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USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
Nailza Pereira Ramos. Programa, Nível Superior licenciatura
Em Geografia Universidade do Pará[email protected]
Pacajá – Pará 2012
RESUMO
O projeto de construção da usina hidrelétrica de belo monte surgiu há mais de trinta
anos, ainda no período da ditadura militar. A Usina terá capacidade de abastecer mais de 26
milhões de habitantes, e ocupara as regiões as regiões do municípios paraenses de
Altamira, Anapú, Brasil Novo, Senador, José Porfirio, e Vitória do Xingu, o lago e gerado
pela usina terá 516 Km² de aria inundada 51.600 hectares de floresta, e mais de 20 mil
pessoas ficar desabrigadas gerará 80.00 postos de trabalho na sua construção e produzirá
11.233 Mw de energia, em épocas de Cheias que e de quatro messes ao ano, e 4.000 nas
épocas de baixa.
Palavra Chave - Usina Hidrelétrica de Belo Monte épocas, construção, Belo Monte.
USINA HIDRELÉTRICA DE BELO MONTE
1. Introdução
A Usina Hidrelétrica de Belo Monte é uma central hidrelétrica a ser construída no Rio
Xingu, no estado brasileiro do Pará, nas proximidades da cidade de Altamira.
Sua potência instalada será de 11.233 MW; mas, por operar com reservatório muito
reduzido, deverá produzir efetivamente cerca de 4.500 MW (39,5 TWh por ano) em média
ao longo do ano, o que representa aproximadamente 10% do consumo nacional (388 TWh
em 2009). Em potência instalada, a usina de Belo Monte será a terceira maior hidrelétrica do
mundo, atrás apenas da chinesa Três Gargantas (20.300 MW) e da brasileira e paraguaia
Itaipu (14.000 MW); e será a maior usina hidrelétrica inteiramente brasileira.
O lago da usina terá uma área de 516 km² (1/10.000 da área da Amazônia Legal), ou
seja 0,115 km² por MW efetivo. Seu custo está estimado em R$ 26 bilhões pela
concessionária, ou seja R$ 4,3 milhões por MW efetivo. O leilão para construção e operação
da usina foi realizado em abril de 2010 e vencido pelo Consórcio Norte Energia com lance
de R$ 77,00 por MWh. O contrato de concessão foi assinado em 26 de agosto do mesmo
ano e o de obras civis em 18 de fevereiro de 2011. A usina está prevista para entrar em
funcionamento em 2015.
Desde seu início, o projeto de Belo Monte encontrou forte oposição de ambientalistas
brasileiros e internacionais e de algumas comunidades indígenas locais. Essa pressão levou
a sucessivas reduções do escopo do projeto, que originalmente previa outras barragens rio
acima e uma área alagada total muito maior. Em 2008, o CNPE decidiu que Belo Monte será
a única usina hidrelétrica do Rio Xingu.
O projeto prevê a construção de uma barragem principal no Rio Xingu, localizada a
40 km abaixo da cidade de Altamira, no Sítio Pimental, formando o Reservatório do Xingu. A
partir deste reservatório, parte da água será desviada por um canal de derivação de 20 km
de comprimento para um Reservatório Intermediário, localizado a aproximadamente 50 km
de Altamira na região cercada pela Grande Volta do Xingu. (O projeto originalmente previa
dois canais de derivação, mas foi alterado para um canal apenas em 2009.) Este
reservatório será criado fechando os escoadouros da região por 27 diques menores. A área
total dos reservatórios será de 516 km2, dividida entre os municípios de Vitória do Xingu
(248 km2), Brasil Novo (0,5 km2) e Altamira (267 km2). A área a ser alagada é apenas parte
desse total, pois este inclui a calha atual do Rio Xingu.
O vertedouro principal ficará na barragem do sítio Pimental; terá 20 comportas de 20
m × 22,3 m, com vazão máxima total de 62.000 m³/s. Nesse local está prevista também uma
escada para peixes para permitir a piracema. (O projeto original previa um vertedouro
complementar no Sítio Bela Vista, entre o Reservatório Intermediário e o Xingu, que foi
eliminado em 2009.
A usina terá duas casas de força. A casa de força principal será construída no Sítio
Belo Monte, pouco a montante da vila de mesmo nome. Ela terá 11 turbina hidráulicas tipo
Francis com potência instalada total de 11 mil MW e vazão total de 13.950 m³/s. Embora a
barragem principal tenha apenas 35 m de altura, o declive natural do rio no trecho de vazão
reduzida faz com que a queda líquida (o desnível total da água entre os reservatórios e a
saída das turbinas) seja de 87 m. A casa de força complementar será construída junto à
barragem principal, e terá seis turbinas de tipo bulbo com potência total instalada de 233,1
MW, queda líquida de 11,4 m e vazão total turbinada de 2268 m³/s.
O trecho de cerca 100 km do Rio Xingu entre o Reservatório do Xingu e a casa de
força principal terá a vazão reduzida em decorrência do desvio pelo canal. Foi estabelecido
um hidrograma para a operação da barragem que garante para este trecho de vazão
reduzida um nível mínimo da água, variável ao longo do ano, a fim de assegurar a
navegabilidade do rio e condições satisfatórias para a vida aquática.
Iniciado os Estudos de Inventário Hidrelétrico da Bacia Hidrográfica do Rio Xingu
A Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade técnica e econômica do
chamado Complexo Hidrelétrico de Altamira, formado pelas usinas de Babaquara e Kararaô.
Durante o 1º Encontro dos Povos Indígenas do Xingu, realizado em fevereiro em
Altamira (PA), a índia Tuíra, em sinal de protesto, levanta-se da plateia e encosta a lâmina
de seu facão no rosto do presidente da Eletronorte, José Antonio Muniz, que fala sobre a
construção da usina Kararaô (atual Belo Monte). A cena é reproduzida em jornais e torna-se
histórica. O encontro teve a presença do cantor Sting. O nome Kararaô foi alterado para
Belo Monte em sinal de respeito aos índios
O projeto é remodelado para tentar agradar ambientalistas e investidores
estrangeiros. Uma das mudanças preserva a Área Indígena Paquiçamba de inundação.
Divulgado um plano de emergência de US$ 30 bilhões para aumentar a oferta de
energia no país, o que inclui a construção de 15 usinas hidrelétricas, entre elas Belo Monte.
A Justiça Federal determina a suspensão dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) da usina.
Contratada uma consultoria para definir a forma de venda do projeto de Belo Monte.
O presidente Fernando Henrique Cardoso critica ambientalistas e diz que a oposição à
construção de usinas hidrelétricas atrapalha o País. O candidato à presidência Luiz Inácio
Lula da Silva lança um documento intitulado O Lugar da Amazônia no Desenvolvimento do
Brasil, que cita Belo Monte e especifica que "a matriz energética brasileira, que se apoia
basicamente na hidroeletricidade, com megaobras de represamento de rios, tem afetado a
Bacia Amazônica".
O processo de análise do empreendimento é suspenso e impede que os estudos
sobre os impactos ambientais da hidrelétrica prossigam até que os índios afetados pela obra
fossem ouvidos pelo Congresso Nacional.
Durante o Encontro Xingu para Sempre, índios entram em confronto com o
responsável pelos estudos ambientais da hidrelétrica, Paulo Fernando Rezende, que recebe
um corte no braço. Após o evento, o movimento elabora e divulga a Carta Xingu Vivo para
Sempre, que especifica as ameaças ao Rio Xingu e apresenta um projeto de
desenvolvimento para a região e exige sua implementação das autoridades públicas. O
Tribunal Regional Federal da 1ª Região, de Brasília, autoriza a participação das empreiteiras
Camargo Corrêa, Norberto Odebrecht e Andrade Gutierrez nos estudos de impacto
ambiental da usina.
A Justiça Federal suspende licenciamento e determina novas audiências para Belo
Monte, conforme pedido do Ministério Público. O IBAMA volta a analisar o projeto e o
governo depende do licenciamento ambiental para poder realizar o leilão de concessão do
projeto da hidrelétrica, previsto para 21 de dezembro. O secretário do Ministério de Minas e
Energia, Márcio Zimmerman, propõe que o leilão seja adiado para janeiro de 2010.
A licença é publicada em 1º de fevereiro. O leilão é realizado em 20 de abril, sendo
vencedora o Consórcio Norte Energia S/A com lance de R$ 77,00 por MWh. Em 26 de
agosto é assinado o contrato de concessão.
Em 26 de janeiro, o IBAMA concede à Norte Energia uma licença válida por 360 dias
para a construção da infraestrutura que antecede a construção da usina Em 18 de fevereiro
é assinado o contrato das obras civis. Em 01 de junho o IBAMA concede a licença de
instalação.
O leilão para definição do construtor da Usina de Belo Monte estava previsto para
ocorrer em 21 de dezembro de 2009. Remarcado para o dia 20 de abril de 2010, houve a
primeira suspensão, conforme liminar da Justiça Federal do Pará a partir de recomendação
do Ministério Público Federal paraense que aponta irregularidades no empreendimento. O
Ministério Público paraense também move outra ação pública, que pretende derrubar a
licença ambiental concedida à obra. O diretor de licenciamento do Ibama, Pedro Alberto
Bignelli, entretanto, defende que a construção de Belo Monte não atinge diretamente as
terras indígenas da região, o que contraria a decisão judicial que suspendeu a realização do
leilão e determina que o Ibama conceda uma nova licença prévia ao empreendimento.
No dia 16 de abril de 2010, o Tribunal Regional Federal acatou recurso da
Advocacia-Geral da União - que havia recorrido um dia antes - e anulou a liminar que
suspendia o leilão. Portanto, a data de 20 de abril estava mantida, e o leilão ainda corria
risco.
No dia 19 de abril de 2010, houve uma nova suspensão, conforme decisão do juiz
Antonio Carlos Almeida Campelo que concedeu a liminar a partir de pedido do Ministério
Público Federal. O juiz também mandou cancelar a licença prévia da obra e ressalta que a
falta de dados sobre o projeto fere o princípio jurídico da precaução.
No dia seguinte, o dia do leilão, a Justiça cassou a liminar da suspensão. O
advogado-geral da União, Luis Inácio Adams, disse entretanto que os processos judiciais
contra a construção da usina não devem terminar com o leilão.
O leilão foi realizado em 10 minutos, em plena indefinição de uma nova liminar
suspensiva, e foi vencido pelo Consórcio Norte Energia que ofereceu menor preço oferecido
pela energia elétrica da futura usina.
Em abril de 2010, o governo brasileiro enfrentaria, pelo menos, 15 questionamentos
judiciais sobre a viabilidade econômica da obra e os impactos sociais e ambientais na
região, sendo 13 deles impetrados pelo Ministério Público Federal paraense. Ainda assim, o
governo federal garante que, se preciso, construirá a usina sozinho.
Em 18 de fevereiro de 2011, a Nesa (Norte Energia S.A.) assinou o contrato com o
consórcio vencedor no valor de R$ 13,8 bilhões para construção da usina, esperando obter
um financiamento de R$ 19 bilhões para a obra orçada em R$ 25 bilhões.
Belo Monte deve começar a operar em fevereiro de 2015, mas as obras seguirão até
2019.
Dois consórcios disputaram Belo Monte. O primeiro, chamado de Norte Energia, foi
formado por nove empresas (Chesf, Queiroz Galvão, Gaia Energia e Participações, Galvão
Engenharia, Mendes Energia, Serveng, J Malucelli Construtora, Contern Construções e
Cetenco Engenharia).
O segundo, chamado de Belo Monte Energia, contou com Furnas, Eletrosul, Andrade
Gutierrez, VALE, Neoenergia e Companhia Brasileira de Alumínio[22]. Assim, a presença
estatal mostra-se forte na montagem dos consórcios, com as subsidiárias da Eletrobrás em
comando dos grupos com quase 50% de participação, enquanto a fatia das empresas
privadas não supera 12,75%.
Antes do último adiamento do leilão, as empresas CSN, Gerdau e Alcoa haviam
anunciado o interesse de fazer parte de consórcios estabelecidos a partir de parcerias
estratégicas do empreendimento, já que, entre outros detalhes, irão usufruir da energia em
unidades produtivas instaladas no Pará.
As empresas Odebrecht e Camargo Corrêa desistiram do leilão por temerem não
lucrar com a empreitada.
Em julho de 2011, a Vale, embora tenha participado do grupo perdedor do leilão,
passou a ser sócia da usina ao ocupar 9% da participação deixada pela Gaia, subsidiária do
Grupo Bertin. A mineradora possui vários projetos próximos a Belo Monte.
Para garantir a realização do leilão, foi determinado que o BNDES deve financiar
80% da obra em 30 anos, e o custo da obra foi reavaliado em R$ 19 bilhões, mas empresas
do setor privado estimam que a obra deve custar cerca de R$ 30 bilhões.
Há opiniões conflitantes sobre a construção da usina. As organizações sociais têm
convicção de que o projeto tem graves problemas e lacunas na sua formação.
O movimento contrário à obra, encabeçado por ambientalistas e acadêmicos,
defende que a construção da hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento
do rio, com redução do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos
impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas defende
que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental.
Outro fator que pesa nas argumentações contra a construção é que a obra irá
inundar permanentemente os igarapés Altamira e Ambé, que cortam a cidade de Altamira, e
parte da área rural de Vitória do Xingu. A vazão da água a jusante do barramento do rio em
Volta Grande do Xingu será reduzida e o transporte fluvial até o Rio Bacajá (um dos
afluentes da margem direita do Xingu) será interrompido. Atualmente, este é o único meio
de transporte para comunidades ribeirinhas e indígenas chegarem até Altamira, onde
encontram médicos, dentistas e fazem seus negócios, como a venda de peixes e castanhas.
A alteração da vazão do rio, segundo os especialistas, altera todo o ciclo ecológico
da região afetada que está condicionado ao regime de secas e cheias. A obra irá gerar
regimes hidrológicos distintos para o rio. A região permanentemente alagada deverá
impactar na vida de árvores, cujas raízes irão apodrecer. Estas árvores são a base da dieta
de muitos peixes. Além disto, muitos peixes fazem a desova no regime de cheias, portanto,
estima-se que na região seca haverá a redução nas espécies de peixes, impactando na
pesca como atividade econômica e de subsistência de povos indígenas e ribeirinhos da
região. De resto, as análises sobre o Estudo de Impacto Ambiental de Belo Monte feitas pelo
Painel de Especialistas, que reúne pesquisadores e pesquisadoras de renomadas
universidades do país, apontam que a construção da hidrelétrica vai implicar um caos social
que seria causado pela migração de mais de 100 mil pessoas para a região e pelo
deslocamento forçado de mais de 20 mil pessoas. Tais impactos, segundo o Painel, são
acrescidos pela subestimação da população atingida e pela subestimação da área
diretamente afetada.
Segundo documento do Centro de Estudos da Consultoria do Senado, que atende
políticos da Casa, o potencial hidrelétrico do país é subutilizado e tem o duplo efeito
perverso de levar ao uso substituto da energia termoelétrica - considerada "energia suja" e
de gerar tarifas mais caras para os usuários, embora o uso da energia eólica não tenha sido
citada no relatório. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia defende o uso das
termoelétricas para garantir o fornecimento, especialmente em períodos de escassez de
outras fontes.
O caso de Belo Monte envolve a construção de uma usina sem reservatório e que
dependerá da sazonalidade das chuvas. Por isso, para alguns críticos, em época de cheia a
usina deverá operar com metade da capacidade, mas, em tempo de seca, a geração pode ir
um pouco abaixo de 4,5 mil MW, o que somado aos vários passivos sociais e ambientais
coloca em xeque a viabilidade econômica do projeto.
Como ficara Após o termino da construção:
Arias inundada após a construção da Barragem de Belo Monte:
2. Usina Hidrelétrica de Belo monte
O Relatório de Impacto Ambiental, encomendado pela Eletronorte e efetuado pela
Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa, Odebrecht e Leme Engenharia, listou os impactos da
hidrelétrica:
Geração de expectativas quanto ao futuro da população local e da região;
Geração de expectativas na população indígena;
Aumento da população e da ocupação desordenada do solo;
Aumento da pressão sobre as terras e áreas indígenas;
Aumento das necessidades por mercadorias e serviços, da oferta de trabalho e
maior movimentação da economia;
Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da população na área rural e
perda de atividades produtivas;
Perda de imóveis e benfeitorias com transferência da População na área urbana e
perda de atividades produtivas;
Melhorias dos acessos;
Mudanças na paisagem, causadas pela instalação da infra-estrutura de apoio e
das obras principais;
Perda de vegetação e de ambientes naturais com mudanças na fauna, causada
pela instalação da infra-estrutura de apoio e obras principais;
Aumento do barulho e da poeira com incômodo da população e da fauna, causado
pela instalação da infraestrutura de apoio e das obras principais;
Mudanças no escoamento e na qualidade da água nos igarapés do trecho do
reservatório dos canais, com mudanças nos peixes;
Alterações nas condições de acesso pelo Rio Xingu das comunidades Indígenas à
Altamira, causadas pelas obras no Sítio Pimental;
Alteração da qualidade da água do Rio Xingu próximo ao Sítio Pimental e perda de
fonte de renda e sustento para as populações indígenas;
Danos ao patrimônio arqueológico;
Interrupção temporária do escoamento da água no canal da margem esquerda do
Xingu, no trecho entre a barragem principal e o núcleo de referência rural São Pedro durante
7 meses;
Perda de postos de trabalho e renda, causada pela desmobilização de mão de
obra;
Retirada de vegetação, com perda de ambientes naturais e recursos extrativistas,
causada pela formação dos reservatórios;
Mudanças na paisagem e perda de praias e áreas de lazer, causada pela
formação dos reservatórios;
Inundação permanente dos abrigos da Gravura e Assurini e danos ao patrimônio
arqueológico, causada pela formação dos reservatórios;
Perda de jazidas de argila devido à formação do reservatório do Xingu;
Mudanças nas espécies de peixes e no tipo de pesca, causada pela formação dos
reservatórios;
Alteração na qualidade das águas dos igarapés de Altamira e no reservatório dos
canais, causada pela formação dos reservatórios;
Interrupção de acessos viários pela formação do reservatório dos canais;
Interrupção de acessos na cidade de Altamira, causada pela formação do
Reservatório do Xingu;
Mudanças nas condições de navegação, causada pela formação dos
reservatórios;
Aumento da quantidade de energia a ser disponibilizada para o Sistema
Interligado Nacional – SIN;
Dinamização da economia regional;
Interrupção da navegação no trecho de vazão reduzida nos períodos de seca;
Perda de ambientes para reprodução, alimentação e abrigo de peixes e outros
animais no trecho de vazão reduzida;
Formação de poças, mudanças na qualidade das águas e criação de ambientes
para mosquitos que transmitem doenças no trecho de vazão reduzida;
Prejuízos para a pesca e para outras fontes de renda e sustento no trecho de
vazão reduzida.
Em 26 de janeiro de 2011, o IBAMA deu a "autorização de supressão de vegetação"
ao Consórcio Norte Energia. O início dessas obras infraestruturais antecedem a construção
de Belo Monte. O procedimento envolve a autorização para o desmatamento de 238,1
hectares, sendo 64,5 hectares localizados em Área de Preservação Permanente (APP). O
órgão, porém, define que o consórcio terá de recompor a quantidade desmatada da APP,
bem como condicionou que o processo de desmate não seja feito com uso do fogo e não
sejam feitos descartes em aterros e mananciais hídricos. A emissão da licença aconteceu
após reuniões com órgãos públicos, índios citadinos, índios jurunas, associações de
moradores e representantes de pescadores, além de uma vistoria técnica realizada em
novembro de 2010.
A autorização permite que o consórcio inicie o procedimento de acampamento,
canteiro industrial e área de estoque de solo e madeira.
O Ministério Público Federal no Pará, no entanto, não teve acesso ao documento
integral emitido pelo IBAMA, contrariando recomendação de que as licenças não devem ser
fragmentadas com a finalidade de acelerar o licenciamento. Ainda de acordo com o
ministério, as condicionantes da Licença Prévia 342/2010 não foram resolvidas de acordo
com o previsto, o que não assegura a legalidade do procedimento.
Em agosto de 2001, o coordenador do Movimento pela Transamazônica e do Xingu,
Ademir Federicci, foi morto com um tiro na boca enquanto dormia ao lado da esposa e do
filho caçula, após ter participado de um debate de resistência contra a Usina de Belo Monte.
Ameaçada de morte desde 2004, a coordenadora do Movimento de Mulheres do Campo e
da Cidade do Pará e do Movimento Xingu Vivo para Sempre, Antonia de Melo, também é
contrária à instalação da usina e não sai mais às ruas. Ela acredita que a usina, que
inicialmente seria chamada de Kararaô, é um projeto mentiroso e que afetará a população
de maneira irreversível, "um crime contra a humanidade". Segundo ela, nove povos
indígenas, ribeirinhos e trabalhadores da agricultura familiar, por exemplo, serão expulsos
para outras regiões. A alternativa seria, segundo ela, um desenvolvimento sustentável, que
não tivesse tantas implicações.
Em 20 de maio de 2008, índios feriram um engenheiro da Eletrobras durante um
debate.
Em 29 de setembro de 2009 foi publicado um painel de especialistas, realizado por
40 pesquisadores de diversas Universidades e Institutos de pesquisa principalmente
brasileiros. O painel de 230 páginas abrange aspectos sociais, econômicos, culturais, de
saúde, educação, segurança, das tribos indígenas locais, hidrológicas, de viabilidade técnica
e econômica, de ameaças à fauna aquática e à biodiversidade. Conclui de modo geral a
inviabilidade da usina e excessivos custos sociais e ambientais associados a ela.
Em dezembro de 2009, o Ministério Público do Pará promoveu uma audiência
pública com representantes do índios do Xingu, fato que marcaria seu posicionamento em
relação à obra.
Mais tarde, o processo provocou o embate da ex-ministra do Meio Ambiente, Marina
Silva, com a então ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
As mobilizações populares e de ambientalistas, que há décadas realizam ações de
resistência contra a usina, conseguiram repercussão internacional com a proximidade do
leilão. No dia 12 de abril de 2010, o diretor James Cameron e os atores Sigourney Weaver e
Joel David Moore participaram de um ato público contra a obra.
No dia 20 de abril de 2010, o Greenpeace, em protesto, despejou um caminhão de
esterco bovino na entrada da Aneel. Os manifestantes, com máscaras e acorrentados,
empunharam bandeiras com frases como "O Brasil precisa de energia, não de Belo Monte".
No mesmo dia, cerca de 500 manifestantes também manifestaram indignação com a obra e
também na Transamazônica. e Sítio Pimental, onde será construída a barragem de Belo
Monte.
Em maio de 2010, foi lançado, em Paris, o livro Memórias de Um Chefe Indígena, de
autoria do cacique Raoni, com prefácio de Jacques Chirac [58]. Na ocasião, o cacique Raoni
foi recebido pelo presidente Nicolas Sarkozy e, em entrevista à RFI, ameaçou matar todos
os brancos que construíssem as barragens. A ocasião também mostrou como autoridades
francesas são contrárias à construção da barragem.
No dia 13 de janeiro de 2011, o então presidente do Ibama, Abelardo Bayma, deixou
o cargo alegando questões pessoais, mas outra versão aponta que a pressão do governo
para a concessão da licença com afrouxamentos seja o verdadeiro motivo.[46] Treze dias
depois, o Ibama concedeu a licença para o início das obras em Belo Monte e Pimental.
Em abril de 2011, a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) pediu a
suspensão da obra a fim de garantir os direitos dos índios, após várias comunidades
tradicionais encaminharem denúncias à OEA.
Em 01 de junho de 2011, o Ibama voltou a reafirmar a emissão da concessão
ambiental, dada a rejeição de vinte associações e sociedades científicas por meio de uma
carta remetida à presidente Dilma, um abaixo-assinado com 500 mil assinaturas, além das
assinaladas por ecologistas e indígenas e, principalmente, pela Justiça Federal do Pará ter
cassado a licença anterior, embora, em seguida, o governo tenha derrubado a liminar. Ainda
assim, o Ministério Público Federal ressaltou que o consórcio não garantiu o cumprimento
das exigências de saneamento e navegabilidade, ou seja, garantia de que não ocorrerão a
seca de uma área do rio habitada por 20 mil índios e a eutrofização de alguns trechos do
Rio Xingu.
Em 2 de junho de 2011, a Anistia Internacional também pediu a suspensão do
projeto de construção pelos mesmos motivos que a CIDH[66], pedido também
encaminhado, no dia seguinte, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU pela Justiça
Global, Sociedade Paraense de Defesa dos Direitos Humanos (SDDH) e Conectas Direitos
Humanos.
Em 17 de outubro de 2011, foi julgado no Tribunal Regional Federal da 1º Região,
em Brasília, a ação cível pública que trata das oitivas indígenas, ou seja, o direito dos povos
indígenas serem consultados pelo Congresso Nacional antes do início das obras. Na
ocasião, a desembargadora Selene Maria de Almeida tentou invalidar o Decreto Legislativo
nº 788/2005 do Congresso Nacional, que autorizou a construção da usina, e portanto a
continuidade da construção da hidrelétrica. Todavia, quase um mês depois, a
desembargadora Maria do Carmo Cardoso seguiu o voto do desembargador Fagundes de
Deus - responsável pelo acórdão final - e votaram a favor do decreto. Fagundes de Deus
apresentou como justificativas os argumentos de que a área indígena não será diretamente
afetada e que os indígenas poderão ser ouvidos durante o processo de licenciamento.
Em 26 de outubro, aconteceu em Washington (EUA) uma audiência convocada pela
Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) sobre um suposto descumprimento
de medidas cautelares que visam a proteção das populações indígenas do Xingu. As
denúncias haviam sido encaminhadas em novembro de 2010 por entidades ligadas aos
direitos dos índios.
O Governo Federal, convocado, não compareceu ao alegar não ter uma
representação definitiva do Brasil na OEA. Já em Altamira, nesse mesmo dia, cerca de 600
pessoas, entre eles indígenas, pescadores e ribeirinhos, ocuparam o canteiro de obras da
hidrelétrica e interditaram um trecho da rodovia Transamazônica. A ocupação terminou no
final da noite do mesmo dia após uma liminar de reintegração de posse ser expedida e
entregue por um oficial de justiça com a presença da Polícia Militar.
Segundo a professora da UFPA Janice Muriel Cunha os impactos sobre a ictiofauna
não foram esclarecidos ao não contemplar todas as espécies do Rio Xingu.
Outro professor da UFPA e doutor em ecologia, Hermes Fonsêca Medeiros, defende
que a obra geraria milhares de empregos, mas, ao final dela, restariam apenas 900 postos
de trabalho, o que levaria a população que se instalou na região ao envolvimento com o
desmatamento, pois não há vocações econômicas desenvolvidas na região. A hidrelétrica
irá, segundo ele, atingir 30 terras indígenas e 12 unidades de conservação. Outro detalhe,
segundo o professor universitário, é que a hidrelétrica precisaria de outro Rio Xingu para
produzir o ano todo.
O bispo austríaco Erwin Kräutler que há 45 anos atua na região considera o
empreendimento um risco para os povos indígenas, visto que poderá faltar água ao desviar
o curso para alimentar as barragens e mover as turbinas, além de retirar os índios do
ambiente de origem e de inchar abruptamente a cidade de Altamira que pode ter a
população duplicada com a hidrelétrica. Segundo o bispo, os problemas em Balbina e
Tucuruí, que a princípio seriam considerados investimentos para as populações do entorno,
não foram superados e servem de experiência para Belo Monte, já que os investimentos
infraestruturais ou a exploração do ecoturismo - "no território mais indígena do Brasil" -
poderiam acontecer sem a inserção e ampliação da hidrelétrica.
Os procuradores da República defendem que a construção da usina deveria ter sido
aprovada por meio de lei federal, visto que a obra está em área indígena, especificamente
em terras de Paquiçamba e Arara da Volta Grande, mas a Advocacia-Geral da União refuta
esta possibilidade. Em 18 de agosto de 2011, o Ministério Público Federal no Pará entrou
com uma nova ação pedindo suspensão da obra alegando invasão de terras dos juruna e
arara, respectivamente. Caso a obra não seja suspensa, o MPF pede na ação que a Nesa
indenize os índios.
Já o empresário Vilmar Soares, que vive em Altamira há 29 anos, acredita que a
usina irá melhorar a qualidade de vida de Altamira, com o remanejamento da população das
palafitas - área que será inundada - para moradias bem estruturadas em Vitória do Xingu, e
que a usina maior seria acompanhada de outros investimentos, como geração de empregos,
energia elétrica para a população rural (a maior parte da energia de Altamira vem do diesel)
e a pavimentação da Transamazônica que impulsionaria a destinação do cacau produzido
na região.
Os defensores da obra, formados por empresários, políticos e moradores das
cidades envolvidas pelo projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano
de desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de recursos
seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da agricultura e
atração de indústrias. Acredita-se também que o empreendimento atrairá novos investidores
para a região, considerada a única forma de alavancar o desenvolvimento de uma região
carente de investimentos.
O presidente da Empresa de Pesquisa Energética, Maurício Tolmasquim, afirma que
Belo Monte, um investimento equivalente a 19 vezes ao orçamento do Pará em 2010, será a
salvação para a região e que as opiniões contrárias são preconceituosas, pois, segundo ele,
a atual proposta envolve um terço da área original que seria alagada. O consumo de energia
elétrica tende a aumentar e os investimentos com Belo Monte, segundo ele, serão
necessários.
No entanto, outros defendem que estas perspectivas de demanda de
desenvolvimento, geração de empregos e atração de investimentos para a região
confrontam com o já existente estilo de vida viável e sustentável dos habitantes da região,
baseado em sistemas agroflorestais e na exploração de recursos naturais. O deslocamento
de uma comunidade de sua área de origem, cultura e meio de vida, como já observado em
outros casos de deslocamento compulsório por hidrelétricas, podem não ser indenizáveis
por programas de apoio ou dinheiro.
O físico, professor emérito da Universidade Estadual de Campinas e membro do
conselho editorial do jornal Folha de S.Paulo, Rogério Cezar de Cerqueira Leite, disse que
milhares de espécimes vão sucumbir, mas, em compensação, 20 milhões de brasileiros
terão energia elétrica garantida.
O ex-ministro da
Agricultura e coordenador do
Centro de Agronegócio da
Escola de Economia de São
Paulo da Fundação Getúlio
Vargas (FGV), Roberto
Rodrigues, defende que o
Brasil desperdiça,
anualmente, o equivalente a
três usinas de Belo Monte ao
não utilizar o bagaço e a
palha da cana-de-açúcar.
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto de construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte surgiu há muitos atrás
nos anos 70 e com a finalidade de gerar energia elétrica e também desenvolvimento,
trabalho e estabilidade. O projeto prevê a construção de uma barragem principal no rio
Xingu localizado a 40Km de cidade de Altamira foi estabelecido um hidrograma para
operação dada barragem vazão reduzindo o nível de água, e a essa água dará uma
navegabilidade dório em condição satisfatória a quem dependi ou precisa desse tipo de
acesso a Eletronorte começa a fazer estudos de viabilidade econômica e técnica, houve um
primeiro encontro com os povos indígenas do Xingu realizado em fevereiro e houve um
protesto na frente do presidente da Eletronorte. Sabemos que a construção da usina
hidrelétrica do Belo monte ira melhorar a qualidade de vida de Altamira e das cidades
vizinhas, uma estrutura melhor para os familiares de onde será inundada, uma qualidade e
estrutura melhor e seria a 3ª Maior Usina e seria acompanhada de outros investimentos
como geração de energia, emprego para a população desenvolvimento da pecuária,
agricultura educação e acreditamos um avanço nas indústria, no empreendorismos, novos
investidores e outras perspectiva existente.
Apesar de todo esse crescimento e desenvolvimento, vemos que uma vida todo esta
sendo morta. A fauna e a flora por um capricho do homem esta sendo dispersa vidas, um
assassinato de vida, as quais são tão preciosos e importamos e a mãe natureza para todos
nos.
4. Referencia Bibliográfica
- Governo do estado: Secretaria de estado de planejamento e orçamento.
- ISNTITUTO DE DESENVOLVIMENTO ECONOMICO SOCIALE AMBIENTAL DO
PARÁ: estudos integrados região Pará.
- ISNTITUTO DE PESQUISA ECONOMICA APLICADA: instrumento e
planejamento e gestão do Pará.
- Censo demográfico
- Livro da Norte Energia/Eletronorte Norte Energia.
- Revista Classe Mundial
- Pesquisas no site da Usina Hidrelétrica do Belo Monte.