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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ Curso: Ciências Sociais Disciplina: Política Educacional Professora: Dra. Marilza Sales Costa Diretora: Rosa Brigida Arraiz da Silva Escola: Núcleo De Educação Infantil Arco-Íris. Alunos: Jéssica Borges; Karolline Silva; Kézia Vieira; Larissa Wanzeller; Letícia Costa; Leidyanne Carvalho; Patrícia Cristina. Campus I Relatório de campo apresentado à disciplina Política Educacional, como requisito parcial obrigatório para conclusão do Curso em Ciências Sociais – UNIFESSPA – Orientada pela Profª. Dra. Marilza Sales Costa.

A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ

Curso: Ciências Sociais

Disciplina: Política Educacional

Professora: Dra. Marilza Sales Costa

Diretora: Rosa Brigida Arraiz da Silva

Escola: Núcleo De Educação Infantil Arco-Íris.

Alunos: Jéssica Borges; Karolline Silva; Kézia Vieira; Larissa Wanzeller; Letícia Costa;

Leidyanne Carvalho; Patrícia Cristina.

Campus I

Relatório de campo apresentado à disciplina Política Educacional, como requisito parcial obrigatório para conclusão do Curso em Ciências Sociais – UNIFESSPA – Orientada pela Profª. Dra. Marilza Sales Costa.

Marabá

Junho/2015

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.........................................................................................................................3

1.A POLITICA EDUCACIONAL NO BRASIL: DA COLÔNIA A NOVA REPUBLICA.....................................................................................................................................................6

1.1 VISÕES HISTÓRICAS........................................................................................................6

1.2 LEIS E REFORMAS EDUCACIONAIS NO PAÍS: PERÍODO REPUBLICANO............9

2.CONTEXTUALIZANDO O “LOCUS DE PESQUISA”.................................................14

2.1. MUNICÍPIO DE MARABÁ- PA (MAPA DA CIDADE E LOCALIZAÇÃO DAS ESCOLAS)...............................................................................................................................14

2.2. HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA NEI: NÚCLEO DE EDUCAÇÃO INFANTIL ARCO- ÍRIS..........................................................................................................16

3.RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO..................................................................23

3.1 ESPAÇOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS E O MODELO ORGANIZACIONAL, PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PROCESSO DECISIONAL....................................23

3.2 ENTREVISTA COM A DIRETORA.................................................................................26

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..................................................................................32

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INTRODUÇÃO

O papel da escola na sociedade remete à formação do indivíduo para ser um cidadão.

Atualmente a escola como instituição assume vários papéis como a promoção do

desenvolvimento do aluno, buscando a preparação desse aluno para sociedade e sua

qualificação para o mercado de trabalho. A escola em contribuição com as outras esferas da

sociedade tem como objetivo possibilitar ao indivíduo tornar-se livre, consciente e apto a

realizar sua função na sociedade. Para que tenha ferramentas que auxiliem no seu direito de

questionar, refletir, solucionar os problemas do quotidiano enquanto ser social. Como está

certificado na LDB 9.394/96 “Art. 2º. A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos

princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno

desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação

para o trabalho”. Como afirma Rodrigues:

Toda atividade educativa é política. Não é exigido um grande esforço intelectual para que compreendamos que, assumida a função da educação escolar como a de preparar o educando para o pleno exercício da cidadania, toda a atividade educativa se encontra umbilicalmente comprometida com uma função política. (RODRIGUES, 1991, p. 34)

No entanto, algumas brechas deixadas pelas leis educacionais que regem a educação

no Brasil devem ser providas pelas ações do Estado através de políticas públicas

educacionais. Tendo como objetivo extinguir as desigualdades, e a discriminação de grupos

sociais marginalizados. Sendo a escola (...) aquela que compreende e permite o conflito, e que

é capaz de administrá-lo. (RODRIGUES, 1991).

Na disciplina “Política Educacional” ministrada pela profª Drª Marilza Brito, no 1ª

semestre de 2015, visitamos algumas escolas do município de Marabá-Pa. Abrangendo todos

os níveis educacionais, como a educação infantil, no Núcleo Educacional Infantil Arco-íris, o

nível fundamental na escola municipal Judith Gomes Leitão, e o nível médio, na escola

estadual Acir Barros. Com o objetivo de entender como funciona a gestão dessas escolas, a

estrutura física, o projeto político pedagógico, dentre outros fatores relevantes para o

funcionamento das instituições. Neste relatório será relatada a visita feita no Núcleo de

Educação Infantil Arco Íris. Segundo a LDB 9.934/96, a educação infantil:

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Art. 29º. A educação infantil, primeira etapa da educação básica, tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade. (LDB, 1996, p. 12)

A ampliação da educação infantil no mundo e no país tem acontecido rapidamente nos

últimos anos, seguindo a expansão da área urbana e da inserção das mulheres no mercado de

trabalho. Assim como, a conscientização da sociedade a respeito da importância da educação

na fase inicial da infância, de 0 a 6 anos, o que leva a aumentar a procura de educação

institucional. “O atendimento institucional à criança pequena (...) apresenta ao longo de sua

história concepções bastante divergentes sobre sua finalidade social. Grande parte dessas

instituições nasceram com o objetivo de atender exclusivamente às crianças de baixa renda.”

(MEC/SEF, 1998). Assim, é preciso mudar essa percepção de assistencialismo, admitindo as

particularidades da educação infantil, reconsiderando as visões sobre implicações das classes

sociais e o dever do Estado em relação às crianças.

A instituição da educação infantil deve tornar acessível a todas as crianças que frequentam, indiscriminadamente, elementos da cultura que enriquecem o seu desenvolvimento e inserção social. Cumpre um papel socializador, propiciando o desenvolvimento da identidade das crianças, por meio de aprendizagens diversificadas, realizadas em situações de interação, (MEC, SEF, 1998, p. 23)

A estrutura escolar também é de grande importância, pois, não é feita apenas de

professores e alunos, mas sim de complexos processos educacionais. Como equipamentos

materiais, financeiros, há também a presença de supervisores, coordenadores, assim como a

infraestrutura física da escola possui grande importância para o corpo discente, uma vez que

será cenário diário de estudos, discussões, debates, reflexões, convívios sociais e lazer.

A estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, a qualidade e adequação dos mesmos são elementos essenciais de um projeto educativo. Espaço físico, materiais, brinquedos, instrumentos sonoros e mobiliários não devem ser visto como elementos passivos, mas como componentes ativos do processo educacional que refletem na concepção de educação assumida pela instituição. Constituem-se em poderosos auxiliadores da aprendizagem. Sua presença desponta como um dos indicadores importantes para a definição de práticas educativas de qualidade em instituição de educação infantil. (MEC/SEF, 1998, p. 68).

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Assim como a presença da família e a comunidade em geral é importante em todos os

níveis da educação escolar, a relação escola-comunidade é necessária incluindo nas atividades

escolares as características socioculturais da comunidade. Conhecendo bem o espaço além-

escola para possibilitar a criação de estratégias que abranjam as diversidades existentes nos

grupos sociais que escola acolhe através das crianças. “Que a escola possa ser um centro de

debates, de discussão, de ampliação dos valores da própria cultura, da própria civilização e do

grupo social a que ela atende, permitindo assim, uma interação cultural (...).” (RODRIGUES,

1991)

Por fim, este relatório está divido em três capítulos; no primeiro capítulo será feita

exposto o histórico da educação escolar no Brasil, como teve seu início como está hoje e os

seus desafios. Além de um resgate histórico sobre as leis e reformas educacionais que

ocorreram no Brasil; No capítulo dois, será abordado o espaço e o histórico onde a escola está

inserida, uma apresentação sobre o município de Marabá-PA e o histórico e da escola na

região. Para então, no capítulo três, apresentarmos os resultados obtidos com a visita no

Núcleo de Eucação Infantil Arco-íris, sobre a estrutura física da escola, os processos

pedagógicos, o modelo de organização da instituição, além das entrevistas com o a diretora da

escola a pedagoga, Rosa Brigida Arraiz da Silva e os demais atores sociais, além da exposição

de fotografias no decorrer do trabalho.

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1.A POLITICA EDUCACIONAL NO BRASIL: DA COLÔNIA A NOVA REPUBLICA

1.1 VISÕES HISTÓRICAS

O início do processo educacional no território brasileiro está vinculado à necessidade

de colonização determinada por Portugal, pois a vida econômica do país utilizava-se das

atividades das colônias. A história da educação no Brasil começa com a chegada dos

primeiros jesuítas, quando com ordens de D. João III, Tomé de Souza o Governador-Geral da

colônia, veio para o Brasil com seis jesuítas da Companhia de Jesus, com o intuito de educar e

evangelizar nos moldes católicos os habitantes da colônia. Mas alimentar e vestir os indígenas

custava caro para os jesuítas, por isso, de acordo com Nascimento (2006) havia dois modelos

de instrução: um para os indígenas, centrado na leitura, escrita e algumas operações, e outro

para os filhos dos colonos, consistindo num ensino mais intelectualizado. E da mesma forma

também segundo Leiria (2012) havia uma diferença na educação entre os sexos:

Os meninos frequentavam a escola em um turno, em que lhes era repassada a instrução moral e religiosa, as artes de ler, escrever e contar, bem como, os elementos de pesos e medidas nacionais. Já, as meninas frequentavam a escola em outro turno e tinham cursos de costura, bordado e outros conhecimentos que auxiliasse a economia doméstica. (LEIRIA, 2012, p. 3).

Em 1550 inauguram-se as primeiras escolas jesuíticas e logo depois as missões, ambas

com o projeto catequizador, para através da religião, os índios serem introduzidos na cultura

europeia, além dos índios, os filhos dos colonos também foram inseridos no projeto, visto que

os missionários eram os únicos educadores oficiais na colônia, "a Igreja ajudou a enorme

massa de desprovidos de bens materiais a pensar como o desejavam os donos do poder, e não

como requeria a sua condição material no processo produtivo." (Nascimento, 2006).

As administrações brasileiras durante quase três séculos não empreenderam ações rumo à escolarização do povo e só na terceira década do século XIX surgirá algum empenho neste sentido. “De 1834 a 1934, assiste-se no Brasil a uma lenta, mas contínua democratização do acesso à escola pública básica nas redes estaduais e [...] nas municipais” (LEÃO, 2005, P. 02 apud MONLEVADE; SILVA; SILVA, 2000, P.15).

A educação jesuíta atendia os interesses da fé o que já não era mais interessante ao

Estado, pois era preciso organizar a escola para atender seus interesses. Assim os jesuítas são

expulsos da colônia em 1759 pelo Marquês de Pombal, a partir de então inicia-se um processo

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de modernização do país com o objetivo de criar um sistema educacional laico com preceitos

iluministas.

Após 210 anos de serviços educacionais prestados ao Brasil, os jesuítas foram banidos porque a educação jesuítica não coadunava com os interesses comerciais do Marquês de Pombal. Portugal estava decadente em relação a outras potências européias, e o Marquês pretendia reerguer o país, colocando as escolas a serviço do Estado e não mais da fé. Com o desmantelamento do sistema jesuítico, a educação brasileira praticamente voltou à estaca zero no início do século XIX. (NASACIMENTO, 2006, P. 14).

No século XVIII, a política educacional pública delineava-se como meio de tornar a

elite colonial brasileira capaz de atingir os níveis de eficiência desejáveis na articulação das

atividades internas compatíveis com os interesses portugueses, assim, a instrução era

ministrada de forma assistemática, limitada e sem profissionais qualificados por mais de

quarenta anos. Em 1808 com a vinda da família real para o Brasil a educação toma novos

moldes para atender as necessidades do império.

Dom João investiu no ensino técnico e superior, com a criação da Academia Militar e Academia da Marinha, mas a educação do povo, com ensinos primário e médio foi deixado de lado. Neste período, mais uma vez os interesses do estado estava em primeiro plano, pois com esses investimentos a defesa do reino ficou garantida. Pouco foi feito no período colonial para atender a população. (LEÃO, 2005, P. 03).

Assim conforme nos fornece Nascimento (2006), o Brasil precisava de pessoal

qualificado tecnicamente para o exercício de algumas profissões, assim nascia no país a

tendência de ensino superior e o ensino secundário organizado em aulas régias com conteúdos

diversificados integrava-se aos programas estabelecidos à época dos jesuítas, o ensino

primário restringia-se ao nível técnico - instrumental - ler e escrever- sendo visto não apenas

como preparação para a etapa secundária, mas como qualificação para o exercício de

pequenos cargos burocráticos. Com a criação da primeira constituição em 1824 estabelece-se

que "a instrução primária é gratuita a todos os cidadãos" (art. 179, § 32). A segunda referência

diz respeito aos "Colégios e universidades, onde serão ensinados os elementos das ciências,

belas letras e artes" (art. 179, § 33) (Vieira, 2007).

As Escolas de Primeiras Letras, deveriam ensinar a leitura , a escrita , as quatro operações de cálculos , as noções mais gerais de geometria pratica , a gramática portuguesa e as doutrinas católicas. O método de ensino deveria

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ser o Lancaster e Bell, ou seja, o da monitoria ou ensino mutuo, aplicado na Inglaterra para atender as exigências da expansão rápida do ensino publico elementar, entretanto, aqui no país ao contrario da Inglaterra, esse método serviu apenas num fator a mais para a fragilização em termos de qualidade, do ensino publico elementar implantado no período. (NASCIIMENTO, 2006, P. 14)

Nesse mesmo período na Europa inicia-se a revolução industrial, na qual as pessoas

precisam de qualificação profissional e enquanto a Europa caminhava para a modernidade o

Brasil estava em passos lentos para a construção de imprensas e livrarias. Para o ensino na

colônia, foi implantado as Aulas Regias, que eram aulas avulsas, sustentadas por um novo

imposto colonial, o “subsidio literário”. Tais aulas deveriam suprir as disciplinas antes

oferecidas nos extintos Colégios, e através dela, aquela mesma reduzida parcela da população

colonial continuava se preparando para os estudos posteriores na Europa. Criaram-se também

os primeiros cursos superiores, com a formação de oficiais e engenheiros, médicos e a difusão

das ideais políticas entre as elites do país.

Até final do século XIX, mais de 70% da população brasileira era analfabeta. Segundo Lajolo (2002), os anos vizinhos da proclamação da república foram marcados por discussões sobre educação sendo a alfabetização e a difusão da leitura, bandeiras de todos os movimentos que então agitavam a cena política brasileira. (LEIRIA, 2012, p, 6).

No período posterior à emancipação política do Brasil e à constituição do Império

Brasileiro estabelecia-se a primeira e única lei acerca da educação elementar a perdurar até

1946, Lei de 15/10/1827.

D. João VI volta a Portugal em 1821 e, no ano seguinte, seu filho D. Pedro I proclama a Independência do Brasil. Em 1824, é outorgada a primeira constituição brasileira na qual constava que a “instrução primária é gratuita para todos os cidadãos”. Conforme Vilela (2011), para tentar suprir a falta de professores nesse período, institui-se o Método Lancaster, pelo qual um aluno treinado ensinava um grupo de 10 alunos sob a vigilância de um inspetor. Em 1826, um Decreto institui quatro graus de instrução: Pedagogias (escolas primárias), Liceus, Ginásios e Academias. Em 1827, um projeto de lei propõe a criação de pedagogias em todas as cidades e vilas, além de prever o exame na seleção de professores, para nomeação. Propunha ainda a abertura de escolas para meninas. (LEIRIA, 2012, P 5).

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A realidade econômica, política e social após a independência, que não sofreria

profundas transformações até o final do império, explica esse desajuste entre o discurso e a

pratica e a surpreendente omissão do poder central em relação à instrução popular.

A complexidade do aparelho do Estado, no Segundo Reinado e posteriormente na Implantação da Republica Federativa, multiplicou os cargos públicos, o que caracteriza o crescimento das empresas comerciais, acarretando num aumento considerável na demanda de letrados. Produz–se então a chamada “nobreza escolar”, perfil composto por bacharéis em Direito, engenharia e Medicina, que permaneceria inalterado por quase dos séculos da historia.( LEÃO, 2005, 5)

Nos anos de 1824 começa no país uma crescente na educação privada do ensino

secundário, essa realidade e parte da falta de liceus públicos e por causa da necessidade de

ascensão nas universidades, pois o acesso às universidades eram extremamente concorridos.

Em 1837, com a criação do Colégio Pedro II, busca-se um estabelecimento modelo de estudos secundários com freqüência livre, matrículas avulsas e exames finais por disciplina. Porém, em 1888, com o reconhecimento dos graus conferidos pelos liceus provinciais aboliu-se as matrículas avulsas, os exames vagos e a freqüência livre no Colégio Pedro II, o primeiro passo para a instrução a nível nacional. Em 1850, Couto Ferraz, reformulou o ensino superior na corte, mas apesar das iniciativas de alguns teóricos o ensino continuava precário e sem uma política educacional de qualidade, pois beneficiava uma pequena parte da população. Fez-se necessário a instalação do ensino técnico, devido as mudanças que estavam acontecendo na economia e com isso o ensino secundário passa ao controle direto da união. A instrução primária, profissional e o ensino normal passaram a ser de competência dos estados. Na República surge um novo perfil educacional, voltado para o ensino industrial, com a criação de leis, decretos e atos institucionais, do ensino primário até o universitário. (Vieira, 2007, P. 301).

1.2 LEIS E REFORMAS EDUCACIONAIS NO PAÍS: PERÍODO REPUBLICANO.

Com a transição do império para a republica, tem-se a necessidade de novos projetos

para a educação, assim a “constituição de 1891 apresenta maiores dispositivos no âmbito

educacional o ensino superior e os demais serviços que na capital forem reservados para o

Governo da União (art. 34, inciso 30)” (Vieira, 2007) e também criar “instituições de ensino

superior e secundário nos Estados e prover à instrução primária e secundária no Distrito

Federal (art. 35, incisos 2º, 3º e 4º)” (Vieira, 2007).

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Em 1924 surge no país uma necessidade de uma nova politica educacional, na

constituição de 1934 mantem-se alguns aspectos do sistema educacional anterior e o ensino

religioso volta, mas como facultativo, é a primeira a dedicar espaço significativo à educação,

com 17 artigos, 11 dos quais em “capítulo específico sobre o tema (cap. II, arts. 148 a 158)”

(Vieira, 2007) a nova constituição traz também a separação entre Estado e Igreja com o

ensino laico “e a exigência de concurso público como forma de ingresso ao magistério oficial

(art. 158)” (Vieira, 2007). Nasce nesse período a Associação Brasileira De Educação (ABE),

com o objetivo de criar uma linha de diretrizes curriculares e no ano seguinte Joao Luiz Alves

institui o nível de seriação e aprovações.

É na década de 1930 que surge a idéia de plano no âmbito educacional brasileiro, que segundo Saviani (2002, p.72), “provavelmente a sua primeira manifestação explícita nos é dada pelo Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova, lançado em 1932”. Esse “Manifesto” fez um diagnóstico da educação pública brasileira e mostrou o imperativo de se criar um sistema de organização escolar que estivesse de acordo com as necessidades do país, aproximando a idéia de Plano de Educação relacionado com o pensamento de sistema educacional organizado de forma racionalista (lógica), com o conjunto de atividades educativas coerente e eficaz para uma determinada sociedade. (SILVIA;SILVIA, 2006, P. 22).

Cinco anos depois em 1930 cria-se o ministério da educação, período em que o estado

começa a organizar a educação pelo país, lembrando que a década de 30 é o ponto de

referencia pra a entrada do Brasil no sistema capitalista.

A Constituição Brasileira de 1934 recebeu influência desses primeiros movimentos, ligada ao conceito de Plano, interpretada como um mero método de introdução no campo da educação e da racionalidade científica. No artigo 150 (publicado em 1934), alínea “a” estabeleceu-se como competência da União “fixar o plano nacional de educação, compreensivo do ensino de todos os graus e ramos, comuns e especializados, coordenar e fiscalizar a sua execução, em todo o território do país” (SAVIANI 2002, op.cit. p.73). Nesta mesma Constituição também se previa um Conselho Nacional de Educação, tendo como principal função elaborar o Plano Nacional de Educação, cujo documento foi formulado pelos conselheiros em 1937. Entretanto, com o advento do Estado Novo, nesse mesmo ano, esse documento acabou por ser deixado de lado. Freitag (1979, p.50), coloca que “a política educacional do Estado Novo não se limita à simples legislação e sua implantação. Essa política visa, acima de tudo, transformar o sistema educacional em um instrumento mais eficaz de manipulação das classes subalternas”. (SILVA; SILVA, 2006, P. 22)

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O novo sistema precisaria de mão de obra qualificada, e por isso exigia-se novos

rumos para a educação brasileira até então voltada apenas para a elite.

Em 1934, a nova constituição (a segunda da República) dispõe, pela primeira vez, que a educação é direito de todos, devendo ser ministrada pela família e pelos poderes públicos. Uma nova constituição é outorgada em 1937, na qual fica explícita a orientação político-educacional para o mundo capitalista, sugerindo a preparação de um maior contingente de mão-de-obra para as novas atividades abertas pelo mercado. Mantém ainda a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino primário. (LEIRIA, 2012, P. 12)

Com o golpe de 1937 se instaura a ditadura no país, com o poder centralizado nas

mãos do ditador, o ensino primário gratuito e obrigatório continua, mas nessas escolas

institui-se o ensino de trabalhos manuais, e “estabelece o programa de política escolar em

termos de ensino pré-vocacional destinado às classes menos favorecidas como primeiro dever

do Estado em matéria de educação afirmava, ainda no artigo 129, o regime de cooperação

entre a indústria e o Estado.” Leiria 2012. Restringira a gratuidade da educação apenas para

quem provar escassez de recursos. A concepção de politica educacional para o estado novo

está norteada pela educação profissional.

Com a constituição de 1946 instaura-se a volta dos três poderes, nesse período

restringira a gratuidade da educação condicionando-a ao ensino primário. No seguimento da

escolaridade o ensino só seria grátis aos que provassem a falta de recursos (art.168), "O

ensino primário oficial é gratuito para todos: o ensino oficial ulterior ao primário sê-lo-á para

quantos provar falta ou insuficiência de recursos" (art. 168, II)” (Vieira, 2007). Nesse mesmo

ano, “implementar-se-ia a Lei Orgânica do Ensino Industrial de 1942 com o primeiro acordo

financeiro, no âmbito educacional, firmado pelo governo brasileiro e o Banco Mundial para a

construção da Escola Técnica de Curitiba”. Estabelece-se também que a “União deva aplicar

nunca menos de 10% e Estados, Municípios e Distrito Federal, nunca menos de 20% das

receitas resultantes de impostos na "manutenção e desenvolvimento do ensino" (art. 169)”

(Vieira, 2007)

No período do inicio dos anos 60 e 70 tem-se como referencia a primeira Lei de

Diretrizes de Base (LDB) 1961 e segunda LDB 1971, criado sob muitas discursões e pontos

de vistas e o que ficou estabelecido seria que o direito da liberdade de ensino, na qual a

família poderia escolher o melhor tipo de educação para seu filho:

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional foi promulgada em 20 de Dezembro de 1961. Essa Lei faz referência ao Planejamento de Educação,

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estabelecendo que nove décimos das verbas federais seriam destinadas à educação, em parcelas iguais para os três Fundos Nacionais de Educação (Ensino Primário, Ensino Médio e Ensino Superior). O planejamento foi elaborado pelo Conselho Federal de Educação cujo documento de 1962 estabeleceu as normas para a aplicação dos recursos correspondentes aos Fundos de Ensino Primário, do Ensino Médio e do Ensino superior e definiu-se que os recursos Constitucionais vinculados à educação seriam destinados à manutenção e desenvolvimento do sistema público de ensino. (SILVA; SILVA 2006, P. 23).

Agora novamente sob o regime militar e com politica educacional com caráter burguês

e autoritário, com a logica da educação voltada à competitividade e concorrência de mercado,

o lucro aparecendo como resultado da educação publica:

No período que se segue, de 1962 até 1985, o Planejamento Educacional transforma-se num instrumento de racionalidade tecnocrática – concepção tecnicista da educação. Tal planejamento veio, segundo Aranha (1996), prejudicar as escolas públicas, exacerbando a burocratização do ensino com preenchimento de papéis e controle das atividades, além de ignorar as especificidades do processo pedagógico, reduzindo o professor a simples executor de tarefas organizadas no âmbito do planejamento. (SILVIA; SILVIA 2006, P. 23)

A constituição de 1967 “define a competência da União para legislar sobre diretrizes e

bases da educação nacional (art. 8°, XVII, "q")” (Vieira 2007) e são acrescentadas novas

rumos ao plano nacional de educação e alguns princípios são redefinidos:

O ensino primário em língua nacional (Constituição de 1946, art. 168, I, e Constituição de 1967, art. 176, § 3°, I), a obrigatoriedade e a gratuidade do ensino primário (Constituição de 1946, art. 168, I e II, e Constituição de 1967, art. 176, § 3°, II), o ensino religioso, de matrícula facultativa como "disciplina dos horários normais das escolas oficiais de grau primário e médio (Constituição de 1946, art. 168, § 5º, e Constituição de 1967, art. 176, § 3°, V). À noção de educação como "direito de todos", já presente no texto de 1946 (art. 166), a Constituição de 1967 acrescenta "o dever do Estado" (art. 176). (VIEIRA, 2007, P. 302)

Com o termino da ditadura militar e no inicio da nova republica em 1988 e

promulgada a constituição de 1988, está voltado para o dever do Estado para a educação,

sendo direito de estado e da família, algumas constituições já haviam definido isso, mas com a

“constituição cidadã” avançou em relação às outras com o "atendimento ao educando, no

ensino fundamental, através de programas suplementares de material didático-escolar,

transporte, alimentação e assistência à saúde" (art. 208, II, VI e VII, respectivamente) (Vieira,

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2007). A constituição de 1988 mantem a competência da união para "legislar sobre diretrizes

e bases da educação nacional" (art. 22, XXIV) e compartilhada com os Estados, o Distrito

Federal e os Municípios para "proporcionar os meios de acesso à cultura, à educação e à

ciência (art. 23, V)” (Vieira, 2007). E somente na constituição de 1988 que as universidades

ganham autonomia e fica estabelecido que "as universidades gozam de autonomia didático-

científica, administrativa e de gestão financeira e patrimonial, e obedecerão ao princípio de

indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão (art. 207)” (Vieira, 2007). Nesse período

também são estabelecidas o plano nacional de educação e também a universalização de ensino

fundamental, para combater o analfabetismo.

Em sintonia com o momento de abertura política, o espírito do texto é o de uma "Constituição Cidadã" que propõe a incorporação de sujeitos historicamente excluídos do direito à educação, expressa no princípio da "igualdade de condições para o acesso e permanência na escola" (art. 206, I). Outras conquistas asseguradas são: a educação como direito público subjetivo (art. 208, § 1º), o princípio da gestão democrática do ensino público (art. 206, VI), o dever do Estado em prover creche e pré-escola às crianças de 0 a 6 anos de idade (art. 208, IV), a oferta de ensino noturno regular (art. 208, VI), o ensino fundamental obrigatório e gratuito, inclusive aos que a ele não tiveram acesso em idade própria (art. 208, I), o atendimento educacional especializado aos portadores de deficiências (art. 208, III). (VIEIRA, 2007, P. 304).

Depois da aprovação da constituição, em 1996 tem se a promulgação de uma nova

LDB, com os Parâmetros Curriculares Nacionais, baseada nos critérios que regulariza a

educação na também recente constituição de 1988, que traz a educação como um direito de

todos e dever do estado e da família. Da colônia, até hoje, a política educacional é adequada

aos desejos do estado, com a educação jesuítica, que existiu nos primeiros séculos no Brasil,

como forma de atender as necessidades da população e a busca por novas linhas pedagógicas,

não mudou a política educacional brasileira que visa os interesses do estado.

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2.CONTEXTUALIZANDO O “LOCUS DE PESQUISA”

2.1. MUNICÍPIO DE MARABÁ- PA (MAPA DA CIDADE E LOCALIZAÇÃO DAS

ESCOLAS)

Localizada no Sul do Pará, Marabá tem por referência, o ponto de encontro entre

dois grandes rios, Tocantins e Itacaíunas, quando vista de cima o núcleo da velha Marabá tem

o formato de "y". A cidade é composta basicamente por cinco distritos urbanos: Marabá

Pioneira ou Velha Marabá, Cidade Nova, Nova Marabá onde os bairros recebem o nome de

folhas numeradas, São Felix I e II , situados depois da ponte sobreo o Rio Tocantins e Morada

Nova a 20 km de Marabá.

A ocupação da região de Marabá se deu nos fins do século XIX, com a chegada de

imigrantes maranhenses e goianos. O desenvolvimento do município durante um grande

período foi dado pelo extrativismo vegetal, mas com a descoberta da Província Mineral de

Carajás, Marabá se desenvolveu muito rapidamente, tornando-se um município com forte

vocação industrial, agrícola e comercial. Hoje Marabá é interligada por três rodovias ao

território nacional (BR-222, BR-230 e a PA-150), por via aérea, ferroviária e fluvial.

Atualmente o município é o quarto mais populoso do Pará, contando com

aproximadamente 257.062 mil habitantes segundo o IBGE de 01 de julho de 2014, e com o 4º

maior PIB do estado, com 3.593.892.005 mil, o seu IDH é 0,714, sendo considerado médio

pelo PNUD/2000 e sua renda per capita em 2008 era de 17.974,31. É o principal centro

socioeconômico do sudeste paraense e uma das cidades mais dinâmicas do Brasil. Marabá

tem como característica sua grande miscigenação de pessoas e culturas, que faz jus ao

significado popular do seu nome: "filho da mistura". A cidade também é conhecida como

Cidade Poema, pois seu nome foi inspirado no poema Marabá do escritor Gonçalves Dias.

Fato curioso de importância visto pelo grupo ao longo de nossas pesquisas sobre a localização

da região.

Page 15: A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

15

Mapa de Marabá

Fonte:caricatos10.com/category/mapas-ilustrativos.

Marabá ao longo de sua historia passa por diversas mudanças, tais como as

transformações socioeconômicas datadas da década de 60 com a construção da rodovia BR-

010 (Belém-Brasília) durante o governo JK que acabou por diminuir a dependência exclusiva

que Marabá tinha para com Belém. As transações comerciais da região começaram a ser feitas

também por Imperatriz.

A mudança estrutural maior, no entanto, acontece entre 1969 e 1971. Em 1969, com

a abertura da PA-70 (atualmente um trecho da BR-222), Marabá é ligada à Rodovia Belém-

Brasília. A implantação de infraestrutura rodoviária fez parte da estratégia do governo federal

de integrar a região ao resto do país. Entre as décadas de 1990 e 2000, o município de Marabá

e sua região de entorno ficam conhecidos por seus crimes relacionados á questão latifundiária.

Neste período há uma explosão demográfica muito grande nesta região, causada

principalmente pela grande demanda de mão-de-obra, não acompanhadas de políticas estatais

de contenção demográfica e qualificação do trabalhador. Assim, tais dificuldades se dão

também na educação que acaba por não conseguir lidar com um grande numero de migrantes.

O sistema educacional acaba por sofrer as dificuldades refletidas pelo inchaço

populacional. Desta forma, a estrutura física das escolas e o investimento dos governos nas

mesmas não conseguem acompanhar a dinâmica de desenvolvimento do Município, haja vista

que o numero de migrantes é maior a cada ano.

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16

2.2. HISTÓRICO E LOCALIZAÇÃO DA ESCOLA NEI: NÚCLEO DE EDUCAÇÃO

INFANTIL ARCO- ÍRIS

Localizado na Rua Cinco de Abril no núcleo da Marabá Pioneira o N.E. I (Núcleo de

Educação Infantil Arco-Íris) anteriormente conhecido como Club de Mães, nome este devido

ao fato de que as mães da vizinhança ao que mais tarde seria o Núcleo de Educação Infantil

Arco-íris reuniam-se e tinham uma proposta de formar uma creche “creche Marabá” que teve

em 1980 a fundação do N.E.I. Porém o clube de mães ainda não tinha um local próprio para

realizar suas atividades.

Frente do Núcleo de Educação Infantil Arco-Íris

Fonte: Dados da pesquisa de campo

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Pátio do Núcleo de Educação infantil Arco-Íris

Fonte: Dados da pesquisa de campo

Através da Lei nº 3.354 de 15 de outubro de 1981 as mães do clube de mães

receberam escritura publica de compromisso de doação da propriedade tendo assim um

imóvel, ao qual foi construído com muito esforço para atender as crianças da redondeza. A

creche começou atendendo em torno de 80 crianças filhas de trabalhadores rurais, ribeirinhos

e de famílias carentes.

Crianças interagindo no momento da recreação

Fonte: Dados da pesquisa de campo

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18

Momento do lanche

Fonte: Dados da pesquisa de campo.

Localização do Núcleo de Educação Infantil Arco-Íris

Fonte: Google Maps.

Visitamos a escola no dia 23 de Março de 2015 juntamente com a turma de Ciências

Sociais-2012 da UNIFESSPA (Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará) fomos

acompanhados pela professora Marílza a qual ministrou conosco a disciplina Política

Educacional. Ao chegarmos fomos recepcionados pela diretora Brígida, a qual é pedagoga e

administra a escola por cerca de dois anos.

Page 19: A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

19

A conversa com a Pedagoga foi de fundamental importância para conhecermos um

pouco da realidade da escola e a relação que a gestão tem com a comunidade e com os alunos.

Assim, sentamos no pátio e conversamos a respeito tanto da estrutura física do espaço escolar,

e da disponibilidade de vagas relacionadas com a demanda do município, que por ser uma

região de migração acaba por receber um numero muito grande de famílias e, por conseguinte

de crianças a serem matriculadas no Núcleo. Desta forma, a conversa com a Diretora girou em

torno também da dificuldade que se tem em atender a comunidade.

Logo após fomos conhecer a escola a mesma é composta por dois andares onde

funcionam seis turmas pela manhã e seis pela parte da tarde atendendo crianças do jardim I e

jardim II. Quanto à estrutura das salas as mesmas possuem ventilador, ar- condicionado,

cadeiras, mesas, quadro branco, armário para guardar as atividades escolares bem como os

materiais das atividades pedagógicas a exemplo papéis, cola, tesouras, cartolinas entre outros.

Quanto ao numero de crianças comportadas por sala deve ser de no mínimo 15 e no máximo

20, pois a própria diretora nos informou que já existe uma lei que ampara essa quantidade de

alunos, ela nos disse ainda que há dois anos as salas eram superlotadas, porém observamos

com nossa visita que esse índice mudou bastante com o fato de que as salas já comportam o

numero favorável de alunos.

O Núcleo também apresenta espaços pedagógicos de interação social tais como, sala

de informática contendo 20 computadores, todos em perfeito estado onde cada aluno utiliza

um computador. Próximo à sala de informática existe também um espaço de dança: Projeto

dançando e educando.

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Espaço de dança

F

onte: Dados da pesquisa de campo.

Atividade teatral

Fonte: Dados da pesquisa de campo.

A escola também participou de um projeto fotográfico onde as crianças tiveram a

oportunidade de fotografar imagens do seu cotidiano proporcionando a eles “outro olhar” da

sua realidade.

O núcleo durante a noite cede o espaço do pátio escolar para atividades culturais da

comunidade como danças regionais e aulas de avião. O NEI parte do pressuposto de que, seja

Page 21: A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

21

qual for à brincadeira que aconteça na instituição esta não pode ser dissociada do aprendizado,

pois como disse a diretora, eles aprendem brincando.

A metodologia de ensino baseia-se num processo de avalição continuo onde a cada

instante é colocado num caderno de registro individual anotações sobre os avanços e

desavanços desses estudantes, eles não fazem prova e também são avaliados nas atividades

realizadas fora da sala, onde neste caso é possível perceber a sua relação social com as outras

crianças.

Quanto às reuniões escolares elas acontecem de forma bimestral, bem como a

frequência dos pais nessas reuniões são apenas de 50%, neste momento Brígida nos relatou

que na hora da saída ela sempre fica no pátio da escola esperando os pais buscaram seus filhos

tudo isso para facilitar o acesso e o dialogo do pai com a instituição.

O espaço também possui sala de vídeo, sala de leitura e sala multifuncional que

atende as especificidades de crianças com deficiências, o núcleo atende 251 crianças três

delas são especiais uma com múltipla deficiência, outra com ossos de vidro e a outra sendo

altista severa, porem percebemos que os pais desses alunos especiais são bem assíduos em

relação ao acompanhamento dos filhos no espaço escolar. O ambiente institucional é bem

amplo e arejado, a parte inferior é composta de um pátio com um palco onde acontecem

eventos para as crianças juntamente com a comunidade.

O N.E. I é composto por 22 funcionários divididos em psicopedagogas, secretária,

professores e merendeiras. E sobre a alimentação dos alunos, recebida pela Secretaria

municipal de educação a mesma fornece leite, iogurte, carne, frango, pão e outros alimentos

num cardápio predisposto. Conforme relato da funcionaria Rose que trabalha na copa, esta

alimentação é fornecida toda semana pelo município e não atrasa.

A diretora nos explicou a forma de gestão do recurso repassados da prefeitura para o

Núcleo que se da através do PDDE Programa dinheiro direto na escola no valor de R$

3.480,00 repassados para a conta do conselho escolar do NEI, no Banco do Brasil. Este valor

é distribuído em 80% para custeio e 30% para Capital e caso sobre dinheiro o mesmo é

aplicado no Banco para que possa render e ser gasto também com as necessidades da escola. .

A administração do dinheiro da escola é feita por tesoureiros e fiscais e também por

um membro de cada departamento do NEI e a prestação de contas em relação a todos os

recursos são escritos por ofícios para que assim seja respaldado caso exista alguma objeção.

O sistema de financiamento da educação no Brasil está estruturado em um conjunto de preceitos constitucionais que regem o gasto das receitas gerais, certo número de fontes vinculadas à educação e uma variedade de

Page 22: A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

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instituições criadas para cumprir objetivos educacionais específicos. Em geral, a prioridade declarada tem sido colocada como sendo a educação básica, mas nem sempre, na prática, a distribuição de recursos tem refletido essa prioridade. (Xavier;1994.apud,NETO Antonio.2004.p.71).

Conforme Xavier Marques 1994, as instituições que objetivam questões

educacionais. Sobretudo ao que se refere à educação básica recebem recursos que

demonstram a maior atenção para a mesma. No entanto, estes recursos nem sempre refletem

nesta prioridade, pois acontece de muitas instituições desviarem verbas e consequentemente

isto afeta as necessidades da escola.

O conselho da escola é formado através de uma votação onde grupos da comunidade

tem abertura para participar e serem eleitos, mas na maioria das vezes a comunidade não se

candidata a cargos. Este conselho se da com a anotação de todas as atas que segue para o

cartório e receita federal. O projeto Politico Pedagógico da escola não teve a participação da

comunidade na época de sua construção e como disse a diretora este é o ano no qual o mesmo

será revisado.

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3.RESULTADOS DA PESQUISA DE CAMPO

3.1 ESPAÇOS FÍSICOS E PEDAGÓGICOS E O MODELO ORGANIZACIONAL,

PROJETO POLÍTICO PEDAGÓGICO, PROCESSO DECISIONAL.

A visita iniciou às 15:00hrs no Núcleo de Educação infantil Arco Iris na velha

Marabá, fomos recebidos pela diretora Rosa Brigida Arraiz da Silva que nos acompanhou nas

dependências da escola. A estrutura da escola Arco Iris é composta por dois andares, conta

com 6 salas de aula onde funcionam seis turmas pela manhã e seis pela parte da tarde

atendendo crianças do jardim I e jardim II; 1 sala multifuncional; 1 sala de leitura (biblioteca);

1 laboratório de informática contendo 20 computadores, todos em perfeito estado onde cada

aluno utiliza um computador; além da cozinha, secretaria, sala dos professores, banheiros e

bebedouro, etc. Com acessibilidade para cadeirantes, dispondo de rampas já que a escola e de

dois andares, muito arejada com uma grande área de recreação. A escola possui um espaço

físico amplo que conta com um grande pátio e um parquinho, conforme imagens abaixo, que

segundo a diretora logo passara por reformas.

Pátio do N.E.I Arco Íris

Fonte: Dados da pesquisa de campo.

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Parquinho do núcleo

Fonte: Dados da pesquisa de campo.

A infraestrutura da escola foi pensada para adaptação das crianças. Nas salas de aula

devem haver uma quantia de no mínimo 15 alunos e no máximo 20, pois a própria diretora

nos informou que já existe uma lei que ampara essa quantidade de alunos: “Art. 25º. Será

objetivo permanente das autoridades responsáveis alcançar relação adequada entre o número

de alunos e o professor, a carga horária e as condições materiais do estabelecimento. ” (LDB

9.394/1996).

O núcleo dispõe de mais de 200 crianças distribuídas nessas salas de aula, contendo

um professor para cada sala, com exceção da sala multifuncional que contem também uma

estagiária para alunos especiais.

“Art. 58º. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar, oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos portadores de necessidades especiais. § 1º. Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.” (LDB 9.394/1996).

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Os alunos especiais são: um com múltiplas deficiências, um com ossos de vidro e a

um autista severa e um cadeirante. Estes alunos também frequentam a APAE nas segundas e

quartas-feiras.

A diretora Rosa Brigida Arraiz da Silva a partir de perguntas feitas pelos alunos foi

nos explicando como era a forma de aprendizagem dos alunos dentro das dependências da

escola. Todos os dias uma turma vai para a sala de leitura como uma forma de aprendizagem

fora da sala de aula sempre com assuntos relacionados, além de todas as terças, aulas de

informática com uma professora, sendo 1 computador por aluno, não comprometendo assim a

aprendizagem das crianças.

A escola possui ao todo 24 funcionários que são professores, agentes de serviços

gerais, agentes de portaria, merendeiras, secretaria e auxiliar de secretaria, diretora e

coordenadora.

O projeto político pedagógico dentro do núcleo se dá de várias formas ao que nos foi

explicado a diretora Brigida. Nos informou que acontecem reuniões com os professores para

avaliar seus métodos de ensino e elaborar novas formas de atrair o aluno, buscando sempre

manter a criança em um método de aprendizagem prazeroso, também acontecem reuniões

com os pais para a divulgação dos projetos que serão trabalhados em sala.

Atualmente o núcleo arco Iris trabalha com o Projeto Alimentação Saudável, onde

com a parceria dos pais as crianças levam frutas para a complementação do lanche, a diretora

frisou que é levado em consideração conhecimento do aluno em relação ao meio que o mesmo

está inserido respeitando seu aprendizado fora do ambiente escolar.

A metodologia de ensino baseia-se num processo de avalição continuo onde a cada

instante é colocado num caderno de registro individual anotações sobre os avanços e

desavanços desses estudantes, eles não fazem prova e também são avaliados nas atividades

realizadas fora da sala, onde neste caso é possível perceber a sua relação social com as outras

crianças. Neste caso não existe a retenção de alunos no ensino infantil, diante disso o

professor dispõe de 60 minutos semanais para rever seus planejamentos e conclusões durante

o seu horário de trabalho. “I - avaliação mediante acompanhamento e registro do

desenvolvimento das crianças, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino

fundamental; (Incluído pela Lei nº 12.796, de 2013). ” (LDB 9.394/1996, Art. 31).

Como explanado no item anterior, a escola dispõe de um conselho escolar, que foi

formado no dia 23 de setembro de 2013, constituído por uma representante de magistério,

pais, pessoal de apoio, comunidade escolar e direção, onde os mesmos se reúnem conforme a

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necessidade para decidir de que forma será usada a verba escolar de 3,480,00 referente ao

PPDE (Programa Dinheiro Direto na Escola) que é uma assistência financeira as escolas de

educação básica com o objetivo de melhorar a estrutura física e pedagógica. Este valor e

dividido em determinadas porcentagens e usado para a aquisição de material escolar, produtos

de limpeza, produtos para pequenas reformas (troca de lâmpada, limpeza da bomba, pequenos

reparos etc.), sendo usado também para compra de materiais que possam ajudar a ampliar o

ensino, como aparelho de tv, som e microfone. Para suprir outras necessidades, porém a verba

pública não dá conta de suprir as necessidades escolares, por isso a escola cede o seu espaço

para eventos externos em troca de material de limpeza.

3.2 ENTREVISTA COM A DIRETORA

1. Primeiro eu gostaria que a senhora falasse seu nome e a sua formação acadêmica.

R: Eu sou Rosa Brígida Arrais da Silva, sou pedagoga formada pela Universidade Federal

do Pará, Campus de Marabá e fiz especialização em Gestão Escolar, Coordenação

Pedagógica e Orientação Educacional.

Comentário: É importante comentar sobre a importância da educação infantil, e mais do que

isso a formação pedagógica dos profissionais segundo a LDB:

“Art. 62º. A formação de docentes para atuar na educação básica far-se-á em nível superior, em curso de licenciatura, de graduação plena, em universidades e institutos superiores de educação, admitida, como formação mínima para o exercício do magistério na educação infantil e nas quatro primeiras séries do ensino fundamental, a oferecida em nível médio, na modalidade Normal. ” (LDB 9.394/1996).

1.1. Então seu interesse com o ensino infantil é desde quando a senhora entrou na

universidade?

R: Na verdade um pouquinho antes porque sempre... é natural que essas escolas de educação

infantil particular, elas contratem as meninas que estão no ensino médio, fazendo magistério

pra poder estagiar, ou serem ajudantes. Então começou daí, numa escola pequena que tinha

do lado da minha casa chamada “Comecinho de Vida”, e comecei a fazer substituições lá,

depois na época da universidade eu já trabalhava como funcionária pública na Secretaria

Municipal de Educação e como eu já estava cursando Pedagogia e era noturno e eu só

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trabalhava das 7:30 às 13:30, então a tarde eu era professora lá no Comecinho de Vida,

Núcleo de Educação Infantil.

2. Eu quero perguntar pra senhora qual a sua maior dificuldade em trabalhar em escola

pública, com alunos de periferia, e como a senhora enfrenta essa realidade?

R: Não são tantas dificuldades na educação infantil, porque quando você olha pro ensino

fundamental, os meninos eles já estão com alguns problemas eles sofrem mazelas né, de

serem de periferia de sofrerem alguns tipos de agressões da sociedade. A educação infantil

na verdade, a grande dificuldade é aliar o lúdico a aprendizagem, então essa é a minha

grande dificuldade, essa grande dificuldade não tem nada haver com os meninos serem de

periferia ou não, mais assim uma luta constante fazem com que eles tenham uma

aprendizagem real mais não deixem de brincar, porque eles estão adentrando no mundo do

conhecimento, e educação infantil ela tem que ser prazerosa acima de tudo porque na minha

concepção educação é prazer, mais é a concepção de poucos, então o meu grande norte, o

meu grande objetivo é fazer com que essas crianças, aprendam brincando, agora por serem

de periferia muitos dos meus alunos não tem acesso a leitura em casa, a leitura que eu digo, é

a leitura propiciada pelos pais, não tem acesso a uma cultura própria pra idade dele, musica

própria para idade dele, atividades próprias pra idade deles, então o que a gente vê são as

nossas crianças representando os grandes.

Comentário: As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil que serão citadas

pela entrevistada na próxima pergunta, nos dá importantes conceitos referentes ao currículo

dessa modalidade de ensino e em relação a criança.

“Criança: Sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e constrói sentidos sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.

Currículo: Conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, cientifico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. ” (BRASIL, 2010, p. 12)

3. Eu também queria perguntar pra senhora, qual a maior mudança em relação a

educação e em relação a escola que a senhora percebeu nos últimos 8 anos?

Page 28: A Polittica Educacional No Brasil (COM SUMÁRIO)

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R: Uma mudança estratosférica! Porque hoje a educação infantil ela conta com diretrizes,

existe um documento maior que chama Diretrizes Curriculares da Educação Infantil, esse

documento ele norteia o nosso trabalho, ele tem currículo próprio, a educação infantil hoje

ela tem parâmetros próprios, ela tem um objetivo e o fim próprio dela, também a gente pode

citar leis novas, inclusive leis do município. O município esse ano criou um decreto próprio

dele que diz o que, 20 crianças em sala de aula, de 4 e 5 anos, 15 crianças em sala de aula de

3 anos, isso é o máximo, mais eu posso ter turmas de 4 e 5 com 15 crianças e turma de 3 anos

com 10 crianças, eu não posso de 3 ultrapassar 15 crianças e não posso de 4 e 5 ultrapassar

20, o que pra mim foi um avanço muito grande na educação infantil porque essa criança da

educação infantil ela precisa de um olhar muito individualizado a gente precisa sim ter

menos crianças em sala pra poder ter mais atenção pra cada uma delas, então foi um avanço

muito grande e o município de Marabá ele tem investido muito na educação infantil tem um

olhar muito particular pra essa educação, esses últimos anos nos temos vivenciado isso um

olhar mais carinhoso pra com esse segmento, um investimento maior, uma valorização desses

profissionais desse segmento, por exemplo o professor que é especialista em educação

infantil ele ganha sim um valor por ser especialista na área e atuar na área em que ele está,

assim como o professor de história, geografia tantos outros, não existe mais uma diferença a

anos atrás, assim que se iniciou a educação infantil e ela era é... um segmento da SEASP que

é a Secretaria Municipal de Assistência Social não se existia o professor da educação infantil

a educação infantil era descriminalizada de alguma forma, não existia um investimento

próprio...

3.1. Em relação a quantidade de alunos era a mesma que de alunos de Ensino

Fundamental ?

R: Isso quando eu iniciei na educação infantil você tinha turmas com crianças de 3 anos com

mais de 30 alunos, você já pensou o que é isso? É muita criança que necessita de um olhar

muito único pra ela, muito individualizado, precisa de uma atenção imensa.

3.2. Mais a senhora não acha que diminuindo a quantidade alunos por sala de aula, é

uma ideia muito boa, mais e as outras crianças? Porque se diminuir a quantidade de

crianças por sala de aula, pra onde vão as outras crianças que estavam ali?

R: Aí e que vem a história boa né porque Marabá abriu-se muitos núcleos de educação

infantil e quase que dobrou a quantidade eu não sei te precisar o número exato mais no

departamento de educação infantil da secretaria municipal de educação tu podes ter acesso a

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29

esses dados. Por exemplo, tu pega de 8 anos pra trás você pega a quantidade de alunos e

pega a quantidade de núcleos e pega hoje você vê assim que teve um bum no crescimento de

creches abertas novas, não, não... nós não temos creches, nós temos núcleo de educação

infantil, de núcleo de educação infantil e o governo federal lançou um programa é... não sei

se a dois anos atrás que... pra creches, o nome dessas creches são pró-infância, Marabá

parece que vai abrir 6.

3.3. Está em fase de construção?

R: Tem 3 ou é 4 que estão finalizando só falta equipar, tem umas fotos lindas onde você pode

visualizar, é um ambiente próprio para eles, é construído no olhar deles, na necessidade

deles, é bem colorido é bem arejado, tem pátio tem parquinho, me parece que já tem 4

praticamente prontos.

Comentário: O Estado tem o dever de garantir um espaço para uma educação pública de

qualidade, assim como diz na Diretrizes Curriculares nacionais para a Educação Infantil:

“Educação Infantil: Primeira etapa da educação básica, oferecida em creches e pré-escolas, às quais se caracterizam como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que educam e cuidam de crianças de 0 a 5 anos de idade no período diurno, em jornada integral ou parcial, regulados e supervisionados por órgão competente do sistema de ensino e submetidos a controle social. É dever do Estado garantir a oferta de Educação Infantil pública, gratuita e de qualidade, sem requisito de seleção. ”

4. A senhora estava me falando que aqui na escola, a estrutura física e composta por um

laboratório de informática, sala de leitura...

R: Sim, eles tem atendimento semanal, todas as turmas passam lá toda semana por esse

espaço pedagógico.

5. São quantas turmas na escola?

R: Nós temos 12 turmas, 6 de manhã e 6 à tarde, todas são atendidas nesses espaço, existe

um projeto, ele tem que estar em consonância com o que se tem em sala de aula, por exemplo

a professora está trabalhando quantidades ai lá na sala de leitura procura-se de alguma

forma uma leitura um trabalho que se vai trabalhar quantidades em consonância, então a

forma com o que a professora da sala de informática ou da sala de leitura atende a turma x

não é igual ao atendimento da turma y, elas estão em diálogo com a professora da sala de

aula, então é um suplemento daquilo que se tá vendo.

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6. Em relação a alunos com deficiência, quantos tem aqui na escola?

R: Hoje nós temos um aluno só, quando vocês fizeram visita nós estávamos com 3 alunos,

então nós temos uma criança que ainda é nossa aluna mais ela teve uns probleminhas que ela

tem autismo severo, aí nós temos um aluno que tinha múltiplas deficiências mais a mãe dele

foi comtemplada com uma casa no Programa Minha Casa Minha Vida e agora ela foi pra

Morada Nova e nós temos um aluno que tem ossos de vidro e ele continua vindo.

6.1. Esse aluno tem atendimento especializado?

R: Ele está em sala regular com as outras crianças interagindo mais, no entanto ele tem uma

estagiaria que o acompanha exclusivamente, por que ele necessita de um acompanhamento

especial, ele está em cadeira de rodas mais ele e extremamente ativo, superinteligente

interage com as outras crianças, e apesar daquelas pessoas estar lá ele entende que ela está

lá para auxiliar não por que ele não possa acompanhar a turma mais por que ele tem uma

necessidade a mais e isso e passado pra ele.

Comentário: As diretrizes no item 7 que fala sobre a organização do espaço, nos afirma que:

“Para a efetivação de seus objetivos, as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil deverão prever condições para o trabalho coletivo e para a organização de materiais, espaços e tempos que assegurem:

√ A acessibilidade de espaços, materiais, objetos, brinquedos e instruções para as crianças com deficiência, transtornos globais de desenvolvimento e altas habilidades/superdotação; ” (BRASIL, 2010, p. 20).

7. Dentro da estrutura física da escola a senhora acha que esta faltando alguma coisa?

R: A estrutura física da escola ela é privilegiada, ela conta com as salas de aula regulares

com um pátio enorme, tem um parquinho, nos fixemos uma ação semana passada que nós

vamos reformar o parquinho, por que a gente sente que ele precisa ser reformado e

rebaixado pra que as crianças possam usá-lo de novo, então essa e uma das ações da escola,

em julho quando eles não estiverem mais aqui faremos a reforma e quando eles voltarem vão

ter uma surpresa.

8. Qual o quadro de funcionários da escola?

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R: A escola está com funcionários são professores, agentes de serviços gerais, agente de

portaria, tem uma professora que esta readaptada que trabalha na secretaria, a escola tem

direção, coordenação, secretaria, auxiliar de secretaria.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

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