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1 A TRIBUTAÇÃO COMO FORMA DE EFETIVAÇÃO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ESTADO BRASILEIRO A solidariedade é o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana. Franz Kafka João Rezende Almeida Oliveira Jon! "ar#os $ J%lio &dstron '. 'antos ( RESUMO &ste artigo visa demonstrar mediante revisão )i)liogr*fi#a a fun+ tri)uta+ão e a sua #ontri)ui+ão para a efetiva+ão dos direitos fu &stado )rasileiro. ,ara tanto- foi demonstrada a fun+ão so#ial da re#onstruiu se um panorama dos direitos fundamentais e foi aprese s/ntese da teoria so)re os #ustos dos direitos fundamentais na at 0us#ou se demonstrar que todo direito fundamental tem #usto e que a tri)uta+ão é o prin#ipal instrumento estatal de perseguir #on#retizar os direitos fundamentais. PALABRAS CHAVE:2ri)uta+ão- 3ireitos Fundamentais- &fetiva+ão 1 Professor Doutor do programa de mestrado em Direito da UCB/DF e da graduação. 2 Deputado Federal pelo PRB de Sergipe, acadmico em Direito. ! "estre em Direito #$ter$acio$al %co$&mico pela UCB/DF, Doura$do em Direito pelo U$iceu', professor da graduação e especiali(ação da UCB/DF.

A Tributação Como Forma de Efetivação Dos Direitos Fundamentais No Estado Brasileiro

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O artigo demonstra a relação entre a cobrança de tributos e a efetivação dos direitos fundamentais no Brasil

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A TRIBUTAO COMO FORMA DE EFETIVAO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS NO ESTADO BRASILEIRO

A solidariedade o sentimento que melhor expressa o respeito pela dignidade humana.Franz Kafka

Joo Rezende Almeida Oliveira[footnoteRef:1] [1: Professor Doutor do programa de mestrado em Direito da UCB/DF e da graduao.]

Jony Marcos[footnoteRef:2] [2: Deputado Federal pelo PRB de Sergipe, acadmico em Direito.]

Jlio Edstron S. Santos[footnoteRef:3] [3: Mestre em Direito Internacional Econmico pela UCB/DF, Dourando em Direito pelo Uniceub, professor da graduao e especializao da UCB/DF.]

RESUMO

Este artigo visa demonstrar mediante reviso bibliogrfica a funo social da tributao e a sua contribuio para a efetivao dos direitos fundamentais no Estado brasileiro. Para tanto, foi demonstrada a funo social da tributao, reconstruiu-se um panorama dos direitos fundamentais e foi apresentada uma sntese da teoria sobre os custos dos direitos fundamentais na atualidade. Buscou-se demonstrar que todo direito fundamental tem custo e que a tributao o principal instrumento estatal de perseguir o objetivo de se concretizar os direitos fundamentais.

PALABRAS CHAVE: Tributao, Direitos Fundamentais, Efetivao

SUMRIO:1 INTRODUO... 2; 2 A TRIBUTAO E SUA FUNO SOCIAL 3; 3 PANORAMA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 6; 3.1 O CUSTO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS 12; CONCLUSO 15; REFERNCIAS 16

INTRODUO

O objetivo deste artigo demonstrar, mediante uma reviso bibliogrfica e a utilizao do mtodo hipottico dedutivo que na atualidade a tributao possui a funo social de arrecadar recursos para que sejam efetivados os direitos fundamentais.Desta maneira alm da tributao representar uma competncia exclusiva do Estado brasileiro, que permeia todos os entes federados ela um instrumento de aperfeioamento das estancias democrticas de nosso Estado, j que com os tributos so arrecadados meios para a efetivao dos direitos fundamentais.Quanto aos direitos fundamentais no se pode olvidar que eles tanto so anseios histricos da sociedade, quanto so direitos essenciais reconhecidos positivamente na constituio de cada um dos Estados. Assim, existe uma larga doutrina sobre o assunto, bem como h vrias teorias aplicveis sobre os mesmos.Contudo, para que fossem atingidos os fins deste artigo tambm foi discorrido sobre a teoria do status positivo e negativo dos direitos fundamentais que basicamente demonstram a necessidade ou no de participao do Estado para a concretizao de determinado direito. Alm da teoria do status foi apresentada a nossa posio critica sobre o assunto, que no se coaduna com a dicotomia apresentada por aquela construo dogmtica, tendo em vista, que todos os direitos fundamentais exigem, em maior ou menor grau, alguma prestao pecuniria estatal.Assim, a ttulo de exemplo, foram demonstradas que tanto a segurana pblica, que resguarda o direito a liberdade, quanto a sade, tiveram alocadas vultosas quantias por parte da Unio, no perodo de janeiro a julho de 2015, valendo, inclusive, a reflexo sobre a discrepncia entre o valor alocado e a sua efetiva execuo oramentria.Portanto, nota-se que a tributao no pode ser analisada apenas como um instrumento de poder estatal, mas sim deve ser entendida como um vetor de efetivao dos direitos fundamentais no paradigma do Estado brasileiro atual.

2 A TRIBUTAO E SUA FUNO SOCIAL

Todos os direitos na atualidade tem algum custo para a sua proteo e efetivao: Assim, esses custos precisam ser levados em considerao na hora da prestao concreta dos direitos. (CAVALCANTE, CABRAL, 2014, p.13).Assim, a tributao hodiernamente necessita ser verificada por dois prismas, ou seja, ela tanto representa o poder coercitivo do Estado para o pagamento dos tributos, quanto um dever fundamental de solidariedade exigvel de todos os cidados para com a sociedade, efetivado no pagamento pecunirio compulsrio. O dever de pagar impostos um dever fundamental. Os impostos no so meramente um sacrifcio, mas sim, uma contribuio necessria para que o Estado possa cumprir suas tarefas no interesse do proveitoso convvio de todos os cidados. (TIPKE, YAMASHITA, 2002, p. 13)

O dever de pagar tributos faz parte do rol de deveres humanos que fedem ser entendidos pelas pessoas em relao a si prprias, sua sociedade e a geraes futuras (SIQUEIRA, 2009, p. 117), se entendo desta maneira que o pagamento dos tributos efetiva o princpio constitucional da solidariedade que deve permear toda a sociedade brasileira na atualidade.O tributo deve ser conceituado como um gnero que comporta trs espcies distintas, os impostos, as taxas e as contribuies de melhoria. No h no mundo moderno um Estado que sobreviva sem alguma forma de cobrana de tributos.A importncia social dos tributos destaca-se, inclusive, pela clebre afirmao do Chief Justie da Suprema Corte estadunidense Oliver Holmes, que assim aduziu: Eu gosto de pagar tributos, porque com eles, que se compra a cidadania.Esta tambm a posio de Arent (1999), para quem: A essncia funcional da ordem tributria assim como a sua lgica existencial esto insertas na sua potencialidade de distribuir cidadania.Desta maneira Godoy (2010, p. 103) leciona: em praticamente todas as constituies do mundo h a descrio de que: todos so obrigados a pagar tributos nos termos da lei. Assim, os tributos so a principal forma pelo qual o Estado, se capitaliza para concretizar os direitos do cidado.Deve-se ter a clareza, ainda que na atualidade, no existe Estado sem tributos, e o poder de tributar uma competncia estatal exclusiva, que no pode ser delegada a nenhum outro poder dentro de um pas. Tambm necessrio apontar que segundo Valado (2001, p. 223): Inegvel que o poder de tributrio decorre do poder estatal. Inegvel, tambm que devem existir, e de fato existem, limitaes a esse poder, as quais, via de regra, constam das contribuies. Podendo-se destacar:A tributao, no Estado de Direito Democrtico, constitu instrumento da sociedade. atravs das receitas tributrias que so viabilizadas a manuteno da estrutura poltica e administrativa do Estado e as aes do governo. (PAULSEN, 2013, p. 15)

Pontua-se que pelo menos a partir da Magna Carta Inglesa de 1215, entende-se que o poder de tributar, no pode ser utilizado de maneira desptica, mas sim deve ser um poder democrtico de se efetivar o bem comum.No Brasil, tanto a Constituio da Repblica, quanto o Cdigo Tributrio Nacional cumprem o imperativo legal de delimitar a tributao nacional, estabelecendo seus instrumentos e parmetros, compreendendo um singular e complexo sistema que envolve todos os nveis federados brasileiros.A ttulo de exemplo, no Brasil em 2014, segundo o jornal Valor Econmico: com a economia crescendo aqum do desejado, a arrecadao total totalizou R$ 1,187, trilho (de reais), em queda de 1,79% (em comparao com o ano de 2013) (RODRIGUES, SIMO, 2015). Ou seja, em termos pragmticos, afirma-se que o Estado brasileiro contabilizou aquele valor para a sua manuteno e desenvolvimento dos direitos fundamentais daquele valor considervel, fruto da aplicao sistemtica do seu sistema tributrio. Isto por que: pode-se facilmente alcanar a concluso de que todos os direitos fundamentais custam dinheiro (SIQUEIRA, 2009, p. 119).Portanto, pode-se concluir que h um dever de proteo do Estado, contra a cobrana abusiva de tributos, bem como h uma clara obrigao do cidado de pagar seus tributos. Sendo estes utilizados como meio de se efetivar a solidariedade social. Neste sentido, deve-se concluir que a tributao uma das principais maneiras de se efetivar a justia social atravs da concretizao dos direitos fundamentais expressos na Constituio.

3 PANORAMA DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Direitos e garantias fundamentais so aqueles considerados essenciais e positivados na constituio em cada Estado, de maneira explcita ou implcita, atingindo a respectiva dimenso interna. Direitos fundamentais so direitos pblicos subjetivos de pessoas (fsicas ou jurdicas), contidos em dispositivos constitucionais e, portanto, que encerram carter normativo supremo dentro do Estado, tendo como finalidade limitar o exerccio do poder estatal em face da liberdade individual. (DIMOULIS, MARTINS, 2007, p. 54).Importa salientar que os direitos fundamentais so autolimites atuao estatal, j que representam balizas hermenuticas que devem ser utilizadas em todas as aes da estrutura estatal de um pas.Uma autoridade estatal no pode, por exemplo, decidir livremente sobe a convenincia de invadir as residncias de pessoas consideradas suspeitas, a fim de realizar controles preventivos. Nem pode decidir se sero criadas escolas com base em critrios de custo. (DIMOULIS, 2009, p. 123).Tais direitos possuem um status superior no ordenamento jurdico, devido aplicao do princpio da supremacia constitucional, no entendimento de que todas as disposies constitucionais esto no pice do ordenamento jurdico. Assim, os direitos fundamentais so aqueles imprescindveis ao homem no seio da sociedade. (SIQUEIRA JNIOR; OLIVEIRA, 2007, p.41).A histria dos direitos fundamentais se confunde com o reconhecimento de que a sociedade passou a exigir, por critrios de segurana jurdica, a positivao dos seus direitos, atravs do estabelecimento de documentos escritos. No Ocidente, a partir do sculo XVII, a positivao dos direitos ganhou fora com o reconhecimento dos direitos polticos e com a necessidade de participao popular na criao de normas jurdicas, estabelecendo-se a legitimidade como um fator emblemtico para a efetivao dos direitos fundamentais.A sedimentao dos direitos fundamentais como normas obrigatrias resultado de maturao histrica, o que tambm permite compreender que os direitos fundamentais no sejam sempre os mesmos em todas as pocas, no correspondendo, alm disso, invariavelmente, na sua formulao h imperativos lgicos. (MENDES; BRANCO, 2015, p. 137).A doutrina aponta que, historicamente, os direitos fundamentais tm o seu marco jurdico inicial e mais significativo na Magna Carta Inglesa de 1215. Porm, nota-se que ela no foi nem o nico nem o primeiro, destacando-se, j nos sculos XII e XIII, as cartas de franquia e os forais outorgados pelos reis portugueses espanhis. (SARLET, 2011, p.41).Posteriormente, tambm na Inglaterra, os direitos fundamentais tiveram mais um impulso para seu reconhecimento jurdico, com a promulgao do Petition of Rigths em 1628, Habeas Corpus Act em 1679 e Bill of Rigths de 1689. Em que pese a sua importncia histrica para a evoluo no mbito da afirmao dos direitos, inclusive como fonte de inspirao para outras declaraes, estas positivaes de direitos e liberdades civis na Inglaterra, apesar de conduzir a limitaes do poder real em favor da liberdade individual no pode ainda, ser considerada como um marco, inicial, isto , como o nascimento dos direitos fundamentais no sentido que hoje se atribui ao termo. (SARLET, 2011, p.43).Mas o que no permitiu que os documentos ingleses apontados alcanassem o reconhecimento como os documentos jurdicos da atualidade foram ausncia de participao popular em suas elaboraes, fazendo com que a legitimidade deles fosse duramente questionada. Registre-se que a marca da atualidade jurdica o reconhecimento da busca de efetivao do princpio democrtico, na medida em que esse uma exigncia central para a legitimidade das leis.Retornando ao contexto histrico, na mesma poca da Magna Carta inglesa, no Reino da Espanha, destacou-se o perodo no qual as Cortes de Castilla y Len promulgavam ditos e, portanto, leis com validade interna, com participao popular, exercendo uma experincia democrtica muito prxima da atualidade. Antes que en ningn otro lugar del viejo continente, en las Cortes de Castilla y Len aparecen representantes de las ciudades y de las villas, al lado de los estamentos tradicionales del Clero y la Nobleza, como consejeros naturales del rey. (PREZ, 2011, p. 48).Outro grande marco histrico dos direitos fundamentais foi o reconhecimento da necessidade de positivao das constituies e das declaraes escritas, aps as revolues estadunidense e francesa. Nesse sentido, a Constituio dos Estados Unidos da Amrica de 1776 marcou o primeiro reconhecimento dos direitos e liberdades individuais, num mbito efetivamente constitucional, herdado dos moldes do constitucionalismo ingls.J como resultado da Revoluo Francesa, a Declarao de Direitos do Homem e do Cidado de 1789 marcou um novo modelo no qual, alm de positivar os direitos fundamentais, o Estado passou a reconhec-los em outros pases, devido ao princpio da universalizao.Pela primeira vez os direitos naturais do homem foram acolhidos e positivados como direitos fundamentais constitucionais, ainda que este status constitucional da fundamentalidade em sentido formal tenha sido definitivamente consagrado somente a partir da incorporao de uma declarao de direitos Constituio de 1791. (SARLET, 2011, p.43)Contudo, h que se apresentar o questionamento de Arnaldo Godoy para quem: A pesquisa pretende questionar se a agenda dos direitos fundamentais seria justificada, to somente, por uma dinmica evolutiva ou, se de um modo mais radical, pode-se reconhecer acidente histrico, a exemplo do processo de descivilizao vivido ao longo da segunda grande guerra, como um trao definidor e emprico da positivao dessa agenda, com o que se poderia falar, definitivamente, em direitos fundamentais. (GODOY, 2014, p. 453)O que se demonstra em sntese que com a constatao dos crimes cometidos durante a Segunda Guerra pelo regime nazista, houve um processo, inclusive, jurdico de desnazificao na Alemanha, expurgando leis, costumes e prticas que fossem discriminatrio ou mesmo, relacionado com o partido social democrata que havia governado o pas.Nota-se, que a corte suprema alem buscou efetivar a Lei Fundamental, sendo influenciada e ao mesmo tempo influenciando processo de desnazificao. Assim, como se constata que os seus julgados passaram a ser considerado como referncia para vrios sistemas jurdicos e entre eles o brasileiro.Portanto, verifica-se que nem mesmo o contexto histrico dos direitos fundamentais pacfico, na literatura do tema, mas afirma-se que os direitos fundamentais podem ser considerados como necessidades histricas positivadas em cada uma das constituies dos Estados ocidentais.Claramente, aps esse apanhado histrico, identificamos na evoluo dos direitos fundamentais do homem trs grandes dimenses geraes ou trs fases desses direitos (SIQUEIRA JNIOR; OLIVEIRA, 2007, p.41).Essas dimenses se referem chamada Teoria Geracional de Norberto Bobbio, que atualmente denominada Teoria Dimensional. Bobbio fez um recorte metodolgico, distinguindo os direitos individuais, os sociais e os democrticos. [...] do ponto de vista terico, sempre defendi - e continuo a defender, fortalecido por novos argumentos - que os direitos do homem, por mais fundamentais que sejam, so direitos histricos, ou seja, nascidos em certas circunstncias, caracterizadas por lutas em defesa de novas liberdades contra velhos poderes, e nascidos de modo gradual, no todos de uma vez e nem de uma vez por todas. (BOBBIO, 1991, p. 5).Pela Teoria Geracional, identifica-se claramente que houve trs fases de desenvolvimento dos direitos fundamentais, baseadas nos marcos histricos do constitucionalismo, que so: Estado liberal, Estado Social e o Democrtico de Direito.Pela Teoria Geracional dos direitos do homem, se estuda como os direitos do homem pela anlise cronolgica passaram a integrar os ordenamentos jurdicos dos diversos Estados, isto , como acontece a positivao dos direitos do homem, priori naturais universais, em direito positivo (fases dos direitos do homem), medida que foram sendo reconhecidos como essenciais a uma sociedade democrtica. (OLIVEIRA, 2014, p. 10)Porm, h, atualmente, uma severa crtica a essa teoria: a primeira tem como gide o princpio da indivisibilidade dos direitos, que impede a separao das previses constitucionais em compartimentos estanques; a segunda refere-se necessidade de uma interpretao teleolgica dos direitos com o cumprimento do preceito da mxima efetividade das normas jurdicas, ou seja, buscar efetivar todos os direitos fundamentais, por serem essenciais pessoa.Nesse sentido, salienta-se que, no Brasil - luz da Constituio da Repblica Federativa do Brasil de 1988, diferentemente de todas as outras desde 1824 -, houve uma modificao na estrutura de apresentao dos preceitos constitucionais, observando-se que os direitos e garantias fundamentais so elencados antes das disposies sobre a estrutura estatal. Tal mudana consolidou o entendimento de que o Estado existe em funo da efetivao dos direitos e tem a principal misso institucional de consolid-los. Cita-se ainda que, alm do rol analtico de direitos fundamentais, a Constituio brasileira estabeleceu, em seu artigo 5, 2, uma clusula aberta ou de receptividade de direitos fundamentais. Assim, alm dos direitos positivados, reconheceram-se os referentes ao regime, como o duplo grau de jurisdio, formando a ideia de um bloco de constitucionalidade, analisado adiante. A clusula de abertura constitucional demonstra, explicitamente, que os tratados de direitos humanos dos quais o Brasil signatrio tambm so considerados direitos fundamentais. Possuem, portanto, a mesma hierarquia constitucional dos direitos expressos na Constituio brasileira de 1988. Esse entendimento reconhece que no pode haver diferenas na procedimentalizao entre os direitos humanos e fundamentais, j que ambos buscam promover a dignidade da pessoa humana, independentemente do contexto territorial que estiver inserido. Complementarmente, impe-se a seguinte lio doutrinria apresentada pela escola portuguesa: O processo de fundamentalizao, constitucionalizao e positivao dos direitos fundamentais colocou o indivduo, a pessoa, o homem, como centro de titularidade de direitos. (CANOTILHO, 2003, p. 416).Entende-se, ento, que os direitos fundamentais representam as necessidades e as escolhas da sociedade de um determinado Estado em um determinado momento. Segundo a doutrina hodierna, os critrios formais e os materiais devem ser utilizados para distinguir os direitos fundamentais dos demais direitos. O critrio formal, que o utilizado no Brasil (como j dito), demonstra que todos os direitos elencados na Constituio so considerados fundamentais e possuem a mesma hierarquia entre si. A ttulo de exemplo, por esse critrio, a liberdade de expresso e a previso sobre a competncia da Unio possuem a mesma hierarquia constitucional. Sob o prisma material, h direitos que, necessariamente, fazem parte de um rol superior. Para a literatura clssica, so direitos materialmente constitucionais: as disposies sobre a forma do Estado, os meios de aquisio e de manuteno do poder, os direitos individuais e o controle de constitucionalidade. Outra distino que deve ser salientada a complementaridade entre as dimenses objetiva e subjetiva dos direitos fundamentais. Classicamente, se aceita a concepo de que os direitos podem ser objeto de renncia ou de decadncia, como os direitos patrimoniais. Dessa forma, eles podem ser utilizados de forma subjetiva, ou seja, o sujeito portador do direito pode escolher se, em uma situao de ameaa ou leso ao seu patrimnio jurdico, ir reivindic-lo perante as esferas administras ou judiciais de determinado Estado. J na dimenso objetiva, causada por sua constitucionalizao na atualidade jurdica, a escola de Coimbra assim afirma: [...] os direitos fundamentais devem ser compreendidos, interpretados e aplicados como normas jurdicas vinculativas e no como trechos ostentatrios ao jeito das grandes declaraes de direito. (CANOTILHO, 2003, p.378). salutar perceber que, pela dimenso objetiva, os direitos fundamentais impem limites atuao de toda Administrao Pblica, bem como ao particular, que no pode viol-los.A par de seu inegvel significado como direito de proteo ou de defesa contra atos lesivos por parte do Pode Pblico, cumprem os direitos fundamentais um relevante papel como elementos da ordem jurdica objetiva da comunidade. (MENDES e BRANCO, 2012, p. 120).Para Dimoulis e Martins (2007), a percepo da dimenso objetiva dos direitos fundamentais independente de seus titulares, vale dizer, dos sujeitos de direito. Assim, entende-se que a dimenso objetiva desses direitos impe limites atuao de todos sob a jurisdio do Estado, inclusive prpria estrutura estatal.Outro ngulo desse assunto apontado pela doutrina de Sarlet (2009, p. 226) que explica: os deveres fundamentais [...] guardam ntima (embora no exclusiva) relao com a assim designada dimenso objetiva dos direitos fundamentais.As construes tericas sobre a titularidade dos direitos fundamentais so um ponto praticamente pacfico, e a doutrina vaticina isso da seguinte maneira: no resta dvida de que todos os seres humanos so titulares de direitos fundamentais. (MENDES; BRANCO, 2013, p. 171). E nesse contexto, os deveres fundamentais apresentam um importante componente para se compreender os direitos fundamentais na atualidade, uma vez que praticamente no existe direito sem alguma espcie contraposta de dever. Nesse sentido, Cunha Jnior (2013, p. 329) leciona: o reconhecimento de deveres fundamentais diz respeito participao ativa dos cidados na vida pblica e implica em um empenho solidrio.Apesar da aparente facilidade de entendimento sobre a titularidade dos direitos fundamentais, no se pode deixar de apontar que a proteo deles, pelo Estado, s possvel dentro dos seus limites territoriais, no exerccio de sua jurisdio. Tambm pode em condies muito especiais como, por exemplo, em situaes de intervenes humanitrias, como a do Brasil em Haiti, onde tanto os pases que participam quanto a comunidade internacional tm obrigao de promover a efetivao dos direitos fundamentais.Dessa forma, salvo em condies muito especficas, como o acesso a cargos pblicos com alto poder decisrio, como a Presidncia da Repblica, reconhece-se que todas as pessoas, nacionais ou estrangeiras, so titulares de direitos fundamentais. Assim, merecem o mesmo tratamento por parte do Estado.Atualmente, no Brasil, at mesmo a pessoa jurdica titular de direitos fundamentais, logicamente naquilo que couber. Com isso, depreende-se que os direitos fundamentais suscetveis, por sua natureza, de serem exercidos por pessoas jurdicas podem t-las por titular. (MENDES; BRANCO, 2013, p. 171).Como exemplo da utilizao dos direitos fundamentais pela pessoa jurdica, cita-se a possibilidade de reconhecimento de danos morais a sua honra objetiva, tal como assegurado pela Smula 227 do Superior Tribunal de Justia (STJ). Pacificamente, se aceita que, como limite atuao do Estado, os direitos fundamentais terminam sendo uma forma de proteo do ser humano contra o arbtrio estatal. Como tradicionalmente, os direitos e garantias fundamentais so aplicados nas relaes travadas entre o particular e o Poder Pblico (BULOS, 2013, p.536), lembra-se que essa situao chamada pela doutrina de eficcia vertical dos direitos fundamentais.Atualmente, a discusso tem seu foco na possibilidade de se utilizar a Teoria da Eficcia dos Direitos Fundamentais s relaes privadas. Esse ponto tambm pacfico, tendo em vista que pode haver conflito entre titulares de direitos fundamentais, tal como demonstra a referida Smula 227, que reconhece a titularidade das pessoas jurdicas. Noutras palavras, os direitos fundamentais valem no s nas relaes verticais entre indivduo e Estado, mas tambm nas relaes interprivadas. (BULOS, 2013, p.537).Outro tema relativo aos direitos fundamentais versa sobre a sua aplicabilidade s normas constitucionais. Esse tpico um reflexo direto das teorias de aplicabilidade da prpria Constituio que, ao longo de sua histria, foi duramente questionada, devido a sua alta carga poltica. Chegou-se a duvidar se elas seriam autoaplicveis ou no e, no mesmo sentido, se seriam autoexecutveis ou no. Atualmente, essa situao estaria superada pela chamada Teoria da Aplicabilidade das Normas Constitucionais do jurista Jos Afonso da Silva. Ele buscou ultrapassar as posies dicotmicas com o entendimento de que h graus de dependncia da norma constitucional em relao legislao infraconstitucional.Quanto eficcia dos direitos fundamentais, o texto da Constituio cidad, em seu artigo 5, , 1, determinou de forma clara que: As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais tm aplicao imediata, evidenciando-se que os direitos fundamentais devem ser aplicados, ao mximo possvel, sem a necessidade de legislao infraconstitucional.Toda e qualquer norma constitucional, sem qualquer exceo, dotada de eficcia jurdica, apenas variando sua carga eficacial, ora para mais, ora para menos, consoante ao grau de normatividade que lhe tenha sido outorgado pela prpria Constituio. (CUNHA JNIOR, 2013, p.635).A crtica aplicabilidade imediata dos direitos fundamentais que existem diferenas entre as formas de se efetivarem esses direitos como individuais e sociais. Tal posicionamento se consubstancia tambm na Teoria da Reserva do Possvel, segundo a qual no se pode obrigar o Estado a realizar aes alm dos limites legais/econmicos, como o caso dos parmetros financeiros previstos na Lei de Responsabilidade Fiscal. Assim, o (citado) artigo 5, , 1 deve ser interpretado cum granun salis, porque as liberdades pblicas tm imediata se, e somente se, a Constituio no exigir a feitura de leis para implement-las. (BULOS, 2013, p.536).Como sntese conclusiva, tem-se que os direitos fundamentais so aqueles entendidos por determinado Estado como essenciais e que formam o pice normativo de determinado ordenamento jurdico, balizando toda a atuao estatal, desde a produo de normas at a execuo das leis de determinado pas.

3.1 O CUSTO DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS

Outra classificao dos direitos fundamentais que deve ser apontada a dos status, que os dividem em: negativo, tambm chamados de direitos de resistncia ou de primeira gerao e os direitos sociais, tambm denominados de prestaes positivas ou de segunda gerao.A literatura aponta que os direitos negativos estariam ligados aos direitos individuais consagrados nas declaraes oitocentistas que impe um dever de absteno pelo Estado, tal como acontece com a liberdade.Esses direitos foram proclamados j nas primeiras declaraes do sculo XVIII. Os direitos de resistncia correspondem concepo clssica que procura impor limitaes atividade do Estado para preservar a liberdade pessoal que inclui a atuao econmica e o usufruto da propriedade. Dessa forma objetiva-se afastar quaisquer possibilidades de intervenes arbitrrias na esfera individual. (DIMOULIS, MARTINS, 2007, p.67)No se deve vincular a ideia de direitos negativos/resistncia ausncia de participao estatal, mas sim a uma interveno indireta como a regulamentao ou mesmo ao poder fiscalizatrio estatal. Desta maneira, o nosso entendimento que estes direitos tambm exigem uma prestao pelo Estado e no o eximem de atuao como queriam os liberais oitocentistas. Neste sentido, vale a lio apresentada por Cavalcante e Cabral em artigo especfico: Esses custos precisam ser levados em considerao na hora da prestao concreta dos direitos, uma vez considerado que os recursos oramentrios para sua efetivao so escassos ou limitados (2014, p. 13)J os direitos positivos ou sociais so aqueles onde h a necessidade de uma prestao estatal direta, ou seja, superada a pretenso de uma igualdade meramente formal h necessidade de atuao do Estado para se atingir um patamar de igualdade material, onde se oferece condies isonmicas aos cidados de determinada sociedade.A categoria dos direitos de status positivus, tambm chamados de direitos sociais ou a prestaes, engloba os direitos que permitem ao individuo exigir determinada atuao do Estado no intuito de melhorar as condies de vida. (DIMOULIS, MARTINS, 2007, p.67)Problema que vem sendo muito discutido no Brasil nos ltimos 15 anos o da efetivao dos direitos sociais (TORRES, 2010, p. 63), sendo uma das dificuldades o custo para a efetivao daqueles direitos como sade e educao que exigem a atuao efetiva de todos os entes federados para a sua concretizao.A ttulo de exemplo, a liberdade que considerada um direito negativo ou de resistncia, porque exige que o Estado se abstenha de intervir em assuntos iminentemente privados como a liberdade de pensamento ou de locomoo. J a educao um direito positivo ou social, obrigando constitucionalmente que todos os entes federados atuem com recursos humanos e financeiros para sua concretizao.Contudo, cremos que na atualidade tal distino no mais to rgida tendo em vista, que praticamente todos os direitos tem um custo para o Estado brasileiro. Exigindo-se a aplicao de recursos como meio de sua efetivao. Na verdade, todos os diretos tm custos comunitrios, ou seja, custos financeiros pblicos (NABAIS, 2015, p. 12).Desta maneira o Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federa (SIAF)[footnoteRef:4], demonstra que para a segurana pblica, que entre outras questes garantem a liberdade de locomoo, no perodo de janeiro a julho do ano de 2015, a Unio tem uma dotao oramentria de R$ 9.815.610.263,00 (nove bilhes, oitocentos e quinze milhes, seiscentos e dez mil) e at o final do ms de junho deste ano efetivamente realizou o pagamento de R$ 4. 274.190.383,23 (quatro bilhes, duzentos e setenta e quatro milhes, cento e noventa milhes, trezentos e oitenta e trs milhes e vinte e trs centavos). Ou seja, se pode afirmar que a manuteno de direitos fundamentais classificados como negativos ou de resistncia tem um alto custo para a sociedade brasileira. [4: Consulta feita no Sistema Integrado de Administrao Financeira do Governo Federa (SIAF) no dia 06/07/2015 s 12h10min.]

Outro exemplo, que pode demonstrar os custos de efetivao dos direitos fundamentais encontrado nos repasses financeiros efetuados pela Unio para os estados-membros para gastos com programas voltados para a promoo da sade pblica, mais uma vez o SIAF[footnoteRef:5] demonstra que no perodo de janeiro a junho de 2015, havia uma previso oramentria de R$ 112.992.968.353,00 (cento e doze bilhes, novecentos e noventa e dois milhes, novecentos e sessenta e oito mil e trezentos e cinquenta e trs reais), sendo efetivamente transferidos e/ou realizados efetivos pagamentos R$ 50.237.776.418, 03 (cinquenta bilhes, duzentos e trinta e sete milhes, setecentos e setenta e sete mil, quatrocentos e dezoito reais e trs centavos). Neste sentido: [5: Iden anterior]

Podemos dizer que, como acabamos de ver, qualquer comunidade organizada, mormente organizada na forma que mais xito teve at ao momento, na forma de estado moderno, est necessariamente ancorado em deveres fundamentais, que so justamente os custos lato sensu. (NABAIS, 2015, p. 11)

Outro vis hermenutico pode ser apontado o caso do RE 566471 RG / RN do Rio Grande do Norte em que o Supremo Tribunal Federal reconheceu e, inclusive, o adotou como de repercusso geral, parametrando que o Dever do Estado de fornecer medicamento de alto custo a portador de doena grave que no possui condies financeiras para compr-lo (BRASIL, 2015), interferindo desta maneira no oramento pblico e estabelecendo um direito ao necessitado.Portanto, se conclui que em maior ou menor medida todos os direitos fundamentais tem um custo para a sua efetivao, o que s possvel atravs da cobrana de tributos e aplicao da receita recolhida.CONCLUSO

Atravs da anlise da doutrina e a da jurisprudncia do Supremo Tribunal Federal se conclu que a tributao um instrumento de efetivao dos direitos fundamentais, tendo em vista, que o Estado necessita de recursos para implement-los no plano prtico.Apresentou-se um panorama sobre os direitos fundamentais, reconstruindo-se sua evoluo histrica e reconhecendo-se que eles so direitos essenciais positivados na constituio de cada um dos Estados, que visam resguardar e proteger o ser humano.Nota-se que apesar de uma extensa doutrina sobre os direitos fundamentais ainda h pontos que devem ser adaptados a atualidade, como por exemplo, a doutrina que os dicotomiza em status negativo aqueles que no exigem uma prestao pecuniria pelo Estado como a liberdade e status positivo sendo aqueles que se realizam mediante o investimento estatal tendo como um dos exemplos a sade.Neste sentido, conclui-se que em maior ou menor medida todos os direitos fundamentais tm custos para a sua efetivao. Tal afirmativa se fulcra na constatao de que para a garantia do direito da liberdade so necessrios investimentos em segurana pblica na casa dos bilhes de reais. Bem como se verifica que em maior grau h previso oramentria para a efetivao do direito a educao.Por fim, nota-se que h um liame entre a tributao e a efetivao dos direitos fundamentais, tendo em vista, que o Estado precisa de recursos para realizar suas aes, assim, afirma-se que a tributao um instrumento de emancipao tanto da pessoa quanto do prprio Estado Democrtico de Direito.

REFERNCIAS

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