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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA A PSICOMOTRICIDADE COMO FACILITADORA DO PROCESSO DE APRENDIZAGEM CURITIBA 2004

A PSICOMOTRICIDADE COMO FACILITADORA DO …tcconline.utp.br/media/tcc/2015/10/A-PSICOMOTRICIDADE.pdf · Para tanto fez-se necessaria uma conceitua~o do que seja psicomotricidade e

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UNIVERSIDADE TUIUTI DO PARANA

A PSICOMOTRICIDADE COMO FACILITADORA DOPROCESSO DE APRENDIZAGEM

CURITIBA

2004

DANIELE PERETTE

A PSICOMOTRICIDADE COMO FACILITADORA DO PROCESSODE APRENDIZAGEM

Monografia apresentada a titulo deconclusao do curso de PedagogiaT erapeutica com complementar;ao paraPsicopedagogiaao Centro de P6s-Gradua9ao, Pesquisa e Extensao daUniversidade Tuiuti do Parana.Orientadora: Maria Letizia Marchese

CURITIBA

2004

Agradecimentos

A Professora

Maria Letizia Marchese

Pela contribui<;ao para a elaborayao desta pesquisa.

Aos demais professoresPelo suporte dado durante todo 0 curso

Aos funcionariosPor todo 0 auxilio nos dias de aula

Aos colegasPelo companheirismo durante todo 0 nosso curso

iii

Um agradecimento todo especial

A Deus

Por me proporcionar a vida e essa experie>ncia educativa.

A minha familia

Pelo apoio, compreensao e incentivo em todos osmomentos de minha vida.

SUMARIO

RESUMO.......... . 11 INTRODU<;:AO... . .. . . .. . 22 PSICOMOTRICIDADE: IMPORTANCIA NO CONTEXTO HISTORICO 42.1 PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM . 42.2 PSICOMOTRICIDADE: UMA pRATICA PEDAGOGICA 72.3 ELEMENTOS BAslCOS DA PSICOMOTRICIDADE.... . . 92.3.1 0 Esquema Corporal.. .92.3.1.1 Dominio corporal.. . 92.3.1.2 Conhecimento corpora!... . 102.3.1.3 Passagem para a a9<'io . 10

2.3.2 A Lateralidade.. . 102.3.2.1 Diferenc;a entre a lateralidade e 0 conhecimento "direita - esquerda"10

2.3.3 A Eslrulura9<'i0 Espacial 112.3.4 Orienla9<'io Temporal.. . 122.3.5 Pre-Escrila.. . 12

2.4 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR 132.4.1 l' Elapa: Corpo Vivido (ale 03 anos de idade) 132.4.22' Elapa: Corpo Percebido ou "Descoberto" (03 a 07 anos) 142.4.33' Elapa: Corpo Represenlado (7 a 12 anos) 15

2.5 OS JOGOS E A EXPRESsAO LIVRE 173 AREAS DA PSICOMOTRICIDADE .. . 193.1 COMUNICA<;:AO E EXPRESsAo.. . 193.1.1 Alividades na Area de Comunica9ao e Expressao 20

3.2 PERCEP<;:AO.. . . 213.2.1 Alividades na Area de PerceP9ao 22

3.3 COORDENA<;:Ao . 253.3.1 Alividades na Area de Coordena9ao 26

3.4 CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE 283.4.1 Alividades na Area de Conhecimenlo Corporal e Laleralidade 29

3.5 HABILIDADES CONCEITUAIS 303.5.1 Alividades na Area de Habilidades Conceiluais 31

3.6 ORIENTA<;:AO 313.6.1 Alividades na Area de Orienla9<'io 31

4 PRE-ESCRITA.. . 334.1 HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DE ALFABETIZA<;:AO 344.2 A PSICOMOTRICIDADE COMO MEDIADORA ENTRE 0 EDUCADOR E AALFABETIZA<;:AO 35CONCLUSAO 37REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS 38

RESUMO

Este trabalho objetiva abordar 0 assunto sabre pSicomotricidade de maneirageral. Para tanto fez-se necessaria uma conceitua~o do que seja psicomotricidadee sua vinculaC;8ocom a area educacional, sem esquecer a posi~o do educadorque, ao analisar e avaliar urn a crian~ nao pade deixar de considerar a relac;aoafetiva e 0 movimento_Eo unanime a afirma9ao de que a habilidade fisica efundamental para 0 desenvolvimento mental, corporal e emocional do ser humano,principalmente em rela980 ao saudavel desenvolvimento infantiL A base desseestudo e propiciar vivencias de atividades pSicomotoras que pod em ser utilizadascomo instrumento de incentivD, avaliac;ao e intervenyao em crian<;as que estao emprocesso de aprendizagern.

1 INTRODUCAO

Oesde 0 nascimento 0 ser humano atua no mundo atraves de seus

movimentos, de suas possibilidades sabre 0 meio que esta inserido. 0 nossa corpo

interpreta as palavras para interpretar nossos desejos.

o presente trabalho visa demonstrar, bem como, discorrer a respeito da

importancia da psicomotricidade aliada a educayao, visando um processo de

desenvolvimento primordial ao aprendizado, inclusive no que diz respeito a

alfabetizayao.

Assim sendo, este estudo focaliza suas ideias na demonstrayao da

fundamental importancia do educador, mostrando as etapas do desenvolvimento

psicomotor e oferecendo sugestoes de atividades psicomotoras, buscando 0 pleno

desenvolvimento biopsicossocial da crian-;:a.

A pratica pedag6gica deve ser elaborada a partir das varias linguagens

utilizadas pela crian~a para decifrar 0 mundo em que vive, dentre elas pode-s8 citar:

a fala, 0 gesto,0 desenho,0 jogo e a escrita.

Busca-s8 tambem abordar a relac;;ao existente entre a motricidade, 0

pensamento e a afetividade no ser humano. Os sentimentos e as emo'Yoes traduzem

quem somas, e conseqOentemente, torna-se imprescindivel que haja urn dominio

sobre 0 pr6prio corpo para terrnos rela'Yoes positivas e saudaveis com as pessoas e

demais elementos que nos cercam. ~ essencial relacionar corpo e mente, pois

atltudes intelectivas incidem diretamente no corpo.

Pode-se ass;m, lanyar mao dos recursos da educayao psicomotora para

perceber a necessidade do amadurecimento psicol6gico e afetivo da crianya em

busca do completo envolvimento entre seu mundo emocional, cognitiv~, social e de

sua ludicidade e fantasia.

2 PSICOMOTRICIOAOE: IMPORTANCIA NO CONTEXTO HISTORICO

De acordo com A. DE MEUR e L. STATES' "0 estudo da psicomotricidade e

recente; ainda no inicio deste seculo abordava-se 0 assunto apenas

excepcionalmente. Em uma primeira fase, a pesqu;sa te6rica fixou-se, sobretudo no

desenvolvimento motor da crianca. Depois estudou a relayao entre a atraso no

desenvolvimento motor e a atraso intelectual da crianC;:8. Seguiram - se estudos

sobre a desenvolvimento da habilidade manual e aptidoes motoras em func;:aoda

idade. Hoje em dia 0 estudo supera os problemas motores, pesquisa tambem as

liga90es com a lateralidade, a estrutura9ao espacial e a orienta9ao temporal por urn

lado et par Dutro, as dificuldades escolares de crianC;:8s de intelig€mcia normal. Faz

tambem com que se tome consciemcia das relac;:oesexistentes entre 0 ge5to e a

afetividade, como no seguinte casa: uma crianc;a segura de si mesma caminha de

forma bastante diferente de uma crian9a timida".

2.1 PSICOMOTRICIDADE E APRENDIZAGEM

De acordo com A. DE MEUR e L. STATES' "a psicomotricidade destaca a

rela~o existente entre a motricidade, a mente e a afetividade, facilitando a

abordagem global da crian~a por meio de uma tecnica. Portanto a funyao motora, 0

desenvolvimento intelectual e 0 desenvolvimento afetivo estao intimamente ligados

na crian~a".

Ao utilizar tecnicas psicomotoras 0 educador busca desenvolver com afinco

as capacidades emocionais, adaptativas e cognitivas da crianya, objetivando seu

crescimento biopsicossocial, procurando prevenir disturbios pSicomotores, evitando,

assim, perda da auto-estima decorrentes de insucessos escolares na vida da

crian~a.

A ausencia da motricidade pode desencadear dificuldades em varios niveis no

que diz respeito ao processo de alfabetiza~ao,a autonomia e 0 preparo para a

apreensao do aprendizado na educa"ao infantil e no ensino fundamental.

A. DE MEUR e L. STATES' "afirmam que para a maioria das crian~s que

passam por dificuldades de escolaridade, a causa do problema nao esta no nivel da

classe que chegaram, mas bern antes, no nivel das bases. Os elementos basicos ou

pre - requisitos, condi~6esminimas necessarias para uma boa aprendizagem,

constituem a estrutura da educa~aopsicomotora".

Uma crian~acujo esquema corporal e mal constituido nao coordena bern os

movimentos. Vemos que e atrasada quando se despe, que as habilidades manuais

Ihe sao dificeis. Na escola a sua caligrafia e feia, e a leitura expressiva, nao

harmoniosa: 0 gesto vern ap6s a palavra, a crianya na~ segue 0 ritmo da leitura ou

entao para no meio de urna palavra.

Uma crianya cuja lateralidade nao esta bem definida encontra problemas de

ordern espacial, nao percebe diferen~aentre seu lade dominante e 0 outro, nao

distingue a diferenya entre e esquerda e a direita, e incapaz de seguir a direyao

grafica (Ieitura comeyando pela esquerda). Igualmente nao consegue reconhecer a

ordern ern urn quadro. Como, nessas condi~6es,poderia colocar corretamente urn

titulo ou a data em seu caderno.

Ainda segundo A. DE MEUR e L. STATES', diante de problemas de

percepyaOespacial uma crianya nao e capaz de distinguir um "b" de um "d", um 'p"

de um "q", "12" e "21", caso nao perceba a dilerenga entre a esquerda e a direita, Se

naD distingue bem a alto e a baixo, faz confusao entre b/p, ufn, QuI on.

Os problemas quanto a orientagao temporal e orientayao espacial como, por

exemplo, com a nogao "antes I depois", acarretam principalmente conlusao na

ordenayao dos elementos de urna silaba. A crianya sente dificuldade em reconstruir

uma Irase cujas palavras estejam misturadas, sendo a analise gramatical um quebra

- cabega para ela.

A. DE MEUR e L. STATES', concluiram que, uma ma organizagao espacial

ou temporal acarreta fracasso no raciocfnio 16gico matematico. Com efeita, para

calcular a crianc;a deve ter pontcs de referencia, calocar as numeros corretamente,

passuir novao de "file ira" , de "colunan; deve conseguir combinar as formas para fazer

construyoes geometricas. Sera preciso mais para compreender que a

psicomotricidade pesa consideravelmente sabre 0 rendimento escolar? 0 educador

que analisa as erros de seus alunos geralmente descobrira a causa nas lacunas

precipitadas e nas perturbagoes psicomotoras.

Quanta it estrutura mental, 5e a crian~ap05suir urn born controle motor,

podera explorar 0 mundo, conseguindo realizar experiemcias em nivel concreto,

adquirindo nogoes simples, porem de grande valia para 0 pr6prio desenvolvimento

mental, 0 que implicara em urn autoconhecimento necessario para intervir no

ambiente que a rodeia.

Faz-se necessario clarear a diferenya existente entre aprendizagem e ensino.

Ensino e 0 repasse de inlormagoes atraves de explicagoes verbais, leitura de livros,

etc. A aprendizagem busca incentivar experimentagoes que levem a construgao do

7

conhecimento atraves de urn esfon;:o espontaneo, motivado pela propria crianya

embasado nos interesses que para ela possuem significado.

2.2 PSICOMOTRICIDADE:UMAPRATICAPEDAGOGICA

o homem busca em suas relat;6es com 0 meio a sua sobrevivemcia.

o ser humano tende a transformar a natureza e a si mesmo para suprir suas

necessidades basicas. A existencia humana taz parte de urn contexte onde 0

comportamento, as ideias e as experiencias sao repassadas atraves da linguagem

oral, gestual e simb6lica. A partir deste espelho a crianc;a vai construindo a sua

propria identidade e reconhecendo-se como urn ser social unico.

Para RIVI~RE2 "e importante destacar que, com exce9ao das imagens

mentais, as primeiros simbolos da crianva sao condutas, caisas que taz de forma

efetiva e perceptiveI. A imita9ao diferida seria considerada uma re-atua9ao de

atividades que viu os adultos realizarem anteriormente para outras crianyas, ou

aindade fatos que Ihe aconteceram...".

Segundo LAPIERRE e AUCOUTURIER', "0 desenvolvimento da

personalidade da crian9a e de sua inteligencia requer a organiza9ao e a

estrutura9ao do eu e do mundo a partir da conceP9ao de algumas n090es

fundamentais, que sao descobertas a partir das vivencias da crianya, de suas

experie!ncias e que, no comeyo, aparecem polarizadas como oposiyoes ferrenhas

entre dois p610sque conformam uma unidade: grande/pequeno, aberto/fechado,

alegre/triste.. Esse mundo de contrastes, carregado de

afetividade, e 0 mundo da crianya pequena, projetando atraves dessas noyoes

primitivas seu estado animico e 0 mundo de seus afetos".

Desde os primeiros momentos de vida, cada indivlduo vai criando sua

maneira de ser, de sentir e de agir no mundo. A partir destes momentos a

personalidade do individuo estara sendo formada e estariio sendo registradas

lembran98s de bem - estar, satisfa9iio e prazer.

A aprendizagem e um processo global, onde entra em jogo a pr6pria

personalidade do individuo, nao e apenas uma atividade externa e fisica, mas

atividade mental e interna.

AUCOUTURIER3 considera ainda que "a partir do momenta em que ha

lembranyas, 0 impulso biol6gico se converte em movimentos externos e internos,

pois tais lembranyas podem ser consideradas como um esboyo de mentalizayao;

serao as primeiras fantasias, as primeiras evocayoes. Para que possa ocorrer esse

inicio de mentalizayao, e necessario uma aUsEmciade situayao de prazer, de

maneira que, ante esta ausencia de bern - estar, a crianya iniciara a busca de outra

coisa que evocara a lembranya do prazer vivido. A evocayao dessas lembranyas

mobilizara a crianya profunda e globalmente, atraves de uma energia psiquica que

se traduzira em movimentos externos. 0 bebe que tern a sensayao desagradavel de

vazio em seu interior, evocara 0 prazer de se sentir tarto, de sugar 0 peito da mae e,

assim, realizara movimentos de sucyao. Por conseguinte, os movimentos externos e

internos de urn individuo e a busca do prazer sao indissociaveis".

ARNAIZ SANCHEZ, RABADAN MARTINEZ e VIVES PENALVER' afirmam

que "a a'tao da crianC(atern sempre urn objetivo, a transformayao do outro, e mais

adiante, quando a crian9a ja pode exercer um certo contrale sobre seu corpo, seu

objetivo sera a transforma9ilo do ambiente a partir de sua a9iio sobre ele. Tal a9iio

representa a manifestac;ao externa da uniao entre 0 corpo e a mente e, portanto,

esta carregada de simbologia".

2.3 ELEMENTOS BAslCOS DA PSICOMOTRICIDADE

Segundo A. DE MEUR e L. STATES' os elementos basicos da

psicomotricidade sao:

2.3.1 0 Esquema Corporal

"0 esquema corporal e um elemento basico indispensavel para a forma9ao da

personalidade da crian9a, e a representa9ao relativamente global, cientifica e

diferenciada que a crianc;a tem de seu pr6prio corpo".

2.3.1.1 Dominio corporal

Uma crianc;a que quando corre esbarra-se constantemente nas outras em

pouco tempo nao ousara mais correr, por nao dominar bern 0 seu corpo.

10

2.3.1.2 Conhecimento corporal

Urna crian9a quer passar par baixo de urn banco, mas esquecendo de dobrar

as pernas, acaba batendo as mldegas contra a banco.

2.3.1.3 Passagem para a ayao

A crianya nao transfere liquid os de urna vasilha para Dutra para brincar, mas

entoma urn copo de limonada para beber.

2.3.2 A Lateralidade

Durante a crescimento, natural mente se define urna dominancia lateral na

crian9a. A lateralidade corresponde a dados neurol6gicos, mas tambem einfluenciada par certos habitos sociais.

2.3.2.1 Diferen9a entre a lateralidade e 0 conhecimento "direita - esquerda"

Nao devemos confundir lateralidade (dominiincia de um lado em rela9ao ao

outro, ao nivel da for9a e da precisao) e conhecimento esquerda I direita (dominio

dos lermos "esquerda" e "direita").

II

o conhecimento "esquerda - direita" decorre da n09ao de dominancia lateral.

E a generalizac;ao, da percepc;:ao do eixo corporal, a tudo que cerca a crianc;a; esse

conhecimento sera mais facilmente apreendido quanta mais acentuada e

homogemea for a lateralidade da crian9a. Com efeito, se a crian9a percebe que

trabalha naturalmente com "aquela mao", guardara sem dificuldade que "aquela

mao" e a esquerda au a direita. Em casa de lateralidade cruzada, a crian~

confundira facilmente as termos "esquerda" e "direita", par ser ora rna is forte do lado

direito (por exemplo, 0 pel, ora mais forte do lado esquerdo (a mao).

2.3.3 A Estrutura9aO Espacial

liE a orientac;ao, a estruturac;ao do mundo exterior referindo-se primeiro ao eu

referencial, depois a Qutros objetos ou pessoas em posic;ao estatica ou em

movimento",

A estruturac;ao espacial e: a tamada de consciemcia da situayao de seu

proprio corpo em urn meio ambiente, isto e, do lugar e da orientac;ao que pade ter

em rela~o as pessoas e coisas; a tamada de conscii!ncia da situay80 das coisas

entre si; a possibilidade, para ° sujeito, de organizar-se perante 0 rnundo que 0

cerca, de organizar as coisas entre si, de coloca-Ias em urn lugar, de rnovirnenta-Ias.

12

2.3.4 Orienta~ao Temporal

A estrutura~ao temporal e a capacidade de situar-se em fun~ao: da sucessao

dos acontecimentos: antes, ap6s, durante; da durayao dos intervalos: noc6es de

tempo curto e long 0; da renovac;c3.o ciclicas de certes periodos: os dias da semana,

os meses; do carater irreversivel do tempo: noyae de envelhecimento (plantas e

pessoas).

2.3.5 Pre-Escrita

Dominic do ge510, estruturayao espacial e orientac;:ao temporal, sao as tres

fundamentos da escrita.

Portanto as exercicios de pre-escrita e de grafismo sao necessarios para a

aprendizagem das letras e dos numeros: sua finalidade e fazer com que a crianc;a

atinja 0 dominic do ge510 e do instrumento, a percepC80 e a compreensao da

imagem a reproduzir.

Esses exercicios dividem-se em:

- Exercicios mota res;

- Exercicios de grafismo.

J3

2.4 ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR

Segundo LE BOULCH', a teoria pSicomotora desenvolve-se em tres etapas

vinculadas ao esquema corporal.

2.4.1 l' Etapa: Corpo Vivido (ate 03 anos de idade)

Esta etapa corresponde iI lase da inteligencia sensoria - motora de JEAN

PIAGET. Urn bebe sente 0 meio ambiente como lazendo parte dele mesmo. Nao

tern a consciencia do "eu" e S8 confunde com 0 espafYo em que vive. A medida que

cresee, com urn maior amadurecimento de seu sistema nervoso, vai ampliando suas

experiencias e passa, pouco a pouco, a S8 diferenciar de seu meio ambiente. Nesse

periodo a crian~ tern urna necessidade muito grande de movimentac;ao e atraves

desta vai enriquecendo a experiencia subjetiva de seu corpo e ampliando a sua

experi€mcia motora. Suas atividades inicials sao espontaneas, isto e, nao pensadas.

De inicio, portanto, a crianc;a passa pela fase de vivencia corporal. Ele corre,

brinca, trabalha seu corpo, passa pelo que DE MEUR' chama de atividade

espontimea (dos brinquedos) para urna atividade integrada. Ele afirma ainda que ela

passa pela fase do conhecimento das partes de seu corpo sentindo interiormente

cada segmento e vendo cada segmento dela em um espelho, em uma outra crianya

e em uma FIgura.

Esta etapa, portanto, e denominada pel a experiencia vivid a pela crianc;a, pela

explora92o do meio, por sua atividade investigadora e incessante. Ela precisa ter

suas proprias experiemcias e nao se guiar pel as do adulto, pais e pela sua pratica

14

pessoal, pela sua explorayao que se ajusta, domina, descobre e compreende 0

meio. Este ajuste significa que a crianc;a. mesmo sem a interferencia da refiexao,

adequa suas ac;oes as situac;oes novas. isto e, desenvolve uma das funyoes mais

importantes que e a "funyao de ajustamento".

Ela adquire tambem uma verdadeira mem6ria do corpo a qual, por sua vez, e

responsavel pela eficacia dos ajustamentos posteriores.

No final desta fase pade-se falar em imagem do carpa, pais 0 "eu" se torna

unificado e individualizado.

2.4.22' Etapa: Corpo Percebido ou "Descoberto" (03 a 07 anos)

Esta etapa corresponde a organizar;ao do esquema corporal devido it

maturaC;80 da "func;aode interioriza~on,aquisic;ao esta de suma importancia porque

auxilia a crianc;a a desenvolver uma percepC;8o centrada em seu proprio corpo. LE

BOULCH' define a funyao de interiorizayao como "a possibilidade de deslocar sua

atenc;:ao do meio ambiente para seu corpo proprio a fim de levar a tomada de

consciencia" .

A funyao de interiorizayao permite tambem a passagem do ajustamento

espontaneo, citado na primeira fase, a urn ajustamento controlado que, par sua vez,

propicia um maior domlnio do carpo, culminando em uma maiar dissocia~o dos

movimentos voluntarios. A crian9a, com isto, passa a aperfeic;oar e refinar seus

movimentos adquirindo uma maior coordenac;ao dentro de um espa90 e tempo

determinado.

15

Ela percebe as toma das de posir;oes e assoda seu corpo aos objetos da vida

cotidiana. Era chega a representacao mental dos elementos do espac;o e ista epassivel grar;8s a primeira fase de descoberta e experiemcias vivid as pela criamya.

Ela descobre sua dominancia e com ela seu eixo corporal. Passa a ve seu corpo

como urn ponto de referencia para S8 situar e situar as objetos em seu espar;o e

tempo. Este e 0 primeiro passo para que ela possa, mais tarde, chegar aestrutura9aoespa90-temporal.

Ela tern acesso a urn espar;o e tempo orientados a partir de seu pr6prio corpo.

Chega, pois, a representa9ao dos elementos do espa90, descobrindo formas e

dimensoes. Neste momenta assimila canceito5 como emhaixD, aeirna, direita,

esquerda. Adquire tambem nor;oes temporais como a durac;ao dos intervalos de

tempo, de ordem e sucessao, ista e, 0 que vern antes, depois, primeiro, ultimo.

No final desta fase, diz lE BOUlCH' citando AJURIAGUERRA,0 nivel do

comportamento motor bem como 0 nivel intelectual pode ser caracterizado como

pre-operat6rio, porque esta submetido a perceP9ao num espa90 em parte

representado, mas ainda centralizado sobre 0 proprio corpo.

2.4.33' Etapa:CorpoRepresentado(7 a 12 anos)

Nesta etapa observa-se a estrutura9iio do esquema corporal. Ate este

momento, a crianya ja adquiriu as n090es do todo e das partes do seu corpo (que e

percebidoatravesda verbaliza9iioe do desenhoe da figura humana),ja conhece as

posi90es e consegue movimentar-se corretamente no meio ambiente com urn

controle e dominic corporal maior. A partir da!, ela amplia e organiza seu esquema

16

corporal. No inicio desta fase a representac;ao mental da imagem do corpo consiste

numa simples imagem reprodutora. E uma imagem de corpo estatica e e feita da

associaffao estreita entre as dadOS, visuais e sinestesicos. A crian~a 56 disp6e de

uma imagem mental do corpo em movimento a partir de 10 I 12 anos, significando

que atingiu "uma representac;ao mental de uma sucessao motoran• com a inlroduc;ao

do fator temporal.

Sua imagem de corpo passa a ser antecipat6ria, e naD mais somente

reprodutora, revelando um verdadeiro trabalho mental devido it evolu,ao das

fun,oes cognitivas correspondentes ao estitgio preconizado por PIAGET de

"operac;:5es concretas".

A imagem do corpo representado permite it crian•• de 12 anos "dispor" de

uma imagem de corpo operatorio que e 0 suporte que a permite efetuar e programar

mental mente suas ac;oes em pensamento. Torna-se capaz de organizar. de

combinar as diversas orientac;ces.

Outro fator que lE BOUlCH' apresenta, como correspondente ao estagio das

operaf!(oes concretas, e a passagem da centralizac;:ao do carpo, ista e, da percepc;:ao

de urn espac;:o orientado em torna do corpo proprio a descentralizac;:ao, a

representat;ao mental de urn espayo orientado "no qual 0 corpo esta situado como

objeto".

Isto quer dizer que as pontcs de referencia nao estao mais centrados no

corpo proprio, mas sao exteriores ao sujeito, podendo ele mesmo criar as pontcs de

referemcia que iraQ orienta-Ia.

17

2.5 OS JOGOS E A EXPRESsAo LIVRE

o ato de brincar para a crian~atorna-se fundamental a sua saude emocional,

cognitiva e fisica.

A partir da brincadeira a crianc;a passa a se conhecer, reconhece seus limites

e suas possibilidades. A crianca em uma situacao ludica espontanea pode trabalhar

situac;6es conflitantes para ela, conseguindo elabora-Ias, adaptando-se aos padr6es

da familia e da sociedade em que estel inserida.

o adulto nem sempre percebe a importancia da representayao do brinquedo

para a crianca, em relaCao a seriedade do que e aprendido por ela, como a

possibilidade de uma maior autonomia, de se perceber capaz de agir e eriar.

Segundo VYGOTSKv" "no brinquedo, a crianca sempre se comporta alem do

comportamento habitual de sua idade, ah~m de seu comportamento diiuio. No

brinquedo e como se ela fosse maior do que e na realidade".

Cabe ao educador ceder liberdade a crianca durante 0 brincar e em situacaes

de livre expressao, concedendo-Ihe condic;oes para a fantasia e 0 faz-de-conta,

situac;oes de grande valia para seu desenvolvimento social, emocional e intelectual.

Quando 0 adulto perceber situacaes de introspeccao ou agressividade

durante a brincadeira, cabe-Ihe inicialmente deixar que a crianc;a consiga ou pelo

men os tente solucionar a situac;ao sozinha, salvo por medidas de seguranc;a 0

educador devera intervir.

Com esta atitude do educador, a crianc;a adquire maior autodominio e

melhora a confianc;a em si mesma, conseguindo manter relacionamentos saudaveis

18

e pacificos com 0 Dutro, treinando not;5es de respeito, colaborayao, paciencia,

perseveran'ta, entre outras.

A atividade ludica e uma excelente oportunidade para a crianya socializar-se

com as demais crianyas, com 0 educador e com 0 meio em que esta inserida.

De acordo com ARNAIZ SANCHEZ, RABADAN MARTINEZ e VIVES

PENALVER' "a flexibilidade de ideias adquiridas atraves das situa~oes de jogo

simb61ico permitira a crianya ter a suficiente representa~o de si mesma, para poder

chegar a representar urn personagem diferente de quem e na realidade. Nessas

situayoes de jogo, podera expressar aqueles desejas e sentimentos que tambem

estao dentro dela: fazer 0 papel de mau, de her6i born, de lobo devorador, de bruxa

malvada, de cachorrinho d6cil, de dragao feroz, de papai ocupado, etc. A crian~

repetira esses jogos ate que tenha urn certo dominic sabre eles. Uma crianya que

puder viver a fundo urn determinado papel sem se angustiar e, com facilidade,

mudar de urn papel para outro, mantendo tambem em cada momento a capacidade

de aproveitar as elementos de realidade presentes na situa9aO, tera conseguido urn

importante nivel de maturidade pessoaL Sera capaz, progressivamente, de captar 0

ponto de vista dos demais, de se descentrar e de jogar com seus diferentes

aspectos internos".

19

3 AREAS DA PSICOMOTRICIDADE

Segundo SUZANNE MASSON' "Psicomotricidade e uma ci,mcia cujo objeto

de estudo e 0 homem atraves do seu corpo em movimento nas suas relayoes com

as seus mundos interno e externo",

As atividades psicomotoras procuram desenvolver na crianya, noyoes de

equilibria, destreza, orientayclo, lateralidade e nO'toes de espac;o relacionado ao

proprio carpa, as pessoas e aos objetos.

As atividades psicomotoras estao agrupadas par areas. que embora citadas

isoladamente, possuem intrinseca relayao umas com as outras.

A "Pratica Psicomotoran sao todos as exercicios que buscam incentivar as

varias areas que serao citadas a seguir, segundo RAQUEL M. SALDANHA,

SILVANA R. SALOMON I e VALDECI V. LOCH"-

3.1 COMUNICAC;;AO E EXPRESSAO

A linguagem e fun9ao de expressao e comunica9ao do pensamento e fun,ao

basica da socializayao. Permite ao individuo trocar experiencias e atuar atraves da

fala e do gesto no mundo. Par ser a linguagem verbal intima mente ligada a

articula~o e a respirac;ao, incluem-se nesta area os exercicios fonoarticulatorios e

respiratorios.

20

3.1.1 Atividades na Area de Comunica9iio e Expressao

Exercicios Fonoarticulat6rios:

Fazer caretas, preferencialmente em frente ao espelho, de alegria, ralva, dor,

surpresa, etc.

- Mandar beijinhos.

- Espalhar pedacinhos de papel sobre uma folha e com 0 auxilio de canudinho

assoprar.

- Fazer bolhas de saMo.

- Fazer bochechos com e sem agua.

- Encher baliles

- Assoprar apitos e lingua de sogra.

- Mastigar com a boca fechada.

- Imitar sons produzidos pelos bichos ou pelos carros.

- Pronunciar vogais prolong ad as: aaaaa, eeeee ...

- Produzir sons diversos: gargalhar, bocejar, tossir.

Exercicios Respirat6rios:

- Inspirar e expirar pelo nariz.

- Inspirar e expirar pel a boca.

- Inspirar pelo nariz e expirar pela boca.

- Assoprar 0 ar com for«;acomo quem esta enchendo uma bexiga.

- Inspirar e expirar em eta pas: inspirar duas vezes, expirar duas vezes.

- Aprender a assoar 0 nariz, usando um lenc;;o.

- Inspirar e expirar bem lentamente.

- Inspirar e expirar rapidamente.

Exercicios de Expressao Verbal e Gestual:

- Contar 0 que ve em fotos ou gravuras.

- Conlar a historia de seus proprios desenhos.

- Criar hist6rias a partir de titulos sugeridos.

21

- Imitar as ondas do mar, animais somente com gestos.

- Imitar alga, somente com gestos, para adivinhar 0 que e, se for preciso, usar sons.

- Lernbrar palavras que comecem ou terminem com urn sam pedido.

- Dramatizar historias ou partes de historias.

- Comentar as atividades que realiza: que material foi usado, 0 que sentiu.

3.2 PERCEPC;i\O

recebidos. A percep9ao est;; ligada a aten9iio, a razao e a memoria.

Percepc;;ao e a capacidade de reconhecer e compreender estimulos

22

Os estimulos que chegam ate 0 ser humano provocam uma sensa,ao que

possibilita a perceP9clo e a discrimina/yclo. Primeiramente sente-se, atraves dos

sentidos: tato, visao, audic;ao, olfato e gusta<;ao. Em seguida, percebe-se, atraves de

uma mediayBo entre 0 sentir e a pensar. E, par tim, pade -se reconhecer as

diferen9as e semelhan9as entre estimulos e percep90es. A discrimina,ao e que

possibilita saber, por exemplo, 0 que e amarelo do que e vermelho, e a diferenya

entre 0 6 e a 8.

As atividades nesta area devem auxiliar 0 desenvolvimento da percepc;ao e

da discriminac;ao.

3.2.1 Atividades na Area de Percepyao

Exercicios de Percep9ao Tatil:

- De olhos abertos, e depois fechados, sentir com as maos, dedos e pes objetos

diversos (papeis, tecidos, brinquedos, etc.).

- Apalpar sacos e pacotes com as maos, a tim de adivinhar que objetos estao dentro.

- Andar descalc;ona lama, agua, areia, terra, madeira, contando depois a que sentiu.

- Manipular objetos e materiais para pader experimentar variac;oes de temperatura,

tamanho, textura, altura, largura, comprimento, espessura, umidade, peso,

consistencia e forma.

-Associar as roupas ao clima.

23

Exercicios de Percepyao Gustativa:

- Experimentar caisas que tern au nao tern 905tO.

- Experimentar alimentos em diferentes temperaturas

- Provar e comparar alimentos da mesma cor, mas sabores diferentes, como par

exemplo: sal e 0 ayucar.

- Provar alimentos crus e cozidos.

- Provar alimentos de saber parecido, como par exemplo: mel, a~ucare chocolate.

- Experimentar alimentos solidos, ralados, liquidos, em po, pastosos, duros,

crocantes.

- Provar alimentos com sabores forte, azedo, doce, salgado, amargo, fraco.

Exercicios de Percepyao Olfativa:

- Experimentar adores fortes e fracos, agradaveis au desagradaveis.

- Experimentar coisas que tern DU nao tern cheiro.

Exercicios de Percepyao Auditiva:

- Tocar instrumentos musicais.

- Imitar e identificar sons e ruidas produzidos pela natureza e animais.

- Brincar de cobra cega

- Sem poder ver a fonte, identificar sons produzidos por palmas, espirro, apontar um

lapis. Imitar esses ruidoso

24

- Imitar sons fracos e fortes, n'pidos e lentos.

- Experimentar 0 silEmcio(todos se calam) e 0 barulho (todos gritam).

- Perceber os sons produzidos pelo proprio corpo (respira\'iio, batimentos

cardiacos).

- Procurar a tente de onde se origina determinado som.

- Fechar os olhos e prestar aten\'iio aos sons, tentando identificar de onde sao

provenientes.

- Produzir ruidas variados: bater palmas, bater com urn lapis na mesa, amassar

papel, jogar objetos no chao, falar em diferentes tons de voz.

- Falar por cornetas de papel de tamanhos variados.

- Oane;;ar de acordo com 0 ritmo proposto.

- Desenhar riscos proporcionais a sons curtos e long05.

- Danctar aD som de musica.

- Fazer rimas com as palavras.

- Acompanhar ritmos com palmas.

Exercicios de Percepc;ao Visual:

- Montar quebra - cabel'as.

- Oescobrir 0 que fai retirado de urn grupo de objetos observado anteriormente. Dizer

qual e 0 objeto e aonde se encontrava.

- Separar objetos altos e baixos, curtos e compridos, finos e grossos.

- Identificar as cores.

25

- Identificar 0 branco e a preto.

- Descobrir absurdos em ilustrac;:oes.

- Jogar jogos de mem6ria compostos por figuras simples.

- Sem olhar para as proprias roupas, dizer como esta vestido.

- Procurar, entre varios objetos espalhados, um objeto que loi solicitado.

- Namear tudo a que ve em urn determinado ambiente.

- Encontrar figuras escondidas em urn desenho.

- Separar objetos pequenos misturados (arroz, leijao, boloes).

- Observar dais fios de cores diferentes, cruzados, e identificar 0 de baixo e a de

cima.

- Descobrir detalhes em desenhos.

- Descobrir 0 que lalta em desenhos.

3.3 COORDENACAO

A coordenac;:ao motora e a uniao harmoniosa de movimentos. Pode 5er

subdividida em coordena~o dinamica global ou geral e coordena~o visomotora ou

fina e visual.

A coordena~o dinamica global refere-se a movimentos amplos com todo 0

corpo (cabeya, tronco e membros) e desse modo trabalha com varios musculos

dilerentes em a~o conjunta.

26

A coordena~o visomanual ou tina refere-se a movimentos dos pequenos

musculos (dedos, maos e pulsos) que deverao por-se em movimenlo

harmoniosamente.

A coordenay8o visual vincula-se a movimentos especlficos com as alhos nas

mais variadas direc;oes.

3.3.1 Alividades na Area de Coordena,ao

Exercicios de coordenal):80 dinamica global:

- Andar livre mente sem esbarrar nos colegas, com as olhos abertos e depois com as

olhos fechados.

- Andar na panta dos pes.

- Andar seguindo linhas desenhadas no chao.

- Correr de mao dada com urn colega.

- Correr segurando uma bola.

- Correr equilibrando uma bola em uma das maos.

- Arremessar bolas de diferenles lamanhos.

- Arremessar bolas de papel em ceslos de lixo.

- Agachar e ficar de pe.

- Marchar em diferenles rilmos.

- Marchar balendo 0 pe fOrlemenle no chao.

- Marchar com passos leves.

27

- Marchar levantando e abaixando as bra90s.

- Manter-se em pe im6vel e de olhos fechados.

- Bater pes e maos em urn mesmo ritmo.

- Subir e descer escadas

Exercicios de coordenar;ao visomanual ou tina:

- Modelar com massinha ou argila.

- Rasgar e amassar varios tipos de papel.

- Rasgar papel em diferentes formatos e tamanhos.

- Treinar 0 modo de segurar tesDura e seu manuseio, cortando oar, sem papel.

- Entiar macarrao e contas em tio de miHan.

- Pintar areas delimitadas par formas geometricas au partes de desenhos de objetos.

- Pintar com as pontas dos dedos e com toda a mao, usando tinta guache.

- Pintar e desenhar livremente com materiais diversos.

- Encaixar peyas em jogos de encaixe.

- Construir tarres com brinquedos apropriados.

- Perfurar isopor com lapis.

- Folhear livres e revistas.

- Abotoar e desabotoar batoes, abrir e fechar ziperes.

- Montar quebra-cabe9as.

- Brincar com io-io.

28

- Apontar urn lapis.

- Fazer urn n6 simples.

- Recortar e colar diferentes tipos de papeis.

- Regar plantas

- Peneirar areia.

- Dobrar papellivremente au montando figuras como: cachorro, fler, etc.

Exercicios de coordena~o visual:

- Fixar os olhos em urn objeto im6vel por alguns segundos.

- Seguir com as olhos movimentos de objetos: de baixo para eima, da direita para a

esquerda.

- Andar ao redor de urn objeto se desviar 0 olhar dele.

3.4 CONHECIMENTO CORPORAL E LATERALIDADE

A crian~ percebe seu corpo atraves de todos as sentidos. Seu corpo tern a

capacidade de adequar-se no ambiente em fun9ao do tempo, consegue captar

imagens, distinguir sons, sentir adores e sabores e movimentar-se.

o canceito corporal e 0 reconhecimento mental das partes e func;oes do

pr6pno corpo.

29

A lateralidade est'; relacionada a perceP9ao dos lados direito e esquerdo e a

habilidade em utilizar mais um lade do que 0 outro.O lado dominante e sempre 0 que

realiza a ayao.

3.4.1 Atividades na Area de Conhecimento Corporal e Lateralidade

Exercicios de conhecimento corporal:

- Sentir tocando, apertando, apalpando partes do proprio corpo.

- Mostrar as diferentes partes do corpo com e sem espelho.

- Mostrar as diferentes partes do rosto com e sem espelho.

- Pentear 0 proprio cabelo olhando no espelho.

- Indicar onde se usam brincos (na orelha), batom (nos labios), oculos (nos olhos).

- Montar quebra-cabe9a da figura humana.

- Imprimir maos e pes em papel, usando tinta.

- Desenhar a si pr6prio.

- Apresentar fotografias e solicitar que a crian9a identifique a sua.

- Solicitar que descreva a si proprio (Eu sou assim ... ).

- Brincar com bonecos: despir, vestir. tocando e nomeando as partes do corpo.

- Sentir a propria respira9ilo.

30

Exercicios de lateralidade:

- Pressionar massa de modelar.

- Apertar a batao da luz e da campainha.

- Recortar: a mao dominante segura a tesoura; a Dutra, 0 papel.

- Encher urn copo de agua: a mao dominante abre a torneira, a Dutra segura 0 Copo.

- Salicitar que calaque a mao direita na arelha esquerda.

- Calacar as pes sabre as cantarnas de pes desenhanda no chao, direito sabre a

direito, esquerdo sobre 0 esquerdo.

- Realizar exerclcios que pec;:am movimentos como: erguer a mao direita, abaixar a

mao esquerda, levantar a perna direita.

3.5 HABILIDADES CONCEITUAIS

Rela,oes de quantidade, espa90, tamanha, distancia, espessura sao

trabalhadas dentro da area de conhecimento do raciocinio 16gicomatematico.

A medlda que a crianc;:abrinca com form as, caixas, panel as, quebra-cabec;:as

ela adquire uma visao de canceltos pre-estabelecidos de forma, tamanho,

quantidade, etc.

31

3.5.1 Atividades na Area de Habilidades Conceituais

Separar objetos pequenos misturados, de acordo com classe a que

pertencem: conjunto de batoes, conjunto de graos de feijao, conjunto de dad os.

Ordenar seguindo criterios de tamanho (grande I pequeno), quantidade (mais,

menos). espessura (grosso, fino), etc.

Atividades com blocos 16gicos, trabalhando: tamanhos, cor, forma e

espessura.

Organizar objetos, deixando pr6ximos os objetos iguais.

3.60RIENTA<;:AO

A orienta~o au estruturaC;80 espacial I temporal tern grande importancia no

processo de adaptar;:8oda crianca no ambiente, paiS todo corpo Dcupa urn espac;o

em urn determinado momento.

Esta area trabalha com noyoes muito importantes para 0 aprendizado da

escrita e da leitura.

3.6.1 Atividades na Area de Orienta9llo

Exercicios de Orienta9ao Temporal:

- Numa corrida, as crianc;:as deverao dizer quem foi a primeiro a chegar.

32

- Distinguir as partes do dia: manha, tarde e noite.

- Distinguir a evolu,ao da vida: be be, crian,a, mo,o, adulto e velho.

- Contar 0 que fez no dia anterior.

- Escutar uma hist6ria e depois contar a seqUencia dos fatos.

- Ordenar figuras de urna hist6ria, observando seu inicio, meio e tim.

- Andar depressa ate 0 fim da sal a

- Andar devagar ate 0 fim da sala.

Exercicios de Orienta,ilo Espacial:

- Saltar de urn bambole para Dutro, colocados a distancias iguais.

- Nomear um objeto que esteja longe.

- Nomear um objeto que esteja perto.

- Responder a perguntas como: 0 que esta na sua frente, 0 que esta atras de voce.

- Pedir que coloque determinado objeto ora a sua frente, ora atras, ora a direita ora a

esquerda.

- Montar quebra-cabe,as.

33

4 PRE-ESC RITA

A crian~a desde as primeiros anos de vida participa do mundo das letras e

das formas.

o desenho e a primeira forma de expressao e representayao gn3fica utilizada

pel a crianya.

~ incrivel 0 fascinio que a crianc;a tern pela escrita, quando consegue ter

aceSSD a papel e caneta, imediatamente vai criando tra<;ados e desenhos sem

forma, simples garaturjas, desenhos arredondados, pontos e linhas.

Paulatinamente, ela vai organizando estes trac;ados no espac;o.

Primeiramente, as desenhos sao feitos em tamanhos grandes, ocupando quase a

totalidade da folha de papel, posteriormente vao limitando 0 tamanho dos trayados,

ate produzirem trac;os precisos e regulares.

LE BOULCH9 afirma que Ma partir dos dais anos e meio, 0 centrole visual

exerce-se de forma mais precisa sabre 0 grafismo. 0 aspecto tonicD e impulsivo do

movimento, que traduz 0 dominic da motricidade da raiz do membro, vai ser

progressivamente moderado pelo controle visual. Neste estagio, e 0 olho que segue

a mao e permite progressivamente 0 centrole das coordenayoes finas distais".

"Entre tres e quatro anos, a ato motor e precedido de uma visualizayao que

permitira a crianya passar do estagio do desenho figurativo ao nao - figurativo. 0

interesse do desenho livre e torna-Io uma atividade na qual, atraves da funyao

simb61ica cada vez mais consciente, a crianya procura comunicar-se e visa a dar

uma significayao aos trayados".

34

Desta forma, as exercicios rnotores e de grafismo influenciam diretamente no

desenvolvimento da habilidade de escrever, pois consistem na prepararyao do

movimento gestual preciso para 0 desenho elaborado da escrita.

Essa aquisi9ao e de fundamental importancia para 0 desenvolvimento da

alfabetiza~o na crianya.

4.1 HABILIDADES PSICOMOTORAS E PROCESSO DEALFABETIZA<;:AO

De acordo com uma revisao bibliografica realizada por NASCIMENTO'o, a

aprendizagem da leitura e da escrita exige habilidades pSicomotoras especificas

para urn significativ~ desempenho em relaC;ao ao processo de alfabetizaC;8o, tais

como:

- Conhecimento numerica suficiente para diferenciar quantas valtas existem nas

letras men, ou quantas sllabas formam uma palavra (area de habilidades

conceituais);

- Movimentac;:ao dos olhos da esquerda para a direita, acompanhando

corretamente as lin has de uma pagina, dominic de movimentos delicados

adequados a escrita, for9a adequada para segurar 0 lapis (area de coordena9ao

visual e manual);

- Conhecimento ja estabelecido da dominancia lateral (area de lateralidade);

- Discrimina9ao de sons (area de percep9ao auditiva);

- Pronuncia adequada de vogais, consoantes e sllabas (area de comunica98o e

expressao);

35

- Adequa~ao da escrita ao tamanho da folha de papel, reconhecimento das

diferen9as dos pares bid, p/b, p/q, entre outros, orienta9ao da leitura e da escrita

da esquerda para a direita, manutenc;;ao da proporc;:ao entre a altura e largura das

letras, manuten9ao de espa90s entre as palavras e escrita orientada pelas pautas

(areas de percep9ao visual, orienta9ao espacial, lateralidade, habilidades

conceituais);

- NOyao de linearidade da disposic;:ao sucessiva de letras, silabas e palavras

(area de orienta9ao temporal I espacial);

- Capacidade de decompor palavras em silabas e letras (analise);

- Possibilidade de reunir letras e silabas para formar novas palavras (sintese).

4.2 A PSICOMOTRICIDADE COMO MEDIADORA ENTRE 0 EDUCADOR E A

ALFABETIZAC;:AO

Na revisao bibliografica realizada por MORAIS", com 0 auxilio da

psicomotricidade 0 educador pode contribuir para melhorar algumas dificuldades no

desenvolvimento das habilidades que ja devem estar apreendidas por volta dos sete

anos de idade.

Por trata-se de urn auxilio ao desenvolvimento e urn trabalho lento, porem de

grande valia a crianc;:a.

Para esse treinamento e necessario que 0 educador trabalhe exercicios

pSicomotores variados repetidamente.

E importante obedecer a seguinte sequencia para cada area:

- Utiliza9ao do proprio corpo;

36

- Utiliza980 de material concreto;

- Utiliza9ao de gravuras e figuras;

- Utiliza9ao de papel e lapis.

E significativD frisar que a atitude compreensiva e amiga do professor e basica para

o auxilio ell crianya.

Os exercicios devem ser iniciados a partir de:

- Situa90es reais e concretas, anteriores a utiliza9ilo de lapis, papel e figuras;

- Evitar atitudes de deboche e risada dos demais colegas em relaC;8o a crianya

que apresente alguma dificuldade;

- IncentivQ a todas as crianyas a participarem de atividades as mais variadas

possiveis;

- Evitar que a crianc;aparticipe sem estar motivada para a atividade, a

participa~o de algumas criam;:as muitas vezes ocorre de maneira gradativa.

37

CONCLUSAO

Este estudo possibilitou uma exposiyao, 0 mais clara possivel, dos conceitos

e atividades psicomotoras que podem ser trabalhadas desde 0 nivel da educayao

infantil, preferencialmente, ate 0 ensino fundamental.

A educac;ao psicomotora deve ser antes de tudo uma experiencia vigorosa de

confrontayao e explorayao do ambiente.

J': necessario propiciar a cada crianya a possibilidade de poder desenvolver

da melhor forma todas as suas potencialidades.

Emocionalmente, a criant;;a tern condi!;oes de adquirir lodas as possibilidades

para desvendar 0 mundo e 0 movimento, tornando-a aut6noma, livre, adaptada e

satisfeita, percebendo-se atraves do corpo e par ele relacionando-se com objetos,

fatos e demais corpos.

Assim sendo, 0 educador deve ter a certeza que atraves de uma relayao de

afetividade e respeito estara colaborando com as maturidade, evoluc;ao e formaC;8o

global deste ser social unico, que e a crlanya.

Resta desejar que 0 educador seja consclente do quanto pode realizar para 0

desenvolvimento da personalidade e das capacidades socia is, cognitivas, afetivas e

fisicas da crianc;a.

38

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10.Nascimento, F.C.P. Psicomotricidade Infantil - Crian~as de 4 a 6 Anos.

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1998. 39 paginas. Monografia para conclusao de curso em Psicopedagogia

Clinica, em nivel de Lato Sensu apresentada as Faculdades Integradas de

Osasco.