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UMA NOVA METODOLOGIA DE IMPACTO AMBIENTAL: ABORDAGEM SISTEMICA Econ. Luci Rodrigues Espeschit Bi6l. Nadia M, Faris de Castro Lome Engenharia RESUMO Este trabalho visa a apresentadao do uma nova metodologia para avaliagao de impactos ambientais em usinas hidrel6tricas. Nesta metodologia quatro pontos devem ser destacados: a elaboraoo do um diagnOstico ambiental, no qual a regiao estudada dove ser percebida como um todo , tondo em vista a implantagao de uma usina hidrel6trica ; a identificagao dos impactos independents do mein no qua/so inserem, atrav6s do uma visao integrada do meio ambiente , sendo qualificados em diretos e indiretos; a an6lise do impactos feita de forma descritiva, buscando focalizar o impacto Como um todo a permeando os diversos componentes ambientais afetados , a a identificagao dos diversos grupos de interesse que possam ser afetados ou so interessar polo empreendimento, fornecendo atrav6s de um instrumental adequado a possibilidade de os mesmos virem a se posicionar. O trabalho apresenta as etapas seguidas no desenvolvimento do cada um destes quatro pontos, de forma a permitir uma melhor visualizagao da metodologia adotada. Os ezemplos apresentados ilustram de forma did6tica este processo, quo mesmo usando algumas das t6cnicas ja consagradas neste tipo de trabalho, apresenta uma nova abordagem, onde os grupos sociais sao destacados e o mein ambience 6 observado do uma forma sistemica. 1. INTRODUCAO No presente trabalho uma nova metodologia para avaliagao de impactos 6 apresentada, na qual a avaliagao distingue - se claramente da identificagao a os segmentos sociais , afetados ou interessados no em- preendimento em analise , sao contemplados com um instrumental qua Ihes permitem compreender facilmen- te as analises de impactos. A analise de impactos ambientais no Brasil tem como marco legal a Lei 6938/81 qua cria a Politica de Meio Ambiente . Posteriormente , esta lei foi reforgada pela Resolugao CONAMA 001/ 86 que estabelece as normas para a apresentagao dos Estudos de Impacto Ambiental - EIA - e do Relat6rio de Impacto Ambiental - RIMA. Nestes documentos , a analise dos impactos 6 um ins- trumento basico para o julgamento a para o licen- ciamento de qualquer tipo de empreendimento qua cause modificagoes no meio ambiente . Os empreen- dimentos considerados impactantes sao definidos nesta mesma resolugao do CONAMA, sendo incluldo entre eles a construgao de usinas hidrel6tricas acima de 10 MW. As avaliagoes de impactos apresentadas aos 6rgaos ambientais sao feitas, via de regra , a partir de metodo- logias qua so prestam a identificagao , mas nao a an6lise do impacto, como 6 o caso das "check-list" a das matrizes de interagao que identificam a relagao causa- efeito, qua nao evidenciam as inter-relagoes existentes entre os efeitos. A valoragao dos impactos utilizada em outros m6todos, e que pods ser inclulda nas matrizes , elimina os pro- blemas anteriores mas cria um novo problema que 6 o estabelecimento das escalas a serem utilizadas, as quais devem ser definidas " a priori ". Esta valoragao traz ainda o inconveniente de ser subjetiva. Na metodologia proposta, a hierarquizagao do impacto 6 estabelecida a partir da relagao causa - efeito a sua magnitude 6 expressa em fungao das caracteristicas afetadas polo empreendimento . Esta nova metodologia foi desenvolvida durante a realizagao dos estudos am- bientais da Usina Hidrel6trica de Bocaina - UHE Bocaina - sendo parts integrante do item Avaliagao de Impacto Ambiental do RIMA deste empreendimento. 2. CARACTERISTICAS DO EMPREENDIMENTO A Usina Hidrel6trica do Bocaina - UHE Bocaina, 6 um. empreendimento da Companhia Energ6tica de Minas Gerais - CEMIG, cujos estudos do Projeto Basico de XX Semin6rio Nacional de Grandes Barragens 159

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UMA NOVA METODOLOGIA DE IMPACTO AMBIENTAL:

ABORDAGEM SISTEMICA

Econ. Luci Rodrigues EspeschitBi6l. Nadia M, Faris de Castro

Lome Engenharia

RESUMO

Este trabalho visa a apresentadao do uma nova metodologia para avaliagao de impactosambientais em usinas hidrel6tricas.Nesta metodologia quatro pontos devem ser destacados: a elaboraoo do um diagnOsticoambiental, no qual a regiao estudada dove ser percebida como um todo , tondo em vista aimplantagao de uma usina hidrel6trica ; a identificagao dos impactos independents do mein noqua/so inserem , atrav6s do uma visao integrada do meio ambiente , sendo qualificados em diretose indiretos; a an6lise do impactos feita de forma descritiva, buscando focalizar o impacto Comoum todo a permeando os diversos componentes ambientais afetados , a a identificagao dosdiversos grupos de interesse que possam ser afetados ou so interessar polo empreendimento,fornecendo atrav6s de um instrumental adequado a possibilidade de os mesmos virem a seposicionar.O trabalho apresenta as etapas seguidas no desenvolvimento do cada um destes quatro pontos,de forma a permitir uma melhor visualizagao da metodologia adotada.Os ezemplos apresentados ilustram de forma did6tica este processo, quo mesmo usandoalgumas das t6cnicas ja consagradas neste tipo de trabalho, apresenta uma nova abordagem,onde os grupos sociais sao destacados e o mein ambience 6 observado do uma forma sistemica.

1. INTRODUCAO

No presente trabalho uma nova metodologia paraavaliagao de impactos 6 apresentada, na qual aavaliagao distingue -se claramente da identificagao a ossegmentos sociais , afetados ou interessados no em-preendimento em analise , sao contemplados com uminstrumental qua Ihes permitem compreender facilmen-te as analises de impactos.

A analise de impactos ambientais no Brasil tem comomarco legal a Lei 6938/81 qua cria a Politica de MeioAmbiente . Posteriormente , esta lei foi reforgada pelaResolugao CONAMA 001/86 que estabelece as normaspara a apresentagao dos Estudos de Impacto Ambiental- EIA - e do Relat6rio de Impacto Ambiental - RIMA.Nestes documentos , a analise dos impactos 6 um ins-trumento basico para o julgamento a para o licen-ciamento de qualquer tipo de empreendimento quacause modificagoes no meio ambiente . Os empreen-dimentos considerados impactantes sao definidosnesta mesma resolugao do CONAMA, sendo incluldoentre eles a construgao de usinas hidrel6tricas acimade 10 MW.

As avaliagoes de impactos apresentadas aos 6rgaosambientais sao feitas, via de regra , a partir de metodo-

logias qua so prestam a identificagao , mas nao a an6lisedo impacto, como 6 o caso das "check-list" a dasmatrizes de interagao que identificam a relagao causa-efeito, qua nao evidenciam as inter-relagoes existentesentre os efeitos.

A valoragao dos impactos utilizada em outros m6todos,e que pods ser inclulda nas matrizes , elimina os pro-blemas anteriores mas cria um novo problema que 6 oestabelecimento das escalas a serem utilizadas, asquais devem ser definidas " a priori ". Esta valoragao trazainda o inconveniente de ser subjetiva.

Na metodologia proposta, a hierarquizagao do impacto6 estabelecida a partir da relagao causa -efeito a suamagnitude 6 expressa em fungao das caracteristicasafetadas polo empreendimento . Esta nova metodologiafoi desenvolvida durante a realizagao dos estudos am-bientais da Usina Hidrel6trica de Bocaina - UHEBocaina - sendo parts integrante do item Avaliagao deImpacto Ambiental do RIMA deste empreendimento.

2. CARACTERISTICAS DO EMPREENDIMENTO

A Usina Hidrel6trica do Bocaina - UHE Bocaina, 6 um.empreendimento da Companhia Energ6tica de MinasGerais - CEMIG, cujos estudos do Projeto Basico de

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Engenharia e Meio Ambiente foram desenvoividos poloCons6rcio LEME/EPC, no periodo de 1987 a 1990.Corn uma capacidade instalada de geragao do 150 MW,a UHE Bocaina faz parte do Programa de Expansao deGerajao 1987/2001, do Plano Nacional de Ener?ia

Elatrica elaborado pela ELETROBRAS, para servircomo o instrumento de planajamento a longo prazo dosetor ElBtrico Brasileiro.A Usina Hidrelatrica de Bocaina sera construida no altocurso do rio Paranalba, afluente do rio Parana, a mon-

tante da UHE Emborcagao a operada pela CEMIG. Seureservat6rio, com capacidade de acumularao de 9,01bilhoes de m3, inundara uma area de 439 km2, ocupan-do terras do Estado de Minas Gerais (municipios deAbadia dos Dourados, Coromandel, Guarda-Mor,Lagamar, Patos de Minas a Presidents Olegario) a doEstado de Goias (municipios de Catalao e Davin6polis).

A area de influancia da UHE Bocaina, no que concernsao ecossistema terrestre , 6 bastante alterada - emrelacao as suas condig6es originais - pela acao dohomem a em especial pelas atividades agrfcolas. Res-tam poucos e esparsos remanescentes do cerradooriginal , em bom estado de conservacao . 0 ecossis-tema aquatico , em especial a ictiofauna , tem suascaracteristicas muito condicionadas pela interrupgao dolivre curso d'agua do rio Paranalba, que pods serdescrito como uma sucessao de lagos dos varios bar-ramentos nele existentes.Na Areade Influencia coexistem duas formas de agricul-tura: exploragao tecnificada, desde os anos 70 instaladanas terras planas de cerrado decorrente do modelo de

desenvolvimento agrIcola sobre bases empresariais; e,agricultura tradicional, aliada as grandes areas de

pecuaria , que permanece nas terras de relevo aciden-tado e nas varzeas pr6ximas aos rios que formarao ofuturo reservat6rio.A estrat6gia para elaboragao do Projeto Basico obser-vou a necessidade de uma atuagao conjunta entre osestudos ambientais e de engenharia , visando melhoraras caracteristicas do empreendimento , nao s6 do pontode vista das obras de engenharia, mas buscando tam-b6m sua insergao no contexto regional a sua utilizagaopara recursos multiplos.

Dois fatores ambientais foram determinantes no desen-volvimento do projeto nesta etapa.0 primeiro fator foi a propensao da regiao para aexpansao de uma agricultura moderna , associada at6cnicas de irrigagao , representando um importantecompetidor polo use dos recursos hidricos a seremusados para geragao hidreletrica na UHE Bocaina. 0segundo, foi a identificagao de formagbes calcarias notrecho final da area do futuro reservat6rio onde existeuma certa probabilidade de ocorrer perda de agua doreservat6rio para a bacia hidrografica do rio Paracatu(Bacia do Sao Francisco).

A estimativa da redugao do volume de agua para oadequado nivel de operagao da hidreletrica em decor-rencia daqueles dois fatores , levou a uma reavaliagaode diversas caracteristicas do empreendimento , dentreos quaffs o nivel d 'agua maximo e a potencia instaladado geragao.

3. METODOLOGIA UTILIZADA

Dentro da abordagem metodol6gica definida paraavaliagao dos impactos ambientais da UHE Bocainaalguns pontos merecem ser destacados , dadas as

peculiaridadee existentee em sua eIeboragao.

Diagnbstico

A elaboragao do diagn6stico ambiental da UHE Bocainateve duas diretrizes basicas:

0 diagn6stieo foi dirocionado pars a caractgrizagaoda regiao tendo em vista a implantacao de uma usinahidreletrica , urn empreendimento especifico, naosendo pois concebido como um instrumento gen6-rico para fins de urn planejamento regional. Nestesentido , o diagn6stico privilegiou a identificadao dequestoes flagrantes que fossem determinantes doprocesso de desenvolvimento regional e/ou quepudessem sentir (ou provocar) interferencias do (no)empreendimento de modo mais significativo

- 0 meio ambiente nao foi percebido de forma seg-mentada , sendo os aspectos fisicos , bi6ticos es6cio - econOmicos considerados como partes in-tegrantes de um todo . Esta percepgao sistemica doambiente permitiu que cada especialista ficasseatento as inter-relacoes existentes entre as variasareas tematicas estudadas.

Identificagdo do Impacto

Os impactos provaveis foram identificados pelosespecialistas de cada area tematica que, num esforgo

conjunto, procuraram perceber o meio ambiente comoum sistema interativo, onde um impacto encontra-seintimamente relacionado com outro, assim como urn eloem uma corrente.

Neste sentido , o importante nao 6 o componente am-biental (fisico, bi6tico e s6cio-econ6mico) no qual oimpacto encontra-se inserido , mas sim a cadeia que 0formada a partir do uma agao do empreendimento. AaC,AQ provoca o impacto direto e a partir deste foramtrabalhados os impactos indiretos de 12 ordem e os de21 ordem, permeando os diversos componentes am-bientais.

Analise dos ImpactosA analise dos impactos foi feita de forma descritiva,considerando a cadeia formada a partir da agao doempreendimento que provoca o impacto direto e emsequencia os impactos indiretos de 111 e 211 ordem.

A descrigao buscou focalizar detalhadamente o impactocomo um todo, permeando os diversos componentesambientais afetados a fornecendo todos os dados dis-poniveis , tais como: localizagao geografica do impacto,expressao em uma unidade quantificavel , definigao daimportancia local e regional do quo estara sendo afe-tado, e outros.

Esses procedimentos visaram fazer da analise umatarefa objetiva, tornando o impacto o mais concretopossivel, eximindo-o da "visao subjetiva" que normal-mente norteia os processos de avaliagao de impactos.

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Grupos de Interesse

De acordo com a legislagao ambiental vigente, o Rela-torio de Impacto Ambiental - RIMA - tem como um deseus objetivos fornecer a sociedade uma visao doempreendimento, devendo para tanto, ser apresentado

numa Iinguagem acessivel ao pubiico, contendo asinformagoes e as avaliagoes das vantagens e conse-qugncias ambientais do empreendimento.

No caso do RIMA elaborado para a UHE Bocaina, foifeito um esforgo no sentido de incorporar ao relat6rio

instrumentos que facilitassem o entendimento por paneda sociedade. Neste sentido, num primeiro momento,foram identificados os diversos grupos do interesse quocorrespondern ao conjunto de pessoas ou entidadescom algum tipo de interesse comum relacionado aoempreendimento e seus efeitos. Os interesses podemser de diversas naturezas, sejam economicos, sociais,politicos ou ligados a conservagao de recursos naturais.

Num passo seguinte, procurou-se situar esses diversosgrupos frente aos impactos ambientais identificados,atraves da elaboragao de um quadro, relacionando osgrupos de interesse aqueles impactos que provavel-mente mais afetarao cada urn dos grupos.

Os agrupamentos feitos a partir da metodologia adota-da tiveram a intengao de permitir umajusta visualizagaodas consequencias do empreendimento sobre osgrupos afetados, uma vez que os beneficios a os custosambientais nao se distribuem uniformemente entretodos os seus grupos componentes.

Esses procedimentos visaram permitir aos grupos afe-tados uma avaliagao pr6pria em relagao aos impactosambientais no que diz respeito a seus interesses pecu-Hares especificos, cabendo aos grupos envolvidos adecisao e definigao das formas de como irao se

posicionar frente ao empreendimento.

Neste sentido, a metodologia e os instrumentos incor-porados do RIMA da UHE Bocaina visaram facilitar aparticipagao das pessoas, representando nao um ins-trumento de mobilizagao, mas sim um instrumento deconhecimento a servigo da sociedade.

Destacados os principais pontos de interesse paracompreensao da metodologia empregada no processode avaliagao de impactos ambientais, far-se-a umadescrigao sucinta das etapas de trabalho, visando per-mitir uma melhor visualizagao do processo.

Desde o inicio dos trabalhos ambientais da UHE Bocai-na, ainda na fase de elaboradao do diagn6stico doProjeto Basico, procurou-se imprimir aos estudos umavisao sistemica do ambiente, onde a regiao a ser

pesquisada nao fosse percebida de modo segmentado.

Assim, cada especialista, dentro de sua area deatuagao, estava sempre atento as inter-relagoes exis-tentes com os demais componentes ambientais. Al6mdessa percepgao multidisciplinar, a equipe buscousempre posicionar o diagn6stico frente ao empreen-dimento, orientando os estudos para identificadao dequestoes flagrantes que deveriam ser merecedoras deum tratamento especial.

As questoes flagrantes foram objeto de estudos especi-ficos elaborados paralelamente ao Projeto Basico.Como exemplo, ficou evidenciado como caracteristicamarcante da regiao, o processo de expansao e moderni-

zagao agricola atravgs da ocupagao racional doscerrados com plantio de culturas voltadas para aexportagao, principalmente soja e cafe . Esses cultivosexigem grandes areas , com a adogao de tecnologiasavangadas (entre elas a irrigagao ) e do modernos in-

sumos agricolas.Considerando a construgao da UHE Bocaina, foramelaborados estudos especificos sobre a DemandaHidrica para Irrigagao e sobre o Carreamento de Fer-tilizantes e Agrot6xicos , visando compatibilizar estarealidade futura com o reservat6rio a ser formado.

Dada a importancia desse processo do modernizagaoagricola na regiao a as interforencias quo provoca nosdemais componentes ambientais, o meio sbcio-eco-nomico foi considerado como o fio condutor do analisedo diagn6stico ambiental.

Essas consideracoes foram determinantes para a defi-nigao da metodologia adotada para avaliagao dos im-pactos ambientais.O processo de avaliagao de impactos ambientais ini-ciou-se pela identificagao dos impactos , com a partici-pagao da equipe tacnica permanente envolvida nostrabalhos que a epoca contava com cinco profissionais.

Nesta etapa os trabalhos foram orientados de forma aevidenciar as inter- relagoes existentes entre os diversoscomponentes ambientais dos meios fisico , bi6tico esbcio -economico , considerando a visao integrada domeio ambiente que norteou os estudos tematicos nafase de elaboradao do Diagn6stico Ambiental.Inicialmente , foram criados dois grupos de trabalho: umcomposto por profissionais de diversas areas e o outro,denominado Grupo de Apoio ( composto por 02 profis-sionais ) responsavel pela sistematizagao dos trabalhose pela definigao das alternativas metodolOgicas a seremseguidas em cada fase . 0 grupo de trabalho elaborouum "check - list", identificando as variaveis ambientaissusceptiveis de serem impactadas , considerando suascaracteristicas locais ou regionais e o empreendimentoa ser implantado . Usou-se como reforgo , os "check-list"de empreendimentos similares.

A seguir foram identificadas as agoes do empreen-dimento capazes de gerar impactos no ambiente, sendoas mesmas agrupadas considerando as fases de im-plantagao : planejamento , construgao , enchimento eoperagao.

O passo seguinte foi o preenchimento de uma matriz,derivada da matriz de Leopold, composta pelas agoesdo empreendimento e pelas variaveis ambientais. Osprofissionais envolvidos ( os juizes , de acordo com omatodo Delphi ) foram convidados a identificar os prova-veis impactos sem considerar o compartimento do meioambiente ao qual este pertencia e tao pouco se omesmo estava ligado a sua area de conhecimentoespecifico . Esta liberdade de agao fundamentava-senas caracteristicas imprimidas a elaboradao do diag-n6stico ambiental - visao integrada da regiao e iden-tificagao de questoes flagrantes.

A superposigao das matrizes ja preenchidas resultou naidentificadao de 211 impactos provaveis . 0 grupo deapoio responsavel pela sistematizagao dos dadoselaborou uma sublistagem daqual constavam os impac-tos sobre os quais nao havia um consenso geral por

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I

pane dos juizes . Procedeu -se, entao , a uma rodada dediscussao entre os participantes , quando o(s) juiz(es)responsavel ( eis) pela identificadao fazia(m ) a defesa domesmo com base nos dados t6cnicos disponiveis. 0resultado foi a manutengao de 141 impactos clas-sificados em diretos e indiretos de 111 ordem e de 211ordem.

Identificaram -se assim , 31 impactos diretos , sendo orestante contabilizado como indireto, surgindo uma hie-rarquizagao que considera o binomio causa -efeito e

elimina avaliagoes subjetivas quo naturalmento surgemcom o use de pontuagoes relacionadas com a mag-nitude e importancia . Estes impactos foram apresen-tados sob a forma de diagramas , de modo a permitir avisualizagao da cadeia formada a partir da agao doempreendimento.

Dentre os impactos identificados para o empreendimen-to U HE Bocainadestacamos, a titulo de ilustragao destametodologia, aqueles relacionados com a agua. Usual-mente o impacto sobre estavariavel a descrito num itemtitulado como Qualidade da Aqua. Aqui, a variavel agua

aparece impactada em diferentes circunstancias estan-do presents na descrigao de 10 diagramas, figurandoem cinco como impacto direto e em cinco como impactoindireto. Por exemplo, na fase de construgao a alteragaona qualidade da Agua a decorrente do carreamento de

residues provonio ntes da obra. JA na fase d o oporaootem-se como consegiaencia direta o incremento na dis-ponibilidade de agua em termos qualiquantitativos(Figura 1).Ha que se ressaltar que este m6todo de identificadao

no resulta em uma dupla contagem do impacto. Ao seapresentar a descrigao do impacto, relacionando-o afase de implantagao do empreendimento e a agao queo causou , percebe -se claramente que 6 a mesmavariavel ambiental sendo afetada vArias vezes comcaracteristicas e magnitudes diferenciadas.

Identificados os 31 impactos diretos e os 111 indiretos,cada profissional apresentou uma descrigao detalhadados impactos relativos a sua Area de conhecimentoespecifico, tendo como base o diagn6stico ambiental.0 grupo de apoio sistematizou as informagoes eelaborou 31 textos, cada um referente a um impactodireto e seis indiretos.

Na elaboragao destes textos considerou -se que osmesmos deveriam atender a Resolugao 001/86 CONA-MA, que preconizaser o RIMA um documento destinadoao pGblico em geral, devendo para tanto ser escrito emlinguagem clara a acessivel. Assim, ao longo dos textosprocurou-se esclarecer os conceitos inevitaveis (ex.:peixe de desova total) ou mostrar como uma alteragaopode ser percebida pela populagao - "aumento do teorde s6lidos em suspensao que pode ser percebida pelamudanga no aspecto visual da Agua".

Na descrigao dos impactos foi enfatizada a fase doempreendimento a qual o impacto se encontra vin-culado, a agao que o causou, sua localizagao fisica etemporal, sua duragao e a dinamica de seu desenvol-vimento. Estas informagaes expressavam a magnitudeabsoluta do impacto, procurando fornecer ao leitor umavisao objetiva do mesmo. Este processo pode ser me-Ihor percebido atrav6s do exemplo que se segue,

apresentado na Figura 2 e no texto de descrigao doimpacto.

Procurou -se selecionar um impacto "atratividade para aexploragao do garimpo", cujo desencadeamento per-meia os meios fisico, biotico a sOcio-economico, Trata-se ainda de um impacto facilmente localizavel geogra-ficamente, com uma duragao temporal definida e ondesao oferecidas ao empreendedor tres alternativas parasua atuagao.

Deseri^ao do Impaeto! "Atratividade pars Explo.ragao do Garimpo de Diamante no Trecho do Riocorn Fluxo Interrompido (E10)".

A atividade de garimpo de diamante 6 tradicional no noParanalba e a existencia de urn trecho seco, variandoentre 20 km a 34 km, em um perfodo de 4 a 17 meses,6 um forte estimulo pars esta atividade.

Baseado em experiencias anteriores da CEMIG, quan-do do enchimento de outros reservatorios no proprio rioParanaiba, espera-se um afluxo de 1.000 a 1.500 pes-soas interessadas em explorar diamantes no leito seco

do rio. A exploragao do ouro, como subproduto, serairrelevante e nao requer major atengao. Os municipiosmais afetados serao Abadia dos Dourados e Davino-polis, nas imediagoes do trecho do rio Paranaiba comfluxo interrompido.

A questao do garimpo no trecho seco do rio Para, aibapode ser tratada de duas formas, sendo a CEMIGresponsavel pela escolha da alternativa a ser adotada.Em cada alternativa posslvel, os efeitos decorrentes doafluxo de garimpeiros serao diferentes.

Alternativa 1- Proibigao das Atividades de Garimpopelos Orgaos competentes , a pedido da CEMIG

A proibigao da atividade nao impedirA o afluxo de pes-soas interessadas no garimpo acreditando, possivel-mente, que esta proibigao possa cessar a qualquermomento.

Estas pessoas tenderao a se concentrar nas imedia-goes da cidade de Davin6polis, gerando uma s6rie depressoes sobre a infra-estrutura social e interferindo navida da populagao local, inclusive em seus hAbitos ecostumes.

A concentragao de pessoas na periferia da cidade, ondefaltam esgotos e agua potavel, possibilitarA a ocorrenciade doengas como as verminoses. E esperado tamb6mum aumento e/ou aparecimento de doengas vendreas.

O setor de com6rcio e servigos provavelmente serapouco afetado, uma vez que, com a proibigao do garim-po, esta populagao deverA ser flutuante, permanecendopor pouco espago de tempo na cidade.

Alternativa 2 - Nao Proibigao da Atividade de Garim-po

A populagao de garimpeiros se instalarA ao longo docanal seco do rio e procurarA as cidades de Abadia dosDourados e Davin6polis buscando atendimento m6dicoe opgoes de consumo e lazer. Os habitos e necessida-des deste grupo de pessoas afetarA a vida da populagaolocal, habituada a um ritmo pr6prio de cidade de pe-queno porte, provocando uma alteragao nas relagoess6cio-culturais existentes nos municipios afetados.

162 XX Seminerio Nacional de Grandes Barragens

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FIGURA I - IMPACTOS SOBRE A VARIAVEL "AGUA"

Carreamento de residuos provenientesda obra

Alteracao na qualidade da 49ua

Alteracao no use da agua Alteracao das condig6es de vida da ic-tiofauna e biota aquatica

Incremento na disponibilidade de aguaem termos qualiquantitativos

Favorecimento de usos multiplos(abastecimento e lazer) Incremento de areas irrigadas

Incremento da producao agropecuaria

XX Seminario Nacional de Grandes Barragens 163

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I 7r'^77----------7r7

FIGURA 2 - IMPACTOS A JUSANTE DO RESERVATORIO , NA FASE DE ENCHIMENTO

Atratividade para exploragao do garimpo notrecho com fluxo interrompido

Descaracterizagao do canalexistente do rio Paranalba e

c6rregos existentes

Pressao sobre a infra-estrutura existente em

Davinbpolis

Aumento da populagaodecorrente do garimpo

Proliferagao dedoengas

Incremento do setor decom6rcio e servigos

em Davinbpolis

Modificagao e/oudegradagao da

mata ciliar

Alteragoes nasrelagoes s6cio-cul-turais existentes

Dogradarao dehabitats da fauna

Os acampamentos dos garimpeiros nao serao provavel-mente servidos por redo de esgoto e agua potavel, oque facilita a proliferagao de doengas, como as vermi-noses. A proximidade da mata ciliar e a precariedadedas habitag6es propiciarao a ocorrencia de febre ama-rela e da doengas de Chagas.

As visitas dos garimpeiros a cidade, onde eles se mis-turam a populagao local, facilitara a disseminagao dedoengas por eles trazidas para a regiao.

A atividade de garimpo impi a uma descaracterizagaodo canal do rio, pelo revolvimento do seu leito e extragaodo cascalho, quo 6 levado para as margens. Na mataciliar, que ja se encontra alterada, serao abertas clarei-ras pars instalagao de acampamentos, e passagensPara pessoas e velculos. A fauna local, al6m de perderparte de seu habitat, sera alvo de cagadas, realizadascomo lazer ou subsistencia. I`_ certo o incremento deacidentes causados por ofidios pegonhentos.

Alternativa 3 - Exploragao por Cooperativas deGarimpeiros

O interesse, a partir de cooperativas de garimpeiros, deexplorar o trecho com fluxo interrompido podera facultaruma melhor organizagao desta atividade.

As cooperativas de garimpeiros, que teriam de seguir alegislagao existente, a serem devidamente fiscalizadaspelos 6rg5os competentes, trariam menos efeitos sobre

o mein ambiente decorrentes da exploragao no leito dorio.

Da mesma forma que na Alternativa 2, o incremento dapopulagao garimpeira traria tamb6m efeitos adversos ainfra-estrutura e a saude publica.

Qualquer que seja a alternativa escolhida, serao desen-volvidas atividades de disciplinamento, visando mini-mizar os efeitos decorrentes da exploragao (Projeto deDisciplinamento do Garimpo). Atividades de vigilanciasanitaria a adequagao do sistema de saude, sao tam-b6m previstas como medidas mitigadoras (ProgramadeSande a Saneamento).

AI6m disto serao adotadas medidas referentes a ade-quagao da infra-estrutura de Davinbpolis (Projeto deAdequacao da Infra-Estrutura a Jusante do Reserva-t6rio).

Para protegao da fauna e da flora nas imediagaes dotrecho atingido, a para o aparelhamento sorol6gicotamb6m estao previstas medidas (Projeto de Protegaoda Faunae Flora)."

Ap6s esta etapa, os impactos foram avaliados qualita-tivamente, considerando que um direto 6 formado tam-b6m por seus indiretos. Nesta avaliadoo usaram-se osparametros habituais sugeridos pelo 6rgao Ambiental.Esses parametros foram tamb6m introduzidos nosdiagramas com utilizagao de uma simbologia especifica(Figura 3).

164 XX Seminario Naciona l de Grandes Barragens

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FIGURA 3 - PARAMETROS UTILIZADOS NA AVALIAcAO DE IMPACTOS

Atratividade para Exploraq&o do garimpo

no trecho com Iluxo interrompido

Cp

Reversfvel RI rreversivel I(Nao 6 indicada areversibilidade paraefeitos ben6ficos)

Temporario TC iclico CPermanente P

Curto PrazoM6dio PrazoLongo Prazo

Foi considerada nestes parametros a magnitude relati-

va do impacto que traduz a opiniao dos especilistas eprocura exprimir a magnitude dos diversos impactos emuma unica escala (alta, m6dia ou baixa ). Embora seja

subjetiva , essa classificacao aqui perde sua influencia,pois nao tem peso destacado em relacao aos derrtaisparametros , a nem se presta a hierarquizacao do im-pacto como acontece em outros m6todos.

Ainda no processo de avaliadoo dos impactos estaorelacionadas as awes destinadas a minimizacao oumonitoracao do impacto, bern como os estudos com-plementares julgados necessarios para uma melhoravaliadao de algumas variaveis.

Identificados a analisados os impactos a serem geradospela implantacao da UHE Bocaina, foi iniciada umanova etapa de trabalho que buscava identificar os seg-mentos da sociedade - Grupos de Interesse - a seremafetados pelo empreendimento.

De acordo com Leith, asses grupos podem ser estru-turados em cinco grandes blocos : os usuarios direta-mente afetados ; os nao usuarios , mas que sao afetadospelo esquema ; os qua tem interesse no valor intrlnsecoda area a ser utilizada pelo empreendimento; os in-diretamente afetados a as autoridades financiadoras.

A partir do referencial acima citado , procurou - se identifi-car os possiveis interessados nos impactos decorrentesdo empreendimento UHE Bocaina. Considerando-se osinteresses afins, definiram-se cinco grandes blocos,sendo cada bloco composto por diversos grupos deinteresse . Os blocos definidos foram:1. Ocupantes da Area a ser desapropriada;

2. Ocupantes dos Municipios nos quais se localizaraoas obras;

Ben6fico +AdversoDificil Qualificacao

Baixa Magnitude 1M6dia Magnitude 2Alta Magnitude 3

Sim, 9 efeity poleser evitado SNao, o efeito 6inevitavel N

CpMpLp

3. Ocupantes do entorno do reservat6rio;

4. Interessados no valor intrlnseco da area;

5. Interessados diretamente no empreendimento.

A titulo de exemplo, o Bloco 2 - "Ocupantes dos Muni-cipios nos quais se Localizarao as Obras " 6 compostopor seis grupos de interesse:

1. Moradores ribeirinhos do rio Paranaiba no trechoentre a futura Usina e a confluencia do rio SaoMarcos;

2. Proprietarios rurais ribeirinhos do rio Paranaiba notrecho entre a futura Usina e a confluencia do rioSao Marcos;

3. Garimpeiros de diamantes;

4. Moradores das cidades de Abadia dos Dourados eDavin6polis , a povoados pr6ximos ( Palmito a BomSucesso).

5. Usuarios da infra -estrutura dos municipios de Aba-dia dos Dourados a Davin6polis.

6. Comerciantes a prestadores de servigos nos muni-cipios de Abadia dos Dourados a Davin6polis.

Para cada grupo de interesse foram identificados osresultados dos impactos que poderiam Ihes afetar,sendo asses quantificados numericamente ou atravdsde conceitos que exprimissem a qualidade da variavelafetada.

4. CONCLUSAO

A partir de uma visao sist6mica do ambiente, a meto-dologia definida permitiu que os impactos, decorrentes

da implantarao do empreendimento, fossern avaliados

levando em consideraCao as inter-relacoes existentes

XX Semin: rio Nacional de Grandes Barragens 165

Page 8: ABORDAGEM SISTEMICA UMA NOVA METODOLOGIA DE … NOVA METODOLOGIA DE IMPACTO.pdf · ambientais sao feitas, via de regra, ... grupos frente aos impactos ambientais identificados,

entry os eomponantas fisicos, bieticos a sbcio-econe-micos. A analise realizada atravas da descrigao dosimpactos, considerando a cadeia formada polo impactodireto a os indiretos dale decorrentes, evidenciou osefeitos acumulativos resultantes das interagoes exis-tentes entry os componentes ambientais, e permitiuuma visao objetiva dos impactos. Forneceu instrumen-tos de conhecimento do empreendimento de forma afacilitar o posicionamento da sociedade frente aosimpactos ambientais dale decorrentes, atrav6s daidentificagao de grupos do interesse a da relagao exis-tents antra asses o os impactos.A aplicagao desta metodologia requer uma equipecoesa, com uma percepgao multidisciplinar do ambien-te. A proposta metodol6gica deve ser trabalhada desdeo inicio dos estudos, sendo o diagn6stico elaborado de

uma forma sistemica, tendo sempre em vista a insergaodo empreendimento na regiao pesquisada. 0 grupo de

apoio deve ter capacidade de discernimento e umavisao global do todos os estudos tematicos elaborados,uma vez que este grupo tera a responsabilidade deselecionar os aspectos fundamentals e sistematizar os

trabalhos desenvolvidos. Na programagao dove serconsiderado um tempo pars que o Grupo de Apoiosistematize os trabalhos. Todavia ha que se ressaltarque este tempo nao 6 muito major do que aqueleusualmente previsto para avaliagao de impactos nas

metodologias tradicionais.

Finalmente, acreditamos que a metodologia propostasignifica uma contribuigao no sentido de ampliar e apro-

fundaro debate nacassario sobro oc metodocd o Avalia-gao de Impactos Ambientais de Hidreletricas utilizadoshoje em nosso pals.

5. AGRADECIMENTOS

Os autores agradecem a CEMIG - Companhia Ener-g6tica de Minas Gerais - proprietaria da obra e aoCONSORCIO LEME ENGENHARIA LTDA/ EPC - EN-GENHARIA PROJETO CONSULTORIA LTDA, projetis-tas do empreendimento , a permissao para divulgar asinformagbos utilizadas no presents trabaiho . Agrade.cem tambam ao Eng ° Adelino G . Taboada pela valiosaorientagao nos estudos ambientais da UHE Bocaina.

REFERENCIAS BIBLIOGRAFICAS

CEMIG - Relat6rio de Impacto ambiental da UsinaHidrel6trica de Bocaina - UHE Bocaina - BeloHorizonte, Cons6rcio LEME/EPC, 1991.

LEITCH, G. - Report of the adivisory committee ontrunk road assessment . DTp. HMSO, 1978.

MAGRINI, A. A avaliagao de impactos ambientais.In: MARGULIS, S6rgio. Meio ambiente aspec-tos tecnicos e economicos. Rio de Janeiro,IPEA, Brasilia, IPEA/PNUP, 1990. p . 85-107.

166 XXSeminario Nacional de Grandes Barragens