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A UTILIZAÇÃO DO MARKETING SENSORIAL COMO
ESTRATÉGIA DE QUALIDADE DE UMA ORGANIZAÇÃO: UM ESTUDO DE CASO
Área temática: Gestão pela Qualidade
Marina da Silva Simão
Victor Gomes Simão
Antônio Carlos da Fonseca Sarquis
Resumo: O Presente article apresenta Uma Proposta de uso do marketing sensorial Como Estratégia de para
comprometimento das Equipes com uma Política de Qualidade de Uma Organização. A Metodologia utilizada foi um
estudo de caso na Organização Rádio Ibiza. No decorrer da Pesquisa, were Aplicadas Ferramentas da Gestão da
Qualidade Total (GQT) em concomitância com OS Conceitos fazer marketing sensorial direcionado PARA O
colaborador. Concluiu-se Que o marketing sensorial de Fato PODE NÃO proporcionar Apenas o comprometimento
das Equipes, Como also E Ferramenta parágrafo Uma Política de bem-estar interno na Organização.
Palavras-chaves: marketing sensorial; Comprometimento de Equipes; Gestão da Qualidade.
ISSN 1984-9354
XI CONGRESSO NACIONAL DE EXCELÊNCIA EM GESTÃO 13 e 14 de agosto de 2015
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1. INTRODUÇÃO
O ambiente organizacional, apesar de ser um tema de fundamental importância para
organizações que buscam seu crescimento e a consequente sustentabilidade de seus negócios, é um
assunto ainda muito complexo, pois depende das ações das pessoas que compõem a organização. As
empresas estão acostumadas a ter um foco maior para o cliente externo, já que esses são o retorno
imediato dos recursos investidos em um negócio.
Dentre os atributos que uma organização espera de seus colaboradores, destacam-se;
iniciativa, resiliência, desempenho, produtividade, criatividade, bom relacionamento interpessoal,
dentre outras. Mas, sem dúvida, o principal atributo profissional procurado por elas é o
comprometimento. Um profissional comprometido envolve toda uma gama de atributos que atendem o
mercado atual, extremamente competitivo e altamente qualificado. O colaborador que possui
iniciativa, senso de responsabilidade e executa as tarefas de forma eficiente e eficaz, por estar sempre
tentando agregar valor à empresa, almejando sempre mais resultados, trabalhando como se fosse dono
do negócio. Certamente, o comprometimento é a chave para o sucesso de um profissional. Por outro
lado, não é possível obter esse atributo de uma forma solitária. As organizações devem proporcionar
um ambiente agradável para o trabalho, possibilitando condições para que as pessoas deem o melhor
de si.
1.1 Objetivo
Pessoas precisam ser estimuladas a produzir, incentivadas a inovar e o cliente interno
necessita ser seduzido pela empresa. Nesse contexto, o presente trabalho tem como objetivo apontar
estratégias para buscar o comprometimento dos clientes internos de uma organização, se utilizando dos
conceitos aplicados no marketing sensorial, a fim de desenvolver o bem-estar do profissional, no
contexto da política da qualidade da organização.
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1.REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cultura Organizacional e Qualidade
Segundo Barreto (2013), os paradigmas da antropologia, sociologia, psicologia e ciências
políticas são o alicerce para o estudo da cultura organizacional. Um conceito tradicional citado por
Gomes (2000) afirma que a cultura é um conjunto que inclui conhecimento, crença, arte, moral,
direitos, costumes e outras capacidades e hábitos adquiridos pelos homens enquanto membros da
sociedade.
O conceito mais simples de cultura organizacional, segundo Deal e Kennedy (1982), é “O
jeito que nós fazemos as coisas por aqui”. Segundo Crozatti (1998) esse conceito expressa a
simplicidade da cultura organizacional. Toda sociedade humana possui uma cultura e esta define cada
uma como sendo uma individualidade, diferenciando-se pelo conjunto de premissas, crenças, artefatos
e linguagem que é herdado de geração para geração e que evoluem através do tempo, se modificando.
Schein (1992) apresenta categorias associadas à cultura: regularidades comportamentais
observáveis quando as pessoas interagem; normas do grupo de trabalho; valores que o grupo procura
atingir; filosofia formal do grupo em relação aos acionistas, clientes e stakeholders; regras para ser
aceito no grupo; clima gerado pelo layout físico do grupo e a maneira com a qual os integrantes
interagem; habilidades incorporadas que são passadas de geração a geração sem necessariamente
estarem vinculadas por escrito; hábitos de pensamentos, modelos mentais e/ou paradigmas linguísticos
que são apresentados aos novos membros como processo de socialização inicial; entendimentos tácitos
que aparecem quando os membros do grupo se interagem; e as ideias, sentimentos e imagens que os
grupos utilizam para se caracterizar.
Crozatti (1998) ainda acrescenta que a cultura organizacional é diretamente influenciada pelos
seus fundadores e principais líderes da empresa, onde estes definem seus modelos de gestão, impõem
seus pensamentos e o seus jeitos próprios de reação a situações e de realização das atividades. Existem
outros fatores que influenciam a cultura organizacional da empresa, de acordo com Crozatti (1998):
comunidade, cliente, tamanho da organização (impacta a cultura quanto à delegação de poder e
responsabilidades), natureza jurídica do proprietário (pública ou particular), aspectos tecnológicos.
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Shoultes (2003) afirma que a “concorrência mundial – movida por um estilo de
gerenciamento novo e mais engenhoso – nunca foi tão intensa como hoje”. As companhias se sentem
na obrigação de se atualizarem para permanecerem na competição. Embora a cultura organizacional
caracterize uma empresa, esta deve estar disposta a mudar sempre que necessário, se moldando cada
vez mais aos desejos de seus clientes, tanto internos, como também externos. As organizações estão
investindo na qualificação da gerência, onde os gestores devem estar mais interessados em estudar
novos modos de gerir a companhia, os colaboradores aprendendo a contribuir para a melhoria de
processos através de seus conhecimentos e a alta gerência começando a cultivar corporações mais
saudáveis, com o intuito de sobreviver no mercado e, não apenas ter a preocupação com números e
lucros. (SHOULTES, 2003)
A partir desta análise, a cultura organizacional demonstra ser um complexo conjunto de
características do grupo, profundas e estáveis. A integração das categorias, dos fatores externos que
influenciam o mercado e a interferência da alta gerência, geram os paradigmas da organização, que
resultam em um tema extremamente enraizado.
1.1.2. Modelo de valores organizacionais
Com a finalidade de oferecer uma melhor visualização das diferenças de valores que dão
origem a vários padrões de eficácia organizacional, o modelo de valores competitivos aborda quatro
grupos de valores organizacionais, conforme Figura 1, as quais representam hipóteses básicas opostas
ou que competem entre si.
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FIGURA 1 – Tipologia Cultural de Cameron e Quinn
Fonte: Cameron e Quinn (2006)
De acordo com a figura 1, a tipologia cultural de Cameron e Quinn (2006) propõe quatro tipos
de cultura, conforme detalhado no quadro 1.
QUADRO 1 – Tipos de Cultura Organizacional
Cultura
Clã
Tem foco no desenvolvimento das pessoas e valoriza a participação nas
tomadas de decisões. Aos colaboradores mais antigos já comprometidos
com o sistema, a autoridade flui bem. Comportamento dos líderes de
forma participativa, fornecendo suporte e facilitando a interação,
confiança e lealdade.
Cultura
inovativa
Mudança e flexibilidade são os valores que a permeiam. A motivação é
vista como um fator ligado ao crescimento, estímulo, diversificação e
criatividade na tarefa. A liderança gosta de correr riscos em suas
previsões, além de se preocuparem em obter suporte e imagem externa.
Os líderes são empreendedores e idealistas, sendo sua ênfase voltada para
a aquisição de novos conhecimentos em produtos/serviços.
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Cultura de
mercado
Baseada nas tendências de mercado, possui base de clientes seguras. A
motivação é desenvolvida através da competição e apresentação de
resultados preestabelecidos. Líderes severos e exigentes tendem a ser
diretos, realizadores, competidores, orientados para um objetivo e estão
constantemente encorajando a produtividade. Tem ênfase no vencedor.
Cultura
hierárquica
Preza a estabilidade e utiliza os valores e normas associados à burocracia.
A motivação é permeada por segurança e ordem, os empregados acolhem
bem a autoridade e emanam papéis formalmente estabelecidos, de regras
e regulamentos impostos. Os líderes tendem a ser conservadores em
relação aos problemas de natureza técnica.
Fonte: Elaborado pelos próprios autores
Desta forma, o modelo de valores organizacionais competitivos tem como objetivo expor
como a cultura das organizações se comporta em relação ao ambiente interno e externo (BARRETO,
2013).
Embora existam outros modelos reconhecidos de cultura organizacional, a escolha pela
abordagem desse modelo reforça a ideia que se deseja empregar neste artigo.
1.1.3. Estilos e modelos de liderança
Existem vários estilos e modelos de liderança estudados por pesquisadores renomados, porém
para o objetivo do presente trabalho, serão aplicados apenas dois estilos e dois modelos de liderança,
visto que estes foram considerados suficientes para analises futuras.
Sá e Lemoine (1998), observaram dois modelos de liderança bastante utilizados no Brasil;
modelo taylorista e modelo managerial. Barreto (2013), comenta dois estilos de liderança em sua obra
– transacional e transformacional; que serão utilizados aqui para fazer o contraponto com os modelos
exibidos no presente trabalho.
De acordo com Sá e Lemoine (1998), o modelo taylorista tem como base o tipo de autoridade
ou a forte burocracia, dispostos de acordo com a legalidade e o poder baseado nas regras estabelecidas
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posteriormente, que padronizam o comportamento dos colaboradores e tornam possíveis sua previsão e
sua direção. No modelo taylorista, os líderes dão pouca importância aos aspectos humanos e a
comunicação se dá unicamente na direção vertical.
O estilo de liderança que se assemelha ao tipo de modelo taylorista é o comentado por Barreto
(2013), chamado de estilo transacional. Os líderes tem uma relação contratual explícita e implícita,
onde as delegações das atividades são claras de acordo com as condições de empregabilidade, códigos
disciplinares e estrutura de benefícios, ou seja, todos tem um preço para a motivação nas tarefas a
serem executadas. Assim, as relações de liderança se dão de acordo com as necessidades de ambos
realizarem um trabalho que beneficiará os dois lados. Assim, os compromissos entre os líderes e seus
subordinados são de curto prazo e os interesses individuais são exaltados. As características mais
fortes dos líderes que apresentam o perfil do estilo de liderança transacional são basicamente o baixo
interesse pela inovação e a tendência em ser mais conservadores em relação à tomada de riscos, além
de serem altamente negociadores e alocadores de recursos.
O segundo modelo discutido por Sá e Lemoine (1998) é chamado de managerial, uma nova
visão de gerenciamento que reprime a burocracia, o clima de rotina, rigidez e ameaça, valorizando as
relações líder-liderado e exprime confiança entre os participantes. Esse modelo se caracteriza pelas
comunicações informais e abertas entre os colaboradores e entre a alta gerência; pelo estímulo ao
igualitarismo onde os empregados e a direção têm direitos de opinar no processo das tarefas a serem
desenvolvidas, pela supervisão a ser feita através de informações regulares e eventuais, como o autor
chama, o estilo “democrático” da autoridade faz com que os líderes atuem de acordo com as condições
da situação e não de acordo com as suas personalidades.
O segundo estilo de liderança descrito por Barreto (2013), o estilo transformacional, que vai
de encontro com as ideias do modelo antes citado, managerial. O estilo transformacional tem como
ponto focal o interesse pelas pessoas, isto é, o líder dedica uma larga fração do seu tempo com seus
colaboradores com o objetivo de saber mais sobre as suas metas e problemas, sendo assim a relação
líder-liderado vai além de recompensas individuais, ou mesmo interesses próprios, direcionado sempre
para o bem da equipe e da organização.
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É importante ressaltar que as organizações não se fidelizam a apenas um modelo ou estilo de
liderança, existe uma mescla de características de ambos que formam a identidade de cada empresa.
2.2 As gerações humanas nas organizações
Fatores como conflitos, baixa produtividade, pouca motivação etc., todos esses são problemas
que precisam ser combatidos em uma organização para garantir um bom desempenho na hora de serem
realizadas as atividades e os processos propostos pela empresa. Segundo Kuntz (2009), muitos desses
problemas são originalmente desenvolvidos devido as diferentes questões culturais entre os indivíduos.
A partir desse diagnóstico, tornou-se preciso compreender as diferentes gerações e adaptar as práticas
e políticas organizacionais ao perfil de tais gerações.
A seguir, serão mostradas de forma objetiva as características das gerações que hoje
compõem as empresas, a saber: Baby Boomers, X e Y, em relação ao trabalho.
QUADRO 2 – Diferenças de comportamento de cada geração com relação ao trabalho.
Geração Nascidos entre Relação com Trabalho
Baby
Boomers 1946 e 1964
Fidelizam-se bem às organizações em que trabalham.
Almejam sucesso, realização profissional, ambição, rejeição ao
autoritarismo (em relação a geração anterior) e a lealdade à carreira.
Enxergam no dinheiro e na posição um fator motivador. (KUNTZ,
2009; CAZALEIRO, 2011; MALAFAIA, 2011)
X 1965 e 1979
São dispostos a trocar altos salários e promoções profissionais por
uma vida com mais lazer.
O dinheiro representa um indicador da sua qualidade profissional.
Preferem a informalidade no ambiente profissional e almejam
status na organização. (KUNTZ, 2009; MALAFAIA, 2011)
Y 1980 e 1995
Possuem autoconfiança, almejam sucesso financeiro, independência
social aliada ao trabalho em equipe e, não se fidelizam às empresas.
Estão constantemente conectados a ferramentas tecnológicas, onde
suas interações tornam-se mais virtuais do que presenciais.
(KUNTZ, 2009; CAZALEIRO, 2011; MALAFAIA, 2011)
Fonte: Elaborado pelos próprios autores
Por fim, as pessoas, sejam elas pertencentes a qualquer geração, esperam que seu trabalho
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reproduza um ambiente familiar, onde possam se sentir acolhidos, motivados e desejam que as
organizações tenham hospitalidade e harmonia.
2.3 Gerenciamento de Equipes pela Qualidade
Para Shoultes (2003), o modelo de gerenciamento pela Liderança em Qualidade, mais
frequentemente utilizado nas empresas japonesas e algumas empresas americanas, tem foco maior na
qualidade antes dos lucros imediatos. A pré-disposição dos colaboradores e organizações para
mudança, é uma fator determinante para o sucesso empresarial, porém ainda existe uma resistência
muito forte por parte de ambos em executar alterações. As empresas a muito tempo vêm investindo no
seu cliente externo e hoje veem-se na necessidade de olhar mais para dentro.
Segundo Chowdhury (2006), “quanto melhor você tratar seus colaboradores, melhor eles
tratarão seus clientes”, essa é umas das ideias que Deming (1986) aborda dentre os seus 14 princípios
para o sucesso empresarial. Para Chowdhury (2006), a qualidade precisa estar no DNA das
corporações. É importante que as empresas estejam sempre voltadas para a melhoria contínua de seus
produtos/serviços e que estes atendam as necessidades tanto dos seus clientes externos, como internos.
2.4 Marketing Sensorial
De acordo com Leitão (2007) os estímulos provocados pelos cinco sentidos humanos é o
começo do processo perceptivo. Como se o ser humano tivesse sensores internos e estes captam as
influências do mundo externo que se transformam em sentimentos (amor ou ódio, bem-estar ou mal-
estar, saudade ou repugnância etc.) e lembranças (de alguém, de algum lugar ou de alguma coisa).
Estudos revelam que o sentido mais investido pelas empresas é a visão. No entanto, não basta
apenas ver. É preciso tocar, sentir o aroma, ouvir e muitas das vezes degustar a marca. Não
necessariamente utilizar todos os sentidos ao mesmo tempo. (BRAGA e OLIVEIRA, 2013)
Batey (2010) ainda faz um contraponto com o mundo tecnológico de hoje onde os indivíduos
tornam-se cada vez mais limitados à comunicação visual e sonora. Todavia, é necessário que as
organizações preencham essa lacuna, oferecendo os outros estímulos sensoriais que encantam o ser
humano e o tornam funcional.
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Sendo assim, o Marketing Sensorial ou Marketing de Experiência é muito utilizado para
fidelizar clientes externos à organização, através de estímulos dos sentidos humanos.
O presente trabalho tem a intenção de utilizar os conceitos do Marketing Sensorial no cliente
interno, com o intuito de avaliar modos de provocar boas sensações aos funcionários, sempre voltado
para a produtividade dos mesmos. Serão apenas abordados dois dos cinco sentidos supracitados:
audição e visão, pois esses são os sentidos que podem inicialmente acarretar mudanças imediatas
dentro de uma organização.
2. MÉTODO
Marconi e Lakatos (2001) afirmam que a escolha da metodologia deve considerar os seguintes
aspectos: o problema estudado, em função da natureza do fenômeno, objetivo da pesquisa e de demais
questões envolvidas na investigação.
O presente trabalho utiliza, primeiramente, a pesquisa bibliográfica como método de pesquisa,
cujo objetivo é, a partir de conceitos teóricos, compreender melhor o contexto em que o assunto está
inserido e conhecer o posicionamento dos pesquisadores sobre a questão. Além de proporcionar
definições que foram importantes para o desenvolvimento da segunda parte do trabalho.
A segunda parte foi conduzida por uma pesquisa descritiva, na forma de estudo de caso, para
melhor entender, na prática, os objetivos definidos para este estudo. Foi apresentada a história de
evolução de uma empresa que tem a intenção de utilizar o conceito de Marketing Sensorial no cliente
interno.
Foi entrevistado o sócio-diretor da organização objeto deste estudo de caso, para identificar
suas percepções quanto ao sucesso na prática do Marketing Sensorial. Foi aplicado um questionário
com 14 perguntas abertas, dentre as quais foram abordadas questões de âmbito organizacional e, em
seguida, foram apresentados os 14 princípios da filosofia de Deming em que o entrevistado deveria
apontar quais pontos são desenvolvidos na empresa.
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Ademais analisou-se o layout e o comportamento dos colaboradores através de um
questionário com 16 questões fechadas, porém este foi utilizado apenas para auxílio dos pesquisadores,
com o intuito de agregar valor à conclusão do estudo aplicado.
Uma vez coletados os dados e processadas as informações foi iniciada a etapa de apresentação
de propostas visando o aprimoramento dos aspectos estudados, com o objetivo de continuar a
experiência e aplicá-la em estudos futuros. É importante ressaltar que as sugestões expostas ao
entrevistado tiveram o um acolhimento positivo. O quadro 3 resume cada uma das etapas do método
de pesquisa aplicado neste estudo.
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QUADRO 3 – Etapas do Método de Pesquisa aplicado
Etapa Objetivos esperados Modo de execução
1. Pesquisa
Bibliográfica
Compreender o contexto em que
o assunto está inserido e
conhecer o posicionamento dos
pesquisadores
Definição de conceitos teóricos
através de revisão da literatura
em livros, dissertações, teses e
artigos relacionados aos temas
pesquisados
2. Pesquisa
Descritiva
Compreender dos objetivos
definidos para o estudo na
prática
Estudo de caso através da
análise histórica da evolução
da empresa em aplicar o
conceito de Marketing
Sensorial no cliente interno
3. Entrevista
Identificar percepções da direção
quanto ao sucesso na prática do
Marketing Sensorial e os 14
princípios de Deming
Aplicação de questionário com
14 perguntas abertas em
entrevista com o sócio-diretor
4. Aplicação de
questionário
Agregar valor ao estudo aplicado Analisou-se o layout e o
comportamento dos
colaboradores através de um
questionário com 16 questões
fechadas
5. Apresentação
de Propostas
Aprimoramento dos aspectos
pesquisados,
Desenvolvimento de expertise
para aplicação em novos estudos
Exposição de sugestões ao
entrevistado
Fonte: Elaborado pelos próprios autores
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3. ESTUDO DE CASO
Para melhor ilustrar esse trabalho, foi feito um estudo de caso que se propôs a analisar uma
empresa que desenvolve estratégias do Marketing sensorial alinhado à Gestão da Qualidade Total,
buscando promover o bem-estar e comprometimento de seus colaboradores.
A organização objeto deste estudo é a Radio Ibiza. A empresa foi fundada em 2007 por três
sócios e seu conceito surgiu, através de um desequilíbrio econômico mundial deflagrado em 2008,
onde foi detectada a diminuição do desejo de compra do consumidor. Com isso, a Radio Ibiza adotou a
estratégia de utilizar o Marketing Sensorial auditivo para atrair o interesse do cliente final.
Antes de ser fundada a empresa, um de seus sócios realizava trabalhos esporádicos para
amigos que possuíam estabelecimentos, oferecendo listas de músicas temáticas direcionadas para cada
tipo de local. Quando iniciou a Radio Ibiza, os demais sócios tinham a proposta de realizar o mesmo
trabalho antes já instituído pelo primeiro, porém de forma mais complexa e inovadora. Então foi criado
um software que desenvolve, através de estudos previamente definidos, trilhas sonoras de acordo com
o ambiente de cada lugar e a isso chamaram de identidade musical. Mais tarde, associaram a imagem
ao som, nascendo assim a Filme Ibiza. Nessa última desenvolvem a identidade visual do cliente. Além
disso, a Radio Ibiza oferece um serviço que é chamado por eles de manual musical. Esse é apresentado
aos estabelecimentos como um cardápio de músicas, desenvolvido pela empresa, com a finalidade de
manter o cliente final ainda mais ativo, dando a este último a possibilidade de escolher a música
ambiente que mais lhe agrada.
Após sete anos de sua fundação, a empresa hoje é constituída por 50 funcionários ao todo. A
maioria dos colaboradores é da geração Y, porém a faixa etária dos colaboradores varia entre 17 e 53
anos. Possuem 700 clientes ativos, incluindo nacionais e internacionais dos mais variados ramos:
estabelecimentos de moda, salões de beleza, cafés e delicatessens, comércio de calçados, cama, mesa e
banho, corporativos/empresas, lojas de decoração, hotéis, pousadas, spas, restaurantes, joalherias,
restaurantes; shoppings e eventos especiais. A Radio Ibiza é classificada como uma empresa de médio
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porte.
Atualmente possui três escritórios: Rio de Janeiro, São Paulo e uma filial em Curitiba. A
entrevista aconteceu no escritório do Rio de Janeiro com o sócio-diretor da organização. Foi aplicado
um questionário com perguntas abertas, nas quais foram abordadas questões de âmbito organizacional
e, foram apresentados os 14 pontos da filosofia de Deming em que sócio deveria apontar quais pontos
são desenvolvidos na empresa. Ademais analisou-se o layout e o comportamento dos colaboradores
que são de suma importância para a conclusão do estudo aplicado.
No Rio de Janeiro, a empresa fica localizada no bairro de Copacabana em um prédio
comercial. No primeiro contato com a empresa, foi percebido que os colaboradores trabalham de
forma descontraída e alegre, tornando o clima organizacional acolhedor. O comportamento observado
diante da entrevistadora foi receptivo e, entre os funcionários, despojado.
Um ponto muito importante observado foi o atendimento da recepção em relação à
entrevistadora. Além da simpatia, a recepção foi feita de forma muito humana e, sem tocar no assunto
da pesquisa, a recepcionista teceu elogios muito fundamentados sobre a relação interpessoal dentro da
empresa. Esse ponto foi claramente citado por Chowdhury (2006), quando diz que se bem tratado o
colaborador, bem ele tratará seus clientes.
O ambiente corporativo apresenta predominantemente iluminação natural, apesar de também
possuir luzes artificiais. Ainda que seja uma empresa musical, não apresenta música ambiente na
recepção e nos interiores. O arranjo das equipes e dos sócios é feito em salas com mesa compartilhada,
onde os espaços da mesa são divididos entre a equipe. Nestas salas também possuem uma espécie de
deck interno com almofadas para que as pessoas possam descansar caso necessário. Além de possuir os
escritórios compartilhados, a empresa também dispõe de cozinha e uma sala de encontros, na qual são
realizadas atividades em grupo. Todos os ambientes são devidamente refrigerados, limpos e
organizados. Essas observações concordam não apenas com os princípios da ferramenta 5S, como
também com Chowdhury (2006) que afirma que investindo em um ambiente que recompense a
criatividade, os resultados podem vir mais rápidos.
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A decoração dos espaços é disposta de forma alegre e praiana. Tudo voltado para um
ambiente residencial, o que dá a sensação de estar em um local confortável e acolhedor. A etiqueta
corporativa em relação a aparência dos colaboradores e sócios é informal: short, bermuda, camiseta de
malha, por exemplo.
As cores utilizadas no interior da empresa e na decoração são as mesmas do logotipo da Radio
Ibiza: branco, rosa, laranja, amarelo, verde, azul e roxo. O azul e o roxo são bastante utilizados em
paredes isoladas dentro da empresa, sendo as outras paredes brancas. Os acessórios das salas, tais
como: mesas, cadeiras, abajur, puffs, almofadas, dentre outros objetos de decoração são, na sua
maioria, de cores do primeiro grupo, ou seja, cores quentes. Como as salas possuem muita luz natural,
segundo Fonseca (2004), a escolha de colocar as cores azul, roxo e branco nas paredes dão a impressão
de ampliar o espaço e a combinação dos objetos de decoração, juntamente com as paredes, dão a
impressão de acolhimento, já que as cores quentes aos olhos humanos dão a sensação de estarem mais
pertos e acessíveis.
Durante a entrevista, foi relatado pelo entrevistado que a empresa possui dois valores
corporativos: Seja feliz; Faça o outro feliz. O entrevistado afirma que esses sejam os valores que mais
representam a empresa, visto que o objetivo da Radio Ibiza é entregar felicidade aos clientes. Ainda
acrescenta que a empresa se recusa a fechar contrato se o cliente ao final de tudo não se mostrar
satisfeitoo com o serviço apresentado.
Foi interrogado se na empresa existia líder de equipe. A resposta foi surpreendente: existe
cargo de diretoria, porém essas pessoas não exercem atividades de liderança. Os colaboradores são
vistos como donos do negócio, não são cobrados quanto à metas numéricas e estão envolvidos
constantemente em projetos bem definidos e divididos. O superior (sócios) não se exalta com nenhum
colaborador e é incentivada uma relação de confiança e honestidade, este último sendo bastante forte
para o entrevistado. De acordo com essas características pode-se considerar que essa é uma empresa
mais direcionada para o modelo managerial, descrita por Sá e Lemoine (1998), a qual é caracterizada
como um sistema de gerenciamento que condena a burocracia e valoriza a simplicidade das relações
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interpessoais, a legalidade entre direção e serviços e, a confiança entre os colaboradores.
Em relação ao tipo de gerenciamento empregado na empresa pode-se dizer que é o de
Liderança de Qualidade, já que os comportamentos obtidos diante das situações da empresa
caracterizam-se, de acordo com o descrito por Shoultes (2003), como: relação líder-liderado é de
forma construtiva, onde os dois grupos trabalham juntos em prol da qualidade; os resultados são
verdadeiros e exatos, além de serem trabalhados em cima de métodos; tem foco no aperfeiçoamento
dos serviços, com o intuito de surpreender o cliente final e o controle é estatístico.
4. RESULTADO
Evidenciou-se, a partir da pesquisa, que os modelos de valor competitivo que mais se
assemelham com a empresa em questão são os de cultura clã e inovativa que, segundo Cameron e
Quinn (2006), possuem características de desenvolvimento das pessoas, valorizando a participação
nas tomadas de decisões; comportamento dos superiores caracterizado como participativo, interativo,
empreendedor e idealista, assim como prezam pela confiança e lealdade, além de gostarem de prever
futuros e se preocuparem em obter recursos, suporte e imagem externa. A empresa também apresenta
uma cultura voltada para a aquisição de novos conhecimentos em serviços e a motivação é ligada ao
crescimento, estímulo, diversificação e criatividade na tarefa.
Dos 14 Princípios de Deming (1986) que foram apresentados, o sócio-diretor elencou 9 itens
os quais considerou praticados na Radio Ibiza, a saber: estabelecer a constância de propósito para a
melhoria dos bens e serviços; adotar a nova filosofia: conhecer suas responsabilidades e assumir a
liderança para as mudanças; acabar com o costume de fechar negócios apenas com base no preço;
minimizar o custo total; aperfeiçoar constantemente o sistema de produção e serviços para melhorar a
qualidade e a produtividade, diminuindo constantemente os custos; eliminar o medo, criar confiança e
um clima para a inovação; eliminar slogans e metas para a força de trabalho, que exigiam nível zero de
defeitos e novos níveis de produtividade; eliminar o gerenciamento por números, metas numéricas,
substituindo-o por liderança; remover as barreiras que roubam o empregado horista seu direito ao
orgulho pelo trabalho realizado: eliminar a avaliação anual de mérito e o gerenciamento por objetivos;
colocar todo o pessoal na empresa a trabalhar para realizar a transformação.
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Apesar de não praticar todos os pontos apresentados por Deming (1986), a organização tem o
propósito de desenvolver projetos ligados à continuidade da aplicação de Deming e adotar ferramentas
de qualidade como 5S.
O entrevistado destacou em seus comentários sobre as atividades executadas na sala de
encontros. Além de utilizá-la para reuniões descontraídas entre os colaboradores – incluindo: recepção,
equipes do desenvolvimento do serviço prestado, alta gerência e equipe da limpeza; também realizam
ali as sessões de massagens disponibilizadas para todos os funcionários nas sextas-feiras. Ademais, o
entrevistado garante que a partir do corrente ano irá proporcionar aos mesmos sessões de cromoterapia
e aulas de teatro com o intuito de sincronizar a equipe, promovendo bem-estar e comprometimento no
trabalho. Quanto à musicoterapia, foi apresentada ao entrevistado, porém a princípio o entrevistado diz
que vai focar na cromoterapia e nas aulas de teatro e, que este pode ser um investimento futuro em sua
equipe.
5. CONCLUSÕES
O enfoque dado ao presente trabalho teve como objetivo levantar estratégias em como buscar
o comprometimento dos clientes internos da organização, se utilizando dos conceitos aplicados pelo
marketing sensorial, a fim de desenvolver o bem-estar do profissional, tendo em vista a política da
qualidade.
Os resultados obtidos nas entrevistas corroboram com Prodossimo (2005), que afirma que
investir na saúde organizacional é, também, investir na saúde dos profissionais. Isto é, garantindo a
qualidade de vida pessoal e profissional, consequentemente, pode-se obter maior comprometimento
com o trabalho, maior produtividade, sucesso e satisfação.
Assim sendo, foi visto que o Marketing Sensorial de fato pode proporcionar não apenas o
comprometimento das equipes, como também o bem-estar dentro da empresa, impactando
positivamente no processo de qualidade interno da organização, o que leva, consequentemente, ao
sucesso.
Como recomendações para desenvolvimentos futuros, os autores sugerem novos estudos
sobre a organização em questão, a fim de verificar os desdobramentos futuros das práticas de
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Marketing Sensorial aplicadas no âmbito da Radio Ibiza e, seus resultados ao longo do tempo.
Principalmente no que tange ao acompanhamento de indicadores tais como o índice de satisfação e a
taxa de rotatividade, para avaliar a permanência dos colaboradores na empresa ao longo do tempo.
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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