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A nação como semióforo
• Marilena Chauí (2001)pergunta, em “Brasil – Mito fundador e sociedade autoritária”: como dar à divisão econômica, social e política a forma de uma unidade indivisa?
• A ideia de nação enquanto semióforo do Estado – matriz do poder político (Chauí, 2001)
A construção do semióforo de nação
Princípio de nacionalidade (1830-1880) Ideia nacional (1880-1918) Questão nacional (1918-1950/1960)
A formação dos Estados Modernos e a gênese dos
regionalismos
O regionalismo é gerado no contexto dos estados modernos: os estados-nacionais hoje conhecidos foram consolidados, em sua maior parte, a partir do domínio hegemônico de uma região que impôs cultura, língua, religião e sistema produtivo sobre as outras (Castro, 1997: 187)
Em busca de uma definição
Movimento político de base territorial (desdobramento da dialética territorial da parte versus o todo) (Castro, 1997: 186)
Sobre a natureza dos regionalismos
• ...embora identidades culturais fortes como língua, religião e etnia sejam símbolos eficientes nas disputas regionalistas, o regionalismo não se esgota neste tipo de viés cultural.
• Lutas por recursos/poder simbólico/afirmação de uma identidade (mais que desejo de soberania)
(CASTRO, 1997: 188)
República da Irlanda x Irlanda do Norte
Séc. XIX: Union Act (Irlanda se integra ao Reino Unido da Grã-Bretanha)
Resistência e surgimento do Estado Livre da Irlanda (1922)/Irlanda do Norte (Ulster) permanece sob o domínio ingles
Na década de 1960 acirram-se os conflitos; Os católicos do norte, minoria, demandavam a
unificação com a República da Irlanda (maioria católica). Protestantes, majoritários no Norte, foram historicamente contrários.
A questão basca Estima-se que o povo basco (atualmente 3
milhões de pessoas) ocupe a península ibérica há mais de 2000 anos, tendo construído aí uma identidade cultural, linguística e territorial)
Acirramento dos conflitos durante a Era Franco (1939-1977)
Surgimento do ETA-Euzkadi Ta Askatana/Pátria Basca e Liberdade, em 1959
Geopolítica e regionalismos
A questão Palestina Os conflitos entre Rússia e República da
Chechênia (independência sem reconhecimento internacional)
Rússia, Geórgia e Ossétia do Sul (reconhecimento da independência em 2008)
Sérvia e Kosovo (não tem o reconhecimento de independência por parte da comunidade internacional)
China e Tibete
Capitanias isoladas criam um sentimento regional;
Movimentos favoráveis à independência foram regionais: Inconfidência mineira (1789), Rev. dos Alfaiates (1798) e Rev. Pernambucana (1817), p. ex.
(Andrade, 2004)
Movimentos regionalistas em um Brasil em formação
Revolução dos Alfaiates (1798): mudança da capital para o RJ, opressão, ideias iluministas;
Revolução Pernambucana (1817): pela independência do Brasil; revolta contra a família real;
Confederação do Equador (1824): revolta contra a corte inspirada no modelo norte-americano (maior autonomia das UF)
Particularidades dos regionalismos
brasileiros No período em que se formou o Estado sem que
existisse ainda a nação, as pessoas se julgavam primeiro pernambucanas, paraibanas, paulistas, mineiras, fluminenses, gaúchas etc. e depois brasileiras. A condição de brasileiro, da nacionalidade, vinha depois da naturalidade. (Andrade, 2004)
Assim, em certa medida, pode-se dizer que há uma relativa coincidência “territorial entre divisão político-administrativa e regionalismo (gaúcho, baiano, paulista, carioca etc)
Referências Bibliográficas
ANDRADE, Manuel Correia de. A questão do território no Brasil. SP: Hucitec, 2004. 2ª. Ed.
CASTRO, Iná Elias de. Visibilidade da região e do regionalismo. A escala brasileira em questão. In: Lavinas, Lena; CARLEIAL, Lana M. da F.; NABUCO, Maria R. (orgs). Integração, região e regionalismo. RJ: Bertrand, 1994, pp. 155-169.
____. Imaginário político e território: natureza, regionalismo e representação. In: CASTRO; GOMES; CORRÊA (Orgs). Explorações Geográficas. RJ: Bertrand Brasil, 1997, pp.155-196.
CHAUÍ, Marilena. Brasil-mito fundador e sociedade autoritária. Disponível em http://www.usp.br/cje/anexos/pierre/brasil_mitofundador_e_sociedade_autoritaria_marilena_chaui.pdf