20
ACTAS DO COL~QUIO A RECEPÇAO DA REVOLUÇAO FRANCESA EM PORTUGAL E NO BRASIL

A RECEPÇAO DA REVOLUÇAO FRANCESA EM PORTUGAL E NO …repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/46734/2/jorgeribeirovaria... · Grão-Pará e Maranhão, da Agricultura das Vinhas

Embed Size (px)

Citation preview

ACTAS DO

COL~QUIO

A RECEPÇAO DA REVOLUÇAO

FRANCESA EM PORTUGAL E NO BRASIL

ACTAS DO

c o ~ ó ~ u ~ o

A RECEPÇÁO DA REVOLUÇÁO

FRANCESA EM PORTUGAL E 0 BRASIL

II 2 a 9 de Novembro de 1989

UNIVERSIDADE DO PORTO, 1992

VARIACQES DA MOEDA PORTUGUESA FACE AS INVASOES FRANCESAS

Considera-se que o papel-moeda foi criado em Portugal pelo alvará de 13 de Julho de 1797 (I) . A utilização de papel como fomia de pagamento não era nova em Portugal. De facto, para fazer face as dificuldades financeiras, já no tempo de D. Manuel I se emitiram padrões de juro que, segundo Damião Peres, "eram títulos de dívida individualmente atribuidos, com variáveis montantes e taxas de juro, ao sabor das conveniências ou aflições da admiistração" (2). A obra "O Papel-Moeda em Portugal" considera "os recibos, vales ou certificados de depósitos" emitidos no reinado de D. Pedro 11, pela Casa da Moeda, contra entrega das moedas cerceadas, especialmente de prata, como "a primeira forma especifica de papel-moeda" em Portugal (3).

Não vamos aqui fazer a história deste meio de pagamento, pois não é esse o objectivo deste trabalho. Refira-se, apenas, que José Acúrsio das Neves distingue duas espécies de papel: o papel-moeda, do qual são exempIo as ap6Iices pequenas portuguesas e as notas do Banco de Inglaterra que giravam como dinheiro, e os papéis de crédito, representados pelos Padrões de Juro Real, pelas apólices grandes, pelas contas correntes dos negociantes e pelas letras de chb io , que não comam como dinheiro (4).

De mencionar, também, o facto de terem sido declaradas como dinheiro líquido, em 1766, as apólices das companhias gerais do Grão-Pará e Maranhão, da Agricultura das Vinhas do Alto Douro e de Pemambuco e Paraíba. O que, no entanto, foi de curta duração, pois em 1771, um novo alva16 lhes retirava este privilégio (').

A França, conforme é do conhecimento geral, assistiu, em 1789, devido a uma convergência de factores favoráveis, ao colapso do Antigo Regime e 2 proclamação de princípios sobre os quais se deviam constmir os novos regimes de França e da Europa Modema (6). Em Pomigal, sabia-se o que se passava fora de fronteiras através da imprensa da época, nomeadamente da Gazeta de Lisboa e do Jornal Enciclopédico que, para mais, numa primeira fase, de maior tolerbcia, por parte da censura, veiculava notícias favoráveis aos sucessos de Pais ('). Mas, apesar disto, as ideias revolucionárias,

segundo Albert Silberk, tiveram "uma ressonância mais limitada de que em Espanha" Na verdade, os acontecimentos que tiveram lugar em França, a partir de 1787, não provocaram medo em Portugal e o govemo, até 1792, não combateu os espíritos portugueses mais esclarecidos. A partir deste ano começou, por instigação do In- tendente Geral da Polícia, Pina Manique, a perseguição a todas as pessoas qualificadas de jacobinas. Portugal vai mesmo entrar em guerra contra a França ao lado das potências contra-revolucionárias, a Grã-Bretanha e a Espanha. Assim, em Setembro de 1793, tropas portuguesas são enviadas para a Catalunha, a fim de lutar ao lado dos espanhóis, contra os exércitos revolucionários. Nesta altura, a opinião pública portuguesa, que sempre se mostrara favorável 2 França, foi decididamente hostil a este país ( 9 ) .

Não nos podemos, também, esquecer que o estado dc be- ligerância provocou a interrupção das trocas com a França e com os países ocupados pelas forças desta potência, o que, como diz Jacques Godechot, teve repercussões graves na economia pomguesa, tomando-se esta cada vez mais dependente da Grã-Bretanha ('O).

Tudo isto aumentou as dificuldades de carácter económico, tendo o govemo, em Outubro de 1796, aberto h subscrição um empréstimo de 10 milhões de cruzados. Este empréstimo era constituido por apólices, de valor nominal superior a 100 mil reis, que venciam um juro anual de 5%, pago semestralmente. O juro seria acrescido de 1% a quem pagasse as apólices em dinheiro ('I). Esta medida não saneou as finanças do estado, tendo o montante do empréstimo sido aumentado, pelo alvará de 13 de Março de 1797, para 12 milhões de cmzados, fixando-se o juro anual em 6%. Autorizou-se, ainda, a substituição das apólices anteriores por outras de valor inferior a 100 mil reis, mas nunca abaixo dos 50 mil reis (I2). Acúrsio das Neves escreve que estes dois tipos de apólices não se podem considerar como papel-moeda, pois apenas foram autorizadas para correr como letras de câmbio "com os seus competentes endossos, para os seus capitais serem pagos pelos rendimentos hipotecados, quando houvesse lugar, da mesma forma que se mandavam também pagar por eles os juros respectivos precisamente aos semestres". O decreto atribuis-lhes, também, certas propriedadesque as aproximava e lhes concedia, em parte, a natureza do papel-moeda (I3). De facto, estes títulos eram recebidos, como se de dinheiro se tratasse, em pagamentos de direitos e impostos (I4).

O verdadeiro papel-moeda foi instituido pela primeira vez em Portugal, como dissemos, pelo alvará de 13 de Julho de 1797. Assim, este decreto autorizava a emissão de apólices inferiores a 50 mil reis até ao total global de 3 miihões de cruzados, como parte do empréstimo dos 12 milh6es de cruzados atrás referido. Estes títulos venciam um juro anual de 6% e foram sujeitos a um curso forçado. Desta forma, nos pagamentos, metade da quantia devida era entregue em papel e a parte restante em moeda metilica (I5).

Segundo Damião Peres esta substituição da moeda metilica pelo papel-moeda provocou alarme na vida económica e despertou desconfianças (I6). Para isto contribuiu a enorme massa em circu- lação, que no princípio de 1800 totalizava 10 693 477 000 reis. Mas, apesar de se tentar evitar novas emissões, em 1805, o estado com o pretexto de substituir os títulos usados, lançou novas apblices no valor de 499 994 400 reis. E, durante o último trimestre de 1807, mais 163 118 400 reis em títulos foram emitidos (I7).

V i t o ~ o Magalhães Godinho mostra que o estado teve de recorrer ao papel-moeda, porque havia necessidade de mais meios de pagamento, para fazer face à subida persistente dos preços. A chegada de ouro proveniente do Brasil diminuira irremediavelmente e Portugal, apesar de ter uma balança comercial favorável, não tinha condições para atrair mais prata. A cunhagem de ouro e prata diminuira muito nos últimos anos do século XVIII, enquanto os preços subiam, pois, segundo Magalhães Godinho, os preços aumentaram entre 1782-1790 e a inflação, essa, iniciara-se em 1796. A Casa da Moeda tentou colmatar a falta de ouro cunhando mais metal branco. Esta medida, porem, não foi suficientemente eficaz para responder 2 procura crescente de novos meios de pagamento ('9.

O público, desde o início, mostrou relutância em receber o papel-moeda, pelo que cedo começou a sua desvalorização e a ser aceite somente mediante um determinado ágio. Desta maneira, em 1800 foi criada uma Caixa de Desconto com o fim de receber e descontar as apólices pequenas i taxa de 6%. Aquando da criação desta instituição, o papel era trocado por financeiros, os chamados rebatedores, que receberam instruções para não praticarem um ágio superior a 6%. Devido a isto, suspenderam as suas operações em público, descontando o papel, clandestinamente, a uma taxa de 8%. A Caixa de Desconto não conseguiu responder cabalmente aos

problemas que se lhe punham, por causa do grande número de pessoas que a ela acorriam. Alem disto, segundo Acúrsio das Neves, muitos traficantes compravam o papel barato e vendiam-no caro, provocando o colapso da instituição em pouco tempo. E, após este fracasso, o agi0 do papel aumentou em muito (I9).

A fim de tentar ultrapassar estes problemas, o estado, num quadro crescente de dificuldades político-financeiras, a nível nacional e intemacional, tomou cenas providências, de maneira a que o valor do papel ficasse a par da moeda metálica. Estas medidas tiveram algum efeito imediato, mas, devido à Guerra das Laranjas, que opôs Portugal à Espanha, o desconto do papel-moeda atingiu os 30%. O ágio desceu com o fim das hostilidades, oscilando entre 18% e 21%. Por outro lado, o decreto de 25 de Fevereiro de 1801 tentava obstar à falta de confiança do público nesta forma de moeda, mandando "que arnetade de todos, e quaesquer Pagamentos se faça em Papel Moeda pelos valores que eiie representar". Quando não houvesse papel suficiente para satisfazer esta disposição, determinava que o débito fosse liquidado com a maior porção de papel-moeda possível desde que não excedesse metade da totalidade do pagamento, porque o restante tinha de ser satisfeito em metal. E, quem não cumprisse esta lei era obrigado a pagar 30% da quantia indevidamente recebida em dinheiro metálico ( I0 ) .

Nesse mesmo ano e com vista à consolidação da dívida pública, emitiu-se um empréstimo de 12 milhões de cmzados em apólices grandes de 240 mil reis (").

Entre 1801 e 1807 a gravidade da conjuntura político-militar intemacional e a delicadeza da posição portuguesa face às exigências da França e da Grã-Bretanha r20 foram de molde a estabilizar ou diminuir o desconto do papel-moeda. Assim, o Bloqueio Continental decretado por Napoleão, em Berlim, a 21 de Novembro de 1806, declarando as ilhas britânicas em estado de bloqueio e os decretos de Milão de 1807, bem como a resposta da Inglaterra, por meio das Ordens em Conselho, considerando a França e os seus aliados também em estado de bloqueio, vão criar dificuldades ao comkrcio pomguês (22).

De mencionar que, em 1804, um decreto determinava a suspensão por um período de três anos da amortização do papel- -moeda recebido pelo Eidrio Régio. Este papel deveria ser utilizado nos pagamentos que se efectuassem. E, em 1805, foram adoptadas

várias medidas relativamente aos juros vencidos pelas apólices (23). Por outro lado, em 1804 quase não houve cunhagem de ouro e entre 1803 e 1806 a cunhagem da prata conheceu uma crise, daí o estado, conforme referimos, ter emitido mais apólices em 1805 e 1807 (24).

Adrien Baibi no seu "Essai Statistique sur le Royaume de Pomigai et d'Algawe3' (25), apoiando-se em José. Acúrsio das Neves, para o valor do Bgio até 1814 e nos dados fornecidos por Adolfo de Lmdenberg, cônsul das cidades hanseáticas, para os anos pos- teriores, apresenta os seguintes vaiores (ver Quadro 1 em anexo):

70

60

50 VALOR 40 DO

DESCONTO 30 MINIMO ( % I (EM %I 20

10 O . . , . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

1798 1803 1808 1813 1818 1821 ANOS

Ao analisamos este grafico, vemos que o ano de 1801 e os anos entre 1807 e 1811 são os de maior depreciação do papel-moeda. A explicação é óbvia: nestas datas o território metropolitano por- mguês sofreu a agressão de exercitos estrangeiros. Em 1807 o 6gio atingiu o seu valor mais elevado, ou seja 60%. Segundo José Acúrsio das Neves, o desconto, que no início desse ano variava entre 13% e 20%, subiu para 28% e 34% antes da chegada das tropas de Junot ao territ6rio português, atingindo os 40% e 60% depois da entrada dos franceses em Portugal. O mesmo autor afirma que a certa aliür;i ninguém queria o papel-moeda, não existindo sequer taxa de desconto. Este parece, porém, ter recuperado em finais de 1807, iniciando-se 1808 com o ágio a oscilar entre os 31% e 32%. Durante parte do ano variou entre 29% e 37% e após a saída dos franceses, ocomda em Setembro, situou-se entre 18% e 22%. De referir, porém, que o Comissário Geral, Philip Rawlings, em carta enviada para o

embaixador brit2nico em Lisboa, John Viiiiers, informava, a 19 de Dezembro, que o desconto do papel era nessa ailura de 21%, tendo anteriormente sido de 35% (26).

O rebate do papel-moeda atingiu o valor máximo em 1807, porque após a invasão de Junot, a sobrevivência de Portugal, como nação independente, parecia comprometida. De facto, a familia real havia partido para o Brasil e o país estava ocupado pelos exércitos espanhóis e franceses, na sequência do Tratado de Fontainebleau, que o repartia entre as potências ocupantes, alkm de que Napoleão havia ordenado a Junol o lançamento de uma contribuição de 100 milhõcs de francos (27). Como houvesse falta de numerário, o decreto de 1 de Fevereiro de 1808, impondo a contribuição de guerra, detemiinava que nela fossem incluidas as pratas das igrejas, que dcve~iarn ser remetidas à Casa da Moeda ('9). Por outro lado, depois de muitas hesitações e pouco antes da chegada do exército gaulês, o governo pomiguês acedeu às exigências de Napoleão, confiscando os bens ingleses e prendendo os britânicos residentes em Portugal. Mas os súbditos do Reino Unido encontravam-se bem informados acerca do evoluir da situação e estavam ao corrente das exigências napoleónicas, pelo que tomaram medidas para preservarem as suas pessoas e bens tanto móveis como imóveis, no que foram ajudados pelos representantes diplomáticos ingleses em Portugal, quer em Lisboa quer no Porto. Estas precauções revelaram-se eficazes, tendo a grande maioria dos bens dos comerciantes ingleses ficado a salvo da sanha dos franceses. Se os súbditos britânicos não sofreram grandes perdas, este estado de coisas afectou o comércio português, até porque, após a partida do Príncipe Regente e da família real para a América do Sul, a Armada inglcsa bloqueou as barras do Tejo e do Douro (L9).

O ano de 1808 revelou-se mais promissor, pois, em Junho ocorreram levantamentos, contra o invasor, em várias localidades, organizando-se, inclusivé, gmpos de guerrilha. E, nos princípios de Agosto desembarcou em temtório português uma força expedi- cionária britânica sob o comando de Sir Arthur Wellesley (30).

Após a expulsão do ocupante francês do burgo portuense, ocoirida em Junho de 1808, os negociantes ingleses voltaram 2 cidade, encontrando-se uma das firmas britfinicas, a Webb, Campbell, Gray and Camo já a laborar em Julho (31). E foi com base na cor- respondência expedida por essa sociedade, entre 1808 e 1811, que

organizhos o gráfico 2 e o quadro n" (ver anexo) com os valores do desconto do papel-moeda na praça do Porto.

MEDIA DO VALOR

0 0 DESCONTO DO

PAPEL-MOEDA EM %

JAN mv MAR /rnn MA! m IUL AW SET OUT NOV DEZ

MESES

Ao compararmos os dois gráficos e os dois quadros, vemos que os valores máximos e mínimos do ágio no burgo portuense, para 1809 e 1811, não coincidem com os dados apresentados por Adrien Balbi e José Acúrsio das Neves. Este autor, porém, afirma não ter utilizado números oficiais, mas sim informações de origem particular. Por outro lado, diz ser frequente "haver muitas variações em um s6 dia e na mesma praça, e até trocar-se por diferentes preços à mesma hora em diferentes casas" (32). Refira-se também o facto do Comissário Britânico Pbilip Rawlings informar que o desconto do papel-moeda variava de acordo com o crédito do governo e era objecto de especulaçâo diária (33). Para Teixeira de Aragão, o ágio dependia da vontade de alguns capitalistas, a maior parte estrangeiros, que o monopolizavam à sua vontade sem que o governo pudesse ou quisesse i n t e ~ i r (34). Estes testemunhos explicam, quanto a n6s, as discrepâncias notadas entre os valores máximos e mínimos dos quadros 1 e 2.

A primeira carta enviada por Webb, Campbell, Gray and Camo para a firma londrina sua associada, Campbell, Bowden & C" data de 30 Julho de 1808 (35). Mas, s6 em 26 de Outubro, aparece mencionado, na correspondência analisada, o valor do desconto, ao

contrário de informações sobre o câmbio que surgem logo em 1 de Agosto C'). Durante Setembro, porém, não são fornecidos valores numéricos sobre os câmbios ou o desconto na praça do Porto. É somente referido o facto destes valores se terem mantido elevados (37). Em 26 de Outubro a firma Webb, Cainpbell, G r q and Camo informava Londres que o desconto nesse dia vaiava entre 17% e 18%, tendo nos dias anteriores rondado os 16%, não se prevendo a sua descida nos tcmpos mais próximos (38).

Ligados ao comkrcio e necessitando de pagar largas somas pelos vinhos que adquiriam, era natural a preocupação e o interesse dos mercadores britânicos pelas flutuações do ágio do papel-moeda enl Portugal.

Se repararmos agora no gráfico 2, vemos que, nos últimos três meses de 1808, o desconto se manteve mais ou menos estável, embora em Dezembro a tendência fosse já de alta. Os comerciantes ingleses durante 1808 lutam com escassez de meios de pagamento, carência essa que é colmatada com a chegada de patacas de Inglaterra a partir de Setembro. Isto vai-lhes permitir honrar os seus compro- missos comerciais, contribuindo ao mesmo tempo para a náo subida da taxa de desconto, pelo mcnos na cidade do Porio (39). Em Março de 1809, o ágio atingiu um dos seus valores mais altos, pois, como se sabe, foi nesse mês que as tropas de Soult entraram em Portugal, tendo ocupado a cidade do Porto no dia 29 e obrigado à rctirada das pessoas e bens dos súbditos britânicos. Janeiro e Fevereiro foram meses críticos. Na cidade vivia-se uma clima dc incerteza, temendo- -se uma nova invasão. Assim, apesar de neste primeiro irimestre de 1809 não haver falta de dinheiro, o desconto do papel-moeda manteve-se alto (40). Curiosamente nos inícios de Março reinava um certo optimismo entrc os ingleses, o mesino acontcccndo após a tomada de Chaves, ocorrida a 12 desse mês (4').

Em Abril e Maio, devido a ocupação da cidade pelo exército de Soult, não temos valores para o ágio do papel-moeda. Após a saída dos franceses, ocorrida a 12 de Maio, os mercadores ingleses regressam à cidade e sabemos que no início de Junho alguns já aqui se encontravam (42). OS tcmpos imediatos à libcrlação foram de apreensão e preocupação, havendo falta de numerálio, daí que o desconto se mantivesse alto no decurso dc Junho. Ao longo de 1809 vai-se restabelecendo gradualmcnte a conliança no futuro do país, embora o ágio nunca desça abaixo dos 21%. AlravCs da corrcspon-

dência enviada por Webb, Campbell, Gray and Camo vemos que os negociantes ingleses lutavam com falta de dinheiro, pedindo constantemente a Londres a remessa de patacas para poderem efectuar os pagamentos a um câmbio favorável (43).

Segundo J. A. Meira do Carmo, dá-se conta, nesta altura, que o pagamento de juros da Dívida Pública se achava atrasado e o alvará de 30 de Outubro de 1809 determinava a liquidação, a partir de 1 de Janeiro desse ano, das despesas correntes e o restabelecimento do pagamento de juros, tenças e outros compromissos assumidos pelo estado. Além disto, o dinheiro restante seria utilizado no pagamento das dívidas atrasadas (9.

No ano de 1810 o ágio vai de novo conhecer valores altos, atingindo os 30.5% nos meses de Agosto e Setembro. Se analisarmos as médias ponderadas, vemos que estas, ao longo do ano, são sempre superiores a 25%. subindo acima dos 29% em Julho, Agosto e Setembro. De facto, 1810 não foi um ano tranquilo, pois Napoleão, apesar dos dois reveses, anteriormente sofridos, não desistira de ocupar o país. Deste modo, o Imperador envia um exército sob o comando do Marechal Masséna para invadir de novo Portugal. Em 17 de Abril é publicada a nomeação deste oficial que chega a Vaüadolid em 10 de Maio, a fim de preparar a invasão. Ciudad Rodrigo foi tomada em 10 de Julho e, finalmente, apesar das medidas defensivas adoptadas, Almeida caiu em poder dos franceses a 27 de Agosto C5). É pois natural que, dadas todas estas motivações, o desconto aumentasse continuamente a partir do mês de Maio. Refira- -se, também, que nos princípios de Agosto se viveram momentos de pânico, devido a informações incorrectas acerca das deslocações do exército anglo-luso, tendo uma manobra táctica de um co~po expedicionário português sido tomada como uma retirada geral das tropas (46). NO decurso deste ano, os mercadores ingleses vão continuar a defrontar-se com falta de numerário, apesar da chegada de algumas remessas de patacas espanholas, provenientes de Ingla- terra (47).

O corpo expedicionário francês, comandado pelo Marechal Masséna, vai-se manter cm Portugal até Abril de 1811, mês em que o desconto vai atingir um máximo de 28%, valor igual ao alcançado em Janeiro desse ano. Logo ap6s a partida dos franceses, o ágio declina, atingindo o seu valor mínimo - 175% - em Junho, para, a partir de Julho, voltar a aumentar.

Em 25 de Junho de 1811, em consequência de notícias recebidas sobre a retirada de Lord Wellington, o desconto tinha aumentado para 23% (48). A média mantém-se acima dos 20% em Agosto, apesar dos comerciantes ingleses estarem certos de que não seriam incomodados pelos franceses. Há, porém, nesta altura falta de numerário em circulação, sentindo-se os vendedores satisfeitos quando os produtos vendidos a pronto eram pagos num prazo de 3 ou 4 meses. Aliás, até final do ano, os ingleses vão informando que há falta de dinheiro no país, daí se poder inferir ser esta a causa para o desconto do papel se manter alto no segundo semestre de 1811, quando o norte, afastado do teatro das operações militares, gozava de segurança (49). Apesar de em 1810 e 1811 o litoral norte do país nZo ter sido ocupado pelos exércitos franceses, os britânicos residentes no Porto vão ainda viver momentos de angústia e phico. Tudo isto está bem documentado na correspondência enviada por Webb, Carnpbel, Gray and Camo para a firma, sua associada, em Londres, ao longo destes dois anos ('O).

Em Outubro de 18 11, segundo Meira do Carmo, o papel-moeda em circulnção elevava-se a cerca de 28 milhões de cmzados e sofria um grande desconto, o que é, aliás, confirmado pelos dados agora apresentados. Para obviar a esta depreciação, ordenou-se a cunhagem de patacos, moeda de bronze, para concorrer com o papel nos pagamentos (51).

O desconto do papel-moeda é uma operação sensível a variações de diversa ordem, nomeadamente às de natureza político- -militar, conforme acabámos de ver. Por outro lado, era alvo de especulação diária, sendo possível comprar qualquer quantidade, por maior que ela fosse, pois as apólices dadas em pagamento num dia podiam ser adquiridas novamente no seguinte (52).

Philip Rawlings, o já mencionado Comissário Geral Bnthico, em resposta a questões colocadas por John Villiers, em 1808, informava que um aumento de papel em circulação, faria subir con- sideravelmente o desconto, afectando proporcionalmente os Bilhetes do Tesouro Britânico, utilizados no pagamento dos bens necessários ao aprovisionamento das tropas. Caso Londres decidisse fazer um empréstimo ao governo português, deveria, então, reforçar a moeda legal do país. Ao mesmo tempo aconselhava que se avcriyasse qual o destino a ser dado ao dinheiro, pois desta maneira poder-se-ia evitar a remessa de uma grande quantidade de moeda metálica (53).

Refira-se que o envio de dinheiro, em espécie, da Grã-Bretanha para Portugal apresentava dificuldades. Assim, Philip Rawlings achava que se deviam encontrar fontes de fornecimento no país, a fim de evitar o recurso a Inglaterra, sempre que fosse preciso mais numerário. Afirmava ainda ter conhecimento de que consideráveis somas, suficientes para satisfazer as exigências mais prementes, estavam na posse de certas pessoas. Este dinheiro não havia sido remetido para as ilhas britânicas, porque os seus donos o queriam em Portugal por conveniência ou para poderem participar em operações especulativas. O comissário escrevia ainda que, dada a sua posição e conhecimentos, era capaz de reunir, se necessário, cerca de 30 000 libras esterlinas, contra a entrega de letras a 30 dias de data. E, como era hábito do país o prazo de pagamento ser prorrogado por mais 15 dias além do vencimento, este espaço de tempo permitiria a Rawlings honrar os seus compromissos financeiros. Desta maneira, o comissário estava certo de poder utilizar as largas somas em poder de particulares anteriormente aludidas (54). Refira-se que os comiss6rios, quando tinham de arranjar o dinheiro necessário às despesas do exército inglês em Portugal, como aconteceu em Abril de 1810, e dado s6 quererem espécies metálicas, pagavam mais pela moeda portuguesa do que os comerciantes (55).

Recorde-se, ainda, que a Grã-Bretanha tinha dificuldades em obter metal suficiente para as suas necessidades, pelo que o governo de Londres recorreu a expedientes vários, a fim de conseguir meios para financiar a campanha do exército britânico na Península Ibérica. Contrariamente aos métodos usados pelo exército francês, os ingleses tinham o hábito de pagar os a~rovisionamentos das suas tropas. Como forma de liquidação era frequente utilizarem letras, em vez de moeda metálica, devido à já aludida dificuldade em arranjar metal precioso suficiente. As tropas brithicas e os comerciantes ingleses recorriam às patacas espanholas para saldar os seus débitos. As patacas gozavam de curso Iegal em Portugal, tendo isto sido detemlinado pelo decreto de 17 de Outubro de 1808 e cada unidade valia 800 reis. De resto, o Tesouro Britânico procurava estas moedas em qualquer parte do mundo onde estivessem disponíveis, chegando mesmo a importá-las da China. Por outro lado, em Outubro de 1809, o embaixador John Villiers afirmava ser mais vantajoso o envio de prata em barra do que a compra de patacas em Londres ou mesmo em Portugal através de letras de câmbio (56 ) .

O que acabamos de escrever dá-nos ideia das dificuldades encontradas pelas autoridades inglesas durante a campanha da Península contra os exércitos napoleónicos.

Após a retirada definitiva dos franceses, Pomigal continuou a enfrentar dificuldades de carácter financeiro. Conforme se pode ver pelo quadro 1, o valor do desconto manteve-se alto, sendo o ano de 1816 aquele em que o ágio esteve mais baixo.

Em 1812 foi restabelecido o pagamento dos juros do papel- -moeda e, como havia falta de dinheiro para satisfazer as necessidades do exército, autorizou-se a venda de bens da coroa, aceitando-se o papel-moeda como meio de liquidação dos débitos. O mesmo aconteceu em 1813 com a arrematação dos bens das lezírias (57).

Finalmente, as Cortes Constituintes de 1821 tomaram medidas relativamente a este tipo de moeda, complementadas com outras em anos subsequentes, até que o decreto de 23 de Julho de 1834, promulgado por D. Pedro IV, extinguiu o papel-moeda, cuja taxa de desconto antigia, nesta altura, os 95% (58).

Criado em Portugal no ano de 1797, devido às dificuldades financeiras com que o estado se debatia, ocasionadas pela guerra do Rossilhão, contra a França Revolucionária, o papel-moeda desde cedo conheceu a depreciação. O público mostrava relutância em o aceitar, tendo quase desde o início começado a ser recebido mediante uma taxa de desconto. Isto, apesar de, desde a sua criação, haver sido sujeito a um curso forçado e de, em todos os pagamentos, metade da quantia devida ter de ser entregue em moeda metálica e a parte restante em papel.

Como este tipo de moeda se baseava na confiança do público, o ágio era sensível a variaçdes de vána ordem, nomeadamente às de carácter político e financeiro. Conforme vimos, a difícil conjuntura poauguesa dos finais do século XVIII e primeiros anos do século XIX, de que se destaca a Guerra das Laranjas, contribuiu para o aumento crescente do desconto até à primeira invasão francesa, ocomda, como se sabe, em Novembro de 1807. Nos finais do ano, esse valor chegou a atingir os 60%. Entre a retirada de Junot e o final do ano de 1811, o desconto na praça do Porto conheceu altos e baixos, variando entre 17% e 30,5%. O seu valor aumentava sempre que a situação político-militar se apresentava difícil, ou quando havia falta de dinheiro metálico, diminuindo logo que se restabelecia um

clima de confiança ou se encontrava mais moeda de metal em circulação. Os britânicos, tanto os comerciantes como os comiss$rios do exército, tentaram obviar h falta de dinheiro em espécie, mandando vir da Grã-Bretanha patacas espanholas, que tinham curso legal em Portugal.

Jorge Martins Ribeiro Universidade do Porto

Abreviaturas utilizadas:

A.T.F.Y. - Arquivo da Taylor's Port - Taylor Fladgate & Yemman - Vinhos, SA.RL.

(1) SILVA, António Delgado da - Collecção da Legislaçáo Portugueza desde a Última compilação das ordens redigida por ..., Legislação de 1791 a 1801, Lisboa, Tipogrnfia Maigrense. 1828, p. 412-413. Note-se que este tipo de moeda, segundo as teorias económicas. não pode ser verdadeiramente considerada como papel-moeda puro, uma vez que vencia juro. A exemplo, porém. dos vários autores consultados, passámos a considerá-la, neste trabalho, como papel-moeda.

(2) PERES, Damiãn -História do Banco de Portugal 1821-1846, vol. 1, Lisboa, Banco de Portugal, 1971, p. 36-37.

(3) O papel-moeda em Portugal, dir. e coord. de Mário Rui de Sousa e Silva, Lisboa, Banco de Portugal, 1985. p. 13.

(4) NEVES José AcGrsio das - Obras completas, vol. 3: "Variedades sobre objectos relativos àr artes, comércio e manufacturas. consideradas segundo os princípos da economia política. Tomos I e Il", Porto, Edições Afrontamento, s.d., p. 431.

(5) Idem, ibidem, p. 432. (6 ) GODECHOT. Jacques - Les Révolirtions (1770.1799). 3.' ed.. col.

Nouveile Clio, Paris, P.U.F., 1970, p. 131-132. (7) RAMOS. Luís António de Oliveira - O Porto e as origens do

Liberalismo (subsídios e Observações), col. Documentos e Memórias para a História do Porto, "01. 43, Porto. Câmara Municipal do PortoIGabinete de História da Cidade, 1980, p. 26.

(8) SILBERT, Albert - Do Portugal do Antigo Regime ao Portugal oitocentista, 2 W . , Lisboa, Livros Horizontes, 1977, p. 47.

(9) GODECHOT, Jacques - Le Portugal et la Révolution (1789-1814). in "Arquivos do Centro Cultural Português", vol. 3, Paris, Fundação Calouste Gulben- kian, 1971, p. 281-283 e RAMOS, Luís António de Olivcira - Le Portugal et la Révoiution Française (1777-1834). in "HERMANN, Christian, coord. de - Les Révolutions dans le monde ibérique(1766-1834). vol. 1, La Péninsule", col. de la Maison des Pays Ibénques, 39. BordeauxiTalence, Prcsses Universitaùes de Bor- deaux, 1989, p. 203.

(10) GODECHOT, Jacques, ob. cit., p. 284-285. (11) PERES, Damião, ob. cit., p. 38-39 e O papel-moeda em Portugal, ob.

cit., p. 29-30. (12) PERES, Damião. ob. cit., p.40. (13) NEVES. José Acúrsio das, ob. cit., p. 433. (14) O papel-moeda em Portugal, ob. cit.. p. 32-33. (15) SILVA, António Delgado da, ob. cit., p. 412413; PERES, Damiáo. ob.

cit.. p. 40 e O papel-moeda em Portugal, ob. cit., p. 34-35.

(16) PERES, Damião, ob. cit., p. 40. (17) GODlNHO, Vitorino Magalhães - Prir et monnaies nu Portugal 1750-

1850. Paris, Armmd Colin, 1955, p. 209. (18) Id., Ibid, p. 221-222. (19) O papel-moeda em Portugal, ob. cit., p. 35 e NEVES, José Acúrsio

das, ob. cit.. p. 4 4 6 4 7 . (20) SILVA, António Delgado da, ob. cit., p. 671-672 e O papel-moeda em

Portugal. ob. cit., p. 37-38. (21) O papel-moeda em Portugal, ob. cit., p. 38 e PERES, Damião, ob. cit.,

p. 45. (22) RIBEIRO, Jorge Martins - A Comunidade Brithica do Porto durante

as invar6esfrancesar, Porto, Fundação Eng. António de Almeida, 1990, p. 51-52. (23) O papel-moeda em Portugal, ob. cit., p. 38-39. (24) GODINHO. Vitorino Magalháes, ob. cit., p. 222. (25) BALBI, Adnen - Essai statislique s w le royaume de Portugal et

d'Algarve, comparé aux autres états de I'Europe, tomo 1, PaAs, Rey et Grwier, 1822, p. 325.

(26) PRO. FO, 63/75, Carta de Philip Rawlings para John Charles Villiers, 19 de Dezembro de 1808. fls. 14 v.

(27) RIBEIRO, Jorge Martins, ob. cit., p. 103 e AZEREDO, Carlos de - As populaçóes a norte do Douro e os fmceses em 1808 e 1809, Porto. Museu Militar, 1984, p. 12.

(28) CARMO. J. A. Mcira - Dívida Pública Portuguesa. Apólicespeqiienas. Papel ~ o e d a , Lisboa. 1947, p. 29.

(29) RIBEIRO. Jorge Martins, ob. cir., p. 86-87; 107-121 e 216-217 (30) Id. Ibid, D. 106-107. . . (31) Id. ibid.. p. 122. (32) NEVES, José Acúrsio das, ob. cit.. p. 449. (33) PRO, FO, 63/75, Carta de Philip Rawlings para John Charles Villicrs,

19 de Dezembro de 1808, fls. 14 v. (34) 0 papel-moeda em Portugal, ob. cit., p. 61. (35) A.T.F.Y., Livro copiador de correspondência (1808-1812), Carta para

Campbell, Bowden & Co., 30 de Julho de 1808, p. 1. (36) Ibidem, Cartas para Compbell, Bowden & Co, 1 de Agosto de 1808,

p. 3; 26 de Outubro de 1808. p. 23. (37) Ibidem, Carta para Campbell, Boivden & Co., 9, 19 c 26 de Setembro

de 1808. p. 5 - 13. (38) Ibidcm. Cartas para Campbell, Bowden & Co., 26 de Outubro de 1808.

p. 23. (39) Ibidem, Cartas pai3 Campbell, Bowden & Co., 10 de Outubro de 1808.

p. 16; 24 de Outubro de 1808, p. 20; 26 de Outubro de 1808, p. 23; 9 dc Novembro de 1808, p. 29-30; I8 de Novembro de 1808, p. 32.

(40) Ibidem, Canas para Francis Gray, 13 de Jweiro de 1809, p. 59, 62- 63; 5 de Fevereiro de 1809, p. 69-70; 14 de Fevereiro de 1809, p. 71.

(41) RIBEIRO, Jorge Martins, ob. cit., p. 124.125 e 200.

(42) Id. ibid., p. 154. (43) A.T.F.Y.. Livro cooiador de corresoondência 11808-18121. Cartas vara . .~ , .

Francis Gra): 13 de Agosto de 1809, p. 112-114: 15 de Agosto de 1809, p. 114- 115 c Cartas para Campbell, Bowden & Co.. 27 de Agosto de 1809, p. 115-116; 5 de Setembro de 1809. p. 117; 9 de Setembro de 1809, p. 121; 12 de Setembro de 1809, p. 123; 15 de Setembro de 1809, p. 125, 17 de Setembro de 1809, p. 127; 20 de Outubro de 1809, p. 142; 27 de Outubro de 1809. p. 159; 26 de Novembro de 1809, p. 164; 6 de Dezembro de 1809, p. 168; I5 de Dezembro de 1809, p. 170; 30 de Dezembro de 1809, p. 180.

(44) CARMO, J.A. Meirg ob. cit., p. 31. (45) ALMEIDA, Manuel Lopes - A Guerra Peninsular, in PERES, Damião

(dir. de) - "História de Portugal': vol. VI, Barcelos, Portucalense Editora, 1934, p. 343-346.

(46) RIBEIRO, Jorge Martins, ob. cif., 128 e 200. (47) A.T.F.Y., Livro copiador de correspondência (1808-1812), Cartas para

Campbell, Bowden & Co, 26 de Janeiro de 1810. p. 190; 28 de Janeiro de 1810. p. 193; 11 de Fevereiro de 1810, p. 204; 13 de Fevereiro de 1810, p. 205-206; 20 de Março de 1810, p. 220; 3 de Abril de 1810. p. 225; 15 de Abril de 1810, p. 232; 17 de Abril de 1810, p. 236; 1 de Maio de 1810, p. 243; 9 Maio de 1810, p. 247; 4 de Julho de 1810, p. 276; 29 e 31 de Julho de 1810, p. 286; 28 de Agosto de 1810, p. 300; 14 de Novembro de 1810, p. 324.

(48) ibidem. Carta para Campbell, Bowden & Co, 25 de Junho de 1811, p. 394.

(49) ibidem, Cartas para Campbell, Bowden & Co., 23 de Agosto de 1811, p. 417; 29 de Setembro de 1811, p. 433; 12 de Outubro de 1811, p. 437.

(50) RIBEIRO, Jorge Marlins, ob. cif. , p. 127-130. (51) CARMO, J.A. Meira do. ob. cif., p. 31-32. (52) PRO, FO, 63/15. Carta de Philip Rawlings para John Charlcs Villiers.

19 de Dezembro de 1808, fls. 14v. (53) Ibidem, fls. 14v-15. (54) Ibidem, fls. 15v-16. (55) A.T.F.Y., Livro copiador de correspond&cia (1808-1812). Carta para

C~mpbell, Bowden & Co., 1 de Maio de 1810. p. 243. (56) RIBEIRO, Jorge Martins, ob. cit., p. 200-201 e GLOVER, Michael -

Wellirixfon's Army in Lhe Peninsula (1808-1814), New York, Hippocrene Books 111s.. 1977, p. 106-107.

(57) CAKMO. J.A. Meira, ob. cit.. p. 32-33. (58) O papel-moeda em Portugal, ob. cit.. p. 40-41.

ANEXOS

Quadro 1:

Fonte: BALBI, Adiren - Essai slrilistique s w le royaume de Portugal e[ d'Algarve, comparé aux alnres éfais de i'urope, tomo 1 , Paris. Ruy et Gravier, 1822, p. 325.

Quadro 2 -DESCONTO DO PAPEL - MOEDA