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A pesca no estuário do Sado e o Golfinho-roaz
Os ecossistemas aquáticos podem ser pequenos, como as lagoas, ou vastos, como o oceano. Existem ecossistemas
aquáticos continentais (rios, lagos ou lagoas), marinhos e costeiros. Mas já pensaste na zona de transição de um rio
para o mar? Nessa zona ocorre uma mistura entre a água doce do rio e a água salgada do oceano. A esta zona de
transição chamamos estuário. Um estuário sofre a influência das marés, mas também das descargas de água doce
oriundas de terra.
Há várias formas de estuários, determinadas não só pela forma e geologia da costa, mas também pelas características
do rio e do oceano que ali se encontram (ex: baías, deltas, rias). Por exemplo, o estuário do rio Douro tem a forma de
canal, enquanto que o do rio Tejo é muito mais largo. Existem diversos habitats estuarinos, como os sapais nas zonas
temperadas e os mangais nas zonas tropicais.
Os estuários são geralmente regiões com muito alimento, devido aos nutrientes transportados pelas águas que vêm
de terra. Assim, várias espécies aquáticas encontram aqui ótimas condições para o seu desenvolvimento e crescimento. Muitos dos peixes e marisco mais apreciados em Portugal, como o linguado, o robalo ou o choco,
desovam, alimentam-se ou refugiam-se, quer ocasionalmente, quer quando juvenis, em estuários.
Os estuários têm diversos usos para o Homem, como a pesca comercial e recreativa, o transporte marítimo, o lazer, o turismo. Nem sempre os usos dos estuários pelo Homem são compatíveis com a sua conservação e com a sua
continuada utilização no futuro. Alguns dos principais problemas são a poluição dos estuários pela indústria, agricultura
e esgotos domésticos e a construção desordenada nas margens dos estuários. Outra fonte de conflito entre os
interesses das populações humanas e a conservação dos ecossistemas estuarinos pode ser a competição pelos
recursos. Pode existir um interesse do Homem na pesca de espécies que tenham um papel importante na cadeia
alimentar do ecossistema e que, por isso, ponham em perigo a conservação de outras espécies delas dependentes.
Autores: Marina Laborde e Rita Gamito (Centro de Oceanografia da Faculdade Ciências da Universidade de Lisboa)