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REVISTA DA CÂMARA DE COMÉRCIO AMERICANA DO RIO DE JANEIRODESDE 1921 nº 30403 AbR/MAI/JuN 2018
POSSE Diretoria assume para o biênio 2018-2019
TRAnSFORMAÇÃO DIGITAL Tecnologias disruptivas criam
empresas mais competitivas
ABRINDOCAMINHO PARAAS RENOVÁVEISQual o equilíbrio ideal das fontes na matriz energética brasileira?
COM MAIS DE 60 ANOS DE HISTÓRIA, A IBEROSTAR HOTELS
& RESORTS APRESENTOU SUA NOVA ESTRATÉGIA GLOBAL
FOCADA NA SEGMENTAÇÃO DOS HOTÉIS E NA REFORMULAÇÃO
DA MARCA. OS MAIS DE 100 EMPREENDIMENTOS EM
CERCA DE 15 PAÍSES ESTÃO CLASSIFICADOS EM TRÊS
SEGMENTOS: HOTÉIS DE CIDADE, HOTÉIS DE PRAIA E HOTÉIS
HERITAGE. O OBJETIVO É REFORÇAR O COMPROMISSO COM O
ATENDIMENTO PERSONALIZADO, A VOCAÇÃO PARA SERVIR E O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
FOTO: RICHARD KOHLER
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SUMÁRIO
34 CONEXÃO GLOBALSelectUSA abre janela de oportunidades para as empresas brasileiras que desejam se internacionalizarEntrevista com James Story, cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, que se despede do Brasil
36 DIRETORIA EM FOCODiretores da AmCham Rio apontam o que é prioritário, na agenda do próximo governo, para que o ambiente regulatório seja favorável ao seu negócio
38 OPINIÃOOperações inteligentes podem trazer benefícios aos negócios
40 AMCHAM NEWSAmCham Rio promove diálogos sobre Turismo e Era Digital.Eventos de Networking da Câmara ampliam conexões e aproximam empresas
46 OVERVIEWPesquisa da PwC revela otimismo e ansiedade nos CEOs globais
06 CARTA DO PRESIDENTEAo lado de novos líderes e em sua segunda gestão, Pedro Almeida fala da importância de estar na vanguarda para contribuir com boas ideias e soluções
08 MERCADOMovimento articulado visa alavancar o Turismo e a economia do Estado
12 POSSE Cerimônia marca a posse da nova diretoria para o biênio 2018-2019
18 CAPAA presença cada vez mais acentuada das fontes intermitentes na matriz energética brasileira move o setor elétrico, que passa por grandes mudanças
28 PERFIL Diretor-presidente do Grupo Energisa diz que o setor de energia elétrica é estratégico para o País
30 TRANSFORMAÇÃO DIGITAL As inovações que vieram com o potencial de remoldar completamente o mundo
amchamrio.com+ CONTEÚDO + FOTOS
Confira as fotos do debate sobre consumo de informações na Era Digital. http://bit.ly/consumodeinformacoes
MAR
CEl
O C
OR
TEz
Inclusão da TuSD e TuST no ICMS gera polêmica. http://bit.ly/tarifasdeenergias
Confira a cobertura completa do Breakfast in Rio.http://bit.ly/turismoenegocios
Ibama debate licenciamento ambiental na Câmara.http://bit.ly/ibamaeamcham
Como a superdotação em crianças é vista pela sociedade?http://bit.ly/reuniaorecursoshumanos
Networking Coffee traz convidado especial à 1ª edição de 2018. http://bit.ly/netcoffee2018
Comunicação AmCham Rio
Allan Rabelo, Juliana Botelho e Veriza Duca
Edição Grupo zoom Out de
Comunicação Corporativa
Jornalista responsável bianca Gomes
MTb 25.098
Colaboraram nesta edição:
Felipe Daniel e Felipe Teixeira (edição de arte), Marcelo Cortez, Marcelo Piu, Hamdan, Galbatto,
Henrique Manreza, Alessandro Mendes,
Juliana Gueiros e Aline Massuca (foto), Fernanda
Falcão e Nadia Stanzig (coordenação) e Sonia
Cardoso (revisão)
Os artigos assinados são de total responsabilidade dos
autores, não representando, necessariamente, a opinião dos editores e a da Câmara
de Comércio Americana do Rio de Janeiro
Publicidade Felipe Tavares
Giuliana Sirena [email protected]
A tiragem desta edição da Brazilian Business é de 2 mil exemplares
Impressão: Walprint
Uma publicação da Câmara de Comércio
Americana do Rio de Janeiro
Praça Pio X, 15, 5º andar
20040-020 Rio de Janeiro RJ Tel.: (21) 3213-9200 Fax: (21) 3213-9201
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Leia a revista também pelo site amchamrio.com
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Cyntia beatrice: (21) 3213-9200
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economicamente adequado.
INCLUSÃO
6_Edição 304_abr/mai/jun 2018
CARTA DO PRESIDENTE
MARCElO PIu
PEdRO AlmEIdA, prEsidEntE da Câmara dE ComérCio amEriCana do rio dE JanEiro
Na vanguarda para obter resultados
É com muito entusiasmo que apresentamos, nesta edição, a nova diretoria da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), que tomou posse em 16 de abril, mesmo dia em que nossa entidade completou 102 anos de atuação. Ao lado de líderes de visão, continuarei minha gestão, com empenho e compromisso, trabalhando para concretizar os pleitos e defendendo os interesses dos nossos mantenedores e associados.
Caminhamos para a metade do ano e sabemos que em outubro teremos uma tarefa de muita responsabilidade: decidir o futuro do nosso País, elegendo os candidatos com os atributos cer-tos para governá-lo e também o estado. Visando participar mais ativamente desse importante processo democrático, desde o final do ano passado a Câmara se mobiliza para criar uma pauta propositiva a ser entregue aos pré-candidatos.
Aumentar a dinâmica entre os setores público e privado tem se mostrado uma maneira inova-dora e eficiente para obtermos resultados. Um exemplo é a boa interface mantida entre a indús-tria de óleo e gás e o Ministério de Minas e Energia (MME), que está resultando no destravamen-to do setor e pavimentando o caminho para a tão aguardada retomada.
Agora, nossa estratégia é fazer o mesmo com outros segmentos da economia com potencial tão grande quanto o do petróleo, mas que ainda necessitam de um ambiente institucional mais atrativo para receber novos investimentos. Identificamos que, muitas vezes, a falta de interação e diálogo entre os diversos agentes é o maior entrave para alavancar alguns segmentos. Ademais, ao se investir numa economia mais diversificada, o estado ganha sustentabilidade econômica e desenvolvimento. Temos muito a explorar.
Entre os vetores da economia, acreditamos que o Turismo será o grande responsável pela retomada do crescimento econômico do estado. Nosso engajamento com os players do setor sempre existiu e está ainda mais intenso. Na agenda de temas prioritários do comitê de Turis-mo e Negócios da AmCham Rio – que já promoveu dois encontros este ano, o último ocorrido em 17 de abril – constam ações coordenadas para fomentar o turismo de lazer e de negócios. Porém, a iniciativa de maior impacto será o engajamento com o poder público para endereçar nossa agenda de pleitos em Segurança Pública, que hoje representa o principal desafio não apenas para essa indústria, mas para o ambiente de negócios como um todo e para todos que vivem e trabalham no Rio de Janeiro.
Estar na vanguarda para desenvolver as pautas dos nossos públicos-alvos é o objeto do trabalho da Câmara. Por isso, a matéria de capa traz um panorama do setor elétrico brasileiro, que vai passar por profundas alterações frente a uma possível nova regulamentação e a presença cada vez mais forte das fontes de energia renováveis na matriz energética brasileira. Tecnologias disruptivas é outro assunto desta edição, e mostra como o mundo digitalizado está transformando a vida das pessoas e das empresas.
Boa leitura.
Edição 304 Brazilian Business_9
MERCADO
8_Edição 304_abr/mai/jun 2018
O Rio de Janeiro é a porta de entrada da grande maioria dos turistas que vêm ao Brasil. Só em 2017, 3,04 milhões de turistas estrangeiros
e 5,71 milhões de turistas nacionais movimentaram, respectivamente, 10,45 bilhões e R$ 15,48 bilhões na economia do estado. Eventos consagrados e reconhe-cidos internacionalmente, como Réveillon e Carnaval – que juntos geram uma renda de cerca de R$ 6,5 bi-lhões, atraindo uma média de 2,4 milhões de turistas todos os anos – sempre impulsionaram o turismo. Mas o Rio de Janeiro como um todo tem um potencial turístico extraordinário, que andou esquecido e agora parece ressurgir com toda força graças a um movi-mento firme e articulado.
Do governo à sociedade civil, a conjunção de es-forços vem de toda parte e com o objetivo de promo-ver o turismo como importante vetor da economia, tornando-o parte fundamental do projeto de recu-peração financeira do estado. Foi com esse propósito que o Ministério da Cultura (MinC), em parceria com os governos federal e estadual, prefeitura e iniciativa
Novo impulsona economia do Rio de Janeiro
Bianca [email protected]
Setor de Turismo se une para alavancar o potencial econômico do Estado
privada, criou, em setembro de 2017, o Rio de Janeiro a Janeiro, programa com alto impacto so-cioeconômico, que visa expandir o calendário tradicional de even-tos e viabilizar novos projetos capazes de atrair investimentos e turistas, criando assim opor-tunidades de emprego e renda. Dados oficiais do MinC mostram que dos 617 projetos aptos a par-ticipar da iniciativa, 154 já foram
selecionados. A expectativa é de um impacto de R$ 13,2 bilhões na econo-mia do estado, mais 351 mil postos de trabalho e arrecadação de R$ 773 mi-lhões em tributos.
“Depois de sediar dois eventos globais, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de 2016, o Rio de Janeiro se consagrou na vitrine mundial como uma cidade preparada para receber seus visitantes e também capacitada para eventos de grande porte. Mesmo com a crise eco-nômica, toda essa visibilidade deixa o Rio de Janeiro com uma expectativa positiva para o futuro do turismo, que mostra ser a solução mais imedia-ta para reverter esse quadro”, afirma Marcelo Alves, presidente da RioTur, acreditando na vocação da cidade para a realização de grandes eventos, como
a Jornada Mundial da Juventude, os Jogos Militares, o Rock in Rio, além de congressos, feiras nacionais e interna-cionais, festivais de música e de cultura.
Paralelamente a um calendário atrativo, há um consenso entre os players sobre a urgência em se resgatar a imagem do Rio e restaurar a credibilidade da cidade enquanto destino de lazer e negócio. E isso só será possível com a melhoria da Segurança Pública, que deve estar garantida. “Temos que pensar na violência figurando no topo da lista dos principais entraves ao turismo. Este tema, que convive com os cariocas por longa data, vem se agravando nos últimos tempos, sobretudo com a crise econômica”, diz Marcus Juste, vice-presidente do comitê de Turismo e Negócios
“ACREDITO qUE O RIO DE JANEIRO É PEÇA
FUNDAMENTAL PARA O SETOR TURÍSTICO DO PAÍS, COM A IMPORTANTE FUNÇÃO DE LIDERAR O CRESCIMENTO
COMO UM TODO”
MARCuS JuSTE, VICE-PRESIDENTE DO COMITê DE TuRISMO E NEGóCIOS DA
AMCHAM RIO E GERENTE DE VENDAS DA DElTA AIR lINES
ACERVO DElTA AIR lINESHAMDAN
“MESMO COM A CRISE ECONôMICA, TODA ESSA VISIBILIDADE DEIXA O RIO DE JANEIRO COM UMA
EXPECTATIVA POSITIVA PARA O FUTURO DO TURISMO, qUE MOSTRA SER A SOLUÇÃO MAIS IMEDIATA PARA
REVERTER ESSE qUADRO”
MARCElO AlVES, PRESIDENTE DA RIOTuR
MERCADO
Allan [email protected]
VAlENTIN RODRIGuEz
Edição 304 Brazilian Business_11
MERCADO
10_Edição 304_abr/mai/jun 2018
da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) e gerente de Vendas da Delta Air Lines.
Em recente reunião, realizada na AmCham Rio com a participação de representantes de quase toda a cadeia produtiva do setor, foi possível articular uma iniciativa coletiva para endereçar o tema do combate a violência ao poder público como condi-ção irrestrita ao incremento da atividade turística no estado. Outros temas convergentes também se-rão trabalhados pelos integrantes do comitê, como o incentivo fiscal para atração de turismo de negó-cios. O setor entende que deveria haver uma revi-são nas leis municipais ou estaduais para dar mais incentivo à realização de grandes eventos na cidade ou no estado.
“O Rio possui grande apelo para realização de eventos, mas é inegável que precisa haver um es-forço conjunto entre os setores público e priva-do para revisitar as leis que regem essa atividade. O legislador precisa ouvir as demandas, queixas e boas sugestões de quem investe nessa área; do outro lado, o setor privado deverá cumprir as regras com objetivos claros, de fácil execução e entendimento. Atualmente, a sensação do operador de eventos é que as leis existentes servem de base para aplica-
ções infundadas de autos de infração e lançamentos de multas administrativas”, diz Angelica Heringer, diretora Jurídica do Grupo CSM Brasil, especializado em eventos esportivos de grande porte.
“Com os grandes eventos que aconteceram, o Rio de Janeiro expandiu sua rede hoteleira, bem como recebeu obras de infraes-trutura que melhoraram a qualidade dos transportes e revitaliza-ram os ambientes públicos. Acredito que o cenário evoluiu muito nos últimos anos e que a oportunidade está criada para que o turismo exerça um papel protagonista em nossa economia. Indo além, acredito que o Rio de Janeiro é peça fundamental para o setor turístico do País, com a importante função de liderar o cres-cimento como um todo”, destaca Juste.
No campo da promoção, a Rio Convention & Visitors Bureau (RCVB) apresenta projetos como o Roadshow Visit.Rio – que visa levar a marca do Rio de Janeiro para outros estados, geran-do negócios e alavancando a ocupação hoteleira da cidade – e o Meet at Rio, que busca unir os players do setor de congressos para explorar o potencial dos eventos corporativos e buscar alternati-vas aos períodos de sazonalidade. Ainda pensando na imagem do Rio, a RCVB tem um plano de mídia, que busca não apenas ampliar a divulgação, mas gerar conteúdo positivo para contra-por as notícias ruins publicadas diariamente sobre a cidade.
Em contrapartida, o setor tem alcançado alguns sucessos. O acordo de visto eletrônico, em vigor desde janeiro deste ano – que facilita a solicitação de vistos ao Brasil para cidadãos dos Esta-
dos Unidos, Japão, Canadá e Austrá-lia – obteve melhores resultados que o esperado. Segundo a Embratur (Insti-tuto Brasileiro de Turismo), o número de americanos que solicitaram vistos subiu 70% na comparação com o mes-mo período de 2016. Outra grande conquista foi o acordo Céus Abertos (Open Skies), aprovado pelo Senado em 7 de março e aguardando sanção da presidência da República, que vai per-mitir às companhias aéreas oferecerem mais rotas e mais voos entre o Brasil e os Estados Unidos. Atualmente, o Go-verno autoriza a realização de 301 voos semanais entre os dois países. Com o acordo, este número passará a ser deter-minado pelas companhias aéreas.
“O Céus Abertos é bom para o Brasil e para o brasileiro, pois pro-move um aumento do número de viagens e o crescimento do comércio internacional, estimula o desenvolvi-mento econômico e permite que as companhias aéreas ofereçam aos con-
sumidores um serviço mais em con-ta, conveniente e eficiente”, explica Dilson Vercosa Jr, diretor de Vendas Brasil da American Airlines.
Pesquisas mostram que os países que assinam um acordo Céus Abertos observam crescimento de 15,5% do tráfego aéreo em média e um aumento de 75% na oferta de voos entre os dois países envolvidos. Também ocorre crescimento do número de passagei-ros e do fluxo de carga. “Em razão do maior investimento no mercado, esses acordos impactam de maneira positiva o número de postos de trabalho nas in-dústrias de aviação e turismo. Devido ao aumento da competitividade entre as companhias aéreas, a tendência é de redução das tarifas, porém é im-portante ressaltar que existem outros componentes que determinam os pre-ços, como impostos locais e inflação”, observa Vercosa.
De acordo com dados históricos de outros países ao redor do mundo,
a implementação do Céus Abertos resultou em queda no preço de tarifas. Uma pesquisa publicada pelo American Economic Journal em 2015, em vários mercados que o implementaram, as tarifas aéreas tiveram uma redução de preço de cerca de 30%. Segundo a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA), o número total de passageiros em rotas internacionais com origem ou destino no Brasil pode crescer em até 47% quando o acordo for ratificado, aumentando em 6 milhões o número de passageiros internacionais no Brasil.
Por entender que o turismo de lazer e negócios, com todas as suas frentes de atuação, é essencial para a sustenta-bilidade econômica do Rio de Janeiro, a AmCham Rio, através do seu comitê de Turismo e Negócios, irá trabalhar para apresentar aos pré-candidados ao governo do estado uma agenda pro-positiva com recomendações para fo-mentar o segmento.
DADOS DO TURISMO NO ESTADO EM 2017
Edição 304 Brazilian Business_13
POSSE
12_Edição 304_abr/mai/jun 2018
prioridade da Câmara é acompanhar as decisões sobre a internalização do Repetro, mantendo posicionamento firme e recomendando aos parlamen-tares da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) que não sustenham os efeitos do Decreto 48.244, nem restrinjam os benefícios do Regime à fase de exploração somente.
Alguns feitos obtidos mereceram ser lembrados durante a cerimônia. A missão de defesa de interesses a Brasília, que colocou a AmCham Rio como importante canal de diálogo entre empresas do segmento de petróleo e gás e o setor público,
A cerimônia de posse da nova diretoria da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) para o biênio
2018-2019 foi duplamente celebrada no dia 16 de abril, data em que a entidade completou 102 anos de fundação. Realizada no Hilton Copacabana, o evento foi liderado pelo presidente Pedro Almeida e contou com a participação do embaixador dos Estados Unidos no Brasil, P. Michael Mckinley; do cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, James Story; Jorge Nóbrega, presidente executivo do Grupo Globo e convidado especial, além de autoridades, presidentes e diretores de grandes empresas.
Nova diretoria assume engajadana retomada econômica do RioBianca [email protected]
MARCElO CORTEz
Entre os mais de 200 convidados estavam: Eduardo Gussem, procurador-geral de Justiça do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; Sergio Pimentel, da Secretaria de Estado da Casa Civil e Desenvolvimento Econômico; Eliane Lustosa, diretora do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social); Geiza Rocha, subdiretora-geral da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro; José Graça Aranha, diretor da Organização Mundial da Propriedade Intelectual; Marcelo Haddad, presidente do Rio Negócios; Michael Nagy, diretor do Rio Convention & Visitors Bureau; Reinaldo Paes Barreto, diretor de Comunicação da Secretaria de Estado de Turismo; Lucio Macedo, vice-presidente da Riotur.
O evento foi aberto com um agra-decimento à diretoria anterior, pelo engajamento e parceria demonstra-dos ao longo de 2017, um ano de muito trabalho na busca de soluções para maior incentivo às atividades e destravamento de diversos setores importantes da economia.
Em seguida, Pedro Almeida fez uma convocação aos novos diretores, ressaltando que em 2018 não será di-ferente. “Temos pela frente um ano ainda mais desafiador. Vivemos a ex-pectativa de que o Rio de Janeiro pas-se por uma completa transformação e volte ao ciclo econômico pujante e virtuoso de tempos atrás”, e comple-tou: “Com o apoio dos nossos 13 co-mitês, seguiremos trabalhando com muita dedicação para dar continuida-de às ações iniciadas em nossos temas prioritários”. Atualmente, a maior
“TEMOS PELA FRENTE UM ANO AINDA MAIS DESAFIADOR”
PEDRO AlMEIDA, PRESIDENTE DA AMCHAM RIO
MARCElO CORTEz
POSSE
POSSE
14_Edição 304_abr/mai/jun 2018
e o engajamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) nos pleitos da indústria. Ainda na área de energia, a Câmara realizou um seminário para discutir os desafios do uso de fontes intermitentes, com a participação dos principais players do setor elétrico e público expressivo.
Outro ponto relevante levantado durante a posse foi a ne-cessidade de o estado investir na diversidade da sua base eco-nômica, buscando o desenvolvimento de setores para os quais ele possui vocação, como turismo, indústria criativa, farma-cêutica, moda e audiovisual.
Durante seu discurso, o presidente da Câmara destacou a parceria com instituições estrangeiras e com o Consulado Americano, e observou que essa aliança tem possibilitado ex-pandir ações e motivar a troca de experiência em nível global.
Uma das últimas iniciativas em conjunto possibilitou conhecer novas práticas de gestão de licen-ciamento ambiental, o que hoje é assunto de extrema importância para o Brasil.
Reforçando a cooperação entre as duas instituições, o embaixador P. Michael Mckinley falou da relação histórica e contínua entre Brasil e Estados Unidos. Destacou que o trabalho dos dois países vai continuar neste ano de transição para que sucessos sejam alcançados, como o visto eletrônico e o Open Skies – iniciativas que visam incentivar a vinda de turistas americanos ao Rio de Janeiro, alavancando o turismo do estado. “Os prognósticos para o Brasil são bons. Estão ocorrendo mudanças que irão contribuir para a indústria do petróleo no Rio de Janeiro e uma expansão evidente no mercado de serviços de vários setores. Isso melhora o potencial para investimentos e aumenta o otimismo das Câmaras de Comércio”, disse.
James Story, que se despede do cargo de cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, foi gentilmente convidado a subir ao palco. Em clima de
“OS PROGNÓSTICOS PARA O BRASIL SÃO BONS. ISSO
MELHORA O POTENCIAL PARA INVESTIMENTOS E AUMENTA
O OTIMISMO DAS CâMARAS DE COMÉRCIO”
P. MICHAEL MCKINLEY, EMBAIXADOR DOS EUA NO bRASIl
MARCElO CORTEz
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TEz
MARCElO CORTEz
James Story subiu ao palco em clima de despedida
Pedro Almeida falou para mais de 200 convidados Pedro Almeida falou para mais de 200 convidados
Edição 304 Brazilian Business_17
POSSE
16_Edição 304_abr/mai/jun 2018
que se crie uma agenda viva e de impacto, que mobilize governo e sociedade como um todo a agirem. “Queremos mostrar que podemos e devemos agir para mudar a realidade negativa que enfrentamos. E o papel dos nossos veículos é incentivar o debate e acompanhar a execução das propostas”, afirmou Nóbrega.
Ciente de que este será um ano de muitas transformações e mudanças, a começar pelas eleições, que irão ditar o futuro do Brasil e os rumos da sociedade para os próximos quatro anos, o presidente da AmCham Rio reafirmou o compromisso da enti-dade em engajar-se profundamente e promover discussões para criar uma pauta propositiva que alinhe, de forma estratégica e exequível, os interesses de investidores, empresários, governo e da sociedade. “Temos a ambição de levar esta pauta aos pré-can-didatos para que eles conheçam as prioridades e entendam quais são os atuais entraves para o desenvolvimento dos principais segmentos da economia. Esperamos que eles considerem nossas propostas como base para as suas plataformas de governo”, con-cluiu Pedro Almeida.
Patrocinaram o evento na categoria master: Bradesco Seguros, Chediak Advogados e Med-Rio Check-up; Porto do Açu e PwC, na categoria patrocínio; Prudential do Brasil, como copatrocínio. E apoiaram: Hilton Rio de Janeiro Copacabana, Iberostar 70 Park Avenue, MJV Technology & Innovation e Tocantins Advogados.
despedida e sem tantas formalidades, ele dividiu um pouco da sua experiência no Brasil, país que o acolheu e onde ele afirmou ter sido muito feliz.
Jorge Nóbrega, presidente executivo do Grupo Globo, começou seu discurso associando os 93 anos de existência do Grupo aos 102 anos da Câmara, destacando atributos como longevidade e compromisso, inerentes às duas. E continuou, afirmando que a sociedade civil precisa de instituições de articulação e integração, que planejem ações concretas visando o desenvolvimento dos setores em que atuam. “Isto é desejável e necessário para o processo democrático, e representa uma forma de exercício da cidadania”, afirmou, acreditando que a AmCham Rio reúne credibilidade e competência para desenvolver e apoiar uma agenda de fortalecimento e desenvolvimento do Rio.
Na linha das ações e dos movimentos sociais que estão sendo criados com o objetivo de divulgar ideias que agreguem valor à cidade, Nóbrega falou sobre o Reage Rio, trabalho desenvolvido pelos jornais O Glo-bo e Extra, que reuniu grupos de especialistas para debater acerca de seis áreas: segurança, mobilidade urbana, economia, políticas públicas (educação e saú-de), ética e turismo, para identificar 50 propostas para ajudar o Rio a sair da crise. A compilação foi apresen-tada em agosto do ano passado e a expectativa é de
A propagação de notícias falsas ou enganosas com o objetivo de beneficiar interesses ocultos sempre exis-tiu, mas virou um fenômeno nos últimos tempos. É uma ação, no mínimo, antiética e que infringe o direito e cau-sa danos a pessoas ou instituições.
A veloz circulação de informações mal ou não apura-das através das redes sociais está deturpando os valo-res da sociedade e podem influenciar as eleições gerais deste ano – como aconteceu no último pleito america-no. A jurisprudência brasileira sobre crimes virtuais contra a honra vem se consolidando com a elaboração de projetos de lei que visam o combate às fake news e o agravamento das penas.
O papel dos veículos de comunicação é de suma importância, pois consiste na checagem dos fatos e na identificação do que pode ou não ser comprovado neste processo. “É responsabilidade do jornalismo profissional fazer a curadoria de notícias, garantir a correta apuração dos fatos, ouvir as diferentes versões e identificar as situações mal explicadas”, corroborou Nóbrega. E cabe também ao leitor buscar as fontes do que lê, e evitar compartilhar notícias que não tenham sua veracidade garantida.
Tema Fake News é abordado durante a cerimônia
“qUEREMOS MOSTRAR qUE PODEMOS E DEVEMOS AGIR PARA MUDAR A REALIDADE
NEGATIVA qUE ENFRENTAMOS. E O PAPEL DOS NOSSOS VEÍCULOS É INCENTIVAR O DEBATE E ACOMPANHAR A EXECUÇÃO DAS PROPOSTAS”
JORGE NÓBREGA, PRESIDENTE EXECUTIVO DO GRUPO GLOBO
MARCElO CORTEz
Edição 304 Brazilian Business_19
No último leilão (A-4), promovido pelo governo federal no dia 4 de abril para contratar novos projetos com entrega de energia para 2022, inves-tidores interessados em colocar mais de R$ 5 bilhões na construção de cer-ca de 1 GW foram atraídos pelo va-lor mais baixo já comercializado em energia eólica (US 35/MWh), o que se consolidou de vez no sistema. Prova disso é que o Brasil, além de ocupar o 8º lugar no ranking mundial de ca-pacidade instalada de energia eólica (12,3 GW) – e em solar, que registra avanços importantes – recentemente atingiu 1 GW em projetos operacio-nais da fonte solar fotovoltaica conec-tados à matriz elétrica.
Essas fontes de energia estão cres-cendo e ganhando robustez, podendo representar quase 40% na matriz ener-gética do País, o que impõe mais desa-fios, tornando a operação do sistema ainda mais complexa. “O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) vem trabalhando muito no aperfeiço-amento de modelos de previsão, tanto de geração eólica, quanto solar. Na me-dida em que essas fontes intermitentes vão ganhando participação significati-va na matriz, precisamos investir forte-mente em previsão, sobretudo naquela que é feita com 24 horas de antecedên-cia”, informa Marcelo Prais, secretário--geral do ONS. Tal complexidade está na agenda energética mundial de to-dos os grandes operadores, em países como Alemanha, Espanha, Austrália, Índia e China, onde o uso de renová-veis já é acentuado.
O grau ideal de participação das fontes renováveis na matriz ainda é uma pergunta para a qual o setor bus-ca resposta. O ONS está participando de um estudo quantitativo – liderado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e pela GIZ/Agência Alemã para Cooperação Internacional – e este apontará os impactos e os requisitos necessários à penetração maciça de
A segurança energética é uma preocupação mundial constante e, no Brasil, o assunto é cada vez mais objeto de discussão. A atual configuração do mercado, associada a fatores conjunturais e à
presença mais forte das fontes intermitentes na matriz elétrica impul-sionam uma mudança que já começou e promete alterações de grande porte no modus operandi do sistema elétrico brasileiro.
O cenário da produção de energia elétrica vem mudando ao longo dos anos. Até o ano 2000 não havia muita diversificação. A preponde-rância era das usinas hidrelétricas, que respondiam por 90% da produ-ção e os outros 10% eram complementados com energia térmica con-vencional, como carvão mineral, pouquíssimas usinas a gás e Angra 1.
Dezoito anos depois, o setor vivencia uma grande mudança de pa-radigma. Existem hoje duas questões em relação às hidrelétricas. A primeira relacionada ao fato de as mesmas estarem distantes do centro de carga, na região Norte do País, sendo preciso dispor de extensas li-nhas de transmissão para distribuir toda a energia gerada. No Sudeste/Centro-Oeste, onde está concentrada cerca de 60% de toda a carga do País, o potencial para o desenvolvimento de novas hidrelétricas está praticamente esgotado. A segunda questão diz respeito ao fato de as novas hidrelétricas serem a fio d’água, ou seja, sem reservatórios de acumulação. E o surgimento das fontes não convencionais, que come-çaram a se desenvolver em 2005 a partir do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica (Proinfa), com a operação das primeiras usinas eólicas, também abriu fronteiras para mudanças.
Seguindo uma tendência mundial, o Brasil apostou na diversida-de da matriz energética e hoje mais de 43% de toda a energia con-sumida no País vem das renováveis. No mundo, essa participação não chega a 14%. Na matriz elétrica, essa proporção é ainda mais importante: em 2016 superou 81%, enquanto no mundo essa parti-cipação não chegou a 22%.
“Diferentemente dos combustíveis fósseis, o processo de geração de energia a partir de fontes naturais, por utilizarem forças como as cor-rentes dos ventos e o curso dos rios, evitam, necessariamente, impactos ambientais em nível planetário, como o incremento do efeito estufa e agressões diversas à atmosfera”, explica o presidente da Ecology Brasil, Paulo Mario Correia Araújo.
De acordo com o Plano Decenal de Expansão de Energia, que projeta cenários até 2026, o Brasil fechou 2017 com 155 GW (giga-watt) de capacidade instalada, dos quais 26 GW advindos de fontes renováveis. Segundo previsões, o País vai crescer 43% em capacidade instalada em dez anos, chegando a 212,5 GW, e esse crescimento tem como base as energias alternativas, com destaque para a solar, que crescerá 5% em 2026, e eólica, que passará de 7% para 13%.
Bianca [email protected]
A consolidação das fontes intermitentes como anova base de geração de energia exige mudançasde grande porte no sistema elétrico brasileiro
ABRINDOCAMINHO PARAAS RENOVÁVEISQual o equilíbrio ideal das fontes na matriz energética brasileira?
CAPA
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CAPA
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fontes renováveis não convencionais na matriz. “As novas renováveis, além de não serem controláveis, têm uma pe-culiaridade; o baixo nível de contribuição de inércia. Uma hidrelétrica, por exemplo, tem capacidade de responder às variações que acontecem no sistema quase que instanta-neamente. Algumas térmicas também são capazes de fazer isso, mas as novas renováveis não. Por isso, investe-se em mecanismos de automação eletrônica para que essas usi-nas possam de alguma forma contribuir um pouco com o sistema”, observa Prais.
O Ministério de Minas e Energia (MME) encaminhou à Presidência da República a proposta do Projeto de Lei (PL) referente à reforma do setor elétrico, abrangendo uma gama de alterações significativas há muito aguarda-das. O texto final da proposta é resultado de discussões no âmbito da Consulta Pública n. 33/2017, promovida pelo MME com a participação massiva de todo o setor.
“A proposta traz alterações destinadas à modernização do setor e decorre do crescente desejo do poder público de fomentar as atividades negociais, com foco na comercializa-ção de energia, mas prezando pelo fortalecimento da segu-rança no atendimento à demanda e na correta sinalização de cada um dos componentes, fortalecimento este viabili-zado pela redução de entraves regulatórios e legislativos”, explica Laura Souza, do Machado Meyer Advogados.
A expectativa é de que o atual modelo de negócio so-fra mudanças estratégicas na regulação e nos modelos de contratação para oferecer mais garantia quanto aos ris-cos dos investimentos, maior segurança jurídica e menor judicialização. Essa alteração criará as condições neces-sárias para atrair investimentos em um mercado mais competitivo e eficiente.
Energia renovável como estratégia de negócio
A matriz brasileira é muito rica quanto à diversida-de de fontes. Isto traz segurança à área do abastecimento e coloca o Brasil em posição de vantagem sobre outros países. Para citar um caso, em 2009, em meio a uma cri-se hidrológica acentuada do rio São Francisco, a região Nordeste produziu tanta energia eólica que foi possível exportar para outras regiões, o que mostra o potencial da complementariedade das fontes intermitentes.
“NA MEDIDA EM qUE ESSAS FONTES INTERMITENTES VÃO GANHANDO PARTICIPAÇÃO
SIGNIFICATIVA NA MATRIZ, PRECISAMOS INVESTIR FORTEMENTE EM PREVISÃO, SOBRETUDO NAqUELA qUE É FEITA COM 24 HORAS DE
ANTECEDÊNCIA”
MARCElO PRAIS, SECRETáRIO-GERAl DO ONS
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Fonte: Estudos Preliminares para o PEN 2018 | Capacitade instalada e participação por Fonte (MW e %)(*) Biomassa com CVU
Projeto de Lei para um mercado energético mais competitivo e eficiente
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Para a Wärtsilä, as fontes renováveis são o futuro da matriz energética, não apenas no Brasil, mas em nível global. “Quando essas fontes atuam como energia de base, as usinas flexíveis a gás natural ganham desta-que, conferindo confiabilidade ao sistema sempre que houver necessidade, sobretudo na falta de chuvas, de vento ou sol”, aponta Gabriel Cavados, gerente de De-senvolvimento de Negócios.
Outras empresas estão direcionando seus negócios para as renováveis. No radar das petroleiras estrangeiras operadoras do pré-sal estão oportunidades não apenas na área de exploração e produção (E&P), como também no mercado de gás natural. A Total vai ter papel impor-tante na produção de gás, operando no pré-sal da Bacia de Santos, com participação nas áreas de Libra, Lapa e Iara. A Statoil vai ainda mais longe com a mudança do nome para Equinor a fim de se posicionar como uma companhia ampla de energia, e com a aquisição de 50% da empresa Scatec Solar, para executar o projeto de ge-ração solar de Apodi (162 MW), no Ceará.
A representatividade das energias renováveis na matriz brasileira, tanto elétrica quanto energética, motivou o governo brasileiro a iniciar o processo de adesão à Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA), que visa impulsionar a cooperação e a troca de informações entre os países que almejam o desenvolvimento em renováveis, incluindo bioenergia.
Amilcar Guerreiro, diretor de estudos de Energia Elétrica na EPE, explica que como país-membro, o Brasil poderá participar mais ativamente dos fóruns internacionais que promovem o debate sobre temas relevantes da agenda energética internacional, bem como se beneficiar das ferramentas e iniciativas desenvolvidas. “Acredito que podemos contribuir muito com a Agência e os países-membros, pois o Brasil é pioneiro em uma série de políticas para inserção de energias renováveis que mais tarde servirão de referência para vários outros países”, observa. Ainda segundo Amilcar, a participação brasileira na IRENA contribuirá para a Plataforma Biofuturo, iniciativa do Ministério das Relações Exteriores (MRE), que conta com a participação do MME e viabilizará os compromissos estabelecidos na Rio+20, nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e no Acordo de Paris.
Por ser um combustível limpo e flexível, o gás pode sustentar o crescimento das fontes renováveis na matriz elétrica. Dados de fevereiro do Boletim Mensal de Produção de Petróleo e Gás Natural da Agência Nacional
do Petróleo (ANP) mostram que os campos marítimos produziram 83,5% de gás natural. No entanto, causas como a inflexibilidade do sistema e a necessidade de altos investimentos para escoar a produção fazem com que
apenas metade do que é produzido offshore converta-se em oferta doméstica. Pelo lado da demanda, as termelétricas consomem metade de todo o gás natural disponível.
Por esta razão, a Eneva, empresa integrada de energia, apostou no modelo Reservoir-to-Wire, em que produz gás natural em terra, no interior do Maranhão, para abastecer suas térmicas localizadas nas proximidades. “Considerando o potencial das bacias terrestres brasileiras, os benefícios advindos de sua exploração e a necessidade de aumentar a oferta interna de gás natural, acreditamos neste modelo e vemos oportunidades de replicá-lo. O País continuará demandando energia, e a expansão das fontes renováveis deve ser suportada por um colchão firme proveniente de energia térmica”, informa Henrique Rzezinski, ex-diretor de Relações Institucionais da empresa. Ele acrescenta que a partir de modelos integrados gas-to-power é possível financiar as atividades de E&P em terra a partir da receita fixa proveniente das térmicas. Este modelo ainda tem o benefício de gerar energia a um custo competitivo.
O Brasil pode vir a ser um dos grandes players na pro-dução mundial de gás natural. Está em discussão no Go-
verno a aprovação do programa Gás para Crescer, iniciativa que promete mudanças importantes no marco re-gulatório deste insumo e prevê um ambiente de maior abertura para em-presas privadas, tanto na distribuição quanto na comercialização do gás. A Petrobras decidiu reduzir sua partici-pação na indústria e, com isso, o setor privado poderá assumir papel impor-tante nessa expansão.
De acordo com Marcio Félix, se-cretário executivo no MME, é preciso mais integração com o setor elétrico para impulsionar a geração térmica a gás, que é visto como o combustível de transição para fontes mais limpas.
“Tem de haver um sincretismo ener-gético. Não tem energia boa ou ruim. Todas juntas promovem o sucesso da matriz energética do País”, conclui.
Existe um potencial grande, que já é realidade em outros países e vai se tornar tendência também no Brasil, que é a Geração Distribuída (GD), ou seja, a instalação de diversos polos de geração de energia junto aos pontos de consumo, utilizando a tecnologia de geradores, dos painéis fotovoltaicos e das Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCHs).
“A geração distribuída com solar alivia a rede de distribuição e gera economias para o consumidor e a rede como um todo. Além disso, a fonte utiliza os telhados das áreas já construídas e não demanda o uso de novos espaços”, explica Maurício Bähr,
Gás vai sustentar o crescimento das renováveis na matriz elétrica
“ACREDITO qUE PODEMOS CONTRIBUIR MUITO COM A AGÊNCIA E OS PAÍSES-MEMBROS, POIS O BRASIL
É PIONEIRO EM UMA SÉRIE DE POLÍTICAS PARA INSERÇÃO DE ENERGIAS RENOVÁVEIS qUE MAIS TARDE SERVIRÃO DE REFERÊNCIA PARA VÁRIOS
OUTROS PAÍSES”
AMIlCAR GuERREIRO, DIRETOR DE ESTuDOS DE ENERGIA ElÉTRICA NA EPE
Com o futuro surgem as oportunidades
“TEM DE HAVER UM SINCRETISMO ENERGÉTICO. NÃO TEM ENERGIA BOA OU RUIM. TODAS JUNTAS PROMOVEM O SUCESSO DA MATRIZ
ENERGÉTICA DO PAÍS”
MARCIO FÉLIX, SECRETáRIO EXECUTIVO NO MME
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CEO da Engie, empresa que tem onze projetos registra-dos no Brasil no Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), incluindo o da hidrelétrica de Jirau, o maior em ener-gia renovável já registrado no MDL no mundo.
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tem avançado muito na regulação da GD, mas a liberaliza-ção dos mercados na distribuição pode oferecer estímu-los muito fortes a este modelo de negócio. O mercado livre se desenvolve em um cenário em que o consumidor está habilitado para escolher o seu fornecedor de energia. Esta é uma mudança importante na estrutura do setor, que já ocorre no mercado internacional e o Brasil deve experimentar no futuro. Um dos principais benefícios desse modelo é a redução de custos, ou seja, pagar um va-lor menor do que o praticado pelo mercado cativo, com a vantagem da customização dos serviços e produtos para melhor atender as necessidades do consumidor.
“Três grandes tendências podem ser identificadas no setor elétrico. A primeira é a descentralização: o consumidor deixa de ser passivo e se torna elemento ativo no sistema; a segunda é a eletrificação, com o aumento da
participação dos aparatos elétricos, com destaque para os carros elétricos e medidores inteligentes; e a terceira, digitalização, que possibilita o sistema operar de forma automática e em tempo real com tecnologia de automação na rede. Estas mudanças vão demandar a reinvenção de todos os atores que participam da cadeia do setor
elétrico”, informa Alessandra Amaral, diretora-presidente da Energisa Comercializadora e presidente do comitê do Setor Elétrico da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio). “A infraestrutura tem que ser mais flexível para acomodar as novas tecnologias”, complementa ela.
Estas tendências foram detalhadas no estudo “O fu-turo da eletricidade”, elaborado em cooperação com a Bain&Company e apresentado no Fórum Econômico Mundial. De fato, o que se observa atualmente é o cres-cimento de um perfil de cliente cada vez mais exigente, preocupado em consumir energia limpa e com a emissão dos gases de efeito estufa; e engajado, pois quer participar do processo, ter poder de escolha e valorizar a transpa-rência. Assim surgiu o termo ‘prosumer’ para definir o consumidor que produz e consome sua energia – e este já evolui para ‘prosumage’, aquele que produz, estoca e consome sua energia.
“TRÊS GRANDES TENDÊNCIAS PODEM SER IDENTIFICADAS NO SETOR ELÉTRICO. ESTAS
MUDANÇAS VÃO DEMANDAR A REINVENÇÃO DE TODOS OS ATORES qUE PARTICIPAM DA CADEIA”
AlESSANDRA AMARAl, DIRETORA-PRESIDENTE DA ENERGISA COMERCIAlIzADORA E PRESIDENTE DO COMITê DO SETOR ElÉTRICO DA
AMCHAM RIO
O País avançou muito no passado com a criação de políticas energéticas. Em 1974, quando o Proálcool foi desenvolvido, ele alcançou protagonismo na produção e uso de bioenergia, consolidando o etanol como excelente alternativa ao uso da gasolina.
Agora, uma nova política nacional de biocombustíveis chama a atenção de outros países. O objetivo é expandir a produção, com base na previsibilidade, na sustentabilidade ambiental, econômica e social, e em compatibilidade com o crescimento do mercado, fixando metas nacionais de redução de emissão de gases de efeito estufa a partir da certificação da produção de biocombustíveis. Grandes potências econômicas mundiais acreditam que esses créditos podem ser os primeiros a serem de fato monetizados.
“O Renovabio é um mecanismo verde, moderno e pioneiro, que vai possibilitar a monetização dos créditos de carbono. O Crédito de Descarbonização por Biocombustíveis (CBio) será um ativo financeiro negociável em bolsa, emitido pelo produtor através de meritocracia em que os produtores que gerarem mais energias limpas, com a menor Pegada de Carbono, terão o maior CBio. Isso terá grande valor de mercado para o País, afirma Marcio Félix.
O Brasil pode se tornar benchmark mundial em biocombustíveis
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“A introdução de tecnologias inovadoras de geração de energia vai ocasionar o empoderamento do consumidor, pois além de vender ele poderá escolher a fonte de energia que deseja consumir”, prevê Felipe Gonçalves, superintendente de Ensino e P&D da FGV Energia. “A entrada de novos agentes, a descentralização do modelo e a introdução de tecnologias disruptivas para buscar a modernização abrem uma grande janela de oportunidades para investimentos no setor, sobretudo com a venda de bens de consumo e a oferta de serviços para todo esse mercado”, corrobora o consultor de Energia Elétrica Paulo Cunha, também da FGV Energia.
No dia 10 de abril, o comitê do Setor Elétrico da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio) realizou o seminário Energias Flexíveis e Fontes Intermitentes: desafios e soluções, que reuniu instituições como o Operador Nacional do Sistema (ONS), a Empresa de Pesquisas Energé-ticas (EPE), a FGV Energia e porta-vozes de empresas, como Brookfield Energia Renovável, Engie Brasil e Wärtsilä.
Comandado por Alessandra Amaral, diretora-presidente da Energisa Comecializadora e líder do comitê, o evento teve bastante procura por tratar de tema predominante na agenda energética do Brasil e do mundo. A penetração das renováveis na matriz brasileira de energia suscitou discussões, e estas tran-sitaram desde a necessidade de transformação do sistema elé-trico brasileiro até o novo papel do consumidor na área.
A diversidade de palestrantes permitiu a discussão do tema sob diversos pontos de vista. Marcelo Prais, do ONS, chamou a atenção para a previsibilidade das fontes despacháveis, e o papel importante que elas possuem na matriz energética brasileira. Amilcar Guerreiro, da EPE, ressaltou a posição do Brasil, que ocupa agora o 8º lugar no ranking mundial de capacidade instalada de energia eólica, segundo o Global Wind Energy
Council (GWEC), comprovando que o País incorporou definitivamente as fontes renováveis em sua matriz elétrica.
Sob a perspectiva de empresas do setor, Carlos Gros e Priscila Lino, da Brookfield, apresentaram os principais desafios da intermitência para as comercializadoras, como os impactos no preço da energia, e citaram o ocorrido em 2016 com o Chile, quando a produção de energia solar foi tão intensa que se tornou gratuita e dificultou a geração de receitas pelas usinas, bem como novos financiamentos das empresas.
Luisa Franca, business developer da Engie Brasil, trouxe à tona a tendência de descarbonização global, que deve con-tribuir para a harmonização dos setores e para a consolida-ção do gás como o combustível de transição para as fontes mais limpas.
Gabriel Cavados, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Wärtsilä, alertou que em um sistema em que a penetração de renováveis é alta, pode ocorrer déficit de geração. E con-cluiu que é preciso ter opções suficientes de operar o sistema de modo acessível, confiável e sustentável em longo prazo.
O seminário de energias flexíveis foi a primeira iniciativa realizada em 2018 pelo comitê, que mantém uma agenda to-talmente alinhada aos interesses do setor. Outros temas prio-ritários como Geração Distribuída, Licenciamento Ambiental, Marco Regulatório e o benchmarking a partir de exemplos bem-sucedidos em outros países e a aproximação com entida-des do setor também serão pautas e ações do grupo este ano.
Evento reúne os principais players do setor
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Instituições representativas participaram do evento
Temas importantes da agenda energética mundial atraíram grande público
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Brazilian Business: O Grupo Energisa é hoje um dos principais grupos privados do setor elétrico do Brasil. O que lhe permitiu chegar tão longe?
Ricardo Botelho: O Grupo Energisa é centenário e atua há 113 anos em distribuição, comercialização, geração, transmis-são e serviços de energia no Brasil. Desde o início, somos foca-dos na busca pela excelência nos serviços, nos investimentos, em melhores resultados e na constante renovação, por meio da inovação, marca da empresa. Ao longo dos anos, passamos por momentos desafiadores, por inúmeras transformações do mundo e do País, e realizamos grandes conquistas, como a aquisição do Grupo Rede, em 2014, o que nos colocou entre os principais grupos de distribuição do Brasil.
BB: Como é a divisão de operações entre distribuidora, Comercializadora e Energisa Soluções no País?
RB: A distribuição de energia elétrica é a base principal do nosso negócio e somos um dos maiores grupos do Brasil nes-te mercado. Controlamos nove distribuidoras, hoje contamos com mais de 6,5 milhões de consumidores – o que representa uma população atendida de cerca de 16 milhões de pessoas –
em 788 municípios em todas as regiões do Brasil. Também contamos com a Energisa Comercializado-ra, empresa do Grupo que atua desde 2005 na área de venda de energia elétrica no mercado livre, além de oferecer serviços relacionados ao suprimento para grandes consumidores. Já a Energisa Soluções é espe-cialista no desenvolvimento de soluções integradas para o mercado de energia elétrica e atende as mais diversas demandas de clientes de Geração, Transmis-são, Distribuição e Indústrias. No ano passado, en-tramos também no segmento de Transmissão, após leilão realizado em abril pela Aneel (Agência Nacio-nal de Energia Elétrica). O Grupo levou o lote 3, em Goiás, e o lote 26, no Pará. Os dois empreendimentos terão sinergias com regiões de atuação da empresa no Norte e Centro-Oeste do País.
BB: Como o Grupo enxerga a matriz energética brasileira com o crescimento das renováveis?
RB: A ampliação da participação das energias reno-váveis é imperativo global pelas razões climáticas. O avanço tecnológico tem tornado as energias re-nováveis não convencionais mais atrativas e está em expansão. A Energisa foi uma das pioneiras no País na inserção das PCHs (Pequenas Centrais Hidrelétri-cas) na matriz energética, tendo construído dezenas de usinas. Atualmente, a Energisa não atua de forma ativa no mercado de geração de energia, mas no futu-ro, dependendo das oportunidades, podemos avaliar uma eventual retomada a este segmento.
BB: Como a Energisa avalia o futuro da energia no Brasil?
RB: O setor de energia elétrica no Brasil é muito promissor, fundamental e estratégico para assegurar o desenvolvimento econômico do País. Além disso, o mercado oferece muitas oportunidades de cresci-mento em diversos segmentos, como distribuição, transmissão e geração. Em termos globais, o merca-do brasileiro é atraente por ainda ter perspectivas de crescimento e regulação estável. O Grupo Energisa acredita na importância da discussão de um novo marco regulatório para que as mudanças positivas nas leis possam trazer mais atratividade para o setor.
BB: Fale sobre os principais projetos de P&d Tec-nológicos do setor de energia elétrica do Grupo.
RB: Um aspecto que diferencia a Energisa é a ino-vação, parte integrante do DNA e da cultura or-ganizacional da empresa desde o início de nossas atividades. Atualmente, destaco o interesse na di-
gitalização crescente de processos internos com uso de algoritmos analíticos avançados, machine learning e automatização das redes, tornando-as mais confiá-veis e inteligentes. Há enorme potencial também de uso de tecnologia para aprimorar a experiência do cliente, facilitando e o aproximando da empresa.
BB: O grupo prevê investimentos em melhorias, aumento da capacidade instalada ou compra de novas concessionárias para os próximos cinco anos?
RB: A Energisa não comenta previsão de investimen-tos no longo prazo. Podemos dizer que, para 2018, planejamos investir R$ 1,8 bilhão, dos quais cerca de R$ 1,6 bilhão nas nove distribuidoras do Grupo. Nas transmissoras serão investidos cerca de R$ 92 milhões, na consecução dos Lotes 3 e 26 vencidos no leilão de abril de 2017. Com relação ao crescimento do portfó-lio de distribuição, estamos sempre avaliando opor-tunidades de mercado. A participação da empresa na compra de novos ativos dependerá das condições em que estes forem ofertados, mantendo sempre a disci-plina na alocação de capital e robustez nas análises técnicas e financeiras.
BB: O que destaca como principal diferencial da Energisa no mercado?
RB: Inovação, credibilidade e enorme capacidade de execução são marcas da Energisa. Somos uma empresa centenária que tem a capacidade de se reinventar e reno-var sempre, porque o pioneirismo está em nosso DNA. Fomos a primeira empresa do setor a abrir o capital no Brasil, em 1907. Como a mais antiga companhia em ati-vidade no mercado, podemos dizer que nossa visão de longo prazo foi fundamental para chegar até aqui e a bus-ca constante por inovação é um diferencial. Valorizamos a prudência e a solidez financeira e acreditamos em um modelo de gestão que prioriza a eficiência e a qualida-de dos serviços, com proximidade aos clientes, além do cuidado constante com as pessoas e compromisso com todos os stakeholders.
Ser a companhia mais antiga no setor em que atua tem inúmeras vantagens, além de uma imagem sólida perante o mer-
cado. A mais relevante, sem dúvida, é contar com estabilidade suficiente para harmonizar a profunda experiência com a capacidade de se reinventar para acompanhar as demandas e transformações do país e do mundo. Atu-almente, a Energisa conta com cerca de 6,7 milhões de clientes – o que representa uma população atendida de perto de 16 milhões de pessoas – em 788 municípios em todas as regiões do Brasil.
Nesta edição, Ricardo Botelho, diretor- presidente do Grupo Energisa, ressalta como um modelo de gestão, que prioriza a eficiência e a qualidade dos serviços, próximo dos clien-tes, está ajudando a construir uma visão de longo prazo bem-sucedida e consolidando de-finitivamente o perfil inovador da companhia.
Bianca [email protected]
“O setor de energia elétrica no Brasil é muito promissor, fundamental e estratégico para assegurar o desenvolvimento econômico do País”Uma das pioneiras no Brasil na inserção das PCHs na matriz energética, a Energisa acredita e investe no potencial do mercado brasileiro de energia
PERFIL
ACERVO ENERGISA
ACREDITAMOS NA IMPORTâNCIA
DA DISCUSSÃO DE UM NOVO
MARCO REGULATÓRIO PARA qUE
AS MUDANÇAS POSITIVAS NAS
LEIS POSSAM TRAZER MAIS
ATRATIVIDADE PARA O SETOR
“ ”
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
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TRANSFORMAÇÃO DIGITAL
Os negócios estão vivendo um momento histórico de ruptura. E essa transformação
se deve a um conjunto de inovações que vieram com o potencial de remoldar completamente o mundo. Conhecidas como big data, internet das coisas, inteligência artificial e computação cognitiva, estas, entre outras tecnologias, compõem o que hoje conhecemos por quarta revolução industrial.
No ambiente empresarial, as consequências de um mundo altamente digitalizado já são evidentes em todos os segmentos. A concorrência está se intensificando não apenas dentro das indústrias, mas também entre elas. Pense na Apple montando uma empresa de veículos autônomos ou na Tesla se mudando para o fornecimento de energia. As empresas estão mais agressivas e ágeis do que nunca, com modelos de negócios que ignoram os métodos convencionais.
O Global Center for Digital Business Transformation, uma iniciativa do Instituto Metrópole Digital (IMD) e Cisco, diz que “a mudança organizacional é a base da transformação digital dos negócios”. Isso porque mudar a natureza de uma organização significa mudar o jeito que as pessoas trabalham, desafiar pensamentos e processos. Mas e o propósito de tudo isso? Naturalmente, para se tornar mais eficiente, orientada e ágil para responder às demandas e necessidades dos clientes, aproveitando melhor todas as oportunidades de negócio.
Utilizando a blockchain – mesma tecnologia das criptomoedas e dos bitcoins – o projeto Blockchain Cartório 15, pioneiro no Brasil, tem a proposta de trazer comodidade à vida dos usuários de cartórios. “Muito
Bianca [email protected]
O mundo digital está mudando o modo depensar e agir das pessoase das organizações
em breve será possível realizar os serviços cartorários num ambiente totalmente digital e com registro imutável, ou seja, usufruindo de total segurança nas transações”, diz Hugo Pierre, diretor executivo da startup GrowthTech, idealizadora da ideia.
O fato de estarem sempre conectadas faz com que as pessoas gerem um volume enorme de informações. Analisar esse conjunto de dados e extrair algum tipo de insight é o objetivo das tecnologias conhecidas como big data e data science, ferramentas muito indicadas para o marketing digital.
A partir do conteúdo de uma marca, é possível mapear e agrupar os perfis de toda audiência que passa por aquela propriedade digital, bem como minerar dados de redes sociais e traçar perfis que são levados em conta na hora de criar um produto ou um serviço. “Por isso a importância do marketing digital na estratégia de qualquer empresa que deseja ser competitiva na era da informação. A partir da combinação de conteúdo e pesquisa, é possível ser muito
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TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: OS AVANÇOS qUE ESTÃO TRANSFORMANDO A VIDA, OS NEGÓCIOS E A ECONOMIA GLOBAL
TECNOLOGIAS DISRUPTIVAS: OS AVANÇOS qUE ESTÃO TRANSFORMANDO A VIDA, OS NEGÓCIOS E A ECONOMIA GLOBAL
mais assertivo nas estratégias de marketing”, explica Noel de Simone, líder do comitê de Marketing da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio).
Criadora da Watson – plataforma de inteligência artificial que aprende continuamente a partir das suas interações – a IBM realizou um estudo em parceria com a IDC, empresa global de inteligência de mercado, e revelou que mais de 73% dos CEOs consideram a computação cognitiva, ou a inteligência artificial (IA), um item indispensável para o futuro de suas empresas.
Segundo a gigante de tecnologia, a IA impactará um bilhão de indivíduos até o fim deste ano e essa diretriz levou a companhia a investir em um novo negócio, que se define pelo termo Business to Professions ou negócios para profissionais. A ideia é apresentar soluções que atendam aos mais distintos profissionais e indivíduos que necessitam ou desejam utilizar tecnologias inteligentes em seu cotidiano, seja para auxiliar na tomada de decisão ou para extrair insights relevantes de uma grande massa de dados não estruturados, como vídeos, imagens, textos, entre outras fontes. Ainda segundo a empresa, o Brasil é o segundo maior mercado para essa tecnologia, atrás apenas dos Estados Unidos.
Na Medicina, a IA é utilizada desde em bancos de dados com alto poder de consolidação de informações preditivas para propensão epidemiológica e diagnósticos precoces até em aplicativos de gestão de saúde. Outra área que conta com o uso de tecnologia de ponta é a da robótica aplicada a cirurgias. “Considero que a inteligência artificial e a humana podem e devem coexistir. O uso da IA é uma tendência na Medicina e um avanço importante. Porém, a
“CONSIDERO qUE A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL E A HUMANA PODEM E DEVEM
COEXISTIR”
lEONARDO COElHO, DIRETOR COMERCIAl DA AMIl NO RIO DE JANEIRO E DIRETOR DA
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experiência, a sensibilidade e o senso de observação do médico são fatores diferenciais, inerentes à condição humana, que dispensam qualquer tipo de comparação”, destaca Leonardo Coelho, diretor comercial da Amil no Rio de Janeiro e recém-empossado diretor da AmCham Rio.
O mundo hiperconectado trouxe um novo perfil de consumidor que, além de exigente e bem informado, já vivencia experiências muito interessantes em termos de tecnologia em setores diversos, que vão desde mobilidade urbana até hospedagem. O uso de aplicativos de smartphones para ações simples, como fazer uma transação financeira, pedir um táxi, comprar um ingresso e obter um resultado médico já é parte do cotidiano de muitos brasileiros pela comodidade, segurança e rapidez.
No universo das seguradoras, não poderia ser diferente. “Hoje, toda a nossa operação de análise e pagamento de contas médicas e hospitalares é digital, o que tornou o fluxo mais rápido, seguro e transparente para todos os envolvidos. Já na frente de atendimento ao cliente, entendemos que o modelo que gera mais valor para o segurado hoje é o da multicanalidade, ou seja, ter condições de atendê-lo com agilidade e visão única de cliente na plataforma de preferência dele”, informa o diretor de Tecnologia e Estratégia de Relacionamento da SulAmérica, Cristiano Barbieri.
Hiperconectividade traz agilidade, comodidade e segurança
Das soluções mais simples – como os aplicativos procura-dos por empresas que querem estar no mercado mobile para atender consumidores que optam pelos canais digitais – a pla-taformas mais complexas – como a realidade aumentada, que mistura o mundo virtual ao real – a tecnologia é hoje a grande responsável por uma escala de transformações capazes de al-terar o comportamento das pessoas e permitir movimentos mais consistentes e respostas mais ágeis das organizações.
A pesquisa Febraban (Federação Brasileira de Bancos) de Tecnologia Bancária 2017, que mapeia o estágio da tecnolo-
Por conta da evolução tecnológica que o mundo experimenta, traz-se à tona a necessidade de um controle mais visível de toda a parte de segurança. Não basta parecer ser seguro, precisa, efetivamente, ser. “Nunca na história tantos dados foram movimentados livremente. A maioria das pessoas nem tem ideia de quantas informações pessoais estão, de certa forma, disponíveis”, destaca Carlos Affonso S. D’Albuquerque, global CEO da Valid e diretor da AmCham Rio.
“Quando se tem notícia sobre invasões e quebras de segurança digital, o pensamento mais comum é que alguém quebrou a segurança de um datacenter e acessou uma base de dados. Mas essa é a última instância das transações que envolvem a utilização de dados. Existem incontáveis mecanismos que podem interferir nos processos de transporte, utilização e captura de dados e que são muito mais suscetíveis aos ataques”, informa.
O segmento de meios de pagamento ganhou especial atenção. Hoje, há uma diversidade de produtos e serviços de pagamento, tanto para transações físicas quanto eletrônicas. São diversas ferramentas de pagamentos em funcionamento simultâneo no mercado. Desde os tradicionais papéis-moeda, cheque e cartões com chip, até os celulares, os wearables e as recentes tecnologias de validação biométrica, que identificam o usuário pelas digitais, palma das mãos ou reconhecimento facial com detecção de vida.
A nova regulamentação para proteção de dados da União Europeia é uma tentativa de reduzir a vulnerabilidade das informações sobre os indivíduos. A adoção do General Data Protection Regulation mostra claramente o avanço no sentido de proteção ao trânsito e armazenamento de dados.
Tecnologia a serviço da Segurança da Informação
“ENTENDEMOS qUE O MODELO qUE GERA MAIS VALOR PARA O SEGURADO HOJE É O DA
MULTICANALIDADE”
CRISTIANO bARbIERI, DIRETOR DE TECNOlOGIA E ESTRATÉGIA DE RElACIONAMENTO DA SulAMÉRICA
gia bancária no Brasil e suas tendências, mostrou que o uso dos serviços por meio do mobile banking (aplicativos de celulares) tem o maior destaque no meio de relacionamento dos correntistas com os bancos, além de ser o canal de maior preferência do consumidor. Para se ter um comparativo, de 2015 para 2016, o número de transações bancárias passou de 55,7 bilhões para 65 bilhões.
Isso reflete não só uma disrup-tura digital, mas uma mudança sem volta no comportamento de consu-mo. Em uma era onde tudo fica na nuvem e quase nada mais é físico, é preciso ter atenção a quais regras regerão esse novo universo.
O caso envolvendo Facebook e Cambridge Analytica demonstra como é importante para as orga-nizações dispor de procedimen-tos internos atuais e eficazes para preservar a privacidade dos dados
de seus clientes. Na Europa, o Ge-neral Data Protection Regulation (GDPR), é mandatório para em-presas que prestam serviços para o mercado europeu, o que faz com que organizações globais já possu-am ou estejam buscando aprimorar as suas políticas de proteção de da-dos pessoais nesse momento.
“Aqui no Brasil, as regras de compliance ainda se relacionam bastante com investigações inter-nas, tais como corrupção, delação premiada e exposição de autorida-des. Nos países em que essas ques-tões são mais evoluídas, é muito comum o engajamento em políti-cas de compliance voltadas para a área digital. É uma evolução que o Brasil está buscando alcançar”, informa Dirceu Santa Rosa, sócio do Montaury Pimenta, Machado & Vieira de Mello.
“NUNCA NA HISTÓRIA TANTOS DADOS FORAM MOVIMENTADOS
LIVREMENTE”
CARLOS AFFONSO S. D’ALBUQUERQUE, GlObAl CEO DA VAlID E DIRETOR DA
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CONEXÃO GLOBAL
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SelectUSA, programa dedicado à promoção de investimento direto estrangeiro nos EUA, abre uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras que desejam internacionalizar seus negócios
Bianca [email protected]
Cada vez mais as empresas bra-sileiras descobrem os bene-fícios da internacionalização
de suas operações e a relação direta com ganhos de competitividade e au-mento de suas receitas. E os Estados Unidos são o quarto maior destino de investimentos estrangeiros diretos (IED) do Brasil – com destaque para os setores de software e TI, farmacêu-tico e aeroespacial –, os quais, juntos, representam quase 40% do total de empregos gerados por IED brasileiro no mercado americano.
Estudo realizado pela Apex-Brasil, Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Brazil Industries Coalition (BIC), com o objetivo de mapear o crescimento de ativos de empresas nacionais em território americano, revelou que o Brasil foi a economia emergente que mais aumentou seus fluxos de investimentos e hoje figu-ra como o 18º maior investidor nos EUA, ocupando a sétima posição no ranking geral dos países que re-gistram maior crescimento em IED. Entre 2012 e 2016, o crescimento foi de 139%, somando US$ 36 bi-lhões em investimentos.
Brazilian Business: Quais as ini-ciativas que considera de maior relevância durante sua gestão?
James Story: Os Jogos Olímpi-cos de 2016 deixaram um legado de cooperação nas áreas de Segurança Pública, Saúde e Negócios e, com certeza, continuarão a dar frutos nos próximos anos. O novo visto eletrô-nico e a aprovação pelo Congresso do acordo Céus Abertos continuará a unir nossos países e a trazer oportu-nidades comerciais. Nossos progra-
Entrevista: James Story – cônsul-geral dos Estados Unidos no Rio de Janeiro
mas de ensino de inglês e intercâm-bio de estudos levaram mais de 12 mil estudantes aos Estados Unidos e obtiveram sucesso ao trazer institui-ções americanas para o Brasil.
BB: de que forma a parceria en-tre Brasil e Estados Unidos im-pacta no futuro das relações co-merciais entre os dois países?
JS: Nossa relação econômica é um dos pontos fortes da nosso intercâm-bio, e vejo mais oportunidades sur-gindo em benefício dos dois países. Por exemplo, duas missões comer-ciais em novembro passado resulta-ram em inúmeras parcerias comer-ciais bem-sucedidas. Em 2017, 44 empresas brasileiras viajaram com o embaixador para o evento Select USA e, neste ano, esperamos participa-ção ainda maior. No setor de Óleo e Gás, empresas americanas, com seus parceiros aqui no Brasil, devem ter participação forte nos investimen-tos anuais, os quais aumentarão para cerca de 40 bilhões de dólares nos
próximos anos, graças a leilões bem- sucedidos em 2017 e 2018. Compa-nhias americanas investiram quase US$ 1 bilhão dos US$ 2,4 bilhões em bônus oferecidos na 15ª rodada de óleo e gás em março.
BB: Em sua opinião, quais as perspectivas das empresas ame-ricanas no país e o que ainda pode ser feito para que o Brasil atraia cada vez mais investidores americanos?
JS: O Brasil deu passos importan-tes que sinalizam abertura para no-vos negócios. Um bom exemplo é o acordo Céus Abertos, cuja apro-vação estava há muito pendente. O visto eletrônico já resultou em au-mento de quase 100% de viajantes dos Estados Unidos para cá. Esses tipos de liberalizacões que facilitam o intercâmbio de produtos, pessoas e ideias são essenciais para o Brasil crescer e para aumentar o interesse de empresas americanas em investir no mercado doméstico.
Após três anos à frente do C onsulado
Americano no Rio de Janeiro, o cônsul James Story se des-pede do Brasil. Em entrevista à Brazilian Business, ele ressalta
a criatividade e receptividade do ca-rioca e se orgulha da duradoura re-lação entre Estados Unidos e Brasil.
DIVulGAçãO CONSulADO GERAl DOS EuA SãO PAulO
Grande parte dos esforços para es-timular e facilitar a entrada de inves-timentos brasileiros no ambiente de negócios americano deve ser atribu-ído ao programa SelectUSA, do De-partamento de Comércio dos EUA, que entre diversas ações com esse intuito promove o evento SelectUSA Investment Summit. “Sabemos que a internacionalização traz uma série de benefícios para as empresas brasilei-
ras. São melhorias, como o aumento de competitividade empresarial, a di-luição de riscos pela diversificação de mercados e menor dependência do mercado interno, entre outros”, pon-tua Camille Richardson, conselheira comercial do Consulado Americano em São Paulo.
Richardson conta que o programa SelectUSA já deu suporte a mais de 500 empresas, em vários níveis
de assistência, em todo o território brasileiro. Em 2017, o programa facilitou a atração de mais de U$ 130 milhões em investimentos de empresas brasileiras dos mais diversos setores, com ampla oferta de serviços que vão desde o segmento de bem-estar até indústrias. “Além de ser uma excelente plataforma para negócios, o programa é um acelerador de projetos”, destaca Camille. Pesquisas do programa comprovam que mais de 70% dos participantes conseguem realizar seus projetos nos Estados Unidos no prazo de até seis meses.
“O SelectUSA Investment Summit é o maior evento dedicado à promoção
de investimento estrangeiro direto nos EUA. Ele cria uma conexão direta e sinergia entre oficiais do governo, executivos e organizações voltadas para o desenvolvimento econômico (EDOs) para auxiliar empresas de todo o mundo a identificarem novas oportunidades, criando um ambiente mais amigável para a realização de negócios”, conclui Camille. Investidores interessados em participar da quinta edição do encontro, que ocorrerá entre os dias 20 e 22 de junho, em Washington, DC, devem acessar o site www.selectusasummit.us e se cadastrar até 4 de junho.
Mais incentivo aos investimentos brasileiros nos EUAMais incentivo aos investimentos brasileiros nos EUA
Exposição das agências de fomento estaduais
Secretário de Comércio, Wilbur Ross, encontra com comitiva brasileira
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Camille Richardson, conselheira comercial do Consulado Americano em São Paulo
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SelectUSA, programa dedicado à promoção de investimento direto estrangeiro nos EUA, abre uma janela de oportunidades para as empresas brasileiras que desejam internacionalizar seus negócios
Edição 304 Brazilian Business_37
DIRETORIA EM FOCO
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Em que agenda o próximo governo deve se pautar para que o ambiente regulatório seja favorável ao
desenvolvimento de negócios e novos investimentos?
Do ponto de vista do Di-reito do Trabalho, o ideal é que haja cada vez menos in-tervenções, tanto por parte do Governo Federal, quanto por parte do Poder Judiciário, nas relações entre empregados e empregadores. Para tanto, é indispensável que os sindicatos – de empregados e de empre-gadores se fortaleçam, o que so-mente ocorrerá se defenderem ativamente suas categorias.
Bruno Tocantins Sócio doTocantins Advogados
Em uma agenda com visão de longo prazo, que vise prin-cipalmente o desenvolvimento tecnológico, com geração de emprego e renda. E mais, que ofereça condições para que o Brasil possa concorrer no mer-cado internacional com um ambiente regulatório previsível, que respeite os compromissos assumidos pelos investidores e incentive o crescimento de uma indústria local competitiva.
Roberto Lopes Pontes SimõesPresidente da Ocyan
A questão tributária deve ser vista pelo viés da regulamenta-ção e como agente de fomento à competitividade do Brasil. Com-petir interna e externamente de-manda preços mais ajustados, decorrentes de impostos mais compatíveis com a realidade brasileira e uma simplificação dos processos que hoje encare-cem o produto nacional ou re-duzem seu poder comercial.
Fernando Bomfiglio Diretor de Relações Institucionais da Souza Cruz
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OPINIÃO
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Como beneficiar os negócios por meio de operações inteligentes
Alexandre Colcher,Líder da Accenture Operations para América latina
No mundo atual, cada vez mais com-plexo e disruptivo, mudanças ocor-rem diariamente, transformando
as melhores práticas operacionais em passi-vos num futuro não muito distante. O que inicialmente era solução, pode se tornar um dos maiores desafios das empresas, não ape-nas no sentido de aprimorar os negócios, mas para sobreviver diante da competição cada vez mais acirrada.
Hoje, muito se fala em robotização, inte-ligência artificial e cloud (nuvem) e, conse-quentemente, em produtividade, eficiência e downsizing. Com isso, cabem às empresas se reinventarem e se digitalizarem com um principal objetivo: gerar benefícios de negó-cio e atender com excelência os seus clientes.
Como fazer isso? Primeiramente, para cada fluxo de processos deve-se mapear os benefícios possíveis de serem alcança-dos e os pontos de interface com os clien-tes finais ou com outras áreas/processos da organização. Isto feito, deve-se exerci-tar a eficiência do processo pelas técnicas, como design thinking, e aplicar técnicas de otimização de processos.
As possibilidades oferecidas pelas ino-vações tecnológicas não têm nenhuma serventia se não forem aplicadas em favor do negócio e do cliente. Sendo assim, é preciso ter mentes brilhantes que consi-gam utilizar de maneira efetiva essa nova inteligência como plataforma para no-
vas capacidades, geração de boas experiências aos clientes e garantia de transformações reais.
Outro aspecto que deve se encaixar nessa his-tória de ganho de produtividade exponencial e operações inteligentes é a famosa nuvem, termo cada vez mais comum no mundo corporativo, que precisa ser vista como uma plataforma essencial para a construção do futuro dos negócios. Devido ao grande potencial dessa ferramenta, as empresas conseguem melhorar a capacidade competitiva e de inovação por terem um custo mais atraente e, mais importante ainda, elástico a sua necessidade.
No ambiente de negócios atual, discute-se trocar os investimentos em Capex por Opex, o que signifi-ca passar a investir menos em ativos e focar em cus-tos para manter ou melhorar uma operação. Com o uso da nuvem isso é possível, pois as empresas dei-xam de investir em infraestrutura física e passam a utilizar apenas o que é necessário no ambiente de TI para suportar o negócio em um modelo pay as you go – algo como pague apenas pelo que consu-mir – com agilidade, elasticidade, escalabilidade, e respondendo rapidamente às mudanças.
Em outras palavras, falamos em utilizar os recursos da nuvem conforme a demanda dos seus sistemas e aplicações, pagando por con-sumo, ao invés de adquirir uma infraestrutura grandiosa, em que muitas vezes recursos com-putacionais são desperdiçados e a infraestrutu-ra permanece ociosa.
Juntando a operação inteligente com as tec-nologias de nuvem é possível ter operações de grande elasticidade, de acordo com a necessi-dade do negócio, obtendo benefícios, além de aumento de qualidade, controle, compliance e uma força de trabalho muito mais motivada.
Bem-vindos à era das Operações Digitais Inteligentes.
“CABEM ÀS EMPRESAS SE REINVEN-TAREM E SE DIGITALIZAREM PARA GERAR BENEFÍCIOS DE NEGÓCIO E ATENDER COM EXCELÊNCIA OS
SEUS CLIENTES”
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AMCHAM NEWS
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Allan [email protected]
Idealizado pelo comitê de Turismo e Negócios da Câmara de Comércio Americana do Rio de Janeiro (AmCham Rio), o Breakfast in Rio
aconteceu no hotel Hilton Copacabana, no dia 6 de março, em clima de esperança e otimismo. E seus principais players se reuniram para colocar em perspectiva as dificuldades do setor na cidade do Rio de Janeiro e como o mesmo pode ser incentivado, a fim de impulsionar a atração de mais turistas e negócios. O evento foi realizado em parceria com o Rio Conventions & Visitors Bureau, com o patrocínio da Executive One e hospitality do escritório Veirano Advogados, além do apoio do hotel Hilton, Associação Brasileira de Empresas de Eventos (ABEOC Brasil) e a Associação de Hotéis Rio.
A abertura ficou por conta de Maria Paula Co-maru e Marcus Juste, respectivamente presidente e vice-presidente do comitê. O vice-presidente exe-cutivo da Associação de Embaixadores de Turismo do Rio de Janeiro, prof. Bayard do Coutto Boiteux, moderou o painel de debates, composto por Marcia Pessoa, gerente da Rio Convention & Visitors Bure-au; Gabriel França, do RioGaleão; Patrick Mendes, da Rede Accor; e Andre Valle, da Infoglobo.
O prof. Bayard defendeu ser necessário buscar soluções em mo-mentos de crise. Segundo ele, o incentivo ao turismo é essencial para impulsionar a economia carioca e, ao promover ações, as pessoas estariam aptas a entender a efetividade do turismo. “A cidade não vem investindo em promoção. Cada vez que uma promoção é feita, é preciso ter dados mensuráveis e que isso seja divulgado”, destacou.
Marcia Pessoa apresentou as ações para o ano e os resultados do Roadshow Visit.Rio, projeto da RCVB que busca levar a marca do Rio de Janeiro a outros estados brasileiros com o objetivo de gerar negócios e incrementar a ocupação hoteleira da cidade. Ela opina que um dos principais motivos de sucesso do projeto é o conceito matchmaking, que coordenou ações com as empresas do segmento para influenciar a promoção. “Cada um dos hotéis que participaram fornecia uma lista em torno de 20 empresas que podiam gerar ne-gócios para a cidade”, afirmou. A gerente defende a necessidade de integrar os mercados, a mídia e o governo para impulsionar a cidade. Com a mensagem #somostodosrio, ela completa: “É importante a união da indústria nesse momento difícil que a cidade está passando. Nós temos potencial para sair disso, com certeza.”
O papel da mídia é fundamental para gerar resultados. Andre Valle, especialista da área de Projetos Especiais da Infoglobo, citou a boa receptividade do caderno de aniversário do Rio, publicado pelo Infoglobo. De acordo com ele, diversas marcas, empresas e associa-ções se mostraram ativas na tentativa de recuperação da cidade. “Este é um pouco do nosso trabalho e da nossa missão de levantar causas
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Ações de fomento ao turismo são necessárias para alavancar a economia carioca
Ações de fomento ao turismo são necessárias para alavancar a economia carioca AmCham Rio convidou Riotur, Rede Accor, RioGaleão, Infoglobo e Rio Conventions & Visitors Bureau para debater o setor e suas dificuldades
AmCham Rio convidou Riotur, Rede Accor, RioGaleão, Infoglobo e Rio Conventions & Visitors Bureau para debater o setor e suas dificuldades
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e bandeiras para tentar transformar o Rio de Janeiro”, exultou.
Otimismo é o que move as ações. Gabriel França, diretor Comercial e Corporativo do RioGaleão, acredita que olhar para o futuro e apresentar si-nais positivos é uma forma de contor-nar a situação atual. “Para sobreviver a uma crise dessa envergadura, é preciso ter resiliência”, ressaltou. Segundo sua apresentação, o aeroporto internacional da cidade apresentou sinais positivos de reação, pois, no primeiro bimestre deste ano, houve um aumento de 43% de car-ga em relação ao ano passado. Também houve o crescimento de 18% no nú-mero de passageiros internacionais no mesmo período. Além disso, surgiram novos destinos e frequências interna-cionais pelas companhias aéreas.
Em números, o turismo represen-ta 10% do PIB internacional e 4% do brasileiro. Patrick Mendes, CEO da Rede Accor, apresentou um panorama do setor, relacionado à hotelaria. Ele apontou que esses dois campos são os mais promissores a ampliar oferta de empregos para os próximos anos.
Para Patrick, os principais desafios no setor hoteleiro são o crescimento
acima da inflação dos custos pessoais e de energia, e a falta de regulamenta-ção na área de private rentals (Airbnb). Apesar disso, a adaptação à lei brasilei-ra de inclusão, assinada pelo presidente Michel Temer em 1º de março, repre-senta um fator positivo à hotelaria. O decreto prevê que os estabelecimentos deverão disponibilizar, no mínimo, 5% dos dormitórios com recursos de aces-sibilidade. Ou seja, dos 10% dos dor-mitórios que pela Lei têm de possuir adaptações para deficientes, metade precisa ser adaptado para pessoas que possuem problemas físicos.
A palestra de encerramento foi realizada pela Riotur. Lucio Macedo e Mauricio Werner falaram sobre as pautas trabalhadas pela agência em
prol da promoção do Rio no cenário brasileiro e internacional. Dois dias após o Carnaval 2018, a Riotur reuniu diversos órgãos públicos envolvidos no planejamento do evento para ava-liar as mudanças necessárias para o ano que vem. O próximo passo é ou-vir as associações de moradores para buscar mudanças no atual formato. “É bom encontrar esse equilíbrio para a cidade. Não queremos ter o maior carnaval do Brasil, mas sim o me-lhor. Isso faz uma grande diferença”, afirmou Lucio.
A AmCham Rio e o comitê de Turismo e Negócios estão empenhados em promover ações que incentivem o setor na cidade e impulsionem a economia carioca.
DIVulGAçãO AMACHAM RIO
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Patrick Mendes, Rede Accor; Andre Valle, Infoglobo;prof. Bayard do Coutto Boiteux, Associação de Embaixadores de Turismo do Rio de Janeiro; Gabriel França, RioGaleão, e Marcia Pessoa, Rio Convention & Visitors Bureau
Lucio Macedo, da Riotur, falou sobreações voltadas para a promoção do Rio
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AMCHAM NEWS
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Quais os impactos da era digital no modo de vida de pessoas e empresas? Para pensar sobre esta questão, profissionais de marketing de diversas empresas se
reuniram na AmCham Rio, no dia 25 de abril. O debate teve o apoio da Progressiva Consultoria, Facha, Grupo Zoom Out Comunicação Corporativa, Instituto Infnet e Zona In-ternet, e contou com a presença de Alexandre Horta, diretor de Consultoria de Varejo e Consumo da PwC; Fabro Steibel, diretor executivo do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITSRio); Estevão Paiva, especialista global de mídias digitais da Vale; e Cristina Ferrari, gerente sênior de Marketing da Coca-Cola.
A Global Consumer Insights Survey, realizada pela PwC este ano, apontou que 41% dos consumidores já realizam compras via smartphones e 30% por tablets. Segundo Alexan-dre Horta, confiança e relevância são fatores que influenciam na escolha das marcas pelos cidadãos. “O brasileiro ainda é um consumidor relativamente inseguro, então ele precisa do respaldo de uma marca maior para tomar uma decisão de compra”, disse. O executivo também ressaltou que, no Brasil, 46% dos entrevistados atestaram que, quando buscam um produto, eles se inspiram no conteúdo divulgado nas redes sociais das marcas.
Pensar no impacto das novas tecnologias na esfera social e empresarial é analisar a presença de algoritmos e chatbots (robôs de atendimento). O incentivo ao relacionamento com o consumidor tende a crescer com a cultura de atendimento vir-tual. De acordo com Fabro Steibel, “a expectativa é de que 70%
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Diálogo traz perspectiva de mudança no consumo de informaçõesDifusão da inteligência artificial, das mídias programáticas e dos influenciadores são exemplos desse impacto
das marcas tenham algum tipo de experiência de chatbot”. Para ele, é essencial que as organizações consigam driblar os custos de inovação. “Se as grandes empresas não inovarem, há uma chance de elas se tornarem secundárias”, afirmou.
A cultura de real time fomentada pela Coca-Cola é um exemplo de resultado da transformação digital. Cristina Ferrari trouxe uma visão positiva dos esforços da empresa em gerir o capital humano. Segundo ela, um time de cerca de 80 pessoas está focado no relacionamento em tempo real com os consumidores. “O que a gente busca é estar ali, interagindo no momento em que eles acessam nossos canais e entram em contato com nossa marca”, apontou.
Estevão Paiva apresentou um panorama contextuali-zado sobre as mudanças no mundo virtual desde o surgi-mento da web até os dias atuais. É possível perceber, hoje, uma produção excessiva de conteúdo. Na perspectiva de que “tudo converge para o digital”, o volume de informa-ção gera desafios de administração para as empresas. Se-gundo ele, é necessário pensar em um controle que gere insights sobre o público.
O especialista citou três exemplos que influenciam as diretrizes no mundo digital: as mídias programáticas, a in-teligência artificial e os influenciadores. As mídias progra-máticas, utilizadas por veículos como O Globo, Estadão e Valor Econômico, trazem customização do conteúdo com base em um alvo e não no canal, ou seja, é possível deter-minar o perfil exato do usuário através de geolocalização, classe social, dados demográficos, entre outros. “É sobre encontrar a pessoa certa, no lugar certo, e com a mensa-gem certa”, afirmou.
Além do mais, o uso de inteligência artificial na otimi-zação de campanhas, na redução de custos de atendimen-to com os chatbots e na personalização de plataformas também intervém no consumo. Já os influenciadores ou creators trazem uma mudança de paradigma aos proble-mas surgidos com os adblockers e motivam um sentimen-to de confiança nos consumidores.
Participantes posam ao lado de nadia Stanzig, gerente executiva da AmCham Rio
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O primeiro semestre de 2018 começou atrativo para os associados da AmCham Rio. Com objetivo de aproximar clientes, cultivar boas
conexões e firmar parcerias, os eventos de relacionamento da Câmara, conhecidos como Sunset Networking e Networking Coffee, demonstram que o ambiente de negócios está a todo vapor. Realizados dias 1º de março e 16 de maio, respectivamente, os encontros reuniram mais de 120 pessoas.
Em clima de verão e informalidade, os convidados do Sunset Networking degustaram petiscos e drinks, ao som de música ao vivo, no Moonlounge Rooftop do JW Marriott. O happy hour de negócios, que comemorou os 453 anos da cidade do Rio de janeiro, foi contemplado com um pôr do sol marcante e clima descontraído, ideal para reencontrar parceiros e fazer negócios. O evento teve patrocínio da WeWork e do hotel JW Marriott e parceria com a cerveja YELA.
Entre os presentes estavam Luiz Claudio Cristofaro, diretor da AmCham Rio; Marcelo Haddad, diretor executivo da Rio Negócios; executivos de mais de 50 empresas, entre elas, Accenture, Citibank, Delta Air Lines, Brookfield, Souza Cruz, Prumo Logística, Petrobras; e representantes do Consulado Americano.
Expectativa era o que pulsava em cada pessoa presente. Na perspectiva de Fabio Nikel, gerente da filial da Senior Sistemas no Rio de Janeiro, a iniciativa é importante por dois aspectos. “Minha expectativa é tanto na participação do evento quanto na construção. Conhecer pessoas, em-presas, trocar necessidades e ver com um olhar colabora-tivo o que cada empresa pode fazer pela outra”, afirmou.
O estilo do Sunset Networking se destaca e vai além das perspectivas comuns de negócios no Rio. De acordo com Hugo Pierre, gerente executivo da Growth Tech, o encontro representa uma fuga da rotina. “Era tudo o que a gente preci-sava: um momento, no meio da semana, para sair do escritório e ter a oportunidade de conversar com outras pessoas e fazer amizades também, não só negócios”, comentou.
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Eventos de relacionamento são marca registrada da CâmaraPrimeiras edições do ano do Sunset networking e networking Coffee atraem executivos interessados em ampliar conexões
Com uma perspectiva de reaproximação entre parceiros, a edição do Networking Coffee, realizada na sede da Câmara no dia 16 de maio, propôs um diálogo sobre como construir boas oportunidades de negócios. Com a presença de Marcelo Derossi, co-fundador do Clube do Networking, os participantes foram inspirados a cultivar boas conexões e ver o instante como um pontapé inicial. “Encarem esse momento de hoje como um ponto de partida. Sejam relevantes”, disse Marcelo.
Representantes do Iberostar, Alessandra Navega e Helena Costa, destacaram as dicas da palestra como essenciais à geração de novos negócios. “A gente pen-sa que abordar o cliente de forma direta vai ser válido, talvez eficaz, mas não é bem assim. Precisamos cultivar relacionamentos para poder chegar onde queremos”, afirmou Alessandra.
“networking é um ponto de partida”
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Sunset networking abriu portas para o ambiente de negócios com informalidade
O networking Coffee propiciou um diálogo sobre como construir boas oportunidades de negócios
novos sóciosPOR DENTRO DA CâMARAOVERVIEW
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Estudo aponta cotas como solução para ampliar presença feminina em diretorias e conselhos
posições de alto esca-lão dos setores público e privado, os conselhos e cargos de direção ain-da não possuem a pre-sença de mulheres pro-porcional à de homens. de acordo com o Banco mundial, o sistema de
cotas pode ser fundamental para mudar este quadro. o estudo sobre inclusão econômica feminina revela que pelo menos metade dos países do globo adota algum tipo de cota para ampliar a representação das mulheres nos ofícios de alto nível. na noruega, por exemplo, a legislação instituiu pu-nições para empresas que não possuam 40% das suas cadei-ras de conselhos ocupadas por mulheres. Já no reino Unido, foi criado em 2010 o ‘30% Club’, com o objetivo de instituir que esta parcela, ou mais, dos membros de conselhos de adminis-tração fosse de mulheres. na mesma lógica, o thirty percent Co-alition (Coalizão dos 30%, em inglês) estabelece essa regra nos Estados Unidos. no Brasil, pelo viés de representação política, a Lei das Eleições determina que cada partido ou coligação deverá preencher com mulheres o mínimo de 30% das candidaturas.
Brasil tem crescimento, mas eleições podem trazer riscos
o Fundo monetário internacional (Fmi) destacou o Brasil como na-ção em busca de reformas visando melhorias, mas ressaltou pos-síveis riscos surgidos com as eleições de outubro para a presidên-cia. segundo a instituição, a agenda política pode mudar após as eleições e dar origem à volatilidade do mercado e maior incerteza sobre as perspectivas de médio prazo. Com preços mais altos de commodities e moderação da inflação em países da América do Sul, abriu-se espaço para a flexibilização da política monetária. Isso pode influenciar o crescimento de 2,3% no PIB real brasileiro em 2018, afirmou o FMI. Ainda assim, seus mentores acreditam ser preciso investir mais em infraestrutura e educação, para aumentar a produtividade no longo prazo e garantir crescimento duradouro.
AMERICAn AIRLInES REALIzA COMPRA DE 30 nOVOS JATOS
Em acordo firmado com a Embraer, a companhia aérea comprou 15 aeronaves E175, configuradas com 76 assentos e entrega prevista entre março e novembro de 2019. Segundo o valor base, o montante avaliado do contrato é de US$ 705 mi-lhões; se somado a três pedidos anteriores, a American Airli-nes tem uma encomenda total de 89 aeronaves deste modelo. Vale dizer que a empresa também fechou um pedido de 15 no-vos jatos regionais CRJ900 com a canadense Bombardier. Com base nos referidos preços de lista, este último contrato tem o valor aproximado de US$ 719 milhões.
Pesquisa da PwC revela otimismo e ansiedade nos CEOs globaiso nível de confiança dos CEOs a respeito do crescimento econômico mundial se intensificou. Para os próximos 12 meses, por exemplo, 80% dos líderes brasileiros estão otimistas com os avanços na economia global. apesar disso, ameaças comerciais, econômicas e sociais preocupam os executivos quanto à perspectiva de crescimento de suas próprias empresas. As aflições variam por região: américa do norte, américa Latina, Europa Central e do Leste e Ásia-Pacífico relatam níveis mais altos de “muita confiança”, enquanto o resto do mundo se move na direção contrária. Fato interessante a ser observado é que os riscos para os negócios não preocupam os CEos na mesma intensidade que as questões sociais mais amplas, como incerteza geopolítica, terrorismo e mudanças climáticas. Exemplo disso é o terrorismo passando do 12º lugar para o 2º lugar, enquanto a volatilidade cambial, que ocupava 3º lugar em 2017, caiu para a 10ª posição este ano. apontadas pelos CEos brasileiros como estratégias de expansão dos negócios, estão: crescimento orgânico, redução de custos, e boas parcerias com empreendedores e startups.
IBM firma registro de patente para redes de IoTCom base na internet das Coisas (iot), a iBm regis-trou patente para uma configuração blockchain. A ação busca adaptar o protocolo de prova de trabalho (poW) para resolver possíveis problemas de seguran-ça em redes. a proposta da empresa garante que a competição entre redes possa ser controlada, além de fornecer proteção contra atores externos. Com isso, a previsão da empresa é estender a aplicação de con-tratos inteligentes de iot a redes de energia peer to peer (p2p), redes logísticas, redes meteorológicas de financiamento coletivo e afins.
Eichin Amaral Sociedade de AdvogadosPedro Eichin AmaralSócioRua João lira, 102/101,Leblon 22430-210, Rio de JaneiroRJ (21) [email protected] www.ealaw.com.br
Great Place to WorkRuy Sergio Cacese ShiozawaCEORua Francisco Leitão, 72,Pinheiros - 05414-020, São Paulo SP (11) [email protected]
Grand MercureRaphael de Santi MartiniGerente GeralAvenida Atlântica, 3716,Copacabana 22070-001, Rio de JaneiroRJ (21) [email protected] https://www.accorhotels.com
JLL LTDAGuilherme de Britto Macedo Soares Diretor RegionalAv. Almirante Barroso, 81, 34º andar, Centro - 20031-004, Rio de JaneiroRJ (21) [email protected]
Spectrum Geo do BrasilJoão Carlos CorrêaCountry ManagerAv. Presidente Wilson, 231, 9º andar, sala 937, Centro 20030-021, Rio de JaneiroRJ (21) [email protected]
Petra GroupAdriano Bravos Marques da SilvaManaging DirectorAv. das Nações Unidas, 11857, andar 11,Brooklin Paulista 04578-000, São PauloSP (11) 3550-0710 [email protected]
Progressiva ConsultoriaFrederico Steiner CostaSócio Diretor Avenida Rio Branco, 156, sala 2801,Centro 20040-003, Rio de JaneiroRJ (21)98145-7339 / (21)98203-3401frederico@progressivaconsultoria.com.brwww.progressivaconsultoria.com.br
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Edição 304 Brazilian Business_49
COMITÊ EXECUTIVOPRESIDENTE Pedro Paulo Pereira de Almeida
1º. VICE-PRESIDENTE Robson Goulart Barreto_Sócio, Veirano Advogados
2º. VICE-PRESIDENTE Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil
3º. VICE-PRESIDENTE Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil
DIRETOR-SECRETáRIO João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros
DIRETOR FINANCEIRO Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, Valid
CONSElHEIRO JuRÍDICO Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados
EX-PRESIDENTES Rafael Sampaio da Motta; Roberto Ramos; Henrique Rzezinski
PRESIDEnTES DE HOnRASergio Amaral_Embaixador do brasil nos EuA
P. Michael McKinley_Embaixador dos EuA no brasil
LIDERAnÇAS DE COMITÊSAssuntos Jurídicos – Luiz Claudio Salles Cristofaro_Sócio, Chediak Advogados e Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados
Propriedade Intelectual Tributário – Gerson Stocco_Sócio, Gaia, Silva, Gaede & Associados Advogados
Marketing – noel De Simone
Petróleo e Gás – Ana Lopes_Relações Governamentais e Públicas, Chevron Brasil e Alejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE
Recursos Humanos – Claudia Danienne Marchi_CEO, Degoothi Consulting
Saúde – Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-up e Thais Jorge_Diretora de Rede Referenciada, Bradesco Seguros
Setor Elétrico – Alessandra Amaral_Diretora-Presidente, Energisa Comercializadora e Jorge Alcaide_Diretor Regional, Wärtsilä
Seguros, Resseguros e Previdência
Sustentabilidade – Renata Chagas_Gerente de Comunicação e Sustentabilidade, Prudential do brasil e Aline Almeida_Gerente de Comunicação Externa, Souza Cruz
Grupo de Estudos de licenciamento Ambiental – Luiz Gustavo Bezerra_ Sócio, Mattos Filho Advogados
Tecnologia e Inovação – Gustavo Moreira_Enterprise Top Accounts Segment leader, IbM brasil e Bruno Augusto dos Santos_Gerente de Contas TIC, Algar Telecom
Turismo e Negócios – Maria Paula Comaru_ Diretora de Vendas e Marketing, Hilton e Marcus Juste_Gerente de Vendas, Delta Air lines
INICIATIVAS
Indústria Criativa e Cultura – Steve Solot_Presidente, latin American Training Center – lATC
Relações Governamentais – João César Lima_ Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros
DIRETORESAlejandro Duran_Brazil Country Manager, BHGE
Alexandre de Botton_Sócio-Diretor, Korn Ferry
Antonio Carlos Worms Till_Presidente, Vita Check-up Center
Bruno Tocantins_Sócio, Tocantins Advogados
Carlos Affonso S. d’Albuquerque_CEO, VAlID
Carlos Eduardo Caruso Ferreira_CEO, CSM Sport & Entertainment
Carlos Francisco Picini_Diretor Executivo, bradesco Seguros
Carlos Otavio Quintella_Diretor Executivo do Centro de Estudos de Energia, FGV Energia
Claudette Marie Christian_Sócia-Representante, Hogan lovells Consultores em Direito Estrangeiro
Fernanda Leitão_Tabeliã, 15º Ofício de Notas
Fernando Bomfiglio_Diretor de Relações Institucionais, Souza Cruz
Gerson Stocco_Sócio, Gaia, Silva, Gaede & Associados
Gilberto Ururahy_Diretor-Médico, Med-Rio Check-up
Italo Mazzoni_Presidente, Ibeu
Javier La Rosa_Presidente, Chevron brasil
João César Lima_Co-CEO, Grupo Case Benefícios e Seguros
José Firmo_Vice-Presidente Sênior, Seadrill
José Magela Bernardes_Diretor-Presidente, Prumo Logística
Julian Chediak_Sócio, Chediak Advogados
Leonardo Coelho_Diretor Comercial, Amil
Luiz Fernando Bertoncello_Vice-Presidente Sênior de Operações e COO, Prudential do Brasil
Luiz Ildefonso Simões Lopes_Senior Managing Partner, Brookfield Brasil
Manuel Domingues e Pinho_Presidente, DPC
Manuel Fernandes_Sócio, KPMG
Maria Paula Comaru_Diretora de Vendas e Marketing, Hilton Copacabana e barra
Mauricio J. Vianna e Silva_CEO, MJV Technology & Innovation
noel De Simone
Patrício Marques Roche_Sócio, PwC
Pedro Paulo Pereira de Almeida
Roberto Blyth_Líder, Citibank
Roberto Lopes Pontes Simões_CEO, Ocyan S.A
Robson Goulart Barreto_Sócio, Veirano Advogados
Sérgio de Oliveira Duarte_Presidente, Vitalis Indústria de Alimentos
Solange zaquem_Diretora Comercial, SulAmérica Seguros
Steve Solot_Presidente & CEO, latin American Training Center – lATC
DIRETORES EX-OFÍCIO
Andres Cristian Nacht | Carlos Augusto C.
Salles | Gabriella lcaza | Gilberto Duarte Prado
Gilson Freitas de Souza | Henrique Rzezinski
Ivan Ferreira Garcia | João César Lima |
Joel Korn | José Luiz Silveira Miranda | Luiz
Fernando Teixeira Pinto | Omar Carneiro da
Cunha | Peter Dirk Siemsen | Rafael Sampaio
da Motta | Roberto Prisco Paraíso Ramos |
Robson Goulart barreto | Ronaldo Camargo
Veirano | Rubens branco da Silva |
Sidney levy
DIRETORIA AMCHAM ESPÍRITO
SAnTO
PRESIDENTE
Otacílio José Coser Filho_Membro do
Conselho de Administração, Coimex
Empreendimentos e Participações Ltda.
DIRETORES
Bruno Moreira Giestas_Diretor de Marketing,
Realcafé Solúvel do Brasil S.A.
Carlos Fernando Lindenberg neto_Diretor,
Rede Gazeta
Márcio Brotto Barros_Presidente, bergi
Advocacia
Maria Alice Paoliello Lindenberg_Relações
Governamentais
Rodrigo Loureiro Martins_Advogado, Sócio
Principal, Advocacia Rodrigo loureiro Martins
Victor Affonso Biasutti Pignaton_Diretor,
Centro Educacional leonardo da Vinci
LInHA DIRETA COM A AMCHAM RIO Gerência Executiva: Nadia Stanzig (21) 3213-9231 | [email protected] Administração e Finanças: Liliane Ponte (21) 3213-9212 | [email protected] Comunicação: Juliana Botelho (21) 3213-9230 | [email protected] Comercial e Relacionamento: Felipe Tavares (21) 3213-9294 ou Giuliana Sirena (21) 3213-9227 | [email protected]
LInHA DIRETA COM A AMCHAM ES Diretor Executivo: Luiz Fernando Mello Leitão (27) 99972-5933 | [email protected]
48_Edição 304_abr/mai/jun 2018
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