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3 A SEGURANÇA NO USO DE VEÍCULOS INDUSTRIAIS
Segundo Lemes (2011), veículos industriais são equipamentos
motorizados, mecânicos, elétricos e manuais que manobram, elevam e transportam
cargas de locais variados e com frequências ocasionais ou intermitentes. Suas rotas
e deslocamentos são variáveis com superfícies e espaços de varias categorias.
“Esses equipamentos são utilizados em todo tipo de movimentação,
podendo trabalhar em linhas de produção, áreas restritas, confinadas, externas,
entre outros. A flexibilidade é o fator mais importante desses equipamentos”.
(LEMES, 2011).
Presentes em boa parte dos locais de trabalho, os veículos industriais são
de grande utilidade no desenvolvimento de muitas atividades. São também no
entanto bastante perigosos especialmente quando usados em condições
inadequadas e/ou de forma incorreta. (MORAES JR., 2013).
3.1 Riscos agregados
“O principal risco agregado à operação de um veículo industrial é o de
impacto contra pessoas e equipamentos, seja pelo deslocamento descontrolado da
carga mal acondicionada, ou seja, pelo movimento do próprio veículo”. (CARDOSO,
2011).
“A maioria dos veículos motorizados para uso em ambientes internos é
movida por eletricidade armazenada em baterias de baixa tensão, não oferecendo
riscos sérios de danos por choques elétricos”. (CARDOSO, 2011).
Entretanto, consoante o autor, dado seu relativo baixo custo, ainda
subsiste a utilização interna de veículos dotados de motores de combustão
alimentados por gás liquefeito de petróleo engarrafado (GLP), apesar de serem
muito mais adequados para ambientes externos, abertos e ventilados. É preciso
atenção, portanto, à possibilidade de contaminação do ar ambiente por vazamentos
do gás GLP e também à possibilidade de poluição provocada pelos gases do
escapamento do motor. Além do mais, as garrafas de acondicionamento do gás
constituem casos típicos de vasos sob pressão e por isto merecem os mesmos
cuidados relativos àquele tipo de equipamento.
3.1.1 Investigação dos acidentes
“Cabe à Comissão Interna de Prevenção de Acidentes investigar,
participar, com o Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em
Medicina do Trabalho quando existir da investigação dos acidentes ocorridos na
empresa”. (OLIVEIRA, 2009).
Além disso, no caso de acidente grave, o autor acima diz que a CIPA
deverá reunir-se, extraordinariamente, até dois dias após o infortúnio. A CIPA tem
como uma de suas mais importantes funções estudar os acidentes para que eles
não se repitam, ou ainda evitar outros que possam surgir.
Para tal devem conhecer as causas dos acidentes, ou seja, o que os faz
acontecer, para que possam então agir de modo a corrigir procedimentos, métodos
e/ou situações inadequada à prevenção de acidentes.
Três são os motivos que podem gerar a ocorrência de um acidente. Cabe
a CIPA estar atenta para evitar o acidente, através da identificação e análise desses
fatores que são (PIZZATTO; SAMPAIO; DENARDI, 2009, grifo nosso):
a) ato insegura: é a violação (consciente) de procedimento consagrado
como correto, por exemplo: a falta de uso de proteções individuais; a inutilização de
equipamentos de segurança;
b) condição insegura: é o risco relativo à falta de planejamento do
serviço e deficiências materiais no meio ambiente, tais como: prédio com área
insuficiente, pisos fracos e irregulares; iluminação deficiente;
c) fator pessoal de insegurança: é o que podemos chamar de
“problemas pessoais do indivíduo” e que agindo sobre o trabalhador podem vir a
provocar acidentes, como por exemplo: problemas de saúde não tratados; conflitos
familiares.
“A investigação de acidentes não poderá nunca ter aspecto punitivo, pois
o objetivo maior não é ‘descobrir culpados’, mas sim causas que provocam o
acidente, para que seja evitada sua repetição” (PIZZATTO; SAMPAIO; DENARDI,
2009).
3.3 Ferramentas
3.3.1 EPI'S
Não há equipamento de proteção individual que seja capaz de proteger o
indivíduo contra o impacto ou atropelamento de um veículo ou carga. Entretanto, a
maioria das situações de risco relativas a essas máquinas tem ligação com
pequenos deslocamentos ou pequenas peças que se desprendem da carga. Nestes
casos, o uso adequado de EPI's pode fazer toda a diferença. O uso de capacete de
proteção, luvas e calçamento adequado é, portanto, essencial.
A utilização de roupas com características chamativas é também
importante, não por representarem proteção individual, mas sim por constituírem um
fator de aviso ao operador da máquina, aumentando-lhe a percepção visual e a
capacidade de detectar a presença próxima de alguém.
É preciso cuidado na especificação da utilização de EPI's para evitar
inadequabilidade dos componentes ou até mesmo exageros que possam prejudicar
a mobilidade do indivíduo, gerando aí uma nova condição de risco oriunda daquilo
que deveria ser uma proteção.
Há que se dar especial cuidado com a sinalização de segurança, principalmente às
rotas de passagem, o que é um fator importante de orientação e,
conseqüentemente, de proteção do trabalho individual.
3.3.2 EPC
Pela análise simples das condições de risco apresentadas não é difícil
concluir que o principal fator de importância para a operação segura envolvendo
veículos de transporte é a definição de um sistema de sinalização adequado aliado
a um processo permanente de educação para o respeito a ela.
Também o planejamento adequado para o acondicionamento da carga
de transporte é importante, estabelecendo-se regras bem definidas em termos de
posicionamento e quantidade e princípios rígidos de obediência.
A norma regulamentadora 11 – Transporte, Movimentação,
Armazenagem e Manuseio de Materiais – deve ser tomada como referência para a
elaboração de qualquer atividade preventiva ao uso de veículos industriais, mas tal
como todas as demais normas regulamentadoras não esgota de forma alguma o
assunto havendo necessidade da atuação do profissional especializado para o
desenvolvimento e detalhamento de um programa especifico. Obviamente isso irá
variar conforme o tamanho da empresa, sua atividade e especialmente quantidade e
variedade de veículos em uso. (MORAES JR., 2013).
Parte do assunto também deve ter como referência a Norma
Regulamentadora 26 – Sinalização de Segurança – na qual fica claro que os
equipamentos de transporte e manipulação de material, tais como empilhadeiras,
tratores industriais, pontes-rolantes, reboques, entre outros, devem – para a
prevenção de acidentes – estar pintados na cor amarela (NR 26 – 1.5.3).
Embora isso seja legislação e no item 1.1 da mesma norma fique claro
que e esta “fixa as cores a serem usadas” – muitos equipamentos disponíveis para
venda e locação no mercado estão pintados em outras cores. Cumpre aqui lembrar
que a inobservância deste item implica em multa por parte do Órgão Fiscalizador –
MTE.
É necessário assegurar que existem características de segurança
adequadas. Poderá ser necessário colocar sinais de direção, limite de velocidade e
prioridade. Deverá determinar se é necessário colocar restrições físicas de
velocidade como, por exemplo, barreiras plásticas, sinalizadores verticais,
balizadores, pisca de advertência, etc.
Uma outra exigência da NR 11 – esta no item 1.3.2 – diz respeito a obrigatoriedade
de indicar em local visível em todos os equipamentos deste tipo a carga máxima de
trabalho permitida.
3.3.3 Manutenção
O trabalho de manutenção em veículos de transporte de carga é em geral
realizado em oficinas especializadas, fora da área normal de trabalho dessas
máquinas. No caso de pontes rolantes e pórticos, entretanto, a manutenção é
efetuada na mesma área em que opera o equipamento, a não ser em casos muito
especiais.
Embora o ambiente de uma oficina especializada venha a ser bem diferente daquele
encontrado na área de operação normal, principalmente no que diz respeito às
instalações especializadas, os procedimentos necessários para o trabalho seguro
não diferem muito nos dois casos e englobam basicamente:
a) delimitar adequadamente e de forma precisa a área de trabalho, bem como as
vias de acesso e uma eventual rota de saída emergencial;
b) definir e controlar rigidamente quem pode ter acesso à área de trabalho;
c) selecionar previamente o material e as ferramentas de trabalho, escolhendo suas
características rigidamente de acordo com as especificações;
d) criar barreiras de impedimento ao manuseio de todos os dispositivos que tenham
alguma possibilidade de alterar o estado previsto para o trabalho de manutenção.
Toda manutenção deve ser feita sempre a apenas por profissionais
capacitados para esta finalidade e devem gerar evidências documentais nas quais
entre outras coisas seja possível em caso de necessidade identificar o responsável
pela verificação e reparos; Por fim, recomenda-se ainda que seja definida uma
sistemática de verificação a ser feita pelo próprio operador – ou seja algo como um
check list básico a ser observado antes das operações pelo usuário do veiculo.
A decisão quanto a freqüência terá como base o rigor do uso e a atividade
executada. Veículos industriais utilizados em áreas com ambiente agressivo serão
submetidos a preventiva com maior freqüência, o mesmo devendo ocorrer com
veículos cuja possível falha durante utilização implique em possibilidade de danos
maiores (locais mais populosos, locais com equipamentos suscetíveis a danos e/ou
que comprometam a continuidade das operações, etc.)
3.3.4 Inspeção
Os procedimentos de inspeção devem ter sempre seu fundamento nas
características construtivas e operacionais do equipamento. Assim, no caso
específico dos veículos industriais de transporte, a atenção deve estar voltada para
a garantia da sustentabilidade da carga e da controlabilidade dos movimentos,
envolvendo todos os componentes que de alguma forma tenham sua funcionalidade
ligada a essas capacidades operacionais.
A melhor maneira de evitar danos provocados por acidentes é evitando
que ocorram. A melhor abordagem para isso é a inspeção e verificação constante
dos equipamentos e dos procedimentos operacionais.
A inspeção deve ter como objetivo:
a) verificar o estado dos dispositivos do equipamento no tocante à integridade de
suas características iniciais de especificação;
b) avaliar a evolução de seus parâmetros estruturais de forma a poder antecipar a
possibilidade de um problema;
c) avaliar a influência de modificações nos procedimentos operacionais de forma a
verificar sua compatibilidade com as características dos dispositivos.
3.3.5 Treinamento
A NR 11 trata da importância do manuseio de carros manuais de
transporte – que para muitos parecem inofensivos – mas que são grandes
causadores de pequenos acidentes. (...) onde o número de acidentes tendo como
parte atingida as mãos é muito alto.
Com detalhes a NR 11 descreve as condições relativas ao Operador,
iniciando no item 1.5, quando menciona que o Operador deverá receber um
treinamento especifico que o habilitará para a função.
Deve-se realizar a pré seleção do operador, o que passa obrigatoriamente
por conhecimentos e requisitos próprios da NR 7.
Portanto, antes de mais nada, o Operador de Veiculo Industrial deve ser
uma pessoa apta do ponto de vista medico para exercer e realizar este tipo de
trabalho. Isso pode dizer muita coisa, por exemplo necessidade de acuidade visual.
É importante saber se há na empresa profissional capaz de desenvolver
este tipo de treinamento e ainda se diante de um acidente teremos como evidenciar
tal capacidade. Deve-se entender que a coisa não é tão simples como parece e tal
entendimento pode ser obtido analisando o que ocorreria no caso de um acidente
com a morte de alguém. Recomenda-se que tais treinamentos fiquem a cargo de
escolas especializadas e que estas emitam certificados e estes sejam mantidos
junto ao prontuário do empregado. Mais do que isso recomenda-se que
periodicamente seja feita uma reciclagem pelo menos quanto aos princípios básico
da operação e sempre quantos as normas de segurança na operação.
Uma dúvida ainda paira quanto a obrigatoriedade de Carteira Nacional de
Habilitação para os Operadores de veículos como empilhadeiras, rebocadores e
paleteiras.
O Código Nacional de Transito em momento algum é claro quanto a obrigatoriedade
para de CNH para estes veículos. É realmente seria muito estranho se o fosse, visto
que proveito teria para a prevenção e operação habilitarmos operadores treinados e
aprovados em aprendizados e exames com veículos de passeio, ônibus ou
caminhões ? São veículos de características e operação totalmente distintos dos
veículos industriais citados
Acreditamos que no caso dos veículos que por algum motivo façam uso de vias
públicas – é portanto sejam emplacados – o assunto deva ser analisado com
detalhes junto ao órgão regulamentador de transito. No mais, para Operações dentro
das empresas – conforme a própria NR - cita o curso habilita e penso que seja a
esta habilitação que o item 1.6 refira-se . Em termos de cuidados preventivos parece
desejável que o candidato tenha CNH (independente da categoria desta) e assim
conhecedor das regras básicas de transito e sinalização.
No que diz respeito ainda ao Operador, os itens 1.6 e 1.7 citam a obrigatoriedade do
cartão identificação com nome e fotografia utilizado em local visível durante toda a
operação.
3.4 Tipos de riscos ambientais relacionado à movimentação de veículos
industriais segundo a NR 9
a) Veículos industriais manuais:
Riscos ocupacionais Fontes geradoras
Físicos Radiações ultravioletas; Sol
Calor e frio;
Umidade.
Ruído
Alterações climáticas
Chuva
Máquinas e equipamentos do ambiente
de trabalho.
Químico Poeiras (casos especiais)Abastecimento do veículo caso material
seja específico.
Ergonômico
Alto grau de atenção;
Postura inadequada –
trabalho sentado por
períodos prolongados;
Sobrecarga cognitiva,
repetitiva de movimentos,
pressão temporal.
Alavanca de comando com distribuição
e distancia inadequada aos diversos
biótipos; assento inadequado.
Exigência da atividade.
Acidentes
Queda;
Corpo estranho nos
olhos;
Ferimentos.
Piso irregular;
Projeção de fragmentos;
Manipulação dos veículos.
EPI recomendado de acordo com a atividade a ser executada
Capacete de segurança, óculos de segurança, protetor auditivo,
respirador contra poeira, luvas impermeáveis, creme protetor de pele com filtro solar,
calçado de segurança com biqueira de aço.
Medidas de controle necessárias
Treinamento do trabalhador;
Ordem de Serviço diária;
Inspeção diária, semanal e mensal dos itens de segurança do
equipamento;
Máquina em bom estado de manutenção e limpeza,
Plataformas seguros e resistentes;
Fechamento de periferias;
Fechamento de vãos e aberturas de piso;
Treinamento postural para o exercício de atividades em pé ou sentado;
b) Veículos industriais motorizados:
Riscos ocupacionais Fontes geradoras
Físicos
Ruídos e vibrações
Radiações ultravioletas;
Calor e frio
Sistema operacional do veículo
Sol
Alterações climáticas
Ergonômico
Alto grau de atenção;
Postura inadequada –
trabalho sentado por
períodos prolongados;
Sobrecarga cognitiva,
repetitiva de movimentos,
pressão temporal.
Alavanca de comando com distribuição
e distancia inadequada aos diversos
biótipos; assento inadequado.
Exigência da atividade.
Acidentes
Queda;
Choque elétrico;
Tombamento.
Piso irregular, acesso ao equipamento;
Operação do veículo;
Instabilidade do terreno.
EPI recomendado de acordo com a atividade a ser executada
Capacete de segurança, óculos de segurança com lentes de proteção
contra radiação ultravioleta, creme protetor com filtro solar; protetor auditivo, calçado
de segurança sem biqueira de aço. Para alguns casos é necessário o cinturão de
segurança tipo pára-quedista com trava-quedas afixado ao cabo guia, como por
exemplo operador de grua.
Medidas de controle necessárias
Profissional qualificado;
Cabine com vidros revestidos de película de proteção contra raios UVA e UVB;
Ordem de Serviço diária;
Inspeção diária, semanal e mensal dos itens de segurança do equipamento;
Sistema hidráulico sem vazamento de óleo;
Ajustes e manutenção somente com a máquina desligada;
Máquina em bom estado de manutenção e limpeza,
Botoeira nos pavimentos para acionamento de lâmpada ou campainha junto ao
operador, para comunicação única;
Assento com regulagens de distância, altura e encosto revestido com tecido
antiperspirante;
Treinamento postural para o exercício da atividade sentado.
3.4.1 EPC
MORAES JR., Cosmo Palasio de. A segurança no uso de veículos industriais.
Disponível em:< http://www.cpsol.com.br/website/artigo.asp?cod=1872&idi=1&id=
4117>. Acesso em: 09 mar 2013.
____Zona de risco. Disponível em: <http://zonaderisco.blogspot.com.br/2012/02/
movimentacao-de-veiculos-industriais-em.html>. Acesso em: 09 mar 2013.
LEMES, Carlos. Equipamentos de Movimentação de Materiais. São Paulo: 2011,
10 p..
PIZZATTO, Luciano; SAMPAIO, Inezita M.; DENARDI, Estefânia. Saúde e
segurança do trabalho e meio ambiente. Itajubá: 2009.
SESI – SP. Manual de segurança e saúde no trabalho. São Paulo: 2008.
Coleções manuais.