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NO MEU TEMPO... Projeto no CSJT: onde tudo começou NóS FAZEMOS ASSIM Caminhos: que profissão seguir? ENTREVISTA Passear também para aprender A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano IV – Nº 10 | JUN 2012

A Revista do Colégio São Judas Tadeu| Ano IV – Nº 10| JUN 2012

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Page 1: A Revista do Colégio São Judas Tadeu| Ano IV – Nº 10| JUN 2012

No Meu TeMpo...Projeto no CSJT: onde tudo começou

Nós FazeMos assiMCaminhos: que profissão seguir?

eNTrevisTa Passear também para aprender

A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano IV – Nº 10 | JUN 2012

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o longo dos últimos anos, o Co-légio São Judas Tadeu vem im-plantando mudanças significati-

vas no modo de conceber e de realizar a avaliação de seus estudantes. Foi assim que surgiu a nova estrutura avaliativa do Colégio, em vigência desde o início do ano. Em tempos de Exame Nacio-nal de Ensino Médio e vestibulares que exigem postura crítica, pensamento lógi-co e livre expressão, nossos educadores têm se empenhado para, cada vez mais, transformar a prática da avaliação em algo significativo, processual e contínuo. Confira os detalhes dessas mudanças na matéria de capa desta edição.

Veja também a experiência dos pro-fessores Ana Rosa da Silva e Domingos Biondi, que elaboraram um projeto para orientar seus estudantes do 1º ano do EM na escolha da profissão. A ideia fez tanto sucesso que pretendem estendê-la a alunos de outros anos. Na seção No meu tempo..., o ex-aluno Marcelo conta como um projeto do Colégio foi determi-nante para sua carreira profissional. Esta edição traz, ainda, uma entrevista sobre a importância dos passeios pedagógicos para o aprendizado. Na página 10, saiba o que os alunos fizeram no Dia da Água e na Páscoa. Por fim, espero que você goste da novidade: incrementamos os equipa-

mentos da escola para proporcionar aos alunos aulas interativas e interessantes, destaque na seção Fique por dentro.

Boa leitura!NO MEU TEMPO...Projeto no CSJT:onde tudo começou

NÓS FAZEMOS ASSIMCaminhos: que profi ssão seguir?

ENTREVISTAPassear também para aprender

A Revista do Colégio São Judas Tadeu | Ano IV – Nº 10 | JUN 2012

JuNho 2012 | Nº 10

RepoRtagem de Capa

A avaliação é um processo constante, do qual a prova é uma de muitas estratégias 4

carta ao leitor

Se quiser participar de nossa revista, escreva para [email protected] e sugira uma reportagem ou indique algum assunto de seu interesse para as seções.

Mudar faz parte de educar

12eNTrevisTaPasseios pedagógicos: hora de aprender!

10aluNos repórTeresMarcha em defesa da preservação da água

10escola cheia de vidaPáscoa recheada de boas ações

8Nós FazeMos assiMProjeto foca nas profissões e suas possibilidades

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No Meu TeMpo

Sucesso de ex-aluno começou em projeto no CSJT

3Equipamentos para aulas interativas. E alunos na TV!Fique por deNTro

fique por dentro

São JudaS na mtVEm maio deste ano, estudantes do Colégio São Judas Tadeu participaram do programa Provão MTV, apresentado por Daniela Cicarelli e Luiz Thunderbird. Trata-se de uma competição musical entre escolas em que os principais gêneros abordados são o rock e a música pop em geral. Para chegarem afiados ao jogo,

o professor Renato Ramos Moreira, do curso extracurricular de música, formou e preparou

uma banda para a competição, escolhendo alu-nos que tivessem um bom desempenho técnico e que, principalmente, tivessem como perfil jogo de cintura para resolver qualquer ad-versidade. Deu certo! A turma do São Judas venceu. O programa número 7 foi ao ar nodia 11 de junho. Para assisti-lo, acesse mtv.uol.com.br/videos/programas/provao-mtv.

InVeStImento em teCnologIaApós a aquisição para o Laboratório de Infor-mática, no segundo semestre do ano passado, (terminais EcoPc Solution e monitores de LED), o ano letivo de 2012 no Colégio São Judas Tadeu iniciou com a compra de mais seis projetores, seis notebooks e telas retráteis. Agora, professores que dispõem de conteúdo digital, como apresentações em slides e vídeos, contam com esses recursos para aulas cada vez mais dinâmicas. “Equipamentos multimídia, quando utili-zados adequadamente, prendem a atenção dos alunos, além de tornar as aulas mais produtivas e menos exaustivas”, justifica Reginaldo Rodrigues de Oliveira, coordenador de TI do Colégio. “Docentes poderão trabalhar melhor seu tempo de aula e os estudantes aprenderão mais, diminuindo a necessidade de deslo-camento da sala de aula para as de vídeo.”

Curta o Robô

São Judas on-line

Você sabia que o Colégio São Judas Tadeu conta com um amigo virtual no Facebook? Ele é o Robô CSJT, que surgiu em outubro de 2011 e já possui mais de 400 amigos. Sua função é divulgar o que acontece no Colégio e também interagir com as histórias contadas na fanpage da escola. Para integrá-lo à sua rede de contatos no Facebook, acesse seu perfil em www.facebook.com/robocsjt e torne-se mais um de seus amigos (clique em Adicionar aos amigos). Assim, você poderá acompanhar todas as atualizações que ele fizer.

Colégio SÃO JUDAS TADEURua Clark, 213 - Mooca

São Paulo - SP - 03167-070fone: 11 2174.6422 | fax: 11 2174.6424

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SUPERVISÃO GERALIvan Galvão Bueno Trigueirinho

CONSELHO EDITORIAL

Cesar Farid HaddadDomingos da Silva BiondiErica Camocardi Licastro

Reginaldo Rodrigues de Oliveira

REVISÃOSadika Osmann

PROJETO GRÁFICO

Fred [email protected]

IMPRESSÃO

AR Fernandez Gráfica e Impressão Digitalwww.arfernandez.com.br

fone: 11 3271.6520

CRIAÇÃO, COORDENAÇÃO E TEXTOSo Ham – Comunicação para Educação

www.sohamcomunicacao.com.brfone: 11 3542.8322

A reprodução de textos desta edição é permitida, exclusivamente para uso editorial, desde que citada

a fonte. Textos assinados e fotos com crédito identificado somente podem ser reproduzidos com autorização, por escrito, de seus autores.

expedienteIvan Trigueirinho

Diretor do Colégio São Judas Tadeu

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reportagem de capa

O conceito de avaliação mudou ao longo do tempo. Hoje, além de ajudar a acompanhar o conhecimento do aluno, ela também é parte do processo de aprendizagem

Fotos Meire Cavalcante

valiar é algo complexo. Como descobrir o que um estudante sabe? E, mais que isso, de que maneira transformar conceitos qualitativos (como o conhecimento) em uma expressão quantitativa (a nota), sem cometer injustiças ou sem tornar

o processo vazio de sentido? Por muito tempo, a avaliação foi entendida como um momento especí-fico do processo escolar, praticamente terminativo (aplicado apenas no fim de ciclos escolares), no qual se utilizava um instrumento de avaliação escrito (a prova). Geralmente, as provas eram compostas de perguntas bastante previsíveis e não exigiam do aluno mais do que uma memória de elefante. “Hoje, uma das funções primordiais da avaliação é levar o educando a pensar, a ler e a interpretar, de forma que não apenas memorize conhecimentos e informações, mas que realmente os compreenda e consiga debater a respeito”, afirma a coordenado-ra pedagógica Mônica Miotto Bertolini.

Atualmente, a avaliação é entendida como algo processual e não é mais reduzida a uma ou duas provas. A avaliação escrita é uma das muitas estra-tégias (ou instrumentos) de que o professor pode lançar mão para analisar o desenvolvimento acadê-mico de sua turma. Sendo mais ampla, ela engloba, além dos conteúdos didáticos, a observação atenta – e diária – de cada um, além de avaliações contí-nuas. “Tão ou mais importante quanto o conteúdo em si é o desenvolvimento das habilidades de ques-tionamento, experimento, interpretação, reflexão e crítica ao que é proposto. A avaliação não deve ser usada como uma ferramenta para estratificar o corpo discente, mas sim para construir também o conhecimento”, afirma o professor de matemática do Ensino Médio Eurico Ruivo. Por isso, no intuito de aprimorar ainda mais o ensino, desde o início do ano, o Colégio São Judas Tadeu implantou mudan-ças significativas na forma de organizar as avalia-ções escritas e demais instrumentos de avaliação.

Cada detalhe: o jeito de pegar o lápis e a evolução do desenho são avaliados pela professora

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a finalidade de formar cidadãos éticos. Isso gera nota também”, explica. “A avaliação contínua, ou seja, a observação da execução das tarefas, o acompanhamento dos responsáveis no estudo diário, o interesse e a participação do aluno nas atividades nos fornecem meios para a composição da nota final.”

Essa observação, no entanto, não deve ser confundida com um meio de punição. “Atri-buir ou não pontos a uma pessoa baseando--se em seu padrão comportamental nada mais é que uma redu-ção da educação e da avaliação a um sistema de recompensa/puni-ção que, em realidade, não passa de condi-

cionamento forçado. Se existe um comportamento

presumidamente inadequado, ele não deve ser punido, absoluta-

mente, por destituição de uma parte da nota. Não cabe ao docente punir, mas educar, aproximar-se do estudante, procurar entendê-lo e trabalhar conjuntamente com ele”, diz Eurico.

OutrO fazer pedagógicO

A mudança na composição das notas e nas próprias avaliações também gerou, naturalmente, mudanças na maneira como os professores planejam e dão suas aulas. “Eles buscam diariamente instrumentos para motivar e envolver os alunos, como aulas in-terativas, uso da internet, realização de experimentos e passeios pedagógicos. A avaliação escrita é apenas um dos resultados para comprovar a aprendizagem”, explica Mônica. “Além disso, as ques-tões das provas também precisam ser relevantes ao estudante, pois as avaliações servem para verificar se o aluno deu significado àquilo que aprendeu. Verificamos a construção do conhecimento, e não o acúmulo de dados”, explica Sineide Esteves Peinado, diretora de Ensino Fundamental.

A professora de Língua Portuguesa (gramática e técnicas de reda-ção) Maria Paula Del Bianco, do Ensino Fundamental (6º e 8º anos),

destaca que a vantagem das provas é que o professor tem condi-ções de observar não só os conteúdos da disciplina, mas também a escrita do aluno. “Já a multidisciplinar não oferece essa oportuni-dade, pois ele marca apenas a alternativa escolhida. Por outro lado, esse tipo de prova requer um enunciado perfeito e a alternância entre eles”, afirma.

Para o professor Eurico, a mudança no calendário das avalia-ções e o aumento da robustez de cada uma em particular tornam necessários o acompanhamento adequado e bastante próximo do desenvolvimento do estudante ao longo do trimestre. “Considero um aspecto bastante positivo, dado que possíveis dificuldades de aprendizado e a absorção do conteúdo por parte dos discentes po-dem ser observados de maneira mais adequada e contínua. Não se pode exigir, por exemplo, que o estudante se adapte por si só ao novo sistema, mas a adaptação deve ser feita conjuntamente, com discente e docente lado a lado”, conclui. •

reportagem de capa

Mudar para MelhOr

A primeira avaliação (trimestral), ministrada pelos professores re-gentes ou pelos especialistas de cada disciplina, é organizada para contemplar quatro eixos fundamentais: interpretação de texto, questões dissertativas, exercícios e questões de múltipla escolha. Os valores atribuídos às questões, bem como o número delas, são decididos pelo professor. Essa prova, na composição geral da nota do aluno em cada disciplina, equivale ao máximo de seis pontos (ou 60% da nota). A prova trimestral tem duração prevista entre 70 e 90 minutos. Até o modo de organizar os estudantes em sala de aula mudou: alunos de números pares e ímpares e de anos distintos ficam em fileiras intercaladas.

A segunda avaliação – a grande novidade – é a chamada Prova Multidisciplinar, que compõe dois pontos da nota total (ou 20%). Trata-se de um instrumento avaliativo que engloba questões de todas as disciplinas e que ocorre sempre depois da avaliação tri-mestral. Esse instrumento é desenhado para que sua conclusão seja entre 150 e 200 minutos. O intuito é ajudar o aluno a administrar o tempo em uma avaliação extensa, preparando-o para as futuras provas de admissão no Ensino Superior, como o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) ou o vestibular. “Na prova multidisciplinar, os alunos têm dois minutos e meio para responder a cada ques-tão. No Enem, o tempo é de três minutos”, afirma o diretor adjunto José Ribeiro Filho.

Os outros 20% da nota (que somam dois pontos) são alcançados por meio de trabalhos e atividades de naturezas diversas, a critério do professor, de acordo com seu planejamento e suas estratégias para cada turma. As provas podem ser levadas para casa, para que o estu-dante tenha oportunidade de rever os conteúdos necessários – e para que a família também possa acompanhar mais de perto o que ele está aprendendo e como está o seu rendimento escolar. Depois que todas as notas foram obtidas, é feita a somatória para compor a nota final do estudante. A média escolar é seis por trimestre, devendo-se somar 18 pontos ao fim do ano letivo. É importante ressaltar que, se for considerada apenas a média, 1/3 da nota do estudante pode ser obtida pelo simples fato de ele participar das aulas e fazer as ativida-des complementares (dois pontos).

Outro aspecto da avaliação que pouca gente leva em conside-ração, mas que é fundamental, é o registro da vida acadêmica dos alunos. Está tudo no prontuário: faltas, infrações disciplinares, presença nas aulas de reforço, comunicação com os pais... “Se um aluno não fez a tarefa, por exemplo, nós sabemos a data da ocor-rência e também registramos a medida tomada pela escola. Ano-tamos, por exemplo, quantas vezes um estudante se inscreveu em aulas de reforço e a quantas ele realmente assistiu. Isso dá uma boa medida do interesse e do compromisso dele com seu processo

escolar”, explica Ribeiro. Apesar de não constar das notas tri-mestrais, essas informações são relevantes caso ele não atinja a nota mínima para passar de ano e seja preciso passar pelo Conselho Escolar. Esse momento em que o Conselho se reúne também é im-portante na avaliação.

avaliar tOdOs Os dias

Muita gente, por confundir avaliação com provas, imagina que na Educação Infantil isso não ocorra. Nessa etapa, ela se dá diaria-mente, por meio da observação do desenvolvimento, do comporta-mento e da produção da criança. Para isso, em vez de boletins com notas, são usadas fichas de avaliação que podem ser facilmente interpretadas pela família. Cada etapa tem uma ficha específica, de acordo com as aprendizagens próprias para a idade. “Cada de-talhe conta. Se uma criança de 1 ano e meio, ao pegar de maneira errada no lápis, conserta a postura sem a minha interferência, é um avanço. A avaliação é observação diária de vários aspectos”, diz a professora Simone Dias.

Na ficha de cada aluno, é considerada a conduta em sala de aula, além do desenvolvimento cognitivo, psicomotor, social e de lingua-gem. Cada um desses tópicos traz uma lista de especificidades que são avaliadas pelo professor em “sim”, “não” e “às vezes”. Cabem também observações, quando necessário. Dessa forma simples e objetiva, as famílias podem perceber que na Educação Infantil são trabalhados conteúdos importantíssimos para o desenvolvimento humano e escolar da criança. “Também é uma oportunidade de os responsáveis se envolverem e estabelecerem parceria com a escola, participando efetivamente da educação dos filhos”, afirma Cibele Cortelli Trigueirinho, diretora da Educação Infantil.

A professora Simone Gusman Gomes, professora do 3° ano do Ensino Fundamental, explica que, além dos conteúdos didáticos, a conduta do aluno é levada em consideração em todas as discipli-nas. “Ética é um componente curricular. Trabalhamos a boa condu-ta, trazendo para a sala de aula situações, leituras e projetos com

O valor da argumentação*Os nossos vestibulares permitem o uso da opinião crítica? Sim, mas somente uma vez: durante a redação (parte de maior peso na maioria dos vestibulares). As disciplinas de Filosofia e Sociologia têm, por princípio, a formação da opinião com base numa perspectiva constantemente questionadora das relações no mundo em que vivemos. A argumentação coerente e imparcial é a principal ferramenta para ambas; estimular as conexões entre bons argumentos críticos e retirar delas conclusões é o verdadeiro papel dessas disciplinas. Pensando nisso, as avaliações trimestrais de Sociologia dos 2os anos (manhã) e de Filosofia dos 3os anos (manhã) do Ensino Médio conterão questões argumentativas que permitam o uso da opinião crítica. Essa iniciativa pretende valorizar e incentivar o vínculo entre os argumentos, a coerência, a clareza e a objetividade em defesa de um juízo pessoal que relacione as ideias do aluno com o contexto do mundo em que ele vive, preparando-o para uma boa redação. Quando incentivamos no adolescente o hábito de analisar as relações objetivas e de se posicionar diante delas, asseguramos sua participação na sociedade ao longo de toda sua vida, orientando, principalmente, a sua formação pessoal – objetivo maior do bom educador.

*Texto de Onofre Crossi Filho, professor de Filosofia e Sociologia do Colégio São Judas Tadeu e mestrando em Filosofia pela Universidade São Judas Tadeu.

Organização conta: cuidado com os materiais, pontualidade e boa apresentação das tarefas

Além da prova, também valem nota trabalhos, atividades, conduta e participação do aluno

SXC

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ós, professores do Colégio São Judas Tadeu, estamos sem-pre preocupados com a educação complementar de nossos alunos. Como prova, este ano, criamos o Projeto Profissões

para valorizar os temas transversais e também as discussões sobre os diferentes tipos de trabalho. Inicialmente, ele foi elaborado para a 1ª série do Ensino Médio. A intenção é que o estudante desse segmento, ao longo do curso, adquira habilidades e posturas profissionais. No entanto, já pensamos em estender a oferta para outras faixas etárias, visando sempre a qualificação integral do aluno.

Por meio de debates, vídeos, exposições dialogadas, dinâmicas de grupo e testes variados – vocacional, lógica, conhecimentos gerais etc. –, o participante vai sendo apresentado ao curso, que aborda o desenvolvimento de habilidades, atitudes, competências e co-nhecimento de profissões do passado, do presente e do futuro. O estudante também conhece a importância da matemática nas diversas profissões, além de informações mais específi-cas sobre algumas, como Administração, Engenharia, Arquitetura e Medicina.

Também falamos so-

bre as opções de cursos téc-nicos, tecnológicos e de graduação,

suas características, diferenças e razões para a escolha de cada um deles.

Com isso, o estudante percebe a importância da orientação em sua escolha profissional. Usamos todos os recursos disponíveis para motivar os alunos, seja com exemplos, mensagens de motivação ou vídeos que provoquem reflexões. Nossa atuação é conjunta em sala de aula, o que já é um diferencial daquele que os alunos estão habi-tuados. Cada um de nós fica responsável pela condução do tema em dias alternados. Ambos complementam o conteúdo e dialogam com os alunos, buscando atraí-los à discussão. Nossas visões parciais conduzem o trabalho em direção ao alvo estabelecido, monitoran-do, acrescendo e compartilhando. Não existe regra fixa. O grande objetivo é ir adequando, gradativamente, o projeto em direção aos interesses do aluno, pois esse é o nosso foco principal.

Dentre tudo o que já foi feito até agora, podemos citar as dinâ-micas como uma boa experiência, que envolvem discussão e reso-lução de problemas. As atividades de raciocínio lógico e os testes vocacionais são também boas experiências desenvolvidas com os estudantes. Cada uma das atividades já realizadas, assim como as futuras, tem um propósito. Marcamos um ponto quando atingimos um propósito, afinal, o jovem está no momento das descobertas.

O projeto conta com 20 integrantes e acontece às terças-feiras,

das 13h50 às 15h30, na sala de vídeo 1 do Colégio. O trabalho vai até o fim do ano e as aulas são gratuitas. Garan-timos que novidade vem por aí. Esta-mos pensando em agendar palestras, visitas e entrevistas com profissionais. Podemos afirmar que dependerá muito dos anseios demonstrados pelos parti-

cipantes, pois esse projeto não é como uma sala de aula, onde o con-teúdo já está previamente elaborado. Ele vai se desenvolvendo a cada dia, a cada semana. Compreende o verdadeiro significado da palavra “conhecimento”. Ele vai sendo disseminado.

Sabemos que a adolescência consiste na exploração e no apren-dizado. É o período em que a escolha da carreira é muito hesitante. Nessa fase, não se usa plenamente aptidões e interesses. Espera-mos que, até o final deste curso, possamos ter contribuído para

clarear os diversos caminhos que nossos jovens têm pela frente. Não vemos como o final de curso, mas como o início de escolhas

mais conscientes. Inclusive para compreender que fazemos esco-lhas profissionais erradas, mas cada uma delas pode contribuir para acertos e realizações.

Queremos que os adolescentes, quando optarem por uma car-reira, levem em conta questões como auto realização e recom-pensa. É por isso que discutir esses assuntos, colaborando com o desenvolvimento da maturidade desses novos profissionais, é nosso objetivo. •

Ana Rosa da Silva e Domingos Biondi*

nós fazemos assim

* Excepcionalmente, nesta edição, o nome da seção foi trocado de Eu Faço Assim para Nós Fazemos Assim. A ideia foi ressaltar o trabalho em parceria da dupla de professores. A professora Ana Rosa da Silva e o professor Domingos Biondi lecionam nos cursos de Administração, no Colégio São Judas Tadeu, e também lecionam diversas disciplinas da área de Administração e Recursos Humanos em Ensino Superior.

Em projeto escolar, alunos conhecem particularidades de diversas profissões

Ana Rosa e Domingos: parceria entre professores atrai os alunos para os temas discutidos

Turma aprende sobre a profissão de advogado contabilista, com Cesar Caetano (acima), e posa para foto no fim da aula extracurricular (abaixo)

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alunos repórteres

odos temos lembranças. Nossas memórias constituem uma grande parte do nosso senso de identidade. Somos frutos de nossos passados e de nosso futuro, depende de como lidamos com nossas recordações. Meu nome é Marcelo Sando, tenho 24 anos, sou filósofo e todo

meu trabalho tem como origem minhas memórias e lembranças do Colégio São Judas Tadeu.

Lembro do meu primeiro dia de aula na 1ª série (atual 2º ano do Ensino Fundamental), em 1995, com riqueza de detalhes. Da mesma forma, lembro-me da despedida e da homenagem que meus profes-sores e colegas organizaram no meu último dia com eles, em 2005.

Atualmente, ministro palestras para educadores em todo o Brasil. Comecei aos 18 anos e hoje sou destaque nos principais congres-sos educacionais do país. Por quê? Com 12 anos, entrei para o Gru-po Reciclar, que foi criado com o objetivo de refletir sobre questões ambientais e de implementar a coleta seletiva de lixo no São Judas.

Quando assumi o Grupo, aos 14 anos, decidi transformá-lo em um laboratório de novas metodologias educacionais. O objetivo era testar uma “nova escola”.

Naquela pequena sala amontoada de jovens acontecia o melhor projeto pedagógico que já conheci. A educação ambiental era apenas uma desculpa. Aquele projeto oferecia um espaço para criar, conviver e, principalmente, errar.

Criamos grandes projetos. Um deles, o “Projeto Verde”, recebeu o prêmio “Construindo a Nação”, do Instituto de Cidadania do Estado de São Paulo. Os organizadores do prêmio, destinado a coordenado-res pedagógicos, criaram uma categoria especial para premiar esse projeto criado e coordenado por alunos.

Recordo-me carinhosamente desse espaço e de todos que por ele passaram durante meus sete anos como membro da equipe. Recor-do-me dos grandes professores que tanto contribuíram para esse projeto, como a magnífica professora Fanny, que me deixou livre para criar e me acompanhou como uma grande amiga. Por causa dessa experiência, hoje acredito que o real papel do educador é o de cultivar a criança para que ela se desenvolva por sua conta.

Todas as coisas que aconteceram durante meus 11 anos no São Judas não só me deram a base para ser um filósofo da educação, mas também me deram o conteúdo de minha filosofia educacional.

Só tenho a agradecer por todas as condições e contextos para ser quem sou.

O Grupo Reciclar foi um grande projeto. Creio que nenhum de nós tinha consciência do que estava acontecendo: um grupo de jovens criando projetos educacionais para outros jovens e crianças, pesquisando educação empiricamente, intuindo o que grandes teóricos concluíram •

no meu tempo...

Marcelo Sando atribui ao São Judas a escolha de seu caminho profissional

Espaço paradespertar talentos

escola cheia de vida

á alguns anos, o Colégio São Judas Tadeu promove uma campanha de doação de ovos de Páscoa a crian-ças carentes. “Nosso objetivo é

levar aos alunos e familiares o conhecimento e a consciência das necessidades desses pe-quenos em ter contato com uma realidade fora do abrigo onde moram”, explica a co-ordenadora pedagógica Mônica Miotto Ber-tolini. “Com pequenas atitudes, podemos transformar um pouquinho o mundo deles e dar esperança e carinho, que são os itens mais necessários. Sem dizer o quanto a soli-dariedade faz bem ao nosso coração!”

Desde o ano passado, os alunos do Ensino Fundamental II são envolvidos nessa ação, criando diversas atividades para entreter as crianças. Em 2012, o 6º ano ensinou os convidados da Casa Vida II e da Casa Maria Maymard a cantar e a dançar as músicas referentes à data em três idiomas – Línguas Portuguesa, Inglesa e Espanhola. As turmas do 7º e do 8º anos confeccionaram máscaras e realizaram atividades de pintura e passa-tempo. Já o pessoal do 9º ano desenvolveu uma apresentação em slides com explica-ções sobre a efeméride em diferentes lugares do mundo. No fim do dia, o momento mais

esperado: a entrega dos ovos!Os professores das disciplinas de Línguas

Portuguesa, Inglesa e Espanhola, além dos de Informática e Arte, foram os responsáveis pela preparação de todo o roteiro. Os demais funcionários também ajudaram. Os motoris-tas dos ônibus escolares encarregaram-se do transporte dos visitantes. Para encerrar o dia, um grupo de estudantes acompanhou o re-torno dos pequenos carentes às instituições e, com isso, pode ver de perto como é a reali-dade deles. Além desse evento, outros alunos entregaram ovinhos na AACD do Distrital e também no abrigo Casa Vida I. •

São Judas

Em defesa da água

Alunos do Colégio preparam atividades paracomemorar a Páscoa junto com crianças carentes

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arcelo Sando tem 24 anos. Cursou da primeira série do Ensino Fundamental até a última do Ensino Médio no São Judas. Participou do Grupo Reciclar e atribui a essa oportunidade o fato

de ter se tornado um filósofo da educação. É autor do livro “Notas & Reflexões Sobre Educação” (Ed. Melo). Também é o criador de uma filosofia educacional chamada “Pedagogia da Compaixão”. Atualmente, viaja pelo Brasil para falar sobre ela. Seu contato é www.facebook.com/sandomarcelo.

Em sentido horário, Marcelo nos dias atuais, no período do Grupo Reciclar e na época em que entrou no São Judas

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o Dia Mundial da Água (22/03), os alunos do 5º ano saíram em caminhada pelos arredo-res do Colégio São Judas Tadeu

para defender esse bem precioso para a vida. A seguir, leia respectivamente os relatos dos estudantes Ana Luiza Galvão, Bueno Crespi e Lucas Guimarães Fante sobre o evento:

“Para comemorarmos o Dia da Água, fize-mos uma marcha muito animada! Sabemos da importância da água em nossas vidas, mas ainda existe muito desperdício. Então, para chamar atenção das pessoas, fizemos cartazes, amarramos fitas azuis na cabeça, pintamos o rosto e caminhamos pelas ruas próximas ao Colégio em uma só voz: ‘Ede, ede, ede, o planeta está com sede!’”.

“Como é bom saber que nossa escola está comprometida em cuidar do planeta, bus-cando um mundo melhor. Juntamente com os professores, preparamos cartazes, faixas e músicas. O resultado foi uma passeata diver-tida, importante e sustentável. Com certeza, os moradores vizinhos à escola aguardam ansiosamente pelas surpresas organizadas pelos alunos e profissionais do Colégio.” •

Lucas G. Fante, 10 anos ,e Ana Luiza G. B. Crespi, 10 anos, 5º ano B

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12 Geração São JUdaS JUN2012

entrevista

José Ribeiro Filho é diretor adjunto do Colégio São Judas Tadeu desde 1972. Possui licenciatura em Química, Física e Matemática, além de Pedagogia Plena. Ingressou no São Judas em 1959, como professor do Ensino Fundamental. Também possui habilitação em Administração e Orientação Escolar e Supervisão.

Sineide Esteves Peinado é diretora de Ensino Fundamental do Colégio São Judas Tadeu desde 2002. Ingressou na escola em 1985, como professora. Possui bacharelado e

licenciatura em Ciências. É especialista em Matemática e Matemática Educacional. Cursou Pedagogia e também fez Administração Escolar e Coordenação Pedagógica.

PROFESSOR RIBEIRO

PROFESSORA SINEIDE

C olocar em prática o que se aprende em sala de aula é um dos objetivos da proposta pedagógi-ca do Colégio São Judas Tadeu. Afinal, vivenciar os conteúdos escolares é um caminho prazero-so e que, em geral, faz sentido para a moçada. Por isso, a equipe pedagógica da escola propõe

(sempre que possível) passeios envolvendo o objeto de estudo e seus alunos. “O objetivo é sempre aprofundar os conceitos dados em aula e também propor que o estudante vivencie os conteúdos, percebendo que eles têm ligação com o dia a dia de cada um”, explica Sineide Esteves Peinado, diretora de Ensino Fundamental.

No São Judas, só não saem os pequenos da Educação Infantil e do 1º ano do Ensino Fundamental. As demais turmas, de Ensino Fundamental e as de Ensino Médio e Ensino Profissionalizante, já estão acostumadas a bater pernas pela cidade. Há também os passeios mais distantes, como a viagem de formatura do Ensino Médio da última turma, realizada em outubro do ano passado, para Cancun.

Para explorar melhor o assunto, a revista Geração São Judas conversou com a professora Sineide e também com o diretor de Ensino Médio e Ensino Profissionalizante, professor José Ribeiro Filho. Leia a entrevista a seguir.

geraçãO sãO Judas – Quando o Colégio São Judas Tadeu rea-liza um passeio com os alunos, qual é o foco: diversão ou apren-dizagem?

prOfessOra sineide – No primeiro momento, pensamos em saídas que aprofundam os conteúdos trabalhados pelo professor. Porém, a diversão é inevitável, pois, em alguns passeios, os estu-dantes se divertem muito e se socializam de outro jeito com seus pares. No acampamento, por exemplo, eles conseguem se divertir porque o passeio dura três dias. Como aprendizagem, destaco o fato de eles estarem sem a família e, por isso, terem de cuidar de

suas coisas, comerem sem reclamar do

alimento e aceitarem opiniões de outras pessoas.prOfessOr ribeirO – Para os maiores, temos o hábito de marcar

passeios que contribuam ou que complementem o conteúdo pe-dagógico. No entanto, existem, sim, os que são feitos com foco só na diversão, como uma viagem de formatura.

gsJ – Quais os cuidados que a direção da escola tem ao propor uma saída para os alunos?

prOfessOra sineide – Todos os passeios são pagos, mas nos preocupamos em propor opções que todos tenham condições de ir. O mais caro que fizemos até hoje foi a ida ao acampamento.

prOfessOr ribeirO – Nos Ensinos Médio e Profissionalizante, cobramos o ingresso e o transporte.

gsJ – Quais passeios já foram realizados até o momento?prOfessOra sineide – Os pequenos do 3º ano conheceram o

Sítio do Pica Pau Amarelo. Ao Parque Sabina, foram os 4º e 5 º anos. As salas do 4º ano também foram aos Correios, enquanto as do 6º, ao Pateo do Collegio. O acampamento NR2 foi a opção para o 6 º, o 7º e o 8º anos. O Museu de Arte de São Paulo (Masp) foi visitado pelas turmas do 7º ano, que viram a exposição Roma. A Câmara Municipal ficou por conta do 8º ano. No segundo se-mestre, a turminha do 2º ano vai à Cia dos Bichos.

prOfessOr ribeirO – Este ano, os alunos já visitaram a MTV, o prédio do Deops e distribuíram ovos de Páscoa em comunida-des carentes do centro de São Paulo, auxiliados pelo projeto Três Corações. O Parque Sabina e o Show da Física estão programa-dos para o segundo semestre. Em anos anteriores, os estudantes foram ao Hopi Hari e até para Cancun, que marcou a formatura da turma. Este ano, não pretendemos levá-los ao Hopi Hari por causa do incidente ocorrido em fevereiro último. Vale ressaltar que lá era sempre desenvolvido um trabalho multidisciplinar de Física, Química, Biologia, Geografia, História, Inglês, Informática e Língua Portuguesa. •

As saídas pedagógicas do São Judas complementam os conteúdos vistos em sala

Passeios para aprenderSX

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