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A Relação de Psicopedagogia com a Psicomotricidade: Aspectos Psicopedagógicos da Educação Infantil EDUCAÇÃO PSICOMOTORA A psicopedagogia como ciência tem se desenvolvido ao longo do século XIX, com vultos isolados ao longo da Europa, como Jacques Lacan, Maud Mannoni, Fraçoise Doito, Janine Mery, franceses, e na América do Sul com os argentinos, George Mauco, Pichón-Riviére, que procuraram sistematizar essa ciência tão nova para a humanidade. A Psicopedagogia não nasceu aqui e nem tampouco na Argentina, investigando a literatura sobre o tema, podemos verificar que a preocupação com os problemas da aprendizagem teve origem na Europa, ainda no século XIX. Inicialmente, pensarem sobre o problema os filósofos, os médicos e os educadores. (BOSSA, 1992). Como disciplina de ensino superior é vista como interdisciplinar, pois, possui multifacetas de várias disciplinas que se interligam de forma concreta. A ciência psicopedagógica é tão nova que a Associação Brasileira de Psicopedagogia está lutando diante do Ministério da Educação para profissionalizar o psicopedagogo, que até hoje ainda, não possui um reconhecimento como profissional especializado na ciência pedagógica, assim como é o psicólogo e o pedagogo. A tarefa nesse trabalho científico é mostrar parâmetros simétricos entre psicopedagogia e psicomotricidade, o que possui em comum, ou ainda o que uma ciência pode contribuir para a formação da outra.

A Relação de Psicopedagogia com a Psicomotricidade

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A Relação de Psicopedagogia com a Psicomotricidade: Aspectos Psicopedagógicos

da Educação Infantil

EDUCAÇÃO PSICOMOTORA

A psicopedagogia como ciência tem se desenvolvido ao longo do século XIX, com

vultos isolados ao longo da Europa, como Jacques Lacan, Maud Mannoni, Fraçoise

Doito, Janine Mery, franceses, e na América do Sul com os argentinos, George

Mauco, Pichón-Riviére, que procuraram sistematizar essa ciência tão nova para a

humanidade.

A Psicopedagogia não nasceu aqui e nem tampouco na Argentina, investigando a

literatura sobre o tema, podemos verificar que a preocupação com os problemas da

aprendizagem teve origem na Europa, ainda no século XIX. Inicialmente, pensarem

sobre o problema os filósofos, os médicos e os educadores. (BOSSA, 1992).

Como disciplina de ensino superior é vista como interdisciplinar, pois, possui

multifacetas de várias disciplinas que se interligam de forma concreta.

A ciência psicopedagógica é tão nova que a Associação Brasileira de

Psicopedagogia está lutando diante do Ministério da Educação para profissionalizar

o psicopedagogo, que até hoje ainda, não possui um reconhecimento como

profissional especializado na ciência pedagógica, assim como é o psicólogo e o

pedagogo.

A tarefa nesse trabalho científico é mostrar parâmetros simétricos entre

psicopedagogia e psicomotricidade, o que possui em comum, ou ainda o que uma

ciência pode contribuir para a formação da outra.

Para entender essa relação entre psicopedagogia e psicomotricidade, será em

primeiro lugar discutido os aspectos relevantes da psicomotricidade, para depois

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serem analisados os psicopedagógicos, para que, no final do trabalho seja feita uma

relação mais apurada entre as duas disciplinas.

O indivíduo ao nascer, não começa já andando, precisa de algum tempo para

fortalecer os seus músculos, equilibrar-se, enxergar perfeitamente todo o seu

campo visual, ter noções de percepção, resposta, estímulo, enfim, ter aspectos

cognoscíveis, para a sua educação motora.

Progride criteriosamente de uma forma motora, onde cada gesto, observação,

movimento, tem um valor e significado dentro da Educação Psicomotora, onde,

grande parte do seu desenvolvimento cognitivo, está ligada a psicomotricidade.

Pois bem, o que vem a ser então a Educação Psicomotora? É a ciência que vai

estudar os fenômenos psicológicos e motores interligados a educação, pois, se o

desenvolvimento motor, não for corretamente realizado, trará problemas futuros

para criança e reflexos pelo resto de sua vida.

A palavra “Educação” é a parte da disciplina que se encarrega de tratar dos

aspectos formais da inteligência humana, trabalhando, sobretudo de maneira

pedagógica, para aturar no campo da aprendizagem do aprendente.

O prefixo “Psic” é a outra parte da disciplina que irá estabelecer parâmetros ligados

a “mente”, ao funcionamento do cérebro e suas implicações psicológicas para a

concretização da educação.

O sufixo “motor”, é o elemento imprescindível nessa disciplina, haja vista, ser ele o

aspecto de maior relevância no objeto do estudo, haja vista, ser aquele ligado a

parte do movimento, ação, dinâmica do corpo, que, está unido ou interligado aos

outros dois, pois, cada palavra ou parte que compõe a disciplina estabelecem entre

si uma relação de simbiose, para o seu perfeito aperfeiçoamento e funcionamento.

A Educação psicomotora é tão importante na vida da criança, que tanto os pais

como a escola, devem se preocupar com esse ensino, pois, a formação do ser,

poderá estar comprometida se não for acompanhado.

DESENVOLVIMENTO MOTOR

Como anteriormente foi falada na introdução a parte motora, está ligado ao

movimento, entretanto, para que ele seja concebido, estabelecido precisa ser

realizado de modo temporal, ou, seja há seu tempo.

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Não adiante os pais, por exemplo, “querer que o seu filho ande antes dos dez

meses de idade”, pois, isso poderá prejudicar o desenvolvimento motor dessa

criança, por conseguinte, o seu crescimento de forma ordenado.

O desenvolvimento motor é um processo gradual, onde cada fase do crescimento

exige um gesto ou movimento, para que se processe de modo psicológico na

formação do ser.

A criança precisa de certos vínculos para que o seu desenvolvimento aconteça de

forma compatível como:

a) maturação – irá se relacionar com os aspectos físicos e biológicos do corpo, pois,

o crescimento do organismo, é feito de maneira muitas vezes parecida de indivíduo

para indivíduo e já em outros casos de maneira análoga, por isso, não se deve

acelerar o processo, pois, cada organismo reage de forma diferente entre si.

Em contraste com a psicopedagogia a maturação dependerá dos pais e da escola

para fornecer elementos essenciais para o crescimento do corpo, como a

amamentação da mãe a criança, a alimentação do dia, a merenda, todos, são

compostos fundamentais para a maturação.

b) ambiente – o local fisco onde a criança vai utilizar para dormir, brincar, comer,

viver, precisa ser “estimulante”, ou seja, repleto de símbolos e significados que

pode decifrar com a sua inteligência, caso contrário, ficará uma parcela ausente de

sua cognição, em virtude desse ambiente pobre de elementos importantes ao seu

estímulo para o desenvolvimento motor.

A evolução das estruturas psicomotoras depende da tonicidade, equilibração, 

imagem e esquema corporal, lateralidade, organização espacial-temporal, 

coordenação motora geral coordenação motora fina.

A Tonicidade está ligada diretamente ao Tônus muscular, aos músculos, a a parte

do apoio do corpo.

O Equilibro voltado para o controle da postura corporal.

A Imagem e o esquema corporal representam a própria percepção do corpo e

dos corpos, e objetos que o cercam.

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A Lateralidade como a representação do corpo por um lado, esquerdo ou direito,

ou ainda ambos os lados, tendo a predominância por um desses lados quando os

movimentos se iniciam, ou a perfeição da utilização dos dois lados.

Organização espacial-temporal é a tomada de consciência do seu corpo no

espaço, seria a própria consciência de si mesmo, seu tamanho, posição, distância.

Coordenação motora geral compreende a junção de todos os movimentos gerais

do corpo como um todo, a completa harmonia entre os movimentos.

Coordenação motora fina são os movimentos mais refinados, que compreendem

alguns pequenos grupos de músculos, como, lingual, labial, ocular.

Todas essas estruturas acima citadas são componentes fundamentais para atuação

do corpo no espaço, sendo a educação psicomotora responsável pelo estudo de

cada atividade dessa separada.

O psicopedagogo é o profissional que entende que a criança precisa se desenvolver

sua motricidade através do ambiente físico, descobrir os valores dos símbolos da

cada componente desse espaço e o seu significado.

Segundo Assunção & Coelho (1997, p.108) a psicomotricidade é a “educação do

movimento com atuação sobre o intelecto, numa relação entre pensamento e ação,

englobando funções neurofisiológicas e psíquicas”.

Além disso, possui uma dupla finalidade: “assegurar o desenvolvimento funcional,

tendo em conta as possibilidades da criança, e ajudar sua afetividade a se expandir

e equilibrar-se, através do intercâmbio com o ambiente humano”.

A criança se desenvolve a partir da interação com os objetos, que ela inicialmente

coloca na boca, depois, através do tato, cheiro, e só então saberá o que representa

para si e para o mundo que o rodeia.

Talvez um pai não saiba que um “xiqueirinho” impõe limites no campo de

articulação, movimentos da criança, pois, ao que parece, a criança necessita de

espaço para se relacionar com o mundo, e campo vasto para se situar no espaço.

Segundo pesquisas realizadas em Nova Yorque (Reuters Health) demonstram que o

andador pode atrasar o desenvolvimento das crianças engatinhar, ficar de pé,

sozinha ou andar, conforme a citação da British Medical Journal, e também pelo fato

de graves acidentes causados, pois, muitas crianças se lesionavam gravemente ao

cair da escada com o andador

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No ano passado a Academia Americana de Pediatria pediu proibição de andadores

infantis nos Estados Unidos. No novo estudo, pesquisadores irlandeses

entrevistaram os pais de 190 bebês que usavam andadores e estavam

desenvolvendo capacidades motoras. Eles verificaram que 102 crianças que

usavam o aparelho eram, como grupo mais lentas para começar a engatinhar, ficar

de pé ou andar sozinha. Por exemplo, os bebês com os andadores ficaram em pé

sozinhos aos 13 meses, em média, três a quatro semanas depois do que aqueles

que não usavam o aparelho ( British Medical Journal, 2002).

c) ações neuromotoras – Relaciona-se com ação em conjunta da maturação e o

ambiente, ou seja, são os “momentos vividos”, ações neuromotoras, que

correspondem aos movimentos propriamente ditos, monitorados pelo cérebro, que

são percebidos em primeira parte através dos “instintos” ou “reflexos”, haja vista,

que a criança antes dos dois anos ainda não apresenta cognição, segundo Piaget.

Por isso, que o estímulo do ambiente é importante para formação motora desse

indivíduo.

Um exemplo de como o desenvolvimento motor é importante, para a criança e suas

implicações, que muitas vezes ações erradas, mesmo com intenção em ajudar ser

tornam prejudiciais para o campo neuromotor.

Como por exemplo, uma mãe que compra um “andador”, para auxiliar na

locomoção da criança, existe uma explicação para que esta atitude seja errada,

tanto pela psicomotricidade quanto pela psicopedagogia, pois, os referidos objetos

que são vendidos em lojas infantis, não apresentam nenhuma restrição quanto à

sua utilização.

O andador não é recomendado pelas duas ciências, até aqui discutidas, pelo

simples motivo, de não estimular o equilíbrio, a queda, que são estimulados através

do cérebro, para os membros inferiores e superiores.

O cérebro por sua vez vai traduzir o perfeito equilíbrio e as sucessivas quedas,

através das várias tentativas de ficar em pé ou cair para a criança, que está em

formação motora.

O Cérebro Esquerdo é dominante no controle da fala e da linguagem;

o Direitosobressai em tarefas visuomotoras” (GAZZANIGA, 2005, p. 9).

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Quando a criança não é estimulada neuromotormente, como por exemplo, ao se

valer do andador, para sua locomoção, restringe a ação do cérebro, contribuindo

apenas para uma ação mecânica, com o andador, e não neural, que, por

conseguinte, provavelmente acarretará prejuízo motor para a criança em formação.

A direção da escola, e, também o professor dentro da sala de aula, talvez não

percebam que o aluno é um indivíduo em constante formação, que os aspectos

motores são relevantes para o seu desenvolvimento, haja vista, que a criança

encontra prazer no que lhe faz bem, e as atividades desportivas, brincadeiras, são

ligadas diretamente a psicomotricidade.

A falta de atualização e valorização do corpo docente pode atrapalhar o bom

desenvolvimento do seu aluno, pois, um professor desmotivado, é uma ponte para

um aluno também.

Em virtude disso podem estar prejudicando o desenvolvimento motor dos seus

alunos

Professores em escolas desestruturadas, sem apoio material e pedagógico,

desqualificados pela sociedade, pelas famílias, pelos alunos não podem ocupar bem

o lugar de quem ensina tornando o conhecimento desejável pelo aluno. É preciso

que o professor competente e valorizado encontre o prazer de ensinar. A má

qualidade do ensino provoca um desestímulo na busca do conhecimento (SAMPAIO,

2009 apud Weiss, 2003, p. 18).

O psicopedagogo pode auxiliar a criança ao perceber que esta apresenta problemas

de aprendizagem, que pode estar relacionado com a sua parte motora, que por sua

vez, pode ter sido alterada por um “trauma na infância”, pois, o “dia a dia”, vai

forjar o seu futuro, ou ainda, a falta de afetividade por parte da família, pode

implicar desvios psicomotores.

“A família, por sua vez, também é responsável pela aprendizagem da criança, já

que os pais são os primeiros ensinantes e as atitudes destes diante das

emergências de autoria do aprendente, se repetidas constantemente, irão

determinar a modalidade de aprendizagem dos filhos (PORTO apud FERNANDEZ,

2001)”.

A criança pode ter timidez, agressividade, apatia, euforia, tristeza, alegria

dependendo da ação neuromotor que tiver sido estimulada durante a sua infância.

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Portanto a psicopedagogia e psicomotricidade possuem valores correspondentes na

formação do indivíduo.

O CORPO

O corpo é a condição vital para a sobrevivência, sem ele estaríamos sem defesa,

ataque, objetivos, sonhos, ideais.

É através dele que nos desenvolvemos nos percebemos e somos condicionados a

viver no mundo.

A mente somente pode funciona, se, existir uma projeção de um corpo no espaço, e

sobre esse espaço, ocupar lugar para poder sobreviver.

O corpo precisa ser descoberto, arranjado e ocupado no mundo, caso contrário, é

apenas um composto de ossos e músculos sem finalidade para o kosmos.

Um dos motivos da falha nos movimentos está diretamente relacionado com a

posição do corpo no espaço, ou seja, se uma pessoa não tem exatidão das

dimensões e força de suas mãos como, por exemplo, poderá esmagar um

“passarinho” ao pegá-lo.

Ou quem sabe outro exemplo, ao passar, por exemplo, por entre duas pessoas

esbarra em uma delas, isso, significa que este elemento não possui uma exatidão

das suas formas, ou pelo menos noção do que ela ocupa no espaço.

A psicopedagogia orienta que a formação do corpo precisa ser detalhada,

observada, por conseguinte, cada indivíduo precisa conhecer o seu corpo, e para

conhecê-lo precisa gostar dele.

Um pai ou uma mãe precisa ensinar o seu filho o valor do seu corpo, o que

representa, e as responsabilidades desse corpo no espaço.

A formação familiar pode muito inibir ao conhecimento do corpo, pois, muitos

“tabus” podem girar em torno desse corpo, haja vista, que em algumas famílias,

pode representar a “morada de satanás”, ou “algo desprezível”, “gordo”,

“franzino”…

Page 8: A Relação de Psicopedagogia com a Psicomotricidade

Com essas informações indesejáveis, o “proprietário do corpo”, acaba por vez

inibindo a vontade de conhecê-lo, que adianta, possivelmente poderá torná-lo

desconhecido para si.

A psicomotricidade busca muitas formas de conhecer e explorar a ação do corpo,

pois, se desenvolve fisicamente através deste e a importância vital que possui para

a sobrevivência.

A percepção sinestésica diz respeito ao exato conhecimento desse corpo no espaço

e da sua vitalidade para o mesmo, como por exemplo: podemos citar o caso de um

cego de nascença ter exatamente noção de cada parte do seu corpo e dos objetos

que o cerca, facilita desta forma a conexão com os mesmos, como encher um copo

de água sem derramá-lo, caminhar no espaço sem se desequilibrar, são exemplos

de como é importante o conhecimento do corpo para a sobrevivência.

A questão do corpo é tão importante que pessoas deixam de realizar diversos tipos

de atividades em detrimento do corpo, ou porque não conhece os limites dele,

como são em muitos casos exercícios aeróbicos, uma vez que tais indivíduos

desconhecem o seu próprio corpo, possivelmente ficará receoso de executar

exercícios dessa natureza.

Portanto o corpo é, base biológica, mental, social, e social sobre a qual se

fundamentam as estruturas do eu e da sociedade.

Se o corpo não estiver funcionando bem, nada de progresso frente irá muito bem

também.

SISTEMA PERCEPTIVO

A percepção compreende o processamento das informações transmitidas pelo

sistema nervoso-sensorial desde os órgãos do sentido até o cérebro onde se

processa para formar a percepção do mundo.

A percepção é a interpretação do mundo através do cérebro. Na ausência da

percepção não haveria memória e não haveria aprendizagem.

Ela é tão importante que liga o mundo exterior com o interior, ou seja, decodifica as

informações recebidas pelo mundo e passa traduzir de uma forma organizada.

Page 9: A Relação de Psicopedagogia com a Psicomotricidade

O psicopedagogo ao trabalhar com crianças que possuem dificuldades em

aprender, muitas vezes se depara com problemas associados a percepção, que tem

muitas vezes ligações a sua própria infância de como ela foi acompanhada e

significada para si, ou problemas de ensinagem por parte dos docentes.

Uma infância mal vivida, por exemplo, provavelmente trará problemas na

percepção infantil, pois o simples fato do amamentar, já é um modo que a criança

percebe o mundo.

Dificuldade de aprendizagem é termo geral que se refere a um grupo heterogêneo

de desordens manifestadas por dificuldades significativas na aquisição e utilização

da compreensão auditiva , da fala, da leitura, da escrita e do raciocínio lógico

matemático.

Tais desordens, consideradas intrínsecas ao indivíduo, podem ocorrer durante toda

a vida.

As dificuldades de aprendizagem podem estar associadas a problemas de auto-

regulação do comportamento, da percepção social e interação social, deficiência

sensorial ou deficiência mental, embora não seja o resultado dessas condições.

A psicopedagogia precisa ter um olhar mais clínico quanto aos aspectos da

percepção infantil, pois, as dificuldades em aprender podem partir principalmente

desse prisma, e, às vezes fica se fazendo um rodeio quanto ao problema, mandado

a criança se tratar com psicólogo, “tirar um eletro”, sendo que a solução pode estar

bem próximo, como é o caso do estudo apurado dos problemas ligados a

percepção.

O psicopedagogo precisa se relacionar com a criança, entendê-la, senti-la,

compreendê-la, só então entenderá o que se passa com ela.

Se é preciso fazer falar a criança, é porque ela nos escapa e não nos revela o que

ela é. Ora, numa pesquisa, não se pode partir do nada. Se a experiência é aqui o

que a própria criança revela, então é uma experiência demasiadamente pobre para

o psicólogo se contente com ela e possa simplesmente iniciar, com proveito, a sua

pesquisa. Pois , “em psicologia como em física, não existem “fatos” puros, se

entende por “fato” um fenômeno apresentado ao espírito pela própria natureza,

independente das hipóteses que permitiram interrogá-la, dos princípios que

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regulam a interpretação da experiência e do contexto sistemático de proposições

anteriores no qual o observador insere, por meio de espécie de preligação, toda a

verificação nova” (PIAGET, ob. cit., pág XXXII).

REFERÊNCIAS

BOSSA, Nádia. A psicopedagogia no Brasil, Porto Alegre. Artes Médicas, 1994.

COSTA, Samuel. Psicologia e Cristianismo, Rio de Janeiro, SILVACOSTA, 2006.

FREIRE, Serrano, Sou Professor: trabalhando a auto-estima e a motivação no

magistério. 4 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2008.

LEIF, Joseph, Psicologia e Educação: tomo primeiro a criança. Rio de Janeiro,

Livraria Freitas Bastos S.1965.

MOREIRA, Paulo Roberto, Psicologia da Educação. 2 ed. São Paulo: FTD, 1996.

FREIRE, Paulo, Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à Prática

Educativa.7 ed. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

PORTO, Olívia. Psicopedagogia Institucional: teoria, prática e assessoramento

psicopedagógico. Rio de Janeiro, WAK, 2006.

SAMPAIO, Simaia, Dificuldades de Aprendizagem: A psicopedagogia na relação

sujeito, família e escola. 1 ed. Rio de Janeiro: Wak, 2009.

Autor: Hilton Andrade dos Santos

Pós graduando em Psicopedagogia pela UNIABEU. Bacharel em Teologia pela

FAECAD. Tecnólogo em Ciências Militares e Graduado Especializado em Perícia

Criminal Militar formado no 1º BPE. Instrutor do Curso de Perícia Criminal e

Investigador. Professor de Teologia pelo IBADERJ.

Hilton Andrade dos Santos

Pós graduando em Psicopedagogia pela UNIABEU. Bacharel em Teologia pela

FAECAD. Tecnólogo em Ciências Militares e Graduado Especializado em Perícia

Criminal Militar formado no 1º BPE. Instrutor do Curso de Perícia Criminal e

Investigador. Professor de Teologia pelo IBADERJ.

Hilton Andrade dos SantosPós graduando em Psicopedagogia pela UNIABEU.

Bacharel em Teologia pela FAECAD. Tecnólogo em Ciências Militares e Graduado

Especializado em Perícia Criminal Militar formado no 1º BPE. Instrutor do Curso de

Perícia Criminal e Investigador. Professor de Teologia pelo IBADERJ.