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Adriele Freire Monteiro
A SAÚDE MENTAL DE ACADÊMICOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA
Palmas - TO
2017
2
Adriele Freire Monteiro
A SAÚDE MENTAL DE ACADÊMICOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA
Projeto de Pesquisa elaborado e apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) II do curso de bacharelado em Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).
Orientadora: Prof. Drª. Irenides Teixeira
Palmas - TO
2017
3
Adriele Freire Monteiro
A SAÚDE MENTAL DE ACADÊMICOS NO ÚLTIMO ANO DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA
Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) II elaborado e apresentado como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Psicologia pelo Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Orientadora: Prof.ª Dr.ª Irenides Teixeira.
Aprovado em: _____/_____/_______
BANCA EXAMINADORA
____________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Irenides Teixeira.
Orientadora
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
____________________________________________________________
Prof.ª Me. Cristina D'Ornellas Filipakis Souza
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
____________________________________________________________
Prof.ª Me. Fabiana Curado
Centro Universitário Luterano de Palmas – CEULP
Palmas – TO
2017
4
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Biblioteca do Centro Universitário Luterano de Palmas - TO
M775s Monteiro, Adriele Freire
A saúde mental de acadêmicos no último ano do curso de graduação em
psicologia do CEULP/ULBRA / Adriele Freire Monteiro – Palmas, 2017.
95 fls.
Monografia (TCC) Trabalho de Conclusão de Curso – Bacharel em Psicologia - Centro
Universitário Luterano de Palmas, Curso de Psicologia, 2017/2
Orientador (a): Prof.ª Dra. Irenides Teixeira
1. Saúde mental. 2. Estudantes universitários. I. Teixeira, Irenides II. Título. III. Psicologia.
CDD:159.9
Bibliotecária: Maria Madalena de Camargo
CRB-2/ 1527
Todos os Direitos Reservados – A reprodução parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio deste documento é autorizado desde que citada a fonte. A violação dos direitos do
autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do código penal.
5
À minha mãe que tanto me incentivou na realização desta etapa da minha vida, sem ela nada disso seria possível.
6
AGRADECIMENTOS
Primeiramente não poderia deixar de dar graças a Deus pela realização deste
sonho, a caminhada até aqui foi guiada e abençoada por Ele em tudo.
À Profª Drª Irenides Teixeira pela orientação, sugestões e motivação para
realização deste trabalho.
À Profª Drª Adriana Ziemer Gallert pelo incentivo em relação a escrita,
produção textual e a continuar a caminhada acadêmica após a graduação.
À Profªs Me Cristina D'Ornellas Filipakis Souza e Fabiana Fleury Curado
pelas sugestões que muito contribuíram para realização deste trabalho.
À Luri Maiara pela sugestão do tema deste trabalho.
Aos colegas de curso que voluntariamente disponibilizaram seu tempo para
participar da pesquisa, sem os quais esta não teria acontecido.
Aos professores que contribuíram com seu conhecimento e sabedoria para
minha formação profissional.
As amigas e amigos feitos ao longo da graduação que me incentivaram em
vários momentos.
Ao Profº Luiz Nonato e a Drª Jussara Oliveira pelo apoio e incentivo,
especialmente no início do curso.
À minha família, base para a realização deste sonho.
À minha mãe, sem a qual, este sonho não poderia ser realizado.
À todos, meu carinho e gratidão.
7
RESUMO
MONTEIRO, Adriele Freire. A saúde mental de acadêmicos no último ano do curso de Graduação em Psicologia do CEULP/ULBRA. 2017. 95 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) – Curso de Psicologia, Centro Universitário Luterano de Palmas, Palmas/TO, 2017. A reta final da graduação é marcada por mudanças, como o início de estágios específicos supervisionados e a elaboração de um Trabalho de Conclusão de Curso, que podem trazer sofrimento psíquico aos universitários. Frente a isso, a presente pesquisa investigou a saúde mental dos acadêmicos do curso de Psicologia que se encontram no último ano da graduação (9° e 10° períodos) do Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA). Os procedimentos metodológicos consistiram na criação de um grupo na rede social Facebook, adição dos estudantes concluintes, explicação da pesquisa e disponibilização de link com o TCLE, com o Questionário Sócio Demográfico, com o Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG-60) e com a postagem de 2 questões para aprofundamento da temática. Adotou-se a amostragem não probabilística do tipo “por conveniência”. Nesse sentido, a amostra foi composta por 23 acadêmicos de Psicologia que aceitaram participar deste estudo. A compreensão teórica da saúde mental dos estudantes universitários foi explanada a partir da psicossomática e do conceito de Transtornos Mentais Menores (TMM). Trata-se de uma pesquisa de campo com caráter quanti-qualitativo e foi interpretada através de dados estatísticos e da Análise do Discurso. Os resultados mostraram presença de sofrimento psíquico na maioria dos estudantes (78%) nesta etapa da graduação. Além disso, os discentes apresentaram altos escores nos fatores Distúrbios Psicossomáticos, Stress Psíquico e Desconfiança no Desempenho, além de relatos de ansiedade, estresse e sensação de pressão e cansaço. Esses dados revelam a necessidade de atenção a estudantes na fase de conclusão da graduação do curso de graduação em Psicologia. Palavras-chave: Saúde mental. Estudantes universitários. Psicologia.
8
ABSTRACT
The final stretch of undergraduate is marked by changes, such as the beginning of specific supervised internships and the elaboration of a course completion work, which can bring psychic suffering to university students. Therefore, the present research investigated the mental health of the psychology undergraduate students who are in the last year of graduation (9th and 10th period) of the Lutheran University Center of Palmas (CEULP / ULBRA). The methodological procedures consisted in the creation of a group in the social network Facebook, addition of the students, the explanation of the research and the availability of a link with the TCLE, the socio demographic questionnaire, the General Health Questionnaire of Goldberg (QSG-60) and postage of 2 questions to deepen the thematic. We adopted non-probabilistic sampling of the "for convenience". In this sense, the sample consisted of 23 psychology students who accepted to participate in this study. The theoretical understanding of the mental health of university students was explained from the psychosomatic and the concept of Minor Mental Disorders (MME). It is a field research with quantitative-qualitative character and was interpreted through statistical data and Discourse Analysis. The results showed the presence of psychic suffering in the majority of students (78%) at this stage of graduation. In addition, students presented high scores on Psychosomatic Disorders, Psychic Stress and Distrust in Performance, as well as reports of anxiety, stress and feelings of pressure and tiredness. These data reveal the need for attention to students in the graduation phase in psychology. Keywords: Mental health. University students. Psychology.
9
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 01 - Graduação em Psicologia por regiões (BRASIL, 2002 –
2010)..........................................................................................................................24
Gráfico 01 - Faixa etária dos acadêmicos concluintes...............................................45
Gráfico 02 - Gênero dos acadêmicos concluintes......................................................45
Gráfico 03 - Situação de moradia dos acadêmicos....................................................46
Gráfico 04 - Situação de trabalho dos acadêmicos....................................................47
Gráfico 05 - Período cursado dos acadêmicos..........................................................47
Gráfico 06 - Graduação anterior.................................................................................48
Gráfico 07 - Quantitativo de disciplinas matriculados.................................................48
Gráfico 08 - Quantitativo de matriculados nos Estágios em Ênfase e TCC...............49
Gráfico 09 - Resultado do Questionário de Saúde Geral...........................................50
Gráfico 10 - Sensação de Cansaço dos acadêmicos.................................................52
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 - Número de instituições e de matrículas de educação superior por
organização acadêmica - Brasil 2015........................................................................20
Tabela 02 - Estatísticas Gerais da Educação Superior, por Categoria Administrativa
– Brasil – 2015............................................................................................................21
Tabela 03 - Dados gerais dos cursos de Psicologia no ano de 2015 (Brasil)............22
Tabela 04 - Relação entre fatores sintomáticos e situação de
trabalho.......................................................................................................................56
11
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
CES Câmara de Educação Superior
CEULP Centro Universitário Luterano de Palmas
CID Classificação Internacional de Doenças
CNE Conselho Nacional de Educação
CONSEPE Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão
CRAS Centro de Referência de Assistência Social
CREAS Centro de Referência Especializado de Assistência Social
DOU Diário Oficial da União
DSM Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais
EAD Educação à distância
ENADE Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes
ENEM Exame Nacional do Ensino Médio
FACDO Faculdade Católica Dom Orione
FAHESA Faculdade de Ciências Humanas, Econômicas e da Saúde de
Araguaína
FIESC Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas
FIES Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior
IES Instituições de Educação Superior
INPE Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
ITPAC Instituto Tocantinense Presidente Antônio Carlos de Porto
Nacional
LDB Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
MEC Ministério da Educação
OMS Organização Mundial de Saúde
PPC Projeto Pedagógico do Curso
PROUNI Programa Universidade para Todos
QSG Questionário de Saúde Geral de Goldberg
REUNI Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das
Universidades Federais
SEPSI Serviço de Psicologia
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
12
TMM Transtorno Mental Menor
UFT Fundação universidade Federal do Tocantins
ULBRA Universidade Luterana do Brasil
UNIRG Centro universitário de Gurupi
USP Universidade de São Paulo
13
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO 14
2 PERCURSO TEÓRICO 17
2.1 BREVE PANORAMA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL 17
2.1.1 Histórico 17
2.1.2 Programas de Acesso ao Ensino Superior 18
2.1.3 O ensino superior em números 19
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA NO BRASIL E NO ESTADO DO
TOCANTINS 22
2.3 A GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA NO CEULP/ULBRA 26
2.4 CONCEITO DE SAÚDE MENTAL 29
2.5 O CONTEXTO UNIVERSITÁRIO E A VIVÊNCIA DE CRISE 33
2.6 SAÚDE À LUZ DA PSICOSSOMÁTICA 38
3. PERCURSO METODOLÓGICO 41
3.1 DESENHO DO ESTUDO 41
3.2 PROCEDIMENTO 41
3.3 AMOSTRA 43
3.4 INSTRUMENTOS 43
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 45
4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS DE PSICOLOGIA 45
4.2 PERFIL DA SAÚDE MENTAL DOS ACADÊMICOS DE PSICOLOGIA 51
4.2.1 Distúrbios Psicossomáticos 52
4.2.2 Sensação de Cansaço 53
4.2.3 Stress Psíquico 54
4.2.4 Desconfiança no Desempenho 55
4.2.5 Insegurança e mercado de trabalho 56
4.2.6 Saúde Geral e Desemprego 57
4.2.7 Sentimento de alegria e apreensão 59
4.3 SUGESTÕES DOS ACADÊMICOS EM RELAÇÃO AO ÚLTIMO ANO DA
GRADUAÇÃO 59
REFERÊNCIAS 64
APÊNDICES 72
ANEXOS 78
14
1. INTRODUÇÃO
A graduação é uma fase muito importante na vida de um indivíduo. Para
muitos, a entrada na faculdade consiste na realização de um sonho e uma conquista
pessoal. Para outros, é o início de uma carreira e busca por qualificação para
inserção no mercado de trabalho, que está cada vez mais exigente. Por isso, esse
momento é permeado por grandes expectativas, tanto em relação ao futuro quanto à
formação pessoal e profissional (PADOVANI et al, 2014).
O ingresso na graduação acontece, para uma grande parcela das pessoas,
em um momento de transição de nível educacional e formação pessoal, pois se situa
na época da saída do ensino médio e formação da sua identidade. Por isso, pode-se
afirmar que é intercalado por questões subjetivas, econômicas, sociais, vocacionais
e acadêmicas. É uma etapa que permite o desenvolvimento de habilidades para
enfrentar novos desafios, tarefas e exigências que surgem, como por exemplo,
dedicação às disciplinas, elaboração de trabalhos acadêmicos, contato com a prática
profissional, novas relações, entre outros, o que pode proporcionar crescimento
social, intelectual e emocional (BOHRY, 2007).
A formação universitária também traz desafios aos acadêmicos, pois requer
adaptação e integração a um novo contexto. Alguns estudantes precisam mudar de
cidade, afastando-se da família, e/ou trabalhar, mudando suas condições de
moradia, de alimentação, econômicas, além de criar um novo círculo de
relacionamento. Outros aspectos estão relacionados a obrigações curriculares,
prazos rigorosos para entrega de trabalhos, relatórios de atividades, seminários,
provas, e no final do curso, os estágios e o Trabalho de Conclusão de Curso (TCC),
que deve ser entregue e apresentado a uma banca avaliadora (BONIFÁCIO et al,
2011).
Não obstante, há preocupações, medos, inseguranças, pressão social e
necessidade de formar e conseguir um emprego para conquistar a satisfação
profissional. Assim, a vida do graduando, principalmente no último ano de curso,
está sujeita a um grande número de reações emocionais, podendo constituir-se num
período de maior estresse e vulnerabilidade (ASSIS, et. al, 2013).
Os acadêmicos de Psicologia, especificamente, se deparam com a
necessidade de realizar a escolha de um campo teórico, uma abordagem a ser
seguida para fundamentar sua prática, que são várias, como a Psicanálise, a Gestalt
15
Terapia, o Behaviorismo, a Centrada na Pessoa, a Cognitiva, a Sistêmica, a
Junguiana, a Sócio-histórica, entre outras (AMORIM, 1999).
Além disso, estes se defrontam com conteúdos complexos durante a
graduação e em alguns momentos passam por exposições pessoais, devido ao fato
de se tratar de um curso que envolve o estudo do ser humano, sua saúde mental e
mazelas. Ou seja, a graduação trata-se de um período que pode influenciar
significativamente o futuro do estudante.
A esperada conclusão é um momento importante da graduação, no qual
serão realizados os estágios específicos e o Trabalho de Conclusão do Curso. E,
embora estudantes do curso de Psicologia estudem a saúde mental, estes podem
não conseguir lidar com os desafios e problemas que aparecem nesse período e,
consequentemente, podem tratá-los de forma inadequada.
O contato, ao longo da graduação, com colegas que enfrentavam dificuldades
em algumas disciplinas e mesmo em alguns trabalhos exigidos, despertou o
interesse em entender como os acadêmicos do curso lidam com as peculiaridades
do último ano e como isso influencia em sua saúde mental.
Atualmente, o número de estudantes universitários tem crescido no Brasil
(GUIA DO ESTUDANTE, 2016). Dessa forma, entender aspectos de sua saúde,
especialmente a mental, e como vivenciam a reta final do curso, pode contribuir com
a maneira como as instituições universitárias trabalham questões como integração e
bem-estar dos discentes, além de auxiliar na construção científica da área em
questão e proporcionar aos próprios discentes refletirem sobre essa vivência.
A saúde mental é fator importante durante a formação do acadêmico, uma
vez que os transtornos mentais e psicossomáticos estão entre os motivos de evasão
em curso superior. Segundo pesquisa realizada por Bohry (2007), 57,5% de
estudantes que se afastaram de seus cursos de uma universidade pública no ano de
2005 apresentaram como justificativa motivos de saúde envolvendo transtornos
mentais e psicossomáticos.
Nesse mesmo sentido, no relatório do Fórum Nacional de Pró-Reitores de
Assuntos Comunitários e Estudantis (FONAPRACE, 2011), 47,7% dos acadêmicos
relataram dificuldades emocionais como aspectos que afetam o desempenho
acadêmico. Dessa forma, investigar sobre a saúde mental dos universitários poderá
ajudar a compreender e a pensar formas de oferecer suporte aos estudantes.
16
Partindo desse complexo contexto, a presente pesquisa teve como objetivo
geral investigar a saúde mental dos acadêmicos no último ano da graduação (9° e
10° períodos) em Psicologia do Centro Universitário Luterano de Palmas
(CEULP/ULBRA), etapa intensa e cheia de novas experiências. Para atingir essa
finalidade, teve-se como objetivos específicos: 1) identificar como os acadêmicos de
Psicologia vivenciam o último ano da graduação; 2) caracterizar a saúde mental dos
estudantes de Psicologia no último ano de graduação; 3) identificar possíveis
transtornos psicológicos desta fase.
Para isso, utilizou-se da rede social Facebook para a criação de um grupo
composto pelos acadêmicos do 9° e 10° períodos, com a finalidade de entrar em
contato com os estudantes e aplicar o Questionário de Saúde Geral (QSG-60) de
Goldberg, o Questionário Sócio Demográfico e obter resposta para 02 (duas)
perguntas para discussão.
Assim, na primeira seção deste trabalho, faz-se uma caracterização do ensino
superior no Brasil e em seguida, há um levantamento sobre os cursos de Psicologia,
para conhecer como se caracteriza a graduação no país e no Estado do Tocantins.
Na terceira sessão há a descrição de como se caracteriza o curso de Psicologia no
CEULP/ULBRA. Então, traz-se o conceito de saúde mental e na quinta seção faz-se
uma explanação sobre a vivência de crises no contexto universitário.
Subsequentemente, aborda-se sobre a psicossomática.
Após a parte introdutória e teórica, explica-se o percurso metodológico
adotado para atingir o objetivo e na próxima seção são apresentados os resultados e
a discussão dos dados obtidos acerca da saúde mental dos acadêmicos de
Psicologia no último ano da graduação. Após as considerações finais, o texto é
encerrado com a indicação das referências e apresentação dos apêndices e anexos.
17
2 PERCURSO TEÓRICO
2.1 BREVE PANORAMA DO ENSINO SUPERIOR NO BRASIL
2.1.1 Histórico
De acordo Durham (2003), na história da Educação Superior brasileira, pode-
se distinguir períodos que acompanham as transformações políticas que ocorrem no
país. O primeiro, que compreende o período monárquico até o início da República
(1808-1889), caracteriza-se pela implantação do modelo de escolas autônomas para
formação de profissionais liberais, com iniciativa da Coroa.
O autor afirma ainda que no segundo período (1889-1930), o sistema se
descentraliza e, ao lado das escolas federais, surgem outras, estaduais, municipais
e privadas, havendo apenas escolas superiores autônomas centradas em um curso.
O período seguinte coincide com o final da Primeira República e a instalação do
governo de Getúlio Vargas, época em que são criadas as primeiras universidades do
país.
Em 1964, ano caracterizado pela ampliação do número de universidades
públicas, se instala um novo período autoritário, o modelo de universidade é
reformado e o sistema privado se desenvolve aceleradamente. O período atual se
inicia com o processo de redemocratização do país, em 1985 e é reafirmado pela
Constituição de 1988, pela nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) de 1996 e por transformações políticas econômicas e educacionais
(DURHAM, 2003).
Nesse sentido, nota-se que o processo de expansão da Educação Superior
no Brasil é recente, inclusive se comparado com outros países, até países latino-
americanos. Essa situação pode ser explicada por um atraso nos investimentos em
educação. Como comparativo, no período de 2002 a 2012, o Brasil cresceu de 12
para 28% o número de matrículas no ensino superior, enquanto na Argentina subiu
de 62% para 80% e no chile foi de 40% para 74% (TACHIBANA, FILHO, KOMATSU,
2015).
Porto e Regnier (2003) afirmam que o sistema de ensino superior brasileiro
está passando por grandes transformações, que envolvem a diversificação dos tipos
e modalidades de cursos oferecidos (cursos técnicos, tecnólogos, sequenciais,
educação continuada, cursos de especialização, pós-graduação lato e stricto senso),
18
profissionalização da gestão das instituições de ensino, difusão da cultura da
avaliação e atração de novos investimentos.
2.1.2 Programas de Acesso ao Ensino Superior
Nas últimas duas décadas, o ensino superior no Brasil teve grande expansão,
principalmente no setor privado, chegando a 110% entre 2001 e 2010. Influenciou de
forma significativa esse crescimento, a modalidade de ensino à distância,
especialmente em 2013, quando atingiu uma participação de 13% no total de
matrículas, sendo que até 2006 não atingiu 4% de participação. Além disso, foi
relevante o aumento no número de Instituições de Ensino Superior (IES)
(TACHIBANA, FILHO, KOMATSU, 2015).
Vale ressaltar que o aumento também ocorreu no setor público, o qual teve
como um dos fatores principais o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e
Expansão das Universidades Federais (Reuni), instituído em 2007 pelo Decreto Nº
6.096, com objetivo de criar condições para a ampliação do acesso e permanência
no ensino superior presencial, bem como aproveitar melhor a estrutura física e de
recursos humanos presentes nas universidades federais (BRASIL, 2007).
Da mesma forma, nas instituições privadas, contribuiu para sua expansão a
criação de alguns programas governamentais de financiamento e bolsas como o
Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies) e o Programa
Universidade para Todos (ProUni) (BARROS, 2015).
O ProUni, criado em 2005, tem como objetivo facilitar o acesso à educação
superior por camadas sociais menos favorecidas, como estudantes egressos de
escola pública, com renda per capita de até três salários mínimos, através de
concessão de bolsas de estudo integrais e parciais em instituições privadas que, em
contrapartida, recebem isenção de alguns tributos federais (BRASIL, 2005).
Em 10 anos, o ProUni teve um crescimento de 137% na oferta total de bolsas.
Em 2016 o programa ofertou 329 mil bolsas (162,5 mil parciais e 166,5 mil integrais).
Vale citar que em 2014 foram registradas quase 441 mil matrículas no ProUni, sendo
162 mil ingressantes (que cursam o 1º ano da graduação) e 62 mil que concluíram a
graduação (SEMESP, 2016).
O Fies é outro programa que facilita o ingresso do estudante em faculdades
particulares, destinado a financiar total ou parcialmente alunos regularmente
19
matriculados nessas instituições. Foi estruturado em 2001 e desde sua criação,
passou por diversas modificações normativas, o que influenciou na composição das
matrículas do setor privado (BRASIL, 2001).
De 2010 a 2014, o número de contratos firmados no FIES cresceu 862%
(eram 76 mil contratos em 2010 e passou a 732 mil em 2014). No entanto, em 2014
e 2015 houve mudanças e restrições, dessa forma, o índice estimado de queda de
um ano para outro chegou a 60% (732 mil contratos em 2014 para apenas 287 mil
em 2015) e em 2016, há previsão de que esse número fique próximo a 222 mil
(SEMESP, 2016).
Vale destacar que programas como estes foram necessários porque o acesso
à educação superior, apesar da expansão, ainda era restrito, devido a fatores como
a defasagem idade-série da educação básica, pois os estudantes concluíam o
ensino médio em idade avançada, uma vez que condições como transporte,
alimentação, moradia, entre outras são imprescindíveis para possibilitar o ingresso
no ensino superior e reduzir a probabilidade de evasão (TACHIBANA, FILHO,
KOMATSU, 2015).
Vale apontar ainda que, em 2016, mais de 9 milhões de alunos se
inscreveram no Exame Nacional do Ensino Médio - ENEM. O perfil dos inscritos
mostra que 58% são do sexo feminino, 83% são solteiros e 70% têm até 24 anos.
91% pretende recorrer ao ProUni em caso de ingresso em IES privada para auxiliar
no custeio das mensalidades e 78,8% destes devem recorrer ao auxílio do FIES,
sendo o Estado do Tocantins com porcentagem maior, de 85,9% e o Estado do Rio
de Janeiro, com a menor, de 72,8% de interesse pelo ProUni (SEMESP, 2016).
2.1.3 O ensino superior em números
O número de Instituições de Ensino Superior no país esteve em constante
ascensão nos últimos 14 anos, crescendo um total de 101%, sendo 106% nas IES
privadas e 69% nas públicas. Vale destacar que a Região Sudeste é responsável por
47% de matrículas em cursos presenciais no ensino superior, seguida pelas regiões
Nordeste (21,2%), Sul (15,3%), Centro-Oeste (9,4%) e Norte (6,9%) (SEMESP,
2016). A Tabela 01 mostra o número de instituições e matrículas no Brasil:
20
Tabela 01 - Número de instituições e de matrículas de educação superior por organização acadêmica - Brasil 2015
Organização Acadêmica
Instituições Matrículas
Total % Total %
Total 2.364 100,0 8.027.297 100,0
Universidades 195 8,2 4.273.155 53,2
Centros Universitários 149 6,3 1.357.802 16,9
Faculdades 1.980 83,8 2.251.464 28,0
Ifs e Cefets 40 1,7 144.876 1,8 Fonte: Inep, 2016
Como evidenciado na tabela 01, as 195 universidades existentes no Brasil
são responsáveis por 53,2% das matrículas e embora 83,8% das IES brasileiras
sejam faculdades, estas são responsáveis por apenas 28% das matrículas. Além
disso, o grau acadêmico predominante dos cursos é o bacharelado (60,9%),
segundo dados do Inep (2016).
Ainda de acordo com Censo do Inep, na rede de educação superior brasileira,
87,5% das instituições são privadas e em relação às IES públicas, 40,7% são
estaduais, 36,3% são federais e 23,0% são municipais. A maioria das universidades
é pública (54,9%), enquanto entre as privadas, predominam os centros universitários
(94,0%) e as faculdades (93,0%).
Como dito anteriormente, o número de matrículas nas IES públicas e privadas
no Brasil aumentou de forma expressiva. De 2000 a 2014 chegou a crescer 141%.
No entanto, em 2015, o total de ingressantes apresentou uma queda de 6,1%,
quando mais de 2,9 milhões de calouros ingressaram em cursos de educação
superior de graduação, do qual 81,7% deles estavam em instituições privadas, de
acordo com dados do Inep. Apenas nos Estados de Roraima, Tocantins e Paraíba, o
número de matrículas na rede pública é superior à rede privada (G1, 2016)
Desde 2009 não havia uma queda como essa e o número de ingressos caiu
tanto na modalidade presencial (de 2,38 milhões em 2014, para 2,22 milhões em
2015) quanto a distância (de 727 mil para 694 mil), contabilizando 6,6 % e 4,6% de
decréscimo respectivamente (SANTOS, 2016).
Apesar dessa queda, em 14 anos, o Brasil registrou um crescimento de 200%
no total de cursos presenciais, saindo de 10.585 cursos em 2000 e chegando a
31.642 em 2014, com destaque para a rede privada, onde o aumento foi de 220%,
saindo de 6.564 cursos em 2000 para 21.025 em 2014. Nesse ínterim, os cursos
21
com maior número de matrículas em 2015 foram Direito (853.211), Administração
(766.859) e Pedagogia (655.813) (SANTOS, SEMESP, 2016). A Tabela 02, mostra
dados de 2015 em relação as instituições:
Tabelas 02 - Estatísticas Gerais da Educação Superior, por Categoria Administrativa Brasil – 2015
Estatísticas Básicas
Categoria Administrativa Total Geral
Pública Privada
Total Federal Estadual Municipal
Instituições 2.364 295 107 120 68 2.069
Cursos 33.501 10.769 6.313 3.709 747 22.732
Matrículas em curso de graduação
8.027.297 1.952.145 1.214.635 618.633 1
118.877 6.075.152
Matrículas em cursos sequenciais de formação específica
6.277 440 124 250 66
5.837
Ingressos 2.920.222 534.361 336.093 161.704 36.564 2.385.861
Concluintes 1.150.067 239.896 134.447 86.770 18.679 910.171
Fonte: Inep, 2016
Outros dados importantes são as taxas de permanência e evasão. A taxa de
permanência, em um curso para o ingressante de 2010 e não se evadiu em cinco
anos, chegou a 51,3% na rede pública e 40% na privada. Já a taxa de evasão,
calculada com base nos alunos desistentes em relação ao total de alunos
matriculados, em 2014, atingiu o índice de 27,9% na rede privada e 18,3% na
pública, nos cursos presenciais e, nos cursos EAD, o índice chegou a 32,5% na rede
privada e 26,8% na pública (SEMESP, 2016).
Em relação aos docentes, a maioria dos que estão nas universidades têm
doutorado (51,6%), já nas faculdades, o percentual é de 16,5%. Atualmente, 20,8%
dos docentes da rede privada têm doutorado e a rede pública, é formada por 57,9%
doutores. Outro dado pertinente é que mais de 30% dos estudantes estrangeiros
matriculados no Brasil são provenientes do continente africano, sendo os angolanos
maioria (2.263 matrículas) seguidos por países como Paraguai (1.104), Guiné Bissau
(931), Argentina (894), Bolívia (760), Japão (750), Peru (745), Portugal (701) e EUA
(604) (G1, 2016).
Em relação aos discentes, tanto na modalidade presencial quanto nos cursos
a distância, as mulheres são maioria, com idade média de 21 anos de idade, nos
22
cursos de graduação presencial e 33 nos cursos a distância. Há também um
crescimento nas matrículas dos cursos noturnos, o que indica o ingresso de uma
população trabalhadora, mais velha e com perfil diferente do aluno tradicional de
graduação (PORTO, REGNIER, 2003).
De acordo com dados do SEMESP (2016), o estado do Tocantins possui 25
instituições de ensino superior, com um total de 233 cursos presenciais (144 na rede
privada e 89 na pública). No período de 2013 e 2014, na rede privada houve um
aumento de 4,7% nas matrículas, com 23,8 mil em 2014, contra 22,7 mil do ano
anterior. Na rede pública, o total de matrículas apresentou aumento de 5,1% (25,8
mil em 2014 e 24,5 mil em 2013).
O número de concluintes em cursos presenciais totalizou 5,9 mil em 2014 (2,9
mil alunos na rede privada e 3 mil na pública), número 5,9% maior que em 2013 (5,6
mil concluintes). Em relação a evasão a porcentagem anual dos cursos presenciais
chegou a 28,2% na rede privada e 14% na pública. Vale destacar que os cursos
presenciais de Direito (6,2 mil matrículas), Engenharia Civil (2,3 mil matrículas) e
Administração (2 mil matrículas) foram os mais procurados pelos estudantes nas IES
privadas no estado.
2.2 CARACTERIZAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA NO BRASIL E NO ESTADO
DO TOCANTINS
A profissão e o curso de formação em Psicologia foram regulamentados em
1962, com a Lei n° 4.119 e a Resolução n° 5 de 15 de março de 2011 institui as
Diretrizes Curriculares Nacionais dos cursos de graduação em Psicologia.
O Instituto Nacional de Estudos e pesquisas educacionais Anísio Teixeira
(INEP) fornece dados sobre os cursos de graduação no Brasil. A Tabela 03 mostra
dados gerais dos cursos de graduação em Psicologia do ano de 2015.
23
Tabela 03 - Dados gerais dos cursos de Psicologia no ano de 2015 (Brasil)
Categorias/Esfera Pública Privada TOTAL
Número de cursos 101 459 560
Vagas oferecidas 6.917 79.916 86.833
Candidatos inscritos 180.221 195.195 375.416
Matrículas 26.166 197.324 223.490
Matrículas trancadas 1.766 31.457 33.223
Matrículas desvinculadas 2.196 33.710 35.906
Transferência de curso 77 1.973 2.050
Concluintes 3.873 19.412 23.285 Fonte: INEP, 2016
Conforme mostrado na Tabela 03, até 2015, havia um total de 560 cursos de
Psicologia ofertados, número que pode ter aumentado até o momento. Verifica-se
também, que os cursos de Psicologia no Brasil são ofertados principalmente por
instituições universitárias privadas (82%) se comparadas às instituições públicas
(18%), diferença superior a 50% do total de instituições que oferecem o curso.
Outro dado importante mostrado na tabela é o grande número de inscrições
(375.416) e matrículas (223.490) no respectivo ano, demonstrando que há grande
interesse e procura pelo curso. Segundo o Guia do Estudante (2016), nos últimos
anos, a graduação em Psicologia é uma das preferências dos vestibulandos, sendo
o segundo com mais candidatos por vaga na Fuvest 2016, com 59,8 candidatos por
vaga, ficando atrás apenas de Medicina de Ribeirão Preto (71,93) e superando
Medicina de São Paulo (58,75). Na Unesp, o número de inscritos passou de 3 mil
para 4 mil entre 2012 e 2016.
Essa grande procura pode ser explicada por diversos fatores como a
demanda por atendimento psicológico estar aumentando e o mercado está em
expansão nos diversos campos, como educação, hospitalar, organizacional, políticas
públicas, esportes, social, comunitária, trânsito entre outras, além da clínica. Além
disso, atualmente, devido ao estresse do dia a dia, tem ocorrido um aumento
significativo de transtornos mentais, como por exemplo, a depressão, a ansiedade e
a síndrome do pânico, o que leva a maior divulgação do conhecimento da profissão,
sua atuação, a importância e a forma de trabalho (MATIAS, 2017).
Lisboa e Barbosa (2009) afirmam que houve uma enorme e rápida expansão
de cursos de Psicologia pelo país e verificaram três momentos em que houve grande
crescimento do número de cursos: na década de 1970, na década de 1990, e na
24
primeira década do século XXI.
Na década de 1970 o aumento dos cursos universitários particulares foi
impulsionado pela Reforma Universitária realizada em 1968, além de aumento da
demanda da população por serviços psicológicos; na de 1990 verifica-se uma
importante relação com a promulgação da nova Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB), que possibilitou a entrada de grande número de
professores no referido curso; e no século XXI parece estar relacionado a diversos
fatores, como crises econômicas e o estresse cotidiano.
Os mesmos autores identificaram o predomínio do período de 10 semestres
ou 5 anos de duração do curso com prevalência do regime semestral e do ensino
presencial. Além disso, os cursos funcionam em turnos parciais, principalmente nos
períodos matutino e noturno. Os autores afirmam ainda que há predominância do
sexo feminino e jovem que atuam, principalmente, na área clínica, com baixa
remuneração, e resumem o perfil do psicólogo brasileiro da seguinte forma:
[...] o psicólogo brasileiro é formado em um curso de graduação presencial de uma universidade privada com fins lucrativos localizada no interior do País, principalmente da Região Sudeste. Além disso, esse curso funciona em turnos parciais, geralmente à noite, abre muitas vagas no processo seletivo, tem duração de 10 semestres, carga-horária média de aproximadamente 4.000 horas e, nas avaliações nacionais, obtém o conceito médio (LISBOA; BARBOSA, 2009, p. 734).
Já em relação a distribuição dos cursos por regiões no Brasil, há
predominância de cursos na região sudeste (OBSERVARH, 2013), porém, ao longo
dos anos, houve aumento significativo de oferta do curso nas outras regiões,
conforme verifica-se na Figura 1.
25
Figura 01 - Graduação em Psicologia por regiões (BRASIL, 2002 – 2010).
Fonte: OBSERVARH (2013, p. 5)
Em relação ao Estado do Tocantins, segundo o sistema e-Mec1, uma base de
dados oficial de informações relativas às Instituições de Ensino Superior, há 06
instituições que oferecem o curso, sendo 03 (três) privadas e 02 (duas) públicas,
sendo 01 (uma) federal, 01 (uma) municipal e 01 (uma) mista (privada e
pública/municipal).
São elas, por ordem de criação do curso: Centro Universitário Luterano de
Palmas (CEULP/ULBRA - 2000), Centro universitário de Gurupi (UNIRG - 2005),
Faculdade Integrada de Ensino Superior de Colinas (FIESC - 2008), Faculdade
Católica Dom Orione (FACDO - Araguaína - 2015), Fundação universidade Federal
do Tocantins (UFT - Miracema - 2015), Faculdade de Ciências Humanas,
Econômicas e da Saúde de Araguaína (FAHESA/ITPAC - 2016).
Os dados coletados mostram o quadro do curso de Psicologia no Brasil de
forma global e permitem pensar a formação e possíveis possibilidades de mudanças
para melhor atender as necessidades da sociedade, através de uma formação de
qualidade, dinâmica e acessível.
1 cadastro de Instituições e Curso de Educação Superior do Ministério da Educação
26
2.3 A GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA NO CEULP/ULBRA
As informações sobre o curso de Bacharelado em Psicologia do Centro
Universitário Luterano de Palmas - CEULP/ULBRA estão contidos no Projeto
Pedagógico do Curso (PPC), as quais serão apresentadas nesta seção.
De acordo com o PPC, o curso foi reconhecido pela Portaria nº 311 de 21 de
março de 2000 – D.O.U. n° 57-E, seção 1-E, página 16; é de modalidade presencial,
turno matutino, com carga horária total de 4.034 horas, distribuídas em 10 semestres
letivos, e são ofertadas 100 vagas anuais.
Atende às Diretrizes Curriculares de 2004 que definiram as modalidades de
Bacharelado e Licenciatura pela Formação em Psicologia sendo reconhecido pela
portaria MEC n° 55 de 11 de janeiro de 2005. E teve seu funcionamento autorizado
pela portaria n° 311 de 21 de março de 2000.
Vale ressaltar que o CONSEPE, em fevereiro de 2004, suspendeu
temporariamente a habilitação Licenciatura, em virtude: a) da reduzida demanda
pela habilitação no período de 2000 a 2003; b) pela necessidade de realizar
adequações gerais e um novo estudo de demanda (Projeto Pedagógico e nas
estratégias de divulgação da habilitação).
Assim, de acordo com o PPC do curso, atualmente o Curso de Psicologia
atende as Diretrizes Curriculares de 2004 que suplantou as modalidades de
Bacharelado e Licenciatura pela Formação em Psicologia sendo reconhecido pela
portaria MEC n° 55 de 11 de janeiro de 2005.
A primeira turma do referido curso iniciou as aulas em agosto do ano de 2000
e nestes 17 anos, o curso de Psicologia do Ceulp/Ulbra já formou 26 turmas, com
um total de aproximadamente 413 Psicólogos aptos a atuarem no mercado (SOUSA,
2017).
O curso tem como objetivo geral promover o desenvolvimento de profissionais
competentes para o exercício nas diversas áreas da Psicologia, ressaltando a
formação pluralista, com visão crítico-reflexiva da sociedade em que estão inseridos,
bem como a concepção ética norteadora da sua prática profissional
(CEULP/ULBRA, 2016b). De acordo com informações da coordenação do curso, há
24 professores, dos quais, 10 são doutores (41,7%), 12 são mestres (50%) e 02
especialistas (8,3%).
27
A missão do curso é promover o desenvolvimento de profissionais da
Psicologia enquanto cidadãos comprometidos com os direitos humanos e a
construção de respostas às necessidades sociais e à investigação permanente da
subjetividade humana. Outrossim, tem como meta a formação de profissionais
competentes, criativos, autônomos, capazes de empresariar a si mesmos e
encontrar saídas e mercados para aplicar e desenvolver seus talentos e habilidades
(CEULP/ULBRA, 2016b).
Fundamenta-se numa formação generalista, representada pela abrangência
da diversidade teórico-metodológica do campo da Psicologia, o que possibilita a
compreensão e utilização adequada da aquisição de atitude, valores e informações,
contextualizadas sob uma visão crítica do conhecimento adquirido nas diferentes
áreas de atuação (CEULP/ULBRA, 2016b).
A formação acadêmica é constituída, entre outros aspectos, por disciplinas
teóricas, estágios básicos (I, II, III, IV e V) ao longo da formação e os específicos
(Estágio Específico na ênfase I e II) nas áreas da Psicologia e Processos
Educativos, Psicologia e Processos de Gestão, Psicologia e Processos de
Prevenção e Promoção da Saúde e Psicologia e Processos Clínicos em instituições
públicas, privadas e do terceiro setor, no último ano, amparadas no art. 12 do
Parecer CNE/CES 072/2002 em adendo ao CNE/CES 062/2004. Os Estágios
Específicos são em dois campos de atuação e são realizados em dois semestres.
Ou seja, a matriz curricular (Anexo B) do curso é composta por parte teórica
(62,5%), prática (18%), estágios específicos (16%) e o TCC (3,5%) (CEULP/ULBRA,
2016b).
Essa configuração da matriz mostra quais disciplinas devem ser cursadas em
cada período, porém, o acadêmico possui autonomia para escolher a ordem que
cursará as disciplinas, por exemplo, uma disciplina do 5º período pode ser cursada
no 10º ou uma do 7º pode ser cursada no 4º, se esta não possuir pré-requisito, de
acordo com a escolha do discente.
Vale apontar ainda que o Inep divulgou no mês de março do corrente ano os
Indicadores de Qualidade da Educação Superior de 2015. Os dados apresentados
revelam uma escala de 1 a 5 relativo a avaliação dos Cursos de Graduação e das
Instituições de Educação Superior (IES).
No CEULP/ULBRA os cursos foram avaliados pelo Conceito Preliminar de
Curso (CPC), um indicador de qualidade que agrega as variáveis: resultados da
28
avaliação nacional de desempenho de estudantes (ENADE 2015); titulação e regime
de trabalho do corpo docente; percepções dos estudantes sobre a organização
didático-pedagógica, infraestrutura e as oportunidades de ampliação da formação
acadêmica e profissional. Neste ínterim, o curso de Psicologia obteve conceito 4
(CEULP/ULBRA, 2017a).
O curso possui um projeto de extensão chamado Alteridade – Núcleo de
Atendimento Educacional Especializado aos Discentes que presta serviço a todos os
alunos do campus do CEULP (SOUSA, 2017). Ele objetiva oferecer suporte aos
acadêmicos da instituição relacionados à acessibilidade, processos de ensino e
aprendizagem, saúde mental e desenvolvimento de habilidades profissionais no
contexto universitário. Oferece serviços de acolhimento, acompanhamento individual
às dificuldades de ensino-aprendizagem e grupos com temas diversos, formados a
partir das demandas apresentadas por acadêmicos e professores (CEULP/ULBRA,
2016a).
A instituição também dispõe do Laboratório de Leitura e Produção Textual,
que disponibiliza professores para atenderem a estudantes de todos os cursos, de
forma gratuita, com a intenção de desenvolver habilidades de leitura, compreensão,
interpretação e produção textual a fim de aperfeiçoar a comunicação oral e escrita.
Conta ainda com o Laboratório de Apoio a Instrumentalização Científica, que
disponibiliza apoio aos acadêmicos quanto à utilização dos instrumentos científicos,
normas para formatação, citação, referenciação e apresentação de trabalhos
científicos, além de ser um espaço para discussão e ampliação do aprendizado
(CEULP/ULBRA, 2013).
O perfil teórico-metodológico generalista do egresso do curso possibilita a
atuação em quaisquer dos campos e áreas da Psicologia, como: consultórios e
clínicas públicas e privadas, organizações governamentais e não governamentais,
programas sociais e educacionais, consultorias, dentre outros.
Em relação ao mercado de trabalho para o psicólogo no estado do Tocantins,
há demandas características, uma vez que a base da economia estadual é o serviço
público e a população apresenta características heterogêneas, tendo em vista que a
identidade da capital ainda está em construção (CEULP/ULBRA, 2016b).
Os fazeres do psicólogo estão sendo efetuados através dos programas
governamentais nas áreas: Saúde, Assistência Social, Escolar/Educacional e em
Processos de Gestão. As organizações privadas, principalmente no campo da
29
Gestão de Pessoas, têm se mostrado abertas as ações da Psicologia conforme as
políticas institucionais (CEULP/ULBRA, 2016b).
Há uma demanda emergente em todas as áreas de atuação da Psicologia,
pelo fato de algumas áreas não contarem com o profissional da Psicologia in loco,
como é o caso da área escolar, ou em áreas ainda em implantação no Estado como
nas ações sociais via Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) e Centro
de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), dentre outros
(CEULP/ULBRA, 2016b).
2.4 CONCEITO DE SAÚDE MENTAL
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS, 2001), saúde mental, física e
social são interdependentes. Sobre a saúde mental, a organização declara que
existem várias definições, abrangendo o bem-estar subjetivo, auto eficácia,
autonomia, competência, dependência intergeracional e a auto realização do
potencial intelectual e emocional do sujeito.
É mais do que a ausência de transtornos mentais, é determinante da saúde
geral, “trata-se de um estado de bem-estar no qual um indivíduo realiza suas
próprias habilidades, pode lidar com as tensões normais da vida, pode trabalhar de
forma produtiva e é capaz de fazer contribuições à sua comunidade” (ONU, 2016,
s/p).
Vale ressaltar que há dificuldades em relação ao conceito de saúde mental,
uma vez que existem limites e oscilações entre o processo saúde-doença, tendo em
vista que estas sofrem influências dos valores da sociedade em determinada época
e lugar (GOLDBERG, 1996).
A OMS organizou a Classificação Estatística Internacional de Doenças e
Problemas Relacionados com a Saúde, conhecida como CID, que está em sua 11°
edição. Esta possui um capítulo reservado para distúrbios mentais e do
comportamento que pretende estar de acordo com o Manual Estatístico e
Diagnóstico de Doenças Mentais (Diagnostic and Statistic Manual), o DSM, criado
pela Associação de Psiquiatria Americana e está em sua 5ª edição (ASSIS, 2010).
A Classificação Internacional de Doenças (CID 11) define, em seu capítulo V,
os transtornos mentais e de comportamento. Estes são entendidos como uma série
de distúrbios e, geralmente, caracterizam-se por uma combinação de ideias,
30
emoções, comportamento e relacionamentos incomum com outras pessoas. Como
exemplos, há a esquizofrenia, a depressão, o retardo mental, distúrbios da infância e
da adolescência e os transtornos devidos ao uso de substâncias psicoativas.
Segundo essa classificação, para serem categorizadas como transtornos, os
sintomas precisam ser sustentados ou recorrentes, resultar em deterioração ou
perturbação do funcionamento pessoal em uma ou mais esferas da vida, além de
possuir sintomas e sinais específicos e seguirem um curso natural mais ou menos
previsível, além de apresentarem um quadro variado e heterogêneo (OMS, 2001).
Já de acordo com o DSM V, transtorno mental
é uma síndrome caracterizada por perturbação clinicamente significativa na cognição, na regulação emocional ou no comportamento de um indivíduo que reflete uma disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou de desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental. Transtornos mentais estão frequentemente associados a sofrimento ou incapacidade significativos que afetam atividades sociais, profissionais ou outras atividades importantes (APA, 2014, p. 20).
Alguns transtornos são brandos, outros graves, duram poucas semanas ou
podem durar a vida inteira, não chegam a ser discerníveis, a não ser por um exame
minucioso ou são impossíveis de ocultar. Diversos fatores determinam a prevalência,
o início e a evolução dos transtornos mentais e comportamentais, como os fatores
sociais e econômicos, demográficos como sexo e idade, conflitos, a presença de
doença física grave e o ambiente familiar (OMS, 2001). Vale ressaltar que os
sistemas de classificação são modelos para auxiliar o profissional da área da saúde
(ASSIS, 2010).
Os transtornos mentais são diversos, porém alguns se mostram comuns e
não preenchem os critérios formais para os diagnósticos de ansiedade, depressão
ou somatoformes, e por isso são chamados de Transtornos Mentais Menores
(TMM). O termo foi cunhado por Goldberg, e também são chamados transtornos
psiquiátricos comuns ou morbidades psiquiátricas menores (MARCOS, 2011).
Esses transtornos representam os quadros menos graves e mais frequentes
de transtorno mental e possuem como sintomas esquecimento, dificuldade na
concentração e tomada de decisões, insônia, irritabilidade, fadiga, além de queixas
somáticas (cefaleia, falta de apetite, tremores, má digestão, entre outros), mas não
incluem transtornos psicóticos, dependência química ou transtornos de
31
personalidade (FIOROTTI, 2010).
Além disso, os TMM não requerem diagnóstico psiquiátrico formal, porém
representam grandes custos em relação ao sofrimento psíquico e impacto nos
relacionamentos e qualidade de vida dos sujeitos, o que pode comprometer o
desempenho nas atividades diárias, sendo potencial para o desenvolvimento de
transtornos mais graves (FIOROTTI, 2010).
Em estudo realizado por Cerchiari (2004) com 558 universitários de diferentes
cursos, obteve-se como resultado a prevalência de TMM em 25% da amostra e os
fatores mais acentuados foram: distúrbios psicossomáticos, estresse psíquico e
desconfiança no desempenho. Outros resultados importantes da pesquisa revelaram
que, em relação aos aspectos “ausência de saúde mental” e “tensão ou estresse
psíquico”, os alunos que estavam no primeiro ano da graduação apresentaram
escores significativamente menores em comparação com aqueles que estavam de 2
a 5 anos de curso e da mesma forma, com relação a “distúrbios psicossomáticos”,
alunos que estavam há 3-5 anos nos cursos obtiveram escores maiores.
Além disso, na amostra total, os distúrbios psicossomáticos foram o principal
problema de saúde mental com prevalência de 29%, seguido por tensão ou estresse
psíquico com 28% e falta de confiança na capacidade de desempenho/auto eficácia
com 26%. Sendo que os alunos no último ano de seus cursos obtiveram escores
altos no aspecto “falta de confiança na capacidade de desempenho/auto eficácia”.
Importante ressaltar que, desta amostra, os estudantes da área da saúde
apresentaram a maior prevalência de TMM (34%).
Em pesquisa sobre os sintomas de estresse em 25 concluintes do curso de
Psicologia em uma universidade particular no norte do país, feita por Assis et al
(2013), 72% dos acadêmicos apresentaram estresse, sendo que a maior parte
estava nas fases mescladas de resistência e exaustão. Houve predominância de
sintomas físicos como a sensação de desgaste físico e cansaço constantes, e os
sintomas psicológicos que se manifestaram estavam relacionados a irritabilidade
excessiva, vontade de fugir de tudo e cansaço excessivo.
Outra pesquisa referente a investigação e manejo de eventos estressores em
17 estudantes de Psicologia do 4° e 5° anos, realizada por Bonifácio et al (2011),
revelaram como estressores as demandas de moradia em repúblicas, adaptação às
contingências de ensino e aprendizagem, necessidade de organização do tempo e
de atividades e estabelecimento de novas relações interpessoais.
32
Estudo realizado por Gastaud et al (2006) com estudantes de Medicina,
Direito e Psicologia, totalizando 815 universitários, sobre TMM mostrou que não há
diferença significativa entre os cursos, uma vez que houve prevalência em 17,5%
dos alunos de Direito, 20% dos alunos de Medicina e 21,1% dos acadêmicos de
Psicologia obtiveram escores positivos.
Outro estudo realizado por Ferri-de-Barros (2011) sobre cefaleia em 480
universitários de Medicina e Psicologia mostrou que, a cefaleia tensional ocorreu em
59% e enxaqueca em 22% dos estudantes na Medicina; na Psicologia, 48,5% e 32%
dos estudantes, respectivamente. Os resultados foram considerados valores altos e
foi relatado que estes sintomas pioraram desde a entrada na universidade.
Andrade et al (2016) desenvolveram estudo com 119 acadêmicos de
Psicologia do 1º ao 5º ano de uma instituição pública, investigando as vivências
acadêmicas e o sofrimento psíquico destes, obtendo como fatores desfavoráveis do
curso: a “carga excessiva de atividades do curso”, a “natureza específica do estudo
da Psicologia”, a “exigência emocional durante os estágios que acontecem nos dois
últimos anos do curso”, o “exagero de demanda encontrada na cultura pelo
desempenho acadêmico”, “necessidades de um sistema de apoio ao aluno e
sugestões específicas”.
Também houve respostas que fizeram referência ao surgimento de sintomas
psicossomáticos ligados a circunstâncias vivenciadas no curso, como: privação de
sono, estresse e angústias facilitadoras de desequilíbrios hormonais. Além disso, na
pergunta “Você considera que as atividades desenvolvidas pelos alunos deste curso
podem desencadear algum tipo de sofrimento psíquico?” obteve-se 107 respostas
positivas, ou seja, 90%.
Em estudo que verificou a depressão e o comportamento suicida com 233
estudantes de Psicologia do 1° ao 5° ano de uma universidade federal, realizado por
Vieira e Coutinho (2008), 10% dos estudantes obtiveram escores altos de sintomas
depressivos com elementos relacionados à tristeza, autocrítica, insatisfação, ideação
suicida e ao sentimento de culpa e 60% deles estavam cursando os períodos
referentes à metade do curso. Em relação à ideação suicida, 11% apresentaram
sintomas, sendo que em relação ao período do curso, 30% dos estudantes com
ideação suicida encontrava-se matriculada nos primeiros períodos, 37% no meio do
curso e 33% eram alunos formandos.
33
Silva e Costa (2012) pesquisaram a predisposição para TMM em 455
acadêmicos da área da saúde, incluindo Psicologia, de uma faculdade particular,
que estavam no início, meio e no fim do curso. 20% apresentaram predisposição
para transtorno mental comum, sendo que em relação aos semestres, o início de
curso foi o período concentrou a maior predisposição (43%), seguido do meio e do
final de curso, ambos com 28%.
Esses estudos mostram como os transtornos mentais comuns estão
presentes na vida dos estudantes universitários ao longo de sua graduação de
maneira significativa também no último ano da formação e observa-se uma
prevalência destes, principalmente relacionados a sintomas psicossomáticos e a
sofrimento emocional relacionado ao curso e suas vivências.
2.5 O CONTEXTO UNIVERSITÁRIO E A VIVÊNCIA DE CRISE
A palavra crise vem do grego krísis,eós no sentido de distinguir juízo ou ação
de julgar, decidir, escolher e do verbo grego krínó, utilizado no sentido de separar,
decidir, discernir, distinguir. A crise é uma experiência normal da vida, reflete
mudanças do sujeito na tentativa de buscar um equilíbrio entre si mesmo e o seu
entorno e, quando este equilíbrio é quebrado, a crise se instala. Essa alteração no
equilíbrio é gerada pelo fracasso na resolução de problemas e causa sentimentos de
desorganização, desesperança, tristeza, confusão e pânico (SA, WERLANG,
PARANHOS, 2008).
Nesse momento, são importantes as atitudes e comportamentos tomados
frente aos momentos de crise e a forma como é vivida, elaborada e utilizada
subjetivamente, pois ela depende de fatores externos e internos, que podem trazer
benefícios ou malefícios, além de um aumento da vulnerabilidade. A crise termina
quando o sujeito passa a apresentar respostas suficientes para o problema, que está
relacionado com a maneira como ele lida com a situação (SILVA, 2013).
A crise pode evoluir de forma negativa, quando os recursos pessoais e sociais
da pessoa estão diminuídos e o estresse vivenciado ultrapassa a capacidade dela se
adaptar e reagir, e também pode ser vista e vivenciada como uma ocasião de
crescimento, pois sua evolução leva à criação de novos equilíbrios, ao reforço da
pessoa e da sua capacidade de reação a situações menos agradáveis (SA,
WERLANG, PARANHOS, 2008).
34
De acordo Basso (2008), fisiologicamente, a crise se expressa através de
uma angústia corporal que acompanha perturbações cardiorrespiratórias e a
sensação de ter embrulhos no estômago e na garganta, hiperconcentração
muscular, o corpo fica tenso, como se estivesse preparado para um perigo, estado
de estresse ou sensação de esgotamento corporal.
De acordo com o Jornal da USP (2017), no Brasil, os estudantes apresentam
sintomas de estresse e ansiedade ainda nos primeiros anos escolares e isso se
perpetua na universidade. Nesse sentido, o país está entre os campeões mundiais
em estresse e ansiedade de alunos em sala de aula.
Um estudo do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes da
Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) mostrou que
56% dos estudantes brasileiros entrevistados ficam estressados durante os estudos.
Além disso, em relação a prova, os alunos brasileiros ocupam o segundo lugar no
ranking de 180 países em relação a ansiedade (JORNAL DA USP, 2017).
Entre os fatores que podem contribuir para essa realidade estão a questão da
escola possuir experiências exigentes com o convívio e situações de avaliações
constantes, a necessidade em sentir-se aceito em grupos, de fazer uma escolha
profissional, ou mesmo dificuldades financeiras e problemas amorosos. Além disso,
os jovens, geralmente, passam por grandes transformações psicossociais e tendem
a entrar em processos de adoecimento psíquico (BRIDI, 2016).
Muitos estudantes, ao ingressarem na universidade, estão na fase da
adolescência, etapa marcada por transformações físicas e psicológicas, onde o
jovem se depara com responsabilidades, uma delas é a procura por uma ocupação
ou projeto profissional através da entrada em um curso superior. Além disso, há
expectativas quanto ao amadurecimento, independência e autonomia do sujeito em
transição, advindas da sociedade de forma geral (PERUZZO et al, 2008).
Os mesmos autores enfatizam ainda que o ingresso no ensino superior
também exerce intensa pressão sobre os estudantes, considerando-se a
complexidade do exame para conseguir uma vaga, como por exemplo, o Exame
Nacional do Ensino Médio (ENEM), principal meio de entrada em instituições
públicas, composto por 180 questões e uma redação e é aplicado em dois dias.
Basso (2008) afirma que, em relação a graduação, a integração dos
estudantes à universidade é um processo construído no cotidiano das relações de
troca entre as suas expectativas, características, habilidades, estrutura, normas e a
35
comunidade da instituição universitária.
Os discentes estão expostos a estressores desde quando entram na
faculdade, pois trata-se de um momento de mudança e ao longo de suas vidas
adquiriram características próprias que influenciarão em seu modo de reagir às
situações acadêmicas, da mesma forma como reagem em outras situações
(JORGE, 1996).
De acordo com Bohry (2007), as pessoas passam por diferentes situações de
estresse nos diferentes âmbitos que vivem, os quais irão interagir com os desafios
acadêmicos, o que pode gerar aumento do estado de tensão, estresse, dificultar as
estratégias saudáveis que o estudante usaria para lidar com o contexto acadêmico e
ainda gerar crise.
Em pesquisa do mesmo autor sobre trancamento geral de matrícula e crise
em universitários de diversos cursos, o autor identificou entre os motivos para a
evasão do curso o aparecimento de transtornos mentais e psicossomáticos em 23
estudantes, de um total de 40 participantes da pesquisa (57,5%).
Importante lembrar outro aspecto potencial de crises, o qual se refere à
preocupação com o mercado de trabalho e às possibilidades de emprego, uma vez
que se vive um acelerado processo de globalização, modificação e instabilidade, que
influem na realidade ocupacional atual (BASSO, 2008).
O referido autor ressalta que as mudanças sociais e produtivas atuais
provocam instabilidade e incerteza quanto ao futuro, geram uma ansiedade
generalizada tanto nos profissionais inseridos no mercado de trabalho quanto nos
graduandos.
Além disso, durante a graduação podem surgir momentos que geram
insatisfação, podendo gerar crises relacionados à dúvida, incerteza e insegurança,
que se manifestam através de depressões, uso de drogas, evasão, dificuldades de
aprendizagem, relacionamentos pessoais insatisfatórios, ligações de amizades
prejudiciais e isolamento. Porém estas podem promover o crescimento, a partir do
suporte a que o discente tiver acesso (CERCHIARI, 2004).
O web site intitulado “Catraca Livre” disponibilizou um questionário que foi
respondido por 2.130 estudantes universitários e vestibulandos no corrente ano.
Destes, 99% afirmaram que já passaram por quadros de estresse e ansiedade por
conta da universidade e 73,5% afirmaram que foram diagnosticados com depressão
durante o vestibular e nos últimos semestres do curso (GOMES, 2017a).
36
Com os resultados, chegou-se à conclusão de que a estrutura da vida
acadêmica, composta por pressões para a escolha do curso, para obter um diploma,
risco de desemprego e fracasso profissional tem desencadeado a depressão, a
ansiedade e o uso excessivo de medicamentos (GOMES, 2017a).
Em pesquisa com 102 alunos de uma das maiores universidades privadas do
Estado de São Paulo, foi constatado que a maioria dos universitários possuíam
algum tipo de estresse, onde percebeu-se que grande parte desse estresse vinha da
rotina do curso. A atual rotina de estudos é extenuante devido ao modo de ensino. O
autor afirma que isto se dá, em parte, em razão da cobrança excessiva pelos
professores, pelo próprio estudante, além de fatores como o tempo curto para
tarefas e conteúdos extensos (GOMES, 2017b).
Brandtner e Bardagi (2009) realizaram pesquisa com 200 estudantes, dos
cursos de Educação Física, Letras, Engenharia de Alimentos, Psicologia, e de
Administração que objetivava avaliar os sintomas de ansiedade e depressão em
estudantes iniciantes e finalistas de uma instituição privada do interior do RS. Um
resultado importante desta pesquisa apontou que os alunos de final de curso
afirmaram apresentar problemas físicos crônicos com maior frequência do que os
alunos em início de curso; os alunos de início de curso apresentaram índices mais
altos de depressão do que os de final de curso, não houve diferenças para os níveis
de ansiedade; os alunos dos cursos de Letras e Psicologia apresentaram níveis
maiores de depressão do que os outros.
Em estudo de Vasco, Barbosa e Batista (2016) com estudantes de
enfermagem, constatou-se alto nível de estresse a partir do 7º semestre, e levantou-
se como hipótese o medo em relação ao futuro profissional diante do mercado de
trabalho cada vez mais competitivo e exigente.
Costa e Oliveira (2012) realizaram estudo com acadêmicos de Psicologia no
início e no final da graduação com objetivo de investigar a saúde destes. Os
resultados mostraram que os entrantes apresentaram sintomas de ansiedade em
níveis mais altos do que os concluintes e os concluintes demonstraram mais
sintomas de estresse.
Gabriel, Camelo e Silva (2015), em pesquisa sobre o nível de estresse de
graduandos em fase de conclusão de curso com estudantes dos cursos de
Psicologia, Nutrição, Serviço Social e Engenharia de Produção, obteve como
resultados que no curso de Engenharia de Produção, 42,42% dos alunos não
37
apresentaram estresse, seguindo para o curso de Psicologia (36,36%), Serviço
Social (24,24%) e o curso de Nutrição (24,24%).
Além disso, 60,60% dos alunos do curso de Serviço Social se encontravam
na fase de resistência, seguido do curso de Nutrição (51,51%), Engenharia de
Produção (45,45%) e Psicologia (30,30%). Porém, evidenciou-se no percentual na
fase de exaustão, que o curso de Psicologia tem maior percentual nessa fase com
33,33% dos seus alunos, seguido do curso de Nutrição (24,24%), Serviço Social
(15,15%) e Engenharia de Produção (12,12%).
Vale acrescentar que de acordo com Lipp e Malagris (2001), o estresse
possui quatro fases: alerta, resistência, quase exaustão e exaustão. A fase do alerta
é considerada a fase positiva do stress, onde o sujeito obtém energia através da
produção da adrenalina, preserva sua sobrevivência e consegue sensação de
plenitude. Na segunda fase, da resistência, a pessoa tenta lidar com os estressores
para manter a homeostase interna. Se os fatores estressantes persistirem, há uma
quebra na resistência a pessoa passa para a fase de quase exaustão.
Nesta fase, o processo de adoecimento físico se inicia. Se não houver alivio
para o stress através da remoção dos estressores ou do uso de estratégias de
enfrentamento, o stress atinge a fase da exaustão, quando doenças graves podem
ocorrer, como enfarte, úlceras e psoríase, dentre outros (LIPP, MALAGRIS, 2001).
Em estudo de Vieira e Schermann (2015) com 196 estudantes de Psicologia
de uma universidade privada do Sul do País, observou-se maior presença de
estresse em relação ao semestre cursado para os acadêmicos do primeiro semestre
(84,2%) e do décimo semestre (85,7%). Os autores afirmam que em relação aos
concluintes, a alta prevalência de estresse se associa aos estágios com pacientes,
preocupações com mercado de trabalho e demais cobranças exigidas no período
final de um curso superior, como Trabalho de Conclusão de Curso.
Outro estudo realizado com estudantes de psicologia dos 4° e 5° ano revelou
a vulnerabilidade ao desenvolvimento de estresse, relacionado com demandas de
moradia em repúblicas, adaptação às contingências de ensino e aprendizagem,
necessidade de organização do tempo e de atividades e estabelecimento de novas
relações interpessoais se apresentaram como fatores potencialmente estressantes
para uma parcela significativa da população universitária (BONIFÁCIO et al, 2011).
38
Todas essas pesquisas e resultados mostram que a graduação, inclusive o
último ano, pode acarretar um contexto de vulnerabilidade e sofrimento
psicológico nos estudantes.
2.6 SAÚDE À LUZ DA PSICOSSOMÁTICA
A OMS define saúde como “completo bem-estar físico, mental e social” e não
apenas ausência de doenças. O ser humano é um ser histórico, social, econômico,
político, cultural, familiar, espiritual, dessa forma estes aspectos devem ser levados
em consideração na investigação da saúde e não apenas as ameaças biológicas,
como os micro-organismos, e/ou físicas e químicas. Da mesma forma, deve-se
considerar a relação mente-corpo, explicada pela psicossomática, que estuda a
inter-relação entre sintomas físicos e fatores emocionais (OMS, 2001).
Psicossomática é uma ideologia sobre a saúde, o adoecer e sobre as práticas
de saúde, é um campo de pesquisas sobre estes fatos e, ao mesmo tempo, uma
prática da Medicina integral. Hoje, o termo está relacionado à visão ideológica do
movimento e às pesquisas na área sobre a relação mente-corpo e os mecanismos
de produção de enfermidades (MELLO-FILHO, 2010).
Nesse sentido, o mesmo autor afirma que as atividades nessa abordagem
abrangem o ensino ou a prática de quaisquer tipos de fenômenos de saúde e de
interações entre pessoas, sejam relações com profissionais ou na família, doenças
agudas e crônicas, o papel das reações adaptativas ao adoecer, a invalidez, a
morte, os recursos terapêuticos alternativos.
Este conceito relaciona-se ao estudo da pessoa como ser histórico, um
sistema único constituído por três subsistemas: corpo, mente e social, ou seja,
concebe o homem como um ser biopsicossocial. Assim, diversas situações como
quebra de laços familiares e da estrutura social, privação de necessidades básicas,
obstáculos à realização pessoal, separação, perda de emprego, viuvez,
aposentadoria, entre outros, são tão potencialmente danosos à pessoa quanto os
fatores orgânicos (RODRIGUES, FRANÇA, 2010).
A psicossomática possui origens na medicina e nasceu com Hipócrates, o
qual considerava as relações entre a lesão corporal, os estados psíquicos e os
fatores ambientais. Mas foi apenas em 1818 que Heinroth instaurou o termo
39
psicossomática na medicina, ao acreditar que doenças somáticas tem aspectos
mentais como causa (CAPITÃO, CARVALHO, 2006).
A Medicina Psicossomática “é um estudo das relações mente-corpo com
ênfase na explicação psicológica da patologia somática, uma proposta de
assistência integral e uma transcrição para a linguagem psicológica dos sintomas
corporais” (EKSTERMAN, 2010, p. 93).
Nos Estados Unidos a psicossomática surge em 1932 com Franz Alexander,
fundador da escola psicanalítica de Chicago. Para ele as pessoas são seres
psicossomáticos, uma vez que quando se sente medo, o pulso bate mais depressa e
a respiração fica mais funda; quando sente ira, as faces ficam coradas e os
músculos ficam tensos, ao sentir repugnância, o estômago “começa a virar”
(MARTINS, 2007)
Os psicanalistas foram os primeiros a associarem a mente ao corpo,
estudando as doenças psicossomáticas, procurando tratá-las com psicoterapia.
Freud afirma que o psíquico é simbolizado no corpo quando não há representações
mentais. Groddeck seguiu a posição de que o inconsciente é o princípio formador de
todos os processos corporais normais e anormais, afirmando que doenças orgânicas
tem natureza psicológica, pois são expressões de conflitos inconscientes (CRUZ,
JUNIOR, 2011).
Pierre Marty cria o termo “pensamento operatório” para designar a situação
mental de pacientes nos quais se observava tendência em agir ao invés de pensar
(EKSTERMAN, 1994). Outras contribuições na abordagem foram de McDougall que
acreditava na impossibilidade de formar representações como contribuição na
formação de sintomas psicossomáticos; Chiozza que via o afeto como articulador da
soma e da psique; Perestello que via a vida como um processo psicossomático e
Christophe Dejours, para quem o sintoma somático aconteceria na relação com o
outro, se “adoeceria por alguém” (TINOCO, 2009).
Melo-Filho (2010) aponta que a Psicossomática evoluiu em três fases: inicial,
ou psicanalítica, com estudos voltados a influência do inconsciente nas
enfermidades, além das teorias da regressão e os benefícios secundários do
adoecer; intermediária, ou behaviorista, caracterizada pela pesquisa em homens e
animais e pela tentativa de enquadramento às ciências exatas, dando estímulo aos
estudos sobre estresse, e atual ou multidisciplinar, em que se dá importância ao
social e a visão da Psicossomática como uma atividade de interação, de
40
interconexão entre vários profissionais de saúde.
Nota-se que ao longo da evolução do conceito de psicossomática, a
concepção de doença psicossomática multicausal, e a compreensão do sujeito
biopsicossocial tentam anular o dualismo mente-corpo (ZAMPIERI, 2013).
A Psicossomática busca compreender os processos de adoecer como
aspecto social influenciado por um sistema no qual as pessoas vivem em relação
com outros sistemas e são constituintes de uma estrutura familiar influenciada pelo
contexto social e cultural em que estão inseridas, ou seja, ela permeia diversos
campos de conhecimento, não se restringindo apenas a medicina psicossomática.
Além disso, a possui bases nos conhecimentos da Fisiologia, da Psicologia Social,
da Patologia Geral, das Psicologias Dinâmicas (Psicanálise) e das concepções
holísticas (RODRIGUES, FRANÇA, 2010).
Entende-se, assim, que a psicossomática objetiva tratar doentes e não
doenças, através da concepção do ser humano como ser biopsicossocial, apoiando-
se no princípio de que toda a saúde e a doença são psicossomáticas, contrariando a
dicotomia mente/corpo, partindo do entendimento de que os fenômenos
psicossomáticos instauram uma atitude e um campo de pesquisas, sobre o qual se
acumulam diversos conhecimentos (SAAR, 2012).
41
3. PERCURSO METODOLÓGICO
3.1 DESENHO DO ESTUDO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa descritiva que tem como objetivo a
descrição das características de determinada população ou fenômeno, ou ainda, o
estabelecimento de relações entre variáveis (ARGÔLO 2011).
Possui caráter quanti-qualitativo, uma vez que coletou dados e informações
referentes ao tema, para então, descrevê-los e analisá-los. Refere-se a pesquisa de
campo, caracterizada pela reunião de “informações e/ou conhecimentos acerca de
um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se
queira comprovar, ou, ainda, descobrir novos fenômenos ou as relações entre eles”
(LAKATOS, 2005. p. 186).
Trata-se também de pesquisa transversal, esta é “uma fotografia ou corte
instantâneo que se faz numa população por meio de uma amostragem, examinando-
se nos integrantes da casuística ou amostra, a presença ou ausência da exposição e
a presença ou ausência do efeito (ou doença)” (HOCHMAN et al, 2005, p. 3).
Dessa forma, a metodologia utilizada consistiu em levantar, analisar e discutir
as informações publicadas sobre o tema e relacioná-los com os dados e informações
obtidos com os instrumentos da pesquisa. O trabalho foi submetido ao Comitê de
Ética em Pesquisa (CEP) da instituição acadêmica e aprovado com o número CAAE:
73205617.9.0000.5516 (ANEXO C), de acordo com a orientação da Resolução nº
466/12 do Ministério da Saúde, a respeito da pesquisa envolvendo seres humanos.
3.2 PROCEDIMENTO
Inicialmente, fez-se uma revisão de literatura sobre o tema, a partir de livros,
artigos, dissertações, monografias, periódicos, entre outros, com objetivo de
entender conceitos e dados sobre questões relacionadas à graduação de psicologia
e ao último ano da formação acadêmica.
Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, foi criado, no mês de
setembro/2017, um grupo intitulado “Concluintes Psi” na rede social Facebook. Os
participantes adicionados faziam parte de uma lista fornecida pela coordenação do
curso de estudantes de Psicologia do Ceulp que tinham pelo menos 80% do curso
42
concluído ou estavam no 9° e 10 ° períodos.
O grupo foi utilizado para fazer contato com os acadêmicos e apresentar a
pesquisa e os aspectos éticos e de sigilo envolvidos, através do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (Apêndice A).
O TCLE foi elaborado em linguagem clara e de fácil compreensão, contendo o
objetivo do estudo, os instrumentos que seriam utilizados. Além disso, os
participantes foram alertados sobre o direito de tirar suas dúvidas sobre o
andamento da pesquisa com a garantia de que as suas perguntas seriam
respondidas. Foi dada aos participantes a possibilidade de obterem seus resultados
individuais, se assim o desejassem. Somente após a assinatura do TCLE, o
participante teve acesso aos instrumentos da pesquisa.
Inicialmente pretendia-se marcar dois encontros com os estudantes para a
aplicação dos instrumentos e finalização da pesquisa, porém, por falta de
disponibilidade de horários, não foi possível ocorrer os encontros presenciais e eles
postaram no grupo que preferiam responder aos instrumentos da pesquisa de forma
online, disponibilizados através de link, que ficou disponível para ser respondido
pelos participantes do grupo durante o mês de setembro e meados de novembro.
Após isso, o link foi fechado para receber respostas e o grupo arquivado.
Os dados e informações obtidos foram analisados manualmente com a
correção do Questionário de Saúde Geral, tabulação dos dados do Questionário
Sócio Demográfico através da ferramenta Microsoft Excel e Análise do Discurso das
enquetes publicadas no grupo e perguntas discursivas do Questionário Sócio
Demográfico.
A Análise do Discurso trabalha com o sentido, vai além do conteúdo do texto.
Na interpretação, o analista é um intérprete, que faz uma leitura discursiva
influenciada pelo seu afeto, sua posição, suas crenças, suas experiências e
vivências, que também produzirão seu sentido, não sendo uma interpretação
absoluta e única (CAREGNATO, MUTTI, 2006).
A Análise do Discurso,
Visa fazer compreender como os objetos simbólicos produzem sentidos, analisando assim os próprios gestos de interpretação que ele considera como atos do domínio simbólico, pois eles intervêm no real do sentido. A Análise de Discurso não estaciona na interpretação, trabalha seus limites, seus mecanismos, como parte dos processos de significação. Também não procura um sentido
43
verdadeiro através de uma chave de interpretação. Não há esta chave, há método, há construção de um dispositivo teórico. Não há verdade atrás do texto. Há gestos de interpretação que o constituem e que o analista, com seu dispositivo deve ser capaz de compreender (ORLANDI, 2003, p. 26).
Nesse sentido, para Orlandi (2003), o pesquisador é responsável por elaborar
a questão e por realizar a análise a partir de perspectivas teóricas escolhidas por ele
e do objetivo da questão formulada. Dessa forma, a análise do discurso é realizada a
partir desses aspectos: a questão formulada e o embasamento teórico utilizado para
a interpretação. Por isso uma análise não é igual à outra, uma vez que também
mobiliza conceitos diferentes e depende do pesquisador e sua visão.
3.3 AMOSTRA
Foi utilizada a amostragem não probabilística do tipo “por conveniência”,
caracterizada pela definição de critérios da característica do estudo, em que se
selecionam os participantes que estejam ao alcance do pesquisador e que estejam
dispostos a responderem o questionário (OLIVEIRA, 2001).
A coordenação do curso de Psicologia forneceu uma lista com 44 estudantes,
dos quais conseguiu-se adicionar no grupo apenas 31. Destes, 23 responderam aos
questionários formando a amostra da pesquisa. Logo, a amostra foi formada por
voluntários que aceitaram o TCLE e que responderam o questionário durante a sua
vigência. Para melhor organização dos resultados, os acadêmicos foram
identificados como AC01 a AC23.
3.4 INSTRUMENTOS
Foram utilizados um Questionário Sócio Demográfico (APÊNDICE B) com 12
questões, relacionadas a informações sobre sexo, idade, moradia, estado civil,
situação de trabalho, graduação anterior, semestre cursado, quantidade de
disciplinas cursando, e ainda duas questões discursivas sobre 1) como está sendo a
reta final do curso e 2) sugestão sobre o que a instituição universitária poderia fazer
para ajudar os acadêmicos a lidar de maneira adequada com as situações
características do último ano da graduação e o Questionário de Saúde Geral de
44
Goldberg QSG - 60 (ANEXO A). Os dois instrumentos foram disponibilizados no
grupo do Facebook para os estudantes adicionados no grupo responderem através
de link.
Vale ressaltar que o Questionário de Saúde Geral se trata de um instrumento
psicológico criado por Goldberg em 1972 e adaptado à população brasileira por
Pasquali et al. (1996). Foi criado com objetivo de identificar a severidade de distúrbio
psicológico. Nesse sentido é composto por 60 questões em escala do tipo likert que
varia de 1:“menos do que de costume” a 4: “muito mais que de costume”
Por ser um instrumento psicológico, é de uso privativo do psicólogo, sua
utilização é regulamentada pela portaria CFP n° 002/2003. Atualmente, este
instrumento não está aprovado pelo CFP para ser utilizado profissionalmente, porém
pode ser utilizado na realização de pesquisas e estudos (CFP, 2003). Para ser
utilizado na presente pesquisa, o instrumento foi buscado junto a coordenação do
curso de Psicologia.
Além desses instrumentos, foram publicadas duas questões (APÊNDICE C)
no grupo para serem discutidas, sobre 1) como se sentiam em relação a reta final do
curso e 2) quais sinais e sintomas sentiam depois de iniciar essa fase com objetivo
de maior aprofundamento sobre o tema.
Os questionários foram transcritos e disponibilizados no grupo do Facebook
através de link da plataforma de formulários google, juntamente com o TCLE. Os
participantes só tiveram acesso aos questionários depois de responder “SIM” ao
TCLE, os que não aceitaram o Termo não tiveram acesso aos instrumentos.
O Sofrimento Psíquico ou a presença de Transtorno Mental Menor (TMM) foi
definido por escores acima do percentil 90 no Questionário de 60 itens de Saúde
Geral de Goldberg adaptado à nossa população por Pasquali et al. (1996). O QSG-
60 possui 5 fatores: 1- tensão ou stress psíquico; 2 - desejo de morte; 3 - falta de
confiança capacidade de desempenho/auto eficácia; 4 - distúrbios do sono; 5 -
distúrbios psicossomáticos, e um fator geral que verifica a severidade da ausência
de saúde mental.
45
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
A etapa de conclusão da graduação é permeada de novidades e desafios
para os acadêmicos. No caso do curso de Psicologia, é uma fase caracterizada pelo
início de dois estágios específicos em campos e atuação profissional, onde o
acadêmico vivenciará a prática profissional supervisionada por profissional do campo
e por um professor. Para a composição da nota os estudantes fazem prova e
elaboram relatórios ou artigos referentes à experiência no campo.
Geralmente, nesse período também se inicia o Trabalho de Conclusão de
Curso realizado com a orientação de um professor. Além disso, de acordo com a
grade curricular, o estudante cursará a disciplina Tópicos Especiais em Psicologia no
9° período e a Optativa no 10º período. Ou seja, é uma etapa diferente do início do
curso, no sentido de que o estudante se depara com a prática profissional, a
elaboração de trabalho final e após isso, o mercado de trabalho.
Para entender como se caracteriza e como os acadêmicos vivenciam este
momento, durante o mês de setembro e meados de novembro/2017 realizou-se
pesquisa com os acadêmicos de Psicologia do 9° e 10° períodos do CEULP/ULBRA,
através da criação de um grupo na rede social Facebook e disponibilização do
questionário online através de link dos formulários Google. Neste período,
responderam ao instrumento 23 estudantes. Os dados e informações obtidos, foram
analisados através de gráficos e da Análise do Discurso, conforme gráficos e
discussões a seguir.
4.1 PERFIL DOS ACADÊMICOS DE PSICOLOGIA
O perfil dos acadêmicos foi obtido através do Questionário Sócio
Demográfico. Os resultados obtidos foram organizados em tabelas, conforme segue.
O gráfico 01 aponta a faixa etária dos estudantes pesquisados:
46
Gráfico 01: Faixa etária dos acadêmicos
Os acadêmicos do último ano da graduação possuem idades que variam de
20 a 55 anos de idade, com maioria estando entre os 21 e 29 anos. Destes, 17%
tem 21 anos de idade, 13% tem 22 e 26 anos e 8% estão com 23 e 29 anos, o que
mostra a heterogeneidade da amostra estudada em relação à faixa etária. Esses
dados também revelam uma média de 22 anos de idade, ou seja, a amostra é
composta principalmente por estudantes jovens. O gráfico 02 mostra o sexo dos
acadêmicos pesquisados:
Gráfico 02: Sexo dos acadêmicos
83%
17%
FEMININO
MASCULINO
47
Em relação ao sexo, dos 23 estudantes que responderam ao questionário, 19
(82,6%) são do sexo feminino e 4 (17,4%) do sexo masculino. Esse dado corrobora
com o evidenciado por Lisboa e Barbosa (2009) quando afirmam que o curso de
Psicologia possui predominância do sexo feminino. Característica que também
condiz com a realidade do mercado de trabalho, em que 90% dos profissionais de
Psicologia são do sexo feminino (CFP, 2012). O gráfico 03 mostra a situação de
moradia dos estudantes, com quem moram:
Gráfico 03: Situação de moradia dos acadêmicos
A moradia dos universitários é apontada como aspecto que contribui para a
vulnerabilidade à crises, pois muitos precisam sair da casa dos pais para estudar, o
que requer adaptação a um novo ambiente e experiências (BASSO, 2008; BOHRY,
2007; CERCHIARI et al, 2004). A maioria dos estudantes pesquisados moram com
os pais (39%) ou com os cônjuges (39%), aspecto que pode contribuir com o
enfrentamento das possíveis crises durante a graduação, pois podem ser um
suporte social ao acadêmico (CERCHIARI, 2004; BONIFÁCIO et al, 2011,
PADOVANI et al, 2014).
Outra situação importante para os acadêmicos é o trabalho. O gráfico 04
mostra a situação atual de emprego dos estudantes:
02468
109 9
3
1 1
Com os pais Esposo/Marido/Conjuge Com amigos Irmã Sozinho
48
Gráfico 04: Situação de trabalho dos acadêmicos
O gráfico evidencia que 68% (15) dos estudantes não trabalha atualmente, ou
seja, estão se dedicando apenas aos estudos. Esse aspecto pode ser explicado pela
característica do curso, que é matutino, mas que possui algumas disciplinas no
período da tarde.
Outro aspecto pesquisado foi o período cursado pelos acadêmicos, conforme
mostra o gráfico 05:
Gráfico 05: Período cursado pelos participantes
Dos estudantes que responderam ao questionário, 65% (15) estão no nono
período, ou seja, iniciando o último ano da graduação composto pela produção do
pré-projeto de TCC e da entrada nos estágios específicos. Ou seja, a maioria está
2
15
5
0 2 4 6 8 10 12 14 16
Estágio remunerado
Não trabalha
Trabalha
49
iniciando uma nova fase do curso, a qual possui novidades em relação ao que
estudaram até esse momento. O gráfico 06 mostra o índice dos estudantes que
possuem formação anterior:
Gráfico 06: Graduação anterior
O gráfico aponta que 91% dos pesquisados estão na primeira graduação.
Para esses acadêmicos, a fase final do curso pode ser uma fase crítica, pois é a
primeira vez que irão elaborar um Trabalho de Conclusão de Curso e irão precisar
desempenhar o papel de profissional que, mesmo com a supervisão de outro
profissional e de um professor, pode ser gerador de ansiedade (BONIFÁCIO et al,
2011; VIEIRA e SCHERMANN, 2015).
Os gráficos 07 e 08 mostram o quantitativo de disciplinas em que os alunos
estão matriculados e se também estão cursando as duas ênfases e o tcc,
respectivamente:
Gráfico 07: Quantitativo de disciplinas em curso
1 1 2
1
6 7
3 2
0
2
4
6
8
Nenhuma 1 disciplina 2 disciplinas 3 disciplinas
4 disciplinas 5 disciplinas 6 disciplinas 7 disciplinas
50
Gráfico 08: Quantitativo de matriculados nos Estágios em Ênfase e TCC
A maioria está com 4 (26%), 5 (30%) e 6 disciplinas, ou seja, com os estágios,
o tcc e mais um, duas, ou três disciplinas do curso. Levando em consideração que o
esperado pela matriz curricular (Anexo B) no último ano da graduação é a matrícula
nas duas ênfases, no tcc e em uma disciplina, pode-se afirmar que alguns
estudantes podem estar sobrecarregados, uma vez que, como mostra o gráfico 08,
91% estão matriculados nas duas ênfases e no TCC, disciplinas que exigem
dedicação dos estudantes, o que, combinado com as outras disciplinas pode
sobrecarregá-los, causar cansaço e exaustão e influenciar em seu desempenho
(BONIFÁCIO, et al, 2011, VIEIRA e SCHERMANN, 2015, GOMES, 2017b).
Porém, vale lembrar que a grade do curso de Psicologia no CEULP/ULBRA é
aberta, o que significa que os estudantes têm liberdade para escolher quantas e
quais disciplinas irão cursar em cada semestre.
Esse acúmulo de matérias pode ser em decorrência de vários motivos, como
por exemplo, pressa em terminar o curso, motivos financeiros, como prazo para
término do financiamento estudantil (FIES), entre outros. Isso acaba causando
estresse psicológico nos estudantes, porém, muitas vezes é causado pelo próprio
estudante, uma vez que a grade é aberta e ele pode escolher as disciplinas que irá
cursar no semestre (BOHRY, 2007).
21
1
1
nas duas ênfases e tcc
somente nas duas enfases
somente tcc
0 5 10 15 20 25
nas duas ênfases e tcc somente nas duas enfases somente tcc
51
4.2 PERFIL DA SAÚDE MENTAL DOS ACADÊMICOS DE PSICOLOGIA
O Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG-60) foi utilizado para
identificar a presença de Sofrimento Psíquico ou de Transtorno Mental Menor, no
qual escores acima do percentil 90 foram considerados indicativos de ausência de
saúde mental, evidenciando a presença de sofrimento e TMM.
O QSG-60 possui 5 fatores: 1- tensão ou stress psíquico; 2 - desejo de morte;
3 - falta de confiança na capacidade de desempenho/auto-eficácia; 4 - distúrbios do
sono; 5 - distúrbios psicossomáticos, e um fator geral que verifica a severidade da
ausência de saúde mental. O gráfico 09 mostra os resultados deste instrumento:
Gráfico 09: Resultado do Questionário de Saúde Geral
Como mostrado pelo gráfico 09, os fatores com maiores escores foram os
Distúrbios Psicossomáticos (33,3%), seguido pelo Stress Psíquico (23,5%) e
Desconfiança no próprio Desempenho (21,6%). Relacionados a estes aspectos
foram observados outros que também influenciam na saúde mental dos acadêmicos,
como o cansaço, insegurança, preocupação com o mercado de trabalho e
desemprego e alegria em vivenciar este momento da graduação. Os três fatores e
os outros aspectos identificados nas falas dos acadêmicos serão analisados a
seguir.
52
4.2.1 Distúrbios Psicossomáticos
Em relação aos Distúrbios Psicossomáticos, observado em 17 (33,3%)
participantes, estes também foram relatados nas respostas discursivas dos
acadêmicos, sendo relatados por 06 acadêmicos, como mostram os trechos abaixo:
“As dores de cabeça são constantes, principalmente quando me preocupo com algo”. AC02 “Já tive sintomas de labirintite devido ao estresse”. AC08 “Já tive crise de ansiedade sinto falta de ar, palpitações e inquietação constante, fico nervosa quando não consigo atingir a meta estabelecida e acabo travando. Coloco um valor sentimental muito grande nas coisas que faço e me sinto frustrada interiormente quando não consigo realizar”. AC12 “Os dias parecem mais curtos e a dores no corpo o cansaço, a ansiedade toma conta de mim”. AC13 “Adquiri problemas estomacais durante TCC I - semestre passado, minha visão parece estar piorando (leio de madrugada e durmo cerca de 3 a 4h por dia/noite (...) dor de cabeça também (...) Semestre passado passei muito mal... Olhando para trás, não sei como sobrevivi (...) Muitas coisas que se misturam e ao mesmo tempo que nos impulsionam para a frente, também pesam nos nossos joelhos, e alguns passos se tornam dolorosos”. AC17. “Apresentei crise de ansiedade com falta de ar, taquicardia, sentimento de catástrofe eminente, angústia, insônia por dias seguidos, fisicamente apresentou dores de cabeça constante, tensão muscular, resfriados, infecção urinária”. AC18
De acordo com a OMS (2001), a psicossomática estuda a inter-relação entre
sintomas físicos e fatores emocionais. O fator Distúrbios Psicossomáticos expressa
problemas de ordem orgânica, como sentir-se mal de saúde, dores de cabeça,
fraquezas, entre outros (GOLDBERG, 1996).
Como mostrado nos trechos acima, alguns acadêmicos, quando iniciaram a
fase de conclusão do curso, começaram a sentir dores de cabeça e no corpo de
maneira geral. Esse aspecto mostra o quanto os fatores emocionais podem
influenciar a saúde física dos acadêmicos.
Marty (1993) afirma que a somatização decorre de inadequações do sujeito
às condições de vida em que se encontra e, uma vez que essas condições não se
apresentam de maneira adequada, o sujeito precisa se adaptar a elas da melhor
53
maneira, através dos meios que dispõe de acordo com variáveis de idade, lugar e
momento.
Ou seja, os sintomas psicossomáticos se expressam no momento em que o
acadêmico passa por dificuldades e não consegue adaptar-se e manter a
homeostase. E essa fase da graduação, como dito anteriormente, possui novidades
para o aluno e requer adaptação.
4.2.2 Sensação de Cansaço
Outro aspecto que chamou atenção no QSG e nas respostas discursivas foi o
cansaço que os estudantes sentem nesta etapa do curso. A questão n° 3 do
instrumento questiona se o sujeito tem se sentido cansado (fatigado) e irritadiço e
possui como alternativas: 1. Não, absolutamente; 2. Não mais do que de costume; 3.
Um pouco mais do que de costume e 4. Muito mais do que de costume. Os
acadêmicos marcaram apenas as opções 3 (52,2%) e 4 (47,8%), fato que revela a
presença de cansaço, como mostrado no gráfico 10:
Gráfico 10: Sensação de Cansaço dos acadêmicos
As falas dos acadêmicos evidenciaram o mesmo aspecto e estão
relacionadas às diversas atividades que os discentes precisam realizar, como os
estágios, o tcc e outras disciplinas, característicos de final de curso (VASCO,
BARBOSA e BATISTA, 2016). Esse aspecto foi relatado por 5 acadêmicos,
conforme trechos abaixo:
54
“O cansaço físico também é bastante frequente. São muitas atividades acadêmicas as quais é preciso engajamento”. AC03 “Apesar de sempre está na correria durante a graduação, nesse momento está sendo mais corrido devido ter mais obrigações para cumprir e primeira vez estar passando por esse processo”. AC06 “Me sinto esgotada, cansada, sono, e o pior de td é o TCC”. AC07 “Sentindo dificuldade em encontrar momentos para ter pausas de descanso, lazer, atividades que proporcione distração, atividade física, o que causa sensação de cansaço, e aumente a dificuldade de concentração para estudos necessários para a prática do estágio e outras atividades, causando sentimento de culpa, gerando ansiedade e estresse”. AC18 “percebo-me muito cansada ou seja, exaustão”. AC19
Nota-se assim, que o último ano da graduação é caracterizado por atividades
que possibilitam a sensação de cansaço nos estudantes, uma vez que exigem
dedicação e engajamento, conforme relatado pelos estudantes.
4.2.3 Stress Psíquico
O segundo aspecto com alto escore foi o stress psíquico, que atinge 23,5%
dos acadêmicos pesquisados e também está presente no discurso de 9 deles, como
mostram os trechos:
“Estou vivendo uma situação paradoxal, pois ao mesmo tempo que me sinto alegre por estar concluindo o curso, também me sinto tenso, ansioso e me percebo estressado (...) me sinto pressionado com os prazos que temos a cumprir”. AC01 “Nesse último ano tenho sentido muita ansiedade, medo, insegurança, devido ao tempo de entrega do tcc”. AC02 “Sinto-me pressionada, na verdade, a pressão é em função de uma autocobrança que é anterior a faculdade”. AC03 “Bastante “adoecedor”. Rotina da extrema exigência acadêmica; crises de ansiedade em relação a aspectos de aprovação, notas acima de média”. AC04 “Muito pressionada e angustiada com os requisitos exigidos para tcc e ênfase. Já tive sintomas de labirintite devido ao estresse”. AC08 “muita tensão devido a quantidade de afazeres na reta final do curso (tcc, estágio, disciplinas)”. AC10
55
“Esta sendo difícil a adaptação referente à rotina dos últimos períodos de faculdade, lidar com pressão de familiares sobre a finalização do curso, procura de empregos e pressão referente ao TCC”. AC20 “Falta de tempo para atividades externas, sobrecarga de cobranças acadêmicas, pressão nas ênfases e no TCC”. AC21 “Essa reta final traz muita ansiedade, os estágios, tcc e a auto cobrança do que fará após a graduação são muitas, para um único momento”. AC23
Assim como no cansaço, como pode se observar nas falas acima, o estresse
está relacionado às várias atividades que precisam fazer no último ano da
graduação e os prazos referentes a elaboração e entrega do Trabalho de Conclusão
de Curso, que para a maioria, é a primeira vez que passam por esse processo.
Muitos sentem-se pressionados com os prazos e acabam sentindo ansiedade e
estresse. Vale ressaltar que a fase de conclusão é também um momento de
transição no processo de graduação, pois possui tarefas que exigem adaptação do
acadêmico (OLIVEIRA, 2003).
O estresse é determinado pela pessoa que o experimenta. Nesse sentido, o
estresse percebido pelos acadêmicos pode variar, alguns podem sentir mais
estresse que outros nessa fase da graduação, uma vez que há um relacionamento
mutável entre exigências, restrições e assistências, que influenciam a percepção
desse sintoma pelos acadêmicos (MARTINS, TREVISANI, AMORIM, 2005).
Assis et al (2013) afirma que a vida do acadêmico no último período está
sujeita a diversas reações emocionais como preocupações, medos e constitui-se em
um período de maior estresse. Em pesquisa com 25 acadêmicos do décimo período
do curso de Psicologia de uma faculdade privada, os autores constataram a
presença de estresse em 72% dos discentes. Esse dado corrobora com os
resultados da presente pesquisa, em que o fator estresse foi o segundo com escore
alto.
4.2.4 Desconfiança no Desempenho
Outro fator determinante da ausência de saúde demonstrado no QSG foi a
Desconfiança no Desempenho, sendo o 3° fator com alto escore, presente em
56
21,6% dos pesquisados. Esse fator também apareceu nas falas de 5 estudantes,
conforme trechos apresentados:
“as emoções com certeza estão rebaixadas, no sentido de que experimento sensação de tristeza, desmotivação e desesperança”. AC03
“sentimentos de impotência no ques diz respeito a formação acadêmica”. AC04
“tenho medo de não conseguir finalizar o processo diante das datas, dos critérios, regras e pressões em todos os âmbitos”. AC12
“E o medo de não conseguir escrever o tão temido tcc”. AC13 “Tenho muito medo de ser uma profissional medíocre, de não saber nada, ou de fazer besteira”. AC17
Essa preocupação com o desempenho pode estar relacionada, conforme
relato dos acadêmicos, com ansiedade, pressão e estresse, pois principalmente a
ansiedade pode trazer como consequências questionamentos sobre as ameaças ao
futuro, ao desempenho, à auto eficácia, entre outros aspectos referentes à formação.
Outrossim, as exigências e os prazos deste período, geram, naturalmente,
insegurança (BRANDTNER, BARDAGI, 2009).
4.2.5 Insegurança e mercado de trabalho
A insegurança identificada nas falas dos estudantes também está relacionada
com mercado de trabalho, preocupação também presente em suas falas, sendo
identificada em 6 discursos:
“Sentimento de insegurança em relação à iniciação no mercado de
trabalho (...) há a variável de se organizar para começar a trabalhar”.
AC03
“Sensibilidade extrema, insegurança quanto ao futuro, vontade de
desistir”. AC05
“Pressão em relação ao futuro, incertezas em relação ao mercado de
trabalho”. AC10
57
“Ao mesmo tempo a incerteza do futuro emprego é atordoador”.
AC11
“A questão financeira também me preocupa, conseguir um emprego após a formatura, coisas desse gênero”. AC17 “Está sendo difícil a adaptação referente à rotina dos últimos
períodos de faculdade, lidar com pressão de familiares sobre a
finalização do curso, procura de empregos e pressão referente ao
TCC”. AC20
A literatura mostra que a preocupação com o mercado de trabalho, nos
momentos finais da graduação é comum (BONIFÁCIO et al, 2011; PADOVANI et al,
2014, VIEIRA e SCHERMANN, 2015, GOMES, 2017a).
Oliveira (2003) afirma que o período de formatura e inserção no mercado de
trabalho se caracteriza por expectativas e ansiedades em relação ao futuro. Trata-se
de uma fase tensa, porém os discentes conseguem superar sem maiores
consequências negativas. A formatura representa o ingresso no mercado de
trabalho, que está cada vez mais exigente, tornando a busca pelo emprego difícil, o
que pode causar no universitário sentimento de incapacidade.
4.2.6 Saúde Geral e Desemprego
A questão do trabalho é tão importante para esses acadêmicos que foi
possível estabelecer uma relação entre a falta de uma atividade remunerada e a
saúde mental dos estudantes. Esse aspecto interfere de maneira negativa no fator
saúde geral e nos fatores Distúrbios Psicossomáticos, Stress Psíquico e
Desconfiança no Desempenho (CERCHIARI, 2004), tendo em vista que aqueles que
se encontram nessa situação apresentaram escores significativamente maiores
(56,5%) do que os que estavam empregados (13%) ou realizando estágios
remunerados (8,6%), conforme evidenciado na tabela 04.
58
Tabela 04: Relação entre fatores sintomáticos e situação de trabalho
FATORES Não trabalham Trabalham Estagiam
N° % N° % N° %
Stress psíquico 8 34,7 3 13,0 1 4,3
Desejo de morte 5 21,7 1 4,3 0 -
Desconfiança no desempenho 9 39,1 1 4,3 1 4,3
Distúrbios do sono 4 17,3 1 4,3 1 4,3
Distúrbios Psicossomáticos 12 52,1 3 13,0 2 8,6
SAÚDE GERAL 13 56,5 3 13,0 2 8,6
Em relação ao fator geral do QSG, 18 acadêmicos obtiveram percentil maior
ou igual a 90, ou seja 78%, evidenciando ausência de saúde mental e presença de
Transtornos Mentais Menores. Esse resultado foi maior que de outros estudos
realizados, como o de Cerchiari (2004) com 558 universitários de diferentes cursos e
períodos, em que se obteve como resultado a prevalência de TMM em 25% da
amostra e os fatores mais acentuados, principalmente em acadêmicos concluintes,
foram: distúrbios psicossomáticos, estresse psíquico e desconfiança no
desempenho, semelhante aos resultados da presente pesquisa. Essa diferença na
porcentagem pode ser explicada pelo tamanho da amostra de universitários.
Outros estudos (GASTAUD et al 2006; FIOROTTI et al, 2010; SILVA e
COSTA, 2012, PADOVANI et al, 2014; ANDRADE et al, 2015; ANSOLIN et al, 2015)
com estudantes universitários do curso de Psicologia, entre outros, obtiveram
resultados semelhantes aos de Cerchiari (2004), mostrando que os universitários de
maneira geral são vulneráveis ao desenvolvimento de transtornos mentais.
Souza e Ramos (2016) realizaram uma pesquisa com 100 graduandos, a qual
apontou que 68% dos estudantes desenvolveram algum distúrbio físico ou
psicológico no período universitário (depressão, ansiedade, gastrite, pânico, crises
de enxaqueca, insônia, entre outras), um alto escore, como o da presente pesquisa.
É um dado importante e preocupante, porém as autoras enfatizam que o
desenvolvimento de transtornos não é, impreterivelmente, desencadeado pela
universidade, pois a pessoa possui dificuldades e limitações anteriores que podem
ser potencializadas ao ingressarem na universidade.
59
4.2.7 Sentimento de alegria e apreensão
Outro aspecto importante levantado nas falas dos acadêmicos é o misto de
alegria e apreensão neste momento da graduação, uma vez que 5 dos acadêmicos
pesquisados relataram este sentimento:
“sinto alegre por estar concluindo o curso”. AC01
“Primeiramente, minha vivência na reta final do curso está sendo um
misto de sentimentos, por um lado bom saber que estou perto de
concluir e prestes a realizar um sonho. Ao mesmo tempo está sendo
uma fase muito difícil”. AC02
“Estou achando corrido. Porém, gratificante por está aprendendo na
prática tudo que aprendi”. AC 06
“Feliz por estar concluindo um curso tão sonhado”. AC09
“Um tempo que é rico, delicado e exigente (...) O sentimento é de
satisfação e privilégio. (...) Temor, satisfação e respeito são, enfim,
os sentimentos”. AC14
Nota-se que mesmo diante de tudo que foi apresentado, os acadêmicos
também veem essa fase do curso como gratificante em relação ao aprendizado
oportunizado pela experiência dos estágios e como um momento de alegria pela
realização de um sonho ou mesmo pela tão esperada formatura. Esse aspecto pode
contribuir para o enfrentamento das dificuldades e crises que possam aparecer neste
período.
4.3 SUGESTÕES DOS ACADÊMICOS EM RELAÇÃO AO ÚLTIMO ANO DA
GRADUAÇÃO
Os estudantes foram questionados sobre sua opinião relacionada ao que a
instituição universitária poderia fazer para ajudar os acadêmicos do último ano da
graduação a lidar de maneira adequada com as situações características desta fase.
As respostas foram variadas, conforme relacionadas abaixo:
● Serviço de Psicologia para os acadêmicos do último ano (sugerido por 8
acadêmicos);
60
● Grupos (Operativos terapêuticos, oficinas, utilização de técnica de
relaxamento, espaço para realização de atividade física, atividades para
serem realizadas nos intervalos de atendimentos no Sepsi, grupos atrelados à
disciplina de intervenção em crises ou intervenção de grupos) (sugerido por 6
acadêmicos);
● Amenizar as cobranças e exigências nessa fase (sugerido por 5 acadêmicos);
● Mudança na grade - apenas ênfase e tcc no último ano (sugerido por 2
acadêmicos);
● Projetos de extensão voltados para estes acadêmicos (sugerido por 1
acadêmico);
● Oferta de mais disciplinas no período noturno (sugerido por 1 acadêmico) ;
● Trabalho de Conclusão de Curso em dupla (sugerido por 1 acadêmico);
● Aumentar o tempo da supervisão e diminuir a quantidade de alunos por
supervisor (sugerido por 1 acadêmico);
● Instruções práticas voltadas à atuação profissional ao acadêmico concluinte -
como iniciar a vida profissional após a saída da faculdade (sugerido por 1
acadêmico).
De todas as intervenções sugeridas pelos acadêmicos, a Psicoterapia foi a
mais citada. Esse aspecto pode ser explicado pelo fato da psicoterapia, de maneira
geral, ser vista como um suporte e, como evidenciado, o discente precisa de algum
tipo de apoio nesta etapa da graduação, tendo em vista as várias atividades,
exigências e características da fase de conclusão do curso. É importante que esse
apoio venha da instituição de ensino, uma vez que pode haver acadêmicos que não
possuem condição financeira de fazer psicoterapia e eles, como estudantes e futuros
profissionais de Psicologia, sabem da importância e necessidade da psicoterapia.
Em algumas universidades do país já existem profissionais que realizam
atendimento psicológico a alunos e colaboradores, como por exemplo, na USP de
Ribeirão Preto, onde há o Centro de Orientação Psicológica (Copi) (JORNAL DA
USP, 2017).
Há ainda na USP a Frente Universitária de Saúde Mental, organizada por
alunos de diversos cursos da USP, a qual luta por serviços de acolhimento dentro
das faculdades e pela mudança curricular que tenha em vista a saúde mental do
aluno. Existe também a Liga Acadêmica de Saúde Comunitária (LASC), criada por
61
acadêmicas de psicologia da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF/MG) que
promove eventos sobre saúde mental e em setembro deste ano realizou o encontro
"Saúde Mental na Universidade: Reflexões e Diálogos sobre o Adoecimento
Psíquico" (GOMES, 2017a).
As pesquisas apresentadas e a presente mostram que existe demanda para
acompanhamento psicológico de estudantes universitários, inclusive os acadêmicos
de Psicologia, mas falta a oferta deste tipo de serviço (CERCHIARI, 2004;
GASTAUD et al 2006; FIOROTTI et al, 2010; SILVA e COSTA, 2012, PADOVANI et
al, 2014; ANDRADE et al, 2015; ANSOLIN et al, 2015)
Nota-se que as outras sugestões dos acadêmicos, como reorganização da
grade, referem-se a questões e características da fase de conclusão e de
organização do curso. Essas questões podem ser apresentadas e discutidas com a
coordenação do curso de Psicologia para verificação de sua possibilidade de
aplicação à realidade acadêmica.
62
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa teve como objetivo investigar a saúde mental de
estudantes universitários no último ano do curso de graduação em Psicologia do
Centro Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA.
A partir dos resultados obtidos, foi possível notar que a saúde mental de
grande parte dos discentes precisa de atenção, pois evidenciou-se a presença de
Transtornos Mentais Menores, que representam quadros menos graves e mais
frequentes de transtorno mental, que levam ao sofrimento psíquico e causam
impacto nos relacionamentos e qualidade de vida dos sujeitos, o que pode
comprometer o desempenho nas atividades diárias, e ainda podem desencadear o
desenvolvimento de transtornos mais graves.
Ou seja, foi possível perceber que no último ano da graduação os discentes
passam por momentos que podem gerar transtornos mentais, pois deparam-se com
a ansiedade, o estresse, a exaustão e a insegurança com relação ao futuro.
Além disso, foi verificada a presença de distúrbios psicossomáticos,
principalmente dores de cabeça, no corpo e cansaço; stress psíquico e desconfiança
no desempenho, além de insegurança em relação ao futuro, ligada a situação de
desemprego atual do acadêmico.
Todas essas situações foram identificadas como vivenciadas pelos
acadêmicos pesquisados, que se encontram na fase final da graduação. Estes
decorrem das características do final da graduação, período que envolve os
estágios, a elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, que, como mostrado,
requer uma nova adaptação do estudante e acaba gerando ansiedade, estresse e
sentimento de apreensão em relação ao seu desempenho e ao seu futuro.
Constatou-se que os estudantes precisam de apoio para conseguir lidar com
essa nova etapa do curso, e como eles mesmos sugeriram, esse suporte pode ser
através de psicoterapia individual ou em grupo e atividades voltadas aos concluintes.
Vale ressaltar que, durante a graduação, os acadêmicos são incentivados
pela coordenação e pelos professores a realizarem psicoterapia individual. Porém
alguns acadêmicos podem não possuir condição financeira para pagar psicoterapia
particular.
Também foi sugerido que o TCC fosse em dupla e nas falas dos acadêmicos
foi possível perceber que a elaboração deste trabalho é motivo de preocupação para
63
muitos. O curso de Psicologia possui disciplina que aborda sobre este trabalho,
porém ainda existe insegurança por parte dos discentes quanto a essa questão.
Dessa forma, vê-se a necessidade de momentos de exposição pedagógica
aos estudantes sobre os principais aspectos envolvidos na elaboração deste
trabalho. Como por exemplo, um passo-a-passo, que pode ser organizado através
de oficinas, como eles sugeriram ou mesmo dentro da disciplina Pesquisa em
psicologia e maior divulgação dos suportes que a instituição de ensino oferece,
como os Laboratórios de Produção Textual, de Instrumentalização Científica e o
Núcleo Alteridade.
Portanto, os acadêmicos precisam de uma atenção psicológica e
psicopedagógica. Nesse sentido, a instituição de ensino ou a coordenação do curso
de Psicologia poderiam oferecer um programa definido de suporte psicológico e
psicopedagógico aos universitários do último ano e também ao longo da graduação.
A presente pesquisa possui limitações e não foi investigado por exemplo, o
nível de estresse, ansiedade ou depressão nos acadêmicos, porém indícios desses
aspectos aparecem em suas falas. Sendo assim, pesquisas futuras poderiam
abordar esses transtornos em acadêmicos de psicologia, uma vez que são poucos
os trabalhos com essa temática.
Outro aspecto que poderia ser alvo de pesquisas é a saúde mental dos
professores, tendo em vista que uma das sugestões dos acadêmicos foi diminuir o
número de supervisionados por docente. Pode-se investigar como estes
profissionais se sentem, se há sobrecarga de trabalho, uma vez que eles ministram
aula, supervisionam os acadêmicos nos estágios e também nos TCC’s.
Cada vez mais, nota-se a necessidade de questões como essas serem
investigadas na comunidade universitária, pois a universidade é formadora da
identidade profissional. Nesse sentido, espera-se que esta pesquisa contribua para o
desenvolvimento de futuras pesquisas favorecendo a compreensão deste fenômeno
na área e na perspectiva da psicologia.
64
REFERÊNCIAS
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72
APÊNDICES
73
APÊNDICE A: TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
RESOLUÇÃO CNS Nº 466/12
Esta pesquisa tem como objetivo compreender a saúde mental dos acadêmicos do curso de Psicologia do CEULP/ULBRA, intitulado: “SAÚDE MENTAL EM ACADÊMICOS DO CURSO DE PSICOLOGIA DO CEULP/ULBRA” e é desenvolvida pela Acadêmica – Pesquisadora Adriele Freire Monteiro e pela Orientadora e Pesquisadora Responsável Profª Drª Irenides Teixeira. A pesquisa se justifica em virtude de que a entrada em um curso superior exige do estudante adaptação e integração a um novo ambiente, a um novo contexto pessoal e social, que podem deixá-los susceptíveis a crises e perturbações emocionais. Frente a isso, a pesquisa visa compreender como se dão essas manifestações durante a graduação em psicologia nos diferentes períodos. Em razão disso, você está sendo convidad@ a participar deste estudo. Sua participação nesta pesquisa consistirá em participar do grupo na rede social facebook chamado “Último ano psicologia” e responder a dois questionários, um sobre saúde geral (QSG - Goldberg), e outro Sócio Demográfico. Além disso, para melhor aprofundamento do tema, será requisitado a comentar questões do QSG no grupo. O benefício relacionado a sua participação será em colaborar com a ampliação de conhecimentos científicos sobre a temática e sugestões de possibilidades de intervenção em relação a saúde mental dos acadêmicos de psicologia.
Esclareço que seu nome não será revelado, a fim de garantir a sua privacidade. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo nem durante a realização da pesquisa.
A sua participação neste estudo é completamente voluntária e você pode recusar-se a participar ou interromper sua participação a qualquer momento sem penalidades ou perda de benefícios aos quais você tem direito. Você será esclarecid@ sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. A participação no estudo não acarretará custos para você e não será disponível nenhuma compensação financeira adicional. Solicito a sua assinatura neste consentimento, a fim de confirmar a sua compreensão em relação a este convite, e sua disposição em contribuir na realização do trabalho, em concordância com a Resolução do Conselho Nacional de Saúde nº 466/12, que regulamenta a realização de pesquisas envolvendo seres humanos. Caso tenha interesse em conhecer o texto da resolução você pode acessá-lo no link a seguir: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/reso_96.htm>.
Fica também garantida indenização em casos de danos, comprovadamente decorrentes da participação na pesquisa, conforme decisão judicial ou extra-judicial. Não há nenhum tipo de gratificação remunerada pela participação desta pesquisa, pois se trata de uma participação voluntária.
O questionário acerca do tema informado será usado somente para fins acadêmicos, e ao final, terá uma devolutiva do resultado da pesquisa podendo ser solicitado pelo email: [email protected]. Desde já, agradeço a sua atenção.
74
DECLARAÇÃO DO PARTICIPANTE: Eu, _____________________________________________________ fui informada(o) dos objetivos da pesquisa acima de maneira clara e detalhada e esclareci minhas dúvidas. Sei que em qualquer momento poderei solicitar novas informações e mudar a minha decisão, se assim o desejar. A professora responsável pela pesquisa, IRENIDES TEIXEIRA e os acadêmicos do CEULP certificaram-me de que todos os dados desta pesquisa serão confidenciais. Em caso de dúvidas não esclarecidas de forma adequada pelo(s) pesquisador (es), de discordância com os procedimentos, ou de irregularidades de natureza ética poderei ainda contatar o Comitê de Ética em Pesquisa do CEULP/ULBRA, com endereço na Avenida Teotônio Segurado 1501 Sul Palmas - TO CEP 77.019-900, Telefone: 3219-8076, E-mail: [email protected]. Declaro que concordo em participar desse estudo. Recebi uma cópia deste termo de consentimento livre e esclarecido e me foi dada a oportunidade de ler e esclarecer as minhas dúvidas. Nome do Participante: _________________________________________________________ Assinatura: _________________________________________________________________ Data: ____/____/_____
IRENIDES TEIXEIRA Pesquisadora Responsável
75
APÊNDICE B: QUESTIONÁRIO SÓCIO DEMOGRÁFICO
Dados demográficos
1. Idade
_______________________
2. Sexo
_______________________
3. Estado Civil
casado ou mora junto
solteiro
viúvo
desquitado, divorciado, separado
4. tem filhos?
Não
Sim. Quantos? ____
5. Com quem você mora atualmente?
sozinho
com os pais
com parentes
com amigos
outros. __________________________
6. Semestre que cursa:_________
7. Qual sua situação de trabalho?
trabalho
realizo estágio
não trabalho/não realizo estágio
8. Possui graduação anterior?
Não
Sim. Qual?_______________________
9. Em quantas disciplinas está matriculado? _________
10. Em relação aos estágios em ênfase e tcc, está matriculado,
( ) apenas em uma ênfase
( ) apenas nas duas ênfases
( ) nas duas ênfases e tcc
( ) somente tcc
11. Fale um pouco sobre o momento que está vivenciando na reta final do curso
76
(como percebe, como caracteriza, dificuldades inclusive emocionais, crises, como se
sente ou se sentiu, problemas de saúde)
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
12. Tem alguma sugestão sobre o que a instituição universitária poderia fazer para
ajudar os acadêmicos a lidar de maneira adequada com as situações características
do último ano da graduação?
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________
77
APÊNDICE C: QUESTÕES PUBLICADAS NO GRUPO
Como estão se sentindo, hoje, em relação ao curso?
Quais os sintomas e principais desafios que estão vivendo?
( ) dores ( ) agitação
( ) insônia
( ) cefaleias
( ) tonturas
( ) inibição
( ) fadiga
( ) alteração do apetite ou do funcionamento digestivo, ( )manifestações dermatológicas ( ) Outros. __________________________________________________________
78
ANEXOS
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ANEXO A: QUESTIONÁRIO DE SAÚDE GERAL DE GOLDBERG (QSG-60)
CADERNO DE APLICAÇÃO
(Adaptação Brasileira)
Por favor,
Leia com atenção
Neste questionário é apresentada uma série de 60 (sessenta) afirmações sobre o
estado de saúde das pessoas em geral. Sua tarefa consiste em dizer se as
afirmações se aplicam ou não a você. RESPONDA, por obséquio, A TODAS AS
PERGUNTAS nas páginas que se seguem, escrevendo, no quadrinho da Folha de
Respostas correspondente à questão que está sendo respondida, o número que
corresponde à alternativa que você acha que se aplica a você.
É NECESSÁRIO QUE VOCÊ RESPONDA A TODAS AS QUESTÕES. Se
porventura nenhuma das quatro alternativas corresponderem à resposta que você
gostaria de dar, mesmo assim escolha aquela que mais se aproxime de você. Mas
lembre-se que o interesse está em saber como você tem se sentido ultimamente e
não como você se sentia no passado.
É importante que você procure responder a todas as perguntas.
____________________________
PODE COMEÇAR
80
Você ultimamente:
1. Tem se sentido perfeitamente bem e com boa saúde?
1. Melhor que de costume
2. Como de costume
3. Pior que de costume
4. Muito pior do que de costume
2. Tem sentido necessidade de tomar fortificantes (vitaminas)?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
3. Tem se sentido cansado (fatigado) e irritadiço?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
4. Tem se sentido mal de saúde?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais que de costume
4. Muito mais do que de costume
5. Tem sentido dores de cabeça?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais que de costume
4. Muito mais do que de costume
6. Tem sentido dores na cabeça?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais que de costume
4. Muito mais do que de costume
7. Tem sido capaz de se concentrar no que faz?
1. Melhor que de costume
2. Como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
81
8. Tem sentido medo de que você vá desmaiar num lugar público?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
9. Tem sentido sensações (ondas) de calor ou de frio pelo corpo?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
10. Tem suado (transpirado) muito?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
11. Tem acordado cedo (antes da hora) e não tem conseguido dormir de novo?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
12. Tem levantado sentindo que o sono não foi suficiente para lhe renovar as
energias?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
13. Tem se sentido muito cansado e exausto, até mesmo para se alimentar?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
14. Tem perdido muito sono por causa de preocupações?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
82
15. Tem se sentido lúcido e com plena disposição mental?
1. Melhor que de costume
2. Como de costume
3. Menos lúcido do que de costume
4. Muito menos do que de costume
16. Tem se sentido cheio de energia (com muita disposição)?
1. Melhor que de costume
2. Como de costume
3. Com menos energia do que de costume
4. Com muito menos energia do que de costume
17. Tem sentido dificuldade em conciliar o sono (pegar no sono)?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
18. Tem tido dificuldade em permanecer dormindo após ter conciliado o sono
(após ter pego no sono)?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
19. Tem tido sonhos desagradáveis ou aterrorizantes?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
20. Tem tido noites agitadas e mal dormidas?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
21. Tem conseguido manter-se em atividade e ocupado?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Um pouco menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
83
22. Tem gasto mais tempo para executar seus afazeres?
1. Mais rápido do que de costume
2. Como de costume
3. Mais tempo do que de costume
4. Muito mais tempo do que de costume
23. Tem sentido que perde o interesse nas suas atividades diárias?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
24. Tem sentido que está perdendo interesse na sua aparência pessoal?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
25. Tem tido menos cuidado com suas roupas?
1. Mais cuidado do que de costume
2. Como de costume
3. Menos cuidado do que de costume
4. Muito menos cuidado do que de costume
26. Tem saído de casa com a mesma freqüência de costume?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
27. Tem se saído tão bem quanto acha que a maioria das pessoas se sairiam
se estivesse em seu lugar?
1. Melhor que de costume
2. Mais ou menos igual
3. Um pouco pior
4. Muito pior
28. Tem achado que de um modo geral tem dado boa conta de seus afazeres?
1. Melhor que de costume
2. Como de costume
3. Pior do que de costume
4. Muito pior do que de costume
84
29. Tem se atrasado para chegar ao trabalho ou para começar seu trabalho em
casa?
1. Não, absolutamente
2. Não mais atrasado do que de costume
3. Pouco mais atrasado do que de costume
4. Muito mais atrasado do que de costume
30. Tem se sentido satisfeito com a forma pela qual você tem realizado suas
atividades (tarefa ou trabalho)?
1. Mais satisfeito do que de costume
2. Como de costume
3. Menos satisfeito do que de costume
4. Muito menos satisfeito do que de costume
31. Tem sido capaz de sentir calor humano e afeição por aqueles que o
cercam?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
32. Tem achado fácil conviver com outras pessoas?
1. Mais fácil do que de costume
2. Tão fácil como de costume
3. Mais difícil do que de costume
4. Muito mais difícil do que de costume
33. Tem gasto muito tempo batendo papo?
1. Mais tempo do que de costume
2. Tanto quanto de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
34. Tem tido medo de dizer alguma coisa às pessoas e passar por tolo (parecer
ridículo)?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
35. Tem sentido que está desempenhando uma função útil na vida?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Menos útil do que de costume
85
4. Muito menos do que de costume
36. Tem se sentido capaz de tomar decisões sobre suas coisas?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
37. Tem sentido que você não consegue continuar as coisas que começa?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
38. Tem se sentido com medo de tudo que tem que fazer?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
39. Tem se sentido constantemente sob tensão?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
40. Tem se sentido incapaz de superar suas dificuldades?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
41. Tem achado a vida uma luta constante?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
42. Tem conseguido sentir prazer nas suas atividades diárias?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Um pouco menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
43. Tem tido pouca paciência com as coisas?
1. Não, absolutamente
86
2. Não mais do que de costume
3. Menos paciência do que de costume
4. Muito menos paciência do que de costume
44. Tem se sentido irritado e mal humorado?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
45. Tem ficado apavorado ou em pânico sem razões justificadas para isso?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
46. Tem se sentido capaz de enfrentar seus problemas?
1. Mais capaz do que de costume
2. Como de costume
3. Menos capaz do que de costume
4. Muito menos capaz do que de costume
47. Tem sentido que suas atividades tem sido excessivas para você?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
48. Tem tido sensação de que as pessoas olham para você?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
49. Tem se sentido infeliz e deprimido?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
50. Tem perdido a confiança em si mesmo?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
87
4. Muito mais do que de costume
51. Tem se considerado como uma pessoa inútil (sem valor)?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
52. Tem sentido que a vida é completamente sem esperança?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
53. Tem se sentido esperançoso quanto ao seu futuro?
1. Mais do que de costume
2. Como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
54. Considerando-se todas as coisas, tem se sentido razoavelmente feliz?
1. Mais do que de costume
2. Assim como de costume
3. Menos do que de costume
4. Muito menos do que de costume
55. Tem se sentido nervoso e sempre tenso?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
56. Tem sentido que a vida não vale a pena?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
57. Tem pensado na possibilidade de dar um fim em você mesmo?
1. Definitivamente, não
2. Acho que não
3. Passou-me pela cabeça
4. Definitivamente, sim
88
58. Tem achado algumas vezes que não pode fazer nada por que está muito
mal dos nervos?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
59. Já se descobriu desejando estar morto e longe (livre) de tudo?
1. Não, absolutamente
2. Não mais do que de costume
3. Um pouco mais do que de costume
4. Muito mais do que de costume
60.Tem achado que a idéia de acabar com a própria vida tem-se mantido em
sua mente?
1. Definitivamente, não
2. Acho que não
3. Passou-me pela cabeça
4. Definitivamente, sim
89
ANEXO B: MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE PSICOLOGIA CEULP/ULBRA
043888 – PSICOLOGIA
Bacharel em Psicologia - Reconhecido pela Portaria Nro 55/05 - D.O.U. de 12/01/2005
Sem Código Nome CH Créd
0 403710 Atividades Complementares 192 0
1 100258 Psicologia do Desenvolvimento I 68 4
1 403670 História e Sistemas da Psicologia 68 4
1 403838 Filosofia 68 4
1 403714 Processos Básicos em Psicologia 68 4
1 990100 Cultura Religiosa 68 4
1 990101 Comunicação e Expressão 68 4
2 100259 Psicologia do Desenvolvimento II 68 4
2 403674 Psicologia Social 68 4
2 103511 Antropologia 68 4
2 403672 Estágio Básico I 68 4
2 403821 Morfofisiologia e Comportamento Humano 136 8
3 403679 Psicologia Experimental 68 4
3 403673 Psicologia da Personalidade 68 4
3 403686 Psicologia Comunitária 68 4
3 403822 Psicologia das Relações Familiares 68 4
3 403680 Estagio Básico II 68 4
3 403840 Estatística Aplicada à Psicologia 68 4
3 403675 Ética e Legislação em Psicologia 34 2
4 100261 Teorias e Técnicas de Dinâmica de Grupo 68 4
4 403684 Técnicas de Entrevista Psicológica 68 4
4 403683 Psicologias da Aprendizagem 68 4
4 403688 Fundamentos das Medidas Psicológicas 68 4
4 403685 Psicopatologia Geral I 68 4
4 100260 Bases Biológicas do Comportamento Humano 68 4
5 100262 Métodos e Técnicas de Avaliação Psicológica I 68 4
90
5 403694 Psicofarmacologia 68 4
5 990103 Instrumentalização Científica 68 4
5 403689 Psicopatologia Geral II 68 4
5 403692 Teorias e Técnicas Psicoterápicas I 68 4
5 403681 Intervenção em Grupos 68 4
6 100263 Métodos e Técnicas de Avaliação Psicológica II 68 4
6 403711 Psicologia do Trabalho 68 4
6 992017 Saúde, Bioética e Sociedade 136 8
6 403698 Teorias e Técnicas Psicoterápicas II 68 4
6 403682 Neuropsicologia 68 4
6 403690 Estágio Básico III 68 4
7 403696 Psicologia da Saúde 68 4
7 990102 Sociedade e Contemporaneidade 68 4
7 403718 Avaliação Neuropsicológica 68 4
7 403695 Psicologia nas Organizações 68 4
7 100264 Teorias e Técnicas Psicoterápicas III 68 4
7 403701 Estágio Básico IV 68 4
8 403677 Pesquisa em Psicologia 68 4
8 403825 Saúde Mental e Trabalho 68 4
8 100265 Teorias e Técnicas Psicoterápicas IV 68 4
8 403697 Intervenção em Situações de Crise 68 4
8 108639 Psicologia da Educação 68 4
8 403828 Estágio Básico V 68 4
9 403564 Estágio Específico na Ênfase I (A) 68 4
9 403566 Estágio Específico na Ênfase I (B) 68 4
9 403708 Tópicos Especiais em Psicologia 68 4
9 403719 TCC I 34 2
10 403706 Estágio Específico na Ênfase II (A) 68 4
10 403707 Estágio Específico na Ênfase II (B) 68 4
10 900506 Optativa 68 4
91
10 403720 TCC II 34 2
Número de Créditos: 226
Total de Horas/Aula: 4034
Optativas:
403805 Psicologia da Comunicação 68 4
401508 Saúde Coletiva 68 4
403576 Psicologia do Esporte 68 4
601678 Psicologia Jurídica 34 2
403814 Psicologia Hospitalar 68 4
403818 Psicologia do Trânsito 68 4
100266 Fotografia Aplicada à Psicologia 34 2
100267 Psicossomática 34 2
403804 Psicologia Ambiental 68 4
601678 Psicologia da Sexualidade Humana 68 4
92
ANEXO C: PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP
PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA
Título da Pesquisa: A saúde mental de acadêmicos no último ano do curso de Graduação
em Psicologia do CEULP/ULBRA
Pesquisador: Irenides Teixeira
Área Temática:
Versão: 1
CAAE: 73205617.9.0000.5516
Instituição Proponente: Centro Universitário Luterano de Palmas - ULBRA
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio
DADOS DO PARECER
Número do Parecer: 2.240.431
Apresentação do Projeto:
A presente pesquisa se propõe investigar a saúde mental dos acadêmicos de Psicologia que
se encontram no último ano da graduação. A compreensão teórica da saúde mental dos
estudantes universitários será explanada a partir da psicossomática e do conceito de
Transtornos Mentais Menores (TMM).
Esta pesquisa terá caráter quanti-qualitativo e será interpretada através de dados
estatísticos e da Análise do Discurso, que leva em consideração os sentidos. Será realizada
com estudantes do curso de Psicologia que estão cursando o último ano (9 e/ou 10°
período) da graduação no Centro Universitário Luterano de Palmas (CEULP/ULBRA).
O numero da amostra é de 50 estudantes , onde os procedimentos metodológicos
consistirão na criação de um grupo na rede social facebook, aplicação de questionário sócio
demográfico, Questionário de Saúde Geral de Goldberg (QSG) e postagem de 5 questões
relacionadas ao QSG para aprofundamento de algumas questões no grupo para possíveis
discussões. Dessa forma, a investigação da saúde mental dos acadêmicos permitirá a
identificação de crises, sinais e sintomas psicossomáticos que possibilitará pensar formas
de intervenção que sirvam de suporte ao discente em momentos de crise.
Critério de Inclusão:
93
Estudantes matriculados no curso de psicologia, no 9° e/ou 10° períodos, ou com 80% do curso
concluído Critério de Exclusão:
Estudantes do curso de psicologia que não estão no 9° e/ou 10° períodos, não tenham pelo
menos 80% do curso concluído, ou não estejam disponíveis para participar da pesquisa
Objetivo da Pesquisa:
Objetivo Primário:
Investigar a saúde mental de estudantes universitários no último ano do curso de graduação
em Psicologia do Universitário Luterano de Palmas CEULP/ULBRA, através de
questionários que investigam a saúde mental .
Objetivo Secundário:
Identificar como os acadêmicos de Psicologia vivenciam o último ano da
graduação;Caracterizar a saúde mental dos estudantes de Psicologia no último ano de
graduação;Identificar possíveis transtornos psicológicos desta fase.
Avaliação dos Riscos e Benefícios:
Os riscos e benefícios atendem a Resolução 466/12 e a Norma Operacional Nº 001/13.
Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:
A pesquisa em foco é de grande importância, visto que pode descrever qual o grau de
sofrimento, angustia dos concluintes em seus últimos semestres de graduação. Além de
demonstrar os fatores que acarretam para tal situação emocional.
Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:
Folha de rosto encontra-se com todos os campos preenchidos, datados e assinados, sendo
as informações compatíveis com as do protocolo. As assinaturas contêm, com clareza,
nome completo e indicada com carimbo.
Apresentou a declaração de compromisso do pesquisador responsável devidamente
assinada conforme a Resolução 466/12 e Norma Operacional Nº 001/13.
Orçamento financeiro detalha com clareza todos os recursos, fontes e destinação.
O TCLE deve estar com linguagem simples para entendimento de ambos os submetidos,
contem
94
os riscos e benefícios, entretanto o pesquisador deve melhorar nos TCLEs os objetivos,
justificativa e procedimentos utilizados na pesquisa que devem constar por completo.
O projeto de pesquisa está anexado mas não contem os riscos e benefícios descritos no
mesmo.
O projeto contem o documento de autorização da instituição para execução da pesquisa em
seu ambiente. O cronograma condiz com as datas e submissão do projeto ao CEP
Recomendações:
Quanto ao corpo do projeto, este esta bem escrito, fundamentado e organizado, mas
sugerimos que altere o TCLE no sentido de atribuir uma linguagem mais clara e simples,
para que os participantes compreendam corretamente os termos de sua participação.
Conforme a resolução CONEP 466/12, destacamos os itens abaixo: XI2 – Cabe ao
pesquisador:
Desenvolver um projeto delineado; Apresentar relatórios parciais e final;
Manter os dados em arquivo, físico ou digital, sub sua guarda e responsabilidade, por um
período de 5 anos após o termino da pesquisa;
Encaminhar resultados da pesquisa para publicação, com os devidos créditos aos
pesquisadores associados e ao pessoal técnico integrante do projeto;
Justificar fundamentadamente, perante ao CEP ou a CONEP, interrupção do projeto ou não
publicação dos resultados.
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
Projeto apto a ser desenvolvido
Considerações Finais a critério do CEP:
Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:
Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situação
95
Informações Básicas
PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_P
01/08/2017
Aceito
do Projeto ROJETO_930903.pdf 15:38:51
Projeto Detalhado /
PROJETO.docx 01/08/2017
ADRIELE FREIRE
Aceito
Brochura 13:31:49 MONTEIRO
Investigador
Declaração de declaracaoinstituicao.pdf 10/06/2017
ADRIELE FREIRE
Aceito
Instituição e 07:58:21 MONTEIRO
Infraestrutura
Declaração de declaracaopesquisador.pdf 09/06/2017
ADRIELE FREIRE
Aceito
Pesquisadores 14:24:22 MONTEIRO
TCLE / Termos de TCLE.docx 09/06/2017
ADRIELE FREIRE
Aceito
Assentimento / 14:24:03 MONTEIRO
Justificativa de
Ausência
Folha de Rosto FOLHA.pdf 30/05/2017
ADRIELE FREIRE
Aceito
22:15:37 MONTEIRO
Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Não
PALMAS, 25 de Agosto de 2017
Assinado por:
MÁRCIA MESQUITA VIEIRA
(Coordenador)