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À SOMBRA DE UM CAFEZAL: ESTRATÉGIAS SOCIAIS, FAMILIARES,
PRODUTIVAS E POLÍTICAS DE BARÕES DO CAFÉ NA ZONA DA MATA
MINEIRA - (1830-1890)
Andréa Christina da Silva Panaro Caldas*
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* Mestre em História pela Universidade Salgado de Oliveira, com Dissertação (sob a orientação da Prof. Dr. Mary Lucy Murray del Priore) aprovada com nota máxima pela banca composta pelos Prof. Dr. Eduardo Cavalcanti Schnoor e Prof. Dr. Márcia Amantino.
Este projeto de pesquisa tem como temaas estratégias sociais, familiares, produtivas e
políticas, empreendidas por atores nas fazendas que, no século XIX, fizeram parte da grande
lavoura cafeeira no Vale do Paraíba mineiro. Seu eixo de estudo é o das relações
desenvolvidas entre os proprietários rurais, aliados e rivais, e a mão de obra escrava durante o
processo de estabelecimento do cultivo de café na região.
Para isso, a pesquisa pretende comparar as estratégias socioeconômicas e políticas das
famílias dos fazendeiros proprietários, demonstrando sua participação na transformação
política e econômica nas localidades onde estavam inseridos, assim como os diferentes
padrões de relação com a escravaria. Ao mesmo tempo, busca-se compreender a consolidação
da riqueza, poder e enobrecimento dos chamados barões.
A principal base documental a ser explorada é constituída pelos acervos privados de
três fazendas. A primeira é a Fazenda do Rochedo, de propriedade do Coronel José Vieira de
Rezende e Silva, localizada no município de Cataguases, região da Zona da Mata mineira. As
duas outras, também localizadas no Vale do Paraíba mineiro, são as Fazendas Santa Sophia,
de propriedade do Conde de Prados, localizada em Juiz de Fora (hoje Santana do Deserto) e
Barra do Louriçal, pertencente ao Barão de Ayuruoca, localizada em Mar de Espanha. O
trabalho com as três propriedades rurais irá, permitir analisar e comparar as ações dos
diferentes atores envolvidos.
A Fazenda do Rochedo, localizada em Cataguases, tinha aproximadamente 843,8056
hectares e segundo Rezende (1969: 26), além do café, ela se tornaria palco de significativos
encontros políticos: “ era o ponto de encontro de reunião da elite social e política”. Seu
proprietário, o Coronel José Vieira de Rezende e Silva, ocupou importantes cargos como
Deputado pela Província de Minas Gerais e Comandante Superior da Guarda Nacional,
comandando a 4ª Companhia do Batalhão 104, além de ter utilizado de casamentos
endogâmicos como meio para conseguir manter não somente o poderio econômico, mas
também político na região, tendo ele próprio casado com uma prima, cujo pai era o líder do
partido oposto ao seu.
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A Fazenda Santa Sophia era de propriedade do Conde de Prados. Além de grande
cafeicultor na região de Juiz de Fora, ele participou ativamente da política, tendo atuadona
Revolução Liberal de 1842, ocupando o cargo de Presidente da Província do Rio de Janeiro
em janeiro de 1848. De acordo com Antônio Luiz Porto e Albuquerque (1988:17) “de sua
passagem pela presidência da província do Rio de Janeiro, Camilo deixou minucioso relatório
impresso”.
A Fazenda Barra do Louriçal pertencia ao Barão de Ayuruoca. Esse proprietário, diferente
dos demais, era bacharel em Direito e ocupou cargos como o de Coronel da Guarda Nacional
e Deputado pela Província de Minas Gerais. Segundo Afonso Taunay (1939), ele “foi o
grande promotor do êxodo da família Leite Ribeiro, pois foi grande propagandista da lavoura
do café”.
Em comum, as três fazendas tinham proprietários com atuação política, em diferentes
campos, que produziram resultados diferenciados.
O interesse pela problemática apresentada neste projeto teve início através das
atividades de pesquisa iniciadas durante o Mestrado em um projeto intitulado Sob a Sombra
do Rochedo – Ascensão, Cotidiano e Decadência de uma Fazenda de Café – Cataguases –
MG (1850-1890), projeto este orientado pela Prof. Dr. Mary Lucy Murray del Priore.
A Dissertação de Mestrado discutiu principalmente sobre a memória do grupo familiar
que compunha a Fazenda do Rochedo. A pesquisa constatou algumas particularidades desta
fazenda e de outras da região da Zona da Mata se comparada a outras regiões de Minas Gerais
e do Vale do Paraíba fluminense e paulista. Por exemplo: a quantidade elevada de café
produzido e a quantidade reduzida de mão de obra escrava, em contraste com as fazendas de
outras regiões do Vale do Paraíba. Além disso, foi constatado a presença de grande
quantidade de escravos “especialistas”, além de uma igual quantidade de mulheres e
homens.Os estudos preliminares demonstraram ainda, que na fazenda Santa Sophia, havia
escola e hospital para os cativos.
A análise de famílias e suas estratégias socioeconômicas e políticas assumiu uma
posição de maior destaque nos últimos anos na historiografia nacional, resultando em alguns
trabalhos e debates em várias perspectivas. No entanto, no caso de Minas Gerais, esses
trabalhos abordariam uma só família e um só município. Trabalhos que incorporavam
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comparações entre diferentes famílias sejam em distintas ou nas mesmas regiões não foram
realizados. Há aqui uma lacuna historiográfica, carecendo a região de estudos como aqueles
desenvolvidos por uma historiografia que se deteve no Vale do Paraíba fluminense.1
Esta pesquisa pretende explorar essa lacuna da historiografia que ainda não analisou as
semelhanças e diferenças entre grupos socioeconômicos e suas fazendas na Zona da Mata
Central e Sul. Desse modo, o projeto pretende contribuir para a compreensão da formação das
grandes fazendas cafeicultoras desta região, com características próprias, frisa-se,
diferenciadas das demais regiões cafeeiras do sudeste durante o século XIX, conforme será
destacado adiante.
Mary del Priore, no livro Fazendas do Império, nos lembra que a “a riqueza do vale
era antiga.” O fornecimento de gêneros ao garimpo estabelecido em Minas Gerais no decorrer
nos séculos XVII e XVIII esteve nas mãos desta gente.” Ela nos lembra, também, que com a o
aumento dos lucros com a venda do café e o consequente aumento da mão de obra escrava “
incidiria diretamente sobre o cotidiano dos fazendeiros. Os móveis baixos e de pouco valor
deram lugar ao mobiliário vindo da Inglaterra e França. O antigo agricultor cedeu lugar ao
barão de café. (PRIORE, 2010: 16-24)
Clarence-Smith afirma que em 1828 o Brasil já figurava como o maior produtor
mundial de café. Quase toda essa produção vinha do Vale do Paraíba, compreendendo as
províncias do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo.(CLARENCE-SMITH,2003: 411-
433)2Segundo Blasenheim (1982)o café chegou a Minas Gerais, em 1809, através da margem
norte do Rio Paraibuna e dali para a região central e o sul da Zona da Mata, fazendo com que
1Como exemplos desta discussão historiográfica podem ser citados o livro de Mônica Ribeiro de Oliveira, Negócios de Família: mercado, terra e poder na formação da cafeicultura mineira – 1780-1870, Edusc, 2005, em especial o capitulo 3, p. 155; a Tese de Doutorado de Antônio Henrique Duarte Lacerda, Negócio de Minas –
Família, fortuna, poder e redes de sociabilidade nas Minas Gerais – A Família Ferreira Armonde (1751-1850),
UFF, 2010; a Tese de Doutorado de Mariana de Aguiar Ferreira Muaze, O Império do Retrato: família, riqueza e
representação social no Brasil Oitocentista (1840-1889), UFF, 2006, A Tese de Doutorado de Eduardo Cavalcanti Schnoor, Na Penumbra: o entrelace de família e negócios (Vale do Paraíba, 1770/1840), USP 2005, A Dissertação de Mestrado da autora deste projeto, Andréa Christina da Silva Panaro Caldas, Sob a Sombra do
Rochedo: Ascensão, cotidiano e decadência de uma fazenda de café – Cataguases – MG (1850-1890), Universo, 2012; a Dissertação de Mestrado de Thiago Campos Pessoa Lourenço, O Império dos Souza Breves nos
oitocentos – Política e escravidão nas trajetórias dos Comendadores José e Joaquim de Souza Breves, UFF, 2010.
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a população da região, que em 1822 era de apenas 20.000 habitantes, ultrapassasse os 250.000
em 1870.
Com o enriquecimento da região e, consequentemente das famílias que mais produziam a
rubiácea, começou a acontecer grande distribuição de títulos de nobreza na região. De acordo
com José Procópio Filho, “quase todos foram líderes da cafeicultura local ”(1979: 331-
333)3Grande parte dos historiadores que abordaram a formação da elite da Zona da Mata,
descreveram a importância política da região, embora apontassem as assimetrias que a
diferenciava do Vale do Paraíba fluminense e paulista. Para eles estas assimetrias iriam
“garantir à região um comportamento ascendente, enquanto outras regiões do Vale entrariam
em decadência no final do XIX”.
Os estudos preliminares mostraram que é esse o caso das fazendas e das famílias
proprietárias escolhidas. Por exemplo: além de ocuparem cargos de grande importância
política, um deles, Custódio Ferreira Leite Ribeiro, o Barão de Ayuruoca, foi o primeiro nobre
nomeado da Zona da Mata, tendo recebido o título em 1855, período em que ocorreu o grande
crescimento da produção de café na região. (SARAIVA, 2004:12)
Segundo Michelle Perrot, no século XIX não eram somente os bens materiais que
constituíam o legado familiar, mas a herança era composta também de uma “agenda de
relações, um capital simbólico de reputação, uma posição.” São esses elementos que serão
levados em consideração no estudo do tema proposto. Trata-se de comparar no estudo a
trajetória de cada família e fazenda por meio da análise das relações de poder
estabelecidas por eles a partir da região proposta.
As principais fontes e objetos dessa investigação provêm da grande quantidade de
documentação encontrada e ainda não explorada relacionada com as fazendas durante a
pesquisa para o Mestrado. Como a reflexão da dissertação priorizou as fontes relacionadas
com a fazenda do Rochedo, em Cataguases, há um vasto material que ainda pode ser
trabalhado.Desta documentação constavam correspondências, inventários, autos de partilha,
livros razão, notas fiscais, além de vasta iconografia.
Ao se fazer a pesquisa específica para este projeto buscando aprofundar o conhecimento
sobre outras fazendas de café na Zona da Mata mineira, foram descobertas outras fontes com
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grande potencial. Uma breve análise da documentação encontrada permitiu que novas
questões fossem levantadas. Tais questões eram merecedoras de investigações mais
aprofundadas, sendo que alguns aspectos já haviam sido notados durante o período de
pesquisa do Mestrado.
Quando da defesa da Dissertação, a banca composta pelos Prof. Dr. Eduardo Cavalcanti
Schnoor e Prof. Dr. Márcia Amantino, propôs que fosse feita, posteriormente, uma pesquisa
em que essas fontes pudessem ser confrontadas, pois, além de algumas serem inéditas, a
pesquisa daria uma contribuição para a historiografia.Como grande parte da historiografia
sobre as Fazendas de café e o período proposto, mostradas nos livros e artigos encontrados,
faz uma análise apenas localizada, sem, porém, empreender uma análise comparativa entre as
fazendas da região proposta por esta problemática.
Os recortes temporais foram definidos a partir das análises preliminares que
contemplaram o início, ou chegada das famílias a região da Zona da Mata até os primeiros
anos pós-abolição, a decadência de cada uma das fazendas e a permanência ou não das
fazendas com as respectivas famílias.
A tese de doutorado de Eduardo Cavalcanti Schnoor (2005) remete à importância da
reconstrução de “relações sociais familiares de alguns autores históricos a fim de resgatar as
formas pelas quais elas se ligavam a um tempo e a um espaço determinado.”
Na historiografia clássica, alguns autores já realizavam trabalhos sobre as grandes
plantações de café no estado do Rio de Janeiro São Paulo, como Stanley Stein (1957) e
Warren Dean (1977), que destacaram a crise e consequente declínio da região com a abolição
em 1888 e, como consequência, o esvaziamento e falência das fazendas do Vale do Paraíba.
Em relação à Zona da Mata, localizada no sudeste de Minas Gerais, até a década de 1960,
era uma região “silenciosa da historiografia de Minas”. (BLASENHEIN, 1982) Foi somente a
historiografia a partir da década de 1980, que através dos trabalhos de pesquisadores como
Peter Blasenhein, Ana Lanna, João Heraldo Lima e Domingos Giroletti (BLASENHEIN,
1980), resgatou a importância da região. Mas, foi partir da década de 1990 que as pesquisas
começaram a mostrar uma nova visão da região a partir da análise de fontes armazenadas em
arquivos locais como inventários e matrículas de escravos, pois até então, as fontes utilizadas
eram secundárias, baseadas, na maioria das vezes em fontes oficiais. (SARAIVA, 2003)
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Trabalhos como os de Luiz Fernando Saraiva, Rômulo Garcia de Andrade, Anderson
Pires, Rita Amilco, Mônica Ribeiro de Oliveira, Sônia Souza e Irene Nogueira de Rezende 4,
demonstraram a grande dinâmica da produção de café da Zona da Mata, quer seja pelo
tamanho das propriedades e o número de cativos, ou no enriquecimento dos grandes
fazendeiros.
Segundo Saraiva, a Zona da Mata foi responsável, por causa da produção de café, por
mais de 60% da arrecadação da província na década de 70 do século XIX, pois a grande
expansão de sua produção aconteceria, principalmente a partir da segunda metade do
oitocentos garantindo assim, segundo o autor, uma “uniformidade econômica para a região”
(SARAIVA, 2001).
Mas, de acordo com Andrade5, havia também uma produção de alimentos e animais
domésticos, voltada para o consumo interno. Porém, para Souza (2007), essas produções não
somente abasteceriam as fazendas, mas também o município de Juiz de fora durante o período
de 1850-1888.
De acordo com Carrara (1993:12), a expansão da plantação de café irá ser mais marcante
na região da Mata Sul, onde estão localizadas as cidades de Juiz de Fora e Mar de Espanha,
região que segundo Lanna, abandonaria as demais atividades produtoras, passando o café a
ser a única cultura de exportação, pois nas demais regiões da Mata, como a região Central,
haveria a “coexistência de diversas atividades agroexportadoras.” (LANNA, 1988: 89-91)
Porém, na pesquisa feita para a Dissertação de Mestrado, através das fontes relacionadas
com a Fazenda do Rochedo, em Cataguases, foi possível concluir que não somente na Zona
da Mata Sul que ocorreu a substituição da economia de agro exportação de gêneros diversos
pela monocultura cafeeira. Na Zona da Mata Central, onde Cataguases está localizada,
4SARAIVA, Luiz Fernando, Um Correr de Casas, antigas senzalas: A transição do trabalho escravo para o
livre nas fazendas de café, 1870-1900, Dissertação de Mestrado, UFF, 2001; ANDRADE, Rômulo Garcia, Limites Impostos pela escravidão à Comunidade escrava e seus vínculos de parentesco: Zona da Mata e Minas
Gerais, Século XIX, Tese de Doutorado, USP 1995; PIRES, Anderson, Capital agrário, investimentos e crise na
cafeicultura de Juiz de Fora 1870/1930, Dissertação de Mestrado, UFF, 2001; OLIVEIRA, Mônica Ribeiro de, Negócios de Família: Mercado, terá e poder na formação da cafeicultura Mineira 1780-1880, EDUSC, 2005;
SOUZA, Sônia, Além dos cafezais: Produção de Alimentos e mercado interno em uma região econômica
agroexportadora – Juiz de Fora na segunda metade do XIX , Dissertação de Mestrado, UFF 1998; REZENDE, Irene Nogueira de, O Paraíso e a Esperança – Vida Cotidiana de fazendeiros na Zona da Mata de minais Gerais
(1889-1930) Ed. Humanitas, 2004; ALMICO, Rita de Cássia da Silva, Dívida e Obrigação: as relações de
crédito em Minas Gerais, século XIX e XX, UFF, Tese de Doutorado, 2009
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também ocorreu a monocultura cafeeira, embora ainda permanecesse naquela região algumas
fazendas que continuariam com as outras atividades de agricultura de
abastecimento.(CALDAS, 2012)
O presente projeto ao investigar as estratégias que os fazendeiros da região proposta
adoraram para conseguir desenvolver suas fazendas, pretende mostrar a importância das
relações familiares e as redes sociais tecidas por elas.
Na tradição brasileira a ideia de família sempre esteve ligada às especificidades de uma
sociedade escravista e patriarcal. A partir da década de 1920 começaram a aparecer trabalhos
relativos à história da família, em forma de ensaios, na tentativa de se buscar uma igualdade
na identidade nacional. (MUAZE, 2006: 12-13)
De acordo com Gilberto Freyre o entendimento da organização familiar patriarcal era
essencial para se compreender a sociedade brasileira. Para ele a família patriarcal brasileira se
baseava em relações desiguais entre pais e filhos, homem e mulher, senhor e escravo.
(FREYRE, 2006: 63-65)
“A família, não o individuo, e nem tão pouco o Estado, é desde o século XVI
o grande fator colonizador do Brasil, a unidade produtiva, o capital de
desbrava o solo, instala as fazendas a força social que se desdobra em
política constituindo-se numa aristocracia colonial.”(FREYRE, 2008:81)
Para Sérgio Buarque de Holanda (1988: 48-49)·, também representante da
historiografia clássica, a família era organizada de acordo com a herança vinda de Portugal, se
tornando a base de toda organização social. Para ele nesta organização socioeconômica, a
família era multiplicada pela política de casamentos endogâmicos, transformando membros de
uma família recém-chegada em parentes. Em sua visão, esta composição familiar era
inseparável na sociedade escravista e da grande autoridade que os chefes destas famílias
exerciam. Outra visão deste autor seria o conceito de “cordialidade”, considerado por ele com
peça chave na interpretação da sociedade brasileira e que as estruturas ainda que particulares e
privadas se estenderiam para o meio público, mantendo com ela uma ligação de continuidade.
De acordo com Muaze, “as invasões do público pelo privado, do Estado pela família,
fincaram raízes que se estenderam para além da época colonial.”(MUAZE, 2006: 12-13)
9
Na década de 1950, Antônio Cândido, citado por Smith (1951), retoma o conceito de
família patriarcal sugerido por Gilberto Freyre. Para tanto, ele utilizou memórias, textos
literários, provérbios populares e cantigas.
Em outra visão, José Murilo de Carvalho (1996), considerava que fora a elite social
que existia na época da independência, a responsável pela manutenção da unidade territorial e
de um governo estável, pois este grupo era homogêneo ideologicamente, herança da
burocracia colonial e da colonização portuguesa. Já Ricardo Salles (1996), considerava que os
produtores de café fluminenses, em conjunto com a classe intelectual conservadora e a própria
máquina estatal foram os responsáveis pela formação da base social e política do Brasil
independente. Porém sua generalização de patriarcalismo, que para ele iriam do século XVI
ao XIX, foi muito criticado nas décadas de 1970 e 1980, quando começaram a ser destaque as
especificidades das histórias de famílias em escala regional, com a retomada da utilização de
fontes tradicionais como registros de batismo, casamento e óbito, mas utilizando novas
técnicas e metodologias. Assim, trabalhos como os das historiadoras Muriel Nazzari (2001) e
Elizabeth Kusnesoff,6 dentro de uma visão de História Social, utilizaram inventários,
testamentos, contratos de casamento, fazendo ruir muitas concepções já consolidadas sobre
família. (FARIA, 1997)
Por causa dos novos enfoques dado à História da família na Europa, historiadores
brasileiros começaram a contestar o conceito de família patriarcal abordado por Freyre e
Buarque de Holanda. De acordo com Mariza Corrêa, (1994: 12-15), a sociedade brasileira não
era apenas formada pela família patriarcal, mas que outros modelos de família existiam
concomitantemente com aquele modelo no tempo e espaço. Já para Ronaldo Vainfas (1997), a
quantidade de pessoas que moravam no mesmo lugar não era essencial para o entendimento
de patriarcalismo proposto por Gilberto Freyre, mas que havia diferentes formas de
organização familiar patriarcal.
Trabalhos como o de Eduardo Schnoor procuram comparar o universo rural e urbano,
“analisando a construção de um entremeado de práticas e representações nas quais, a vida
6KUZNESOF, Elizabeth Anne, A Família na Sociedade Brasileira: parentesco, clientelismo e estrutura social
(São Paulo, 1700-1980) In: Revista Brasileira de História – família e grupos de convívio, Ed. Marco Zero, Nº 17.
10
material e a acumulação de riqueza seriam parte importante na tessitura das relações sócias
entre dois mundos”. (SCHNOOR, 1995)
A historiografia de Minas Gerais, foco central desta pesquisa, não ficaria alheia a
renovação do pensamento historiográfico no que concerne à família. Assim, surgiram
trabalhos como o de Luciano Figueiredo (1997), que trilhando o caminho da História das
mentalidades, analisou o cotidiano da família das Minas Gerais setecentista; Irene Nogueira
de Rezende (2004: 17), utilizando cartas, mapeou as relações sociais no “universo dos
fazendeiros da Zona da Mata”, com a história das famílias Castro e Rezende, entre outros já
citados.
Porém, a maior parte das pesquisas que utilizaram o tema família com objeto principal
de análise baseou-se na noção de família como residência ou unidade econômica. A partir de
trabalhos com o de Mariana Muaze, Thiago Lourenço e Antônio Lacerda7, os
questionamentos passaram a abordar, também, o comportamento familiar e o papel exercido
por cada um dos atores, quer seja interna ou externamente, assim como as estratégias
utilizadas para manter seu poderio social e político, utilizando a redução da escala de
observação e, assim, fazendo uma nova leitura das relações sociais e familiares de cada
família pesquisada.
Este projeto também se justifica pela complementação e aprofundamento da linha de
pesquisa aberta pelo Programa de Pós Graduação que este projeto está inserido, além da
grande tradição do PPGH no estudo das temáticas aqui abordadas.
Inspirada na recente historiografia, já mencionada, esta pesquisa terá como grande
desafio a análise micro histórica dos núcleos familiares das Fazendas do Rochedo (Vieira de
Rezende); Santa Sophia (Ferreira Armonde) e Barra do Louriçal (Ferreira Leite), tecendo as
relações familiares entre seus atores, redesenhando as redes sociais em que estavam inseridos
e os mecanismos que utilizaram para se manter como classe dominante.
A inovação proposta neste projeto é comparar estes núcleos familiares, articulando o
maior número de dados possíveis, utilizando arquivos particulares, como cartas, fotografias,
além de inventários, autos de partilha, contratos de casamento, livros razão das fazendas,
buscando a discussão os principais aspectos de sua consolidação social e política na região 7 MUAZE, Mariana de Aguiar Ferreira, Op. Cit; LOURENÇO, Thiago Campos Pessoa, Op. Cit.; LACERDA, Antônio Henrique Duarte, Op. Cit.
11
proposta e as mudanças quer seja nos padrões de acumulação de bens, quer seja nas relações
sociais com o meio que habitavam.
Para que as questões centrais relacionadas com esta pesquisa pudessem ser
respondidas é possível contar com uma grande quantidade de documentação existente tanto
em arquivos e coleções particulares quanto disponíveis em arquivos públicos dos municípios
da região proposta e também no Rio de Janeiro.
Assim, para pesquisa desta temática foram escolhidas tanto fontes documentais
impressas primárias – inventários, livros razão, registro de terras, ações judiciais, cartas, notas
de compra, fotografias, convites, publicações periódicas, - como secundárias, publicações de
autores vários autores sobre a temática escolhida.
Existe, ainda, a possibilidade de estudar as imagens fotográficas das Fazendas,
comparando não somente seus atributos arquitetônicos, com as semelhanças e diferenças, mas
também a inserção socioeconômica de seus atores.
Nas últimas décadas, inventários, registros de hipotecas, cartas, notas fiscais se tornaram
valiosas fontes históricas. Os documentos encontrados nos arquivos são numerosos. De
acordo com Rezende (2004: 14-19), os álbuns de família “eram símbolos de distinção social”
permitindo que seus descendentes tomassem conhecimento da tradição familiar.
Percorrer as fotografias é como mergulhar no registro virtual da memória familiar.
Resistindo à aceleração do tempo, elas proporcionam uma orientação para a memória
num contexto que tende a ser fragmentário e dispersivo que contribuem para a fixação
da autoimagem de indivíduos e grupos familiares.(REZENDE, 2004:14-19)40
Em sua análise das famílias do Vale do Paraíba paulista, a historiadora Ana Maria
Mauad diz que “dois materiais se cruzam na recuperação do quadro das representações sociais
da elite agrária paulista, no auge da produção cafeeira, no rico município de Bananal.
Representações que engendram memórias. O entrecruzamento de imagens fotográficas e
narrativas de trajetórias de vida permite o resgate de tais memórias.” (MAUAD, 1995:103) A
autora ainda citaria a importância da memória na coesão social da família e o pertencimento
da mesma no contexto sociocultural na região que está estabelecida.
12
Outra fonte de observação, os objetos pessoais da família, como móveis, cadernos de
receitas, livros, revelam as preferências das famílias. A documentação encontrada remonta o
final do século XVIII – com o registro de uma sesmaria – até o final do século XIX. Além da
organização e separação dos documentos que seriam utilizados, foi necessário buscar mais
subsídios.
No Centro de Documentação Histórica (CDH) – Cataguases – MG, foram encontrados
diversos documentos como o inventário do proprietário da Fazenda do Rochedo, um volume
de mais de 400 páginas, além de registro de terras e escravos.
Deste inventário foram transcritos a relação e partilha de bens, a inscrição dos escravos,
processos hipotecários, além de diversas cartas enviadas aos Comissários de Café da Corte.
No Cartório do 1º ofício de Cataguases foi encontrada a Partilha amigável de bens do
Major Vieira, relevante para esta pesquisa.
O Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB) possui diversos artigos de Jornais
como o Jornal do Commercio, mencionando os atores a serem estudados.
No Arquivo Público Mineiro, foram encontradas as doações das Sesmarias, os Jornais
Mineiros, (com importantes informações da família Vieira de Rezende) e o Registro Paroquial
de Terras (também chamado de “Registro do Vigário”) do Major Joaquim Vieira da Silva
Pinto, registro este regulamentado pela Lei de Terras de 1850, além de mapas de população de
Minas Gerais, patentes da Guarda Nacional em Minas.
O Arquivo particular da Fazenda do Rochedo também possui grandes fontes de
informação, como livros de razão, cartas, livros de receita, além de vasta iconografia,
preservados por um dos descendentes do Coronel José Vieira de Rezende e Silva, Dr. José
Rezende.
O acervo particular da família Ferreira Armonde, está depositado no Arquivo da Fazenda
Santa Sophia (Santana do Deserto-MG), acervo este que vai desde o século XVIII até o
XX. Mas, parte deste acervo foi levado pelo Sr. Antônio Luiz Porto de Albuquerque para o
Rio de Janeiro e foi parcialmente reproduzido e ditado pela Xerox do Brasil e posteriormente
transferido para o Museu Imperial de Petrópolis.
13
Deste acervo pode-se destacar a grande quantidade de correspondências comerciais
trocada com comissários de café do Rio de Janeiro, cartas particulares e recibos diversos,
livros de escrituração da Fazenda, além da rica biblioteca ainda existente na Fazenda.
Outros Arquivos importantes são o Museu Regional de São João Del Rey, onde podem
ser encontrados Inventários, prestação de contas testamentárias e Carta de Sesmaria da
Família Ferreira Armonde e o Arquivo Histórico Municipal Prof. Altair José Savassi –
Barbacena, que também guarda grande quantidade de inventários, além da partilha amigável
de bens de Camilo Maria Ferreira Armonde, Conde de Prados.
Em relação à Fazenda Barra do Louriçal, é possível encontrar documentos relacionados à
Fazenda e seu proprietário, Custódio Ferreira Leite, o Barão de Ayuruoca em Mar de
Espanha, no Fórum Geraldo Aragão Ferreira (testamentos e inventários), no Primeiro
Ofício de Notas, assim como nos Arquivos Públicos da Cidade de Barra Mansa No Arquivo
Museu Paulista (espólio documental do Marques de Valença), podem ser encontradas
diversas correspondências escritas pelo Barão. Também podem ser encontrados documentos
do Arquivo Histórico de Barbacena.
A escolha das fazendas supracitadas permite uma análise comparativa entre elas porque,
além a vasta documentação disponível, a mesma está localizada em uma região próxima ao
Rio de Janeiro, o que facilitará o trabalho de campo. Cabe ressaltar que a documentação
relacionada à Fazenda do Rochedo em Cataguases, foi totalmente copiada durante o processo
de pesquisa da Dissertação de Mestrado.
A viabilidade de execução deste projeto também se evidencia pela familiaridade com a
temática e a bibliografia, além do conhecimento e prática em pesquisa adquirida ao longo dos
últimos cinco anos.
Este projeto realiza um diálogo entre a História Social, História do Cotidiano e a
História da Família, focalizando o Mundo Rural8, discutindo as relações socioeconômicas e
políticas relacionadas aos objetos associados a ele. Porém, para responder certas questões
8 De acordo com DEZEMONE, Marcus em sua Tese, Do Cativeiro à Reforma Agrária: Colonato, Direitos e
conflitos (1872-1987), UFF, 2008, “ a expressão mundo rural valoriza as interações e a interdependência daquilo que no senso comum aparece simplificado pela dicotomia formalista rural/urbano, que enfatiza a descontinuidade espacial e a ideia de configurações opostas.” (p. 18)
14
relacionadas à problemática proposta, foi necessário o intercâmbio com conceitos da História
Cultural e Política.
Segundo Hebe Castro9, a História Social “prioriza a experiência humana e os processos de
diferenciação e individuação dos comportamentos e identidades coletivos – sociais – na
explicação histórica”.
Apesar do desenvolvimento da História Social nos últimos anos, especialmente no final
do século XX, ele não foi homogêneo nem harmônico. Dando ênfase a parte cultural,
utilizando uma relativa redução de escala e com perspectivas antropológicas, a História Social
passou a se aproximar de outras ciências humanas. Na França a aproximação com a -
antropologia surgiu através da teoria da antropologia estrutural de Lévi Strauss, que
demonstrando a dimensão cotidiana retomou a antiga teoria da história social de Trevelian:
“history with the politics left out” (DUBY & ARIÈS, 2006) Segundo Michelle Perrot, a
“sociedade oitocentista não tem nada de imóvel, mesmo nas zonas rurais mais atrasadas. Ela
se move constantemente e, com este movimento, movem-se também as fronteiras entre o
público e o privado, as maneiras de viver, de sentir, de amar.” (1992:119) Além da
aproximação com antropologia, a História Social francesa possui, nos dias de hoje, grande
diálogo com a Micro história da Italiana. Para Jacques Revel:
“A escolha do individual não é considerada contraditória com a do social: torna
possível uma abordagem diferente deste último”. Sobretudo, permite destacar, ao
longo de um destino específico, o destino de um homem, uma comunidade. Usada em
pequena escala, torna, muitas vezes, possível uma reconstituição do vivido inacessível
às outras abordagens historiográficas. ” (REVEL, 2000:17)
Outro conceito a ser abordado seria o de redes de sociabilidades, que segundo Michel
Betrand (1957) é "uma estrutura construída pela existência de laços ou relações entre diversos
indivíduos”. Essa rede de relações permitiria a circulação de bens ou serviços, quer fosse,
material ou imaterial.
9 CASTRO, Hebe de Mattos, História Social In: CARDOSO, Ciro F. & VAINFAS, Ronaldo, Domínios da
História, Ed. Campus, 1997, p. 54-55. Neste capítulo também são discutidos vários aspectos da História Social e os estudos dos diversos movimentos sociais ocorridos em diferentes países a o longo dos anos.
15
A História do Cotidiano começou a ganhar força a alguns anos, evidenciando, segundo
Mary Del Priore, “uma dicotomização da realidade social” (PRIORE, 1997:260) Le Goff, a
definiu como o “cruzamento de alguns novos interesses da História” (LE GOFF, 1996)
Assim, como a História Social, ao se encontrar com a Antropologia, ela se une com a História
da Vida Privada, pois, segundo Duby, é no privado que se pode encontrar o que existe de mais
precioso.( DUBY & ARIÈS, 2007: 10) Para estes representantes da Escola dos Annales, a
História do Cotidiano é uma compreensão multidimensional da realidade social; uma forma
de abordar a história econômica e social.
Para Mary del Priore, “historiadores que têm a família por objeto de estudos vêm
percebendo que a vida privada e o cotidiano familiar são um lugar de reprodução e
manutenção” sendo, assim, portador de historicidade.(PRIORE, 1997: 268)
Pesquisas sobre família tiveram início na Europa, principalmente na Inglaterra e
França no século XVI. Mas, foi a partir da década de 1960 que ela passou a ser uma área
específica de pesquisa histórica, com balanços historiográficos realizados por Michael
Anderson, André Burguière e Alan Macfarlane, entre outros10
Antes da década de 1950, as pesquisas que tratavam do tema família se mantinham
dentro de análises genealógicas, baseadas em fontes subjetivas. Com o surgimento da
demografia histórica, surgiram novos questionamentos que estimularam estudos como os da
linha francesa, baseados em registros paroquiais, especialmente da zona rural e pelas
pesquisas do Grupo de Cambridge, que exploraram listas nominativas. (MARCÍLIO, 1997)
Em conjunto com estes estudos demográficos apareceriam temáticas que, segundo
Sheila Faria, abordariam os sentimentos e as ideias, em uma tentativa de chegar à emergência
das atuais relações sócio familiares.(FARIA apud CARDOSO & VAINFAS, 1997:250)
No Brasil, trabalhos mais recentes demonstraram a existência de uma grande
diversidade familiar regional. Assim, a família exerceu papel fundamental no “funcionamento
das atividades econômicas e nas relações sociais e políticas”. (FARIA apud CARDOSO &
VAINFAS, 1997: 256)
10ANDERSON, Michael, Approaches to the History of the western Family 1500-1914, Macmillan Press, 1980; BURGUIÈRE, André, Las Mil y Una Famílias de Europa, In: BURGUIÈRE, André et alli, Historia de la
familia, Vol. 2, Ed. Alianza, 1988; MACFARLANE, Alan, Marriage and love in England. Modes of
reproduction 1300-1840, England, 1986.
16
Este projeto será desenvolvido tomando como ponto de os referenciais teóricos
descritos acima para tentar elucidar as identidades sócio econômicas e familiares da Zona da
Mata Mineira, sem, no entanto, se filiar a nenhuma delas em particular.
Analisar dicionários editados durante o século XIX também podem ajudar a se
perceber como os atores sociais das fazendas envolvidos neste projeto construíram e
compartilharam a noção de família no contexto social em que viviam.
O dicionário de 1858 de Antônio Silva define família como “pessoas de que se compõem a
casa, e mais propriamente as subordinadas aos chefes, pais de família, mas mais estritamente
se diz do pai, da mãe e filhos, ou que vivam na mesma casa, ou em diversas casas.” (SILVA,
1858:10) Assim, segundo critérios da época, para se pertencer a uma família os laços podiam
ser consanguíneos e/ou políticos, construídos através de aliança e solidariedade. Família
também poderia ter sentido de autenticação de hierarquia. Pertencer a uma “boa família” era
sinônimo de ser membro de um grupo privilegiado na sociedade Imperial.
“de boa família é um homem que pelos laços de sangue está unido a certo número de
pessoas que na sociedade gozam de um lugar privilegiado. Isto se chama família
distinta, honesta, estimável. Quando os títulos, as altas dignidades e os grandes
empregos se hão multiplicados e conservado sem quebra durante largo tempo em uma
mesma família.” (FARIA, 1850:32)
Este projeto utilizará a noção de classe dominante de Mattos que a definia como
aquela classe que não era formada apenas por aqueles que formavam o Estado, mas também
pelos que compartilhavam as ideias de ordem e civilização, quer fossem Senadores, Ministros
ou proprietários rurais, (MATTOS, 1990: 115-118) além das do dicionário de Moraes Silva
que definiu esta classe como aquela que cultivava os bons costumes como boas maneiras,
educação e instrução. O Sentido de aristocracia, assim formado estava em comunhão com o
projeto do governo imperial de expansão da civilização, utilizando os padrões de países
europeus, principalmente a França. (SILVA, 1858: 10).
Para poder responder as questões a serem investigadas, este projeto pautou-se na
metodologia da microanálise com contextualização social, onde, segundo Levi:
17
“Toda ação social é vista como resultado de uma constante negociação, manipulação,
escolhas e decisões do indivíduo diante de uma realidade normativa que, embora
difusa, oferece muitas possibilidades de interpretações e liberdades pessoais.” (LEVI,
1992:135)
Com esta abordagem com alternância de escala novas perspectivas surgiram no que
diz respeito aos estudos de atores chaves para as análises históricas, ligando-os ao tempo
passado. Segundo Rosental, “os comportamentos individuais não são mecanismos
determinados: eles refletem o uso que cada um faz da margem de manobra de que dispõe
numa situação dada, do seu universo de possíveis, trabalhando para a identificação de
processos e não da simples descrição de formas”(ROSENTAL, 1988: 159-163)
A consolidação da micro- história influenciou os caminhos da narrativa histórica com
a consolidação da direção dos Annales no fim da década de 1970. (FONTANA,2004)
Tendo herdado a perspectiva interdisciplinar dos Annales, dialogando com a antropologia e
sociologia, a micro história foi considerada por Grendi “como forma de acesso a problemas de
pesquisa que embora fossem aparentemente locais, diziam respeito à totalidade da sociedade.”
(LIMA, 2008: 108-110)
Este diálogo interdisciplinar e a influência de trabalhos como os de Karl Polanyi.
Edward Thompson, Frederik Barth e Norbert Elias deram início a novas perspectivas
historiográficas, como pode ser visto nos trabalhos de Edoardo Grendi e Giovanni Levi. O de
Eduard Thompson, segundo Lima (2008: 188), desvendou práticas culturais por trás de
relações que eram consideradas unicamente pela Economia.(LIMA, 2008: 188)
Segundo Grendi, a micro análise era campo de para que as relações interpessoais
pudessem ser anualizadas, pois deveria interrogar estas relações com instrumentos da História
Social, ancorados na redução da escala. (GRENDI, 2000: 275-276) Ginzburg também
destacou a análise do indivíduo como eixo central da problematização histórica, pois
desvendaria realidades que poderiam estar ocultas.(GINZBURG, 1989)
Revel lembra que ao serem escolhidos os grupos familiares se busca recuperar a
“multiplicidade nas quais estes sujeitos se inserem”(REVEL, 2000:21-23)
18
Outra proposta metodológica a ser considerada seria a coordenação da grande
quantidade de documentação já encontrada, seja oficial, como testamentos, inventários11,
importantes para se entender a quantidade de bens que possuíam, os débitos, a partilha final
entre os herdeiros; seja íntimos como cartas, fotografias, cadernos de receita, livro de registro
de escravos, livros razão com anotações de compra e vende de café, registro de propriedade
das terras, jornais, e análise destas fontes, como coleção familiar. Neste sentido, a Memória
destas famílias daria consistência à pesquisa, pois os atores deixaram registros de suas ações
e/ou pensamentos, quer sejam em forma de cartas íntimas ou oficiais, além de fotografias.
(VELHO, 1994: 125)
Segundo Pollak, além de ser um fenômeno individual, a memória ajuda na construção
do coletivo, pois os elementos que a compõe podem ser aqueles que foram vividos direta ou
indiretamente.(POLLAK, 1992)
As muitas correspondências encontradas entre os membros das famílias de cada
fazenda estudada, foram trocadas entre fazendeiros da região, além daquelas trocadas entre
eles e os Comissários de Café do Rio de Janeiro e entre membros da mesma família e amigos.
A análise destas correspondências permitirá montar as redes sociais mantidas por elas durante
o período proposto por este projeto, além de poder comparar as visões e estratégias adotadas
por cada família diante de situações comuns ou não. (FERREIRA, 2001)
No entanto, documentação de cunho pessoal e íntimo não era comum nos arquivos do
Brasil. Segundo Cabral de Mello, isto era devido à religiosidade, (MELLO, 1997: 386-387),
pois, ao escrever estes indivíduos realizavam processos de construção de si mesmo dando
uma identidade. Além disso, este tipo de fonte demonstra ser um lugar onde ocorrem vários
papéis sociais e temporais.
Além da documentação foram encontradas muitas fotografias, principalmente nas
Fazendas do Rochedo e Santa Sophia. Este projeto pretende, também fazer uma análise deste
material visual, pois além elas podem demonstrar a legitimação de cada indivíduo no grupo
social no qual está inserido, além de reforçar os laços de família e amizade.
11 De acordo com Fragoso, estes documentos cartoriais podem demonstrar a movimentação da sociedade, pois nos remete ao tempo em que foram escritos, com suas mudanças e permanências. Nos lembra também que muitos historiadores os utilizam apenas no sentido econômico e que isto empobrece a pesquisa. (FRAGOSO, João Luís Ribeiro, Barões, homens livre pobres e escravos: notas sobre uma fonte múltipla – inventários post
mortem, UFF, 2001.)
19
No período em que este projeto se insere a comunicação era bastante precária, assim o
envio de cartas, bilhetes e, até mesmo fotografias, eram importante para se manter este
contato social. As fotografias começaram a ficar mais populares na segunda metade do século
XIX e de acordo com Nogueira de Rezende (2004: 14-19), os álbuns de família “eram
símbolos de distinção social” permitindo que seus descendentes tomassem conhecimento da
tradição familiar.
Percorrer as fotografias é como mergulhar no registro virtual da memória familiar.
Resistindo à aceleração do tempo, elas proporcionam uma orientação para a memória
num contexto que tende a ser fragmentário e dispersivo que contribuem para a fixação
da autoimagem de indivíduos e grupos familiares . (SCHAPOCHNIK, 1998:457) )
Em sua análise das famílias do Vale do Paraíba paulista, a historiadora Ana Maria Mauad
diz que “dois materiais se cruzam na recuperação do quadro das representações sociais da
elite agrária paulista, no auge da produção cafeeira, no rico município de Bananal.
Representações que engendram memórias. O entrecruzamento de imagens fotográficas e
narrativas de trajetórias de vida permite o resgate de tais memórias.” (MAUAD, 1995: 103).A
autora ainda citaria a importância da memória na coesão social da família e o pertencimento
da mesma no contexto sociocultural na região que está estabelecida.
Para se pode estabelecer a época em que as fotografias já encontradas foram
produzidas será necessário fazer uma pesquisa relativa aos estúdios fotográficos e seus
respectivos fotógrafos e as mudanças das vestimentas das pessoas, pois nem todas estão
datadas.12
Para ela a fotografia é “uma imagem que se elabora através do tempo, tanto como
imagem/monumento quanto como imagem/documento, tanto como testemunho indireto do
passado.” (MAUAD, 1995: 73-98) e “a fotografia demanda de outros textos que a precedem,
12 Par se poder saber mais sobre as imagens durante o Segundo Império, ver: MAUAD, Ana Maria, Imagem e
Auto-Imagem do Segundo Reinado, In: ALENCASTRO, Luiz Felipe de (Org), História da Vida Privada no Brasil, Op. Cit, p. 181-232; MAUAD, Ana Maria, Entre Retratos e paisagens: as imagens do Brasil
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propostas cautelares, In: Revista Brasileira de História, Ed. Anpuh/Humanitas, 203, vol. 23
20
ou que com ela concorrem, para a produção da textualidade de uma época, no sentido de
levantar a cultura histórica institucionalizadora dos códigos de representação que conformam
as imagens fotográficas.” (MAUAD, 2000)
A autora ainda acrescentaria que ao analisar uma fotografia tem que se levar em conta
a sociedade que a produziu, considerando outras fontes, sejam elas visuais ou não, que
contextualizam uma época, um grupo social.
Outra fonte que pode ser explorada são os jornais da época proposta por este projeto,
uma vez que seus atores, inseridos em vários setores políticos e sociais, aparecem em diversas
reportagens. Já há alguns anos a utilização de jornais como fonte de pesquisa histórica vem
sendo discutida. Segundo Márcia Espig, o Jornal não é apenas uma fonte de informação, pois
“constituem-se em verdadeiros arquivos do cotidiano, nos quais podemos acompanhar a
memória do dia-a-dia e estabelecer a cronologia dos fatos históricos.”(ESPIG, 1998:274)
Procurar-se-á, diante das fontes já encontradas e daquelas que ainda se poderá
encontrar, demonstrar como os atores e suas respectivas famílias se interrelacionavam, seu
cotidiano, além de seu enobrecimento e consequente influência na região em que habitavam.
21
FONTES E BIBLIOGRAFIA
Fontes
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