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A Linguagem Simbólica A Bíblia Cristã e também as escrituras de outras crenças, desde tempos remotos, têm sido consideradas como pertencentes a uma categoria especial, mesmo única, de literatura. Expositores de escritos de religiões orientais, os primeiros cabalistas, os discípulos de Amônio Saccas, outros neoplatônicos de Alexandria conhecidos como analogistase seus sucessores até os tempos modernostodos consideravam as escrituras mundiais como primordialmente, mas não inteiramente, alegóricas. Olhavam- nas como sendo construídas por símbolos, alegorias e parábolas. Como anteriormente exposto, essas alegorias foram feitas para preservar para a posteridade, revelar e ainda ocultar, verdades espirituais profundas e que, portanto, conferem poder. Esse método de escrever é conhecido como a Linguagem Sagrada ou de Mistério, e diz-se ter sido inventado e usado pelos sábios da Antiguidade com a finalidade de revelar, para aqueles que podiam ser ajudados, uma sabedoria espiritual profunda que pode conferir poderes teúrgicos aos seus possuidores, e de escondê-la daqueles que podiam ser prejudicados por ela. A necessidade dessa reserva torna-se evidente quando se observa o uso que o homem moderno faz das descobertas científicas. Um exemplo do mau uso do conhecimento é a liberação da energia derivada da fissão e da fusão nuclear como agente explosivo da bomba atômica. Os filósofos e cientistas do passado, reconhecendo que as suas descobertas pertenciam à raça humana, sabiam que tal conhecimento colocado nas mãos de qualquer um, e particularmente nas de elementos desagregadores da sociedade, poderia ser extremamente perigoso. Eles, portanto, construíram a linguagem críptica na qual as escrituras e mitologias inspiradas do mundo foram escritas. Embora, em geral, baseadas em eventos históricos, essas narrativas têm significados subjacentes e, em alguns casos, até mesmo sete significados. Embora aparentemente histórica, cada estória tem um sentido interno e contém dentro de si mesma camadas e mais camadas de significado oculto. Nosso Senhor fez uso desse método de ensinamento. Dirigindo-se a seus discípulos, falava abertamente de verdades espirituais, mas, aos não-discípulos, falava por parábolas. Na verdade, ele usou as palavras: Não deis aos cães o que é santo, nem atireis as vossas pérolas aos porcos, para que não as pisem e, voltando-se contra vós, vos despedacem.(Mateus 7:6) Ele disse- lhes também: “Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos Céus, mas a eles (os que estão de fora) lhes é dado por parábolas.(Mateus: 13:11) Não é difícil encontrar a razão dessa distinção. O conhecimento pode conferir poder, e os autores da linguagem sagrada estavam na mesma situação em que se encontrava um pequeno grupo de modernos cientistas após a descoberta inicial da energia atômica. Eles não ousavam divulgar universalmente, de imediato, sua descoberta. De modo similar, os sábios de antigamente, tendo investigado a estrutura da matéria e descoberto a força aprisionada no seu

A Linguagem Simbólica Dos Iniciados

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Linguagem simbólica nos templos.

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  • A Linguagem

    Simblica

    A Bblia Crist e tambm as escrituras de

    outras crenas, desde tempos remotos, tm

    sido consideradas como pertencentes a uma

    categoria especial, mesmo nica, de

    literatura. Expositores de escritos de

    religies orientais, os primeiros cabalistas,

    os discpulos de Amnio Saccas, outros

    neoplatnicos de Alexandria conhecidos

    como analogistas e seus sucessores at os

    tempos modernostodos consideravam as

    escrituras mundiais como primordialmente,

    mas no inteiramente, alegricas. Olhavam-

    nas como sendo construdas por smbolos,

    alegorias e parbolas. Como anteriormente

    exposto, essas alegorias foram feitas para

    preservar para a posteridade, revelar e ainda

    ocultar, verdades espirituais profundas e

    que, portanto, conferem poder.

    Esse mtodo de escrever conhecido como a

    Linguagem Sagrada ou de Mistrio, e diz-se

    ter sido inventado e usado pelos sbios da

    Antiguidade com a finalidade de revelar,

    para aqueles que podiam ser ajudados, uma

    sabedoria espiritual profunda que pode

    conferir poderes tergicos aos seus

    possuidores, e de escond-la daqueles que

    podiam ser prejudicados por ela. A

    necessidade dessa reserva torna-se evidente

    quando se observa o uso que o homem

    moderno faz das descobertas cientficas. Um

    exemplo do mau uso do conhecimento a

    liberao da energia derivada da fisso e da

    fuso nuclear como agente explosivo da

    bomba atmica.

    Os filsofos e cientistas do passado,

    reconhecendo que as suas descobertas

    pertenciam raa humana, sabiam que tal

    conhecimento colocado nas mos de

    qualquer um, e particularmente nas de

    elementos desagregadores da sociedade,

    poderia ser extremamente perigoso. Eles,

    portanto, construram a linguagem crptica

    na qual as escrituras e mitologias inspiradas

    do mundo foram escritas. Embora, em geral,

    baseadas em eventos histricos, essas

    narrativas tm significados subjacentes e, em

    alguns casos, at mesmo sete significados.

    Embora aparentemente histrica, cada

    estria tem um sentido interno e contm

    dentro de si mesma camadas e mais camadas

    de significado oculto.

    Nosso Senhor fez uso desse mtodo de

    ensinamento. Dirigindo-se a seus discpulos,

    falava abertamente de verdades espirituais,

    mas, aos no-discpulos, falava por

    parbolas. Na verdade, ele usou as palavras:

    No deis aos ces o que santo, nem

    atireis as vossas prolas aos porcos, para

    que no as pisem e, voltando-se contra vs,

    vos despedacem. (Mateus 7:6) Ele disse-

    lhes tambm: Porque a vs dado

    conhecer os mistrios do Reino dos Cus,

    mas a eles (os que esto de fora) lhes dado

    por parbolas. (Mateus: 13:11)

    No difcil encontrar a razo dessa

    distino. O conhecimento pode conferir

    poder, e os autores da linguagem sagrada

    estavam na mesma situao em que se

    encontrava um pequeno grupo de modernos

    cientistas aps a descoberta inicial da

    energia atmica. Eles no ousavam divulgar

    universalmente, de imediato, sua descoberta.

    De modo similar, os sbios de antigamente,

    tendo investigado a estrutura da matria e

    descoberto a fora aprisionada no seu

  • interior, foram imbudos de um tremendo

    senso de responsabilidade. Ambos os grupos

    sabiam que tinham de impedir o uso errado

    do seu conhecimento e assegurar sua

    preservao para o futuro benefcio da

    humanidade.

    De fato, no caso do conhecimento dos

    mundos superfsico e espiritual, da sua

    estrutura, das suas foras naturais e das

    inteligncias associadas a eles, bem como

    das suas correspondncias com os veculos

    superfsicos e os poderes do homem, a

    necessidade de segredo muito maior. Em

    mos erradas, o poder que tal conhecimento

    coloca disposio do homem muito mais

    perigoso que a energia atmica. Os produtos

    da fisso e da fuso nuclear somente podem

    aniquilar objetos fsicos. O conhecimento

    oculto e os poderes a eles associados podem

    destruir a integridade, endurecer e deformar

    a natureza e, em consequncia, retardar

    seriamente a evoluo dos transgressores e

    daqueles sob sua influncia maligna.

    Os videntes antigos inventaram no os

    smbolos algbricos e as frmulas do

    cientista moderno, mas a linguagem oculta

    na qual algumas palavras conservam seu

    significado normal, enquanto outras so

    criptogramas e hierogramas da verdade

    espiritual e oculta. Ao fazer isso, os

    escritores antigos sabiam que somente

    aqueles que possussem as Chaves da

    interpretao seriam capazes de descobrir as

    verdades que a linguagem sagrada tanto

    revela como oculta. O segredo mantido

    ainda mais seguro pelo fato de que, para usar

    as chaves com sucesso, a pessoa deve ter

    desenvolvido a faculdade da intuio e estar

    imbuda de um forte senso de

    responsabilidade moral.

    Resumidas de forma muito breve e parcial,

    tais so a origem e os propsitos da

    Linguagem Sagrada com a qual as escrituras

    e mitologias dos povos antigos foram

    escritas.