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Publicidade Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n. o 3346, de 29 de Setembro de 2016, e não pode ser vendido separadamente. A aceleração digital beyond – Portugal Digital Acceleration Colocar o digital no centro da agenda nacional Lifestyle As maneiras de viver tornaram-se ilimitadas O talento é o ouro do novo mundo O impacto dos ciberataques As smart cities Mick Tsikas/Reuters

Aaceleração digital - novaims.unl.pt · Omundoemquevivemoscarac-teriza-seporumaaceleraçãotec-nológicasemprecedentes,alte-randotudo,desteosprodutospre-sentesnomercado,àssuasfuncio-

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Este suplemento faz parte integrante do Jornal de Negócios n.o 3346,de 29 de Setembro de 2016, e não pode ser vendido separadamente.

A aceleraçãodigital

beyond – Portugal Digital AccelerationColocar o digital no centro da agenda nacionalLifestyleAs maneiras de viver tornaram-se ilimitadas

O talento é o ouro do novo mundoO impacto dos ciberataquesAs smart cities

Mick Tsikas/Reuters

s ideias-chave maisimportantes para amobilização do paísna área do talento e

que resultamdas sessões de acele-ração realizadas em Julho e Se-tembro, promovidas pela EY emcolaboração como Negócios sob otema: Talent – Who will disruptthe disruptor?

• Todos têmtalentos. É funda-mental detectá-los e potenciar oseu crescimento.

• Num mundo empresarial di-gital,asorganizaçõestambémtêmde saber encontrar e gerir os seustalentos,conferindograusdeliber-dadeadequadosenãoformatando

em demasia, para que possam daro melhor de si próprios e produzirideias transformadoras.

•Otalentoécríticoemtodosossectores e áreas de actividade parafazerface àdisrupção. É umaespé-ciede“corridaaoouro”dasempre-sasnonovomundodigital.

• Para lidar com a geração Z(quejácomeçanafaculdade),éne-cessário entenderamelhorformadeatrairosnovostalentoserepen-saro modelo tradicionaldas orga-nizações – é necessário concebernovas formas de avaliação e de en-volvimentodostalentos,percebercomo se adaptam e a que tipo deestímulosrespondem,concretizarrealidades com carácter mais tec-nológico e encararsempre as acti-vidades/tarefas numa óptica deglobalização.

• Hoje valorizam-se novosskills como agestão de tempo, ges-tão de equipas, inteligência emo-

cional, aspectos comportamen-tais, criatividade, inovação, capa-cidade de adaptação e flexibilida-de, visão estratégica, capacidadede antecipar tendências. Numarealidade cada vez mais automa-tizada e tecnológica, o mais dife-rencial serão as capacidades ana-líticas, aautonomiae aousadia(dequerer fazer, de propor, de mon-tar um projecto…).

• O balanço entre skills técni-cosesoftskillséfundamental,bemcomo a capacidade de trabalho

noutros formatos (por exemplo,horárioflexível,teletrabalho,…).Obundledeskillscorrespondeapes-soas extraordinariamente valori-záveisecompletamentetransferí-veis (activos fáceis de verificar defora e fáceis de integrar noutrocontexto).

• Hoje os talentos mobilizam--semuitomaispelascaracterísticasdos projectos, portertempo e mo-mentos dedicados à responsabili-dade sociale ao voluntariado.

• A gestão do talento é algomuito dinâmico e a pool de talen-tos deve ser revista anualmente.Mesmo os incentivos e os benefí-cios dependem muito da percep-ção da marca/empresa. Se são ta-lentos significa que se entregammais rapidamente do que os ou-tros, o que implica que tambémtêm de ter mais desafios.

• Para serem atractivas as em-presas têm de ser um misto entre

“grandes produções deHollywood” (budget/talentos,guiões, ….) e “joint ventures insti-tucionais”,ondefazeroquesegos-ta é crítico. Apartir de uma deter-minada dimensão o projecto em-presarialdeixadesertãoatractivo,perdendo o lado “frenético” e “de-sestruturado”.

• A transformação digital temexigências para as empresas emvárias frentes. Desde logo é neces-sário desenvolver competênciasdigitaisnosactuaiscolaboradores,estabelecer posições orgânicascom competências sólidas nestamatériadigital, e, sobretudo, criaruma base de agentes de mudançae dinamização digital, que poten-ciemamaterializaçãodostalentose a construção do futuro, atravésdo aproveitamento de oportuni-dades seja com novos modelos deserviço ou com produtos mais di-gitais.�

FILIPE S. FERNANDES

A

NEGÓCIOS INICIATIVAS beyond - Portugal Digital Accelaration

O talento é crítico em todos os sectores e áreas de actividade para fazer face à disrupção,por isso é vital para as organizações saber encontrar e gerir estes activos valiosos.

TALENT

O talento é a “corrida aoouro” no novo mundo digital

Seistendênciasque moldamo talento

Neste diagrama conse-guimos identificar asseis maiores tendên-cias a nível global queestão a acontecer naárea do talento devidoàrealidade digital. Ten-dências como as mu-danças da forma detrabalho das equipas,as formas de recruta-mento e a disrupçãodos negócios estão naagenda do talento.

32%PRODUÇÃOCom os incentivoscertos, 32% das pessoassentem que poderiamser mais produtivas.

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QUINTA-FEIRA|

29 SET 2016

O maior problema desegurança está nas pessoas

O beyond - Portugal Digital Accela-rationjáapresentouumconjuntodesessões de aceleração que promo-vem o debate e envolvem decisoresde topo de vários sectores e domí-nios que decorrem no mês de Julhoe Setembro. Nas sessões de legal &security- Issecuritythepricetopayfor innovation?- que já ocorreram,foi possível retirar algumas ideias--chave paraamobilização de Portu-galparaaimportânciadasegurançanaeradigital:

• Em Portugal, são muitas ve-zes minimizadas as questões da ci-bersegurança, que podem ter umgrande impacto na reputação dasempresas e dos negócios. Frequen-temente a cibersegurança estánuma fase embrionária nas orga-nizações o que as torna frágeis emuito permeáveis e onde o riscoreputacional, que tem impacto fi-nanceiro, de negócios e de credibi-

lidade, é ainda menosprezado.• Existem falhas de segurança

em muitos serviços públicos e deempresas, onde os dados dos cida-dãos não estão devidamente prote-gidos, quer nas comunicações comasaplicaçõesmóveisondesãointro-duzidos nomes e palavras-chave,quer no armazenamento dessa in-formação em sistemas pouco segu-ros.

• Mais complexo aindaé o factode muitas vezes as organizações te-rem sido atacadas e não terem dadocontadesses episódios, o que colocade formaobjectivaemperigo não sóaorganização,mastodososquecomelase relacionam.

• O maior problema de segu-rança está nas pessoas, não estánas tecnologias. Não há de formageral uma consciência pessoal ecolectiva para o valor dos dados epara as necessidades de dotação de

controlos e planos de risco.• Existe um baixíssimo nível de

sensibilidade para a fragilidade dasmedidas de segurança da informa-çãoquesãoutilizadasporindivíduose pelas empresas. Veja-se afacilida-deeaaceitaçãotácitacomqueosuti-lizadores cedem a sua informação,através dos serviços a que acedemdiariamentesemdissoteremsequerconsciência.

• Para mitigar de alguma formao risco ou pelo menos de mostrarqueexisteapreocupaçãoequeseto-mammedidas preventivas e correc-tivas, deve-se adopção de boas prá-ticasdosectordastecnologiasdein-formação, nomeadamente atravésda implementação da norma ISO27001 de segurança da informaçãonas organizações.

• As funções de CIO e de CISOtêmumpapelcadavezmaisrelevan-te e crítico nas organizações.

• Aevolução e asofisticação dastecnologias digitais, bemcomo ave-locidade de implementação dasmesmas, colocam desafios perma-nentes e acelerados em termos deregulação, regulamentação e legis-lação, sobretudo ao níveldaprivaci-dade e dasegurançade informação.

•Existemproblemasdeprivaci-dadededadoseexisteodireitodoci-dadão à sua privacidade, enquantose assiste ao armazenamento mas-sivo de informação porparte de em-presas e não apenas porparte de go-vernos, como aconteciaháalgumasdécadas.

• Ainformação e os dados asso-ciados àquilo que as pessoas fazem,gostem ou não gostem, constituemactualmente o recurso mais valiosoda nossa sociedade, catapultandodeterminados players paraumava-lorização que se baseiaprecisamen-te no acesso àinformação.�

LEGAL & SECURITY

Não há de forma geral uma consciência pessoal e colectiva para o valor dosdados e para as necessidades de dotação de controlos e planos de risco.

O impacto dosciberataquesNeste diagrama, construídopela EY, podemos observar osgrandesnúmerosdecibersegu-rança. Com as organizaçõescom um aumento cada vezmaior da informação digital, ena partilha dessa informaçãoportodoomundo,estastorna-ram-se alvos fáceis de diferen-tesformasdeataque.Comore-sultado,asoperaçõesdodia-a--dia,osdadosdecadaempresaepropriedadeintelectualestãoemrisco.Olhandomaisconcre-tamenteparaosgrandesnúme-ros podemos perceber queexiste, por dia, um milhão deameaçasde malware novasouaté mesmo que 60% dos ata-ques são em empresas de pe-quenaou médiadimensão.

1AMEAÇASA segurança digitalé importante.São registadas pordia um milhãode novas ameaçasde malware.

60%ATAQUESO principal alvodos ciberataquesforam pequenase médiasorganizações. Osataques a estasorganizações são60% do total.

575IMPACTOO impacto financeirodos ciberataques,de acordo com esteestudo, foi de 575mil milhões dedólares.

200RESPOSTAO tempo médio deresposta aos ciber-ataques é de 200dias e o custo médioé de 14,5 milhõesde dólares.

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29 SET 2016|

SUPLEMENTO|

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as sessões de aceleraçãorealizadas em Julho e Se-tembro de Communities

& Sharing – What transformsaround the corner to around theworld?– foram retiradas algumasideias-chave que identificamoscomo fundamentais para a mobili-zação de Portugal na área da parti-lha de informação nas nossas cida-des e territórios.

• Muitas vezes os territóriostêm uma visão diferente do que é adigitalização e dos desafios que elaencerra, pelo que deverá haver umprocesso de conciliação de concei-tos, em primeira instância, e deidentificação de iniciativas “peque-nas em custos”, mas direccionadase com capacidade de gerar impac-tos de eficiência relevantes, em se-gunda instância.

• Háumagrande interpenetra-ção entre o que são os modelos tra-dicionais de comunicação e de vi-vência em comunidade e o que sãoas novas formas inteligentes de vi-vência e gestão das comunidades edos territórios potenciadapelauti-lização das novas tecnologias.

• A inteligência das cidades édeterminada pela capacidade decooperação e dinamização dosagentes que actuam no território,pelo que as smart cities são essen-ciais para darem um conforto aoscidadãos, elevarem as possibilida-des de comunicação e originarem ainteracção com as respectivas va-lências desse espaço territorial.

• A revolução digital faz comque as fronteiras físicas da nossarua e do nosso bairro se tenhamdesvanecido e que hoje o mundo es-teja à distância de um clique, o queconstitui simultaneamente umaoportunidade e uma ameaça, poisas empresas podem colocaros seusprodutos e serviços em qualquercanto do planeta e os cidadãos po-dem encontrar a resposta aos seusdesejos e necessidades no mercadoglobal.

• Hoje, em paralelo com a

emergência de players globais queoferecem localmente soluções tec-nologicamente avançadas a custosirrecusáveis (Google, Airbnb, Uber,etc.), assistimos ao surgimento deempresas locais, muitas delas start--ups de base tecnológica, que lan-çam produtos e serviços fortemen-te associados às necessidades eidentidade dacomunidade onde seinserem. Nalguns casos, são mes-mo soluções cujo crescimento ecriação de valor assenta na sua ca-pacidade de agregarpessoas e enti-dades em torno de umacomunida-de com um determinado propósitoespecífico.

• Uma das vertentes da trans-formação digital a que assistimoshoje é, efectivamente, uma maiortransparência e acesso à informa-ção o que tornamais visível as assi-metrias que existem, quer a nívellocal quer global, no que toca aquestões sociais, demográficas e derendimento.

• A transformação digital temvindo a ser um mecanismo de ace-

leração, da existência de comuni-dades virtuais, que surgem queres-pontaneamente em resposta a umevento (terramoto, atentado ouacontecimento político), quer deformamais estruturadae sustentá-vel (emergência de comunidadeslocais que se envolvemdirectamen-te e participam na governança doseu território comunitário (orça-mentos participativos, mecanis-mos de envolvimento das comuni-dades através de aplicações móveisque, no seu bairro ou na sua rua,permitem ao cidadão reportar “in-cidentes” e promover a sua resolu-ção com a maior brevidade possí-vel).

• É preciso aproveitarestanovarealidade digital para, através demecanismos de partilhae de desen-volvimento, construir um futuromelhor para as pessoas e que lhestraga mais qualidade de vida.

• Háumatendênciaglobal parao aparecimento de start-ups e parao empreendedorismo jovem, que seacentuaráàmedidaque os agentes

da comunidade sejam capazes decriarnovos modelos de negócio, no-vos produtos e serviços que tirampartido das tecnologias e dos dadosque se conseguem capturar e obterno seu território.

• O cidadão de hoje, dotado doseu smartphone, é um sensor vivodo território, mas depois muitas ve-zes não se tem acesso aos dadospara poder criar valor.

• As pessoas estão no centro dassmart cities, pois tudo o que forfei-to em matériadigital deveráseremprol delas, sendo por isso funda-mental ensinare formaras própriaspessoas paracompreender melhorestes conceitos, incentivaros orga-nismos públicos ausarestas tecno-logias na prestação dos serviços edesafiaras empresas parasofisticara utilização dos dados disponíveispara criar soluções inovadoras.

• Aestratégiaaadoptardo pon-to de vista das comunidades deveassentar, por um lado, no envolvi-mento dos cidadãos em termos dodesenvolvimento dasuacomunida-

de e dos serviços que esta presta,bem como nos respectivos proces-sos de tomadade decisão e no deba-te participado, e por outro lado, nodesenvolvimento económico, ondea disponibilidade de dados e da in-formação é consideradaum gatilhoparaapromoção daactividade eco-nómicae comunitáriae paraagera-ção de ganhos de eficiência.�

COMMUNITIES & SHARING

As pessoas estãono centro das smart citiesA revolução digital faz com que as fronteiras físicas da nossa rua e do nossobairro se tenham desvanecido e que hoje o mundo esteja à distância de umclique, o que constitui simultaneamente uma oportunidade e uma ameaça.

NEGÓCIOS INICIATIVAS beyond - Portugal Digital Acceleration

N

Comunidadesa caminho paraum negóciomais rentável

Este esquema, construídopela EY, mostra como as ci-dades têm um potencialeconómico e tecnológicoenorme de criação de ne-gócios. É importante co-meçarmos a partir de hojea dar maior importância àpartilha de informação e aà criação de negócio queconecta as nossas cidadese torna a nossas comuni-dades mais felizes.

O cidadão dehoje, dotado doseu smartphone,é um sensor vivodo território, masdepois muitasvezes não se temacesso aos dados.

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O mundo em que vivemos carac-teriza-se por uma aceleração tec-nológica sem precedentes, alte-randotudo,desteosprodutospre-sentesnomercado,àssuasfuncio-nalidades, ao modo como são pro-duzidos e aos custos associados.

Torna-se competitivo quemfor capaz de fazer melhor do queos outros, mais barato, ou numarelação qualidade-preço que, nomínimo, não desmereça face àsque são oferecidas pelos concor-rentes. Nas sessões de aceleraçãoquejáaconteceramemJulhoeSe-tembro de Competitiveness – Ac-celerated growth or sustainablegrowth?-foramretiradasalgumasideias-chave que identificamoscomofundamentaisparaomelhorentendimento da competitivida-de naeradigital em Portugal:

•Omundodigitalemquevive-moscaracteriza-seporumaacele-ração tecnológica sem preceden-tes, alterando tudo, desde os pro-dutosquesãolevadosaomercado,eàsfuncionalidadesdestesprodu-tos, até ao modo como são produ-zidos e ao custo destaprodução. Écompetitivo quemforcapaz de fa-zer melhor do que os outros, maisbarato, ou numa relação qualida-de-preçoque,nomínimo,nãodes-mereça face às que são oferecidaspelos concorrentes.

• O chamado “ecossistema di-gital” constitui amais avançada, amais madura e a mais horizontalconfluência de “novas tecnolo-gias”; e condiciona a capacidade eo modo de utilizarde todas as res-tantes.

• Na quase totalidade dos ne-gócios, o digitalnão constituicon-diçãosuficienteparaqueumaem-presa seja competitiva mas cons-titui, seguramente, uma das con-diçõesmaisnecessárias,emaisge-neralizadas,decompetitividadedequalquer empresa.

•Parasercompetitiva,hojeemdia, uma empresa necessita depelomenostrêscompetênciascrí-

ticas e não sobrepostas – conheci-mento do negócio, conhecimentoda empresa e conhecimento datecnologia,nomeadamenteodigi-tal.

• A intensificação do apareci-mento de start-ups trouxe novosnegócios e novas formas de pen-sar, demonstrando que por vezes

é possível, com pouco dinheiro eum conhecimento disruptivo,criar um negócio de sucesso.

• Nas indústrias de serviços, adigitalização tem um efeito ime-diato e de disrupção nos modelosde negócio, na medida em que in-corporaeficiênciasimediatas,per-mitindo inovar em negócios maistradicionais e gerar flexibilidadenas cadeias de valor. Nas indus-trias de produto, afase dadigitali-zação, representaumanovareali-dade, em que fundamental o quemuda são os procedimentos e asustentabilidade, já que se incor-poraram tecnologias e eficiênciasdiferentes.

• A digitalização das econo-mias está mais virada para o con-sumo, conjugando desenvolvi-mentos de naturezatecnológicaede conectividade que permitem,com um nível acelerado, a custo-

mização e aflexibilidade do que sefornece ao cliente.

•Exige-secriatividade,flexibi-lidade, capacidade de respostará-pida, porque o mundo muda cadavez mais rapidamente, o que podeser uma vantagem para PME estart-upsede,certomodo,parate-cidos económicos como o de Por-tugal.

• A escala e a velocidade comque se criam negócios é enorme enão existe muitas vezes a preocu-pação em formar e direccionar otalento parao digital.

• O digital necessita de recur-sos qualificados e de investimen-tos de promoção elevados, demodo a potenciar que um produ-to digital seja competitivo e entrenos mercados globais (a lógica jánãoéadoprodutofísicoquecome-ça pelo mercado local e depois vaiganhando escala e faz a expansão

global, mas simumalógicarepen-tistade alcance global).

•OtecidoempresarialemPor-tugal é constituído por 98% dePME, o que coloca a questão decomo é que se faz o efeito de disse-minação das tecnologias digitaisnestas empresas, principalmenteporque as PME têm normalmen-te dificuldade em absorver recur-sos de grande conhecimento e deelevadaqualificação.

• Nunca como agora existiucapacidade para recolher tantainformação, e, além disso, capa-cidade para a armazenar, proces-sar, tratar e transformá-la em in-teligência. Estas tecnologias derecolha, tratamento e análiseamadureceram ao longo dosanos e estão a atingir a maturi-dade num processo de conver-gência e de capacidade de inteli-gência e de predição. �

A competitividade está directamente relacionada com a concorrência,nomeadamente entre empresas. O mundo digital em que vivemoscaracteriza-se por uma aceleração tecnológica sem precedentes, alterando tudo.

A competitividadepassa pelo digital

COMMUNITIES & SHARING

O digital estabeleceu a 4.ª Revo-lução Industrial, criando umanova forma de habilitação de co-nectividade. Numa sociedade,cada vez mais interligada, real-ça-se a necessidade de integra-ção entre sistemas e os dados,onde é crucial alinhar o modelooperacional ao mundo digital,através da agilidade e inovação.Actualmente, muitas empresasjá se encontram digitalizadas, noque diz respeito às necessidadesdo seu negócio e de modo a es-tarem alinhadas com os seusconcorrentes.Prevê-se que em 2025, 75% daforça laboral seja, na sua maio-ria de origem digital, impondoàs empresas, uma necessidade

de digitalização ainda maior. Odigital necessita de recursosqualificados, de investimentosde promoção elevados para queum produto digital seja compe-titivo e entre nos mercados glo-bais.Assiste-se a uma digitalizaçãomais virada para o consumo emque há um desenvolvimento denatureza tecnológica e de conec-tividade, permitindo um nívelacelerado de digitalização, cus-tomização e flexibilidade na sa-tisfação das necessidades de umconsumidor, cada vez mais exi-gente. Exige-se criatividade, fle-xibilidade, capacidade de res-posta rápida num mundo emconstante mudança.

75% da força laboral vai estarno digital em 2025

98%EMPRESASO tecido empresarialportuguês é constituídoesmagadoramentepor PME, as quaisrepresentam 98%deste universo.

O digital define a 4.ª RevoluçãoIndustrial através da conectividade

1700PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIALMecânicaA tecnologia e a energia ligam as primeiras fábricas.

1800SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIALElectricidade tornou possível a divisão do trabalho e da produção em massa.

1900TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIALAutomatizaçãoAs tecnologias de informação tornam o trabalho programável e a automatiza-ção de tarefas.

HOJEQUARTA REVOLUÇÃO INDUSTRIALConectividadeSistemas ciberfísicos baseados na Internet das Coisas no big data, e numa so-ciedade totalmente interligada.

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SUPLEMENTO|

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as sessões de acelera-ção que já acontece-ram em Julho e Se-tembro de Customer

– Howhuman is your algorithm?- foram retiradas algumas ideias--chave que consideramos impor-tantes paradefinir aimportânciada catalisação dos novos consu-midores e dos consumidores tra-dicionais:

• Mais do que uma mera ten-dênciatecnológica, atransforma-ção digital está no centro das es-tratégias de negócio e aplica-se atodas as indústrias e mercados efaz aumentar o grau de exigênciadas empresas em todas as indús-trias porque todas elas se tornamcomparáveis.

• O grande desafio das empre-sas no mundo digital é criar ex-periências únicas para os clien-tes, proporcionando um engage-ment com a marca. As empresastêm de saber como comunicaratravés dos diversos canais exis-tentes de uma forma simples econveniente, e ao mesmo tempoadaptar as suas mensagens con-soante os targets e contexto.

• Para cativar o cliente é ne-cessário criar pontos de contac-to que tenham a informação dis-

ponibilizada de forma simples,curta, direccionada, bem cons-truída de vínculos emocionais,relevantes e consistentes em to-dos os canais de comunicação,uma vez que a jornada de clienteno seu processo de tomadade de-cisão e compra passou a ser mul-ticanal e menos linear.

• O foco hoje está em conhe-cer o cliente, entender em pro-fundidade as suas necessidades,e com base nessainformação, emgerir a organização focada na ca-pacidade de desenvolver umapropostade valor adequadae en-tregar soluções e serviços querespondam, e se possível, exce-dam as suas expectativas.

• Na era digital, a comunica-ção é verdadeiramente bidirec-cional, obrigando as empresas amaior agilidade e assertividadena resposta. Por outro lado, étambém possível medir commaior rapidez a eficácia dos re-sultados dessa mesma comuni-cação e, portanto, corrigir e me-lhorar continuamente a estraté-gia e abordagem ao mercado.

• As novas tendências de con-sumo e a evolução tecnológica(smart devices, apps, IoT) contri-buem para uma melhor segmen-tação de perfis de consumo etambém para uma maior frag-mentação das interacções e mo-mentos de contacto entre as em-presas e os seus clientes finais.

• Vive-se a era do domínio daGAF (Google, Amazon, Face-

book) que aglutinam experiên-cias e consumos e, ao mesmotempo, uma era de novos playerse de modelos disruptivos de ne-gócio, como o caso da Uber e daAirbnb, que a partir de uma tec-nologiacriaram experiências dis-ruptivas nos transportes públi-cos e na hotelaria.

• O novo consumidor estámuito dependente do seu intelli-gence device, o que faz dele maisexigente e aumenta a expectati-va de conveniência, ou seja, dedisponibilidade de um produto eserviço em qualquer local e emqualquer altura. É um consumi-dor que espera que também essaexperiência seja consistente nosvários pontos de contacto (Face-

book, website, loja, flyers…) quetem com os seus fornecedores.

• Um dos efeitos reais da di-gitalização é que hoje os produ-tos e os serviços são, regra geral,mais rápidos, melhores, custo-mizados e tendencialmente maisbaratos.

• Hoje predomina a culturado buzz e das partilhas do socialmedia como as suas possibilida-des de escalabilidade, dimensãode informação e mensurabilida-de. É um desafio cultural para asempresas já estabelecidas sabercomo é que se muda a organiza-ção, se passa a viver com a ideiada sua finitude, e se faz a redefi-nição cultural e se prepara paraconcorrer com empresas que

ainda não surgiram, produtos eserviços que não foram inventa-dos.

• O digital exige para os pro-dutos globais que os standardssejam globais, o que coloca desa-fios adicionais a empresas comoperações internacionais e dis-seminadas pelo mundo.

• Atecnologia digital e a con-sequente recolha exponencial dedados a partir de múltiplas fon-tes de informação, potenciam aconstrução de algoritmos e de in-tegração de “pontos de observa-ção” outrora desconexos, o quefará aumentar a capacidade deter sistemas preditivos e torna-rá diferencial a capacidade de in-terpretar esses insights. �

FILIPE S. FERNANDES

N

NEGÓCIOS INICIATIVAS beyond - Portugal Digital Acceleration

A exigência de que os produtos e os serviçossejam globais é um dos efeitos impactantesdo digital, e cria desafios adicionais àsempresas internacionais. Prevê-se que apartir de 2025, 50% da população sejammillenials, e as mudanças na relação com ocliente e o tipo de serviço prestado terá deevoluir com as tendências do mercado.

CUSTOMER

O digital está no centrodas estratégias do negócio

O esquema pretende demonstrar que, para se atingir um relacionamento baseado na con-fiança, é necessário que a facilidade, a eficiência, a proactividade e a personalização este-jam alinhados. Deve ser considerada como ideia essencial a aproximação aos clientes, em-presas e indivíduos, para lhes fornecer soluções omnicanal que simplifiquem a sua activi-dade e o seu dia-a-dia, optimizando o seu tempo disponível. A forte aposta no digital exi-ge da organização uma maior preocupação pelo detalhe, eficiência dos processos e rein-venção das infra-estruturas. Por outro lado, o consumidor procura processos desmateria-lizados, convenientes e simples. É necessário oferecer-lhes soluções flexíveis, eficientes eseguras, exactamente à sua medida e que contribuam para maior eficácia e maior compe-titividade da economia nacional. A tecnologia permite estar presente na utilização do pro-duto pelo cliente, melhorando e criando experiências únicas.

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QUINTA-FEIRA|

29 SET 2016

Nas sessões de aceleração que jáaconteceram em Julho e Setembrode Lifestyle – How are digital li-festyles breaking new ground?- fo-ram retiradas algumas ideias-cha-ve que consideramos importantespara definição dos estilos de vidacomainstitucionalização do digitalnas nossas vidas.

• Nesta era digital, de acessosemfronteiras àinformação e de co-municação alargada, as maneiras deviver de cada um de nós tornam-seilimitadas, pela diversidade de ex-periências pessoais, comunitáriasou outras que conseguimos alcan-çar e em que conseguimos partici-par.

• Os processos de aprendizageme de comunicação são hoje mais co-

lectivos e participados do que nopassado, sendo que ultrapassámosa fase de comunicação de massas eencontramo-nos naeradacomuni-cação em rede.

• Nesta sociedade em “rede” eque vive na “rede”, a promoção daliteraciadigital torna-se vital, com-preendendo o desenvolvimento decompetências de produção de infor-mação credível e de avaliação daqualidade dainformação (capacida-des que se tornaramquase naturaisnas gerações mais novas, os “nati-vos digitais”).

• A escola tem um papel essen-cial em educar e criar skills de con-versão dainformação, que é um“re-positório”, numa mais-valia socialque é o conhecimento, capacitando

os alunos para dar sentido à infor-mação que lhes chega e não apenasutilizá-lade formaacríticaao sabordas circunstâncias.

• Assiste-se àemergênciade no-vos tipos de sociabilidade. Porexemplo, hoje quando um grupo dejovens estáreunido e se mantémaotelemóvel fá-lo para incluir amigosausentes no círculo de conversapoisa noção espacial e temporal é dife-rente.

• As relações com o tempo tam-bém se alteraram e hoje o tempo dotrabalho cruza-se como lazer, as re-lações alteram-se em termos terri-toriais pois os sítios onde as pessoasnascem condicionam menos poispode-se sair tanto em termos reaiscomo em termos virtuais.

• O impacto dadigitalização emtermos societais será sobretudo navelocidade, no escrutínio e no tra-balho. A velocidade faz com que sequeira ter tudo rápida e imediata-mente em qualquer ligar o quemuda o mindset das pessoas.

• No trabalho, a tecnologia estáa causar disrupção nas indústriastradicionais e nem todas as legga-cies se vão conseguiradaptare mes-mo que isso aconteçaserácom me-nos mão-de-obra.

• Estas mudanças que estão aacontecernão deixamimunes os la-ços e as relações sociais e podemre-presentar riscos individuais ou co-lectivos como a intrusão não con-sentida na privacidade, a inibiçãodas capacidades de enfrentaras cir-

cunstâncias reais mais adversas(que não se podem apagar com umsimples clique); construção de uni-versos ilusórios de relacionamento,etc.

• Este mundo digital, móvel esem fios, não está a conduzir a umamenor diversificação das estrutu-ras sociais, mas simaumadiversifi-cação dos percursos familiares emenorlinearidade porcomparaçãoao passado, verificando-se um nú-mero infinito de matizes de agrega-dos domésticos (a que chamamospor facilidade “famílias”).

• O futuro passaporinserirmaisemoções nos negócios, na medidaemque arelação e aexperiênciasãoas palavras-chave dos estilos de vidaactuais.�

As maneiras de vivertornam-se ilimitadas

LIFESTYLE

Os estilos de vida tendem a ser diferenciados pelos níveis deinformação e de possibilidade de escolhas tanto nas maneirasde viver como do pensamento e das ideias, assistindo-se àemergência de novos tipos de sociabilidade em consequênciado impacto da digitalização.

O esquema permite de-monstrar, que nesta novaera digital, para se atingir osucesso é essencial tornar--se digital. O sucesso trans-formacional deve englobartoda a cadeia de valor etransformar a visão do ne-gócio através das experiên-cias e de um foco rigorosonos resultados. Potenciar adigitalização de modo a ala-vancaros novos paradigmasbem como aumentar o po-derda comunidade. É essen-cial que se reconheça o va-lor da informação digital, demodo a prever, responder efortaleceras tomadas de de-cisão em tempo real.

Aproveitando a prática mundialda EY de elevada expertise naárea do Digital, a EY e o Negóciosorganizam o beyond – PortugalDigital Acceleration. Pretende-secom esta iniciativa, ousada e dis-ruptiva, desencadear um movi-mento de transformação da rea-lidade digital da economia e so-ciedade portuguesas e colocá-lano centro da agenda nacional. As“Digital Acceleration Sessions”que foram um conjunto de ses-sões de reflexão e debate, dedi-cadas a temas estruturantescomo o talento, as comunidadese a partilha, aspectos legais e desegurança, cliente, competitivi-dade e estilos de vida, foram rea-lizadas em Julho e Setembro.

A expertise digitalda EY no beyond

QUINTA-FEIRA|

29 SET 2016|

SUPLEMENTO|

7

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