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Estudo sobre a pedra e suas aplicações.
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A...R...B...L...S... FÉ, ALEGRIA E TRIUNFO – 2.097 Federada ao GOB – Jurisdicionada ao GOB/PR Rito Adonhiramita – Sessões: quartas-feiras – 20h
À Glória do Grande Arquiteto do Universo
Peça de Arquitetura
Apresentação em 29 de julho de 2015
A Pedra e suas aplicações
Alison Paulo Ferreira, A...M... (Giovanni di Pietro di Bernardone)
1. INTRODUÇÃO
Para os iniciados na Maçonaria, a apresentação de um trabalho em loja, é de
valor imensurável, pois permite a pesquisa e a comparação entre obras de autores
diferentes, garantindo o aprendizado e o progresso nos augustos mistérios da
ordem.
O tema escolhido é de suma importância haja vista sua aplicabilidade na
maçonaria simbólica, pois desde as mais antigas civilizações já se faziam menções
sobre as pedras, que ao longo do tempo foram utilizadas das mais diversas
maneiras, como forma de expor o pensamento humano, tanto a nível religioso como
filosófico.
Segundo Castellani (1990), a pedra bruta, é retratada da seguinte maneira:
A pedra bruta é a pedra de cantaria, que é uma pedra própria para ser esquadrejada e usada nas construções, já que só a pedra esquadrejada cúbica ou em forma de paralelepípedo - é que encaixa perfeitamente nas construções sem deixar vãos. Os homens que nela trabalhavam eram os canteiros, ou esquadrejadores da pedra, os quais a transformavam na pedra cúbica. Daí os dos símbolos em Loja, já que praticamente tudo o que fazemos hoje, tem sua origem nas organizações dos franco-maçons de ofício, ou operativos, como a dos canteiros.
Assim, objetivo deste trabalho é apresentar a simbologia das pedras as quais
encontram-se presentes em várias civilizações e nas mais diversas épocas, e sua
aplicação na formação dos maçons.
2. DESENVOLVIMENTO
2.1 A PEDRA E SUA INFLUÊNCIA NA HUMANIDADE
Segundo Ferreira (2010), define-se pedra como sendo uma substância dura e
compacta que forma as rochas, ou ainda, um pedaço de uma substância sólida e
dura. Por analogia, a pedra torna-se uma das bases principais dos princípios
maçônicos, simbolizando as obras morais e os meios inteligentes empregados para
desenvolvê-las ou aperfeiçoá-las. Assim, para a maçonaria, uma pedra deve ser
dura como o granito, pois é pedra do nosso alicerce moral e espiritual.
Desde a sua criação, a pedra sempre esteve vinculada com a humanidade.
Para os homens das cavernas, por exemplo, foi uma grande aliada, pois foi utilizada
para várias finalidades, como ferramenta de caça ou de proteção. Com o passar do
tempo, o homem evoluiu de forma a dominar várias técnicas as quais tornaram-se
vitais para a sua sobrevivência. No aspecto religioso, as pedras tem um valor
espiritual, pois foram utilizadas para representar seus deuses. De simples pedras
não talhadas, gradativamente os homens foram utilizando pilares lavrados e depois
colunas talhadas esculturalmente segundo a semelhança de animais ou homens
destinados a tornaram-se objetivos de reverência e culto como a representação de
deuses, que por sua solidez e durabilidade, servia para sugerir o poder e a
estabilidade de uma divindade (LOMAS, 2014).
As pedras foram utilizadas em cultos em todas as regiões da terra e entre
quase todos os povos. Na Bíblia Cristã, temos várias citações às pedras, conforme
exemplos abaixo:
a) Gênesis, capítulo 28, versículo 18:
Na manhã seguinte, Jacó pegou a pedra que tinha usado como travesseiro, colocou-a em pé como coluna e derramou óleo sobre o seu topo.
b) Salmos, capítulo 118, versículo 22:
A pedra que os construtores rejeitaramtornou-se a pedra angular.
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c) Mateus, capítulo 21, versículo 44:
Aquele que cair sobre esta pedra será despedaçado, e aquele sobre quem ela cair será reduzido a pó.
No judaísmo, no livro Talmúdico Yoma, existe a velha lenda sobre o depósito
de pedra de fundação, que afirma-se que ela tinha sobre si o nome sagrado de Deus
gravado na forma de uma sigla: G.A.O.T.U, que significa Grande Arquiteto do
Universo. Antigos rabinos hebraicos, acreditavam que uma alma humana, podia,
após a morte não só renascer num corpo humano, mas também, em virtude dos
seus pecados, retornar num corpo de animal ou até mesmo aprisionado numa
pedra.
Na Grécia antiga, os gregos tinham por hábito erguer colunas de pedras
consagradas diante de seus templos e ginásios. Já no mundo árabe, na cidade
Meca, encontra-se a pedra mais importante para o mundo islâmico: a pedra preta.
Acredita-se que seja uma pedra meteórica, com aproximadamente sete polegadas
de comprimento e de formato oval.
Esses foram alguns dos mais variados exemplos que existem, da relação
entre o homem e a pedra, presente na cultura religiosa que é a mais antiga forma de
manifestação na vida humana. Assim, para a maçonaria, as pedra tem um valor
importante, pois a própria origem da maçonaria esta ligada a ela, dado as várias
associações de construtores envolvidos durante a idade média.
2.2 A PEDRA E SUA INFLUÊNCIA NA MAÇONARIA
A Pedra Bruta é o início da grande transformação a ser feita no espírito do
maçom. Toda Loja Maçônica possui, entre seus emblemas, uma Pedra Bruta, que
fica ao lado do Altar do Segundo Vigilante, e uma Pedra Cúbica, posicionada ao
junto ao altar do Primeiro Vigilante. A primeira, cheia de arestas e reentrâncias, não
possuindo uma forma definida, representa as agruras e asperezas do mundo
profano que com suas incompreensões e dificuldades não se justapõem com os
ideais da maçonaria.
A Pedra Bruta simboliza o homem profano, cheio de preocupações, de
interesses, de egoísmo. Nada adianta tentar o burilamento desta pedra, se não
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conhecermos a fundo nossas imperfeições. Para tanto devemos mergulhar no nosso
interior, e dali, ao regressarmos, tudo fazer para nosso aperfeiçoamento, quebrando
assim as arestas de nossa pedra.
O Aprendiz trabalha no desbaste da Pedra Bruta, porém, sem saber ou
conhecer seus defeitos, sem a vontade de corrigi-los nada adiantará. A Maçonaria,
em seus ensinamentos, indica o caminho, mostra em seus diversos símbolos, como
ajudar na lapidação. Todas as ferramentas de uma Oficina Maçônica tem o seu lado
simbólico voltado para o aperfeiçoamento intelectual e moral do homem. Cabe a ele
saber manejar estes instrumentos, aprofundando-se nos símbolos.
Segundo Boucher (2008), a Pedra Bruta simboliza as imperfeições do espírito
e do coração que o maçom deve se esforçar para corrigir, salientado ainda que:
O Aprendiz, pela Iniciação Maçônica, que é um novo Nascimento reencontra o estado da natureza; ele se liberta de tudo o que a Sociedade lhe proporcionou de artificial e de mau, e reencontra tudo o que ela lhe tirou de espontâneo e de bom. Ele reencontra a “Liberdade de Pensamento” e, com os “Instrumentos” que lhe são fornecidos, desbastará ele próprio a “sua pedra” e conseguirá torná-la perfeita, imprimindo-lhe um caráter de personalidade que será seu e único.
Segundo Mackevicius, à medida que galgamos novos degraus na escada de
Jacó, veremos que nossas imperfeições vão aparecendo, e assim é que, sempre
devemos voltar ao grau de Aprendiz e rever esta Pedra Bruta, para tentarmos
sempre, atingir a perfeição da Pedra Cúbica.
A Pedra Bruta corresponde à matéria-prima dos Hermetistas, simbolizando a
personalidade rude do Aprendiz cujas arestas deverá aplanar, e a quem cabe
disciplinar-educar, e subordinar a própria vontade.
Nos Templos Maçônicos Simbólicos, uma Pedra Bruta significativa sempre
deve estar postada bem próximo à Coluna J.
A tarefa do Aprendiz consiste em trabalhar e estudar, para adquirir o
conhecimento do Simbolismo e da respectiva interpretação filosófica, sendo
designado ao trabalho de desbastar sua Pedra Bruta até torná-la um cubo – ainda
que imperfeito.
Um maçom que deseja elevar-se às alturas de seu ser, primeiro deve
despedaçar sua própria natureza e inclinações inferiores. Deve aperfeiçoar sua
conduta, lutando contra suas inclinações naturais. O maçom recebe ferramentas
espirituais para trabalhar a pedra bruta de sua natureza no cubo perfeito de uma
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alma esclarecida, e o cubo tem um segredo, de modo que, quando revelado, ele
denota e toma a forma da cruz, feita de quatro ângulos retos ou quadrados.
3. CONCLUSÃO
O valor espiritual inspirado nas pedras, desde as épocas remotas, nos traz
ensinamentos que o homem e o maçom precisam internalizar, a fim de melhorar sua
própria vida, para colaborar na construção de uma sociedade centrada na retidão de
caráter e nos bons costumes. Assim, é necessário buscar incessantemente o
aprimoramento individual e coletivo, quer nos trabalhos das oficinas, nos encontros
fraternos entre Irmãos, nas ocupações do mundo profano, visando única e
exclusivamente o bem comum da sociedade.
Além de tudo o que foi exposto, a Pedra Bruta na maçonaria representa o
próprio maçom iniciado, imperfeito de sentimentos, atitudes, o qual o maçom deve
aprimorar, corrigir, através de muito trabalho, visando a perfeição.
O maçom realiza seus trabalhos, buscando desbastar e esquadrejar a Pedra
Bruta, fazendo com que sejam extraídos os defeitos e imperfeições da vida profana,
destruindo os vícios.
O Aprendiz ao iniciar seus trabalhos em desbastar a Pedra Bruta, vai contar
com dois instrumentos indispensáveis em seus trabalhos, sendo o Maço, uma
espécie de martelo de madeira, simbolizando o combate a imperfeições do espírito,
e Cinzel, cortante em parte das extremidades, agindo sob a ação do maço,
representando o esforço para se gravar virtudes que enobrecem o espírito do
maçom.
Atingindo o desbaste da Pedra Bruta, o aprendiz inicia a vitória, descobrindo
seus defeitos, fraquezas, vícios, fazendo com que o Aprendiz Maçom passe a
construir um caráter virtuoso, ajuste suas condutas, aperfeiçoando sua moral que é
a base fundamental para buscar a perfeição, sempre prezando pelos princípios
Maçônicos.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOUCHER, J. A Simbólica Maçônica. Editora Pensamento. São Paulo, 2008.
D’ELIA JUNIOR, R. Maçonaria, Simbolismo e Tradição. São Paulo, 2011.
FERREIRA, A. B. H. Dicionário Aurélio. 8ª ed. Editora Positivo, 2010.
LOMAS, R. O poder secreto dos símbolos maçônicos. 1ª ed. Editora Madras, São Paulo, 2014.
CASTELLANI, J. Liturgia e Ritualística do Grau de Aprendiz. 1ª ed. Editora A Gazeta Maçônica, São Paulo, 1990.
MACKEVICIUS, P. F. Compilação: Maçonaria Adonhiramita - Aprendiz Maçom.
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