são suficientes” (2004, p. 10). A interação é o principal objetivo da comunicação
informal virtual, mas, por outro lado, beneficia seus usuários ao exigir uma prática
peculiar de escrita, proporcionando uma comunicação rápida e suficiente.
A vontade de se representar para o leitor é outra facilidade que a
comunicação virtual proporciona aos seus usuários. As novas formas de linguagem
utilizadas nos blogs, MSN, salas de bate-papo, Orkut, Facebook e e-mails permitem
regras próprias da escrita tidas como não erradas, embora não haja enquadramento
na norma culta de nossa língua. O que ocorre é que sua utilização é oral, como se
existisse diálogo face a face entre os interlocutores, mas, essa interatividade tem a
tela de computador como intermediária, sendo necessária a utilização do teclado de
computador para estabelecer a comunicação.
Desde que a internet invadiu os hábitos de nossa sociedade, lemos e
escrevemos muito mais no nosso dia-a-dia, independentemente da qualidade da
escrita. São muitas páginas eletrônicas que nos são apresentadas diariamente para
serem lidas, além dos e-mails que lemos e respondemos. Talvez haja
empobrecimento da língua, pois muitos jovens despendem demasiado tempo na
interação, não dando devido valor à escrita padrão, mas, pelo menos um novo
27
conceito em comunicação está sendo construído com base na plena aceitação de
seu público, existindo muito mais leitores e escritores do que no passado, o que não
garante sua qualidade.
Decerto, há resistência de determinados grupos de pessoas que possuem
formação literária advindas de gerações anteriores em se adaptar às novas formas
de comunicação e tecnologias, aceitando e valorizando unilateralmente as letras
impressas nos livros e tendo dificuldades em aceitá-las na tela do computador, sem
contar o fato de não abrir mão de escrever e receber cartas de pessoas amadas. O
computador facilitou muito a vida de escritores e leitores, pois hoje, a edição de
cartas, textos, poemas e livros ficou muito mais simples, bastando utilizar a tecla
delete (apague) e reescrever o que desejar.
As novidades tecnológicas têm transformado conceitos de linguagem em
todas as classes sociais. O surgimento das novas tecnologias tem provocado
mudanças conceituais na sociedade moderna. O que hoje se considera de última
geração, em pouco tempo, passará a ser obsoleto, em nome da necessidade de
agregar mais inovação com mais rapidez para uma sociedade cada vez mais
exigente. Crystal (2005, p. 76) nos fala que a linguagem global está passando por
um processo de revolução e com isso destaca a internet como parte importante
desse processo. O autor ainda ressalta que a internet é o terceiro elemento que
contribuiu para o caráter linguístico revolucionário da década de 1990, embora seu
surgimento oficial tenha ocorrido a partir de 1960.
Quanto ao uso profissional, percebemos a utilização da internet nos
principais veículos de comunicação de todo o mundo, tanto para publicar matérias
de interesse público quanto para vender seus produtos ou de outrem. Já o usuário
doméstico, possui perfis diferenciados: existem os usuários avançados, que se
utilizam dos recursos virtuais para criar grupos de trabalho e participar de redes
sociais, democratizando informações e agregando conhecimento.
A internet, segundo Crystal (2005, p. 62) também se caracteriza como o
veículo apropriado para as línguas minoritárias, pois através dela pode-se falar de
sua existência, difundi-la e ainda expressar as dificuldades existentes em manter a
língua
Também existem os usuários cujo perfil majoritário é menor de idade, embora
tenha um natural interesse pelas modalidades virtuais, que apoiam seu
desenvolvimento, é alvo de preocupação de pais e professores quanto à utilização
28
da linguagem na internet, chamada internetês. As modalidades mais aceitas na
prática do internetês são as salas de bate-papo e os sites de relacionamento.
29
9 LEITURA E ESCRITA NA WEB: TRANSFORMAÇÕES PRÁTICAS E CONCEITUAIS As atividades de leitura e a escrita na web mudaram radicalmente os hábitos
da sociedade. Os livros impressos, embora continuem sendo muito apreciados,
deixou de ser exclusivo, dividindo espaço com a dinâmica leitura eletrônica.
Os textos da internet, seja de qualquer natureza, possuem hiperlinks
(hipertextos) que nos remete a textos correlatos ou complementares. Esse processo
nos dá muito mais informações do que um livro impresso. Xavier (2004, p.8) afirma
que o hipertexto é “uma forma híbrida, dinâmica e flexível de linguagem que dialoga
com outras interfaces semióticas, adicionando e acondicionando à sua superfície
outras formas de textualidade”.
Por outro lado, a leitura no computador, quando prolongada, torna-se
cansativa e consequentemente pouco produtiva. Nesse sentido, percebemos que as
leituras nas modalidades impressa e eletrônica têm propriedades distintas e valores
induscutíveis e indissociáveis, pois precisamos de ambas para atender nossas
necessidades imediatas.
Outra característica interessante da leitura eletrônica destacada por Xavier é
que “a leitura no hipertexto potencializa, através dos hiperlinks nele dispostos, a
emancipação do leitor da superfície pluritextual sobre a qual centraliza
temporariamente a sua atenção” (2004, p. 9). A leitura eletrônica amplia nossa
capacidade de concentração, pois as figuras, a disposição das letras e gráficos e a
própria luminosidade do computador nos mantém ligados às leituras, o que nem
sempre ocorre com os livros impressos.
Ramal diz que a maleabilidade do hipertexto “traz a reflexão sobre o digital
tratando-se de outro tipo de materialidade” (2000, p. 5). Isso porque o texto deixa de
ser palpável, portanto torna-se maleável, já que uma edição pode ser feita a
qualquer momento. Ramal também diz que “essas informações digitais são
provisórias e plásticas, obedecendo a um ritmo específico de pertinência imediata e
de obsolescência acelerada” (2000, p.5).
A escrita na web possui um sistema diferente da escrita convencional, porque
permite edição instantânea . Abaixo, estão relacionados os canais eletrônicos que
mais atraem usuários.
30
9.1 MSN
O MSN, programa de bate-papo criado pela empresa Microsoft, permite
conversas instantâneas e é um bom exemplo para entendermos como funciona esse
novo conceito de linguagem.
A linguagem da internet requer um meio rápido de comunicação, tanto para
pessoas que se conhecem quanto para os que desejam se conhecer. Por isso, o
texto utilizado no MSN não possui frases longas, pois isso faria o usuário perder
muito tempo digitando o que deseja expressar. Sua comunicação está muito próxima
da língua falada e por isso o que predomina como forma de linguagem são os
emoticons e palavras abreviadas que representam múltiplos significados. Isso não
quer dizer que poderá escrever da maneira que bem entender, pois assim nem
mesmo os mais experientes usuários do MSN se entenderiam. Essas abreviações
possuem características próprias e são permitidas apenas na linguagem do MSN,
Orkut, Facebook, chats e e-mails informais.
Aos pais e educadores cabe a aceitação dessa nova forma de se comunicar,
que não é escrita – porque não se utiliza das formas tradicionais de construções
frasais e nem oral – porque simplesmente existe uma máquina intermediária entre
os que estão se comunicando; o computador. Mas, pode-se dizer que é uma espécie
de mistura entre fala e escrita. Os jovens, em especial, não estão deixando de
aprender a escrever na escola, mas estão aprendendo cada vez mais cedo uma
nova maneira de se comunicar, com muito mais agilidade e eficácia, mas de limitado
reconhecimento social.
A língua é um sistema vivo de comunicação que nos permite adaptar às
situações. Nessa perspectiva, atua a linguagem do MSN, que adapta de maneira
dinâmica e eficaz a forma de comunicação entre duas ou mais pessoas que não
estão próximas fisicamente, mas se comunicam por meio de um computador que
possibilita uma comunicação tão íntima que parece que estão lado a lado. Por isso,
ignorar o dia-a-dia virtual de nossa sociedade seria perda de tempo, pois nossos
próprios filhos têm suas vidas invadidas por essa realidade tão presente em nosso
meio.
31
9.2 BLOGS
Os Blogs, também chamados diários virtuais são meios de comunicação
muito utilizadas pelos usuários de internet. Esses espaços são pessoais, ou seja, o
proprietário publica o que quiser, podendo ser textos pessoais ou de outrem e ainda
fotos diversas. Os blogs são espaços para realização autoral, exprimindo reflexões,
ideais, estado de espírito ou aspirações de seus proprietários. Os blogs também
possuem linguagem e formatos profissionais, pois grandes empresas reconhecem
sua eficácia, divulgando informações e ofertando produtos.
9.2.1 Um Pouco da História dos Blogs
O advento da internet na década de 60 teve pouca propagação mundial,
porque o objetivo inicial do projeto Arpanet mencionado por Shipley (2008, p.17) não
foi melhorar as formas de comunicação das pessoas, mas munir as autoridades
governamentais de maior eficiência comunicativa durante a guerra. A popularização
da rede mundial de computadores começou na década de 80, juntamente com a
necessidade já existente do cidadão comum em conquistar seu espaço na web.
Porém, construir uma página pessoal de internet, com os mesmos recursos de
empresas públicas e privadas era oneroso e precisava de domínio técnico, o que
muitos não tinham. Da ideia de criar um espaço particular gratuito, que pudesse ser
compartilhado com pessoas de interesses comuns, “surgiram os blogs em agosto de
1999, com a utilização do software Blogger, da empresa do norte-americano Evan
Williams”, segundo Komesu (2005, p.110) em seu texto “Blogs e as práticas de
Escrita sobre si na internet”.
9.2.2 A Crescente Popularidade dos Blogs
Komesu define blog como “uma alternativa popular para publicação de textos
online” (2005, p.110) e que a facilidade com que os textos são editados, atualizados
e mantidos em rede são as principais razões de seu sucesso. Com isso, a
informalidade ganhou mais espaço, pois qualquer pessoa que tenha algum domínio
na escrita e familiaridade com a internet pode criar seu próprio blog, realizando a
32
postagem de textos escritos, inclusive inserindo imagens e sons, criando
personalidade própria e sendo conhecido na Rede com a identidade de sua escolha.
Komesu define blog como “uma corruptela de weblog, que pode ser traduzida
como arquivo de rede” (2005, p.110), considerada uma das ferramentas de
comunicação mais populares da internet.
Os blogs possuem limitadas propriedades de edição, especialmente no que
diz respeito às alterações visuais. Por isso, quanto maior for o domínio do usuário na
ferramenta mais bem elaborada será sua página. Contudo, o que vale para o usuário
é ter seu nome na rede. Segundo Komesu, trata-se “do cotidiano e das histórias de
pessoas consideradas comuns, porque não exercem quaisquer atividades que lhes
deem destaque social, a não ser o fato de possuírem um blog na rede” (2005, p.
111). Os blogueiros, como são chamados seus administradores, fazem seus posts
com freqüência variada, segundo a necessidade e conveniência de cada usuário.
Quando os blogs surgiram, ficaram conhecidos como diários virtuais, mas
segundo Komesu (2005, p.110), Evan Williams não criou a empresa Blogger para
esse fim, mas foi o que a tornou conhecida mundialmente. Komesu ao falar sobre os
diários virtuais diz que “quem escreve sobre si, para narrar acontecimentos íntimos,
insere-se na prática diarista” (2005, p.112).
Com o passar do tempo, os blogs foram descobertos por públicos exigentes,
interessados na disseminação de ideias e dispostos a postar informações sérias,
consistentes e de interesse público. A partir disso, pessoas conhecidas e empresas
renomadas passaram a utilizar seus recursos. A unilateral opção de utilizar os blogs
como diários deu lugar a uma importante ferramenta de trabalho, cuja fonte de
informação beneficia profissionais de imprensa, professores, escritores e até artistas.
Hoje em dia os blogs foram tão bem aceitos por seus usuários que as
pequenas, médias e grandes empresas fazem uso de seus recursos como meio de
comunicação. O Blogger, do Google e o Windows Live Spaces da Microsoft, que é
vinculado ao Messenger, conhecido como MSN, são os mais conhecidos.
Os blogueiros dedicam boa parte de seu tempo postando textos de sua
autoria e de interesse comum, visando constante atualização de seus blogs. Quanto
aos blogs jornalísticos, percebemos que recebe muitas atualizações diárias. Sua
dinamicidade e variedade de informações permitem que sejam os mais visitados,
atraindo diversos perfis de usuários. Quanto aos blogs literários, percebemos que há
direcionamento específico na leitura e produção literária, atraindo os que realmente
33
se interessam pela atividade. Com isso, a comunicação escrita conquista cada vez
mais pessoas interessadas em teclar no computador para exprimir seus
pensamentos, interesses e ainda rebater ideias controversas impostas.
Ao observarmos a escrita dos blogueiros, percebemos que o maior propósito
de todos é informar, tanto de maneira formal quanto informal.
9.3 EMAIL
O e-mail é um grande facilitador da comunicação eletrônica. Por meio dele,
informações são trocadas instantaneamente, inclusive a comunicação de grandes
decisões pessoais e profissionais. O e-mail possui propriedades próprias, entretanto
há variação na forma de utilizá-lo. Isso depende exclusivamente da forma de
utilização de seus usuários. Pode haver variação na sua forma de utilização,
observando o desempenho do usuário e a linguagem utilizada por ele. Sua cultura,
classe social, letramento digital e também a idade determinam a forma de utilização.
9.3.1 E-mail: Surgimento e Propagação
O e-mail começou a ser utilizado na década de 60, embora sua popularização
tenha ocorrido somente a partir da década 80. Shipley (2008, p.17) afirma que o
Pentágono precisava aperfeiçoar a capacidade de seus computadores,
especialmente por causa da ameaça de guerra, por isso pediu à DARPA, Agência
do Departamento de Defesa para Projetos de Pesquisa Avançada, para construir a
primeira rede mundial de computadores batizada de ARPANET. Shipley também
afirma que “o primeiro e-mail do mundo – uma mensagem curta trocada entre dois
computadores da ARPANET – foi enviado dois anos depois, em 1971” (2008, p.17).
Uma curiosidade interessante apontada por Shipley (2008, p.17) é que o símbolo
arroba antes de 1971 era utilizado basicamente por contadores e comerciantes.
Alguns usuários de e-mail creem que a forma de sua utilização se equipare à
carta manuscrita, se distinguindo apenas quanto à forma de envio, mas suas
propriedades e finalidades são bem distintas. Há pouquíssimo tempo atrás, quando
queríamos ter notícias de nossos amigos e parentes pegávamos caneta e papel
para expressar em palavras nosso carinho, sentimentos ou simplesmente para ter
notícias cotidianas. Íamos aos Correios para enviar uma carta num envelope
34
impresso e somente depois de alguns dias recebíamos a tão almejada resposta. De
fato, essa espera gerava grandes expectativas no coração do recebedor,
especialmente quando se tratava de jovens apaixonados. Porém, a moderna
comunicação eletrônica nos roubou essa expectativa, pois hoje conversamos em
tempo real.
9.3.2 O E-mail e a Carta Manuscrita
Shipley (2008, p.9) afirma que trilhões de e-mails são enviados a cada
semana e que os americanos usam 25% do seu tempo com o envio de e-mails, sem
contar as várias transmissões realizadas nos Palmtops. Isso se dá com a
instantaneidade da comunicação contemporânea.
Os e-mails possuem características parecidas com as cartas manuscritas,
sendo utilizados tanto para comunicações formais quanto informais. No entanto,
costumamos exagerar no envio de tantas mensagens eletrônicas, enviando o que
não seria relevante e até mesmo deselegante. Shipley aponta “os oito pecados
capitais do e-mail” (2008, p.12) para que possamos refletir e deixar de cometê-los
com tanta frequência. A autora começa a falar sobre o e-mail vago, que não deixa
explícita a mensagem que deseja transmitir; depois fala do e-mail que insulta seu
recebedor; em seguida exemplifica o e-mail que causa problemas com a justiça;
depois comenta sobre o e-mail covarde; o e-mail sarcástico; o e-mail
exageradamente informal e o e-mail inadequado. Shipley (2008, p.12) ainda adverte
que “a maneira como você envia alguma coisa pode ter um profundo impacto sobre
o que está enviando”, por isso o envio eletrônico de mensagens pode ter impactos
favoráveis ou prejudiciais, devendo ser usado com responsabilidade.
Por outro lado, Shipley aponta “sete grandes motivos pelos quais amamos o
e-mail” (2008, p.15). São eles: 1) o e-mail é a melhor opção para trocarmos
informações essenciais; 2) é possível contatar qualquer pessoa que possua uma
conta de e-mail; 3) a comunicação por e-mail não se limita a espaço e tempo, ou
seja, a comunicação pode ser feita com qualquer pessoa do mundo,
independentemente do fuso horário; 4) os e-mails são registrados, podendo ser
reabertos em qualquer tempo, desde que não sejam definitivamente apagados; 5) as
mensagens podem ser escritas segundo opções de letras e cores e no tempo que
desejar, podendo ser salvas como rascunho antes do envio; 6) há liberdade de
35
edição de e-mails, podendo aproveitar partes de e-mails preexistentes, quando se
deseja enfatizar algo numa conversa anterior; 7) o e-mail permite anexar e incluir
informações que o destinatário terá como recuperar quando houver interesse.
A escrita formal dos e-mails possibilita a troca de importantes informações,
que muitas vezes requer retorno rápido, como pedido de emissão de passagem
aérea, confirmação de reunião ou participação em eventos. Contudo, existem casos
em que o e-mail não pode substituir a carta formal impressa, como os ofícios,
petições, mandados de segurança, etc.
Quanto aos diálogos informais, são muito difundidos e praticados para
contatar pessoas queridas não vistas por um longo período ou simplesmente quando
se deseja bater papo com alguém de perto. A informalidade na escrita de e-mails
possibilita abreviar palavras como “você” para “vc” e ainda ser possível expressar
sentimentos com os emoticons, demonstrando felicidade, tristeza e mau humor
mediante os recursos que os sites especializados nos oferecem.
36
10 SITES DE RELACIONAMENTO
Sites de relacionamento como Orkut e Facebook também têm contribuído
para transformar a maneira das pessoas se comunicarem, usando o internetês como
meio de interatividade. A prática no acesso à internet tem demonstrado que é
inequívoca a ausência de limite de faixa etária dos usuários, pois a finalidade de
comunicação desses grupos é bem diferente. Geralmente, uma criança de 8 anos
começa a ter contato com o mundo virtual, despertada principalmente por meio dos
jogos eletrônicos.Um adulto de 80 anos pode ser igualmente conquistado pelo
computador, porém sua experiência de vida fará com que use os recursos de
maneira cautelosa, responsável e até mesmo temerosa. Não há fronteiras para
manter-se atualizado e consequentemente disposto a aprender coisas novas. Essa
mudança de comportamento causada pela era digital nos faz refletir que a mudança
de conceitos é variável e que as transformações são constantes.
10.1 ORKUT
O Orkut é o meio instantâneo de comunicação que permite ao usuário tanto
postar scraps (recados) para amigos, familiares, contatos pessoais e profissionais
quanto permite conversas online, com características parecidas com a do MSN. A
interatividade é o que mais atrai os usuários do Orkut, pois a possibilidade de criar
álbuns fotográficos, comentando cada foto e ainda podendo postar textos animados
com fundo musical e também clipes do Youtube faz com que crianças e adultos
sejam atraídos pelos seus recursos.
O Google criou a rede social Orkut no dia 24 de janeiro de 2004. Esse nome
não foi criado aleatoriamente, batizado em homenagem ao seu projetista chefe
Orkut Büyükkökten, engenheiro turco do Google, segundo registros no Wikipedia.
O Orkut foi criado para os americanos, mas seus idealizadores jamais
imaginaram que sua aceitação fosse global, especialmente no Brasil com mais de 23
milhões de usuários em janeiro de 2008 segundo informações do Wikipedia. Os
principais concorrentes do Orkut são o Facebook, o Twitter e o MySpace.
37
10.2 FACEBOOK
O Facebook tem propriedades parecidas com a do Orkut, com possibilidades
de postagem de recados e fotos. A adoção do Facebook no Brasil tem sido
crescente. Grande parte dos usuários do Orkut também possui o Facebook, para
explorar bem suas funcionalidades e ampliar as possibilidades de amizade.
O Wikipedia afirma que a adesão inicial do Facebook se restringia apenas aos
estudantes da Universidade de Harvard. Depois, foi expandida ao Instituto de
Tecnologia de Massachusetts e depois de dois meses passou a ser utilizado dentro
de todas as escolas de Ivy League.
O Wikipedia também registra a informação de que o Facebook possui cerca
de 400 milhões de usuários ativos, considerado ainda como o maior site de
fotografias dos Estados Unidos, com cerca de 60 milhões de novas fotos publicadas
por semana,ultrapassando inclusive sites voltados à fotografia, como o Flickr.
10.3 TWITTER
O Twitter é uma rede social que difere do Orkut e do Facebook, pois seu foco
principal é a escrita e não inserção de fotos, compartilhando informações com seu
seguidores. Wikipedia define a ferramenta como responsável por “enviar e receber
atualizações pessoais de outros contatos (em textos de até 140 caracteres
conhecidos como "tweets"), por meio do website do serviço, por SMS e por
softwares específicos de gerenciamento”.
O Twitter, visto por alguns como o “SMS da internet” ganhou muita
popularidade desde sua criação em 2006, por Jack Dorsey. Toda a atualização feita
na ferramenta é exbida em tempo real e enviada aos usuários seguidores. Tais
atualizações ocorrem por RSS, por SMS ou programa especializado para
gerenciamento.
O Twitter, pelo seu propósito informativo e interativo, capaz de captar diversos
seguidores ao mesmo tempo, tem conquistado a atenção de muitas empresas. A
escrita é o meio de comunicação utilizado para informar, não cabendo espaço para
postagem de fotos ou outros materiais.
38
10.4 MYSPACE
O MySpace, criado em 2003, é considerado o maior site de relacionamento
dos Estados Unidos e o 2ª maior no mundo, com mais 110 milhões de usuários,
segundo o Wikipedia. No entanto, no Brasil, suas funcionalidades, embora sejam
bem interessantes, não são utilizadas como deveriam, pois há um sistema interno de
e-mail, fóruns e grupos que atendem plenamente às necessidades dos usuários. O
grande diferencial do MySpace é que é possível hospedar músicas no formato MP3
e com isso muitas bandas e músicos se registram, fazendo em algumas situações,
seu site oficial.
Percebemos o Myspace como um site pessoal diferenciado que tem a
capacidade de atender as mais diversas necessidades de seus usuários. Com isso,
concluímos que as formas eletrônicas de comunicação continuarão se
aperfeiçoando e outras tantas ferramentas teremos à nossa disposição para facilitar
as tarefas e desafios de nosso dia-a-dia.
39
11 A PRESERVAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA DIANTE DAS INFLUÊNCIAS
A língua portuguesa é dotada de gramática complexa, ricos recursos
estilísticos e um léxico de grande valor, que revela dificuldades de aprendizado para
muitas culturas, inclusive a nossa.
Nossa língua possui propriedades especiais de estruturação que servem de
subsídios para tornar nossa língua uma espécie de modelo internacional de
excelência. Apesar disso, alguns pesquisadores acreditam que o português pode vir
a desaparecer por causa da expansão do inglês nas culturas mundiais. No entanto,
Fiorin afirma que
Enquanto seus falantes sussurrarem palavras de amor em português, rezarem em português, exprimirem o prazer em português, fofocarem em português, fizerem piadas em português, comprarem e venderem em português, xingarem em português, maldizerem em português, nosso idioma não corre o risco de desaparecer apesar da importância avassaladora do inglês (2007, p.8).
Já Crystal (2005, p. 23) considera que no inglês não reside nada
particularmente esplendoroso que justifique uma disseminação tão ampla da língua
em todo o mundo. A pronúncia e a ortografia, segundo o autor, não são fáceis e
muito menos a gramática, mas o diferencial reside no poder das pessoas que falam,
seja político, econômico, midiático ou educacional. O poder político surgiu sob forma
do colonialismo no século XVI. O poder econômico, no século XIX, teve seu
crescimento nos Estados Unidos, ultrapassando com muita rapidez a Grã-Bretanha.
Crystal (2005, p. 23) também afirma que “a perda de caráter de uma
sociedade é desastrosa por causa da influência lingüística”. Creio que esse
fenômeno não seja propriamente uma perda de caráter, mas uma mistura linguística
inevitável, por causa da difusão da internet em todo o mundo e a forte influência
econômica dos países dominantes.
A preservação da língua portuguesa e de línguas minoritárias somente
deixará de existir quando todos os seus falantes morrerem.
40
12 CONCLUSÃO
A prática da comunicação humana é a própria história de sua existência. Os
seres humanos da civilização antiga não dispunham de registro de leis e fatos, mas
utilizava a forma oral como exclusivo meio de comunicação. Mais tarde, a
humanidade passou a utilizar desenhos em tábuas de madeira e pedras para contar
suas histórias, o que muito favoreceu o trabalho de pesquisadores de gerações
posteriores.
A tecnologia surgiu para revolucionar conceitos pré-estabelecidos e continua
sendo o viés mais importante para a evolução da comunicação humana, sendo vista
como a grande força contributiva do futuro. A internet é a forma de linguagem mais
bem aceita nas sociedades mundiais. Sua praticidade e interatividade satisfazem
anseios de usuários de todas as idades. Redigir mensagens eletrônicas, utilizando
gírias, abreviando palavras e até mesmo alterando as suas grafias formais faz parte
do processo de transformação linguística do século XXI e certamente observaremos
em breve aspectos ainda mais revolucionários.
Percebemos que o advento da internet não surgiu com o propósito de
aniquilar as regras e propriedades peculiares dos estilos formais de nossa língua,
pelo contrário, foi criada para dar apoio às ações táticas governamentais, mas a
adesão popular foi tamanha que os próprios usuários contemporâneos criaram o
internetês, uma linguagem paralela, entre a oralidade e a escrita.
Concluímos que o livre português usado nos sites de relacionamento e e-
mails informais não representa perigo para a língua culta. Existe plena consciência
linguística dos falantes, pois sabem distinguir o que é linguagem livre praticada entre
amigos e familiares e o que a linguagem culta representa para sua vida acadêmica e
profissional.
41
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, João Ferreira de. Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal: Versão Almeida
Revista e Corrigida. Rio de Janeiro: CPAD, 2003
ANDRADE, Maria Lúcia da Cunha Victório de Oliveira. Língua Falada e Língua Escrita: Como se Processa a Construção Textual. São Paulo: USP -
Universidade de São Paulo, 2009.
BARBOSA, Ana Cristina Lima Santos. Leitura e Escrita na Web. Minas Gerais:
Universidade Federal de Juiz de Fora, 2004.
BARROS, Diana Luz Pessoa de. Entre a fala e a escrita: algumas reflexões sobre as posições intermediárias. São Paulo: USP – Universidade de São Paulo, 1998.
CASTRO, Ana Paula de. A Escrita Online e suas Relações com a Aprendizagem: Um Olhar Bakhtiniano. Minas Gerais: Universidade Federal de Juiz de Fora, 2009.
NETO, Aristides. Além da revisão textual. Brasília: Editora Senac-DF, 2008.
CRYSTAL, D. A revolução da linguagem. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2005.
DUQUEVIZ, B.C. Os Empréstimos Ingleses no Português e os Conceitos de Relexificação e de Descrioulização. Papla – Revista de crioulos de base ibéricas,
n.11, Brasília, Ed. Thesaurvo, 2001.
ENCARNAÇÃO, Maria Regina Teixeira. A Eficácia da Leitura e da Percepção da Intertextualidade na Produção de Textos. Revista Letra Magna: ano 2, nº3 - 2º
semestre de 2005.
FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo Dicionário da Língua Portuguesa.
2ª edição – revista e aumentada, 40ª impressão, 2004.
FIORIN, Jose Luiz. A Internet vai acabar com a língua portuguesa? Artigo
publicado na revista Veja em 12 de setembro de 2007.
42
FREIRE, Paulo. A Importância do Ato de Ler em Três Artigos que se Completam. São Paulo, Cortez, 1994.
KOCH, I. V.; ELIAS, V. M. Ler e Compreender os sentidos do texto. São Paulo:
Contexto, 2006.
KOMESU, F.; MARCUSCHI, L. A. ; XAVIER, A. C. S. ; BRAGA, D. B. ; PAIVA, V. L.
M. O. E. ; ARAUJO, J. C. R. ; GALLI, F. C. S. ; MELO, C. T. V. ; CAVALCANTE, M.
C. B. . Blogs e as práticas de escrita sobre si na Internet. In: Luiz Antônio Marcuschi;
Antônio Carlos dos Santos Xavier. (Org.). Hipertexto e gêneros digitais: novas formas de construção do sentido. 1 ed. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004, v. 1, p.
110-119.
PAULINO, Suzana Ferreira. Livro Tradicional x Livro Eletrônico: A Revolução do Livro ou uma Ruptura Definitiva? Hipertextus , n.3, jun. 2009 - Universidade
Federal de Pernambuco
PRETI, Dino org. Fala e escrita em questão. São Paulo: Humanitas / FFLCH / USP,
2000. 258 p. (Projetos Paralelos – NURC/SP, 4).
RAMAL, Andrea Cecilia. Ler e escrever na cultura digital. Revista Pátio, ano 4, no.
14, agosto-outubro 2000, p.21-24.
REVISTA LETRA MAGNA - Revista Eletrônica de Divulgação Científica em Língua
Portuguesa, Lingüística e Literatura - Ano 02- n.03 - 2º Semestre de 2005. Autora:
Marcia Regina Teixeira da Encarnação.
SHIPLEY, David. SCHWALBE, Will. Enviar – O Guia Essencial de como Usar o E-mail com Inteligência. Editora Sextante, São Paulo, 2008.
TAVARES, Lúcia Helena Medeiros da Cunha. Bilhete, Carta, E-mail: Os Gêneros de Comunicação Pessoal na Interação Infantil. Universidade do Rio Grande do
Norte, 19/10/2010
43
XAVIER, A. C. Hipertexto e Gêneros Digitais: novas formas de construção de sentido. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.
WOLTON, Dominique. Pensar a Comunicação. São Paulo: DIFEL — Difusão
Editorial, S.A, 1997, p. 410.
44
14 REFERÊNCIAS ELETRÔNICAS
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Orkut. Acesso 08 dez 2010 às 16:15.
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Facebook. Acesso 08 dez 2010 às 18:25
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Twitter Acesso 10 dez 2010 às 10:15
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/MySpace. Acesso 10 dez 2010 às 16:20
Wikipedia - http://pt.wikipedia.org/wiki/Hipertexto. Acesso 11 dez 2010 às 14:05