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A UTILIZAÇÃO DE TEMPEROS NO PALADAR E QUALIDADE DOS ALIMENTOS

EM ESCOLAS PÚBLICAS

Adriana Hasse1

Luis Fernando Roveda 2

RESUMO

Este artigo teve, por finalidade, discutir as ações promovidas pelo projeto intitulado “A utilização de

temperos no paladar e qualidade dos alimentos em escolas públicas”, realizado dentro do Plano de

Desenvolvimento Educacional, no Paraná, nos anos de 2016 e 2017. O projeto buscou discutir a

utilização de temperos naturais nas refeições produzidas nas escolas, com o intuito de proporcionar

conhecimento sobre temperos, de favorecer o uso e aproveitamento medicinal, de melhorar o sabor

dos alimentos, de salientar a importância da busca pela alimentação saudável e o consumo de

produtos o mais natural possível, e de causar mudança nos hábitos alimentares dos alunos,

conscientizando-os sobre a necessidade de ter qualidade de vida através da alimentação. Para isso,

foram apresentados conteúdos e atividades reflexivas que pudessem ajudar na contextualização da

utilização dos temperos através da diferenciação entre a alimentação saudável e o fast food, da

preparação e plantio de horta escolar, e preparo dos alimentos com temperos que possam aguçar os

sabores, tornando a alimentação mais saudável.

Palavras-chave: Temperos; Qualidade de vida; Alimentação Saudável.

1 INTRODUÇÃO

A alimentação saudável permeia diversos aspectos da vida do ser humano,

sendo fundamental para um bom funcionamento do organismo e seu

desenvolvimento pleno. Nesse sentido, a busca por incentivos que levem cada vez

1 Professora da Rede Pública Estadual de Ensino do Paraná.

Email: [email protected]

2 Orientador PDE da IES – UNESPAR – Campus de Paranaguá – Curso de Ciências Biológicas.

Email: [email protected]

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mais crianças e jovens a quererem uma alimentação pautada em alimentos naturais

em detrimento dos industrializados, é crescente em todo mundo.

A alimentação saudável possibilita a prevenção não só da obesidade, mas

também de doenças oportunistas provindas do grande consumo de alimentos ricos

em calorias, porém, fracos em nutrientes. (Sichieri, et,al 2000)

Assim, uma proposta de alimentação saudável, para prevenção das doenças crônicas não transmissíveis, há de propor dietas que estejam ao alcance da sociedade como um todo, e que tenham um impacto sobre os mais importantes fatores relacionados às várias doenças. Aumentar o consumo de frutas e verduras e estimular o consumo de arroz e feijão são exemplos de proposições que preenchem estes requisitos. (SICHIERI, et.al, 2000, p. 228).

Ainda segundo a autora, a Organização Mundial da Saúde, indica que a

população brasileira deve buscar o resgate de seus hábitos alimentares

culturalmente comuns como o consumo do arroz e feijão, hábito esse que tem se

perdido com o aumento do consumo de alimentos industrializados.

Fala-se muito sobre o trabalho pedagógico voltado para a realidade do aluno

e a disciplina de Ciências não pode deixar de aproveitar as inúmeras oportunidades

de fazer com que isso aconteça, conseguindo despertar o interesse e desenvolver o

conhecimento dos conteúdos, promovendo, além da evolução do aprendizado, a

conscientização e a prevenção.

O tipo de alimentação dos alunos no cotidiano escolar, principalmente durante

o horário da merenda ou intervalo para lanche, sempre foi motivo para certas

indagações sobre como melhorar a alimentação e torná-la mais saudável, fazendo,

assim, com que o aluno tivesse, além de saúde, melhor rendimento na escola.

Surgiu, então, o presente projeto relacionando os estudos sobre temperos aliados a

uma alimentação saudável para conscientizar sobre a necessidade de conhecer os

benefícios de ter uma alimentação saudável e de buscar melhor qualidade de vida.

Sem dúvida, muito dessa defasagem alimentar se deve à falta de interesse ou

de tempo das famílias, que dão preferência ao consumo de salgadinhos ou

alimentos rápidos por parte deles próprios e dos filhos, isso quando não mandam os

filhos para ter a primeira alimentação do dia na escola, no horário da merenda

escolar.

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No intento de minorar ou sanar os problemas causados pela má alimentação,

considerou-se importante fazer um estudo sobre alimentação aliada ao uso de

temperos contextualizando-os com o aprendizado na escola, proporcionando

discussões e reflexões a respeito dos hábitos alimentares, além da interatividade, a

criticidade e o interesse, todos voltados para o desenvolvimento, conhecimento,

mudança de atitudes e aplicação no cotidiano dos alunos.

De acordo com as Diretrizes Curriculares de Educação Básica – Ciências, do

Estado do Paraná, 2008, p. 76:

A inserção de atividades experimentais na prática docente apresenta-se como uma importante ferramenta de ensino e aprendizagem, quando mediada pelo professor de forma a desenvolver o interesse nos estudantes e criar situações de investigação para a formação de conceitos.

2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1 A escola como ambiente de aprendizagem alimentar

A parcela do alunado está inserida no grupo mais preocupante quando no

tocante à busca da alimentação saudável e natural. Para (Toral et.al 2009), a dieta

dos adolescentes tem correspondido ao grande consumo de alimentos calóricos e

ricos em gorduras/açúcares, que podem vir a desenvolver doenças crônicas como a

diabetes, por isso é preciso salientar que o papel da educação é fundamental,

principalmente quando tem o intuito de educar os hábitos alimentares para a

prevenção e maior qualidade de vida dos jovens.

Os adolescentes buscam os fast food, atraídos principalmente pelo sabor, e,

também, encontram facilidade na obtenção desses alimentos, pois acabam sendo

oferecidos pelos próprios pais, visto que a alimentação desses jovens dentro de

casa é feita através da escolha de seus responsáveis. A escola também é uma porta

para esse tipo de alimento pobre em qualidade. (TORAL, et.al, 2009)

Segundo (Schmitz, et.al, 2008), a promoção da saúde na escola perpassa por

três pilares: educação para a saúde, ambientes saudáveis e serviços de

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alimentação. A autora critica os alimentos vendidos em cantinas escolares que estão

longe de serem de origem natural ou mesmo saudáveis.

O desenvolvimento de estratégias de promoção da alimentação saudável com a comunidade escolar está intimamente relacionado à educação nutricional. A comunidade escolar é formada por pais, diretores, coordenadores, alunos, educadores, donos de cantina, merendeiros e demais funcionários, podendo incluir ainda conselheiros tutelares, de educação, dos direitos da criança, organizações não-governamentais e universidades, entre outros. (SCHMITZ, et.al. 2008, s.p).

Para a autora, quanto maior o conhecimento a respeito da alimentação

saudável, maior é o envolvimento dos alunos na busca por novos hábitos

alimentares.

Devido ao aumento na produção e consumo de alimentos industrializados,

houve notadamente uma ampliação e mudança do repertório alimentar, porém, não

se percebe uma avaliação sobre as consequências dessa alimentação sobre a

saúde das pessoas. Supõe-se que a ingestão cada vez maior de alimentos artificiais

traga riscos para a saúde.

No Brasil, os alimentos industrializados encontraram espaço a partir da

segunda metade do século XX, momento em que a maior parte da população

brasileira passa a residir nos centros urbanos, trazidos pelo aumento da

industrialização em um contexto geral, do qual se refletiu também na mudança dos

hábitos alimentares.

Dantas (2015) comenta que, com o tempo, as sociedades, em especial às

ocidentais se tornaram extremamente apressadas. Um reflexo disso está na

alimentação, tendo sido percebido um aumento no consumo de sanduíches e pizzas.

Na maioria das vezes, cita Porto (2015), os alimentos de Fast-Food são

desprovidos de nutrientes importantes para o bom funcionamento do corpo humano

e com grande quantidade de gorduras e açúcares, causando, inclusive, a

desnutrição. Ainda segundo Porto (2015), muitas crianças, adolescentes e jovens

crescem em meio às redes de Fast-Food, que vêm neles um potencial grupo de

consumidores, pois ofertam comidas saborosas e sedutoras, com deliciosos molhos,

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queijos, além de sorvetes, caldas, chocolates, que chamam a atenção até mesmo

dos adultos, o que faz com que os mais novos sejam alvos fáceis.

Diante de todas essas constatações relativas à necessidade da alimentação

saudável num contexto geral, entendeu-se que o ambiente escolar pode servir como

espaço de conscientização de novos hábitos alimentares. Este artigo, como

resultado do projeto “A utilização de temperos no paladar e qualidade dos alimentos

em escolas públicas”, salienta a importância da utilização de novos temperos, como

por exemplo, cebolinha, salsinha, sálvia, alho, manjericão, alecrim, coentro, orégano,

mostarda e pimenta, dentre outros, e mostra os resultados relativos à aplicação do

projeto, demonstrando a efetivação dos objetivos primários, os quais se baseavam

na discussão de novas formas de alimentação saudável, o plantio da horta escolar, e

a inserção dos alimentos da horta na merenda escolar e seus resultados.

2.2 Horta na escola: aprendendo de onde vêm os temperos

Ao inserir uma horta no ambiente escolar, vários aspectos podem ser

trabalhados: ciclos da natureza, variações climáticas e suas implicâncias no

desenvolvimento das plantas, entre outros. As escolas funcionam também como

espaço de socialização, onde valores em relação a todos os tipos de seres vivos

devem ser destacados, por isso é importante desenvolver projetos que promovam o

plantio de hortas escolares como uma forma de integrar pais e alunos, pois muitos

possuem hortas em suas casas. (IARED, et.al 2011)

O cultivo de uma horta é comum entre muitas famílias e por ser um assunto próximo do cotidiano, tal projeto criou um espaço de constante troca entre familiares, crianças e funcionários da escola. Em muitas unidades, a comunidade se envolveu ativamente no desenvolvimento do projeto, ao fornecer mudas e sementes, e participar da semeadura, transplante e colheita dos vegetais. (IARED, et.al, 2011, p.02).

Para as autoras Morgado; Santos (2008), o plantio de hortas escolares tem o

papel também de estimular a reflexão acerca de uma alimentação mais saudável,

buscando inserir mais hortaliças no dia a dia.

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Essa relação direta com os alimentos também contribui para que o comportamento alimentar das crianças seja voltado para produtos mais naturais e saudáveis, oferecendo um contraponto à ostensiva propaganda de produtos industrializados e do tipo fast-food. (MORGADO; SANTOS; p.02-03).

Segundo Silva & Fonseca (s.d.), somente as informações acerca do que é a

alimentação saudável não garantem que as pessoas busquem escolhas mais

saudáveis, pois o contexto sócio cultural interfere muito nas escolhas alimentares,

visto que, quando um determinado alimento é por diversas vezes oferecido, passa a

ser considerado gostoso pelo o indivíduo que o consome. Nesse sentido, os autores,

consideram as hortas escolares ambientes que proporcionam congregar muitos

saberes escolares.

Os professores de Ciências apresentam, naturalmente, experiência e afinidade com o tema e, portanto, podem ter participação relevante na identificação das correlações entre alimentação, conteúdos curriculares e realidade local, como também no domínio de estratégias facilitadoras do

processo ensino-aprendizagem. (SILVA; FONSECA; s.d., p. 05 e 06).

Para os autores, os professores de Ciências e outros profissionais têm se

mostrado preocupados com o problema da má alimentação e que é necessário

maior conscientização de crianças e adolescentes para a adoção de hábitos

alimentares saudáveis e adequados e que a horta na escola permite o surgimento de

problemas, situações, o desenvolvimento de múltiplas habilidades que visam a

utilização e desenvolvimento de várias áreas do conhecimento.

Quanto à compra ou plantio, Cardoso (2015) comenta que é importante ter,

principalmente, temperos básicos ao invés de compra-los, mas, se não for possível

plantá-los, Cardoso (2015) comenta que o louro, a cebolinha e o alecrim são

temperos básicos e naturais, que dão mais sabor e aroma ao prato, e sugere que

sejam adquiridos em pequenas quantidades, mesmo aqueles que podem chegar aos

12 meses de uso, pois em períodos longos ocorrem perdas gradativas das

propriedades.

Sobre a conservação dos temperos secos, o mesmo autor diz que o melhor é

guarda-los em potes de vidro, com tampas herméticas e em locais com pouca

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incidência de luz para não perderem as propriedades. Já os temperos frescos

deverão ser armazenados em ambientes refrigerados por cerca de 7 dias em sacos

de plástico e revestidos em papel-toalha.

3. METODOLOGIA

3.1 Procedimentos metodológicos – Alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental

Os procedimentos metodológicos do projeto “A utilização de temperos no

paladar e qualidade dos alimentos em escolas públicas” foram implantados no

Colégio Estadual Professora Sully da Rosa Vilarinho – Ensino Fundamental e Médio,

na cidade de Pontal do Paraná– Paraná, com 33 alunos de uma turma do 8º Ano do

Ensino Fundamental, com a pretensão de proporcionar conhecimento e uso de

temperos aliado à alimentação saudável na busca por maior qualidade de vida.

O projeto contou com a autorização dos pais, da Direção da escola e

supervisão da equipe pedagógica, e a metodologia empregada foi a pesquisa-ação

como estímulo no processo de ensino aprendizagem, para tornar os alunos capazes

de aplicar, no cotidiano, os conhecimentos adquiridos através do projeto e mediante

o desenvolvimento de atividades educativas que tiveram as seguintes estratégias

como eixo norteador.

3.1.1 Dados

Foi aplicado um questionário no início e outro no final do projeto. O primeiro

para a obtenção de maiores informações sobre os hábitos alimentares, interesses

relacionados ao desenvolvimento do tema, à alimentação saudável, pela

organização de horta escolar e melhoria da merenda escolar. O segundo, para

conferir os resultados relacionados às mudanças, ao conhecimento e

desenvolvimento do aluno após a aplicação do projeto.

3.1.2 Atividades

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Atividade 1:

Aplicação de questionário para coletar informações sobre os alunos, opiniões

e interesses dos mesmos e aula explicativa sobre o projeto, com a explanação

docente sobre a organização e objetivos do projeto que tratará da alimentação

saudável e os temperos a partir do estudo de Ciências.

Atividade 2:

Observação sobre quanto os alunos entendem por alimentação saudável,

sobre o sabor dos alimentos, o tipo de alimentação no ambiente familiar, se o sabor

dos alimentos lhes chama a atenção, com que frequência ingerem alimentos fast

food ou industrializados, e como pretendem alimentar-se no futuro. Após, foi

solicitado aos mesmos que analisassem qual era a alimentação ingerida por uma

semana.

Atividade 3:

Organização e apresentação do cardápio individual de cada aluno

especificando quais eram os hábitos alimentares dos mesmos em duas aulas. Para

isso acontecer, na primeira aula, os alunos foram divididos em grupos e, mediante

os escritos sobre a alimentação ingerida de cada um em uma semana, fizeram um

quadro contendo as informações de todos e definindo sobre o que observaram com

o trabalho. Na segunda aula, os alunos apresentaram um apanhado geral sobre o

que foi ingerido pelo grupo em uma semana e concluíram que: a maioria não faz ou

não tem uma alimentação correta e saudável.

Atividade 4:

Despertar do interesse dos alunos com comentários docentes rápidos sobre

calorias, carboidratos, lipídios e proteínas. Após, assistiram o documentário “Muito

Além do Peso” que trata sobre alimentação saudável e fast food.

Atividade 5:

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Observação, análise e debate sobre o documentário assistido na atividade 4,

relacionado à alimentação saudável e fast food. Aconteceu a promoção de debates,

com análise e reflexão sobre os riscos de se consumir produtos fast food,

construindo opiniões, dialogando e interagindo para promover a conscientização

sobre esse problema. Essa atividade foi realizada através de pesquisas em grupo

(revistas, filmes, jornais, etc.) sobre os perigos do fast food. Cada grupo apresentou

os resultados da pesquisa aos demais colegas, como complemento ao conteúdo e

maior reflexão sobre esse tipo de alimentação.

Atividade 6:

Os alunos foram motivados a buscar, através de pesquisas em grupo,

conhecimento sobre temperos: como cultivar, manuseio, colheita, aproveitamento

dos mesmos na culinária e como uso medicinal, da seguinte forma. Cada grupo ficou

responsável pela pesquisa de um dos itens citados, devendo apresentar o que

pesquisaram aos demais colegas da forma que melhor lhes conviesse (filme, slide,

cartaz, temperos in natura, etc.). Foi uma atividade com descobertas bem

interessantes, com troca de informação entre eles, e uso no cotidiano.

Atividade 7:

Foi realizada uma aula teórica sobre o plantio de temperos. Após, os alunos

foram estimulados a produzir a própria horta na escola, e aulas de campo. A turma

foi dividida em grupos e cada grupo teve um espaço reservado no espaço destinado

ao desenvolvimento da horta, seguindo a devida organização:

- Preparação da terra para a horta;

- Separação material reciclado para preparar o plantio da horta;

- Separação os espaços para cada tipo de semente para o plantio;

- Preparação as sementes para o plantio;

- Manuseio e adubação das sementes;

- Manutenção da horta.

Atividade 8:

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Aula expositiva com a parte teórica e assistindo documentários, fornecendo os

conhecimentos básicos e necessários sobre o sistema digestório durante o processo

de alimentação. Após, discutiram o assunto baseados nas próprias análises e

reflexões, construindo opiniões e se conscientizando sobre a importância do sistema

digestório. Como culminância do conteúdo, os alunos fizeram, por escrito, um

relatório sobre o que aprenderam, deixando-o exposto em sala de aula.

Atividade 9:

Para a discussão e problematização da questão da alimentação saudável, os

alunos, ainda em grupos, foram estimulados a participar de atividade lúdica com o

jogo denominado “Ponto Crítico” que exigiu organização, concentração e integração,

proporcionando maior entendimento sobre o assunto, pois tiveram que construir o

próprio material para o jogo, sendo mediados pelo docente, e elaboraram um

registro do imaginário coletivo que caracterizou a contaminação alimentar, o local, o

procedimento e o personagem responsável. Mediante essa organização, deram

início ao jogo e analisaram todas as hipóteses levantadas durante o jogo, buscando

respostas para as mesmas através de pesquisa que possibilitaram a aprendizagem

do conteúdo e debates sobre a segurança alimentar. O resultado dessa pesquisa foi

repassado aos demais colegas.

Atividade 10:

A turma foi dividida em três grupos e cada grupo ficou responsável por um

dos seguintes itens: alimentação saudável, tipos de doenças relacionadas à má

alimentação ou fast food/comida industrializada. Para isso, foi feito o sorteio sobre o

tema. Definido o tema, foi solicitado que cada aluno realizasse uma pesquisa

relacionada ao mesmo para que, após a conclusão da pesquisa individual, reunir-se

com os demais colegas do grupo e organizar um material completo sobre o assunto

(slide, cartaz, vídeos, jogo, etc.). A finalização da atividade foi com a apresentação

desse material aos outros dois grupos.

Atividade 11:

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Aula expositiva sobre o sistema respiratório durante o processo de

alimentação, para despertar o os conhecimentos para o ensino aprendizagem sobre

o Sistema respiratório e o processo do sistema respiratório durante a alimentação.

Atividade 12:

Explanação docente para relembrar e complementar o assunto da atividade

anterior sobre o processo do sistema respiratório durante a alimentação. Após, os

alunos, assistiram aos seguintes filmes: “Sistema Respiratório”, “Mecânica

Respiratória”, “Sistema Digestório e Respiratório” e “Show das poderosas -Paródia

Show da Respiração”. Depois de assistirem aos filmes, a turma foi dividida em

grupos onde buscaram e refletiram quanto à importância do sistema respiratório,

inclusive durante a alimentação. Os alunos formaram um único círculo em sala de

aula e, com mediação docente, fizeram um debate entre as equipes. Foram

verificados quais conhecimentos adquiriram e que interferiram na melhora da

reflexão e o reforço do conteúdo.

Atividade 13:

Esta atividade teve ordem prática, ou seja, de posse do cardápio da merenda

escolar os alunos fizeram as mesmas comidas costumeiras, preparadas pelas

merendeiras, com ou sem a utilização de temperos. Para isso, na primeira aula, a

turma de alunos foi dividida em 10 grupos que foram organizados da seguinte forma:

dois grupos foram responsáveis pela alimentação da segunda-feira, dois pela terça-

feira e assim, sucessivamente, até a sexta-feira. Após essa distribuição, aconteceu

outra, desta vez relacionada aos dois grupos por dia (um ficou com a preparação

dos alimentos sem temperos e, outra, com temperos). Depois de feita essa

organização, os grupos foram reunidos para conversar sobre a preparação dos

alimentos. Outras aulas foram utilizadas para a preparação e degustação dos

alimentos, e comentários sobre as diferenças de sabor.

Atividade 14:

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Aplicação de um questionário aos alunos para conferir a aprendizagem e o

conhecimento sobre o conteúdo, se o projeto foi importante para a vida dos mesmos

e se houve maior conscientização sobre a importância de terem uma alimentação

saudável, se houve conscientização e apropriação de saberes, e, também,

questionamento relacionado à aplicação do aprendido durante o projeto no cotidiano

familiar e satisfação com a merenda escolar.

3.2 Procedimentos Metodológicos - Grupo de Trabalho em Rede

Paralelamente ao desenvolvimento do trabalho com os alunos, 10

professores participaram do Grupo de Trabalho em Rede (GTR-2017), que constitui

uma das atividades do PDE e se caracteriza pela interação à distância entre o

professor PDE (professor pesquisador) e os demais professores da rede pública

estadual de ensino por meio da plataforma Moodle via Ambiente de Aprendizagem,

da Secretaria de Estado da Educação do Paraná.

No ambiente de aprendizagem MOODLE, o objetivo do Diário foi promover

uma reflexão pessoal sobre a temática, com registro e aperfeiçoamento progressivo

da questão, sendo o Fórum um espaço virtual de reunião, onde é possível a

interação, colaboração e questionamento entre os participantes do grupo. Nele os

professores podem expor reflexões, discutir, questionar, responder e comentar

assuntos referentes ao tema abordado, sendo o GTR/2017 dividido em três

módulos:

Módulo 1 - Aprofundamento teórico: Realização do aprofundamento teórico sobre o

tema de pesquisa adotado pelo professor PDE.

Módulo 2 - Projeto de intervenção pedagógica na escola e produção didático-

pedagógica: Socialização do conteúdo das produções já elaboradas pelo professor

PDE (o projeto de intervenção pedagógica na escola e a produção didático-

pedagógica), além de possibilitar a reflexão a respeito dessas produções.

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Módulo 3 - Implementação do projeto de intervenção pedagógica na escola:

Discussão das ações de implementação do projeto de intervenção pedagógica na

escola e a utilização da produção didático-pedagógica na escola, evidenciando

limites e possibilidades.

4 Resultados

4.1 Alunos do 8º Ano do Ensino Fundamental

4.1.1 Questionário 1 – Início do Projeto

33 alunos:

Gráfico 1: Porcentagem de meninos e meninas na turma. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 2: Porcentagem da idade dos alunos na turma. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 3: Porcentagem do índice de dificuldade dentro dos conteúdos da disciplina de Ciências. (

Arquivo pessoal)

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Gráfico 4: Porcentagem da relação dos alunos com os alimentos. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 5: Porcentagem de alunos com alimentação saudável. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 6: Porcentagem do sabor dos alimentos. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 7: Porcentagem do conhecimento sobre ´´Fast Food``. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 8: Porcentagem da avaliação da merenda escolar pelos alunos. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 9: Porcentagem da importância do plantio da horta. ( Arquivo pessoal)

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4.1.2 Horta:

A rotina de cuidado com a horta na escola se deu durante um dia na semana

com grupos responsáveis por partes do plantio. O trabalho consistiu em eliminar

possíveis pragas, reforçar a adubação e observar quais temperos se adaptariam

melhor ao clima da região. Após essas ações e informações, foram produzidos

relatórios e compartilhados em sala de aula.

Figura 1: Início da Horta. ( Arquivo pessoal)

Figura 1: Início do plantio. ( Arquivo pessoal)

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O plantio dos temperos delegou algumas etapas de trabalho distribuídas entre

os alunos como: preparação da terra com a devida adubação, separação das

sementes e, por fim, o efetivo plantio das seguintes variedades de temperos:

mostarda granulada, tomilho, gergelim preto, cardamomo, cúrcuma, alecrim,

alfavaca, alho, cebola, cebolinha, coentro, gengibre, louro, manjericão, orégano,

pimenta da Jamaica, salsinha e sálvia.

Tratou-se de uma atividade prática bem interessante. Como a maioria dos

alunos não conhecia muitos temperos, a preparação por eles e o contato direto com

a terra foi muito produtivo.

O espaço destinado pela escola para a organização da horta foi de grande

importância para que houvesse uma aprendizagem prática, maior integração, prazer

pelo conteúdo e valorização do alimento não industrializado. Caberá à escola manter

a manutenção do espaço da horta, bem como as ações do projeto no dia a dia com

todas as turmas, buscando sua inserção na cultura escolar.

Figura 2: - Plantio dos temperos. ( Arquivo pessoal)

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Durante o processo de plantio, também foi constatado que boa parte dos

alunos participantes do projeto detinha horta em casa, já demonstrando

conhecimentos prévios das hortaliças e sua utilização na alimentação. Dessa

maneira alguns integrantes do projeto apresentaram novas variedades de hortaliças

para o plantio no espaço escolar tais como, pimenta, hortelã e erva doce.

Um dos resultados buscados pela implementação das hortas escolares foi a

conscientização sobre o consumo cada vez maior de temperos, frutas e verduras

pelos alunos, que, naturalmente, acabam por levar o conhecimento e cultura

adquiridos para casa, influenciando pais e demais familiares na busca por maior

qualidade de vida.

Figura 3: Alunos produzindo receitas com temperos da Horta Escolar. ( Arquivo pessoal)

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Após pesquisas referentes às hortaliças bem como sua apresentação em

formato de grupos, os alunos buscaram receitas onde poderiam utilizar aquilo que

tinham colhido e apresentaram três receitas para análise do sabor e da importância

dos temperos frescos na alimentação.

Foi muito importante o papel dos alunos na pesquisa e elaboração das

receitas, pois houve maior conscientização sobre o uso dos temperos e o despertar

para a utilização dos mesmos.

A partir do envolvimento dos alunos com relação ao tema do projeto, foram

produzidas exposições com cartazes para toda a comunidade escolar mostrando a

pesquisa com relação a gama de temperos naturais, suas aplicações e benefícios

para a saúde em geral. Nessa tarefa incluiu-se o estudo da pirâmide alimentar e os

alunos puderam perceber, além de compreender o valor nutricional dos alimentos e

como as calorias dos mesmos devem ser distribuídas de acordo com cada indivíduo.

4.1.3 Jogo

Figura 5: Apresentação das pesquisas dentro do “Jogo Crítico”. ( Arquivo pessoal)

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Após as pesquisas e resoluções, houve um debate com os alunos e foi

possível desenvolver novas atitudes para serem aplicadas na escola, como o

reaproveitamento dos alimentos, a utilização de cascas como adubo orgânico para a

horta, renovação do cardápio com a inserção dos temperos colhidos na horta

escolar, entre outros.

4.1.4 Questionário 2 – Apreciação dos resultados após conclusão do Projeto

Turma: 8º Ano

Total de entrevistados: 33

Gráfico 10: Porcentagem de meninos e meninas na turma. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 11: Porcentagem da idade dos alunos na turma. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 12: Porcentagem do uso no cotidiano dos temperos pelos alunos. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 13: Porcentagem sobre a utilização dos temperos. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 14: Porcentagem sobre a contextualização dos conteúdos e alimentação. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 15: Porcentagem dos hábitos alimentares. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 16:Porcentagem sobre a responsabilidade com o meio ambiente. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 17: Porcentagem sobre a aceitação do projeto. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 18: Porcentagem em relação à alimentação saudável e à saúde. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 19: Porcentagem sobre os recursos utilizados no projeto. ( Arquivo pessoal)

Como resultado e conclusão do projeto houve, além da aplicação do

questionário, uma pesquisa com os educandos sobre a alimentação saudável e o

uso de temperos para saber se conversaram com seus responsáveis sobre os

benefícios do uso de temperos naturais, tão importantes para saúde, e se já estavam

fazendo uso deles em casa.

70 % dos alunos comentou que no bairro onde moram (próximo do colégio)

quase não existem lanchonetes no estilo Fast Food, que a economia local não

permite alguns gastos, e que pais e avós trabalham com a pesca ou com alguma

atividade relacionada a isso, o que, portanto, já determina uma alimentação bem

mais saudável. Aqueles pais que não trabalham no setor da pesca (30 % dos

alunos), só tinham tempo de fazer uso dos temperos nos finais de semana, pois,

com a vida corrida, a alimentação tinha que ser rápida e feita com temperos prontos,

mas que essa realidade estava mudando aos poucos.

Outra indagação relacionada à alimentação na escola, e confirmou-se que os

educandos estão aproveitando para ter uma alimentação mais saudável e saborosa

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através do novo cardápio, aprovado pela maioria, tendo, com isso, a oportunidade

de evitar o consumo de “bobagens”.

Os resultados iniciais com as Agentes Funcionais I (merenda), quando houve

certa resistência na organização de um novo cardápio, de utilizar os temperos

naturais, de serem avaliados e escolhidos pelos educandos, as assustou no

começo, pois estavam acostumadas a cozinhar da mesma forma há muito tempo, o

que tornou-se um grande desafio. Porém, quando o projeto começou a caminhar e

elas perceberam a colaboração dos alunos, e, que na realidade, os mesmos não

tinham a intenção de condenar o trabalho delas, mas de melhorá-lo, tudo aconteceu

de forma simples. A alimentação ficou mais saborosa e as agentes receberam e

recebem muitos elogios. Atualmente, elas preparam os alimentos aproveitando tudo

que está na horta, que também continua recebendo a atenção dos alunos.

Há que se ressaltar que as receitas que foram implantadas na merenda, para

complementar a alimentação que é ofertada pelo Estado, foram discutidas e

avaliadas para dar uma melhor qualidade nos sabores e pensando na qualidade de

vida dos educandos.

Um dos expressivos resultados obtidos foi a interação e participação das

famílias no plantio da horta, inclusive colaborando com outras hortaliças e legumes,

renovando as mudas, e participando da troca de experiências sobre as hortas

cultivadas em suas casas, com preparação de adubos pelos filhos (alunos).

Assim sendo cabe aos alunos e à escola buscar a manutenção do espaço da horta,

bem como as ações do projeto no dia a dia, buscando sua inserção na cultura

escolar e até mesmo da comunidade na qual a escola está inserida.

Questionamentos que possibilitaram verificar, após a aplicação do projeto, os

resultados no cotidiano familiar e quanto à merenda escolar:

Turma: 8° Ano Total de alunos:33

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Gráfico 20: Porcentagem de meninos e meninas na turma. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 21: Porcentagem da idade dos alunos na turma. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 22: Porcentagem da continuação do uso dos temperos da merenda. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 23: Porcentagem da melhoria do sabor dos alimentos após o projeto. ( Arquivo pessoal)

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Gráfico 24: Porcentagem do sabor do cardápio após a utilização dos temperos. ( Arquivo pessoal)

Gráfico 25: Porcentagem da importância da horta. ( Arquivo pessoal)

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4.2 Resultados - GRUPO GTR

Houve consenso nos relatos dos professores participantes do Grupo de

Trabalho em Rede (GTR) que observaram como a cultura dos temperos e

alimentação saudável possibilitou uma contextualização que foi importante no ensino

aprendizagem do conteúdo. O material apresentado foi muito elogiado e alguns se

mostraram muito interessados em também adotar o cultivo de horta escolar e utilizar

as estratégias citadas no projeto, pois é um assunto muito interessante para

trabalhar com os alunos. Sugeriram outras atividades e foram unânimes nas

opiniões positivas.

Em algumas reflexões os cursistas comentaram que, atualmente, os docentes

sentem-se um tanto desanimados com a falta de interesse dos alunos ou da pouca

estrutura física das escolas, e que, realmente, precisam-se procurar alternativas

estratégicas ou recursos, como este projeto, para tornar as aulas mais prazerosas e,

consequentemente, possibilitar melhor aprendizado e qualidade de vida. O

professor, além de ser mediador do conhecimento, deve ser o diferencial, o agente

transformador, para um amanhã melhor na vida de cada aluno.

Outros comentários citaram a dificuldade de desenvolver novos projetos e

atividades em algumas escolas, pois encontram muitos obstáculos e pouca

aceitação. Em se tratando do assunto do projeto desenvolvido, concordaram que

conscientizar sobre a necessidade de uma alimentação saudável e mudar hábitos

alimentares nem sempre é fácil, mas que é necessário preparar os educandos para

o futuro. Talvez eles, os alunos, não percebam, no início, a necessidade de

mudança, mas aos poucos vão reconhecendo que tais mudanças são essenciais

para ter boa saúde.

As reflexões e discussões confirmaram que a mediação do conhecimento no

sentido principal de proporcionar ao aluno a compreensão do que foi estudado e

exposto, permite que o mesmo dê um novo sentido ao conhecimento adquirido.

Ensinar Ciências é fazer compreender além dos conceitos. É causar o

entendimento sobre algumas dinâmicas do mundo e a mudança de atitude em

relação a ele, formando cidadãos conscientes e críticos.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O projeto promoveu a discussão sobre o que é a alimentação saudável em

comparação ao consumo dos chamados fast food, bem como esclarecer os

malefícios do uso abusivo deste tipo de alimentação com os alunos do 8º Ano do

Ensino Fundamental do Colégio Estadual Prof. Sully da Rosa Vilarinho.

As atividades envolveram o uso de vídeos, discussão, pesquisas com

participação efetiva do alunado, produção de seminários, e promoveram pesquisas e

debates que possibilitassem reflexões e a conscientização acerca das doenças

acarretadas com a alimentação ruim, industrializada e artificial.

Diante das pesquisas propostas, os alunos puderam se colocar como

protagonistas do trabalho, colaborando com informações acerca daquilo que

estavam produzindo, bem como sua aplicabilidade no dia a dia na alimentação

escolar, tendo acontecido, inclusive, uma mudança de hábitos em relação aos

alimentos dentro da escola. Muitos alunos mostraram grande interesse em saber

mais sobre a preparação dos alimentos e proposto novas receitas que utilizem mais

temperos oriundos da Horta Escolar, levando informações e o conhecimento

adquirido para dentro da própria casa, na intenção de modificar a alimentação

familiar.

A horta inserida no ambiente escolar torna-se um laboratório vivo que possibilita o desenvolvimento de diversas atividades pedagógicas em educação ambiental e alimentar, unindo teoria e prática de forma contextualizada, auxiliando no processo de ensino-aprendizagem e estreitando relações através da promoção do trabalho coletivo e cooperado entre os agentes sociais envolvidos (MORGADO; SANTOS; 2008, p.09)

Os alunos, grandes protagonistas do projeto, de posse de toda a

aprendizagem e acesso às informações sobre alimentação saudável tendem a

buscar consumir produtos que afetem menos a saúde, plantar o que desejarem e

cultivar temperos.

Quanto aos docentes inscritos e participantes do Grupo de Trabalho em Rede

(GTR), houve um intercâmbio de ideias, sugestões, interação e reflexão sobre a

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necessidade de se estar sempre em busca de estratégias ou recursos que possam

incentivar a aprendizagem e o conhecimento, conscientizando os alunos sobre

mudanças benéficas na qualidade de vida e envolvendo-o na realidade que o rodeia.

REFERÊNCIAS

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