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7/23/2019 A Nova Corrida Pela África _ Carta Capital
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30/01/13 A nova corrida pela África | Carta Capital
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30.01.2013 15:22
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Carta Capital
Internacional
Geopolítica
A nova corrida pela África
por Márcio Sampaio de Castro
Nos anos que se seguiram à queda do Muro de Berlim e ao “Fim da História”, nos dizeres do
ideólogo neoliberal Francis Fukuyama, o continente af ricano foi abandonado à sua própria
sorte. Regimes como o apartheid sul-africano, retoricamente criticado, mas na prática tolerado
pelas potências ocidentais e encarado como um mal necessário frente à ameaça comunista,
caíram por falta do discreto apoio antes recebido. Países como Angola, Moçambique,
Zimbábue e Ruanda – de triste mem ória, foram esquecidos. Somente a Nigéria, por suas
significativas reser vas de petróleo, mereceu alguma atenção naquele período.
Quando a máquina de guerrafrancesa desem barcou no Mali, no
início de 2013, com o surrado
discurso de defesa do Ocidente
contra os terroristas da Al-Qaeda,
muita gente se perguntou: o que
realmente os franceses desejam em
um país com um dos m enores IDHs
do mundo? É preciso observar o que
ocorreu no continente africano durante o vácuo que se seguiu ao fim da Guerra Fria para
iluminar alguns elem entos que levem a poss íveis respos tas para esta pergunta.
Este espaço pós -Guerra Fria foi ocupado por Muammar Kaddafi e seu projeto de pan-
africanismo e, principalmente, pelos investimentos chineses no continente, que saltaram de 10bilhões de dólares em 2000 para 107 bilhões de dólares a partir de 2008. Em comum , os dois
novos atores jamais des envolveram a prática de perguntar a seus parceiros comerciais como
eles conduziam sua s políticas internas, limitando-se, principalmente no caso chinês , a trocar
investimentos em agricultura e infraestrutura por recursos naturais, como petróleo, zinco, ouro,
diamante e cobre. O melhor exemplo des se m ovimento é Angola. Com a parceria dos
chineses , o país, com o fim da guerra civil que lhe rasgou ao m eio ao longo de três décadas,
tornou-se progressivamente, a partir de 2002, uma das economias com crescimento mais
vertiginoso no mundo, atingindo nos últimos cinco anos uma média de expansão de seu
Produto Interno Bruto da ordem de 9% ao ano.
Leia também:
Contrabando de cigarros alimenta a violência islâmica no norte da África
Internautas desaprovam ação francesa no Mali
Atentos a es te movimento de expansão chines a no “continente esquecido”, os EUA e seus
aliados adotaram algumas medidas para recuperar o terreno perdido. Em 2007, além das
costumeiras ações de caridade empreendidas por ONGs dos m ais diversos matizes ou das
tradicionais promessas de financiamentos em troca de compromissos com os valores da
democracia de mercado, surgiria o Africom, o Com ando Militar da África, como fruto de uma
proposta de ação mais incis iva na região.
30 de Janeiro de 2013
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roberto disse:2013-01-30 19:53:14 A Af rica tem agricultura barata. A Af rica tem minerios baratos. E a Africa f ica do lado da China. O
Brasil precisa se industrializar, porque no futuro a Africa ira substituir o Brasil como fornecedor decomodidades
CHABU disse:2013-01-30 19:44:43Quem invadiu o Iraque, a China? E quem está até hoje a ocupar o Afganistão, a China? Por acaso
foram os chineses que mataram mais de 5 milhões de vietnamitas? Foi a China que bombardeou e matoumilhares de líbios para ocupar seu país? Foi a China que bombardeou a Iugoslávia? E Gaza, foi a China queransformou aquele território em campo de concentração? A China mandou recentemente sodados paraocupar o Mali em busca de recursos minerais? Quantos países a República Popular da China já invadiu? Sr.Paulo Gustavo, tudo bem. Você está do lado dos assassinos estadunidenses, manchados de toneladas desangue, eu estou do lado dos Chineses e de todos os povos que sofreram a violência do imperialismo. O Sr está do lado dos colonizadores, eu estou do lado dos que lutam pela soberania e o desenvolvimento. Semproblema.
Seus idealizadores não contavam, contudo, que os países do continente, liderados por Kaddafi,
se recusas sem a fornecer uma sede para o órgão diretamente ligado ao Pentágono. Em
meados de 2009, a então secretária de Estado, Hillary Clinton, visitou sete países (Quênia,
África do Sul, Angola , Congo, Nigéria, Libéria e Cabo Verde), pleiteando um loca l para a
instalação do quartel general do novo Comando. De todos os interlocutores, entre sorrisos
diplomáticos e tilintar de copos, ouviu a mesm a respos ta: não.
Como agora s e sabe, os dias de Kaddafi estavam contados e, coincidência ou não, a morte do
ditador sepultou o discurso pan-africano e os investimentos líbios, como a aquisição em julho
de 2010 de um satélite de comunicações pela União Africana, financiado em grande parte pelo
Fundo Soberano da Líbia. Rapidamente após a morte do ditador as consultorias militares,
treinamentos e ações humanitárias prestadas por homens uniformizados se espalharam por
países como Djibuti, Uganda, Somália, Sudão do Sul, Argélia, Quênia, Etiópia e Congo. O
Africom, que se movia com dificu ldade no continente, tem agora atuação des tacada no
combate ao terrorismo, às calamidades humanitárias, etc., etc.
Nesta queda de braço em nome da dem ocracia e da liberdade, 30 mil chineses fugiram às
pressa s da Líbia em 2011, e a China, além de perder seus investimentos, deixou de ter acesso
à maior reserva de petróleo do continente, precisará recomeçar do zero, observando de longe o
progresso das empresas dos países que apoiaram a queda do antigo ditador. Ass im como
outros emergentes, registre-se.
A última volta do parafuso também envolve as operações na região do Saara, onde a França do
socialis ta François Hollande revive suas experiências coloniais em nome da defesa da
civilização ocidental. O governo norte-americano m antém conversas be m adiantadas com o
governo do Níger, rico em urânio, para a instalação de uma bas e de drones (aviões não-tripulados) no país vizinho ao Mali, com o aleg ado objetivo de m onitorar possíveis ações
terroristas.
Vale a pena des tacar que toda aquela região do Saara vem s e revelando rica, não só em
urânio, mas também em petróleo, maganês, bauxita e o nada desprezível diamante. O
“continente esquecido” como um todo produz hoje mais de 8 milhões d e barris de petróleo por
dia. Uma produção equiparável à Arábia Saudita. O Congo sozinho possui 80% das reservas
mundiais de cobalto, fundamental para a indústria eletrônica. As res ervas de gás natural na
região do chifre africano se revelam a cada dia mais prom issoras e os chamados metais
raros, fundamentais para a indús tria de ponta, também apresentam res ervas nada
desprezíveis na região subsaariana.
Com pouco mais de cem anos d e diferença, a África revive hoje a corrida das potências
coloniais do final do século XIX. À época, dizia-se que o fardo do hom em branco era levar a
civilização aos “povos atrasados ”; em troca, explorava-se aquilo que a economia do período
demandava. Atualmente, a guerra ao terror e os enxovalhados valores humanitários disfarçam
muito mal aquilo que os números es cancaram à luz do dia.
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30/01/13 A nova corrida pela África | Carta Capital
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O que realmente os franceses desejam em um país com um dos m enores IDHs do m undo? A paz ou osminérios?
Total de Votos: 2.499
serviços (82%, 2.054 Votes)
Foi ruim. Quem vai pagar a conta agora é o Tesouro.Melhor seria se o dinheiro para o programa foss einvestido para a saúde e a educação (18%, 445Votes)
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