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A QUÍMICA COMO FERRAMENTA PARA O ESTUDO DE SUPERFÍCIES ESPACIAIS Professora Diana Andrade Observatório do Valongo – UFRJ [email protected]

A QUÍMICA COMO FERRAMENTA PARA O ESTUDO DE SUPERFÍCIES ESPACIAISsemanadaquimica.org/wp-content/uploads/2018/04/Astroquimica_Aula_1.pdf · que nêutrons e prótons pudessem se combinar

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  • A QUMICA COMO FERRAMENTA PARA O

    ESTUDO DE SUPERFCIES ESPACIAIS

    Professora Diana Andrade

    Observatrio do Valongo UFRJ

    [email protected]

  • O OBSERVATRIO DO VALONGOLadeira Pedro Antnio, 43 Sade Centro Rio de

    Janeiro - RJ

    Mestrado e Doutorado em Astronomia

    Astroqumica

  • Aula 1

    Formao dos elementos qumicos

    Formao do Universo

    nucleossntese estelar

    Molculas no Universo

  • Formao do Universo

    Hoje sabemos que o Universo surgiu h cerca de 13,7 bilhes de anos, a partir de um estado muitodenso e quente que subitamente se expandiu Big Bang!

    Ento, o Universo continua a se expandir e a esfriar (as leis de conservao foram a queda datemperatura com o aumento do volume do recipiente) de forma anloga a um balo com gs.

    Evidncias observacionais fortes mais importantes:

    i) A expanso propriamente dita Primeira comprovao feita por Hubble (1929): a partir do

    deslocamento para o vermelho das linhas espectrais Galxias esto se afastando de ns, com

    velocidades proporcionais as suas distncias: Mais distantes, maiores velocidades.

    A relao entre distncia e velocidade constituiu

    a primeira evidncia para a expanso do Universo, j

    predita pelo russo Alexander Friedmann (1888-1925) em

    dois artigos publicados no Zeitschrift fr Physik em 1922

    e 1924, e pelo belga Georges-Henri

    douard Lematre (1894-1966) em 1927, no Annales de

    la Socit Scientifique de Bruxelles.

    http://astro.if.ufrgs.br/univ/univ.htm#friedhttp://astro.if.ufrgs.br/univ/univ.htm#lemaitre
  • Formao do Universo

    ii) A radiao csmica de fundo Que mostra as condies do Universo 380 mil anos aps o Big

    Bang, quando o Universo era dominado por radiao. Nesta fase, a T caiu para ~3000 K, sendo

    suficientes para que os prtons e partculas alfas capturassem eltrons para formar tomos dehidrognio e hlio neutros Fase de recombinao ou de desacoplamento, passando para um

    Universo dominado por matria.

    Sem eltrons livres para espalhar os ftons (Compton), o Universo passa de opaco para transparente e

    a matria e a radiao evoluem independentemente. Esta radiao de 3 000 K, expandindo-se com o

    Universo, o que detectamos como radiao do fundo do universo. Somente milhes de anos depois

    as galxias comeam a se formar.

    Evidncias observacionais fortes mais importantes:

  • Formao do Universo

    iii) As abundncias de He, Li e deutrio medidas em estrelas de distintas idades.

    Desde a formao das estrelas mais velhas, somente 10% da massa de H inicial pode ter sido

    convertida em He, por fuso nuclear no centro das estrelas.

    A maior parte deste He ainda est no interior das estrelas. Portanto, os 23% de hlio observados no gs

    interestelar e na atmosfera das estrelas foram necessariamente formados no Big Bang.

    Em particular, nas estrelas mais antigas, a determinao do He fornece uma indicao clara de que

    parte dele no foi fabricada pelos processos de nucleossntese estelar, mas durante a nucleossntese

    primordial, nas fases iniciais de existncia do Universo.

    Evidncias observacionais fortes mais importantes:

  • Nucleossntese primordial

    ~3 minutos aps tinicial, a temperatura havia cado para cerca de um bilho de K, baixa o suficiente paraque nutrons e prtons pudessem se combinar incio da nucleossntese primordial.

    O deutrio (1p+1n) foi o primeiro mais pesado a ser sintetizado, mas pouqussimo estvel.

    A maioria dos prtons ficou livre, sem se combinar com nutrons, e mais tarde dariam origem aos

    tomos de hidrognio.

    A partir de princpios fundamentais bem simples, possvel mostrar coerncia nas fraes relativas

    observadas para justificar a confiana na cosmologia do Big Bang. Por exemplo:

    A partir das densidades de p e n usando as mesmas equaes da qumica de laboratrio, chega-se 1 n

    por cada 7 p no momento da nucleossntese.

    Rapidamente, um n+p se combinaram e praticamente a totalidade deles depois se combinou para

    formar hlio. Enquanto isso, 6 de cada 7 prtons ficaram sem emparelhamento.

    Assim, 75% da nucleossntese primordial deve ter formado H, e 25% He (com fraes pequenas de outros

    elementos).

    Formao dos elementos qumicos

  • As principais reaes nucleares que ocorrem nesta fase inicial esto ilustradas abaixo.

    Nucleossntese primordial

    O processo interrompido com o7Li, pois, com a expanso, a

    densidade e a temperatura

    decrescem rapidamente, no

    sendo suficientes para novas

    reaes envolvendo ncleos mais

    pesados aps t ~1000 segundos.

    J haviam se passado cerca de 20

    minutos desde o Big Bang.

    Alm disso, a inexistncia dos

    ncleos estveis entre 5 e 8

    ncleons tambm impediu que a

    fuso continuasse.

    Formao dos elementos qumicos

  • A evoluo do Universo prosseguiu da em diante com a formao das

    grandes estruturas.

    com o prosseguimento da expanso, a matria primordial passou a

    acomodar-se onde pequenas irregularidades na densidade comearam

    a crescer, aumentando assim seu prprio potencial gravitacional.

    Mais matria se aglomerando implicou ainda mais matria caindo at se

    formarem grandes estruturas que deram origem aos aglomerados de

    galxias e s galxias individualmente.

    a partir dai que a nucleossntese continua at completar a tabela

    peridica: as estrelas.

    Formao dos elementos qumicos

    Nucleossntese primordial

  • Hoje, Z (abundncia) dos principais elementos qumicos no Universo muito semelhante, tanto no

    sistema solar, quanto nas estrelas, nebulosas e galxias.

    Usamos como referncia a abundncia csmica, obtida basicamente a partir de medidas da

    fotosfera solar, do vento solar e de meteoritos.

    (Embora nos meteoritos, elementos volteis como o He e o Ne esto ausentes, ou condensados

    incompletamente.)

    Formao dos elementos qumicos

    Space Science Reviews, Volume 15, Issue 1, pp.121-146

  • Resumindo:

    ~ 75% a massa do universo visvel constituda de H;

    ~ 23% de hlio;

    ~ 2% para os elementos mais pesados.

    Mas...

    Esta pequena abundncia relativa (Z > 2) esconde sua real importncia:

    A maior parte do material de que nosso planeta e do corpo humano faz

    parte deste pequeno percentual.

    No corpo humano: O (65%), C(18%), H (10%), N(3%), Ca (1,5%), P (1%), K,

    S, Na, Cl, Mg, Fe...

    Formao dos elementos qumicos

  • Existem ainda muitas perguntas sem resposta sobre a origem dos elementos

    qumicos, por isso a importncia de se estudar a evoluo qumica de

    ambientes espaciais, como estrelas e o meio interestelar.

    Mas em linhas gerais:

    Os elementos qumicos que hoje medimos nos diversos sistemas foram

    formados basicamente por trs grandes classes de processos:

    i) A nucleossntese primordial;

    ii) A nucleossntese estelar;

    iii) A nucleossntese interestelar.

    Formao dos elementos qumicos

    Nucleossntese quiescente: Reaes nucleares

    durante toda vida da estrela;

    Nucleossntese explosiva: somente em estgios

    finais de estrelas de alta massa, ou em estrelas

    binrias, supernovas.

  • Nucleossntese quiescente correspondem a uma queima nuclear

    hidrosttica: ocorrem enquanto a estrela est em equilbrio hidrosttico

    (o peso das camadas superiores equilibrado pela presso do gs nas

    camadas inferiores, onde ocorrem as reaes nucleares).

    Formao dos elementos qumicos

    Nessa fase, com durao de vrios bilhes

    de anos para estrelas com massas prximas

    do Sol, as dimenses e a temperatura

    superficial das estrelas praticamente no se

    alteram.

  • Estrelas com ~ M/M > 10, consomem seu combustvel nuclear muito mais

    rapidamente, e tm uma durao muito menor do que as de menor

    massa.

    O colapso causado pelo esgotamento do combustvel nuclear

    extremamente violento, gerando uma intensa instabilidade e uma

    exploso que ejeta as camadas mais externas da estrela ou mesmo toda

    ela.

    Formao dos elementos qumicos

    On the left is Supernova 1987A after the star has

    exploded. On the right is the star before it exploded.

    Credits: NASA

    A energia gerada nesta exploso

    extremamente alta e suficiente para

    produzir as reaes nucleares que do

    origem aos elementos mais pesados que o

    Fe e outros elementos, inclusive alguns

    formados tambm pelo processo

    quiescente.

  • No caso de sistemas binrios, o processo pode acontecer com estrelas

    menos massivas.

    Por exemplo: Uma estrela an branca rica em carbono-oxignio rouba

    matria da companheira. Em algum momento, a an branca pode

    acumular matria suficiente para colapsar, causando uma exploso,

    resultando numa supernova.

    As ans brancas permanecem estveis somente at 1,4 Massa solar (limite

    de Chandrasehkar)

    Formao dos elementos qumicos

    Esquema artstico. Nebulosa planetria Henize 2-428. Duas

    ans brancas com massas um pouco menores que a do Sol

    que deram origem a exploso de Supernova do tipo Ia.

    Esses eventos catastrficos devem ser poucofrequentes Abundncias

    SuperNovaIa ESO.webmSuperNovaIa ESO.webm
  • Formao dos elementos qumicos

    Estrelas de baixa massa e de massa intermediria

    As estrelas de baixa massa (0,08 < M/Msol < 0,8) evoluem muito lentamente.

    As formadas durante o inicio da formao das Galxias ainda esto na

    sequncia principal.

    He ainda no est em seus ncleos No contriburam para evoluo

    qumica do meio interestelar.

    Objetos com M/M

    0,08 no so capazes de fazer fuso nuclear do

    hidrognio.

  • O mecanismo mais comum de produo de energia na sequencia

    Principal (SP) o chamado cadeia prton-prton, descrito pela seguinte

    cadeia de reaes nucleares:

    Estrelas com T centrais ~ 107 K energia

    cintica dos prtons ultrapassa a barreira

    coulombiana de potencial repulsivo que existe

    entre eles.

    o processo padro nas estrelas de baixa massa, e est ocorrendo no Sol

    h cerca de 4 bilhes de anos, sendo, em ltima anlise, responsvel pela

    luminosidade solar.

    Formao dos elementos qumicos

    Cadeia prton-prton

    Forma simplificada

  • Formao dos elementos qumicos

    Cadeia prton-prton

    Completa

  • Estrelas mais massivas, T > 2 x107 K, transformam H em He por

    meio do ciclo CNO, desde que haja disponibilidade de C, N O

    no seu interior.

    Formao dos elementos qumicos

    Ciclo CNO

    Repare que a sequncia de reaes usa

    ncleos de carbono pre-existentes, produz

    temporariamente nitrognio e oxignio,

    porm ao final restitui-se o carbono inicial e

    os produtos so ncleos de hlio, psitrons,

    neutrinos e energia.

    C, N e O j existentes no ncleo estelar

    atuam de forma anloga a catalisadores

    em reaes qumicas. A composio no

    se altera ao longo da cadeia de reaes.

    Simplificado

  • Formao dos elementos qumicos

    Ciclo CNOCompleto

  • Reao triplo-alfa.

    A estrela precisa ter massa

    suficiente para que esta etapa

    ocorra.

    Formao dos elementos qumicos

    Queima de H ocorre at que se esgote na regio central quente

    colapso da regio, incapaz de suportar o peso das camadas superiores Novo aquecimento (T >108 K) Fuso de H nas camadas mais

    externas Fuso do He.

    Nesta fase as camadas externas da estrela se expandem e resfriam, e a

    estrela torna-se uma gigante vermelha. o que ocorrer com o Sol no

    futuro.

    Reao triplo-alfa.

  • E o que aconteceu com a estrela do

    sistema planetrio do Superman,

    detonando Krypton.

    Formao dos elementos qumicos

  • A fase de "tranquilidade" do nosso Sol deve durar, no total, cerca de 11 bilhes de anos.

    Como ela se iniciou h cerca de 4,5 bilhes de anos, o Sol ainda tem pela frenteaproximadamente 6,5 milhes de anos de tranquilidade. Aproveitem enquanto

    podem!A luminosidade do Sol deve dobrar no final destes 11 bilhes de anos.

    T, toda a gua vai evaporar. Quando????

    Fase mais rpida ~1 bilho de anos.

    L = 2 mil vezes maior que a atual;

    D = 200 vezes maior que o atual.

    A rea enorme superfcie esfria um pouco, mesmo com a luminosidade do Sol

    aumentada Tsup ~ 3 000 K.

    Muito grande, avermelhado e frio, o Sol ser, ento, uma estrela gigante vermelha.

    Formao dos elementos qumicos

    Sol hoje, fase calma

    O futuro do Sol

  • Ainda na fase de gigante vermelha (GV) H das camadas prximas ao

    ncleo se esgotar queima do He atravs de pulsos (episdios

    rpidos) Variao de brilho e tamanho.

    Mercrio ser completamente engolido.

    Vnus e Terra, no temos certeza do que acontecer. Depender

    basicamente da quantidade de matria que o Sol ir perder daqui para a

    frente.

    O futuro do Sol

    Formao dos elementos qumicos

  • Os planetas tm rbitas situadas a uma distncia que depende da massa

    do Sol. M, D planeta-Sol.

    Se o Sol tiver alta (taxa de perda de massa) na fase gigante, Vnus e Terra "fugiro" para rbitas mais distantes Existe esperana! Salvao!?

    Mas no certo. Ainda precisa-se de muita pesquisa para esclarecer o

    futuro do nosso sistema planetrio.

    O futuro do Sol

    Formao dos elementos qumicos

  • J no fim da fase de GV, o Sol perder (praticamente de uma vez) todasas suas camadas externas. Nebulosa Planetria.

    O futuro do Sol

    Formao dos elementos qumicos

    A nebulosa planetria Helix, na Constelao de Aquarius.

    objetos ricos em elementos

    qumicos produzidos por suas

    estrelas progenitoras.

    Enriquecimento do MIE.

  • Estrelas mais massivas reaes nucleares em mltiplas camadas (4He

    em 12C no ncleo a queima junto com 1H em 4He em uma camadaadjacente ao ncleo e um pouco mais fria do que este) C pode se

    converter em 16O, se a temperatura central for suficientemente alta.

    Para estrelas com 1 M/Msol 8 Msol Param neste estgio. Exceopara sistemas binrios, onde duas estrelas giram muito prximas uma da

    outra.

    Estrelas mais massivas que o Sol

    Formao dos elementos qumicos

  • Se M > ~ 8 M Tcentral ~10

    9 K Formao de elementos mais pesados. Alguns exemplos:

    Nucleossntese estelar do carbono ao ferro

    Formao dos elementos qumicos

    Elementos alfa:

    formao por

    captura de um

    ncleo de 4He.

    Alguns destes

    elementos

    podem tambm

    ser formados na

    queima de C e

    O, como nas

    reaes direita:

    Nutrons podem ser formados utilizados mais tarde nos

    processos de nucleossntese explosiva.

    De modo geral, as reaes nucleares so eficientes na fuso de

    elementos at o 56Fe, isto , incluem tambm 44Sc, 48Ti, 52Cr e 56Fe.

    Aps isso, deixam de ser exotrmica.

  • http://www.astro.iag.usp.br/~jorge/aga205_2011/31_EvolDEst_MediaAltaMassa.pdf Em 12/09/2016.

    Evoluo de estrela de massa intermediria

    Formao dos elementos qumicos

    http://www.astro.iag.usp.br/~jorge/aga205_2011/31_EvolDEst_MediaAltaMassa.pdf
  • Ncleos como Fe e elementos do seu grupo capturam neutrons (produzidos

    anteriormente).

    Processo-s (lento) Fluxo de nutrons no alto estgios finais de

    evoluo de estrelas de massa intermediria, na fase de gigantes frias, na

    fase de queima hidrosttica.

    Ocorre em escalas de tempo longas com relao ao tempo de

    decaimento beta.

    Com a captura de um nutron e a liberao de um eltron, o Z aumenta,

    repetindo-se o processo at a formao de um novo ncleo estvel.

    Um ncleo semente como o 56Fe pode capturar nutrons em sucessivas

    reaes nucleares, formando elementos como Co, Ni, Cu, Zn, etc., at o209Bi, com Z = 83.

    Nucleossntese estelar: Elementos mais pesados que o Fe

    Formao dos elementos qumicos

    Processo-r e Processo-s

  • Nucleossntese estelar: Elementos mais pesados que o Fe

    Formao dos elementos qumicos

    Processo-r e Processo-s

    Processo-r Captura dos nutrons segue-se o decaimento beta.

    Associado essencialmente a eventos explosivos energticos

    Nucleossntese explosiva.

    Pode ocorrer nas exploses de supernovas de tipo II, deixando como

    remanescente uma estrela de nutrons, ou seja, gerando enormes fluxos de

    nutrons.

    Os elementos produzidos no processos podem tambm ser formados no

    processo-r, mas o processo-r alcana rapidamente os nmeros atmicos

    mais altos. Alm dos processos s e r, os elementos mais pesados que o ferro

    podem tambm ser produzidos pelo processo-p, de captura direta de

    prtons, se a temperatura for suficientemente alta.

  • Formao dos elementos qumicos

    Esquema de evoluo estelar

  • E as molculas?

  • Descoberta das molculas:

    CN, CH, + final da dcada de 1930;

    Radical hidroxila (OH), vapor de gua (2) , amnia (3 ),formaldedo (2), monxido de carbono (CO) dcada de1960 faixa milimtrica e centimtrica do espectro;

    2 a mais abundante em regies interestelares e no Universo em 1970 observaes de foguetes da bandas de Lyman em

    absoro da estrela Per.

    E as molculas?

  • Atualmente: algumas poucas centenas

    - Atmosferas planetrias;

    - Cometas;

    - Atmosferas e envoltrios

    estelares;- Objetos Herbig-Haro;

    - Regies de formao estelar;

    - Regies HII;

    - Nebulosas planetrias;

    - Nuvens insterestelares; - Restos de supernovas;

    - Galxias ativas.

    Na tabela no

    esto considerados

    os istopos.

    E as molculas?

  • AMBIENTES ESPACIAIS

    E

    MOLCULAS

  • Pea chave na evoluo qumica do Universo.

    O MIE gs tnue de H, He e traos de outros elementos

    elementos neutro, ionizado, formando molculas, fase

    gasosa ou condensada.

    enriquecido com os produtos gerados pela snteseestelar vida e morte perda de massa lenta ou

    explosiva

    Tipicamente 1 partcula(H)/cm3 ~10-4 C/H

    10 < T(K)

  • Separao entre as estrelas ~ 2 pc Densidade estelar () 6x10-2 pc-3

    O gs organizado em fases: Nuvens moleculares frias, Nuvens

    HI frias, Regies HII, gs quente entre nuvens, gs coronal

    quente.

    O aquecimento do gas e a poeira interestelar causado:

    i) Pelos ftons estelares, vindo de muitas estrelas (campo de

    radiao interestelar mdio);

    ii) Pelos raios csmicos (ions energticos, prton de GeV);

    iii) Raio-X emitido - gas quente extragalctico, galctico e local.

    O Meio interestelar (MIE)

  • Principais fontes de matria interestelar:

    - Perda de massa em estrelas gigantes vermelhas;

    - Nebulosas planetrias;

    - Ventos estelares;

    - Supernovas;

    - Queda de matria (infall) de origem extragalctica.

    Principais fontes de esgotamento de matria no MIE:

    - Formao estelar (essencialmente);

    - Perda de matria entre a galxia e o meio intra-aglomerado.

    O Meio interestelar (MIE)

  • O Meio interestelar (MIE)

    Para elementos como C, O, Si, Mg, Fe, ZMIE

  • Ecossistema Galctico

  • Nuvens interestelares difusas

  • O Meio interestelar (MIE)

    Nuvens difusas so aquelas onde a radiao das estrelas penetra

    com certa facilidade.

    Processos qumicos dominados pela fotodissociao e fotoionizao UV e raios-X das .

    Poucas molculas (H2 tpico).

    gas ~ 100 H por cm3 e pode aparecer como H2 ou H livre a T ~ 100 K.

    Diatmica: CO, CH, CH+, CN, OH, C2, ... M/H ~ 108 ou menos

    (exceto CO, CO/H ~ 106 ).

    Recentemente: HCO+, CH2, HCN, ... PAHs.

    O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)

    Objetos interestelares: Nuvens interestelares difusas

    No podem ser formadas no MIE-

    Resultado da fragmentao dos

    gros choques.

  • O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)

    Nas nuvens interestelares difusas, a poeira tem trs importantes

    papis na qumica:

    - Extino da luz da estrela diminuio parcial da

    fotodegradao;

    - A poeira (atravs do efeito fotoeltrico) acopla a energia da luz

    estelar ao gs e fornece a principal fonte de aquecimento.

    - Catlise - os gros de poeira permitem que a qumica

    heterognea ocorra.

    Objetos interestelares: Nuvens interestelares difusas

  • O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)O Meio interestelar (MIE)

    Um exemplo simples da ajuda da poeira na formao

    de molculas Formao de H2:

    Processo MUITO lento!

    ou

    Processo fortemente

    proibido!

    Necessidade da

    poeira para

    catalisar as reaes!

    Objetos interestelares: Nuvens interestelares difusas

  • Regies HII

  • Objetos interestelares: Regies HII

    Nuvens de gs H ionizado

    Gs ionizado T ~ 104 K

    Densidades:

    103 < (cm-3 ) < 104 - regies compactas, como Orion;

    Para comparao: 10 cm-3 - Nebulosas difusasgigantes, como a nebulosa da Amrica do Norte.

    M ~ 300 M

    Grande Nebulosa de

    Orion (M42)

    Ocorrem principalmente em volta de estrelas O e B - UV com

    E > 13,6 eV H ionizado.

  • Grande Nebulosa de

    Orion (M42)

    M ~ 300 M

    Espectro tico dominado por linhas de

    recombinao do H e He;

    Linhas em emisso proibidas no tico de alguns

    ons como [OII], [OIII], e [NII];

    Emisso IV poeira quente.

    Objetos interestelares: Regies HII

  • Grande Nebulosa de

    Orion (M42)

    M ~ 300 M

    Ricas em H+ (prtons) e e- livres.

    Linhas do H so emitidas quando o eltron passa,

    subseqentemente, pelos vrios nveis de energia.

    UV da estrela so degradados em ftons no visvel.

    Mecanismo dominante n=3 para o n=2 = 6563,

    dominante e por isso a cor vermelha da regio.

    Objetos interestelares: Regies HII

  • Trapzio na Nebulosa de rion. Crditos: Hubble Space Telescope.

    Visvel Infravermelho

    A imagem cobre um ano-luz. ~300 estrelas e 50 ans marrons em formao e

    recm formadas.

    Placas de sinalizao indicando regio de formao estelar na Galxia.

    Objetos interestelares: Regies HII

  • Nuvens moleculares densas

  • So mais densas e opacas do que as nuvens difusas.

    Objetos interestelares: Nuvens moleculares densas

    Os gros tm papel de:

    (i) atuar como uma camada protetora para as espcies moleculares no

    interior da nuvem (absorvendo UV);

    (ii) Catalizar, formando principalmente H2.

    Resultado: Diminuio dos processos fotoqumicos!

    Domnio da qumica entre on-molcula iniciada pela ionizao do H

    pelos raios csmicos (RC).

  • T ~ 10 K na TMC-1 (Taurus

    Molecular Cloud), a qual no

    apresenta indcio de formao

    estelar.

    Nas moleculares densas, como

    Orion KL, as T ~ 30100 K.

    Objetos interestelares: Nuvens moleculares densas

  • Nuvens moleculares gigantes

  • GMC (Giant Molecular Clouds) essencialmente complexos de nuvens

    moleculares que apresentam intensa emisso molecular e indcios de

    formao estelar.

    Junto com alguns aglomerados globulares, so os objetos mais massivos da

    Galxia.

    Objetos interestelares: Nuvens Moleculares Gigantes

  • Constitudas de gs atmico, gs molecular (H2, CO, NH3 etc.), poeira

    interestelar e gelos.

    Os gros de poeira: silcio (silicatos) ou de carbono como o diamante, o

    grafite, o carbono amorfo e os hidrocarbonetos policclicos aromticos

    (HPAs ou PAH).

    Fragmentam-se em nuvens de diversos

    tamanhos, que entram em colapso

    gravitacional dando origem a estrelas de

    baixas, mdias e altas massas.

    esquerda: Glbulos de Bok e nuvens escuras de diferentes

    tamanhos, compostas de gs e gros de poeira que esto ou iro

    entrar no processo de colapso gravitacional, dando origem a estrelas

    de diferentes massas. Fonte: Nasa e The Hubble Heritage Team.

    Objetos interestelares: Nuvens Moleculares Gigantes

  • Objetos estelares

    Discos proto-planetrios

  • Objetos estelares

    Discos proto-planetrios

    Uma estrela como o Sol, quando recm-nascida continua a sugar a matria circundante

    formao de um disco espesso de gs e gros regio de formao planetria.

    Os ambientes que circundam as

    estrelas recm-nascidas e as estrelas

    evoludas so considerados verdadeiros

    laboratrios qumicos, onde ocorrem

    reaes qumicas formando compostos

    orgnicos e inorgnicos.

    Disco protoplanetrio dividido de acordo

    com e T.

    R a distncia radial da estrela central

    Z a altura em relao ao plano do

    disco, dada em unidades astronmica

    (UA).

  • Objetos estelares

    Discos proto-planetrios

    Plano - mais densa e fria. Radiao estelar e do MIE no penetra.

    Plano - mais densa e fria. Radiao

    estelar e do MIE no penetra.

    Z : T e Regio totalmente

    ionizadas Regies HII;

    No meio destas duas regies: ftons

    de uv e raios X conseguem penetrar

    mais profundamente sem serem

    absorvidos, as molculas podem serdissociadas e temos as chamadas

    regies de fotodissociao (PDRs).

  • Objetos estelares

    Discos proto-planetrios

    Espcies detectadas em vrios

    discos proto-planetrios:

    CO, CO2, CN, HCN, HNC, H2CO,

    C2H, C2H2, CS, OH, HCO+,

    H13CO+, DCO+, N2H+ e vapor de

    gua (Andrade, Rocco e

    Boechat-Roberty, 2010).

    UV e Raios-X, emitidos pela estrela recm-formada interagem com o gs e poeiracircundante ionizao (e- arrancados dos tomos e das molculas) e a dissociao

    (quebra das molculas) radicais e ons reagem quimicamente novas e mais complexas

    molculas.

  • NOSSO SISTEMA PLANETRIO

  • 62

    Allende - PDMS

    Espectro de Massas

  • 63

    Allende - PDMS

    Espectro de Massas

  • 64

    Allende - PDMS

    Espectro de Massas

  • 65

    Allende - PDMS

    Espectro de Massas

  • Objetos estelares

    Nebulosas Planetrias

    Estgio final da vida de uma estrela semelhante ao Sol.

    Camadas externas so ejetadas para o MIE nebulosa planetria

    Nesses ambientes: diversas reaes qumicas entre espcies na fase gasosa e entre

    espcies congeladas na superfcie de gros.

    NGC 2818, uma nebulosa planetria num

    aglomerado estelar aberto. Crdito: NASA,

    ESA, e Hubble Heritage Team (STScI/AURA).

    C4H2, C6H2, benzeno C6H6, que

    a unidade bsica dos

    PAHs.

  • EXEMPLO DE

    COMPLEXIDADE:

    A MOLCULA DE H2

  • H2 nas nuvens moleculares

    H2 mais abundante no espao;

    Constitui parte das nuvens difusas e praticamente toda a massa das nuvensdensas. Tem uma explicao!

    A quantidade de H2 numa direo diretamente proporcional quantidadede poeira naquela direo associao entre os gros slidos e o gs

    molecular.

    Nuvens so densas suficiente

    para favorecer a aproximao

    de 2 H para a formao de H2.

    Nas nuvens densas, a presena dos gros slidos impede apropagao da radiao UV protege da dissociao.

    Servem como catalisadores.

  • ~1

    2

    Adotando d ~ 3 , numa nuvem difusa de T = 100 K e

    = , temos que ~10

    8 .

    Se e = , temos que ~

    .

    Taxa de colises = ~ Reao lenta

    Tempo de coliso entre H nas nuvens interestelares

  • Para comparao

    Na atmosfera de uma estrela fria:

    ~103 e ~10153 ~

    .

    Taxa de colises = ~.

    Tempo de coliso entre H nas nuvens interestelares

  • Para comparao:

    Na atmosfera da Terra, em uma reao envolvendo

    N ou O:

    T = 300 e ~10193 ~

    .

    Taxa de colises = ~.

    Tempo de coliso entre H nas nuvens interestelares

  • FORMAO DE H2 NA SUPERFCIE DOS GROS

    H + H colidem podem ou NO formar H2

    Se o excesso de energia no for removido, os tomos colidiro,mas se afastaro depois sem formao de molcula.

    Mas se um terceiro corpo retira parte da energia a reao

    facilitada Superfcie pode estabilizar a molcula formada.

  • Principais processos em superfcie de

    interesse astroqumico:

    - Adsoro;

    - Espalhamento;

    - Difuso;

    - Dessoro.

    O sticking probability (SP) ou sticking power a probabilidade de uma molcula aderir superfcie

    ao invs de ser espalhada ou aprisionada por um curto perodo de tempo, dessorvendo em seguida.

    At o momento, esta quantidade s pode ser determinada empiricamente e um dado importante em

    astroqumica.

    FORMAO DE H2 NA SUPERFCIE DOS GROS

  • FORMAO DE H2 NA SUPERFCIE DOS GROS

    Mecanismo Eley-Rideal (ER) tomos ou molculas na

    fase gasosa colidem com tomos ou molculas adsorvidaspreviamente. Reaes de hidrogenao nos gros,

    formando H2 e H2O.

    Ex. Simples: Eespcie mais complexa (A2B) formada,

    permanece aprisionada na superfcie ou, se a entalpia deformao for suficiente, ela pode dessorver diretamente

    para a fase gasosa.

    Pode ocorrer tambm uma reao de substituio (duas

    espcies so formadas, A2 + B).

    Qualquer combinao dessas espcies pode permanecer

    na superfcie ou dessorver para fase gasosa.

    As reaes de catlise para a transformao das espcies

    A e B em P ocorrem, geralmente, segundo doismecanismos:

  • FORMAO DE H2 NA SUPERFCIE DOS GROS

    Mecanismo Langmuir-Hinshelwood (LH): mais

    comum.

    Encontro de duas espcies j adsorvidas.

    Ambas as espcies esto previamente adsorvidasna superfcie uma aprisionada num stio ligante e a

    outra difundindo livremente atravs da superfcie.

    Quando a espcie difusora colide com a espcie

    adsorvida ocorre uma reao, gerando uma nova

    espcie (A2B), que como no caso Eley-Rideal,

    poder permanecer aprisionada na superfcie, mas

    geralmente dessorvida.

    As reaes de catlise para a transformao das espcies

    A e B em P ocorrem, geralmente, segundo doismecanismos:

  • OBRIGADA