Abril 2009 Joana Melo Faculdade de Direito da Universidade Nova
de Lisboa
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Os mtodos mais modernos de reanimao e suporte da vida humana tm
vindo a prolongar muitas vidas provocando consequncias
imprevisveis, tais como: O prolongamento do sofrimento em caso de
pacientes terminais; A manuteno da vida sob condies de conscincia
inexistente e muito diminuta; Um conjunto de condies consideradas
por muitos como no valendo a pena serem vividas. Estes estados
mdicos so responsveis pela dissociao da vida biolgica (que
continua) da vida psicolgica( que se extingue). Em virtude destas
circunstncias muitas pessoas defendem a legalizao da eutansia
Originando problemas morais e ticos
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o que a Eutansia? Consiste no acto ou omisso de facultar a
morte sem sofrimento a um indivduo cujo estado de doena crnico e,
portanto, incurvel, normalmente associado a um imenso sofrimento
fsico e psquico. Do ponto de vista etimolgico, a palavra eutansia
composta por duas palavras gregas - eu e thanatos- e significa uma
boa morte. O termo foi proposto pela primeira vez no sculo XVII
pelo filsofo Francis Bacon ao estudar O Tratamento das Doenas
Incurveis, ttulo de um captulo de uma das suas obras. Argumentava
que o mdico tem a responsabilidade de aliviar doenas e dores, no
somente com a cura do mal, mas tambm proporcionando ao doente uma
morte calma e fcil.
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Contudo, para outros, a expresso Eutansia ter surgido pela
primeira vez, pela mo do historiador ingls, W.E.H. Lecky em 1869,
como sendo a aco de induzir suave e facilmente a morte,
especialmente de doentes incurveis ou terminais, tendo sempre em
mente o mnimo de dor e de sofrimento. Eutansia tem um significado
duplo e oposto: - a morte termina uma vida cheia de promessas e
projectos - libertao de uma existncia sem sentido, cheia de
sofrimento Eutansia pretende, desta forma, designar uma morte
desejada voluntariamente por uma pessoa e executada activamente por
outra pessoa.
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Acontecimentos que lanaram o debate sobre a eutansia nos ltimos
anos: O Senado Francs aprovou uma lei relativa aos direitos dos
pacientes e ao fim da vida que, na opinio de muitas pessoas
representa um passo na direco da legalizao da eutansia; Filme que
retrata a vida e a morte real do espanhol Ramon Sampedro; A morte
de Terri Schiavo; A associao Portuguesa de Biotica apresentou um
parecer relativo ao valor legal das directivas antecipadas de
vontade, e anunciou recentemente uma proposta de legislao relativa
a testamentos vitais (living will) e procuradores de sade. Esta
legislao viria ajudar Portugal a dar um salto para a
modernidade.
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A questo bsica que a eutansia coloca determinar se matar
efectivamente mais grave do que deixar morrer.
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Tipos: Eutansia Activa: traado de aces que tm como objectivo
por trmino vida na medida em que negociada entre o doente e o
profissional que vai levar a termo o acto. Ex: ao administrar uma
injeco letal. Eutansia Passiva: Interrupo do tratamento de suporte
de vida. Ex: mdico deixa de prescrever os medicamentos ao doente.
Eutansia indirecta: consiste em causar a morte atravs da
administrao de drogas que, embora destinadas a diminuir a dor
sentida pelo paciente, exercem o efeito de conscientemente acelerar
a morte. Efeito secundrio alterado, expressamente permitido em
pases como a Albnia, Dinamarca, Finlndia, Alemanha e Sua.
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Eutansia voluntria: refere-se ao desejo de um adulto competente
de morrer mediante um acto praticado por um terceiro, com base no
seu pedido lcido e repetido, sob certas condies previamente
estabelecidas, e atravs de meios indolores. Envolvidas: 2 pessoas
adultas e competentes Eutansia Involuntria: quando realizada numa
pessoa que poderia ter consentido ou recusado a sua prpria morte
mas no o fez - seja porque no lhe perguntaram, seja porque lhe
perguntaram mas no deu consentimento, querendo continuar a viver. -
Casos raros
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Eutansia no voluntria: diz respeito a pessoas que no
expressaram o desejo de morrer, por terem perdido, no decurso da
doena, as capacidades mentais ou fsicas, ou por nunca terem tido
capacidade de prestar tal consentimento. Estes casos relacionam-se
sobretudo com cuidados paliativos. Este tipo de cuidados, destitudo
de qualquer valor teraputico, destina-se meramente a prolongar
artificialmente a vida quando j no existem quaisquer possibilidades
de cura ou recuperao.
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Suicdio medicamente assistido: - Assistncia prestada por um
mdico a um doente que expressou a vontade de acabar com a vida. - O
suicdio assistido encontra-se a meio caminho entre o suicdio e a
eutansia voluntria. Caractersticas: A morte apresentada como uma
livre escolha do paciente: informado do seu estado patolgico
irreversvel, ele pretende no s renunciar vida mas at acelerar um
fim inevitvel; O papel do mdico limita-se a proporcionar o meio
para matar como tambm uma assistncia que assegure a certeza de um
resultado obtido sem dor; O motivo que converteria em legtima e
vinculada a interveno do mdico seria, no j uma vaga piedade, mas o
dever de respeitar a vontade e autonomia do paciente.
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defendida a sua prtica com base nos seguintes argumentos: A aco
letal apresenta-se como livre escolha do paciente; O objectivo da
medicina aliviar o sofrimento dos doentes; A presena do mdico d
garantias de uma assistncia profissional; Necessidade de os mdicos
respeitarem a autonomia individual dos pacientes; Compreenso dos
usos errados dos poderes da vida e da morte e adaptao s novas
situaes.
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Muitos comentadores no fazem distino tica entre eutansia e
suicdio assistido, uma vez que em ambos os casos a pessoa que
pratica a eutansia e o suicdio assistido facilita deliberadamente a
morte do paciente. Questo que fica por resolver: questo do doente
incompetente, isto , do doente que no est em condies de exprimir a
sua vontade. Soluo: testamento vital
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Conceitos relacionados: Distansia: consiste no adiamento do
momento da morte de um doente que se encontra em fase terminal,
atravs do recurso a tratamentos desproporcionados e j escusados e
suprfluos, para a sua cura. Esta prorrogao do tempo de vida pode,
inclusivamente ser obtida com sofrimento. Ortotansia:
Etimologicamente significa morte correcta, natural. Reduo ou
interrupo de tratamentos inteis e desproporcionados destinados a
prolongar, a protelar a vida de um doente terminal para alm do que
seria o decurso natural, ou seja, defende que no se deve promover
ou acelerar o processo de morte. Objectivos: Distansia: fomentar a
dilao mxima da quantidade de vida, adiando o momento da morte =
vida em quantidade Ortotansia: encontrar meios que proporcionem a
melhor qualidade de vida possvel na fase terminal = vida em
qualidade
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Argumentos a favor: A vida humana pautada por escolhas pessoais
e a eutansia prope se como uma escolha (death by choice) e
pretende-se o seu reconhecimento como expresso do pluralismo de
ideias numa sociedade; As leis que probem a eutansia so cruis, na
medida em que exigem que uma pessoa continue a viver contra a sua
vontade, enquanto o seu estado fsico e mental progressivamente se
degrada; Respeito pelo princpio da autonomia privada e respeito
pela autodeterminao: os actos voluntrios devem ser permitidos,
sempre que no haja interesses seculares legtimos que exijam o
contrrio; O facto de permitir que o paciente controle a prpria
morte, dignifica-o. Defensores da eutansia associam assim ao
direito de viver com dignidade o direito de morrer dignamente, o
qual no pressupe mais do que pr termo vida para se ver aliviado do
sofrimento.
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Argumentos contra: Argumentos ticos, religiosos,polticos,
jurdicos, sociais Enquanto h vida h esperana; O direito
autodeterminao menos importante que o valor da vida. A eutansia
derroga abertamente a inviolabilidade da vida humana, bem jurdico
que d lugar ao primeiro dos direitos fundamentais, o direito vida;
Dificuldade na determinao do consentimento voluntrio, em casos de
pacientes inconscientes ou sob a influncia de drogas que no tenham
produzido um testamento vital; Risco de diagnstico mdico errado;
Possibilidade de novas descobertas mdicas; O uso das tcnicas mais
modernas que controlem as dores;
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A objeco referida na literatura inglesa como slippery slope (
encosta escorregadia ou efeito avalanche), que argumenta que a
adopo de uma legislao mais permissiva no mbito da eutansia pode
conduzir a prticas imprevisveis e de gravidade indesejvel; Alegam
que uma justificao pode ser convincente num caso individual, o que
no significa que possa ser um princpio generalizvel; Defendem que
os fundamentos de compaixo para admitir esses actos no conseguem
garantir que a eutansia seja limitada s pessoas que a requerem
voluntariamente. Pode tambm servir como forma de conteno de
despesas sanitrias e da instaurao de uma poltica selectiva fundada
sobre o conceito de qualidade de vida; Esto convencidos de que a
aceitao da eutansia pode contribuir para o aumento eventual do
homicdio privado na sociedade;
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Do ponto de vista religioso, a eutansia tida como usurpao do
direito vida humana, devendo ser um exclusivo reservado ao
Criador", ou seja, s Ele pode tirar a vida de algum (carcter
sagrado da vida); Na perspectiva da tica mdica, tendo em conta o
Juramento de Hipcrates que considera a vida como um dom sagrado e
que o mdico no pode ser juiz da vida ou da morte de algum, a
eutansia considerada homicdio; O Conselho Nacional de tica para as
Cincias da Vida de parecer que a aceitao da eutansia pela sociedade
civil e pela lei levaria quebra da confiana que o doente tem no
mdico e nas equipas de sade e poderia levar a uma liberalizao
incontrolvel de licena para a morte; J. Keown disse () desde que a
eutansia (voluntria) se tornou largamente tolerada nos Pases
Baixos, milhares de doentes tm tido as suas vidas intencionalmente
encurtadas sem um pedido explcito.
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Contra-argumentos: O valor tico do consentimento est hoje em
dia de tal forma enraizado no direito mdico, inclusive quando se
trata da recusa de tratamentos mdicos essenciais vida, que
perfeitamente legtimo levantar a questo se o consentimento para a
morte no deve ser igualmente respeitado. A determinao do
consentimento voluntrio obtm-se atravs da divulgao e promoo dos
testamentos vitais e da figura dos procuradores de sade; Quanto ao
risco de diagnstico mdico errado, possvel praticamente elimin-lo
atravs de uma segunda opinio mdica; A importncia de novas
descobertas mdicas revela-se nula, j que o momento relevante da
nova descoberta no seria o da descoberta em si, mas o da
disponibilidade do novo tratamento ao pblico; As tcnicas de
controlo de dores no eliminam qualquer sofrimento sentido pelos
pacientes em estado terminal, nem as drogas mais modernas impedem
que os pacientes se apercebam do estado artificial e irreversvel em
que se encontram; O argumento do efeito avalanche no se dirige ao
mrito ou demrito da eutansia em si, mas sim a uma srie de
acontecimentos catastrficos que presumivelmente se sucederiam
liberalizao da eutansia. Estes riscos so retricos, uma vez que se
pode elaborar legislao que preveja os requisitos estritamente
necessrios e o respectivo sistema de controlo.
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Legislao: Constituio da Repblica Portuguesa Artigo 1 Portugal
uma Repblica soberana, baseada na dignidade da pessoa humana e na
vontade popular e empenhada na construo de uma sociedade livre,
justa e solidria. Artigo 13 (Princpio da igualdade) 1. Todos os
cidados tm a mesma dignidade social e so iguais perante a lei. 2.
Ningum pode ser privilegiado, beneficiado, prejudicado, privado de
qualquer direito ou isento de qualquer dever em razo de ascendncia,
sexo, raa, lngua, territrio de origem, religio, convices polticas
ou ideolgicas, instruo, situao econmica, condio social ou orientao
sexual. Artigo 24 (Direito vida) 1. A vida humana inviolvel. 2. Em
caso algum haver pena de morte.
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Cdigo Penal O Cdigo Penal no utiliza concretamente o termo
eutansia. Consoante a conduta pode ser considerada homicdio
privilegiado, homicdio em geral, incitamento ou ajuda ao suicdio ou
ainda homicdio a pedido da vtima. Artigo 133. Homicdio privilegiado
Quem matar outra pessoa dominado por compreensvel emoo violenta,
compaixo, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral,
que diminuam sensivelmente a sua culpa, punido com pena de priso de
um a cinco anos. Artigo 134. Homicdio a pedido da vtima 1 - Quem
matar outra pessoa determinado por pedido srio, instante e expresso
que ela lhe tenha feito punido com pena de priso at 3 anos. 2 - A
tentativa punvel. Artigo 135. Incitamento ou ajuda ao suicdio 1 -
Quem incitar outra pessoa a suicidar-se, ou lhe prestar ajuda para
esse fim, punido com pena de priso at 3 anos, se o suicdio vier
efectivamente a ser tentado ou a consumar-se. 2 - Se a pessoa
incitada ou a quem se presta ajuda for menor de 16 anos ou tiver,
por qualquer motivo, a sua capacidade de valorao ou de determinao
sensivelmente diminuda, o agente punido com pena de priso de 1 a 5
anos.
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Medicina: Profissionalmente os mdicos defendem o respeito
dignidade humana desde o nascimento at morte. Segundo o juramento a
Hipcrates a eutansia considerada homicdio. No darei a veneno a
ningum, mesmo que mo pea, nem lhe sugerirei essa possibilidade.
(Juramento de Hipcrates)
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(Ordem dos Mdicos - Cdigo Deontolgico, 2008) Artigo 57.
(Princpio geral) 1. O mdico deve respeitar a dignidade do doente no
momento do fim da vida. 2. Ao mdico vedada a ajuda ao suicdio,
eutansia e distansia. Artigo 58. (Cuidados paliativos) 1. Nas
situaes de doenas avanadas e progressivas cujos tratamentos no
permitem reverter a sua evoluo natural, o mdico deve dirigir a sua
aco para o bem-estar dos doentes, evitando utilizar meios fteis de
diagnstico e teraputica que podem, por si prprios, induzir mais
sofrimento, sem que da advenha qualquer benefcio. 2. Os cuidados
paliativos, com o objectivo de minimizar o sofrimento e melhorar,
tanto quanto possvel, a qualidade de vida dos doentes, constituem o
padro do tratamento nestas situaes e a forma mais condizente com a
dignidade do ser humano.
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O cdigo deontolgico estabelece os limites do uso de meios
artificiais de suporte de vida: (Ordem dos Mdicos - Cdigo
Deontolgico, 2008) Artigo 59. (Morte) 1. O uso de meios de suporte
artificial de funes vitais deve ser interrompido aps o diagnstico
de morte do tronco cerebral, com excepo das situaes em que se
proceda colheita de rgos para transplante. 2. Este diagnstico e
correspondente declarao devem ser verificados, processados e
assumidos de acordo com os critrios definidos pela Ordem. 3. O uso
de meios extraordinrios de manuteno de vida deve ser interrompido
nos casos irrecuperveis de prognstico seguramente fatal e prximo,
quando da continuao de tais teraputicas no resulte benefcio para o
doente. 4. O uso de meios extraordinrios de manuteno da vida no
deve ser iniciado ou continuado contra a vontade do doente. 5. No
se consideram meios extraordinrios de manuteno da vida, mesmo que
administrados por via artificial, a hidratao e a alimentao, nem a
administrao por meios simples de pequenos dbitos de oxignio
suplementar.
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Estudo O que pensam os Portugueses: - 62,6% - tem posies
favorveis prtica da eutansia em Portugal - 54,1 % - diz que a
"eutansia um acto aceitvel dentro de certos limites" - 8,5% -
aceita a eutansia sem limite - 35,3% - opina que a "eutansia um
acto condenvel em qualquer situao" - ou seja, mesmo os grupos mais
favorveis apenas tendem a ver a eutansia como uma orientao aceitvel
em certas condies". So os homens, com idades entre os 30 e os 39
anos, mais escolarizados (com o ensino superior completo ou
incompleto), mais elevados indicadores de cultura de origem, com
alto rendimento individual, simpatia pelos partidos de esquerda,
nenhuma confiana na Igreja ou nas organizaes religiosas, ateus e
muito alta confiana na cincia aqueles que se apresentam como mais
favorveis eutansia". 38,2% diz que "o doente na posse das suas
capacidades mentais tem o direito de ser ajudado pela medicina se
decidir morrer". 28% pensa que "quando o doente se encontra em coma
profundo, os mdicos podem desligar a mquina com o acordo da famlia"
33, 6% considera inaceitvel que nessa situao seja o mdico a decidir
Estudo publicado sobre "Atitudes Sociais dos Portugueses" da
responsabilidade de Jos Machado Pais, Manuel Vilaverde Cabral e
Jorge Vala, do Instituto de Cincias Sociais, da Universidade de
Lisboa
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Inqurito Nacional prtica da Eutansia: Estudo N. E/10/APB/07.
Foi efectuado no mbito de um projecto de investigao do Servio de
Biotica e tica Mdica da Faculdade de Medicina do Porto.
Posteriormente foi adaptado pela Associao Portuguesa de Biotica.
Populao alvo: idosos que se encontram institucionalizados( em lares
e residncias de 3 idade). Objectivo: determinar a opinio das
pessoas internadas neste tipo de instituies a respeito da morte
assistida Amostra: 810 idosos( com mais de 65 anos)
institucionalizados e em todo o territrio nacional A escolha dessa
populao residiu no facto de ser a mais provvel uma pessoa idosa
pensar sobre o tema da morte do que uma pessoa de outra classe
etria. 47 lares
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n.% Masculino24730,5 Feminino56269,5 Total No respondeu809
1100,0 Total810 n.%Catlica Protestante Jeov Nenhuma Outra768 4 5 28
594,8,5,6 3,5,6 Total810100,0 n.% Nunca Poucas vezes Algumas vezes
Muitasvezes Muitas vezes Sempre 139 159 176256 78 17,2 19,7
21,831,7 9,7 Total No respondeu808 2100,0 Total810 SexoQual a sua
religio? Quantas vezes pensa na questo da morte?
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n.% Nunca Poucas vezes Algumas vezes Muitas vezes Sempre473 104
115 108 958,5 12,9 14,2 13,3 1,1 Total No respondeu809 1100,0
Total810 n.% SimNo 275522 34,565,5 Total No respondeu797 13100,0
Total810 n.% Sim No 369427 46,453,6 Total No respondeu796 14100,0
Total810 J alguma vez desejou morrer? Se se encontrasse num estado
muito avanado de doena e com grande sofrimento, acharia aceitvel
pedir a um mdico ou outro profissional de sade que lhe pusesse fim
vida? Ainda que no quisesse esta prtica para si considera
importante que se crie uma lei que permita que outras pessoas o
faam?
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Casos Reais Terri Schiavo Adolescente de 90kg. 41 anos teve uma
paragem cardaca devido a uma perda significativa de potssio
associada a bulimia. Permaneceu 5 minutos sem fluxo sanguneo
cerebral. Devido leso cerebral, ficou em estado vegetativo. Estado
vegetativo permanente Luta nos tribunais norte-americanos para que
lhe fosse retirado o tubo de alimentao. Autorizao para retirar
alimentao. Questo: Quem decide sobre o direito a morrer de algum
que j no competente para o fazer e no redigiu testamento
vital?
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Ramn Sampedro Espanhol tetraplgico desde os 26 anos. Permaneceu
tetraplgico durante 29 anos. Solicitou eutansia justia espanhola
mas foi-lhe negada. Planeia a sua morte com a ajuda de amigos
Ingesto de cianeto. Deixou gravado ltimos momentos de vida.
Destaque na imprensa como morte assistida.
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Quero morrer. No sei mais que estou fazendo por aqui. No vejo
sentido em continuar uma existncia em que sou apenas um mero
observador dos acontecimentos e vidas que me cercam. Dou um grito
de angstia expressando esse desejo de fechar os olhos. O que posso
fazer para que as pessoas me compreendam? Excerto do filme Mar
Adentro