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A Semana de Arte Moderna de 1922 e a A Semana de Arte Moderna de 1922 e a contestação na arte brasileira contestação na arte brasileira
Imagens e textos
Fonte: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/b/bd/Abaporu.jpg
FIGURA 1
Autoria: Tarsila do Autoria: Tarsila do AmaralAmaralObra: AbaporuObra: AbaporuAno: 1928Ano: 1928
Fonte: http://www.pinturasemtela.com.br/wp-content/uploads/2011/04/a-estudante-russa-anita-malfatti1.jpg
FIGURA 2
Autoria: Anita Autoria: Anita Malfatti Malfatti Obra: A estudante Obra: A estudante russarussaAno: 1915Ano: 1915
Fonte: http://3md2010.blogspot.com/2010/08/semana-de-arte-moderna-1922_1822.html
FIGURA 3
Autoria: Victor BrecheretAutoria: Victor BrecheretObra: BailarinaObra: BailarinaAno: década de 1920Ano: década de 1920
Fonte: http://www.mac.usp.br/mac/templates/projetos/educativo/acerto3.html
Texto 1Os Sapos
Manuel Bandeira, 1918
Enfunando os papos,Saem da penumbra,Aos pulos, os sapos.A luz os deslumbra.
Em ronco que aterra,Berra o sapo-boi:- "Meu pai foi à guerra!"- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
O sapo-tanoeiro,Parnasiano aguado,Diz: - "Meu cancioneiroÉ bem martelado.
Vede como primoEm comer os hiatos!Que arte! E nunca rimoOs termos cognatos.
O meu verso é bomFrumento sem joio.Faço rimas comConsoantes de apoio.
Vai por cinqüenta anosQue lhes dei a norma:Reduzi sem danosA fôrmas a forma.
Clame a sapariaEm críticas céticas:Não há mais poesia,Mas há artes poéticas..."
Urra o sapo-boi:- "Meu pai foi rei!"- "Foi!"- "Não foi!" - "Foi!" - "Não foi!".
Brada em um assomoO sapo-tanoeiro:- A grande arte é comoLavor de joalheiro.
Ou bem de estatuário.Tudo quanto é belo,Tudo quanto é vário,Canta no martelo".
Outros, sapos-pipas(Um mal em si cabe),Falam pelas tripas,- "Sei!" - "Não sabe!" - "Sabe!".
Longe dessa grita,Lá onde mais densaA noite infinitaVeste a sombra imensa;
Lá, fugido ao mundo,Sem glória, sem fé,No perau profundoE solitário, é
Que soluças tu,Transido de frio,Sapo-cururuDa beira do rio...
Fonte:http://www.jayrus.art.br/Apostilas/LiteraturaBrasileira/Modernismo22/Mario_de_Andrade_Macunaima_resumo2.htm
TEXTO 2
Macunaíma (1928)Mário de Andrade
No fundo do mato-virgem nasceu Macunaíma, herói da nossa gente. Era preto retinto e filho do medo da noite. Houve um momento em que silêncio foi tão grande escutando o murmurejo do Uraricoera, que a índia tapanhumas pariu uma criança feia. Essa criança é que chamaram de Macunaíma.
Já na meninice fez coisas de sarapantar. De primeiro passou mais de seis anos não falando. Si o incitavam a falar exclamava:
-Ai que preguiça!...
e não dizia mais nada. Ficava no canto da maloca, trepado no jirau de paxiúba, espiando o trabalho dos outros e principalmente os dois manos que tinha, Maanape já velhinho e Jiguê na força do homem. O divertimento dele era decepar cabeça de saúva. Vivia deitado mas si punha os olhos em dinheiro, Macunaíma dandava pra ganhar vintém. E também espertava quando a família ia tomar banho no rio, todos juntos e nus. Passava o tempo do banho dando mergulho, e as mulheres soltavam gritos gozados por causa dos guaiamuns diz-que habitando a água-doce por lá.