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ABNT NBR 15575-3_2013 Edificações habitacionais – Desempenho Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

ABNT NBR 15575-3_2013

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ABNT NBR 15575-3_2013 Edificações habitacionais – Desempenho

Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

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Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

Trabalho elaborado por :

António Marcos Carlos Almeida

Ricardo Henrique Ricardo Johnatta

Disciplina: Conforto Ambiental Turma: 6NA

Recife, 28 de Novembro de 2013

A parte 3 da ABNT NBR 15.575:2013 - Edificações Habitacionais - Desempenho aborda requisitos para os sistemas de pisos, estejam eles em ambientes internos ou externos. Uma novidade que o novo texto apresenta está logo na definição do sistema. De acordo com o documento que passou a ser exigido em julho deste ano, o piso é um sistema horizontal ou inclinado composto por um conjunto parcial ou total de camadas (como camada estrutural, camada de contrapiso, camada de fixação, camada de acabamento) destinado a atender a função de estrutura, vedação e tráfego. Esta definição é importante para que o usuário entenda que há requisitos de desempenho que dependem do sistema de piso como um todo. - por exemplo, desempenho estrutural e acústico, estanqueidade e segurança ao fogo -, e outros requisitos que dependem apenas da camada de acabamento - como coeficiente de atrito, desgaste por abrasão etc. Lembrando, que as exigências da Norma de Desempenho também se aplicam a sistemas de pisos que não se enquadram perfeitamente nessa definição, caso dos pisos elevados ou flutuantes.

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Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

Esta parte da Norma trata dos requisitos para o desempenho do conjunto que forma o piso incluindo acabamentos que estão sujeitos a desgastes, e os seus substratos que podem gerar ruídos em edificações multi-pavimentos.

O desempenho dos pisos é um requisito que cada vez mais tem atraído a atenção da comunidade técnica relacionada à produção do ambiente construído.

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Exigências do usuário Normas de desempenho são estabelecidas buscando atender as exigências do usuário, sendo traduzidas em requisitos e critérios. As exigências são de caráter humano, expressas de forma qualitativa em relação ao comportamento no uso da edificação habitacional.

Com o advento da norma, o usuário é beneficiado em poder buscar os seus direitos aliado ao código de defesa do consumidor.

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A NBR 15575 explora conceitos que muitas vezes não são considerados em normas prescritivas específicas, abordando generalidades, requisitos, critérios, níveis de desempenho e método de avaliação para cada um dos seguintes itens: • Desempenho estrutural; • Segurança contra incêndio; • Segurança no uso e na operação; • Estanqueidade; • Desempenho térmico (especialidade Acital); • Desempenho acústico (especialidade Acital); • Desempenho luminítico; • Durabilidade e manutenibilidade; • Saúde, higiene e qualidade do ar; • Funcionalidade e acessibilidade; • Conforto tátil, visual e antropodinâmico; • Adequação ambiental.

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Desempenho estrutural Os critérios mínimos de desempenho, sejam de estado-limite último ou estadolimite de utilização estabelecidos na norma, devem ser atendidos prontamente para os requisitos: - Estabilidade e resistência estrutural; - Limitação dos deslocamentos verticais; - Resistência a impactos de corpo mole, corpo duro e cargas verticais concentradas. Esses requisitos garantem a integridade física do usuário e são a base para um projeto adequado de sistema de pisos.

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Segurança ao fogo, no uso e na operação O desempenho quanto à segurança ao fogo foi muito bem descrito na ABNT NBR 15.575-3. Os requisitos críticos contemplados na norma objetivam dificultar a ocorrência da inflamação generalizada e dificultar a propagação do incêndio, da fumaça e preservar a estabilidade estrutural da edificação. Já em relação à segurança no uso e na operação dos sistemas de pisos, os seguintes requisitos se destacam: Coeficiente de atrito da camada de acabamento; Segurança na circulação; e Segurança no contato direto. A questão do coeficiente de atrito é de extrema importância e requer muito cuidado do projetista durante o processo de especificação da camada de acabamento do piso. Cabe ressaltar que a resistência ao escorregamento não é uma característica intrínseca do material da superfície, uma vez que depende de inúmeros fatores. Entre eles, podemos destacar: superfície da camada de acabamento (geralmente superfícies mais rugosas tendem a apresentar maior coeficiente de atrito, porém são de difícil manutenção e limpeza), tipo de solado que circula sobre a superfície, meio físico entre o solado e a superfície da camada de acabamento (se há sujidades, óleo, água etc.) e a forma como o usuário interage com a superfície durante seu uso (fatores antropodinâmicos, como a forma de pisar do indivíduo).

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Ou seja, não existe uma camada de acabamento antiderrapante, mas sim uma condição de uso com menor risco de escorregamento. Sendo assim, utilizar apenas o coeficiente de atrito da camada de acabamento como parâmetro para especificar um produto para as áreas críticas, tais como áreas molhadas, rampas, escadas em áreas de uso comum e terraços, pode não garantir a resistência ao escorregamento almejada. O projetista e o usuário devem levar em consideração outros recursos para diminuir o risco de escorregamento tais como barras de apoio em boxe de banheiro, uso de tapetes de borracha e com "sistema antiderrapante" etc. A ABNT NBR 15.575-3 utiliza o ensaio e os parâmetros definidos na ABNT NBR 13.818/Anexo N - Placas Cerâmicas para Revestimento - Especificação e Métodos de Ensaios.

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Estanqueidade Outro fator de extrema importância para o sistema de pisos é o desempenho quanto à estanqueidade. Neste caso, a norma contempla três requisitos: estanqueidade de sistema de pisos em contato com a umidade ascendente, estanqueidade de sistema de pisos de áreas molháveis da habitação, e estanqueidade de sistemas de pisos de áreas molhadas. O projetista deve ter claramente as definições de áreas molhadas, molháveis e secas: Áreas molhadas: são áreas da edificação cuja condição de uso e exposição pode resultar na formação de lâmina d'água pelo uso normal a que o ambiente se destina. Exemplos: banheiro com chuveiro, área de serviço e áreas descobertas. Áreas molháveis: são áreas da edificação que recebem respingos de água decorrentes da sua condição de uso e exposição e que não resultem na formação de lâmina d'água pelo uso normal a que o ambiente se destina. Exemplos: banheiro sem chuveiro, lavabo, cozinha e sacada coberta.

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Áreas secas: são áreas onde, em condições normais de uso e exposição, a utilização direta de água (por exemplo, lavagem com mangueiras, baldes de água etc.) não está prevista nem mesmo durante a operação de limpeza. Quanto ao requisito de estanqueidade de sistema de pisos em contato com a umidade ascendente, o projetista deve garantir que o projeto atenda às normas NBR 9.575:2010 - Impermeabilização - Seleção e Projeto e NBR 9.574:2008 - Execução de Impermeabilização. Quanto à estanqueidade de sistemas de pisos de áreas molháveis, a ABNT NBR 15.575-3 estabeleceu que áreas molháveis não são estanques, sendo que esta informação deve constar no Manual de Uso, Operação e Manutenção. Portanto, não pode haver formação de lâmina d'água nas áreas molháveis. Em relação à estanqueidade de sistemas de pisos de áreas molhadas, a ABNT NBR 15.575-3 estabelece que a superfície da face inferior e os encontros com as paredes e pisos adjacentes devem permanecer secos quando submetidos a uma lâmina d'água de no mínimo 10 mm em seu ponto mais alto, durante 72 horas.

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Parte 3: Requisitos para os sistemas de pisos

Durabilidade e manutenibilidade São três os requisitos contemplados pela NBR 15.575-3: Resistência à umidade do sistema de pisos de áreas molhadas e molháveis; Resistência ao ataque químico dos sistemas de pisos; e Resistência ao desgaste em uso. O requisito de resistência à umidade prevê que o sistema de pisos não apresente alterações em suas propriedades frente à presença de umidade de forma a comprometer seu uso. No caso específico de pisos cerâmicos e pedras, a mancha d'água, que é a mudança de tonalidade quando o tardoz da peça entra em contato com umidade, é permitida desde que previamente informada pelo fabricante.Neste caso, deve constar no Manual de Uso, Operação e Manutenção do usuário. Em relação à resistência ao ataque químico, requisito relacionado diretamente com a camada de acabamento, os projetistas deverão exigir dos fabricantes a resistência ao ataque químico das camadas de acabamento e seus componentes, desde que possuam normas específicas. No caso de não existirem normas específicas, a NBR 15.575-3 contempla duas metodologias para avaliar desempenho da camada de acabamento conforme área de aplicação: seca ou molhada/molhável. Com relação ao desgaste por abrasão, requisito também relacionado com a camada de acabamento, os projetistas deverão solicitar aos fabricantes a resistência ao desgaste dos componentes conforme normas específicas.

Desempenho acústico Um dos fatores mais críticos referentes aos entrepisos é o desempenho acústico. Neste caso, foram considerados o isolamento de ruído de impacto no sistema de piso (caminhamento, queda de objetos etc.) e o isolamento de ruído aéreo (conversas, som proveniente de TV etc.).

As edificações que apresentarem melhor desempenho acústico (nível intermediário e superior) terão um valioso instrumento de marketing, uma vez que são muitas as reclamações atuais de usuários descontentes com o desempenho acústico de suas edificações, principalmente no que se refere ao ruído de impacto em piso.

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Critério e níveis de desempenho relacionados com ensaios A unidade habitacional deve apresentar o Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado Ponderado L’nT,w, proporcionado pelo entrepiso conforme o nível de desempenho indicado na tabela abaixo: Legenda: M - mínimo, I – intermediário e S - superior Os níveis M, I e S estão atrelados à proposta técnica/comercial do empreendimento (baixo padrão, médio padrão e alto padrão). O nível S proporciona um maior conforto acústico, entre todos os níveis.

NOTAS Este critério tem por base o denominado Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado Ponderado L’nT,w, ou seja, é o número único do isolamento de ruído de impacto em edificações, derivado dos valores em bandas de oitava do Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado L’nT , de acordo com o procedimento especificado na Norma ISO 717-2. O valor mínimo exigido (L’nT,w < 80dB) corresponde a valores representativos de ensaios realizados em pisos de concreto maciço, com espessura de 10 cm a 12 cm, sem acabamento.

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Método de avaliação As medições devem ser executadas com portas e janelas dos ambientes fechadas, e em todos os entrepisos, devendo-se selecionar um dos seguintes métodos para a determinação dos valores do Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado, L’nT: a) Método descrito na Norma ISO 140-7, obtendo-se valores em bandas de terço de oitava entre 100 e 3150 Hz ou em bandas de oitava entre 125 e 2000 Hz; b) Método simplificado descrito na norma ISO/DIS 10052, obtendo-se valores em bandas de oitava entre 125 e 2000 Hz. c) Procedimento descrito na norma ISO 717-2, utilizado para a determinação do valor do Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado Ponderado, L’nT,w, entre os ambientes a partir do conjunto de valores de Nível de Pressão Sonora de Impacto Padronizado, L’nT.

Nível de desempenho O nível mínimo de aceitação é o M (denominado mínimo), ou seja, apresenta índices menores do que aqueles indicados na tabela, quando ensaiado conforme as normas descritas no Método de Avaliação. A percepção de ruído no nível M indica que passos ouvem-se com muita facilidade e móveis arrastados ouvem-se perfeitamente, ou seja, baixo conforto acústico.

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CONCLUSÃO De acordo com as informações expostas no presente trabalho, pode-se observar que a ABNT NBR 15.575/2013 (Edificações Habitacionais - Desempenho) representa um marco de grande importância no setor da construção civil, visto que agrega materiais sobre pesquisas já realizadas cujas informações antes estavam dispersas, ressalta a importância da pesquisa para o desenvolvimento tecnológico, aumenta a importância do projeto, para que seja bem elaborado, com o objetivo de aprimorar a qualidade da construção e promover a garantia do atendimento às exigências dos usuários de edificações habitacionais. Ademais, a norma define responsabilidades aos usuários, fornecedores de materiais e serviços, construtores e incorporadores, delimitando e estabelecendo direitos e deveres dos principais envolvidos na construção. Com relação à qualidade da obra, a norma não define materiais e deixa a livre escolha do projetista e do construtor, apenas informando as características necessárias que tal material ou sistema construtivo deve possuir. Com isso, o surgimento de novas tecnologias no setor é facilitado. Por fim, destacamos a importância da ABNT NBR 15575, pois impõe-se no setor uma cultura voltada para o desempenho da edificação, para o foco na pesquisa, na utilização de novas tecnologias e por consequência, na elaboração de um bom projeto.

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FIM