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Daniel Munhoz Braz de Oliveira INICIAC;Ao A PRODUC;Ao DE HAIKAIS POR ALUNOS DE 1" SERlE DO ENSINO MEDIO A PARTIR DE HAIKAIS DE PAULO LEMINSKI Monografia apresentada ao Curso de Letras Portugues/lnglt!s da Faculdade de Cit!ncias Humanas, Letras e Artes da Universidade Tuiuti do Paran~, como requisito parcial para a obtenc;:ao do grau de Licenciatura Plena em Letras Portugu~s-Ingl~s. Orientador: Auriceia Dumke. Curitiba 2005

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Daniel Munhoz Braz de Oliveira

INICIAC;Ao A PRODUC;Ao DE HAIKAIS POR ALUNOS DE 1" SERlE DO

ENSINO MEDIO A PARTIR DE HAIKAIS DE PAULO LEMINSKI

Monografia apresentada ao Curso de LetrasPortugues/lnglt!s da Faculdade de Cit!nciasHumanas, Letras e Artes da UniversidadeTuiuti do Paran~, como requisito parcialpara a obtenc;:ao do grau de LicenciaturaPlena em Letras Portugu~s-Ingl~s.

Orientador: Auriceia Dumke.

Curitiba

2005

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SUMARIO

1 INTRODUCAO .. . 8

. 10

. 10

. 16

2 FUNDAMENTACAO TEORICA ...

2.1 A ORIGEM DO HAIKAI..

2.2 CONCEITO E FORMA DO HAIKAI..

2.3 ESTRUTURA DO HAIKAI.. . .21

2.4 APRESENTACAo DO "ESTILO" E HAIKAIS DE PAULO LEMINSKI 24

3 PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS ... ....29

..... 30

...32

..35

. 37

. 39

. .41

3.1 PLANO DE ENSINO ...............................................................•..

3.2 PLANO DE AULA ...

3.3 ROTEIRO DE AULA ...

4 RESULTADOS E DISCUSSAO ...

5 CONCLUSAO ...

6 REFERENCIAS .

7 ANEXOS ...

7.1 ANEXO 1- MATERIAL DE APOIO UTILIZADO NA OFICINA ..

7.2 ANEXO 11-MATERIAL PRODUZIDO PELOS ALUNOS ....

....................... .43

. .44

. 54

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RESUMO

o presente trabalho monografico pretendeu iniciar alunos de 1" serie do Ensino Medio aprodut;ao de Haikais, atraves de estudo te6rico referente ao conceito e estrutura deste

estilo poetico, e a partir de Haikais de Paulo Leminski. Para isto, foi realizada uma

oficina em uma turma de 1" serie do Ensino Medio do Colegio Estadual Brasilio Vicente

de Castro, durante a qual foi possivel obselVar 0 desconhecimento previo dos alunos

ern relayao ao Haikai e despertar a interesse sabre a obra do poeta paranaense Paulo

leminski, atraves de Haikais de sua autoria, selecionados para serem apresentados

aos alunos. Ao final da oficina foi feita a coleta do material produzido em sala.

Palavras-chave: Haikai, oficina, produ9ao, Leminski.

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CAPiTULO I

1. INTRODUC;AO

Este estudo monografico vern ressaltar como a poesia Haikai pode ser

utilizada como instrumento pedag6gico para alunos de Ensino Medic buscando a

inicia~ao a produc;ao de Haikais em sala de aula.

A aplicac;ao de Haikai dentro da sala de aula e de suma importancia ao

desenvolvimento da linguagem da percep~o, da capacidade sensitiva do individuo

aliada ao desenvolvimento da escrita.

Trabalhar com 0 estilo de poema Haikai em sala de aula e mergulhar em

busea da melhor semelhanc;a entre aquila que e captado pelos sentidos e as

palavras que melhor passam express3-la.

Urn dos grandes propagadores do Haikai no Brasil fai Paulo Leminski, razao

pela qual decidiu-se dar enfase aos haikais desenvolvidos pelo autor no presente

estudo, a fim de analisar se alunos de 1a serie do Ensino Medio do Colegio Brasilio

Vicente de Castro podem produzir seus pr6prios Haikais em sala de aula com base

em inicia9ao te6rica e em haikais de Paulo Leminski.

Para isso sera elaborada e empregada uma oficina de prodU9aO de Haikais,

on de serao utilizados como recursos de apoio aparelho de som e retro-projetor, alem

de material foto copiado.

o trabalho sera estruturado em quatro capitulos, onde sera abordada a

origem e 0 estudo do estilo do poema Haikai, dentro da fundamenta9ao te6rica; a

oficina de produ9ao de Haikais dentro dos procedimentos metodol6gicos; os

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resultados obtidos com a aplicat;ao da oticina de Haikais em da sala de aula, dentro

de resultados e discussao; e, por tim, a conclusao do estudo em questao.

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CAPiTULO II

2. FUNDAMENTAt;:Ao TEORICA

Este capitulo abordara brevemente a origem do Haikai, 0 conceito, forma e

estrutura do Haikai, bern como apresentara a e5tilo e alguns poem as de Paulo

Leminski dentro deste genera.

2.1 A ORIGEM DO HAIKAI

a pavo japones se preocupa seriamente com sua cultura. Os japoneses,

qualquer que seja a sua forma9ao ou posi9ao dentro da sociedade, praticam a arte

de fazer versos - poesia.

No Japao, escrever poesia chega a se tarnar uma preocupa9ao da

sociedade como salienta VIEIRA:

La, desde 0 Imperador ate 0 mais humilde homem do pava, todosescreviam haikai. A superprodu~ao da poesia no pais das cerejeiras e urnfen6meno muito mais assombroso que a superprodu98o econOmica. Parexemplo: 0 Imperador Meiji, que viveu no sl!culo passado, produziu em todaa sua vida mais de 100.000 poemas. E para superintender a prodw;.aopoetica, em certa epoca, foi criado 0 Ministerio da Poesia" (1940, P.14).

Ate a epoca da cria9ao do haikai, a poesia predominante no pais do sol

nascente era 0 waka.

Waka e um poema que se comp6e p~r dois conjuntos de versos em que 0

primeiro, hokku, apresenta a f6rmula 5-7-5 e 0 segundo, ageku, 7-7, e que tra9a em

rapidas linhas a evalu,aa waka/renga/haikai (FRANCHETTI. 1996, pag. 10).

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lnicialmente, tanto a hokku quanta a ageku eram compostos pela mesma

pessaa (Jd. lb. p. 13).

Algum tempo mais tarde essa pratica foi abolida, sendo a poema escrito com

a participa9<30 de mais uma pessoa.

Estes dais conjuntos eram considerados um tanka que tinham 0 papel de um

dialogo. A partir de 1127, passaram a ser denominados renga.

Posteriormente, desenvolveu-se a renga livre, conhecida por haikai-renga.

Com a passar do tempo, surgiu 0 haikai-hokku, tendo sido abreviado para

haikai.

Ao longo do tempo houve certa confusao na terminologia do haikai,

atribuindo-se alguma equivalencia entre as termos haikai, haiku, e hokku. Haikai era

o nome generalizado do tipo de poesia que tinha em Bash6, 0 seu principal

representante. Per hokku entende-se a nome da estrofe que da inicio as estrofes

encadeadas. Haiku, par sua vez, representa a estrofe independente, que pertence a

escola haikai.

A fim de se entender a cOnCep9<30 do haikai, ha de se considerar,

primeiramente, a constitui9<30 do tanka.

Tanka e um poem a de forma poetica composto de trinta e uma silabas,

distribuidas em cinco versos.

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Urn exemplo de tanka:

"Minha velha aldeiaSob as folhas vermelhas cafdasAos poucos vai desaparecendo:

Nas samambaias do beiralComo sopra 0 vento do outono!'"

(MINAMOTO,TOSHIYORI, 1055-1129, ap, 1996, p.11)

o tanka era composto por duas pessoas. Uma delas escrevia os tres

primeiros versos e a autra as versos restantes.

Com °decorrer do tempo, a tanka veia a se dividir em dois. Este fate chegou

a canstituir certa estranheza na poesia do Japao, onde nao havia divisao das

estrofes.

No exemplo acima, desmembrando-se 0 poema em duas partes, os versos

Minha velha aldeiaSob as folhas vermelhas caidasAas poucos vai desaparecendo

tambem canhecidas par hokku, eram escritos pela primeira pessaa, e os dais

ultimos,

Nas samambaias do beiralComo sopra 0 vento do outono!

1 Consideraryao sobre 0 numero de silabas que sugere 0 tanka, pelo 0 exemplo se tratar de umaIradu~o ·Uma sllaba poetica em japones nao corresponde a uma silaba poetica em portugu~s,porque a duray:.o do som desempenha la um papel que nao possui em nossa versificayAo tradicional(FRANCHETII, 1996, p. 32)

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eram de composi<;:aode uma outra pessoa, e recebiam a nome de ageku conforme

explicado anteriormente.

Nos seculos XII e XIII esta pratica chegou a constituir uma brincadeira de

corte: "A composi<;:aode Tanka por pessoas diferentes vai, ja na Era kamakura

(1186-1339), constituir uma das principais atividades de salao da aristocracia

medieval japonesa e a veiculo par excelemcia do namoro cortesao.-

(FRANCHETII,1996, p. 13)

Para a poesia encadeada foi adicionado urn terceiro grupo complementar de

tres versos que obedeciam a urn esquema silabico de cinco-sete-cinco silabas.

Com isto acabava a limitac;aodeterminada pelo tanka original.

Assim, possibilitou-se a escrita de cadeias poeticas construfdas com tres e dais

versos.

Oesta forma, ao poema sabre a qual foi referido anteriormente, pode-se

acrescentar a camplementa citado par SUZUKI (1979, p. 35):

"Pela voz dos insetosTendo sido convidadaA casa deixando,

e

Aprofunda-se na naitea outonal vento nas mangas"(SHOHAKU, sorCHO E SOGI)

Segundo FRANCHETII (1996, p. 10) a sucessaa de varios elementos do

tanka forma a chOka (tipo de poema longo).

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Por volta do seculo X 0 ch6ka se desenvolveu, e durante seculos os termos

waka, conhecido como poema japones, e nag a-uta (identificado tambem como um

poema longo), iriam se tomar sinonimos de tanka.

Considerando-se a dificuldade de realiza9aO dessa forma poetica, houve

uma nova especie de versifica9aO mais interessante e mais simples, que atendesse

a um numero maior de pessoas, jil que a poesia de salao da aristocracia medieval

japonesa havia atingido um alto grau artistico.

Surgiu entao a haikai-renga (versos ligados "comicos", divertidos e informais)

que se popularizou, principalmente, entre comerciantes, sold ados e manges.

Na hist6ria, os principais autores do genero segundo R. H. Blyth, citado par

FRANCHETII (1996, P. 27) destacam-se Issa (1763-1827), Buson (1716-1783) e

Bash6 (1644-1694).

Contudo, foi a partir do mestre Masaoka Shiki (1867-1902), um dos maiores

haicaistas japoneses e que procurou integrar a poesia tradicional japonesa com a

ocidente, que 0 termo HAIKU come90u a ser utilizado. Shiki desmembrou 0 haikai-

renga isolando a hokku (5-7-5 silabas).

FRANCHETII diz:

[ ... J e preciso reconhecer que, com a mesma paixao, a reformadordesprezou e combateu aquila que e uma das mais originais e magnfficasinven~5es do genio niponico: a arte do poema encadeado. Foi Shiki acriador do termo haiku - a partir da aglutina~ao de HAlkai-hokKU - e ele 0

fez para ter uma palavra que designasse 0 poema em forma de haikai-hokku concebido isolada e autonomamenle, e nao como parte de um rengaau um diano. (1996, p. 28)

No Brasil, como dizem os estudos sobre 0 haikai brasileiro, um dos primeiros

cultivadores foi Afranio Peixoto. A ele se seguiram varios poetas, mas foi apenas

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com Guilherme de Almeida que 0 haikai passou a ser conhecido de modo mais geral

(FRANCHETII, 1994, p. 201)

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2.2 CONCEITO E FORMA DO HAIKAI

A poesia japonesa e naturalmente sintetica: "Teda a poesia tradicional

japonesa se reduz metricamente a seqLu§ncias de cinco e de sete silabas, e mesma

a prosa cadenciada das narrativas poeticas mantem, como base rltmica, a

alternancia desses metres fundamentais." (FRANCHETTI, 1996, p. 10)

Esta concisao e facilmente nctada no espa90 em que aconteee 0 haikai.

Num espa90 reduzido e estruturado par tres versos que somam 17 silabas

assim distribuidas: 1° verso = 5 sllabas; 2° verso = 7 sllabas e 0 3° verso = 5silabas,

este pequeno poema deve conter em si uma ideia completa. Assim, 0 haikai deve

ser vista nurn todo de forma inseparavel.

Par S8 inserir numa delimita9Ao de espa90 pequena, ao ter 0 "insight", htt de

S8 reconhecer a habilidade do poeta no momento da criayao do haikai.

o haikai pede do seu criador urn dominio do poder de transmitir um contexto

de forma simples e suficiente. Oa mesrna forma, pede urn esfor<;o do leitor no

sentido de descobrir-Ihe a ess€mcia.

Assim, "Haikai nao e sintese, no sentido de dizer 0 maximo com 0 minima de

palavras. E antes a arte de, com 0 mlnimo, obter 0 suficiente.M (FRANCHETTI, 1999,

http://www.kakinet.cem/caqui/nyumen30.htm)

No haikai e importante 0 aspecto imaginativ~, evocativo. Esta afirma<;ao vai

ao encontro da opiniao de Oldegar Franco VIEIRA:

Nos haicais a causa material, a palavra dita se resume num conteudo dedezessete sllabas - 0 essencial, 0 indispensavel para a composil;.ao doelemento evocativo.Evocayao: eis 0 elemento fundamental dos haicais. (1940, p. 25)

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o haicaista esta sempre atento a novas emoc;:oes. Fatos corriqueiros como

um sabia cantando durante a primavera, uma andorinha distraida num fio de luz, sao

acontecimentos que passam a se integrar em sua intimidade poetica que, no ate da

criac;:ao, indicara uma revelac;:ao pura, verdadeira, essential, constituindo a poesia do

haikai.

Do ponto de vista estrutural, 0 haikai oferece dificuldade na sua criac;:ao,

considerando-se a problematica da adequa9ao lonmal. Este grau de dificuldade edevido a forma minima em que 0 autor deve desenvolver 0 poema.

Segundo PIRES,

·Um poeta que molda sua obra em termos aplicados ao haicai, corre 0 riscode cair num ineviMvel automatismo, principalmente se se dispuser a realizarum trabalho que exlja 0 concurso de mais de um haicai. (... ) Atividadesdesta natureza levam fatalmente 0 criador a uma limita~o produtiva" (1984,p.23).

Ainda segundo Pires, dentre as figuras literarias que contribuem para a

realizac;:ao do haikai, a que acorre com urna maior freqOemcia e a prasopopeia.

Entende-se par prasapopeia a personificac;:ao de seres inanimadas

atribuindo-Ihes qualidade de seres vivos portadores de vida pr6pria (MICHAELIS,

2000).

Segue alguns exemplos de haikais em que acantece a prosopopeia:

Como em urn sonhoAs arvores a danc;:ar.o espelho d'.gua.(PICHORIM, 2004, p. 55)

a palrneira estremecepalmas pra elaque ela merece (LEMINSKI, Revista de Letras)

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Nos haikais percebe-se, tambem, a incidencia do enjambement. Ele e

decorrente da estrutura metrica que apresenta 0 proprio poema. (PIRES, 1984, p.

24).

Por enjambement entende-se

o transbordamento sintatico de um verso em outro; a pausa final do versoatenua-se. a primeira da seguinle. a voz sustem-se. e a ultima palavra deuma linha se conecta com a primeira seguinte, estabelecendo a ruptura dacadencia determinada pela simetria dos segmentos au gerando adesunjformidade rltmica da estrofe. [...J (MOISe:5, 1997, p.173)

E um recurso formal que funciona perfeitamente no haikai sem prejudicar 0

seu sentido.

Como exemplo, segue alguns haikais de Guilherme de Almeida que ilustra a

ocorr€mcia do enjambement

o tempo desataA chorar. Va; batucarNuma velha lata!(Guilherme de Almeida)

Lava, escorre, agitaA areia. E enfim, na bateia,Fica uma pepita.(Guilherme de Almeida)

Quanto a abordagem da natureza, no haikai, 0 convivio com a natureza

possibilita uma grande harmonia no aspecto Ifrico.

Emili STAIGER (1977, p. 60) Irisa:"o poeta recorda a natureza".

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o criador de haikai pode se beneficiar de varios elementos da natureza para

conceber 0 seu trabalho artistico. Assim, uma folha que cai, urn par-do-sol, 0 som de

urna goteira ou ate mesmo um inseto preso a urna teia de aranha pode selVir para

que 0 poeta possa criar e estruturar um haikai.

o poema a seguir do mestre Matsuo Bash6 demonstra claramente uma

situayao em que a natureza presta sua colaborayao:

Ja e primavera:Urna colina sem nomeSob a nevoa da manha

No idioma japones, haikai e natureza caminham juntos perfeitamente e

fundem-se um no outro. A preva disso e que algumas composiyoes aliam a

representayao de ideogram as a galhos de arvores chegando a sugerir novas formas

de pintura.

Os haikais, no Japao, sao publicados em forma de diarios, com espayos em

branco que permitem ao poeta desenhar elementos caracteristicos da natureza.

o proprio espayamento relativo ao cicio das estayoes favorece a concepyao

dos poemas. Em assim sendo, as antologias dos haikais sao conhecidas por haikais

de primavera, do verao, do outono e do inverno obedecendo, dessa maneira, aos

principias das quatro esta90es do ana. (LEMINSKI, 1983, p. 45)

A representayao do haikai, de alguma forma, coincide com os fenamenos

naturals. uNos versos pentassilabicos refletiria a regularidade que a natureza

propicia. No heptassilabica, a irregularidade" (MOISES, 1994, p. 270)

Urn dos pontos fundamentais da influencia da natureza na poesia japonesa

e, certamente, 0 aspecto religioso.

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A religiao que predomina no Japao e 0 Xintoismo. Evidencia-se per ser a

~religiao principal e nacional do Japao voltada para a venerayao dos esp[ritos

naturais" (MICHAELIS, 2000),

Dentro dessa perspectiva, e justificavel a contribuir;ao da natureza na poesia

nip6nica notada no haikai.

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2.3 ESTRUTURA DO HAIKAI

Quando urn poema e passado ao leitor, este quase nao se da conta da

forma em que 0 texte Ihe e apresentado, presumi-se que somente a partir de urn

segundo momento e que a poema passa ser alva de urna leitura mais aguyada e

critic8. A partir desse momento, entaD, e que se torna passivel examinar com rnais

cuidado sua forma.

Em seguida. urn haikai de Fanny Dupre citado por Goga (1996. p. 244)

Raias de luar:Bolhas nas aguas do lagoSaltam ras e sapos

Para quem nae esta familiarizado, 0 poema citado pode causar alguma

estranheza.

Percebe-se que sao tres versos simples, sem quaisquer particularidades

especiais. Todavia, se for observado rna is atentamente, constata-se marcas que nae

sao comuns a todo tipo de paesia: 0 primeiro verso apresenta urna seqOencia de

cinco silabas poeticas, 0 segundo sete e 0 terceiro, cinco. A dispositrao das sllabas

forma um esquema constituide de dezessete sllabas.

Ah~m da dispositrao silflbica, esse poema nos remete a um contexto relative

ao que esta escrito, neste caso, uma noite onde ha ras e sapos a beira de um lago.

Diante desses elementos apontados, e possivel chegar a algumas

conclusoes sobre 0 haikai:

- forma fixa;

- numero determinado de silabas;

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- numero determinado de versos;

- tematica voltada a natureza.

Segundo a professor GOGA (1996, p. 260), a introducao ao estilo de poema

haikai pode ser res urn ida em dez itens:

1) 0 Haica; e poema conciso, formado de 17 silabas, ou melher, sons,

distribuidos em tres versos (5-7-5), sem rima nem titulo e com 0 termo de estac;:a.o

do ana (kigo).

2) 0 kigo e a palavra que representa uma das qualro estac;oes: primavera,

verao, outono e inverno. Per exemplo: ipe (nor de primavera), calor (fenomeno de

verao), libelula (inseto caracteristico da estac;ao de outono), festa junina (evento de

inverno).

3) Do ponto de vista da sensibilidade de cada poeta, cad a epoca au estacao do

ana possui 0 proprio carater. Por exemplo a primavera simboliza a alegria, 0 verao -

vivacidade, 0 outono - melancolia e 0 inverno - tranqOilidade"

4) 0 haica; e poema que expressa fielmente a sensibilidade do autor. Desta

forma, deve-se:

a) respeitar a simplicidade;

b) evitar ~enteite~ de ~termos poeticosft

;

c) captar um momento de transitoriedade;

d) evitar 0 raciocinio.

5) Metrica ideal: 5 silabas no primeiro verso, 7 no segundo e 5 no terceiro,

todavia, nao ha exigencia rigorosa. E a contagem das silabas termina sempre na

sllaba tonica da ultima palavra de cada verso.

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6) Utilizar palavras cotidianas e de facil compreensao.

7) Evitar imlta980 de qualquer forma, procurando sempre a verdade do esplrito

haicaista, que exige consci€mcia e realidade.

8) 0 haicaista atento capta a instantaneidade, qual apertar a batao da camera

pra obter 0 usnap~

9) 0 haicai e considerado como uma especie de dialago entre a autor e

apreciador; por isso, naa se deve explicar tudo por tuda, a tim de tamar passlvel a

assaciayao de ideias por parte de quem 0 avalia.

10) 0 haicai e uma criayaa poetica emanada da sensibilidade do haicaista; par

issa, deve-se evitar expressoes de causalidade ou de sentimentalisma vazio.

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2.4 APRESENTA<;AO DO "ESTILO" E HAIKAIS DE PAULOLEMINSKI

Para falar do Mestilo~ de Paulo Leminskl dentro do genera haikai, ha a

necessidade de se situar e entender como surgiu 0 seu interesse pel a poesia

oriental.

A formaC;8o literaria de Leminski e marcada a partir de dais eixos

fundamentals: a concretismo e a contracultura dos anos 60 e 70.

Na obra de Leminski Mestas duas informac;oes esteticas se fundem e

adquirem urna nova dimensao, que fazem com que ele seja fundador de urn novo e

unico momenta na poesia brasileira da segunda metade do seculo." (SALVADORI,

1999, http://www.kakinet.com/caqui/leminski.htm).

Segundo SALVADORI (1999, id. Ap.), do concretismo veio a informa~ao de

origem academica, urna visao em perspectiva da historia da literatura universal e a

valoriza~o da palavra enquanto signo e materia~prima basica do poema. Ja, da

contracultura veio 0 humor, 0 resgate da comunicabilidade, 0 jeito transgressor e

anarquista.

Oesses dois eixos Leminski chega ao haikai.

Para Leminski, ainda segundo SALVADORI (1999, id), 0 haicai passa a ser a

materia prima para sua criac;.ao, contudo, adotando uma nova forma de fazer haikai:

'Leminski realmente alarga as possibilidades do g~nero. sem 0 menorcompromisso em manter-se dentro dos limites estritos da estetica classicajaponesa, apesar de reverencia-Ia e a ela reportar-se." (1999,http://www.kakinet.comlcaquilleminskLhtm)

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Essa informa~ao vai de encontro ao que Domingos PELLEGRINI (1992) diz:

"Ele adotava urna forma livre para seus haikais, au seja, nenhuma forma fixa [ ...]"

Sob influencia desse Mjeilo transgressor", au seja, do alargamento das

possibilidades de se fazer haikai, Leminski, ao 10ngo da sua trajet6ria como poeta,

procurou juntar a abordagem tecnicista da poesia concreta com urna especie de

orientalismo zenista que provem de outras fontes (FRANCHETTI, 1994, p. 206).

Para Leminski, a pratica do haikai "esta profunda mente influenciada pela

filosofia Zen, e5sa quase-nao-religiao, que valoriza a cotidiano e a instantaneidade,

a materialidade e a imediatidade da experiemcia, contra a pobreza do pensamento

conceptual e a tirania do mundo das palavras" (LEMINSKI, 1986, p. 98).

Naa se podem definir exatamente as regras que Leminski utilizava para criar

seus haikais, todavia, pode-se ter um apanhado geral do estilo livre que procurou

seguir.

Na 6tica de Flora Figueiredo,

Leminski nao se prende a nenhuma f6rmula ou escola, tem som e rilmoabsolutamente pessoais e, quando descompassa e desafina, e proposital edivertido, conquistando 0 leitor de imediato, pela emo~ao. Tem acapacidade de dobrar as palavras a sua vontade, criando mesmo vocabulosunicos e trocadilhos de efeito. Cria 0 impacto desejado quer seja eminstantes delicadamente romanticos quer em situaC6es de irrever~ncia equestionamento. Passa crlticas ou magoas habilmenle, deixando enlreversua inlimidade com a vida. Oulras vezes e I1rico e apaixonado. A tOnica deum hai-kai e, sempre, a mensagem profunda e filos6fica, dita de forma curtae forte. A origem desses versos remonta ao ana de 760, e e curioso notarque 0 escrilor permanece igualmente solto quando bordeja oulros estilos,sem se vincular a nenhum. Pode leT por vezes uma nuan~a romantica emesmo concretista, movimento literario do qual participou ativamente em1964. A ideia que fica e que lodos os estilos ja foram por ele devidamentemanuseados, criando entao um perfil novo e individual de poesia. (1988, p.60)

Quanto a forma, FRANCHETTI diz de Leminski:

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Muitos dos seus poemas tem, inconfundlvel, um claro ·sabor de haicai- e,quanto a forma, uma grande liberdade, que ora permite 0 usa da rima e daassonancia, ora utiliza 0 verso branco e sem medida, ora monta 0 poemavisualmenle, tirando partido do espac;:o e da forma fisica das letras epalavras (1994, p. 206).

Quanta a rima, MARQUES diz exemplificando:

(.,.1 os hai-kais de Leminski ns:io se prendem a metrica rigorosa (5-7-5) epodem dispor de todos os recursos estillsticos tradicionais, a rima a frente:estrela cadente eu olho I 0 ceu partiu I para uma carreira solo; morreu 0periquito I a gaiola vazia I esconde um grito; para fazer uma teia num minutoI a aranha cobra pouco I apenas um mosquito; tudo dito I nada feito I fito edeito (2001, p. 36).

Percebe-se que Leminski procurava rimar a ultima silaba do primeiro verso

com a ultima sflaba do terceiro verso dando, assim, uma sonoridade ao haikai.

Pela forma livre em que escrevia seus haikais, Paulo Leminski nao se

preocupava em compo-los enfatizando ou denotando 0 kigo (palavra de estat;:ao).

FRANCHETTI, citado por Denise Trevisan, diz:

o mestre dessa modalidade de haicai foi Paulo Leminski, cuja pratica, demodo geral, e ainda 0 modelo dos que se aproximam contemporaneamentedo haicai. Nessa vertente, por definic;:ao, a metrica deixa de ler importancia.E tambem tera importancia diminula 0 enquadramento do poema nasucessao das estac;:oes, por meio da ·palavra de estac;:ao·. (2005,http://www.germinaliteratura.com.br/pcruzadas_out200S.htm)

Tendo em vista as te6ricos supra mencionados, percebe-se que Leminski

nao seguiu a risca os mandamentos que 0 haikai tradicional buscava atender

conforme mostrado no capitulo anterior.

Ao longo do seu tempo desenvolveu um Uestilo" proprio de fazer haikais

inovando a forma tradicional, mas buscando sempre a simplicidade dos

acontecimentos do cotidiano, todavia, ha de se relevar que, segundo FRANCHETTI:

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Foi com Leminsky que 0 haicai encontrou, fora da comunidade japonesa, amelhor realiza~o no Brasil, e a mais conhecida. E::certo que se poderatalvez dizer que seus haicais rulo se parecem muito com 0 haiku, tal como 0lemos hoje em japonl!s. Mas nao ha a menor dUvida de que na sua poesiase encontram presentes em alto grau algumas das qualidades maisnotaveis da poesia de haicai, tal como loi descrita e difundida par Blyth emlingua inglesa. f: ainda ao circulo de Leminsky que devemos uma constantee importante atividade de produ~o, tradu~o, difusao e ensino do haicaj·zenisla, promovida par Alice Ruiz. (1994, p. 207)

Seguem alguns exemplos dos mais bem realizados haikais de Leminski

segundo Franchelti (1994, p. 206)

a palmeira estremecepalmas pra elaque ela merece

para que cara feia?na vidaninguem paga meia

a chuva e fracacresgam com forgalinguas-de-vaca

Mais exemplos de haikais de Leminski:

meio dia tres coreseu disse ventoe cairam todas as f10res(LEMINSKI, 1987, p. 109)

Plum! Bum!no rio apenas uma pedraque caiu(VERC;:OSA, 1995, p. 472)

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Sete e dez.Aqui jaz 0 sol,sombra a meus pes.(VER!;OSA, 1995, p. 476)

morreu 0 periquitoa gaiola vaziaesconde urn grlto.(VER!;OSA, 1995, p. 477)

Dais dos melhores haikais de Leminski, na minha opiniao:

acabou a farraformigas mascamrestos da cigarra(VER!;OSA, 1995, p.477)

duas folhas na sandaliao Dutonetambem quer andar(LEMINSKI, 1983, p. 99)

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CAPiTULO III

3. PROCEDIMENTOS METODOLOGICOS

Este capitulo abordara as procedimentos metodol6gicos que serao utilizados

para a iniciac;a.o a prodU903.0de haikais por alunos de 1a serie do Ensine Medic.

o criteria utilizado para a escolha da amostra foi a aproveitamento de duas

aulas do periodo de estagio obrigat6rio em escolas, solicitado pelo curso de

graduac;ao de Letras do qual 0 autor desse estudo e aluno.

Para analise e coleta de dados foi elaborada uma micro-oficina para ser

ministrada no perfodo de 100 minutos ininterruptos para uma sala mista de 24

alunos entre 15 e 20 anos, matriculados na 1a serie do Ensine Media do Colegio

Estadual Brasflio Vicente de Castro situado no bairro Cidade Industrial em Curitiba -

PR.

Para tornar a estudo rnais agradavel e com a intenc;Ao de que 0 metodo

experimental utilizado seja eficaz, a aplicac;:ao da metodologia sera subordinada a

determinadas fases: introduc;:30 a aprendizagem de haikais (perfodo preparat6rio);

iniciac;:ao teorica: apresentac;:ao de haikais e micro-oficina de produc;:ao de haikais.

Para a introduc;:ao teonea do assunto e desenvolvimento da miero-oficina,

serao utilizados como materiais de apoio ao professor: retro-projetor e

transparencias, aparelho de som com CD, bern como material foto-copiado.

A analise do resultado da micro-oficina de iniciac;:ao a produc;:ao de haikais

sera aborda no capitulo IV - RESULTADOS E DISCUssAo.

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3.1 PLANO DE ENSINO

Nome do Academico: Daniel Munhoz Braz de Oliveira

Nome do Supervisor de Estagio: Prof'. Maria de Lourdes Martins

Estagia Supervision ado: () Ensino Fundamental (X ) Ensino Media

(X) Lingua Portuguesa ( ) Lingua Estrangeira

Local do Estagio: Coh~gio Brasilia Vicente de Castro

Endere~o: Rua Santa Angela de Follgno, 45, CIC, Curitiba, PR.

Telefone: (41) 3246-2021.

Professor Regente: Luciana Emilia Merlim

Turma: 11G.

Para cumprir a segunda etapa do Estagio Curricular do Curso de Letras,

habilita9ao em Portugues, foi desenvolvido urn projeto de ensina para que a

academico tenha uma vivencia na pratica pedag6gica fundamentada na Lei de

Diretrizes e Bases da Educar;:ao Nacional (nO 9.394/96). Com base nessas leis sera

proposto urn estudo e aprendizado que atenda as expectativas de formar;:ao escolar

dos alunos para 0 mundo contemporaneo.

As aulas elaboradas tem como objetivo sanar as dificuldades encontradas

pelos alunos na lingua portuguesa, propiciar aos alunos a intera\=ao e a

comunicabilidade tornando-os individuos criticos e formadores de opiniao e que

tenham um maior entendimento do assunto para aplica-Ios nas atividades do seu

dia-a-dia.

Para tanto, foram elaboradas aulas mais descontraldas, facilitando 0

aprendizado e atraindo mais a aten\=ao dos alunos. Como recurso, foi fornecido

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material fotocopiado com 0 conteudo das aulas, aparelho de sam e material de

apoio.

Os conteudos das aulas foram: dia 10/11/05 "Naticia~ para as turmas 18 G,

28 E, 18 H e 18 H e dia 17/11/05 "Inc;a~ao a produ~ao de Haikais com base em Paulo

Leminski~ para a turma 18G.

A avaliat;;ao do aluno sera verificada com base no desenvalvimento das atividades

proporcionadas pelo professor e com verificat;ao do praduto final.

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3.2 PLANO DE AULA

Nome do Acad~mico: Daniel Munhoz Braz de Oliveira

Nome do Supervisor de Estagio: Prof3. Maria de Lourdes Martins

Professora Regente: Luciana Emilia Merlin

Estagia Supervisionado: LIngua Portuguesa I Ensino Media

Data: 17/11/05 - Serie: l' G, - Tempo: 100 minutos

Tema: Haikai

ObjetivQ da aula: demonstrar compreensclo sabre 0 tema Haikai a fim de iniciar a

prodw;:ao dos seus pr6prios poemas.

Problematiza9aO: 0 desconhecimento do estilo de poema Haikai e sua prcHica.

Competencia: 0 aluno devera ser capaz de produzir Haikais com base na iniciacc30

te6rica dada pelo professor.

Estrategia: sera explanado 0 conteudo tendo como material de apaio: material

fotocopiado, aparelho de som, retro-projetor, quadro negro e giz.

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CONTEUDO METODOLOGIA I RECURSOS AVALlAC;AO TEMPOESTRA TlSC IA

Haikai " Apresentayi:io do -Giz. - 3professor. minutos

- Quadro de giz." 0 professor pediraaos alunos que - Material de - 5formem uma grande apoio minutosroda. fotocopiado.

- Hist6ria.conceilua~o e - Sera explanado 0 - Aparelho decaracterlsticas. conteudo e em sam. -15

seguida sera minutosdistribufdo a material " Retro-projelor.de apoio.

-leitura dehaikais. " 0 professor ira ler

alguns haikais. - 5minutos

- Os alunos ter~oque desenlloiller umhaikai a partir de -10verso dado peto minutosprofessor.

" leitura dos lIersos - 8formados pelos minutosalunos.

- Sera explanada a - 25continua~o da minutosatividade e, emseguida, utilizando 0aparelho de som, 0

professor tocara umatrilha sonora comvarios sons.

- Produya.o de poemas - 20- Na sequt!!!ncia os pelos pr6prios alunos. minutosalunos terao quecriar um haikai.

" Alguns alunos irao - 5ler os lIersos criados. minutos

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Referencias:

<http://WW1N.kakinet.com/caquildezmand.shtml>

<http://terebess.hu/english/haiku/leminski.html>

<http://www.kakinet.com/caqui/nyumon.htm>

<http://www.kakinet.com/caqui/nyumon20.htm>

GOGA, H. Masuda e ODA, teruko. Natureza, berl'o do Haikai. Kigologia e antologia.

sao Paulo, Ed. Nippak Ltda. 1996.

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3.3 ROTEIRO DE AULA

- Apresentar.;:ao do professor;

- 0 professor colocara urna musica tradicional japonesa que sera tocada durante

tada aula ininterruptamente;

- 0 professor pedira que as alunos se disponham em urna grande roda;

- Ap6s as alunos estarem acomodados, a professor tara perguntas norteadoras

sabre a conhecimento geral do genera Haikai;

- Na seqUencia, com 0 apoio do retro-projetor e material fotocopiado, sera feita urna

breve explanac;ao sabre a origem do Haikai, sua estrutura e apresentac;ao de alguns

haikais dos principais difusores do genera;

- Em seguida, sera distribufda urna folha aos alunos que sera lida pelo professor

cnde constam as 10 mandamentos do haikai.

- Na seqUencia a professor explicara a atividade que seguinfl e distribuira uma folha

contendo cinco tercetos, todavia, somente a primeiro verso de cada terceto ja estara

apresentado.

- Os alunos terao que escrever os versos restantes de cada terceto procurando

manter-se a metrica de 5-7-5.

- Terao 0 tempo aproximado de 10 minutes para desenvolverem a atividade, em

seguida, voluntariamente, lerao as tercetos.

- Ap6s a leitura de alguns tercetos pelos alunes, com a apoie de retre-prejeter, a

prefessor fara um breve apanhado sabre a poeta Paulo Leminski, sua medalidade

de haikais, bem como a apresentayao de alguns de seus haikais.

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- Nesta fase 0 professor tera que ja ter sanado eventuais duvidas que surgirem dos

alunos. Em seguida, explanara a atividade que seguira.

- Sera distribuida uma folha contendo alguns temas. Para lela mente sera tocado um

CD contendo diversos sons. Os alunos deverao criar urn terceto com base nos sons

que ouvirem au nos temas apresentados na folha procurando seguir as seguintes

regras definidas pelo professor:

a) respeitar a simplicidade;

b) evitar 0 "enfeite" de "termos poeticos";

c) evitar 0 raciocinio.

- Os alunos terao 20 minutos para 0 termino da atividade;

- Ao final, 0 professor pedira que os alunos leiam voluntariamente os seus tercetos.

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CAPiTULO IV

4. RESULTADOSE DISCUSSAO

o estudo em questao visou iniciar alunos da 1a serie do Ensino Media do

Coh§gia Brasilia Vicente de Castro a produyao de haikais com base numa breve

teoria sobre 0 estilo e em alguns haikais de Paulo LeminskL

Como a objetivo do presente estudo foi a inicia9ao, 0 criteria utilizado para a

analise dos resultados da pesquisa foi a criatividade individual e a capacidade de

concisao das ideias. Ou seja, as alunos teriam que criar urn terceto concise

buscando fatos do seu cotidiano au ideias livres.

Dentre as 24 alunos participantes da oficina, 20 alunos entregaram a folha

da atividade, estando urna delas em branco.

A produy8.o dos 19 alunos que desenvolveram a atividade estava dentro da

regra estipulada pelo professor. Ou seja, dos 24 alunos participantes da oficina,

houve exito em 79% quanto a produ9Ao criativa e a composi980 concisa dos

tercetos.

Com base nos dados supra mencionados, percebeu-se, assim, que a

aplica9ao da micro-oficina em sala de aula, bem como a tecnica utilizada atingiram

as expectativas do professor orientador considerando a participa9ao e cria980 dos

alunos ora analisados.

A produ,ao dos alunos poder. ser vista no capitulo Vlt - ANEXOS. contudo.

segue alguns exemplos do que foi produzido:

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o sol me dissesem palavrasmuito Bam dia

Menina cannhosadoce e pomposa comroupas cor-de-rosa

o carro passoua grito ecooutriste alguem ficou

Foi not6na a acejta~ao do novo conteudo pelos alunos. Eles demonstraram

grande receptividade pela forma como foi abordado 0 assunto e os recursos

utilizados.

Outro fator que se percebeu na oficina ern sala de aula foi a capacidade de

imaginayao do jovem para criar com 0 minima de recurso utilizado. Sabe-se que 0

haikai nasce diretamente de expenencias fisicas e concretas, contudo, expO-Ie a

experi{mcias exterior a sala de aula tornara 0 processo de desenvolvimento e

criatividade muito mais natural do que promover sensa~oes num ambiente fechado.

Vale ressaltar que, para se ter produ~6es dentro dos fundamentos do haikai

tradicional, 0 professor necessitara de urn tempo maior para aprofundar 0 assunto.

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CAPiTULO V

5. CONCLUSAO

Sabe-se que a haikai nasee diretamente da experi~ncia real e imediata do

poeta, atraves da observaC;8o da natureza e da vida diaria, contudo, 0 que se

procurou neste estudo foi despertar primeiramente 0 esplrito criador de cada urn,

para, em estudos mais avanc;:ados, um aprofundamento do estilo.

o que se propOe alcanc;:ar com a poesia haikai em sal a de aula e, entre

outros fatores, a satisfac;ao pesseal do alune e 0 desenvolvimento da apreciar;ao

literaria par parte dele. E ista foi observado durante a realizac;ao da oficina no

Colegio Brasflio Vicente de Castro, pais as alunos demonstraram interesse pelo

haikai, desconhecido par eles ate entao, bern como se interessaram pela obra de

Paulo Leminski.

Nesta atividade individual, mas que envolveu toda a classe, procurou-se

desenvolver entre as areas de conhecimento a percep9ao, concentra9ao, escrita em

geral, comunica9ao, relacionamentos, intuiyao, autoconhecimento, medita9ao e

expressao. Mais do que qualquer tipo de literatura, a poesia haikai leva a jovem a

apreciar um novo gosto estetico e desenvolve sua sensibilidade para as

acontecimentos do mundo ao seu redor.

o espfrito criador do aluno nao pode ser ensinado. Pode somente ser guiado

e e este, em essencia, 0 trabalho do professor: auxiliar 0 desenvolvimento da

disposi9ao latente em seus alunos direcionando-os para experiencias objetivas e

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sensac;6es ffsicas, fugindo das explicac;Oes e racionalizac;6es. Para isso 0 professor

deve ser receptivo e compreensivo, a tim de que as alunos venham a ele em busca

de auxilio para seus trabalhos criadores, e nao tenham constrangimento neste

contato.

Como exemplo da produc;ao de haikais pelos alunos temos:

o olhar tnsleA menina ainda sonhaQue seu amor volte

As formigas amigasNos galhos caidosMas ainda floridos

Sih§ncio na ruaBum, Pou, PORealidade nua e crua

A educac;ao procura aperfeic;oar 0 aluno como urn todo, e a estudo do haikai,

seja ele em oficinas ou workshops promovido pela escola, ira dar oportunidade a

uma nova experiencia intelectual e emocional que ele necessita e procura.

A escola nao tern como objetivo fazer de cada aluno um poeta, mas, sim,

provocar, preservar e orientar todas as boas capacidades existentes, levando·as

para 0 campo da ciemcia ou da arte.

Podemos concluir que 0 estudo da poesia haikai visa, principal mente, levar 0

aluno a alcanc;ar pad roes de saude fisica, espiritual e emocional que 0 levern a urna

vida mais plena, a estar integrado em seu meio e a compreender e aceitar modos de

ser diversificados.

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CAPiTULO VI

6. REFERENCIAS

FRANCHETII. Paulo. org. Haikai; antologia e hist6ria. 3a. Ed. Campinas. SP. Ed. daUnicamp. 1996.

FRANCHETII. Paulo. Notas sobre a hist6ria do haikai no Brasil. In: Site Terra.Disponfvel em: http://paginas.terra.com.br/arte/PopBoxlkamiguase/ensaio3.htm.Acesso em: 06 jan. 2006.

FRANCHETTI, Paulo. Paulo Franchetti por Denise Trevisan de G6es. In: GerminaLileralura. outubro de 2005. Disponlvel em:http://www.germinaliteratura.com.br/pcruzadasaut200S.htm. Acesso em: 23 dez.2005. Entrevista.

FRANCHETII. Paulo. 0 conteudo do Haikai. In: Site Caqui. 3 de abril de 1999.Disponlvel em: http://www.kakinet.com/caqui/nyumon30.htm. Acesso em: 6 jan.2006.

GOGA. H. Masuda e ODA. Teruko. Natureza - 8err;0 do Haikai. Kigologia eantologia. Sao paulo. Nippak Ltda. 1996.

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LEMINSKI. Paulo. Matsu6 8ASHO. sao Paulo: Ed. Brasiliense. 1983.

LEMINSKI. Paulo. Caprichos e Relaxos. Sao Paulo: Ed. Brasiliense, 1983.

LEMINSKI, PauloDistraldos Venceremos. sao Paulo: Ed. Brasiliense, 1987.

LEMINSKI, Paulo. Anseios Criplicos. Curitiba, PR: Ed. Criar, 1986.

LEMINSKI, Paulo. Sene paranaense; n. 2. Curitiba: Scientia et Labor, editora daUFPR,1988.

LOPES, Rodrigo Garcia. Paulo Leminski. Gazeta do povo, Curitiba, p. 08, 25 ago.1997.

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MARINS, Jose, PICHORIM, Sergio Francisco. pinha pinhilo - pinhilo pinheiro -renga. Curitiba: Araucana Cultural, 2004.

MARQUES, Fabrlcio. Ar;o em Flor. Bela Horizonte: Ed. Autentica, 2001.

MICHAELIS: minidicionario escolar da Ifngua portuguesa - Sao Paulo: CompanhiaMelhoramentos, 2000.

MOISES, Massaud. Dicionario de Termos Literarios. Sao Paulo, Ed. Cultrix, 1994.

PELLEGRINI, Domingos. 0 duelo dos haikais. Folha de Londrina, Londona, PR, 02lev. 1992.

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VER<;:OSA, Carlos. Oku - Viajando com Basho. Bahia: EGBA, 1995

VIEIRA, Oldegar Franco. Fa/has de Chao Sao Paulo: Cadernos da Hora Presente,1940.

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CAPiTULO VII

7. ANEXOS

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7.1 ANEXO I - MATERIAL DE APOIO UTILIZADO NA OFICINA

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HAlKAI

o que e HAIKAI (ou Haicai)?

Haicai e urn poema de origem japonesa, que chegou aoBrasil no infcio do seculo 20 e hoje conta com muitospraticantes e estudiosos brasileiros. No Japiio, e namaioria dos paises do mundo, e conhecido comohaiku.

A forma do Haikai

De maneira geral, haicai e urn poema conciso,formado de tres versos, no total de 17 silabas:

o primeiro verso tern 5 silabas. 0 segundo verso tern 7 silabas. 0 terceiro verso tern 5 silabas

Niio ha necessidade de rima ou titulo.

Transparencia 01

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Quanto a metricaAcreditamos que nao se deve exigir rigor na contagernde silabas, a ponto de sacrificar a expressao poetica.Porern, tarnbern acreditarnos que 0 nfunero ideal desilahas deve estar proximo a 17, sendo permitidasvariayoes nao rnuito mais ou rnuito rnenos que isso.

o Haikai c1assico obedece a 4 regras:

Consiste em 17 silabas, divididas em tresversos de 5, 7 e 5 silabas;Contem alguma referencia a natureza(diferente da natureza humana);Refere-se a urn evento particular (ou seja, naoe uma generaliza<;ao);Apresenta tal evento como "acontecendoagora", e nao no passado.

Transparencia 02

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OS DEZ MANDAMENTOS DO HAIKAI

H. Masuda Goga

1) 0 Haikai e urn poema conciso, farmada par 17 silabas distribuidos em tresversos (5,7,5), sem titulo, sem rima e com 0 termo de esta<;ao do ana (kigo).

2) 0 Kigo e a palavra que representa uma das quatro estac;5es: IPE (flor deprimavera), CALOR (fenomeno ambiental de verao), UBELULA (inseto deoutono) e FESAJUNINA (evento de inverno).

3) Cada estac;aodo ana tern 0 proprio can3iter, do ponto de vista da sensibilidadeo poeta: Primavera (alegria), Verao (vivacidade), Outono (melancolia) eInverno (tranquilidade).

4) 0 Haikai e 0 poema que expressa fielmente a sensibilidade do autor, par isso:a. Respeitar a simplicidade;b. Evitar 0 "enfeite" de "termos poeticos";c. Captar urn instante em seu nuc!eo de eternldade;d. Evitar 0 raciocinio.

5) A metrica Ideal do haicai e a seguinte: 5 sflabas no prlmeiro verso, 7 nosegundo e 5 na terceira; mas nao ha exigencia rigorosa, obedecida a regra denao ultrapassar 17 silabas ao tad0, e tambem nao muito menos que issa. E acontagem das silabas termina sempre na silaba tonica da ultima palavra decada verso.

6) 0 haicai e poemeto popular, par isso usa-se palavras quotidianas e de facilcompreensao.

7) 0 dono do Haikai e 0 proprio autar, por isso deve-se evitar a imitac;ao dequalquer forma, procurando sempre a verdade do espirito haicaista, que exigeconsciencia e realidade.

8) 0 haicaista atento capta a instantaneidade, qual apertar a batao da camerapara obter 0 "snap".

9) 0 Haikai e considerada como uma especie de dialogo entre a autor eapreciador, por isso, nao deve explicar tuda por tudo, a fim de tarnar aassociaC;aode ideias par parte de quem a avalia.

10)0 haicai e uma cria.;aa poetica emanada da sensibilidade do haicaista; por iSso,deve-se evitar expressoes de causalidade ou de sentimentalismo vazia.

Gremio Haleai Ipe - Caqui nO 0 - maio de 1993Material de apoio 0 I.

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o velho tanque -Uma ra mergulha,Sarulho de agua.

- Sash6 (1644-1694)

Cortado 0 arroz,o sol de outonoSrilha no capim.

- Suson (1716-1783)

Passo a passosobre a montanha no verao -de repente 0 mar.

- Issa (1763-1827)

Transparencia 03

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A blusa guardada

A lua se poe

Safda das aulas

Tardes de verao

Arnar e urn elo

Materialde apoio 02

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Paulo Leminski Filho

- Curitibano;

- Ex-professor de Historia e Reda9ao emcursos pre-vestibulares;

- Casado com a poetisa Alice Ruiz;

- Faixa preta e professor de judo;

- Compositor, tradutor, poeta;

- Escreveu: biografias, poesias, ensaios;

- Algumas de suas obras: Catatau, DistraidosVenceremos, Agora e que Sao Elas,Caprichos & Relaxos, Polonaises, MatsuoBasho - A higrima do peixe, QuarentaCliques, Nao Fosse Isso e Era Menos / naoFosse tanto e Era Quase.

Transparencia 04

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o "estilo" de Haikai de Paulo Leminski

- Escreveu Haikais livres, ou seja, nao se prendeua metrica tradicional de 5-7-5 silabas;

- Escreveu em terceto;

- Grande liberdade quanto ao uso da nma(assonancia e alitera90es);

- Nao se prendia ao kigo (palavra de esta9ao);

- Busca pela instantaneidade do momento.

Transpan!ncia 05

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Haikais de Paulo Leminski

cortinas de sedao vento entrasem pedir licenc;a

tarde de ventoate as arvoresquerem vir pra dentro

tudo claroainda nao era 0 diaera apenas 0 raio

para fazer a teia em um minutoa aranha cobra poucoapenas um mosquito

bateu na patentebatatatem gente

casa com cachorro brabomeu anjo da guardaabana 0 rabo

essa vida e uma viagempena eu estar56 de passagem

acabou a farraformigas mascamrestos da cigarra

jardim da minha amigatodo mundo felizate a formiga

rel6gio paradoo ouvido ouveo tic tac passado

T ransparencia 06

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Nome:.~_~~ ~~ _

Jdade: ~ _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), iadrao, praia, futebol, namorada (0),mae, pai ou mae.

Materialde apoio 03

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7.2 ANEXO 11- MATERIAL PRODUZIDO PELOS ALUNOS

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Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai,mae, galo,galinha,cachorro, nevoa, fonnigas, rel6gio.

"i1~ iP)7iu~@ ,/g]jadf) ~Caro 2rv7ib AArdl(£)&Cl£l·

7(1e7UYa zW-1)f;W:t)ff7d .(trYZk Gew.Jr --r7?-

atudD utiLe >:Of to -/&-ca.

AtJl /(RCU,l£itf2!zexQ ~ye, !J.ei;uJ) ':, .uin --pto'iD"

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Nome: ~ AM. J)."l._

Idadc: J\.6

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai,mae, galo,gaIinha,cachorro, nevoa, formigas, re16gio.

P" \= ,PO.\..! J..A

{f AI ,clAd" 4,"; fl (c&,/J

\ Q c A U Q fA'" )0 ()

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Nome~ ~,Q:;l' dQ d-roe><o ,'Dv'(J&d~;~I""-,j"-'"'.b<---+-d (fIdade: _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai,mae, galo,galinha,cachorro. nevoa, formigas, rel6gio.

eN X!I)g-,,9 ,Q.. (?,~~l{Y-\'

f:l \'t?~9JomtoC()B,C)- cO';2e~.,~J\Q..~J~f-..

"'Do. ' tp>{ 0<Lo.- .) A A. f'0.9\b'o'0 'ifPtY)'::,!QI}1

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Nome:_rr...e"'9Q;2C-'""""E"'----rE=-'---,-",c0u-,~""'-<~""""""'CQ..-_. _Idade: __ Cl_i-'--":t:- _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futeboI, namorada (0),pai,mae, gala,galinha,cachorro, nevoa, fonnigas, rclogio.

2M ~ ?-CJ..h9

gzvA9 (~

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Nome: @mc, 4f."c ,£W';'a /ftyc;Q"01,

ldadc:~",,-- _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai,mae, gala, galinha,cachorro, nevoa, formigas, rel6gio.

Ut'Y?,W{j0do/ (J00'7 d"~/V6i'L#VIOV

C'/lCA 6t:d~R"fp-::i/Pfo(7Yi-e.::Jt::-,CII,t!/CV

~~e/ U fP'dc-. tf'V?k chtTCc ~

C'vod a,//1CC. """'C~'2 f!JCfvtC~

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Nomc:----'l,/JJ.-",I1Lc'5""O"""";V'-- _

Idadc: --+IJ--+--'--------

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrilo, praia, futebol, namorada (0),pai, mile, galo, galinha, cachorro, nevoa, forrnigas, relogio.

lie. fAe ~I.\S fsHf LI.I:>Q/uE hotA5 /)Ao(;~\)L.A JaM rANELA<)

CF\cd£ JA 1\ G,A[INf-1lc--

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Nomc:.-"'-"-'-""""--- _

Idade: ~ \; a,,,,,","

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladraa, praia, futebal, namarada (0),pai,mae, galo,gaiinha,cachorro, nevoa, formigas, rel6gio.

~Ollll ,9 ~~'}j9

he "":l,,,\ilIW!?", Q,' ~

~Qo(<>e.l'm \OJ\!(;nRGCbo,tn.:" ~ ~

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Nomc:~,'Vl Oo--.~Idade: _:LI.L _

Tcma:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai, mae, galo, galinha, cachorro, novoa, fonnigas, rel6gio.

~~ do" 00RJb~.

t.""""~ .JLLoJ.(~.

~"co,,\)\. c\.Q. ..c1\.V'{J~

~ c/v!) ,&-n0 I1fX'G,

\:,9u0~.Q!Crv...,1 J.- e(}.,o--. o·

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Nome: r/!v{YYIl'u~""M.L-'7~QY'd""'J..Juiw~~:1r _Idade:~

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), iadrao, praia, futeboi, namorada (0),pai,mae, galo,galinha,cachorro, nevoa, formigas, relogio.

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Nome: (jarrn;}o"-x~~Idade: ~ 6 QJ)J eo

Tema:

ChuYca._J:!!l!,J:linJjQp~_gy;(Q.~lTI'<;!Jiw-.(0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai, mae, galo, galinha, cachorro, nevoa, formigas, relogio.

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r~!L.onu \S~uIdade: -"'!.L'6><- _Nome: hCJO\) 1\9(1\

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladriio, praia, futebol, namorada (0),pai.mae, galo,galinha,cachorro, nevoa, formigas, rel6gio.

hOI -./\40.1

[po(\ll

1.j)£) J. l C ~'f;

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Tcma:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),Jl3i,mac, galo,galinha,cachorro, nevoa, formigas. rcl6gio.

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Nome~CALJ3---'~~1JJL,31- _

Idade: _{,5-!1 _

Terna:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, rnenina (0), ladriio, praia, futebol, narnorada (0),pai,mae, galo,galinha, cachorro, nevoa, fonnigas, rel6gio.

(~osnAtl lD1ull CdIYY) ffillmM

~~~~O~ _

G,rm l'l )Jill %~119. _iQll.ji am ~hmh'~1\ 2 1') "

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[dade: _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrlio, praia, futebol, namorada (0),pai,mae, gala,galinha,cachorro, nevoa, formigas, re16gio.

'10.. .!)cJ", d, q"iaa LUY'oA .2>1 ee{tJa)e~-tQm

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Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai, mae, galo, galinha, cachorro, nevoa, formigas, relogio.

~vo. 0:v.' yy:;G e?#?u74-.--.o..c.kJ.., ~~~

i.E. fud1\aR ~ 0.. 1W.o..

iJ..?- ~, I!MA~ ,tflfE5W~, ::VI,ra&~,~<;165

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Nome: e;,;LCo" ?~"Q ~

Idade: 10 ,Alms:!)

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), ladrao, praia, futebol, namorada (0),pai, mae, galo, galinha, cachorro, nevoa, forrnigas, rel6gio.

\ ITD(-)" ~v\0. ,tvCL11\.CLctQ

'fO! Il-')bo ,Aiol

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Nome: _

!dade: _

Tema:

Chuva, rua,I--i.ipHop, carro,men ina (0), laddio,praia,futebol.namorada (0),pai, mae, galo, galinha, cachorro, nevoa, forrnigas, re\ogio.

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Nomc:t5m~N)1lO ~!!j)W.~! "0

Idade: -"1'-'-'- _

Tema:

Chuva, rua, Hip Hop, carro, menina (0), laddio, praia, futcbol, namorada (0),pai,mae, gala, galinha,cachorro, nevoa, formigas, relogia.

1\l\%!VjVr>. Ai~l.if\ ?fjNHI\,

q{k V£U &"'cR \10\ TE.

}l~C/BL P'liIino

IAI,\j€"~ilt()d~o \+.,,;,,);:0 .