A Noite e o Espirito Humano (Luiz Guilherme Marques)

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    A NOITE E O ESPRITO HUMANO

    um annimo

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    Se no compreendeis as coisas da Terra, como irei vosexpl icar as Coisas do Cu?

    (Jesus Cristo)

    Sabemos que o Sol opera por meio de radiaes, nutrindo,

    maternalmente, a vida a milhes de quilmetros. Sem nosreferirmos s condies da matria em que nos movimentamos,lembremo-nos de que, em nosso sistema, as existncias maisrudimentares, desde os cumes il uminados aos recncavos dastrevas, esto sujeitas sua inf luenciao. Como acontece aos

    corpos gigantescos do Cosmos, tambm ns outros,espir itualmente, caminhamos para o znite evolutivo,

    experimentando as radiaes uns dos outros. Nesse processomulti forme de intercmbio, atrao, imantao e repulso,aperfeioam-se mundos e almas, na comunidade universal.

    Dentro de semelhante realidade, toda a nossa atividade terrestrese desdobra num campo de inf luncias que nem mesmo ns, osaprendizes humanos em crculos mais al tos, poderamos, por

    enquanto, determinar.

    (afirmao constante do livro L iber tao, de Andr Luiz)

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    NDICE

    Introduo

    PRIMEIRA PARTE: A NOITE

    1 A luz polarizada da Lua

    1.1 Sua influncia na vida humana

    1.1.1Sustentao suficiente do corpo fsico durante o sono

    2 Os vegetais: reduo da absoro de oxignio

    3 Os animais: reduo da absoro de oxignio por ocasio

    do sono3.1Diurnos: sono noturno

    3.2Noturnos: sono diurno

    SEGUNDA PARTE: O ESPRITO HUMANO

    4Necessidade das reencarnaes

    4.1Evoluo intelecto-moral4.2 - I ntelectual izao da matria

    4.3Aprender e ensinar

    5O sono: libertao temporria do Esprito humano

    5.1Durao ideal da libertao

    5.1.1Chico Xavier: ser interexistente

    5.2Utilidade do banho antes de dormir

    5.3Adaptaes possveis no mundo civil izado

    6Situaes inconvenientes no perodo noturno

    6.1Trabalho profissional

    6.2Atividades intelectuais

    6.3Lazer desgastante

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    6.4Luminosidade excessiva

    6.4.1Televisor no quarto

    6.4.2Exposio luminosidade da tela de computador

    6.4.3 Exposio irradiao dos celulares, aparelhos demicroondas, aparelhos de ar condicionado etc.

    6.4.4Alimentao indigesta, bebidas alcolicas etc.

    6.5Falta de contato com a Natureza

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    INTRODUO

    Quando Jesus, o Divino Governador da Terra, esteveencarnado a fim de acrescentar novas informaes sobre as

    Leis de Deus para nossa humanidade, fez questo de dizer queno tinha vindo derrogar a Lei, mas dar-lhe cumprimento,com isso explicando que se tratava Sua Mensagem de umaRevelao em continuidade ao que Moiss e os antigosprofetas do Judasmo tinham ensinado muitos sculos atrs.

    Muitos entenderam o que era a Boa Nova, ou seja, umpasso adiante no conhecimento das Leis Divinas, encarandocom naturalidade os Conhecimentos que alargavam oshorizontes da religiosidade e se propuseram a divulg-la pelomundo afora. Todavia, como sempre acontece quando entreem cena o elemento humano da Terra, mundo de provas eexpiaes, ou seja, em que prevalecem os defeitos morais eno as virtudes, trataram os ambiciosos de estabelecer umsistema de hierarquia, em que eles prprios, disputandopostos de comando, se digladiavam e excluam da prpriacogitao a Verdade, que diziam representar em nome de

    Deus, filtrando para o povo, carente de orientao edominado por vcios e, sobretudo pela ignorncia, oConhecimento, tal como fizeram a maioria dos religiososprofissionais dos tempos mais antigos, ou seja, mantendo emcrculos seletos o verdadeiro Conhecimento e ensinando smassas o politesmo mais grosseiro, a fim de sustentar-se scustas de doaes de recursos materiais, num profissionalismonegativo com as Coisas Santas.

    Criou-se, ento, em certa fase da Histria europeia, oque depois veio a chamar-se Cristianismo, contrariando o queJesus tinha programado, pois no fundou nenhuma correntereligiosa, mas sim ensinou o Amor Universal.

    Esse corpo sacerdotal profissional desfigurou a BoaNova, eliminando, por exemplo, a crena na reencarnao(Ningum v o Reino dos Cus se no nascer de novo), na

    evoluo (Vs sois deuses; vs podeis fazer tudo que Eu fao e

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    muito mais ainda) e na pluralidade dos mundos habitados(Na Casa de Meu Pai h muitas moradas).

    Com isso, perseguindo e, muitas vezes, matando os que

    no se lhes submetiam, incentivaram, de forma indireta, adescrena, que desembocou no materialismo mais declarado,que ganhou forma a partir do desenvolvimento filosfico ecientfico do sculo XIX e ganhou mais adeptos no sculo XX,com Augusto Comte, Sigmund Freud e outros tantos.

    A industrializao veio trazer inmeras comodidades aomundo europeu, absorvidas rapidamente pelas suas ex-colnias da Amrica, da sia e do resto do planeta,transformando o estilo de vida das pessoas, cada vez maisdistante dos padres estabelecidos pela Me Natureza, quenada mais representa que as Leis Divinas, cumpridas pelosseres em estgio infra humano, ou sejam, os animais, osvegetais e os minerais, sem contar os seres humanos membrosdo chamado mundo no civi l izado.

    Entronizando a deusa razo e colocando-a no lugar de

    Deus, desde os idos da Revoluo Francesa, pretenderamesses arrogantes filhos prdigos estabelecer na Terra oparaso mater ial ista, pois que se julgavam corpos e noEspritos, criados por Deus para atingirem a perfeiorelativa (Vs sois deuses; vs podeis fazer tudo que Eu fao emui to mais ainda.)

    Embalados pelo conforto dos inventos, que cada vezmais os distanciava da Me Natureza, e dominados com a

    ideologia do carpe diem, ou seja, a procura desenfreada dariqueza, do poder e do gozo material, foram estabelecendo umestilo de vida que se transformou em quase o oposto do quevigora no mundo espiritual, de onde viemos todos e para onderetornamos ao final de cada reencarnao, pois l nossaptria verdadeira (Meu Reino no deste mundo.)

    Atualmente, o mundo dito civilizado vive to distante

    das regras da Me Natureza que a maioria das pessoas vivemuito menos do que poderia viver, vtima do desrespeito s

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    regras da vida natural, contraindo doenas fsicas epsicossomticas, devastando o mundo vegetal, poluindo osrios e outros cursos dgua, alm do ar que o principalalimento dos seres vivos, extinguindo espcies animais, tudoem prejuzo do ecossistema, o que chega a prejudicar atnossos irmos marcianos, que, sendo nossos vizinhos maisprximos, blindam o campo magntico do seu planeta combarreiras defensivas, a fim de no serem atingidos pelasemanaes psquicas negativas provenientes da nossahumanidade, ainda, no geral, inclinada para os defeitosmorais do orgulho, egosmo e vaidade.

    Sem sabermos, portanto, alm de prejudicarmos uns aosoutros, incomodamos os habitantes do planeta Marte, maisantigo que a Terra e cuja populao mais evoluda que anossa, segundo relatos de Maria Joo de Deus e outrosEspritos.

    O Esprito reencarna para evoluir intelectual emoralmente, sendo esse o nico objetivo quanto a si prprio,enquanto que contribui para a evoluo dos micro seres, que

    formam seu corpo fsico, ao mesmo tempo que, com aconvivncia com os demais Espritos reencarnados como sereshumanos, animais, vegetais e minerais, ensina e aprende.

    Todavia, se importante essa convivncia, caso fossemseguidos os padres da Natureza, os seres humanosdedicariam apenas doze horas dirias s suas atividadespuramente materiais, ou seja, comer, procriar e trabalhar,

    reservando-se as doze horas da noite para a libertaotemporria do Esprito, o qual retorna, pelo sono, ao seuhabitat natural, que o mundo espiritual.

    Todavia, o mundo ocidental, dito civilizado, naverdade, declarada ou disfaradamente materialista, apesarda religiosidade formal, duvida da realidade espiritual eestabeleceu como padro de vida das pessoas do mundocivilizado inmeras atividades noturnas, ou seja, retirou-

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    lhes grande parte do tempo que os no civi l izados aindadedicam vivncia na realidade espiritual.

    Comparemos a vida de um Esprito reencarnado ao

    mergulho de um ser humano no mar: de tempos em temposdeve emergir, pois a quantidade de ar respirvel que eleconsegue transportar no suficiente para ultrapassar umdeterminado tempo de submerso: assim tambm o Esprito,que precisa, de tempos em tempos, todos os dias, desligar-separcialmente do corpo fsico e respirar o ar puro dasuperfcie, ou seja, viver e conviver na realidade espiritual.

    Como os hbitos civilizados no permitem,praticamente, ningum dormir logo a partir das 18:00 horasat s 6:00 horas do dia seguinte, o melhor que cada um podefazer, em benefcio da prpria sade fsica e do seu interesseem viver e conviver o maior tempo possvel no mundoespiritual, restringir as atividades noturnas ao mnimopossvel, reduzindo a claridade artificial durante a noite, sepossvel, ao mximo e dormindo o mais cedo que puder, a fimde despertar no dia seguinte por volta das 6:00 horas.

    O corpo humano necessita da energia direta do Sol parasustentar-se nas atividades musculares do perodo diurno, ouseja, no trabalho pela conquista do po de cada dia; todavia,no perodo noturno, destinado pela Natureza ao sono fsico,basta a energia proveniente da luz polarizada da Lua paraabastecer o corpo fsico, uma vez que o natural o repouso damquina orgnica: assim viviam nossos antepassados, que no

    conheciam a luz eltrica, e, portanto, dormiam logo queanoitecia e ainda vivem aqueles povos que no tm acesso aessa tecnologia, que, apesar de serem tidos como primitivos,tendem a viver mais e com melhor qualidade de vida que oscivilizados, pois seguem o ritmo da Natureza, que nuncaerra.

    Infelizmente, todavia, no mundo civilizado, muitagente trabalha noite ou exerce atividades desgastantes nesse

    perodo destinado ao sono fsico, ou seja, no contando com a

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    suficiente energizao corporal proveniente dos raios solares,que, como dito, atravs da luz polarizada da Lua, soinsuficientes para as atividades tipicamente diurnas, com issoadquirindo um forte desgaste fsico, o que, a longo prazo,reduz o tempo de vida do corpo e doenas que no ocorreriamse fosse adotado o ritmo da Natureza.

    Quando a humanidade da Terra for mais evoluda, ouseja, passarmos a viver os padres de um mundo deregenerao, as pessoas se preocuparo em ficar mais tempofora do corpo fsico, ou seja, durante o sono fsico,aproveitando maior tempo, durante a noite, para tanto e,

    conscientes dentro da realidade do mundo espiritual, como omergulhador que passou a respirar o ar da superfcie a plenospulmes, ocupar os perodos diurnos de forma muito maistil e inspirada pelos altos ideais, na realizao do Bem, a fimde transformar o mundo terreno numa cpia muito maisperfeita da realidade do mundo espiritual: ento o Reino deJesus ser tambm deste mundo terreno e no apenas domundo espiritual, ou seja, a realidade material estar

    prxima da realidade espiritual, com os seres encarnadosvivendo de forma semelhante vida no mundo espiritual.

    Essa poca demorar a chegar, pois muitas mudanastero de ocorrer, principalmente quanto ao que realmentepreveem as Leis de Deus, que nada mais so que as Leis daNatureza, que os seres dos Reinos inferiores seguem risca eos seres humanos arrogantes querem derrogar e subverter,prejudicando-se, assim, a prejudicando todos os demais seres

    da Criao.

    O que dizemos neste estudo no fantasia, mas averdade, que cada um pode verificar observando como vive eos prejuzos que causa a si mesmo.

    Se quiser melhorar sua qual idade de vida no estarapenas adquirindo os novos inventos da tecnologia, mas farcomo Scrates ensinava h mais de vinte e trs sculos e

    Montaigne h mais de quatrocentos anos, ou seja, procurar

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    seguir as Leis da Natureza, isso sem falarmos em Jesus, queviveu segundo as Leis da Natureza, bastando observar Seusmnimos atos e sua forma de vida.

    Faa-se isso e a vida de cada um ser muito maissaudvel e feliz, sem se estressar se outros preferemautodestrurem-se com um modelo civilizado demais, que,na verdade, a consagrao do mais grosseiro materialismo,mesmo que se digam religiosos, pois, no fundo, duvidam dasua prpria essncia espiritual e, indiretamente, da prpriaexistncia de Deus e, por via de consequncia, da Perfeio deSuas Leis.

    Os prezados leitores podero observar que todas as vezesem que nos referimos cultura materialista, ou seja, aquelaque no se submete s Leis da Natureza empregamos aspalavras civilizao e civilizado entre aspas, para chamar suaateno para a necessidade de se viver segundo essas Leis, queso sbias e perfeitas, pois so as Leis de Deus, sendo queDeus Sbio e Perfeito e Suas Leis so o reflexo da SuaSabedoria e Perfeio.

    Para finalizar esta Introduo, temos a dizer que oUniverso de uma complexidade digna da Perfeio Divina,programado de tal forma que s gradativamente cada ser vaitomando conhecimento das suas prprias potencialidades e domundo que o circunda, podendo-se repetir a frase extrada dolivro de Andr Luiz: Dentro de semelhante real idade, toda anossa ati vidade terr estre se desdobra num campo de inf luncias

    que nem mesmo ns, os aprendizes humanos em crculos maisaltos, poderamos, por enquanto, determinar.

    Procuremos vivenciar o Bem, que acontecer o que Jesusafirmou: Procurai, em primeiro lugar , o Reino de Deus e SuaJustia, que tudo o mais vos ser dado por acrscimo. No houtro caminho para o desenvolvimento do Esprito.

    Que Deus nos abenoe e a todos os nossos irmos e

    irms, criados por Deus para o progresso e a felicidade, a fimde que saibamos identificar Suas Leis e agir segundo elas.

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    PRIMEIRA PARTE: ANOITE

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    1A LUZ POLARIZADA DA LUA

    No seu livro A Caminho da Luz, psicografado porChico Xavier, Emmanuel fala na criao da Lua:

    Nessa computao de valores csmicos em que laboramos operrios da espir itual idade sob a or ientaomiser icordiosa do Cr isto, delibera-se a formao dosatlite terrestre.O programa de trabalhos a reali zar-se no mundo requer iao concur so da Lua, nos seus mais ntimos detal hes. Elaser ia a ncora do equi lbrio terrestre nos movimentos detr anslao que o globo efetuar ia em torno da sede do

    sistema; o manancial de foras ordenadoras daestabi l idade planetria e, sobretudo, o orbe nascentenecessitaria da sua luz polarizada, cujo suavemagnetismo atuaria decisivamente no drama inf ini to dacr iao e da reproduo de todas as espcies, nosvariados ramos da Natureza.

    Vemos, ento, duas finalidades para a existncia dosatlite natural: 1) contribuir para o equilbrio no movimento

    de translao da Terra em torno do Sol e 2) atuao decisivana criao e reproduo de todas as espcies existentes noplaneta.

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    1.1 SUA INFLUNCIA NA VIDA HUMANA

    Como evangelizador que , Emmanuel aborda o menospossvel qualquer tema que no seja estritamente relacionado

    com a auto reforma moral das criaturas humanas.Vejamos, porm, o que ele informa em O Consolador:

    Os astros inf luenciam igualmente na vida do homem?

    - As antigas asserti vas astrolgicas tm a sua razo deser. O campo magntico e as conjunes dos planetasinf luenciam no complexo celul ar do homem fsico, emsua formao orgnica e em seu nascimento na Terra:porm, a existncia planetria sinnimo de luta. Se asinf luncias astrais no favorecem a determinadascriaturas, urge que estas lutem contra os elementosperturbadores, porque, acima de todas as verdadesastrolgicas, temos o Evangelho, e o Evangelho nosensina que cada qual receber por suas obras, achando-se cada homem sob as inf luncias que merece.

    Acrescentemos: sob as influncias que lhe favorecero aevoluo intelecto-moral, quer sejam aparentementebenficas, quer aparentemente contrrias, pois a LgicaDivina est acima da estreita percepo humana: assim,Espritos Superiores, muitas vezes, reencarnam sob condiesdificultosas no por demrito seu, mas para exemplificar apacincia, a humildade e outras virtudes.

    Observemos, todavia, que Emmanuel claro quandoafirma: As anti gas asserti vas astrolgicas tm a sua razo deser. Assim, quem tem olhos de ver,que veja e compreenda.

    O estudo dessas antigas assertivas astrolgicas tem suautilidade, tanto quanto qualquer outra cincia relacionadacom o ser humano, todavia importante que, acima de tudo,vise a auto reforma moral, pois simplesmente saber sem semelhorar espiritualmente costuma ser motivo de perda de

    muita gente que comea a se interessar pelas cincias

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    espirituais e se concentra na satisfao de curiosidades inteispara a prpria evoluo espiritual e a dos outros.

    Estudar por estudar gera a estagnao, podendo ser

    uma forma de egosmo.A quem muito dado muito ser pedido: assim disse

    Jesus.

    Todo conhecimento tem de ser aplicado em benefcio dahumanidade e esse mais um deles.

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    1.1.1SUSTENTAO SUFICIENTE DO CORPO FSICODURANTE O SONO

    A luz polarizada da Lua suficiente para a sustentao

    energtica do corpo fsico durante o sono, mas insuficientepara as atividades tipicamente diurnas.

    Quando falamos dessa forma no estamos excluindo aenergia proveniente do prprio Esprito na alimentaoenergtica do corpo fsico que ele veste, mas, sem a energiaque promana do Sol, diretamente, durante o dia, ou atravsda Lua, durante a noite, no haveria como ele prprio, oEsprito, auto sustentar-se, pois da Lei Divina que os maisevoludos alimentem psiquicamente os menos evoludos e noSol encontra-se a fonte psquica que alimenta os seres quehabitam o sistema solar.

    As Leis da Natureza no podem ser violadasimpunemente e, por isso, na atualidade, em que muita gentetroca a noi te pelo dia, seja trabalhando, exercitando o corpoou a mente ou em lazeres estafantes, indiretamente encurta

    sua prpria vida e candidata-se a doenas de vrias ordens.Sem no fossem esses abusos, cada pessoa poderia viver

    mais de uma centena de anos em perfeitas condies de sade,todavia, tal no acontece, sendo um exemplo tpico AndrLuiz, que reduziu seu tempo na carne de vrios anos,conforme se pode ver pelo seu prprio relato no livro NossoLar, psicografado por Chico Xavier.

    Nossos antepassados, que dormiam cedo e acordavamcedo, tinham muito mais sade, utilizavam menor quantidadede medicamentos e, quanto aos habitantes de comunidadesditas no civi l izadas, vivem em melhores condies desade, porque seguem as Leis da Natureza.

    Pensemos no que seja til no mundo civilizado edeixemos de lado aquilo que nos prejudique: no sejamosconsumistas, que embarcam nos modismos; acomodados aos

    paradigmas impostos pela classe empresarial, que vive da

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    fabricao e comercializao de produtos nem semprebenficos para as pessoas e outras tantas reflexes quedevemos fazer.

    Idealizam-se conforto e facilidades s custas do prejuzofsico alheio, sem um mnimo peso na conscincia, comoatividades realizadas no horrio destinado ao repouso docorpo e libertao temporria do Esprito reencarnado.

    durante esses perodos de libertao que o Espritoretorna diariamente ao seu verdadeiro mundo, mas isso nointeressa a quem no acredita nesse mundo e, principalmente,a quem lucra alto com essa descrena. Isso sem contar aparticipao ativa nesse processo de alienao, promovidopelos Espritos das trevas, interessados em retardar aevoluo da humanidade, pois quanto mais alienadas ascriaturas mais fcil governar sua vida, atrelando-as ao Mal.

    Por essa alienao culposa ou dolosa, Andr Luiz afirmaque, em desencarnando, mais da metade dos encarnados vaidireto para o umbral.

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    2 OS VEGETAIS: REDUO DA ABSORO DEOXIGNIO

    No por acaso que, durante a noite, os vegetais

    consomem menos oxignio, uma vez que assim planejadopelos Espritos bilogos, para o equilbrio que propicia a vidano planeta. Tudo planejado, sendo os seres humanoscivilizados os nicos a ameaarem o equilbrio que vigorana Me Natureza.

    A presena de vegetais em qualquer ambiente salutar eno conseguimos entender como muita gente faz questo deviver no meio do concreto, asfalto, grandes vidraas, produtossintticos de vrios tipos e todo tipo de artificialidades, semnenhuma noo do quanto lhe prejudicial prpria sadefsica, sem contar que estar deixando de realizar trocasenergticas com seres que lhe so indispensveis sobrevivncia, como so os vegetais.

    Em colnias espirituais como Nosso Lar todas asavenidas so arborizadas e no simplesmente cercadas de

    grama rasteira, todas as casas tm jardim e em torno dosedifcios sempre h rvores.

    Aprendamos a viver melhor e enquanto no fizermosassim, imitando a Natureza, nunca deixaremos de serpredadores da Natureza.

    Tal a importncia da Natureza que os inventos todos someras imitaes do que nela j existe: por exemplo, as asas

    dos avies imitam as asas dos pssaros, a agulha de injeocopia as presas das cobras venenosas etc.

    Os vegetais so imprescindveis no s como alimento, mastambm para as trocas energticas, sendo que h Espritosencarregados da sua guarda e desenvolvimento, comoexpusemos no livro Me Natureza, que pode ser consultadona Internet em luizguilhermemarques.com.br e na BibliotecaVirtual Esprita.

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    3OS ANIMAIS: REDUO DA ABSORO DEOXIGNIO POR OCASIO DO SONO

    O nmero de animais que dorme noite e, portanto,

    consome menos oxignio, representa uma imensa contribuiopara a sade dos seres humanos.

    Se verdade que h animais de hbitos noturnos, talcaracterstica no natural nos seres humanos.

    Tudo tem uma razo superior de ser: sejamos sbios,observando quem nunca erra, que Deus, O qual estabeleceuLeis Perfeitas.

    O livre arbtrio uma conquista evolutiva do serhumano, mas ele esbarra em limites que a Lei de Causa eEfeito cobra: est a humanidade encarnada da Terra nolimite entre o Bem e o Mal nesta poca de transio e cada umfaz sua escolha, arcando com as respectivas consequncias.

    Os animais tm sofrido baixas considerveis, havendomuitas espcies em quase extino, devido devastao de

    florestas, poluio de rios, poluio area, alimentao nocivapelo excesso de protena animal etc. etc.

    Os animais esto sofrendo em virtude dos modernossistemas de criao base de hormnios para crescimento emtempo recorde, para fins de abate, transferindo-se essesverdadeiros venenos aos que os consomem, surgindo umagerao de homens e mulheres em quem as doenas surgirocedo ou tarde, caso no venham a desencarnar por outrosfatores contribuidores do encurtamento das reencarnaes.

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    3.1DIURNOS: SONO NOTURNO

    Metade dos animais formada de seres de hbitosdiurnos, visando o equilbrio da Natureza.

    Conhecemos mais esses seres, pois convivemos commuitos deles quando reencarnados.

    Os seres caracterizados pelos hbitos diurnos so maisvoltados para as atividades materiais, sendo teis nessesentido, pois no h nenhuma criatura de Deus que seja intilno contexto de cada mundo ou coletividade.

    Aqueles animais com esse especificidade desempenhamuma funo construtiva voltada, como dissemos, para amaterialidade, ou, em outras palavras, a inteligncia, que uma das asas do Esprito, e, somente muito indiretamente,para a espiritualidade.

    Entendamos esta assertiva por comparao aos animaisde hbitos noturnos: so dois opostos que se completam.

    Pensemos, para entendermos melhor, nos animaisdiurnos mais evoludos mais prximos da humanizao: oco, o cavalo, o elefante, o gato, o asno e o macaco.

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    3.2NOTURNOS: SONO DIURNO

    Os animais de hbitos noturnos dormem durante o dia eexercem seu trabalho, que consiste na reproduo, na

    prpria subsistncia e da prole durante a noite.Sua atuao tem muito mais a ver com a

    espiritualidade do que com a inteligncia, ao contrrio dosanimais diurnos.

    A pantera negra, por exemplo, um desses animais, cujotrabalho tem muito a ver com o socorro nas regies trevosas.

    Andr Luiz, em mais de um dos seus livros, fala emanimais utilizados pelas equipes de socorro no umbral e nastrevas, apenas no dando maiores detalhes para evitarpolmicas, sempre ao gosto dos que preferem discutir, mesmoquando nada sabem sobre determinados assuntos.

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    SEGUNDA PARTE: OESPRITO HUMANO

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    4NECESSIDADE DAS REENCARNAES

    Muito mais importante do que desenvolver a prpriainteligncia aprimorar a prpria espiritualidade, tanto

    quanto muito mais til que contribuir para o progressointelectual da humanidade ajud-la na conquista daespiritualizao, pois o que define mesmo a sintonia espiritualsuperior o nvel de engajamento no Bem.

    H intelectual desarvorados, viciosos, criminosos,desajustados espiritualmente, constituindo-se num tristeespetculo a vida ntima da maioria dos seres humanos,porque constituda em torno dos interesses puramentemateriais.

    Caminhando pelas ruas das nossas cidades vemospessoas aparentemente tranquilas, mas, quando visualizamoso painel interior de suas conscincias, ali esto estampadossurdos desesperos, vcios de vrias ordens, defeitos moraisgraves e outras formas de infelicidade.

    Sem investimento na prpria espiritualizao a vida dosencarnados um inferno declarado ou disfarado e, empassando para o mundo espiritual, o caminho o umbral ouas trevas, de acordo com a sintonia mental.

    O objetivo principal das reencarnaes a aquisio daespiritualidade, ou seja, da desmaterializao do prprioperisprito, o que se consegue apenas custa de dedicadoesforo na auto reforma moral, com o consequente trabalho

    em favor do Bem da humanidade.O caminho vem traado pelos Ensinamentos dos grandes

    mestres, mas pode ser resumido no Amor a Deus sobre todasas coisas e ao prximo como a si mesmo.

    Dediquemo-nos a cumprir tarefas no Bem, mas nuncanos esqueamos da orao e da meditao, pois tudo isso temde ser conjugado, a fim de transformar cada ser humano num

    deus, a que Jesus se referiu, ao mesmo tempo em que

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    mostrou a rota: Sede perfeitos, como vosso Pai, que est nosCus, per fei to.

    A vida dos trabalhadores do Bem no mundo material

    referta de empecilhos, pois so perseguidos pelos encarnadostrevosos e pelos desencarnados filiados ao Mal, mas compensaseguir adiante, uma vez que, se por um lado encontramopositores ferrenhos, recebem uma proteo compatvel comseu grau de dedicao ao Bem.

    Chico Xavier dizia que havia dias em que julgava quefosse enlouquecer tamanha a presso espiritual que as Trevaslhe endereavam, mas compensava esses sofrimentos com aalegria de enxugar lgrimas de sofredores e necessitados e,assim, sua vida transcorreu de forma til para sua prpriaevoluo e como um verdadeiro paradigma para ahumanidade inteira.

    necessrio reencarnarmos, a fim de contribuirmospara o despertamento espiritual dos encarnados que vivemem funo da materialidade por no acreditarem que so

    Espritos, bem como para fortalecermo-nos na procura danossa prpria espiritualizao.

    Mudemos o foco dos nossos interesses, passando, cadavez mais, a trabalhar no setor mental, ao invs desimplesmente material: assim estaremos nos preparando parabem viver no mundo espiritual, aps a desencarnao.

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    4.1EVOLUO INTELECTO-MORAL

    Emmanuel concentrou sua ateno na evangelizao dascriaturas, sendo esse um excelente referencial, pois o

    desenvolvimento intelectual j est entregue aos professores,cientistas, filsofos, polticos, juristas etc., que, na suamaioria, guerreiam uns aos outros e induzem, pelos mausexemplos, ao orgulho, ao egosmo e vaidade.

    A inteligncia muito fcil de desenvolver-se, bastando oser humano viver, seja em harmonia, seja em conflito com osdemais seres, enquanto que a espiritualidade um valormuito mais requintado, aperfeioado, difcil de ser alcanado,mas de muito maior importncia, pois proporciona afelicidade, que o patrimnio mais importante do Esprito,esteja ele encarnado ou desencarnado.

    Das duas asas do Esprito a que deve ser maior a daespiritualidade: no devem ter a mesma dimenso e fora,mas sim do jeito como falamos.

    Pensemos nisso, pois o voo no como o dos pssaros,mas imaterial, pela fora do pensamento.

    Entendamos que esse voo no fsico, mas mental e acompreenderemos o porqu da afirmao de que a asaespiritual deve ser maior e mais forte!

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    4.2 - I NTELECTUALIZAO DA MATRIA

    Aqui est demonstrada, de mais uma forma, ainterdependncia dos seres, pois, ao reencarnar, o mnimo que

    cada Esprito humano faz em favor dos semelhantes impulsionar a evoluo dos seres que ainda vivenciam aevoluo sob o formato de clulas.

    Pode parecer estranha essa realidade para quem nuncaparou para pensar no assunto, mas da Vontade do Pai quetodos Seus filhos e filhas se ajudem mutuamente, sendo, porisso, que todos dependem de todos, queiram ou no.

    I ntelectual izar a matria a expresso que os EspritosSuperiores utilizaram para esclarecer sobre a influnciainstigadora que cada Esprito exerce sobre os irmos menoresque lhe compem o corpo fsico.

    Na passagem que transcrevemos do livro Liber tao sed uma ideia da complexidade do Universo e no poderiadeixar de ser assim, uma vez que Deus, sendo Perfeito, nocriaria nada que no fosse grandioso, a fim de Suas criaturasirem se aperfeioando at o infinito.

    Francisco de Assis foi o maior divulgador daFraternidade Universal no seu sentido mais amplo possvel,reconhecendo que somos todos irmos ou irms de todas ascriaturas de Deus: isso quanto ao mundo ocidental, pois nacultura oriental esses conhecimentos so comuns, fazem parteda vida de todo mundo e nada tm de maravilhoso.

    Vejamos porque no devemos nos restringir ao nossopequeno mundo, ao estreito crculo das nossas tradiesfamiliares, culturais, religiosas etc., mas devemos seruniversalistas, como Jesus ensinou, tanto que no restringiu aBoa Nova ao universo judaico.

    Devemos entender o Amor ao prximo no somente emrelao aos seres humanos, mas sim a tudo que foi criado por

    Deus.

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    4.3APRENDER E ENSINAR

    atravs da convivncia que aprendemos o que nosabemos e ensinamos o que sabemos.

    Sem convivncia ningum evolui.

    Aconselhamos sempre a leitura da autobiografia deKaspar Hauser, que o documento mais eloquente do nvel dedegradao a que chega um ser humano sem a convivnciacom os demais: essa lio vale para todos os demais seres.

    Mesmo correndo o risco de sermos prolixos, vamostranscrever aqui a referida autobiografia, que realmenteconvence quem quer que seja:

    A AUTOBIOGRAFI A DE KASPAR HAUSER

    INTRODUO

    (Baseamo-nos no texto postado por Elton P., atravs do e-mail [email protected], o qual segue abaixo.Sol ici tamos aos prezados leitor es que no se preocupem

    com as incorrees gramaticais, porque o personagemnunca chegou a aprender a falar e escrever corr etamente,devido atrof ia i rreversvel de determinados centroscerebrais, decorrente do longo perodo de insulamentoque viveu.)

    Segue abaixo a verso integral da autobiograf ia deKaspar Hauser. O texto continua espera de uma ediobrasileira, embora seja fonte de interesse imediato deestudos multidiscipl inares nas cincias humanas. Fatocur ioso o uso corrente (inclusive acadmico) do f i lme OEnigma de Kaspar Hauser de W. Herzog como base deanlise do caso. Como tal , negligencia-se as di ferenasfundamentais entre o relato do prpr io Hauser e a visopretendida do diretor : o projeto de tabula rasa mostra-seabsolutamente refutvel.

    http://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-traducao-para-o-portugues.htmlmailto:[email protected]://4.bp.blogspot.com/_MgpGVaGTqVk/SdldztX2RBI/AAAAAAAAABU/qsFCOaVEwA8/s1600-h/kaspar.jpgmailto:[email protected]://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-traducao-para-o-portugues.html
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    Trata-se da segunda verso da autobiograf ia de KasparHauser, feita em 1829, com a traduo feita do l ivro emfrancs (e no do or iginal alemo). Osdesajustes sintticos e demais erros foram mantidos(tentati va de) de acordo com a verso Kaspar Hauser :crits de et sur Kaspar Hauser da editora Chr istianBourgois. Um exemplo de como busquei evitar o tomformal que uma tr aduo rigorosa impor ia ao texto emportugus, certo ou errado, foi a opo pelo no uso dasnclises, por diversas vezes. Na medida em que a pressa inimiga da traduo, e a despeito do esforoempreendido, o cuidado nas passagens das estruturas das

    frases afasta-se do desejvel - de tal forma que aceito debom grado sugestes fundamentadas de melhor ias.

    SOBRE A VIDA DE KASPAR HAUSERESCRITOPOR ELE MESMO

    Em fevereiro de 1829, foi produzido uma nova verso daautobiografi a de Kaspar Hauser, que Stanhope publicaem seus Mater iais (1835). Comunicado ao baro

    Stanhope pelo Senhor presidente von Feuerbach. Emfidelidade autobiografia. As Noti f icaes de Daumer(1831) reproduzem igualmente o texto, precedido docomentrio preliminar: De um terceiro ensaio (de uma

    autobiografia, K.H .), de fevereiro de 1829, na qual vemosuma maneir a de escrever j um tanto mais culta, pormainda muito natural e ingnua, o que segue umfragmento As divergncias entre as duas restituies so

    desconsiderveis.

    A pr iso, onde eu vivi ata minha l ibertao, tinha umpouco mais de seis a sete ps de compr imento, quatro delargura e cinco de altura. O cho me parecia de terr abatida, do lado atrs duas janel inhas eram cobertas commadeira, que pareciam totalmente pretas. Sobre o cho

    ficava a palha, onde eu costumava ficar sentado e dormir .

    http://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.htmlhttp://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.htmlhttp://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.htmlhttp://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.htmlhttp://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.htmlhttp://kasparbio.blogspot.com/2009/04/sobre-vida-de-kaspar-hauser-escrito-por.html
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    M inhas pernas ficavam cobertas a parti r dos joelhos comum cobertor . Sobre o lado esquerdo do meu abr igo tinhaum buraco no cho, onde havia um pote; havia tambmuma tampa em cima dele, que eu tinha de ti rar, e que eusempre tampava de novo. As roupas que eu vestia napr iso eram uma camisa, uma cala curta, sendo quenelas faltavam a par te de trs, para que eu pudesse fazerminhas necessidades, j que eu no podia tirar as calas.Os suspensrios eu tinha por cima da pele. A camisaficava por cima. M inha comida no era nada alm degua e po; da gua eu sentia falta de vez em quando;po tinha sempre bastante; eu comia um pouco de po,

    porque eu no ti nha movimentos, eu no podia andar , enem sabia que podia me levantar , porque ningum tinhame ensinado a andar; nunca me veio a ideia de querer melevantar. Eu tinha dois cavalos de madeira e umcachor ro, com eles eu sempre me ocupava; eu tinha f i tasde cor vermelha e azul, com as quais eu enfeitava oscavalos e o cachorro, mas de vez em quando eles caam,porque eu no podia amar r-los. Quando eu acordava, o

    pedao de po estava do meu lado, e uma canequinha degua. Pr imeiro eu bebia gua para diminuir a sede,depois comia po, depois eu pegava os cavalos, tiravatodas as fi tas, e enfeitava de novo, e continuava assimmais um pouco. Depois eu comia po, eu quer ia bebertambm, mas no tinha mais l dentro, ento eu pegava ocachor ro, e queria enfeitar ele, como os cavalos, mas euno conseguia fazer ato fim, porque minha boca ficava

    seca demais, eu pegava vrias vezes a canequinha na moe ficava com ela um tempo na boca, mas a gua nuncaque saa, eu abaixava ela sempre, esperando um pouco,se uma gua no vinha de repente, porque eu no sabiaque a gua e o po eram trazidos para mim; eu no tinhaa menor ideia que l fora de mim poderia ter maisalgum Eu nunca vi um humano, nem nunca escuteium deles; quando eu esperava um pouco e nenhuma

    gua aparecia, a eu me deitava de costas e dormia. Euacordava de novo, meu pr imeiro gesto era de procurar

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    pela gua, e cada vez que eu acordava ti nha gua nacanequinha, e um po aparecia tambm. A gua quasesempre eu bebia ela inteira, a eu me sentia muito bem,eu pegava os cavalos e refazia exatamente de novo comoeu j contei. Geralmente eu achava a gua boa deverdade, mas de vez em quando ela no era to boa, equando eu bebia, eu perdia todo o nimo, no comiamais, e no br incava mais, mas adormecia. Quando euacordava, fazia cada vez mais claridade que antes; eununca tinha visto uma claridade do dia como aquelapresente. Atque pela pr imeira vez o homem entr ou naminha casa, ele colocou uma cadeira bem baixa na

    minha f rente, um pedao de papel e um lpis em cima,depois ele pegou minha mo, me deu o lpis na mo, mefechou os dedos e me mostrou como escrever algumacoisa. Ele fez isso vrias vezes, atque eu pudesse imi taraqui lo. Ele me mostrou de sete a oito vezes; aquilo medava bastante prazer porque aparecia preto e branco; eledeixava minha mo solta, me deixava escrever sozinho,eu continuava a escrever, e fazia exatamente como ele

    tinha me mostrado, e repetia aqui lo mais vezes. Quando ohomem sol tava a minha mo eu no sossegava de jeitonenhum e continuava a escrever, no me vinha nenhumaideia do porqu minha mo perdia a f irmeza. Duranteesse tempo, o homem ficava atrs de mim observando seeu podia imi t-lo ou no; eu no escutava a sada, nem achegada dele. Eu ficava escrevendo assim por um tempo evia logo depois que as minhas letras no pareciam com

    aquelas feitas; mas eu no parava atque elas ficassemparecidas. A eu queria beber de novo, porque com aconcentrao eu no reparava na sede; comia um poucode po, pegava os cavalos, enfeitava eles como eu conteial i em cima. M as eu no podia mais enfeit-los tofacilmente como antes, porque a cadeira me impedia, queestava colocada na f rente e por cima das minhas pernas,e me causava bem mais esforo, porque os cavalos

    estavam do lado, e eu no tinha tanta compreenso, paraque pudesse levantar a cadeira ou colocar os cavalos na

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    cadeira. A eu f icava com bem mais sede, e no tinhamais gua, da eu dormia. Logo que eu acordava acadeira estava colocada de novo em cima das pernas;meu primeiro gesto continuava sendo o de pegar a gua;depois eu comia po, depois eu escrevia um pouco,pegava os cavalos e o cachorro, quando eu terminava eubebia o resto da minha gua, comia um pouco de po. Eurepetia isso.

    Se eu acordava com o dia, eu no posso afirmar isso,porque eu no tinha noo de dia e de noi te. Eu noconsigo dizer tambm quanto tempo eu dormia, de acordo

    com a minha estimativa atual bastante tempo, minhabrincadeira durava bastante, o tanto que eu posso julgaratualmente, quatro horas ou mais. Quando o homem mepegava para escrever, ele no dizia nem uma palavra,mas pegava a minha mo e mostrava como escrever;quando ele pegava a minha mo eu no tinha a ideia devirar a cabea para ver o homem; isso porque eu nosabia que exi stia uma f igura assim como eu sou uma. O

    homem veio pela segunda vez, carrega um pequeno l ivro,coloca ele aberto na minha frente em cima da cadeira,pegou minha mo e comeou a falar , ele apontou para oscavalos e disse suavemente: cavalo, vrias vezes; atqueeu entendesse aquilo eu escutava muitas vezes, euescutava sempre a mesma coisa; a me veio a ideia que eudevia fazer tambm daquele jeito, eu disse tambm asmesmas palavras, pegou uma f ita da mo esquerda e

    disse mais uma vez cavalo, porque eu no podia pegarcom a mo direita, que o homem agar rava; ento eledisse vrias vezes segurar isso e colocou minha mo

    sobre o livrinho e de repente depois disso no cavalo ebalanou ele de um lado pro outro. I sso me deu muitoprazer, ele disse fazendo: repetir desse jeito, a vocganha um cavalo bonito assim do pai. Essas palavras elerepetiu vrias vezes, eu no repetia e as escutava por

    muito tempo, e como escutava sempre as mesmaspalavras, comecei a repeti r ; ele disse talvez sete ou oi to

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    vezes, ento eu pude repeti r com um pouco mais declareza, como eu podia repetir com mais clareza, eleapontou mais uma vez para os cavalos, balanounovamente de l para c e disse: aprender isso,

    pronunciar o cavalo, a voc vai ter o direito de fazer

    assim tambm. Nesse momento minha mo estava livre eo livrinho estava parado em cima da cadeira; eu olhavasempre para o livrinho porque ele me dava bastanteprazer porque tinha exatamente a aparncia do meupapel que eu tinha escr ito; eu disse para ele vrias vezespor conta prpr ia, eu acabei de beber meu pouco de gua,comi um pouco de po, embalei em seguida os cavalos

    primeiro bem lentamente e sem barulho, como o homemtinha me mostr ado; disse tambm as palavras aoscavalos; fazendo isso eu f iquei com muita sede, cansado esonolento e quando eu no tinha mais gua eu me deiteino cho e dormi. Quando eu acordei o meu l ivrinhocontinuava sobre a cadeira. Eu no vi ele antes de terbebido gua; a eu escrevi, enfeitei os cavalos e ocachor ro, em seguida eu passei a mo pelo l ivr inho, e eu

    disse as palavras que o homem havia me ensinado, eapontava ao mesmo tempo para os cavalos, e dissetambm estas palavras aprender isso, receber seu cavalo

    bonito do pai a eu apontava as pginas do livrinho e

    repetia mais uma vez as palavras, depois do que eu passeide uma a outra, sentia de novo sede, acabei de beberminha gua, comi um pouco de po, disse essas palavrasmais algumas vezes, e comecei a embalar (os cavalos) pra

    c e pra l; mas balanava to for te, que aquilomachucou a mim mesmo. A o homem veio com umbasto, me bateu no brao, isso que me machucou muitoe eu chorava; eu f iquei da bem quieto e no balanceimais os cavalos. Quando eu chorava muito, quer ia bebergua, eu no tinha mais gua, comi um pouco do po edormi . Quando eu acordei eu sentei e bebi minha gua,depois coloquei bem calmamente as fitas nos cavalos,

    como o homem ti nha me mostrado, e disse as palavrasaprendidas aos cavalos, escrevi de novo, depois do que

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    pronunciei tambm essas mesmas palavras ao l ivro,peguei a canequinha, acabei de beber meu resto de gua,eu br inquei ainda mais um pouco, f iquei bem cansado esonolento e dormi. Eu devo ter ainda acordado vriasvezes, talvez mais quatr o ou cinco vezes, atque o homemme carregou. Na noite em que o homem veio me buscareu dormia muito bem, acordei e j estava vestido, menoscom as botas, ele me calou, me colocou um chapu, meergueu e me apoiou na parede, pegou meus dois braos eos colocou ao redor do seu pescoo. Quando ele mecarregou para fora da priso ele teve de se abaixar, eprecisou subir uma colina, talvez fosse uma escada,

    depois veio um pouco de caminhada, eu j sentia grandesdores e comecei a chorar; a veio uma montanha grande,quando eu chegava ao fim de um caminho mais alto ohomem disse: voc deve parar de chorar agora mesmo, ouno vai ganhar o cavalo. Eu obedeci ele, ele me carr egoupor mais um tanto, eu dormi. Como eu acordei, eu estavadeitado no cho, com a cara virada para a terra. Eu mexia cabea, talvez o homem viu que eu estava acordado, me

    pegou, me colocou debaixo dos braos e comeou a meensinar a andar. E como eu devia comear a andar, elecolocou meus ps em cima dos dele para me fazer sabercomo eu dever ia fazer. Eu tive que avanar com algunspassos, a eu comecei a chorar , eu j sentia uma dormuito forte nos ps, ele disse voc tem que parar de

    chorar agora mesmo, seno no vai ganhar o cavalo eu

    disse cavalo, querendo dizer com isso que eu queria

    voltar bem rpido para minha casa e para os meuscavalos, o homem me disse: voc tem que aprender bema maneira de andar , voc deve se tornar um cavaleiroassim como foi seu pai. Ele me atormentou de novo com

    a maneira de andar , eu comecei a chorar porque meusps doam muito. Ele disse de novo as palavras: voctem que parar de chorar agora mesmo, seno etc. Antes

    quando ele dizia essas palavras, eu parava sempre bem

    rpido de chorar ; mas dessa vez, porque meus ps doamdemais; a ele me deitou no cho com o rosto virado para

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    baixo, e eu tive que ficar deitado um pouco atdormir .Como eu acordei de novo, ele me levantou e disse: eudever ia aprender a andar direito, da voc vai ganhar umcavalo bem boni to, ele me treinou de novo do mesmo jeitoda pr imeira vez. Depois que o homem comeava a mefalar durante o caminho, ele me colocou vrias vezes nocho, porque eu ficava cansado sempre bem rpido. Daele comeou a di zer:

    Eu gostaria de me tornar um cavaleiro assim como foi

    meu pai.

    Essas palavras ele me repetia muitas vezes: atque eupudesse repeti r a mesma coisa bem claramente.

    Eu comecei a chorar , porque os ps e a cabea, mas emespecial os olhos, me doam terr ivelmente, eu disse:cavalo, pelo que eu queria indicar que deviamme levaratem casa com os meus cavalos. O homem entendeuo que eu queria dizer e disse: logo logo voc vai ganharum cavalo bonito do pai; eu comecei a chorar, ele me

    largou, eu continuei a chorar ainda mais; ele disse: voctem que parar de chorar agora mesmo, seno no vaiganhar cavalo boni to, ele me passou alguma coisa dedoce na cara, e eu parei de chorar, e dormi. Quando euacordei de novo, ele me levantou, me treinou, e eu aindano podia mover os ps sozinho. Quando ele tinhaandado uns vinte passos ou mais, eu comecei a chorar denovo, e disse: eu gostaria de me tornar um cavaleiro

    assim como foi meu pai. A o homem disse: se voc noparar de chorar, no vai ganhar cavalo. Ento eu parei

    por um tempo, porque eu me disse que agora eu voltar iapara casa e os cavalos, eu acho que isso no durou nemseis passos e eu voltei a chorar de novo; ele me deitou ecada vez que ele me deixava descansar eu dormia decansao. Eu acordei, ele me levantou e me treinou, eledizia as palavras: eu gostaria de me tornar um cavaleiro

    assim como foi meu pai, de novo vrias vezes. Nsandamos talvez sete a oito passos e comeou a chover, eu

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    f iquei molhado, comecei a sentir um f r io bem forte; euchorava; porque sentia cada vez mais sofr imento; ele medeitou no cho com as roupas molhadas, eu sentia muitofr io, no podia dormir , eu chorei mais um pouco, depoisele passou mais uma vez alguma coisa de doce na cara, eeu dormi sentindo um sofrimento enorme. Assim queacordei de novo, as maiores dores j haviam passado, eleme levantou, me treinou, eu j tinha bastante noo damaneira de andar para poder levantar e abaixar os pspor conta prpr ia. Ento o homem disse que eu sprecisava me lembrar do jeito de andar a voc ganha

    um cavalo bem bonito do seu pai, e disse assim essas

    palavras: voc deve tambm ficar olhando pro cho, eme inclinava sempre a cabea pro cho e dizia se vocpuder realmente fazer bem assim, a voc ganha ocavalo. Mesmo sem dizer isso eu nunca olhava para

    frente, porque os meus olhos me davam mui ta dor, eleno tinha a necessidade nenhuma de dizer aquilo, mas euolhava cada vez mais pro cho. Eu comecei a chorar, eleme deitou de novo de bruos, eu continuava a chorar

    mais ainda; ele me passou alguma coisa doce na cara, euparei de chorar, e dormi. Quando eu acordei de novo, eudisse cavalo, ele me levantou e me treinou, eu dissemais uma vez essas palavras que acabei de dizer, ele deviame levar para casa com os meus cavalos e no me fazermais mal . Eu f iz tal vez tr inta passos, atcomear achorar, eu tinha cada vez mais e mais dores pelo corpo,especialmente nos olhos, na cabea e nos ps, ento o

    homem di sse suas palavras de sempre. A eu parava antesde mais nada porque sentia muita saudade dos meuscavalos. Ele me conduziu de novo mais um pedao decaminho, eu j voltei a chorar e disse as minhas palavras.Sobre o que o homem disse agora voc est quase

    chegando em casa, pros seus cavalos eu disse tambm

    essas mesmas palavras, ele me deitou e eu dormi.Acordando eu disse cavalo casa, pelo que eu queria

    dizer : meus ps esto doendo demais, queria me levarpara casa e pros meus cavalos, e pare de me fazer mal .

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    Sobre o que ele me deitou no cho e disse estas palavras:agora voc j vai ganhar cavalo, mas voc tem que

    parar de chorar, com isso eu dormi. Eu acordei, ele me

    levantou e me treinou e eu disse eu cavalo casa, eu

    queria dizer que eu no podia mais fazer aquilo com osmeus ps, mas ele me treinou mesmo assim com suasameaas de sempre. Ele me levou ainda para mais longe,eu sofria cada vez mais. Em seguida ficou noite derepente, eu no podia me lembrar que estava estendido nocho, mas quando f icou claro de novo eu estava deitadono cho, eu disse: cavalo casa, com o que eu queria

    dizer : por que os olhos e a cabea doem tanto, e continuo

    sem ganhar meu cavalo. Ele me levantou e me deu gua,eu realmente bebi muito e aquilo me refrescoutotalmente; eu j estava sentindo sede antes mas nopodia pedir gua, porque eu no sabia que o homempodia me dar gua. Como eu bebi gua, meussofr imentos f icaram bem mais leves. Ele me treinou denovo, eu podia andar um pouco mais rpido, se bem quena minha opinio aquilo ia to devagar quanto no

    comeo, mas para o homem tnhamos que continuarmesmo que devagar , porque ele sempre colocava os pspara frente. Quando eu andei um pouco, veio de novomui ta dor , eu comecei a chorar e disse cavalo casa. Eleme consolou: agora voc j est chegando na casa do

    seu pai, eu disse: cavalo casa. Ele me deitou no cho,

    mas eu no pude dormir logo em seguida e chorei umpouco e disse: cavalo casa, pelo o que eu queria dizer

    por que ento meus olhos continuavam me doendo tanto,com essas palavras e outr as eu dormi f inalmente. Quandoeu acordei de novo, ele me levantou e me levou maislonge ainda. Comeou f icar um pouco melhor paraandar , na minha opinio, porque o homem no meapertava mais com tanta fora, e eu no sentia mais tantador nos braos, e o homem disse: voc tem que aprender

    a andar melhor ainda; a ele disse mais uma vez as

    palavras: voc j vai ganhar o cavalo bonito; porquevoc sabe andar bem, e ao mesmo tempo ele colocou

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    para f rente meus ps com os dele e desse jeito ele me fezentender. Eu acho que ele comeou a me deixar andarum pouco mais livremente para descobrir se eu j podiaandar sozinho; mas eu acho que ca, porque eu no podialevar os ps para frente, e dos dois lados eu senti uma dorbrusca, que veio provavelmente do homem que mesegurou bem rpido enquanto eu caa. Eu comecei achorar , ele me deitou e disse suas ameaas, eu parei edormi f inalmente. Quando eu acordei, minha primeirapalavra foi: cavalo casa, eu gostaria de me tornar umcavaleiro assim como foi meu pai. Ele me levantou, me

    levou mais longe, eu acho que a caminhada deve ter sido

    bem melhor , porque de vez em quando eu no sentia maisnenhuma dor debaixo dos dois braos; eu tive que andarum tempo atque comeou a chover de novo, da eufiquei todo ensopado e sofri bastante com o frio. Eucomecei a chorar e disse vrias vezes em seguida: tu ten

    fait saucer[1], eu comecei a repetir isso: querendo dizer:

    voc me faz muito mal. Ele me estendeu no cho, e euno pude dormir logo em seguida, porque as roupas

    estavam todas molhadas, e eu senti a vrias dores, ele mepassou alguma coisa de doce na cara, e enf im eu dormimesmo assim. Como eu acordei de novo, ele me levantou,me treinou, eu sentia ainda vrias dores, porque euestava todo ensopado, eu tinha tambm muito f r io. Eleme dizia sempre suas palavras; eu no podia repetirnenhuma, em resposta longa recitao eu disse a ele:cavalo casa etc. eu queria dizer por que ento eu devo

    agora continuar fazendo assim com os ps, isso que memachuca tanto. Ele disse: se voc no chorar mais, a

    vai ganhar cavalo do pai , mas andar voc precisaaprender direito : Eu comecei a chorar, a ele me deitou

    no cho e com as palavras cavalo e outr as, eu dormifinalmente. Como eu acordei de novo, eu disse aspalavras. Ele me levantou, me treinou mais longe, e disseagora voc vai receber seu cavalo, mas voc precisa

    aprender bem a andar. Ele me levou para mais longedurante um tempo, eu sofr ia ainda e a noi te apareceu, e

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    eu me senti todo inconsciente. E quando eu acordei, eume vi deitado no cho, e fazia claro de novo como antesde chegar a noi te, ele me sentou, me deu gua, que eubebi com vontade, depois disso eu me senti bem leve; euacreditei que a metade das dores haviam acabado. Eletambm me deu po, mas eu comi bem pouco, porque euno tinha fome, ou talvez por causa das dores eu noconseguia comer, gua, que ele me deu mais uma vez, merefrescava de um jeito especial. Ento ele me levantou,me levou para mais longe, eu podia andar com bem maisfaci l idade, eu j no tinha tanta necessidade de me apoiarnos braos do homem. O homem me elogiou: porque

    voc aprendeu bem a andar, vai ganhar daqui a pouco ocavalo. Eu podia andar sem interrupes algo em tornode 40 a 50 passos, o que no era possvel antigamente. Eucomecei a dizer as palavras aprendidas, com as quais eucontinuava querendo reclamar do meu cansao e dores;ele me deitou logo em seguida no cho depois dessaspalavras; eu estava mui to cansado e sonolento e dormiem seguida. Quando eu acordei, ele me levantou, me

    pegou pela pr imeira vez por debaixo de um s brao, metr einou e disse de novo as mesmas palavras, atque eu astivesse aprendido bem e pudesse repeti-las bemclaramente. Ele me atormentou por tanto tempo paracontinuar andando, que eu recomecei a chorar. Ele medeitou no cho e disse: voc deve parar de chorar agora

    mesmo, etc., eu estava muito cansado, e dormi logo em

    seguida. Eu acordei novamente, ele me levantou, me

    levou para mais longe. Ele me deitou por outr as vezes,para me deixar descansar, atque ele trocou as minhasroupas. Ele me sentou no cho, sem que eu tivessepedido, me ti rou as roupas, me colocou outras, com asquais eu cheguei na cidade de Nuremberg. Enquanto eleti rava as roupas e colocava as novas, ele estava atrs demim, ele s f icava por detrs. Depois que eu fui vestido,ele me levantou, qui s de novo me levar para longe, mas

    eu comecei a chorar e dizer as palavras aprendidas: peloque eu queria dizer que no podia mais andar, eu estou

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    muito cansado, os ps tambm me doem muito, ento ohomem disse: se voc no parar de chorar agora mesmo,

    no vai ganhar cavalo e assim de repente, mas eu no

    parei atque ele me deitasse, para que eu pudessedescansar , eu dormi de cansao. Quando eu acordei eudisse as palavras. O que fez ele me dar gua, ela merefrescou tanto que nem posso descrever; ele me levantoucompletamente e me levou para mais longe, e me diziasempre as mesmas palavras, atque eu pudesse repeti -l asbem claramente. Em seguida ele testou se eu no podiaainda andar sozinho, ele me deixou l ivre e sozinho e sme segurou pela par te de trs da roupa. Mas eu devo ter

    cado mesmo assim algumas vezes, porque eu no podiamanter meus ps atrs, e sentia uma for te dor dos doislados. Eu comecei a chorar, e disse as palavrasaprendidas, querendo dizer que ele no dever ia me fazerto mal assim. Ele me consolou como sempre e me deitouno cho logo em seguida, e eu dormi bem rpido. Quandoeu acordei eu disse as mesmas palavras aprendidas,querendo dizer: o que isso que fi ca sempre me causando

    dor nos olhos, e no para nunca de machucar. Ele melevantou e me treinou e disse: voc tem que aprender

    bem como andar, e ele comeou de novo a dizerpalavras: na grande cidade, tem o seu pai, que vai te dar

    um cavalo bem bonito, e quando voc tambm for umcavaleiro, eu virei te procurar. Ento eu recomecei a

    chorar, ele me deitou, e me deixou descansar. Ele melevantou, me levou de novo para mais longe e comeou a

    repeti r suas palavras; eu comecei a repeti r tudo. Dissoele disse: aprender isso e no esquecer, da ele disse

    outras palavras, e me deu a carta na mo. Mostrar l

    onde deve chegar a carta. Eu gostaria de me tornar um

    cavaleiro assim como foi meu pai. Isso ele me repetiatoda hora, atque eu pudesse repeti -las claramente. Euchorei, ele me deitou e eu dormi de cansao. Quando euacordei de novo, ele me deu gua de novo, eu bebi , o que

    estava muito bom, depois ele me levantou, me levou paramais longe, da ele disse de novo as palavras de sempre, e

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    ao mesmo tempo me deu a car ta na mo, e quando vierum guarda, ento voc deve fazer assim. A par ti r domomento de onde ele havia me trocado de roupa, ele medeitou de novo no cho com certeza por mais duas vezes,para me deixar descansar, dizendo sempre as mesmaspalavras, para com certeza no esquecer nenhuma.Quando o homem me deixou de pe me deu a car ta namo, ele disse as palavras mais uma vez, e da meabandonou.

    A PRIMEIRA APARIO DE HAUSER EMNUREMBERG. DESCRITA POR ELE MESMO.

    Eu fiquei de pno mesmo lugar onde o homem medeixou, atque esse outro homem pegou minha carta eme levou ata casa do senhor capito. Quando eucheguei na casa, eu tive por causa de uma forte voz queeu escutei l, dores muito vivas dentr o da cabea. Oempregado domstico me sentou em uma cadeira e tentoume interr ogar, mas eu no podia responder com outraspalavras alm daquelas que eu tinha aprendido e que eu

    empregava indiferentemente para mostrar cansao e dor.Ele me trouxe um prato com carne e um copo comcerveja. O bri lho do prato e a cor da cerveja me fizeramchorar, mas s o cheiro me provocou dor. Eu recuseitudo, ele quis me forar e eu continuei recusando; entoele me trouxe gua e um pedacinho de po, o que eureconheci imediatamente e peguei com as mos, comi ebebi . A gua estava to boa e fresca que eu esvaziei trs

    ou quatro copos e me senti bem reconf ortado. Depois eleme deitou no estbulo e eu dormi logo em seguida.Quando o senhor capito entrou na casa, me acordaram,eu vi seu uniforme e seu sabre, eu me espantei e f iqueialegre e quis que eles tivessem que me dar uma coisaassim to brilhante e bela. Eu disse: Eu gostaria de me

    tornar um cavaleiro assim como foi meu pai, pelo o queeu queria dar a entender que eles deviam me dar aquela

    coisa assim br ilhante e bela. Ele comeou a falar e to

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    alto que aqui lo me doeu no corpo todo, eu comecei achorar e disse essas mesmas palavras, ento eles melevaram ata polcia e esse foi o meu caminho maisdoloroso. Quando eu cheguei, havia l muitssimoshomens, e eu me espantei e no sabia o que aqui lopoder ia ser , daquele jeito, eles falavam o tempo todo emuito al to, a eles me deram um tabaco de cheirar , que eutive que intr oduzir no nariz, aqui lo me fez mui to mal e eucomecei a chorar, porque eu tive terrveis dores nacabea. Eles me atormentaram de novo com todo tipo decoisa, que me causavam dores terrveis e eu continuava achorar . Quando eu j estava h um certo tempo na

    polcia, um falou de novo to alto que eu senti mais dorainda. O mesmo me levou acima de uma elevao aindamaior, era a escada, ele abriu a porta, que fez um barulhoestranho e foi s l que eu pude descansar . Mas eu choreiainda mais um pouco atque eu dormisse, porque tudome machucava, mas enf im eu dormi assim mesmo.

    Quando eu acordei, eu escutei alguma coisa que me

    espantou tanto e que eu escutava com tanta ateno,porque no meu estado anter ior eu nunca tinha escutadoalgo assim. Essa ateno, eu no consigo de jeitonenhum descrever. Eu escutava por muito tempo, maspouco a pouco eu no escutava mais nada e a ateno seperdeu, eu senti dores nos ps. Eu percebi que eu nosentia mais dores nos olhos e por que eu no sentia mais?Porque no era mais de dia, isso que para os meus olhos

    era o maior alvio. M as alm disso eu sentia dores nocorpo todo, par ticularmente nos ps. Eu me sentei, euquer ia pegar minha gua para aliviar a sede, que eusentia; eu no vi mais a gua e o po no lugar eu vi ocho, que tinha uma aparncia di ferente do meu abrigoantigo. Eu queria olhar ao redor de mim para acharmeus cavalos e br incar com eles, mas no tinha mais,sobre o que eu disse: eu tambm queria me tornar um

    cavaleiro, como foi pai pelo o que eu queria dizer: paraonde foram os cavalos a gua e o po. Foi a que eu

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    percebi o saco de palha, no qual eu estava sentado, queeu observava com bastante surpresa e no sabia o queisso podia ser . Quando eu os observei bastante, eu toqueiembaixo com o dedo, eu percebi o mesmo barulho queaquele da palha que eu ti nha no meu abrigo anti go, naqual eu tinha o costume de ficar sempre sentado etambm de dormir . Eu tambm vi vrias outras coisas queme surpreenderam e que no d para se descrever. Eudisse: eu tambm quero me tornar um cavaleiro comomeu pai foi, pelo o que eu queria dizer: o que isso aqui

    e para onde foram os cavalos? Eu escutei o relgio soarde novo; eu escutava por muito tempo; quando eu no

    escutei mais nada, eu vi o forno, que era da cor verde eemitia um bri lho.

    A isso eu tambm disse as palavras de sempre, que ohomem me havia ensinado, com o que eu queria dizer :que ele venha me dar uma coisa assim to bela ebr i lhante; eu di sse isso vrias vezes, mas no recebi nada.Eu o olhava por bastante tempo; eu disse mais uma vez as

    mesmas palavras, pelo o que eu queria dizer ao forno:por que meus cavalos continuam a no aparecer nunca?Eu tinha a opinio de que os cavalos tinham ido embora.Eu tambm tive o pensamento de que quando os cavalosvoltassem eu di r ia: que eles no deviam mais ir embora,eu queria tambm dizer isto: eles no deviam deixar o poir embora tambm, seno vocs no tero nada. F alandomuito assim eu fiquei com muita sede e como eu no via

    mais a gua, eu me deitei e dormi . Quando eu acordei, eusenti aquelas mesmas dores nos olhos, daquelas que eusenti no caminho da cidade, pois quando eu acordei, eradia, e porque a clar idade do dia me dava muita dor. Eucomecei a chorar e disse: eu quero me tornar um

    cavaleiro como pai . Mostre a onde endereo carta,pelo o que eu queria dizer : por que isso me di tanto osolhos? Tirem isso que me causa tanta dor nos olhos, me

    deem agora mesmo os cavalos e parem de me atormentar ,eu escutei a mesma coisa que eu tinha escutado da

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    primeira vez mas eu ai nda achei mesmo assim que eraoutra coisa porque eu escutava mais alto; no eraportanto mais a mesma coisa, mas no momento em queele soava a hora, tocavam os sinos. Esses eu ouvia pormuito tempo, mas pouco a pouco eu escutava cada vezmenos e como minha ateno tinha acabado, eu disseessas palavras: mostrar onde endereo carta, pelo o

    que eu queria dizer que eles dever iam me dar uma coisaassim to bonita e parar de sempre me atormentar assim.Eu fiquei deitado por um longo tempo; o homem no melevantou mais, eu me sento, eu percebi que estava nomesmo lugar ; a eu pensei o seguinte logo em seguida:

    que eu no sentia mais as dores nos olhos e eu escutavatambm a mesma coisa. Enf im eu me levantei; eu mechateei imediatamente; pois meus ps estavam doendoterrivelmente. Eu voltei a chorar e disse as palavrasaprendidas; pelo o que eu queria dizer : por que ento oscavalos continuam no vindo e ainda me deixam sofrerassim? Eu chorei por muito tempo e o homem noaparecia mais. Eu dizia as palavras, eu queria dizer : por

    que ento agora eu no devo mais aprender a andar . Euescutei soar o relgio, aquilo me trs metade das dores,sobre o que o pensamento que em breve os cavalosvoltar iam me consolou.

    E durante esse tempo, quando eu escutava, um homem seaproximou de mim e me perguntou todo tipo de coisas, eutalvez no lhe dava respostas porque minha ateno

    estava dir igida naquilo que eu escutava. Ele me pegoupelo queixo, me levantou o rosto, com o que eu senti umador terrvel nos olhos por causa da clar idade do dia.Sobre o homem eu vou falar agora, ele estava fechadocomigo, sobre o que eu no sabia, que eu estavatrancado. Ele comeou a falar, eu escutava por bastantetempo, e escutava sempre outr as palavras, ento eu disseas minhas aprendidas: mostre a onde endereo carta

    que quero me tornar um cavaleiro, como pai , pelo oque eu queria dizer: que ento era isso que me fez doer os

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    olhos quando voc me levantou a cabea. Mas ele no meentendeu, o que eu tinha dito, com certeza ele entendeu oque as palavras quer iam dizer, mas no aquilo que euquis. Ele largou minha cabea, se sentou ao meu lado econtinuou me questionando; apesar disso o relgiocomeou a soar ; eu levei minha ateno para o que euescutava naquele instante e eu devia ouvir o homem pormuito tempo; ele me pegou pelo queixo, vir ou minha facepara ele, e deve ter me perguntado o que eu escutei assim,mas eu no entendia, o que ele disse; eu lhe disse: eu

    quero me tornar uma cavaleiro etc. pelo o que eu queria

    dizer que ele devia me dar uma coi sa to bonita, mas ele

    no me entendeu, aquilo que eu queria, ele continuavasempre a falar; eu comecei a chorar e disse: cavalo

    casa, pelo o que eu queria dizer, que ele no devia

    continuar me atormentando com palavras, tudo memachucava. Eu chorei por muito tempo; eu sentiagrandes dores nos olhos, a ponto de no poder chorarmais. Eu fiquei sentado sozinho por muito tempo. Entoeu escutei outr a coisa, que eu escutava com tanta ateno

    que eu nem posso dizer . O que eu escutava era o trompeteimperial, mas eu no o escutei por muito tempo, e quandoeu no escutei mais nada, eu disse: cavalo casa, que

    deviam tambm me dar algo to bonito. Ento o homemveio atmim e disse vrias vezes bem lentamente as suaspalavras, eu repetia depois dele; ele disse: voc no sabeo que isso?, que lhe disse mais vezes essas palavras,

    pelo o que eu queria dizer : que eles deviam me dar bem

    rpido os cavalos e no querer mais me atormentarassim. O homem tomou nessa hora a caneca de gua queestava debaixo de mim, mas eu estendi meu brao atelee disse: cavalo casa. O homem me deu logo em seguida

    a caneca, me deixou beber; quando eu bebi a gua, mesenti to leve que fica di fcil de descrever. Eu exigia deleos cavalos e disse: cavalo casa, e eledisse vrias vezes:eu no sei o que isso que voc quer, eu tambm disse de

    novo as palavras, mas eu j no podia mais repeti r deforma clara, e disse eu no sei e com o cavalo em casa

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    eu queria dizer, que ele devia tambm me dar meuscavalos. Ele no me entendeu, isso que eu quis, e selevantou, foi ato seu canto de descanso e me deixouassim sozinho. Nesse momento o relgio comeou a tocar ,o que me alegrou inf ini tamente, tanto que eu esqueci dasminhas dores, e sentia saudades do meu abr igo anti go.Agora veio o guarda da priso Hiltel, ele trouxe a gua eo po, o que eu reconheci na mesma hora e lhe disse: eu

    quero me tornar um cavaleiro, como pai , pelo o que eu

    dizia ao po: agora, voc no pode mais partir e nemmais me deixar atormentado assim.

    Ele colocou o po ao meu lado; eu o pegueiimediatamente com as mos; ele colocou gua na caneca;colocou no cho. Ento ele comeou a me questi onar . Eleme questionou com uma voz to rpida, que ele mecausou muita dor na cabea, eu chorei e disse: eutambm gostaria de me tornar um cavaleiro, como pai ,

    mostrar casa, eu no sei, na cidade grande, l est

    seu pai. Essas palavras eu dizia sem distino para

    exigir aqui lo que eu queria. O guarda da priso foiembora, porque no me entendeu, ele entendia bem aspalavras, o que elas quer iam dizer, mas no o que eudisse com elas e eu no o entendi tambm, o que ele medisse. Eu comi meu po, quando eu o levei boca ele noestava to duro quanto o outro que eu tinha no meuabrigo antigo. Eu o vi e considerei que era um po, masno tinha o mesmo gosto e dureza. Eu comi mesmo

    assim, porque eu estava com fome, eu o tive por algunsminutos no estmago e comecei a senti r dores fortes pelocorpo, eu comecei a chorar e disse: mostrar casa, pelo

    o que eu queria dizer que no dever iam me fazer to malassim e dever iam me levar para l onde estavam os meuscavalos. Ento eu ouvi de novo o trompete imperial; euescutei e me alegrei bastante porque minha esperanaestava que quando os cavalos chegassem eu contar ia para

    eles o que eu tinha escutado. Eu escutei por bastantetempo, eu no ouvi mais nada. Ento chegou novamente

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    o guarda da pr iso, trouxe com ele um pedacinho depapel e um lpis. I sso eu no reconheci imediatamente,com o que eu me alegrei enormemente que eu no possodescrever, porque eu pensava: vou ganhar meus cavalos.Ele me deu o papel e o lpis na mo e eu escrevi o que ohomem tinha me ensinado, e era o meu nome que eu nemsabia que tinha escrito. Quando eu terminei de escrevereu disse: eu gostaria de me tornar um cavaleiro, comopai foi, com o que eu dizia: que eles deviam me dar os

    cavalos agora. Ele disse alguma coisa com uma voz altaque eu no entendi e pegou o papel e foi embora.

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    5O SONO: LIBERTAO TEMPORRIA DOESPRITO HUMANO

    Temos para ns que a tarefa mais importante que Chico

    Xavier desempenhou no foi a psicografia de livros emensagens, mas o trabalho invisvel, principalmente duranteo sono fsico, no resgate de Espritos no umbral e nas trevas.

    Escrever muito mais fcil que trabalhar com o puropoder mental, pois as palavras so materialidade, enquantoque o pensamento a emanao elevada do Esprito.

    O sono a libertao temporria do Esprito para fazer

    o Bem ou o Mal, sendo que cada um escolhe seu caminho.Andr Luiz descreve, nos seus livros da srie Nosso

    Lar muitos episdios que retratam como isso se processa.

    A ligao do Esprito com o corpo fsico no to fortecomo alguns pensam, tanto que os Espritos Superiores, comoYogananda, podem romper o elo fludico e ocorrer adesencarnao sem nenhum problema.

    Esse assunto abordado no livro Remdio contra oSuicdio e outras M isrias Humanas, publicado na Internetem luizguilhermemarques.com.br e na Biblioteca VirtualEsprita.

    Quando falamos, em outra parte deste livro, que aspessoas deveriam aproveitar a noite para dormir muitospodem ter estranhado, pensando que o tempo do sono intil,

    mas esses pensam na utilidade das realizaes materiais,esquecendo-se de que somos Espritos e que, se bemintencionados, utilizaremos o perodo de libertaotemporria pelo sono para realizarmos espiritualmente, o que muito mais importante que as construes puramentemateriais.

    Vejamos como essa considerao muda nosso foco,nossos objetivos de vida durante as reencarnaes: no mais oimediatismo material, mas sim o progresso espiritual.

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    Esse ser o foco dos homens e mulheres da Terra quandodefinitivamente elevado categoria de mundo de regenerao.

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    5.1DURAO IDEAL DA LIBERTAO

    Chico Xavier, por exemplo, dormia trs ou quatro horaspor dia, mas ele, como ser interexistente, pelo seu nvel

    evolutivo, estava em contato permanente com as duasrealidades: material e espiritual. Todavia, dependendo do tipode trabalho que um Esprito Superior se programou pararealizar quando reencarnado, pode ter de dormir um tempomaior.

    O ideal, em termos de tempo de sono, deveria ser as dozehoras do perodo noturno, porque, nesse espao de tempo, oEsprito estaria liberto das amarras fsicas e realizando muitono mundo espiritual.

    Todavia, esse ideal est ainda muito distante daspossibilidades atuais dos homens e mulheres da Terra.Enquanto isso, cada um deve fazer o melhor que puder, sejadurante o sono, seja durante a viglia.

    O ideal, todavia, como dito, seria a maior permannciapossvel em estado de desligamento do corpo fsico.

    Eurpedes Barsanulfo, por exemplo, se desdobrava aqualquer hora do dia ou da noite e realizava obras inusitadas,graas sua elevao espiritual: isso um equivalente libertao parcial pelo sono.

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    5.1.1CHICO XAVIER: SER INTEREXISTENTE

    No somente Chico Xavier era interexistente, mastambm Eurpedes Barsanulfo, Yvonne do Amaral Pereira e

    outros.Os seres humanos caminham para esse nvel, pois Jesus

    falou: E nos ltimos dias acontecer, diz Deus, que do meuEsprito derramarei sobre toda a carne; e os vossos fi lhos e asvossas fi lhas profetizaro, os vossos jovens tero vises, e osvossos velhos tero sonhos; (Atos 2:17) e tambm do meuEsprito derramarei sobre os meus servos e as minhas servasnaqueles dias, e profetizaro;(Atos 2:18)

    A tendncia a mediunidade generalizar-se, pois osexto sentido que todo ser humano traz em si, maisdesenvolvido em uns e embrionrio em outros.

    Aconselhamos a leitura do livro Desenvolvendo o PoderMental, publicado na Internet emluizguilhermemarques.com.br e na Biblioteca VirtualEsprita.

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    5.2UTILIDADE DO BANHO ANTES DE DORMIR

    Atentemos para o seguinte trecho do livro Nosso Lar,de Andr Luiz: Dado o meu interesse crescente pelos

    processos de alimentao. Lsias convidou: Vamos aogrande reservatr io da colnia. L observar coisasinteressantes. Ver que a gua quase tudo em nossa estnciade transio.

    Repisemos este trecho: Ver que a gua quase tudo emnossa estncia de transio.

    A gua no quase tudo apenas em Nosso Lar, mastambm no mundo terreno. Paremos para refletir sobre isso,inclusive na limpeza do perisprito quando a mente sintonizano Bem.

    pouco usual o banho antes do sono, mas sua utilidadese explica quando se reconhece que conveniente o Espritodesligar-se temporariamente do corpo j um tanto liberto dosnaturais miasmas psquicos que se foram acumulando noperodo anterior quele horrio, pois muito difcil algumficar imune s vibraes negativas.

    Trata-se de uma proposta nova para a maioria daspessoas, uma vez que o hbito do banho dirio no inclui,normalmente, o banho antes das pessoas se entregarem aosono.

    Todavia, deve-se esclarecer sempre que pouca serventiatem o banho em si, se no houver sintonia mental no Bem.

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    5.3ADAPTAES POSSVEIS NO MUNDOCIVILIZADO

    A civi l izao ocidental tem seu estilo prprio,

    valorizando a tecnologia, a competio, em suma, asrealizaes materiais, porque a prpria religiosidade temmuito do materialismo, ao contrrio, por exemplo, damentalidade indiana em geral, onde a espiritualidade est emprimeiro lugar.

    Assim, no h, praticamente, como algum viverintegralmente de forma ideal, segundo os padres daNatureza em um pas ocidental, pois quase tudo conspiracontra isso.

    Dessa forma, tem-se de optar, no caso de adeso ao estilode vida natural, por uma forma intermediria, todavia,havendo certos pontos que so essenciais e, nesses, no hcomo haver meio termo: so eles a integrao maior possvelcom os demais seres da Natureza (seres humanos, animais,vegetais e minerais), dormir cedo e acordar cedo, aperfeioar

    o pensamento atravs da orao e da mentalizao e avivncia do Amor Universal, na maior amplitude possvel

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    6SITUAES INCONVENIENTES NO PERODONOTURNO

    Mencionaremos, agora, algumas situaes

    inconvenientes para o perodo noturno, pois so prpriasapenas para o tempo em que a claridade natural solarenergiza o corpo.

    Enumeramos, todavia, apenas algumas, para noestender demais a lista, mas cada um pode analisar suaprpria vida e verificar os pontos em que pode trabalhar porse adequar melhor Natureza.

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    6.1TRABALHO PROFISSIONAL

    Talvez a pior situao de todas seja essa: o trabalhoprofissional noturno, pois nele se consome enorme quantidade

    de energia, com a necessria sustentao da energia solar, quechega apenas atravs da fraca luz polarizada da Lua.

    Quem precisa trabalhar noite deveria pensar em outraforma de ganhar o po de cada dia, pois sua sade ficarprejudicada fisicamente e o prprio Esprito ter reduzido seucontato com o mundo espiritual, uma vez que l tambmvigoram planejamentos e horrios e a hora certa dosencontros l durante a noite.

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    6.2ATIVIDADES INTELECTUAIS

    Quanta gente escolhe o perodo noturno paradesenvolver estafantes atividades intelectuais, sabendo-se que

    cerca de setenta por cento do contedo alimentar se destina asustentar as atividades cerebrais.

    O horrio ideal para os esforos intelectuais durante odia e no noite.

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    6.3LAZER DESGASTANTE

    H muita gente que faz ginstica noite, lotando asacademias e ginsios esportivos, enquanto que outros passam

    a noite e a madrugada em bares, boates e outros ambientesdesgastantes fluidicamente.

    Esses todos envelhecem precocemente e antecipam suadesencarnao.

    H um perodo ideal para as atividades fsicas, que durante o dia e quanto aos bares, boates etc., sua psicosferacostuma no ser boa, principalmente onde se consomem

    bebidas alcolicas, pois ali os obsessores desencarnadoscostumam aparecer a fim de tomar drinques vampirizandoencarnados invigilantes.

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    6.4LUMINOSIDADE EXCESSIVA

    O ideal reduzir a exposio luminosidade artificialdurante a noite, pois o crebro j est cansado pelas

    atividades normais do perodo diurno e sofre desgastedesnecessrio sob o impacto da luminosidade fora de hora.

    So estas algumas observaes fceis de se cumprir, casohaja real interesse em uma verdadeira melhor qual idade devida.

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    6.4.1TELEVISOR NO QUARTO

    Os empresrios inventam necessidades que no existem eacabaram convencendo muita gente de que absolutamente

    necessrio ter um aparelho de televiso em cada dependnciado lar, inclusive no quarto, sendo certo que irradiao da telaprejudica a sade muito mais do que a maioria das pessoasimagina.

    Mais um item negativo da civilizao, todavia, quepode ser dispensado facilmente, se h interesse real na melhorqual idade de vida.

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    6.4.2EXPOSIO LUMINOSIDADE DA TELA DECOMPUTADOR

    Poucas pessoas dispensam, hoje em dia, o computador e

    muitas suprem a falta de amigos pela companhia da Internet,quando so estabelecidas amizades virtuais com todas assuas opes positivas e negativas.

    H quem passe muitas horas frente da tela, recebendoirradiaes nocivas para os olhos e o prprio crebro.

    Outra utilidade que deve ser repensada, pois necessria a troca afetiva, necessrio o aperto de mo,

    necessrio o abrao, necessrio o contato fsico, necessriaa convivncia de carne e osso.

    O ser humano se alimenta de Amor: diz Joanna dengelis.

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    6.4.3EXPOSIO IRRADIAO DOS CELULARES,APARELHOS DE MICRONDAS, APARELHOS DE AR

    CONDICIONADO ETC.

    Pensemos nisso.

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    6.4.4 ALIMENTAO INDIGESTA, BEBIDASALCOLICAS ETC.

    O que se pode argumentar em favor desses vcios, seno

    que somos corpos e no Espritos? o materialismodeclarado ou disfarado.

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    6.5FALTA DE CONTATO COM A NATUREZA

    Morando em apartamentos com insuficiente insolao eaerao, no pisando descalo na terra e na grama, no

    convivendo com animais e, muita gente, tendo alergia agente, como pode ser diferente o quadro atual de doenas,vcios, desajustes psicolgicos etc. etc.?

    preciso cada um repensar sua prpria vida j que mais difcil convencer os construtores, empresrios,governantes, juristas etc.

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    (verdadeiro retrato de Jesus, materializado por Sathya SaiBaba e divulgado por Divaldo Pereira Franco em palestra

    sobre esse missionrio indiano)

    FIM