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A Prova no Processo do Trabalho PorJeison- Postado em25 março 2013 Autores: CASSEPP, Alexandre Azambuja. INTRODUÇÃO Trata-se o presente artigo da análise do instituto da prova, seu conceito, princípios, classificação e meios de prova, dentre outros aspectos que o caracteriza. É um assunto que tem sua importância maximizada pela necessidade de apreensão tanto pelos advogados, a fim de viabilizar a mais ampla defesa de seu representado, como dos magistrados, na medida em que a condução da instrução é por eles dirigida. Para tanto, serão utilizadas obras doutrinárias, textos legais e constitucionais, assim como precedentes jurisprudenciais. 1 CONCEITO DE PROVA Provar significa formar a convicção do juiz sobre a existência ou não de fatos relevantes no processo. É o conjunto de motivos produtores da certeza, a conformidade entre nossas idéias e os fatos constitutivos do mundo exterior e a demonstração legal da verdade de um fato. Outros doutrinadores sustentam que provar é demonstrar a verdade de uma proposição, mas em seu significado decorreu de uma operação mental de comparação. Sob esse prisma, a prova judicial é a confrontação da versão de cada parte, com os meios produzidos para aboná- la. O juiz procura reconstituir os fatos valendo-se dos dados que lhe são oferecidos e dos que pode procurar por si mesmo nos casos em que está autorizado a proceder de ofício.

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A Prova no Processo do Trabalho

PorJeison- Postado em25 maro 2013Autores: CASSEPP, Alexandre Azambuja. INTRODUOTrata-se o presente artigo da anlise do instituto da prova, seu conceito, princpios, classificao e meios de prova, dentre outros aspectos que o caracteriza. um assunto que tem sua importncia maximizada pela necessidade de apreenso tanto pelos advogados, a fim de viabilizar a mais ampla defesa de seu representado, como dos magistrados, na medida em que a conduo da instruo por eles dirigida.Para tanto, sero utilizadas obras doutrinrias, textos legais e constitucionais, assim como precedentes jurisprudenciais.1 CONCEITO DE PROVAProvar significa formar a convico do juiz sobre a existncia ou no de fatos relevantes no processo. o conjunto de motivos produtores da certeza, a conformidade entre nossas idias e os fatos constitutivos do mundo exterior e a demonstrao legal da verdade de um fato.Outros doutrinadores sustentam que provar demonstrar a verdade de uma proposio, mas em seu significado decorreu de uma operao mental de comparao.Sob esse prisma, a prova judicial a confrontao da verso de cada parte, com os meios produzidos para abon-la. O juiz procura reconstituir os fatos valendo-se dos dados que lhe so oferecidos e dos que pode procurar por si mesmo nos casos em que est autorizado a proceder de ofcio.Neste contexto, Amauri Mascaro faz interessante comparao entre o juiz e o historiador:A misso do juiz , por isso, anloga do historiador, por quanto ambos tendem a averiguar como ocorreram as coisas no passado, utilizando os mesmos meios, ou seja, os rastros ou sinais que os fatos deixaram. (NASCIMENTO, 2011, p. 403).Existem cinco tendncias que procuram mostrar a natureza do direito probatrio. A primeira teoria a da prova como fenmeno de direito material, sustentada por Salvatore Satta. A segunda a teoria da prova como fenmeno de natureza mista, material e processual, considerando que h normas que regulam a prova fora do processo para fins extraprocessuais e outras normas dirigidas ao juiz para que as aplique no processo.J a terceira teoria a da natureza unicamente processual das normas sobre provas, uma vez que so destinadas ao convencimento do juiz. A quarta teoria a da diviso das normas sobre prova em dois ramos, cada qual com sua natureza prpria, processual ou material, como sustenta Jaime Guasp. A quinta teoria a das normas sobre provas pertencentes aos denominado direito judicial, assim entendido o direito que tenha por objeto uma relao jurdica existente entre a justia estatal e o indivduo.2 PRINCPIOSA prova, em processo trabalhista, submete-se aos princpios fundamentais que seguem.O primeiro deles o princpio da necessidade da prova, segundo o qual os fatos de interesse das partes devem ser demonstrados em juzo, no bastando a simples alegao, pois a prova deve ser a base e a fonte da sentena. O juiz deve julgar de acordo com o alegado e provado, porque aquilo que no consta no processo no existe no universo jurisdicional, nem mesmo o conhecimento pessoal que do fato possa ter o juiz.H tambm o princpio da unidade da prova,que, embora possa ser constituda de diversas modalidades, forma uma s unidade a ser apreciada em conjunto, globalmente.Outro princpio importante o da lealdade ou probidade da prova, pois h um interesse geral em que no seja deformada a realidade, e as partes devem colaborar para que a vontade da lei possa ser exercida pelo rgo judicial sem vcios decorrentes de uma impresso calcada em falsas realidades. Esse princpio nem sempre vem sendo observado no processo trabalhista em especial quanto autenticidade de documentos.

No que tange ao princpio da igualdade de oportunidade de prova, este garante s partes idntica oportunidade para pedir a realizao de uma prova ou de exercit-la.H tambm o princpio da legalidade, em decorrncia do qual, se a lei prev uma forma especfica para a produo da prova, ela no pode ser produzida de outra maneira.Com relao ao princpio da imediao, esse significa que no s a direo da prova pelo juiz, mas a sua interveno direta na instruo probatria, mais facilitada quando o processo fundado na oralidade, como no caso trabalhista.

3 SISTEMAS DE AVALIAO DAS PROVASEntende-se por avaliao ou apreciao da prova a operao mental que tem por fim conhecer o mrito ou valor de convico que possa ser deduzida do seu contedo.A avaliao da prova comporta dois momentos que se completam: o primeiro o conhecimento, pelo qual se opera a representao mental do objeto do

Na apreciao da prova, a lei assegura maior ou menor liberdade ao juiz, da os dois sistemas jurdicos fundamentais de apreciao da prova: o sistema da prova formal eo sistema da livre apreciao.Segundoo sistema da prova formal, tambm denominado da tarifa legal e daprova legal, mais restritivo da liberdade do juiz, somente so produzidas e apreciadas as provas de acordo com as expressas determinaes da lei. H uma enumerao taxativa de provas no permitindo a incluso de outras. A concluso do juiz sobre o valor da prova no est totalmente sobre seu controle, porque a valorizao dessas provas feita pela lei.O sistema da livre apreciao da prova, ampliativo da liberdade do juiz, aquele que confia a avaliao da prova ao prudente arbtrio do juiz, segundo a sua ntima convico, sem determinaes sobre o significado ou o valor de cada prova. Apenas, por cautela, exige, do juiz, a fundamentao, na deciso, das razes que o levaram a atribuir a uma prova determinado valor e no outro. Esse sistema defendido por juristas contemporneos como Mittermayer, Chiovenda, Cappelletti, Calamandrei, Pietro Castro etc.Esse sistema est incorporado ao processo na Frana, Alemanha, ustria, Itlia, Argentina, Estados Unidos, Inglaterra, entre outros. Tambm o processo brasileiro o acolhe e o juiz julga segundo a sua livre convico, sem qualquer tarifa de provas pela lei.4 NUS DA PROVAExiste nus da prova quando um determinado comportamento exigido da parte para alcanar um fim jurdico desejado.Desta forma, nus da prova a responsabilidade atribuda parte para produzir uma prova e que, uma vez no desempenhada satisfatoriamente, traz, como conseqncia, o no-reconhecimento, pelo rgo jurisdicional, da existncia do fato que a prova se destina a demonstrar.O nus da prova atribudo a quem alega a existncia de um fato: a prova das alegaes incumbe parte que as faz (CLT, art. 818). Assim, compete ao empregador que despede por justa causa a prova desta. Os pagamentos efetuados ao empregado tm de ser provados pelo empregador, o que abrange salrios, remunerao das frias, do repouso semanal, verbas rescisrias etc.H discusso doutrinria, com alguns reflexos na jurisprudncia sobre o nus da prova.Alfredo Barbieri Cardoso prope a adoo de um sistema de presunes legais militando a favor do empregado e que comportariam contraprova do empregador.Barata Silva, invocando a finalidade social da legislao trabalhista, sustenta que a despedida do empregado deve ser considerada sempre injusta, cabendo ao empregador a prova dos fatos impeditivos do prosseguimento da relao de emprego.Coqueijo Costa sustenta que, sendo a inverso do nus da prova em favor do empregado uma das caractersticas do direito processual do trabalho, no se deve aplicar subsidiariamente, no processo do trabalho, norma de direito processual comum que amplie essa inverso contra o empregado, sobretudo no que diz respeito confisso ficta por ausncia de depoimento pessoal.Para Guilhermo Camacho Henriquez, no processo trabalhista imperam em princpio as mesmas regras que em outros processos em matria de nus da prova.Manuel Luis Palcios afirma que se faz necessria uma maior autonomia do direito processual do trabalho em face do direito processual civil, diante de um sistema legislativo moderno e da definitiva especializao jurisdicional. Acrescenta que o sujeito principal do nus da prova o rgo jurisdicional. A prova irrenuncivel pelas partes. Em princpio, o trabalhador deve provar os fatos constitutivos de seu direito. No caso de despedimento, o empregador deve provar no somente a existncia de justa causa, mas tambm, para eximir-se, deve demonstrar que o vnculo laboral extinguiu-se por outra causa.O princpio geral em matria processual de que quem afirma um fato deve prov-lo, presume a igualdade real e positiva das partes intervenientes na causa. Esse princpio quebrado por processos trabalhistas pela presumida desigualdade econmica dos disputantes. No processo trabalhista rege a inverso probatria, mas no em carter absoluto, e somente nos caso taxativamente estabelecidos pela lei, quando o empregador tem a seu cargo prestaes impostas pela lei que se reclamam e no tenham sido cumpridas.Continua o mesmo jurista dizendo que o trabalhador deve mostrar a sua situao de dependente do empregador de quem reclama, bem como os fatos constitutivos da relao de emprego. A desigualdade jurdica do trabalhador, no processo, com as garantias que resultam de uma maior proteo em razo de uma legislao que controla o seu cumprimento e a vigilncia das prprias organizaes de trabalhadores, conduzem concluso de que se encaminha cada vez mais para a igualdade real das partes. Quando essa situao for atingida, no ser necessria a subsistncia do tratamento probatrio especial para o trabalhador.Com base na experincia dos tribunais, surgiram algumas diretrizes, da pode-se falar em princpios de distribuio e presunes. Sobre distribuio do nus da prova os tribunais decidem que do empregador o nus da prova do fato impeditivo, modificativo ou extintivo da equiparao salarial (TST, Smula 6, VIII), com o que do empregado a prova dos fatos constitutivos; seguidas essas regras, o empregado tem o nus da prova da prestao de trabalho de igual valor ao do paradigma, para a mesma empresa, na mesma localidade, e ao empregador cabe demonstrar que paga igual salrio ou, no caso de diferena salarial entre o reclamante e o paradigma, a justificao por meio da prova da diferena de tempo de funo superior a dois anos, da diversidade de perfeio tcnica ou da diferente produtividade entre os dois empregados.Quanto a presunes decidem os tribunais (Smula 212) que o nus de provar o trmino do contrato de trabalho, quando negados a prestao de servios e o despedimento, do empregador, pois o princpio da continuidade da relao de emprego constitui presuno favorvel ao empregado. Presume-se recebida a notificao quarenta e oito horas depois da sua regular expedio. O seu no-recebimento ou a entrega aps o decurso desse prazo constituem nus de prova do destinatrio (TST, Smula 16).A prova da existncia da relao de emprego do empregado, porm, quando o reclamado nega o vnculo de emprego e afirma que o trabalho foi prestado a outro ttulo, por se tratar de prestao de servios autnomos, de empreitada, de arrendamento, de parceria ou meao etc., ao reclamado cabe o nus da prova. A justa causa demonstrada pelo empregador; desse modo, quando alega abandono de emprego, includo em nossa lei (CLT, art. 482) dentre as justas causas, cabe ao empregador a prova do abandono.5 FATOS QUE NO NECESSITAM DE PROVAOs fatos alegados no processo dependem de prova para a sua aceitao. No entanto, nem todos os fatos precisam ser provados.Independem de prova os fatos confessados pela parte, muito embora em nosso direito a confisso possa ser infirmada por prova em contrrio.Tambm os fatos presumidos legalmente no necessitam de prova. So tidos como existentes, sendo dispensvel qualquer demonstrao da sua ocorrncia; cabe, no entanto, prova da sua inocorrncia.No precisam ser provados, ainda, os fatos cuja prova proibida pela lei, por razes de ordem moral ou de outra natureza.Igualmente, independem de prova os fatos j declarados mediante sentena transitada em julgado, porque j foram apreciados e reconhecidos judicialmente.Igualmente, no precisam ser provados os fatos pblicos e notrios, cujo conhecimento seja geral. notrio o fato certo para a generalidade das pessoas fora da lide, ainda que concretamente no processo seja discutido. Os doutrinadores do como exemplos de fatos notrios um grande acontecimento poltico, a distncia entre dois lugares conhecidos etc.Esses critrios estabelecidos doutrinariamente so confirmados, de um modo geral, pelo CPC (art. 334), ao dispor que no dependem de prova os fatos (a) notrios, (b) afirmados por uma parte e confessados pela outra parte, (c) admitidos, no processo, como incontroversos, (d) em cujo favor milita presuno legal de existncia ou de veracidade.6 NORMAS JURDICAS QUE DEPENDEM DE PROVANo somente os fatos devem ser provados, mas, em determinadas circunstncias, algumas normas jurdicas tambm. o caso do direito consuetudinrio, do direito estrangeiro e mesmo do direito municipal. A complexidade da ordem jurdica de tal modo que do juiz no pode ser exigido o conhecimento de uma norma de determinada qualidade (CPC, art. 337).As convenes coletivasde trabalho precisam ser provadas quando nelas baseada a ao. Apesar do seu carter de norma jurdica nacional e que, portanto, como as leis, poderiam independer de prova sob o pressuposto do seu conhecimento pelo rgo jurisdicional, claro que as convenes coletivas so em nmero tal que no se pode exigir o seu conhecimento. No Brasil agrava-se o problema porque no so divulgadas em rgo da imprensa. Da a dificuldade em saber o seu contedo. Tambm os regulamentos de empresa devem ser provados, bastando a juntada de um exemplar. Em se tratando de quadro de carreira, embora a sua eficcia dependa de homologao do Ministrio do Trabalho, mesmo falta dessa formalidade, claro que podem ser juntados aos autos com o valor de documento comum, ao qual o juiz d o valor que julga adequado.Os tratados e as convenes internacionais devem ser mencionados pelos interessados e, apesar da existncia de publicaes contendo as Convenes Internacionais da Organizao Internacional do Trabalho, recomendvel a juntada do texto no processo, mesmo porque as publicaes oficiais da OIT so em lngua estrangeira e o processo brasileiro s admite a lngua nacional.7 CLASSIFICAO DAS PROVASAs provas so classificadas com base nos critrios que seguem.Segundo o seu objeto: provas diretas e indiretas, conforme o fato objeto de percepo seja ou no diferente do fato que prova, e provas principais ou acessrias, segundo o fato ao qual se referem forme parte do fundamento ftico da pretenso ou exceo, ou do ilcito investigado, em cujo caso sua prova indispensvel, ou que, ao contrrio, apenas indiretamente se relacione com os supostos da norma por aplicar, razo pela qual sua prova no necessria.Alm dessa classificao, temos ainda quanto forma: provas escritas ou orais; quanto a estrutura ou natureza: provas pessoais e reais ou materiais, conforme o ato da prova seja produto de um ato humano, como o depoimento, ou constitua uma coisa a ser mostrada, como uma pedra;Segundo a funo, as provas so classificadas como histricas, crticas ou lgicas; quanto a finalidade: prova e contraprova, conforme a sua destinao, que satisfazer um nus ou desvirtuar a prova apresentada pela parte contrria; e provas formais e substanciais, as primeiras, cujo valor apenas ad probationem, cumprem uma funo unicamente processual, as segundas, ao contrrio, sendo ad solemnitatem ou ad substantiam actus, tm um valor material ou substancial, alm do processual.Conforme o resultado: provas plenas, perfeitas ou completas e imperfeitas ou incompletas, as primeiras quando por um s meio possvel obter o imediato convencimento do juiz, as segundas quando vrias provas em conjunto levam a esse convencimento e as terceiras quando no bastam para o convencimento do juiz.No que tange ao grau ou categoria: provas primrias esecundrias, entendendo-se por primrias as provas que tm por tema o fato que se pretende demonstrar e secundrias aquelas que tm por tema outra prova, quer dizer, com elas se pretende provar.Conforme os sujeitos proponentes: provas deofcio, das partes ou de terceiros, as primeiras so as provas determinadas pela iniciativa do juiz, as segundas so aquelas requeridas pelas partes e as terceiras so as provas que dependem do ato de terceiro.Segundo o momento da produo; provas processuais ou judiciais e extrajudiciais e provas pr-constitudas e casuais: processuais so as provas praticadas no curso do processo, extraprocessuais so as provas que tm origem fora do processo, pr-constitudas e casuais, segundo o momento e a inteno de sua criao, porque algumas provas no foram produzidas para o fim de provas, como a arma que dispara um tiro, enquanto outras so feitas com o objetivo de provar em juzo, como os contratos.Quanto a sua relao com outras provas: provas simples e compostas ou complexas e concorrentes ou contrapostas; a prova simples quando um meio basta para levar a convico ao juiz; composta ou complexa quando essa convico obtida com um desdobramento de atos: concorrente a prova que se completa com vrios meios de prova levados ao juiz para formar um mesmo sentido de convico; contrapostas so as provas em que vrios meios esto em contraposio - uns servem e outros no servem para formar uma concluso; a prova conflitante, portanto;Segundo sua licitude ou ilicitude: provas lcitas e ilcitas; lcitas so as provas que esto includas entre as autorizadas pela lei e ilcitas so aquelas que no esto (ex.: o emprego de drogas para obter a confisso).8 MEIOS DE PROVAMeio de prova expresso de duplo significado. Tanto pode designar a atividade do juiz ou das partes para a produo das provas, como tambm os instrumentos ministrados ao juiz no processo para formar o seu convencimento.A palavra prova tem sido utilizada tanto para designar a atividade como o instrumento. Podem existir meios de prova que nada provem, entendido o meio como atividade. Como tambm podem existir instrumentos que no demonstrem. Parece que ambos os sentidos se entrelaam, e que por meio de prova deve ser entendida a fonte de onde emana a convico do juiz.Na legislao processual trabalhista no h uma enumerao taxativa dos meios de prova. Assim, so meios de prova aqueles previstos em lei, trabalhista ou civil, processual ou material. Enumeremos esses meios de prova, que so o depoimento pessoal, testemunhas, documentos, percias e inspees judiciais.8.1 Depoimento pessoalO depoimento das partes um dos meios de prova do processo. Consiste em uma declarao prestada pelo autor ou pelo ru, sobre os fatos objeto do litgio, perante o juiz.A CLT prev esse meio de prova o qual pode ser produzido de ofcio pelo juiz ou a pedido das partes.8.1.1 Confisso um meio de prova judicial em que a parte admite a verdade de um fato, contrrio ao seu interesse e favorvel ao adversrio, conforme o art. 348 do CPC.8.1.2 ProcedimentoO depoimento pessoal tomado pelo juiz, permitidas perguntas da parte contrria. Primeiro ouvido o autor e depois o ru. cabvel reinquirio das partes pelo juiz, de ofcio ou a requerimento das partes, consoante o art. 820 da CLT.O juiz tem poderes para indeferir perguntas que julgue impertinentes, como decorrncia da sua maior atribuio de rejeitar provas desnecessrias.8.2 Testemunhas um meio de prova que consiste na declarao que uma pessoa, que no parte no processo, faz ao juiz, sobre o que sabe a respeito de um fato de qualquer natureza.A importncia da prova testemunhal assinalada por vrios autores. No entanto, so evidentes os perigos dessa prova e os riscos dela decorrentes. A possibilidade de erro na deciso fundada em testemunhos de m-f sempre existe.No obstante, a prova testemunhal continua sendo bsica no processo trabalhista, at porque o documento tambm apresenta riscos, como de sua autenticidade.8.2.1 Procedimento de inquirioAs testemunhas so ouvidas depois do depoimento das partes, tambm por meio do juiz, primeiro as do autor, depois as do ru, salvo inverso do nus da prova.O juiz formula as perguntas, depois o advogado da parte cuja testemunha est sendo ouvida e, finalmente, o mesmo direito cabe ao advogado da parte contrria. providenciado para que o depoimento de uma testemunha no seja ouvido pelas demais que tenham de depor no processo.As testemunhas devem comparecer audincia independentemente de intimao. Se convidadas, no comparecerem, as partes requerem ao juzo a intimao judicial. Se ainda assim no comparecerem, so conduzidas coercitivamente.8.2.2 ContraditaAs testemunhas impedidas ou suspeitas devem ser contraditadas at antes do incio do depoimento na audincia. Se a testemunha nega os fatos que lhe so imputados na contradita, a parte pode prov-los por meio de documentos ou testemunhas, at trs.Admitida a contradita, a testemunha dispensada e substituda.8.3 Documentos o produto de um ato humano, perceptvel com os sentidos da vista e do tato, que serve de prova representativa de um fato qualquer.Tem como funo dar existncia ou validade a alguns atos jurdicos que no so considerados existentes sem a correspectiva documentao. Outras vezes, a sua funo meramente processual, independendo o ato da sua existncia ou no.8.3.1 JuntadaOs documentos do autor devem ser juntados com a petio inicial e os do ru com a defesa. Contudo, lcito s partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos articulados ou para contrap-los aos que foram produzidos nos autos.Por outro lado, o juiz pode ordenar a exibio de documentos, diante de seu amplo poder de direo da prova.8.4 Percia uma atividade processual desenvolvida, em virtude de encargo judicial, por pessoas distintas das partes do processo, qualificadas por seus conhecimentos tcnicos ou cientficos, mediante a qual so ministrados ao juiz argumentos ou razes para a formao do seu convencimento sobre certos fatos cuja percepo ou cujo entendimento escapa das aptides comuns das pessoas.As percias mais freqentes, no processo trabalhista, versam sobre insalubridade, periculosidade, comisses, diferenas salariais e horas extraordinrias.As percias so realizadas por peritos e as partes podem indicar assistentes tcnicos. A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliao.Para o desempenho da funo podem o perito e os assistentes utilizar-se de todos os meios necessrios, ouvindo testemunhas, obtendo informaes, solicitando documentos que estejam em poder da parte ou em reparties pblicas.O laudo no vinculante para o juiz, que no est adstrito s suas concluses, podendo rejeit-las e formular a sua convico com outros elementos ou fatos provados nos autos ou ordenar segunda percia destinada a corrigir eventual omisso ou inexatido dos resultados da primeira.8.5 Inspeo Judicial um reconhecimento ou uma diligncia processual, com o fim de obter provas, mediante uma verificao direta. Tem por finalidade permitir ao juiz esclarecimentos sobre fato de interesse da causa.Nela, o juiz, de ofcio ou a requerimento da parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim de se esclarecer sobre fato que interesse deciso da causa.REFERNCIAS1 BRASIL. Consolidao das Leis do Trabalho. Organizao dos textos, notas remissivas e ndices por Nelson Mannrich. 7. ed. So Paulo: Revista dos Tribunais, 2006.2 BRASIL. Constituio (1988). Constituio da Repblica Federativa do Brasil. Braslia, DF: Senado Federal, 1988.3 MARTINS, Adalberto. Manual de direito processual do trabalho. 2. ed. So Paulo: Malheiros, 2005.4 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Curso de direito do trabalho. 26. ed. So Paulo: Saraiva, 2011.5 SSSEKIND, Arnaldo et al. Instituies de direito do trabalho. 19. ed. So Paulo: LTr, 2000. 736 p., v. 2.Disponivel em:

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